Matopiba 1
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Bolfe2
socioeconômicos1
Resumo – O Brasil se tornou um dos líderes mundiais no agronegócio, e isso foi possível por causa
da disponibilidade dos recursos hídricos, das condições de solo e clima, de resultados de pesqui-
sas, do empreendedorismo da agroindústria e de políticas de governo. A vasta região do Cerra-
do localizada no Norte-Nordeste brasileiro denominada Matopiba – Maranhão, Tocantins, Piauí e
Bahia – vem sendo incorporada à produção e se consolida como importante fronteira agrícola. Na
última década, a produção de soja e milho da região passou de seis milhões para 14 milhões de
toneladas, e esse incremento justifica a necessidade de o crescimento agrícola se fundamentar em
bases sustentáveis. Este artigo analisa a expansão agrícola, identificando as principais trajetórias das
mudanças do uso e cobertura da terra. O aumento da produção de soja e milho está relacionado à
expansão tanto sobre áreas previamente antropizadas quanto das antropizadas mais recentemente –
depois de 2002. Indicadores socioeconômicos, como o IDH e o PIB, cresceram significativamente
nas últimas décadas nos municípios do Matopiba, o que está relacionado ao aumento da produção
agrícola. O estudo conjunto de dados em bases territoriais e socioeconômicos permitiu melhor
compreensão dos processos de expansão, retração, transição, conversão e intensificação agrícola
no Matopiba e pode apoiar as políticas públicas da região.
Palavras-chave: agricultura, cerrado, desenvolvimento regional, geotecnologias.
Abstract – Over the last decades, Brazil has become one of the global leaders in agriculture produc-
tion. Factors contributing to such results include natural resources availability, favorable climate
conditions, agricultural research, producer and agroindustry entrepreneurship and governmental
policies towards the agricultural sector. The region known as MATOPIBA (Maranhão, Tocantins,
Piauí and Bahia), in the North/Northeast of Brazil, has become an important agriculture frontier. In
the last decade, soy and corn production rose from 6 to 14 million tons. However, it’s important to
1
Original recebido em 21/6/2016 e aprovado em 12/9/2016.
2
Pesquisador da Secretaria de Inteligência e Macroestratégia da Embrapa. E-mail: [email protected]
3
Pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária. E-mail: [email protected]
4
Pesquisador da Secretaria de Inteligência e Macroestratégia da Embrapa. E-mail: [email protected]
5
Analista da Embrapa Monitoramento por Satélite. E-mail: [email protected]
6
Pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente. E-mail: [email protected]
7
Analista da Embrapa Meio Ambiente. E-mail: [email protected]
8
Por tensão ecológica entende-se os contatos entre tipos de vegetação que podem ocorrer na forma de ecótono, quando a transição
se dá por uma mistura florística, ou na forma de encrave quando existe uma transição edáfica. Havendo essa transição, ocorre uma
interpenetração dos tipos de vegetação. No segundo caso, é um artifício cartográfico usado quando a escala de mapeamento não separa
os tipos de vegetação presentes na área, mas indicando sua ocorrência.
Desidério, BA, Balsas e Tasso Fragoso, MA. Além maiores áreas desmatadas e os maiores percen-
do tradicional oeste da Bahia, destaca-se o sul tuais de desmatamento em relação à área de
do Piauí e Maranhão, conhecido como Anel da cerrado dentro dos estados (Tabela 1).
Soja.
Beuchle et al. (2015) analisaram as alte-
A área cultivada com soja, milho e algo- rações do Cerrado em 1990–2010 por meio
dão (1ª safra), de 9,33 Mha em 2001, passou de imagens Landsat e concluíram que 53% do
para 17,43 Mha em 2014 para todo o Cerrado. bioma havia sido desmatado até 2010. A média
No Matopiba, os valores foram de 1,2 Mha e anual de desmatamento diminuiu em 2000–
2,2 Mha nos respectivos anos – a área de soja 2010 em relação ao período 1990–2000. A taxa
passou de 0,97 Mha para 3,42 Mha; a de mi- de desmatamento também caiu: de 12,949 km2/
lho, de 0,1 Mha para 0,4 Mha; e a de algodão, ano em 2000–2005 para 11,812 km2/ano em
de 0,04 Mha para 0,3 Mha (AGROSATÉLITE 2005–2010.
GEOTECNOLOGIA APLICADA, 2015).
Ao analisar a dinâmica regional do uso e
cobertura da terra para 2000, 2010 e 2012 (IBGE,
Mudança do uso da terra 2015a), pode-se observar os principais proces-
De 2008 a 2011, o desmatamento sos de conversão do uso da terra no Matopiba
do Cerrado foi da ordem de 7.000 km²/ano (Figura 6). As principais transições para áreas
(MONITORAMENTO..., 2015). Nesse período, agrícolas (acima de 30 mil ha) estão destacadas
os estados do Matopiba responderam pelas de vermelho e representam o uso da terra an-
terior a sua conversão para a agricultura (2000 em 2005–2010 foram identificados 950 mil
–2010 e 2010–2012). De 2000 a 2010, houve ha de novas áreas agrícolas. Esse crescimento
aumento de 1,7 Mha de áreas agrícolas (Ac), ocorreu tanto sobre áreas que passaram pelo
oriundas principalmente de áreas de pastagem processo de antropização anterior a 2002 (47%)
natural (Ap_nat; 1,58 Mha), de vegetação flo- quanto sobre áreas que passaram pelo processo
restal (Veg_fl) e derivadas de áreas de mosaicos de antropização recente – 44% em 2003–2008 e
de agropecuária com remanescentes florestais 7% em 2009–2010 (Figura 7). Maranhão e Piauí
(Ag_remanes). se destacam pelo maior percentual de expansão
Já de 2010 a 2012, ocorreu aumento de da agricultura sobre áreas desmatadas em pe-
1,3 Mha Ac, sendo 1,2 Mha também provenien- ríodos recentes, o que indica rápida conversão
tes de Ap_nat e de Veg_fl. Os dados mostram de áreas naturais em agricultura de larga escala.
que a maior parte das terras convertidas em A transição de áreas naturais diretamente para
áreas agrícolas são oriundas de pastagens na- áreas agrícolas já foi observada em Mato Grosso
turais. Essas áreas, segundo IBGE (2015a), são em 2001–2004 (MORTON et al., 2006).
definidas como “área ocupada por vegetação De 2010 a 2014, foram mapeados
campestre (natural) sujeita a pastoreio e outras 1,26 Mha de novas áreas agrícolas, 30% estabe-
interferências antrópicas de baixa intensidade”. lecidas em locais antropizados em 2009–2014.
Os resultados da segunda análise, com Observa-se também o uso de terras com históri-
cruzamento de informações do período dos co de ocupação anterior a 2002 (48%). Isso mos-
desmatamentos do Cerrado com os dados do tra que a expansão da agricultura no Matopiba
mapeamento das áreas agrícolas, revelam que vem ocorrendo tanto sobre terras previamente
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antropizadas quanto sobre novas áreas. Nos dois estados – 51,9 mil km2 em Tocantins e 49,4 mil
períodos analisados (2005–2010 e 2010–2014), km2 na Bahia. Maranhão e Piauí contavam com
Maranhão e Piauí são os estados que usam o 32,6 mil km2 e 9,5 mil km2 de áreas antropiza-
menor percentual de terras antropizadas até das, respectivamente9. De 2000 a 2014, a área
2002 (Figura 7). Já a expansão da agricultura de baiana agrícola do Matopiba cresceu 1,5 vez,
larga escala em Tocantins e Bahia usou de 50% mas no Maranhão, em Tocantins e no Piauí, a
a 65% de terras abertas no passado. Esse fato expansão foi de 3,2, 8,7, e 11,5 vezes, respec-
pode estar associado ao maior estoque de terras tivamente (AGROSATÉLITE GEOTECNOLOGIA
antropizadas no Cerrado até 2002 nesses dois APLICADA, 2015).
9
Dados extraídos da apresentação dos resultados do PMDBBS, bioma Cerrado, para 2002–2008 (MONITORAMENTO..., 2009).
C D
Figura 10. Matopiba – rodovias; ferrovias e hidrovias; armazenagem de grãos, processadoras de milho e es-
magadoras de soja; e fábricas de celulose e papel, frigoríficos e usinas e destilarias.
Fonte: Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (2015), Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (2015), Associação Brasileira
Técnica de Celulose e Papel (2015), Brasil (2007, 2010), Conab (2014), Terminologias... (2007) e Unica (2014).
Densidade demográfica
Estado Área (ha) População % relativa
(hab./km² )
Maranhão 23.982.347 3.401.352 57,63 14,18
Tocantins 27.772.052 1.493.296 25,30 5,38
Bahia 13.214.498 750.686 12,72 5,68
Piauí 8.204.588 256.455 4,35 3,13
Total 73.173.486 5.901.789 - 8,07
Fonte: IBGE (2010).
Dados recentes confirmam esse quadro [...] uma região muito rica e carente ao mes-
de dicotomia entre ricos e pobres. Colussi (2015) mo tempo, que precisa de organização rural,
mostra uma considerável evolução agrícola da investimentos em logística, capacitação de
região – a quarta maior produtora de grãos, mas trabalhadores e melhores serviços públicos.
com aproximadamente 10% da produção nacio- O indicador genérico para mensurar o
nal –, resultado, principalmente, da experiência progresso da região é o PIB (Tabela 4). Tocantins
de agricultores oriundos do Sul do País. Quanto e Bahia possuem PIB per capita relativamente
à distribuição dos benefícios, destaca-se a colo- elevado – em termos gerais. O PIB per capita do
cação do Secretário de Agricultura de Tocantins: Matopiba é próximo de R$ 8.000,00, apenas 40%
É uma região muito rica, mas a riqueza ain- do PIB per capita do Brasil em 2010, R$ 19.878,00,
da está nas mãos de poucos. Só uma família segundo o IBGE (2015b). Considerando só
oriunda do Sul, que sonhava plantar mil hec- Tocantins e Bahia, o PIB per capita subiria para
tares, hoje possui 80 mil plantados. 60% do nacional. Portanto, o problema maior da
O desafio não são os ricos, os que vence- pobreza está no Piauí e o no Maranhão.
ram e realizaram uma epopeia de crescimento A Tabela 5 mostra o PIB per capita
na região, mas sim os muito pobres. Como as das microrregiões do Matopiba em 2010, e a
principais culturas – soja, milho e algodão – Figura 11, a visualização das microrregiões nas
são altamente tecnificadas, principalmente em últimas três décadas.
maquinário, a criação de empregos expande-se
O Índice de Desenvolvimento Humano
aos poucos, para pessoas capacitadas, e deixa à
Municipal (IDHM), que mede o grau de desen-
margem a grande massa de trabalhadores sem
volvimento humano de um país, região ou muni-
formação profissional.
cípio, considera três indicadores básicos: saúde,
Segundo Rodrigues (2016), o Matopiba é educação e renda. Sua escala de valores é de 0 a 1,
Estado PIB (1.000 reais) População PIB per capita (1.000 reais)
Tocantins 17.240.135,04 1.383.445 12,46
Bahia 8.668.662,23 750.489 11,55
Piauí 1.753.706,68 254.950 6,88
Maranhão 19.283.648,65 3.513.256 5,49
Total 46.946.152,60 5.902.140 7,95
Fonte: IBGE (2010).
Tabela 6. Número de municípios do Matopiba em cada categoria do IDHM em 1991, 2000 e 2010.
Investimento Comercialização
Estado Custeio Total
(milhões de reais) (milhões de reais)
Bahia 3.509 1.706 399 5.614
Maranhão 1.009 890 108 2.007
Piauí 845 488 93 1.426
Tocantins 1.446 1.494 127 3.067
Matopiba 6.809 4.578 727 12.114
Brasil 90.726 40.159 23.347 154.232
Fonte: Banco Central do Brasil (2016).
Os R$ 12 bilhões representam 7,9% do crédito mos mais caros e na venda de produto por preço
agrícola total para o Brasil naquele ano, mas a abaixo do que conseguem os grandes produtores
produção de milho e soja do Matopiba equi- organizados; não disponibilidade de eletrificação
vale a 9,4% da produção nacional. Na safra rural, de irrigação, deficiências da assistência
2014–2015, o Matopiba produziu 11% do total técnica, dificuldade de acesso a terra, a recursos
nacional de soja e 7,5% do de milho, com des- financeiros e educação deficiente. E o principal
taque para a Bahia. Do total de crédito agrícola objetivo das políticas públicas é eliminar essas
concedido para a região, 56% foram para custeio distorções. Os autores destacam como propostas:
da safra e 38% para investimento. Já os créditos i) Dar aos pequenos produtores acesso à eletrifi-
para comercialização foram insignificantes. A cação rural, à telefonia e à Internet; ii) Investir em
Bahia ficou com 46% dos recursos, comprovan- irrigação em regiões de secas periódicas, como
do o potencial dos cerrados do estado, e o Piauí parte do Matopiba; iii) Disponibilizar crédito
recebeu apenas 11,8%. para aquisição de terra aos agricultores que não
O conceito de território teve grande ên- as possuem, ou que as possuem em quantidade
fase a partir da década de 1990 no Nordeste. insuficiente, com juros e prazos compatíveis com
Em 2003, o governo brasileiro incorporou essa sua renda futura; iv) Criar acesso a leasing para
dimensão espacial no desenvolvimento rural por máquinas e equipamentos; v) Incentivar e apoiar
meio dos Territórios da Cidadania: o cooperativismo como forma de organização dos
[...] um espaço físico, geograficamente de- produtores; vi) Facilitar formas de trabalho fora da
finido, geralmente contínuo, caracterizado propriedade agrícola para a complementação da
por critérios multidimensionais, tais como o renda familiar; (vii) Tornar os preços dos insumos
ambiente, a economia, a sociedade, a cultura, modernos acessíveis; e viii) Ampliar o programa
a política e as instituições, e uma população de compra antecipada e de compra de insumos
com grupos sociais relativamente distintos, para venda aos pequenos produtores ainda não
que se relacionam interna e externamente por
suficientemente organizados.
meio de processos específicos, onde se pode
distinguir um ou mais elementos que indicam Em 2015, o governo federal lançou o Plano
identidade, coesão social, cultural e territorial. de Desenvolvimento Agropecuário do Matopiba,
(REFERÊNCIAS..., 2003, p. 22-23). em que a abrangência territorial da área foi
Segundo Alves e Souza (2015), a principal delimitada por meio das características físico-
causa da concentração da produção, o que impede -bióticas, agrárias, agrícolas e socioeconômicas
que milhões de produtores produzam renda para regionais. O objetivo desse plano é promover
uma vida digna no campo, são as imperfeições de ações de desenvolvimento territorial, observadas
mercado. Essas se manifestam na compra de insu- as seguintes diretrizes: i) Desenvolvimento e
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