Curto Circuito01
Curto Circuito01
Curto Circuito01
Dbora Rosana Ribeiro Penido TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAO DOS PROGRAMAS DE PS-GRADUAO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSRIOS PARA A OBTENO DO GRAU DE DOUTOR EM CINCIAS EM ENGENHARIA ELTRICA. Aprovada por: __________________________________________________ Prof. Sandoval Carneiro Jnior, Ph.D. __________________________________________________ Prof. Jos Luiz Rezende Pereira, Ph.D. __________________________________________________ Prof. Djalma Mosqueira Falco, Ph.D. __________________________________________________ Prof. Nelson Martins, Ph.D. __________________________________________________ Prof. Glauco Nery Taranto, Ph.D. __________________________________________________ Prof. Antnio Padilha Feltrin, Ph.D.
PENIDO, DBORA ROSANA RIBEIRO Uma Metodologia para Anlise de Sistemas Eltricos a N Condutores pelo Mtodo de Injeo de Correntes [Rio de Janeiro] 2008 IX, 266 p. 29,7 cm, (COPPE/UFRJ, D.Sc., Engenharia Eltrica, 2008) Tese Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE 1. Anlise de Sistemas Eltricos 2. Fluxo de Potncia Trifsico 3. Mtodo de Injeo de Correntes em Coordenadas Retangulares 4. Sistemas Eltricos Desequilibrados 5. Controles 6. Distribuio 7. Gerao Distribuda I. COPPE/UFRJ II. Ttulo (Srie)
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Aos meus pais, Mirna e Geraldo, minha irm, Brbara, ao meu sobrinho, Joo Victor, minha av, Conceio, ao meu esposo, Leandro.
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AGRADECIMENTOS Ao orientador Sandoval Carneiro Jr. pela amizade, incentivo e colaborao na realizao deste trabalho. Ao co-orientador Jos Luiz Rezende Pereira pela amizade, pela oportunidade de realizar trabalhos que enriqueceram minha formao acadmica, pelas sugestes e discusses tcnicas. Ao meu esposo Leandro Ramos de Araujo pelo amor, pela inestimvel ajuda, por todos os conhecimentos partilhados, pelas discusses enriquecedoras, pelo grande apoio, pacincia e dedicao. Aos corpos docentes da COPPE/UFRJ e da Faculdade de Engenharia/UFJF, que ajudaram na minha formao, principalmente aos professores que se dedicam na transferncia de seus conhecimentos, e aos que contriburam de alguma forma para a execuo deste trabalho, em especial ao professor Paulo Augusto Nepomuceno Garcia. Eletrobrs, em especial aos engenheiros Elizabeth Almeida Franceschett, Paulo Csar de Almeida e Marcos Simas Parentoni, pelo apoio para a realizao desta tese e aos companheiros de trabalho pela amizade e incentivo. Aos meus amigos e familiares pela torcida. Aos meus pais, irm, sobrinho e av pelo apoio, dedicao, e grande amor, por toda minha vida.
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Resumo da Tese apresentada COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessrios para a obteno do grau de Doutor em Cincias (D.Sc.) UMA METODOLOGIA PARA ANLISE DE SISTEMAS ELTRICOS A N CONDUTORES PELO MTODO DE INJEO DE CORRENTES Dbora Rosana Ribeiro Penido Maro / 2008 Orientadores: Sandoval Carneiro Jnior Jos Luiz Rezende Pereira Programa: Engenharia Eltrica Este trabalho prope o desenvolvimento de uma metodologia para anlise de sistemas eltricos a N condutores, o Mtodo de Injeo de Correntes a N Condutores MICN. Desenvolve-se um mtodo, modelos de equipamentos e controles. Discute-se vrias caractersticas da metodologia proposta e anlises que podem ser realizadas. O MICN baseia-se no Mtodo de Injeo de Correntes em coordenadas retangulares, definido diretamente em coordenadas de fase e utiliza o mtodo de Newton-Raphson no processo de soluo. O desenvolvimento do MICN teve como premissa possibilitar representar os sistemas com tantos detalhes quanto for desejvel e possvel, de forma que anlises mais completas possam ser realizadas. Para tanto a modelagem dos componentes do sistema foi feita baseando-se em seus elementos, tornando a metodologia bastante flexvel, e a incluso de controles foi feita de forma otimizada. Portanto, a dimenso do sistema a ser solucionado pelo mtodo a estritamente necessria, e pode-se modelar componentes com qualquer nmero de condutores, com as mais diferentes configuraes. Permite-se representar desequilbrios, acoplamentos mtuos, cabos neutros, aterramentos e solo de maneira explcita, gerao distribuda, dentre vrias outras caractersticas. O MICN tem se mostrado eficiente e robusto computacionalmente, sendo um mtodo de aplicao bem geral, podendo ser utilizado para anlise de sistemas equilibrados ou desequilibrados, radiais ou reticulados, podendo simular sistemas de transmisso, subtransmisso e distribuio, inclusive de grande porte. v
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.) A METHODOLOGY FOR ANALYSIS OF N-CONDUCTOR ELECTRICAL SYSTEMS USING THE CURRENT INJECTION METHOD Dbora Rosana Ribeiro Penido March / 2008 Advisors: Sandoval Carneiro Jnior Jos Luiz Rezende Pereira Department: Electrical Engineering This work proposes the development of a methodology for analysis of nconductor electrical systems, the N Conductor Current Injection Method NCIM. The method, equipment models and controls are developed. Many characteristics of the proposed methodology are discussed as well as potential analysis. NCIM is based on the Current Injection Method in rectangular coordinates; it is defined directly in phase coordinates and uses in the solution process the NewtonRaphson method. The NCIM development had the proposal of represent the systems with many details since it was desirable and possible, thus more complete analysis could be realized. For that reason the component modeling was created based in the elements, as a result the methodology become very flexible, and the controls representation was done in an optimized way. As a consequence, the system dimension to be solved by the method is strictly necessary, and it is possible to model components with any number of conductors, in many configurations. It is possible to represent unbalances, mutual couplings, neutral conductors, groundings and the earth in an explicit manner, distributed generations, besides other characteristics. NCIM is shown to be efficient and computationaly robust, it can be used to analyze both balanced and unbalanced systems, radial or meshed, and can simulate the transmission, sub-transmission and distribution, including large-scale systems.
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SUMRIO
Captulo 1
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7
Introduo................................................................................................ 1
Consideraes Iniciais ............................................................................................... 1 Motivaes .................................................................................................................. 2 Reviso Bibliogrfica................................................................................................. 5 Objetivos do Trabalho............................................................................................. 12 Publicaes Relacionadas ao Trabalho.................................................................. 14 Estrutura do Trabalho ............................................................................................ 16 Convenes e Nomenclaturas Utilizadas ............................................................... 17
Captulo 2
2.1 2.2
2.2.1 2.2.2 2.2.3 2.2.4
2.3
2.3.1 2.3.2 2.3.3 2.3.4
2.3.4.1 2.3.4.2 2.3.5 2.3.6 2.3.6.1 2.3.6.2 2.3.6.3 2.3.6.4 2.3.6.5 2.3.7
2.4
vii
Captulo 3
3.1 3.2
3.2.1 3.2.1.1 3.2.1.2 3.2.1.3 3.2.1.4 3.2.2 3.2.2.1 3.2.2.2 3.2.2.3 3.2.2.4 3.2.2.5 3.2.3 3.2.3.1 3.2.3.2 3.2.4
Introduo .............................................................................................................. 112 Anlise de Caractersticas do Processo de Soluo do MICN ........................... 113
Sistema Base.....................................................................................................................114 Existncia de Mltiplas Solues ................................................................................115 Viabilidade das Solues .............................................................................................116 Influncia da Impedncia de Aterramento na Soluo.................................................118 Inicializao de Variveis e Trajetrias de Convergncia ...........................................123 Procedimentos Extras .......................................................................................................130 Procedimento para Inicializao de Variveis de Neutro ............................................132 Procedimento para Determinao de Diversas Solues .............................................133 Procedimento para Busca de Solues Viveis ...........................................................135 Procedimento para Inicializao de Variveis .............................................................136 Procedimento para Auxiliar o Processo de Convergncia ...........................................136 Anlise de Nmeros de Condicionamento........................................................................139 Embasamento Matemtico...........................................................................................139 Influncias de Nmeros de Condicionamento no MICN .............................................144 Anlise da Influncia da Relao R/X dos Alimentadores ...............................................145
3.3 3.4
3.4.1 3.4.2 3.4.3
Mtodo de Clculo de Fluxo de Potncia Utilizando o MICN ........................... 153 Comparao de Metodologias: MICN x FBS ...................................................... 154
Algoritmos de Soluo .....................................................................................................156 Teste e Tempos de Processamento Computacional ..........................................................157 Informaes Comparativas ...............................................................................................160
3.5
3.5.1 3.5.2 3.5.3
3.6 3.7
Mtodo para Clculo de Curto-Circuito Baseado no MICN ............................. 176 Concluses do Captulo ......................................................................................... 178
Captulo 4
4.1 4.2 4.3 4.4
4.4.1
Introduo .............................................................................................................. 182 Testes com o Sistema IEEE4................................................................................. 183 Representao de um Transformador com Conexo Scott T ............................ 202 Anlise de Incluso de Gerao Distribuda ....................................................... 203
Sistema Teste IEEE34 Original ........................................................................................204
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IEEE34 com Geradores de Induo..................................................................................204 Correo de Fator de Potncia no IEEE34 .......................................................................206 Outros Testes com o IEEE34............................................................................................213
Sistema de uma Concessionria Brasileira.......................................................... 217 Sistema NEV........................................................................................................... 223 Sistema NEV Circuito Simples ............................................................................. 232 Concluses do Captulo ......................................................................................... 247
Captulo 5
5.1 5.2
ix
Captulo 1
Introduo
qualidade de vida. E, a reestruturao sofrida pelo setor eltrico em muitos lugares, exigiu melhorias para a operao segura e eficiente dos sistemas. Como conseqncia destes fatores, as empresas tem buscado a otimizao de seus sistemas, de forma a cumprir com suas obrigaes, assegurar um grau sempre crescente de qualidade de energia aos seus consumidores, e ao mesmo tempo reduzir seus custos operacionais e as perdas, com objetivo final de aumentar seus lucros. E neste processo, surgem novos equipamentos e novas filosofias para a operao e para o planejamento, no mbito da gerao, da transmisso e da distribuio. So efetuadas mudanas estruturais nos sistemas e novas tecnologias so implementadas, onde hoje pode-se destacar como exemplo a automao e o controle em tempo real dos sistemas de distribuio e transmisso. Tudo isto reforado pela comprovada importncia da energia eltrica, tanto do ponto de vista econmico, de segurana e estratgico, determinam a necessidade de constantes melhorias nos procedimentos de operao, nos critrios e nos processos de planejamento, nos estudos, nos desenvolvimentos tecnolgicos e, conseqentemente, nas metodologias das ferramentas analticas desenvolvidas para utilizao no setor eltrico para auxiliar a execuo de todos os processos citados. Considera-se ento de grande relevncia os desenvolvimentos de ferramentas avanadas, com novos algoritmos e modelos para anlise dos sistemas eltricos.
1.2 Motivaes
Os sistemas eltricos possuem as mais variadas caractersticas. Na transmisso, uma vez que os principais troncos so transpostos, os efeitos causados pelos desequilbrios normalmente so desprezados. Assim, nas metodologias para anlise em regime permanente supe-se que o sistema trifsico opera em condies de equilbrio e adota-se uma modelagem monofsica (ou somente seqncia positiva) para resolver o problema. Essa aproximao no leva a grandes diferenas nos resultados, desde que os desequilbrios nos sistemas sejam pequenos. Porm, caso seja necessrio simular equipamentos com caractersticas especiais, como por exemplo as linhas de potncia natural elevada (LPNE), com configuraes assimtricas, ou para analisar curtocircuitos assimtricos, ou ainda para estudos de harmnicos, necessrio utilizar
modelos e mtodos que consigam tratar suas particularidades, e nestes casos a anlise monofsica insuficiente. A distribuio apresenta comumente caractersticas que geram considerveis desequilbrios entre as fases: cargas distribudas desequilibradas, assimetria nas linhas, circuitos monofsicos, bifsicos e trifsicos. Estas caractersticas, aliadas nolinearidade dos equipamentos na rede podem gerar considerveis correntes de retorno, tanto na freqncia fundamental quanto correntes harmnicas (BALDA et al., 1997). Essas correntes aumentam as tenses dos neutros e podem causar grandes fluxos de corrente pela terra e pelos cabos neutros sob condies normais de operao. Isso gera problemas de qualidade de energia, pode causar interferncia em sistemas de comunicao e equipamentos eletrnicos, aumenta as perdas nos sistemas, diminui a sensibilidade de equipamentos de proteo, gera falta de segurana para equipamentos e humana, e o desequilbrio dificulta a operao do sistema (PENIDO, 2004). Sabe-se que muitos desses problemas nos sistemas de distribuio podem ser mitigados pela utilizao de configurao apropriada, e por este motivo existe uma forte atividade no mundo no sentido de reexaminar e melhorar as prticas de configuraes destes sistemas (MELIOPOULOS et al., 1998). Com relao a configuraes utilizadas, em reas com alta densidade de carga, como por exemplo, os centros de algumas cidades, a topologia da rede de distribuio est se tornando fortemente malhada. Hoje a configurao trifsica a quatro condutores com mltiplo aterramento de neutro largamente adotada nos sistemas mais modernos, devido ao fato da mesma possuir um custo menor de instalao e uma maior sensibilidade para proteo de faltas quando comparada aos sistemas trifsicos a trs condutores (CHEN e YANG, 2001, SHORT et al., 2002). E existem ainda inmeras outras configuraes nos sistemas de distribuio. Apesar da grande utilizao de cabos neutros nos sistemas, na maioria dos programas para anlise e clculo de fluxo de potncia, seus efeitos so incorporados nas fases, utilizando-se uma aproximao com a reduo de Kron, ou so at mesmo negligenciados, para simplificar a simulao (CHEN e YANG, 2001). Alm disso, muitas vezes os aterramentos tambm no so considerados. Negligenciar os neutros e os sistemas de aterramento nas metodologias de clculo pode levar a resultados imprecisos ou at mesmo incorretos. Neste sentido, verificando-se as diversas configuraes existentes encontra-se ainda muitas demandas a serem incorporadas nas metodologias para anlise de sistemas
eltricos, como a representao de sistemas a cinco condutores, representao explcita das malhas de aterramento e retorno pelo solo, representao dos cabos para-raios, etc. Nos sistemas eltricos existem ainda equipamentos com configuraes das mais diversas. Como exemplos pode-se citar: os vrios tipos de transformadores, com tape central no delta aterrado, transformadores com defasagens angulares diferentes de +30o e -30o (como exemplo 7,5o graus) (PAICE, 1999); equipamentos com vrias fases (por exemplo os hexafsicos); e ainda equipamentos que possuem caractersticas de funcionamento especficas, determinadas por controles. Nestes casos a utilizao de modelos padres nas anlises pode levar a resultados insatisfatrios, sendo necessria uma modelagem melhor. Porm atualmente muitas metodologias s possuem os modelos padres e no conseguem tratar equipamentos diferentes. Analisando-se os vrios sistemas eltricos e seus equipamentos, a partir de alguns exemplos que foram relatados, pode-se verificar que os mesmos possuem uma grande variedade de configuraes, de caractersticas distintas de construo e de comportamento. Sabe-se que para a anlise e gerenciamento dos sistemas importante buscar a representao mais fiel e adequada, de acordo com o estudo ou procedimento a ser realizado, das vrias caractersticas das redes para melhorar a preciso dos resultados obtidos nas simulaes. As anlises que precisam ser feitas tambm so as mais variadas, apenas como exemplos pode-se citar: analisar o sistema quando as conexes dos alimentadores resultam em tenses e correntes desequilibradas que podem afetar negativamente os motores trifsicos ou sobrecarregar os transformadores; ou ainda, analisar corretamente situaes de falta no sistema, especialmente quando a conexo do transformador permite que as correntes de defeito no secundrio possam realimentar o primrio, dentre vrias outras situaes. E existem ainda anlises onde metodologias muito adequadas para sistemas de transmisso no devem ser utilizadas para sistemas de distribuio. Para atender a todos os aspectos mencionados preciso melhorar as metodologias, os modelos e as bases de dados utilizados nas ferramentas empregadas na anlise dos sistemas eltricos. A melhoria da base de dados bastante dependente da atuao das empresas do setor que aos poucos tm se conscientizado da importncia desta atividade, para suprir suas prprias necessidades de planejamento da expanso e da operao. J a melhoria das metodologias e dos modelos tem sido uma atividade constante principalmente entre os pesquisadores.
Dentre as ferramentas empregadas para anlise dos sistemas eltricos, os programas para clculo de fluxo de potncia so atualmente os mais utilizados. Na literatura pode-se encontrar inmeras metodologias e modelos desenvolvidos, alm de se verificar na prtica o uso de muitos programas diferentes. Suas utilizaes so determinadas pelos mais variados motivos, como facilidade de utilizao, necessidades de preciso do estudo, disponibilidade de dados e caractersticas do sistema a ser simulado. Uma tendncia o aumento da busca por qualidade nos resultados, ou seja, maior detalhamento exigido. Mas de maneira geral, o que se observa que existem vrias ferramentas com suas particularidades, e por causa destas particularizaes muitas vezes elas tm sua utilizao restringida a determinados sistemas eltricos. Considerando tudo o que foi descrito, v-se a necessidade e tem-se a motivao de continuar a desenvolver metodologias para anlise de sistemas eltricos, que sejam robustas computacionalmente, mas ao mesmo tempo flexveis para poderem ser empregadas nos mais variados tipos de sistema (equilibrados ou desequilibrados, monofsicos, bifsicos, trifsicos, possuindo cabos neutros ou no, radiais ou reticulados, com diversos tipos de aterramento, com gerao distribuda, etc) e cujos modelos tambm consigam representar satisfatoriamente as caractersticas dos diversos componentes dos sistemas (com qualquer quantidade de fases n fases, com mtuas ou no, com controles, com configuraes especiais, etc).
positiva) no permitem a obteno de resultados realsticos. Alm disso, para sistemas com relao R/X das linhas elevada, caracterstica comum aos sistemas de distribuio, o mtodo Desacoplado Rpido apresenta dificuldade de convergncia (ROYTELMAN, 1999). Para solucionar o problema de representao de sistemas desequilibrados, adotouse a formulao trifsica para o problema do fluxo de carga. Em WASLEY e SLASH (1974) e em BIRT, GRAFFY e MACDONALD (1976) foram apresentadas extenses trifsicas para os tradicionais mtodos descritos em TINNEY e HART (1967) e em STOTT e ALSAC (1974). Porm, os acoplamentos mtuos e a necessidade de constantes refatoraes da matriz Jacobiana na forma trifsica, tornaram estes mtodos na poca extremamente complexos (ROYTELMAN, 1999). Uma metodologia trifsica, especfica para sistemas de distribuio, foi descrita em KERSTING e MENDIVE (1976). Nesta formulao, explora-se a caracterstica radial de grande parte dos sistemas de distribuio, sendo a soluo do problema obtida adotando-se a teoria dos circuitos Ladder. Este mtodo, o qual consiste em varreduras sucessivas do n fonte em direo aos ns terminais e vice-versa, mostrou-se eficiente na soluo de sistemas radiais sem a presena de derivaes (ramos laterais). Contudo, para sistemas com ramificaes laterais, necessria a realizao de iteraes auxiliares para cada um destes ramos. Como os programas de fluxo de potncia trifsico demandavam esforos computacionais elevados, diversos pesquisadores optaram por algoritmos que utilizam modelagem de seqncia positiva. Assim sendo, em RAJICIC e BOSE (1988) apresentou-se um fluxo de carga desacoplado modificado, no qual utilizam-se tcnicas de compensao para solucionar os problemas causados por ramos onde a relao R/X elevada. Por considerar apenas seqncia positiva o mtodo no adequado para sistemas desequilibrados. Em SHIRMOHAMMADI et al. (1988) foi proposto um mtodo para soluo de sistemas radiais e fracamente malhados. Neste mtodo, o sistema primeiramente convertido em um sistema estritamente radial, sendo em seguida aplicado um procedimento que consiste na aplicao direta das leis de Kirchhoff em dois passos. No primeiro passo, partindo dos ns terminais em direo ao n fonte, calculam-se as correntes nos ramos (Backward Sweep). No segundo passo, partindo do n fonte em direo aos ns terminais, calculam-se as tenses nodais (Forward Sweep). Mtodos deste tipo so chamados Forward-Backward Sweep (FBS) ou Varredura. 6
Rotinas para soluo do fluxo de potncia em sistemas puramente radiais foram propostas em BARAN e WU (1989), CHIANG (1991) e em CSPEDES (1990). Em BARAN e WU (1989), para cada ramo do sistema determina-se trs equaes fundamentais que representam a potncia ativa, a potncia reativa e o mdulo da tenso, em seguida aplica-se o mtodo de Newton-Raphson. Verses desacopladas para este mtodo foram descritas em CHIANG (1991) e em CSPEDES (1990), onde fundamentados na pouca defasagem angular entre os ns adjacentes de um sistema de distribuio, os ngulos das tenses so desprezados, ou seja, considerou-se somente o mdulo da tenso. Porm os resultados obtidos pelas metodologias so aproximados. Uma formulao semelhante ao mtodo descrito em SHIRMOHAMMADI et al. (1988) foi apresentada em LUO e SEMLYEN (1990). Segundo seus autores a maior contribuio desse mtodo consiste na substituio da corrente complexa pelas potncias ativa e reativa como variveis. Tambm foi desenvolvida uma metodologia mais simples e adequada para a representao de barras do tipo PV. Em CHEN et al. (1991) uma formulao Zbus, onde o mtodo de Gauss aplicado, foi descrita. Aplicando o princpio da superposio, considera-se neste caso que a tenso em cada barra resultante de dois componentes: tenses especificadas para barras do tipo PV e injees de correntes para barras do tipo PQ. Em DAS et al. (1995), os mdulos das tenses nodais so escritos em funo do somatrio das potncias ativa e reativa das cargas e em funo do somatrio das perdas. Posteriormente, a partir do n fonte em direo aos ns terminais (Forward Sweep), determina-se a soluo do fluxo de carga. Com o decorrer dos anos, devido ao grande desenvolvimento da informtica, os engenheiros e pesquisadores voltaram a considerar as formulaes trifsicas. Uma anlise trifsica dos mtodos propostos em SHIRMOHAMMADI et al. (1988) e em LUO e SEMLYEN (1990), considerando anlise em tempo real, foi apresentada em CHENG e SHIRMOHAMMADI (1995). Porm, segundo a prpria discusso desse artigo, os algoritmos baseados na tcnica de varredura tendem a divergir para sistemas que possuem barras do tipo PV e malhas. Um algoritmo trifsico desacoplado, explorando a caracterstica radial dos sistemas de distribuio, no qual um esquema de ordenao dos ramos laterais aplicado visando reduo do nmero de equaes descrito em ZIMMERMAN (1995). Contudo, esse trabalho deficiente na representao de outras unidades de gerao. 7
Em GARCIA e ZAGO (1996) apresentou-se uma nova formulao trifsica desacoplada baseada na teoria descrita em MONTICELLI et al. (1990). Nesse mtodo, o clculo das correes dos ngulos e das tenses (matrizes B e B) se d de forma diferenciada das demais formulaes desacopladas, sendo a metodologia proposta mais eficiente. Em ZHANG e CHENG (1997) a estrutura radial dos sistemas de distribuio explorada e a matriz Jacobiana expressa pelo produto UDUt, onde U uma matriz triangular superior constante e D uma matriz diagonal cujos elementos so atualizados a cada iterao. Em MIU et al. (1997) as equaes das perdas de potncia, tenso e fluxo de corrente nos ramos so escritas de forma explcita. Posteriormente adota-se um procedimento tipo varredura para determinao da soluo do fluxo de carga. Porm, como comum em muitos trabalhos que adotam esse tipo de procedimento, barras PV no so representadas. Uma formulao trifsica onde a matriz Jacobiana colocada na forma complexa descrita em NGUYEN (1997). Contudo adota-se algumas simplificaes onde a variao da tenso desconsiderada para o clculo dos resduos de potncia complexos o que pode causar dificuldades de obteno da convergncia. Formulaes que adotam o mtodo de Newton-Raphson e so baseadas nas equaes de injeo de corrente foram apresentadas em LIN et al. (1999) e em MOON et al. (1999). Porm, esses mtodos no permitem a incluso de barras do tipo PV e as simplificaes adotadas no permitem a representao de equipamentos de controle. Em TENG (2003) so desenvolvidas duas matrizes bus-injection to branchcurrent e branch-current to bus-voltage, que so utilizadas para se obter solues de fluxo de potncia por meio de multiplicao simples de matrizes. Este mtodo utilizado apenas para sistemas com estrutura radial ou fracamente malhada, e assim, pode-se evitar o tempo consumido em fatorao LU e na soluo da matriz Jacobiana ou da matriz admitncia de barras, requerida nos mtodos tradicionais. Porm, reduz a utilidade do algoritmo a apenas determinados sistemas, radiais ou fracamente malhados. Existem diversas configuraes para sistemas trifsicos. Em SHORT et al. (2002) simulado e construdo um sistema de distribuio a cinco condutores. J em WARD et al. (2003) realizada uma anlise de sistemas de distribuio a cinco condutores, comparando-se suas caractersticas com as dos sistemas a quatro condutores, mostrando as configuraes mais adequadas para cada caso. 8
Em BIJWE e KELAPURE (2003) apresentado um mtodo de fluxo de potncia intitulado no-divergente, onde se utiliza a matriz Jacobiana constante, nas verses acoplado e desacoplado rpido, utilizando multiplicadores timos aplicados ao ajuste dos passos de iterao. O mtodo no trata sistemas trifsicos desequilibrados e, devido s suas caractersticas, o processo converge em um nmero elevado de iteraes. Em CIRIC et al. (2003) proposto um algoritmo de fluxo de potncia para redes radiais de distribuio trifsicas, a quatro condutores, considerando aterramento de neutro, baseado na tcnica FBS. Neste algoritmo uma vantagem que tanto o fio neutro quanto o solo so explicitamente representados. Porm, mtodos baseados em tcnica de varredura, como o FBS, no se comportam bem quando aplicados a sistemas reticulados e apresentam dificuldade de convergncia em alguns casos. A preocupao com a representao explcita dos cabos neutros e dos aterramentos dos sistemas um tema atual e com grande destaque na literatura. Um exemplo BALDA et al. (1997) que apresenta vrios problemas reais de correntes de neutro e mtodos eficazes de medio destas grandezas. Em KERSTING (2004a) demonstrado um procedimento para calcular as correntes de neutro e de aterramento, bem como as perdas associadas. Como ele utiliza um fluxo de potncia trifsico sem a representao explcita do neutro, torna-se necessrio usar uma aproximao com a reduo de Kron na representao das linhas. Vrias anlises relacionadas ao tipo de aterramento dos sistemas trifsicos a quatro condutores so apresentadas em OKA et al. (2002) e CHANG et al. (2003). Sendo que CHANG et al. (2003) analisa como as cargas desequilibradas, as conexes de bancos de transformadores, o defeito em bancos de capacitores e os circuitos utilizados para roubo de energia contribuem para o aumento da corrente de neutro. Em CHEN e YANG (2001) foi proposto no um algoritmo de fluxo de potncia, mas um programa de simulao de redes utilizando o PSpice para Windows, que usando modelos equivalentes representa e simula o sistema de distribuio, podendo ser utilizado para analisar os desequilbrios, mas limitado a sistemas pequenos. Em ZHANG et al. (2005) apresentado um algoritmo de fluxo de potncia trifsico continuado para analisar os problemas de estabilidade de tenso em sistemas desbalanceados. Mostra-se que as curvas PV dos sistemas trifsicos desbalanceados no seguem os mesmos padres que as curvas PV dos sistemas balanceados ou considerando seqncia positiva.
Em TONG e MIU (2005) so revistos os conceitos das barras PV para acomodar as geraes dispersas em sistemas de distribuio desequilibrados e remodelado o conceito de fatores de participao para distribuir as perdas entre os geradores durante o clculo do fluxo de potncia. Um algoritmo trifsico que se baseia em desacoplamento entre as componentes de seqncia apresentado em ABDEL-AKHER et al. (2005), onde a parcela do problema relacionado com as componentes de seqncia positiva solucionada utilizando o mtodo de Newton e as componentes de seqncia negativa e zero por soluo direta de sistemas (I=YV). Apesar dos seus autores afirmarem que o mtodo mais robusto e eficiente que os mtodos baseados em coordenadas de fase, vrias questes no so resolvidas, entre elas: situaes onde no ocorre desacoplamento entre as seqncias, como representar ramais monofsicos e bifsicos, diferenas encontradas nos resultados quando comparados com aqueles dos casos base, alm de considerarem vrias simplificaes. Novas metodologias baseadas em ferramentas de otimizao e tcnicas inteligentes para a soluo do problema do fluxo de potncia vm sendo propostas na literatura. Em BIJWE e RAJU (2006) modelado um fluxo de potncia para sistemas desequilibrados utilizando lgica fuzzy para tratar as incertezas dos dados de entrada, mas os autores indicam que o mtodo desenvolvido s pode ser utilizado em sistemas radiais ou fracamente malhados, e ainda no apresenta um bom desempenho computacional. Em 2006, em vrios artigos apresentados no General Meeting de 2006 do IEEE, dentre eles ASSIS et al. (2006), KEANE e OMALLEY (2006), PRATA (2006), KASHEM et al. (2006), observou-se uma preocupao em obter metodologias que possam ser utilizadas para avaliar os impactos da gerao distribuda nos sistemas de distribuio. Cada artigo apresenta normalmente soluo para um determinado aspecto do problema. Em 2007 notou-se especial interesse em ferramentas de anlise de sistemas que possam representar e simular mais detalhes, permitindo anlises mais apuradas de determinadas situaes, especialmente na distribuio. Isto pode ser verificado em trabalhos como por exemplo MIU e CARNEIRO JR. (2007), SMITH et al. (2007), MCDERMOTT (2007), SHODER e FELIACHI (2007), DUGAN (2007). Como se pode observar, muitas metodologias tm sido propostas para analisar os sistemas e para resolver o problema de fluxo de potncia, e nos ltimos anos tem se 10
dado nfase s metodologias trifsicas, que so essenciais especialmente para utilizao em sistemas de distribuio, por causa de sua natureza desequilibrada. A anlise multifsica tem ganhado fora principalmente devido ao interesse de conectar gerao distribuda ao sistema de distribuio, alm de ser til na anlise harmnica, e para tantos outros estudos, e de maneira geral o meio para verificar como as caractersticas dos equipamentos influenciam no desequilbrio e vice-versa, para que os sistemas possam ser corretamente analisados. O mtodo FBS tem sido mais utilizado pela maioria dos autores, devido a ser considerado de bom desempenho e simples de implementar. Entretanto, pode requerer um grande nmero de iteraes para condies de carga pesada e especialmente quando equipamentos de controle e gerao distribuda esto presentes no sistema (ARAUJO et al., 2006a e 2006b). O FBS tambm apresenta limitaes para resolver sistemas no radiais (malhados). Caractersticas adicionais tm sido incorporadas em alguns algoritmos que utilizam FBS para superar estas dificuldades (LUO e SEMLYEN, 1990, ZHU e TOMSOVIC, 2002, STOICESCU et al., 2002, XIAO et al., 2006, WANG et al., 2004), mas na maioria dos casos o esforo computacional aumenta consideravalmente, e a convergncia nem mesmo atingida em alguns casos (ARAUJO et al., 2006a e 2006b). Em COSTA et al. (1999) foi desenvolvida inicialmente uma metodologia para sistemas em EAT e UAT baseada no mtodo de injeo de correntes, que se mostrou 30% mais rpida que o mtodo de Newton-Raphson convencional. Baseando-se nesta idia, em seguida foi proposta por GARCIA et al. (2000) uma formulao que tambm utiliza as equaes de injees de correntes, porm em cada fase, que so escritas em coordenadas retangulares, o que resulta numa matriz Jacobiana formada por blocos (de dimenso 6 x 6) muito prxima da matriz admitncia de barras. Esta metodologia para clculo de fluxo de potncia foi denominada Mtodo de Injeo de Correntes Trifsico MICT. Outros desenvolvimentos foram feitos no MICT para possibilitar a representao de equipamentos de controle (GARCIA, 2001, GARCIA et al., 2001, GARCIA et al., 2004). Novas rotinas muito eficientes foram desenvolvidas para realizar ordenao e fatorao das matrizes (ARAUJO, 2000), as quais foram incorporadas no processo de soluo, e assim o MICT tornou-se competitivo com o FBS at mesmo para sistemas puramente radiais e tem se mostrado mais robusto computacionalmente para sistemas malhados, bem como na presena de equipamentos de controle (ARAUJO et al., 2007). 11
Entretanto, o MICT, em sua modelagem, utiliza uma considerao que vlida apenas para sistemas equilibrados ou solidamente aterrados em todas as barras: considera as tenses de neutro sempre nulas em todas as barras do sistema. Sabe-se que esta considerao incorreta para a maioria dos sistemas desequilibrados, logo ao utilizar o MICT para solucion-los o que se obtem so resultados aproximados. E o MICT tambm no permite a representao de aterramentos e condutores neutros. Alm disso, sua implementao apresenta deficincias na representao de transformadores e cargas em delta. Com o objetivo de eliminar as aproximaes do MICT e melhorar a modelagem, utilizando-se a mesma filosofia, foi criado o Mtodo de Injeo de Correntes a Quatro Condutores - MICQ (PENIDO, 2004; PENIDO et al., 2004a e 2004b), que acrescenta a representao do quarto condutor, possibilitando valores diferentes de zero para tenses de neutro. Este mtodo permite o clculo direto de tenses e correntes nas fases bem como nos cabos neutros. Tambm foram desenvolvidas formas de representar aterramentos de neutros e foram modelados alguns equipamentos do sistema a quatro condutores. Nesta formulao, a matriz Jacobiana composta por blocos de dimenso 8 x 8, e sua estrutura esparsa.
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determinados sistemas, com caractersticas diferentes, principalmente bastante desequilibrados. A idia do subcomit estimular a melhoria dos mtodos preparandoos para as novas necessidades, como por exemplo, modelar melhor a gerao distribuda, representar os diversos tipos de controles, e permitir anlises mais complexas dos sistemas. Ao tentar realizar estas tarefas encontrou-se dificuldades e at mesmo limitaes no MICQ, especialmente por causa de sua estrutura blocada, onde todo componente gera blocos de dimenso fixa 8 x 8 para a matriz Jacobiana, mesmo quando o equipamento no possui os quatro ns (relativos as fases a, b, c e neutro), e tambm os controles precisam ser definidos nesta estrutura blocada, o que aumenta muito, sem necessidade, a dimenso do sistema a ser solucionado e pode dificultar a convergncia devido ao tratamento matemtico necessrio. E ainda, com o MICQ no se consegue, sem a utilizao de artifcios, representar componentes que tenham mais de quatro ns. A partir da, teve-se a idia de desenvolver uma metodologia para anlise de sistemas eltricos, utilizando-se tambm o mtodo de injeo de correntes, mas que fosse mais flexvel, sem a estrutura fixa de blocos, para solucionar sistemas com equipamentos com n condutores. Neste caso, a modelagem de cada componente geraria apenas as contribuies dele, de acordo com os ns em que est conectado, representando apenas o que existente, e os controles tambm acrescentariam apenas as equaes necessrias. Assim, a dimenso do sistema a ser solucionado seria a estritamente necessria e poder-se-ia modelar componentes com qualquer nmero de condutores, com as mais diferentes configuraes. A metodologia proposta mais otimizada e flexvel permitindo inclusive a sua utilizao (sem alteraes nos cdigos do programa) tambm para formulaes puramente monofsicas, reduzindo-se consideravelmente os custos de manuteno, de desenvolvimento e testes do programa computacional. importante ressaltar que se considera o MICQ como uma metodologia que j apresenta muitas caractersticas boas e algumas vantagens, quando comparado com outros mtodos existentes. Assim, muito importante que ao desenvolver a nova metodologia, todas as boas caractersticas j observadas sejam mantidas, as quais somadas as melhorias propostas gerem um mtodo melhor para anlise dos sistemas eltricos de potncia. Algumas caractersticas boas do MICQ que considera-se importante manter so: formulao direta em coordenadas de fase; aplicao do mtodo de injeo de correntes em coordenadas retangulares, aproveitando sua estrutura esparsa 13
semelhante a da matriz admitncia nodal; representao explcita de cabos neutros e aterramentos quando existentes; aplicao tanto para sistemas radiais quanto malhados; utilizao do mtodo de Newton-Raphson na soluo do sistema de equaes; possibilidade de modelar acoplamentos mtuos e desequilbrios; dentre outras. Portanto, resolveu-se focar este trabalho no desenvolvimento de uma nova metodologia para anlise de sistemas eltricos, o Mtodo de Injeo de Correntes a N Condutores - MICN, buscando incorporar as caractersticas descritas nos trs pargrafos anteriores, bem como modelar equipamentos e controles que ainda no haviam sido desenvolvidos, incluindo modelos para gerao distribuda. Deseja-se que o MICN possa ser utilizado para fazer diversas anlises nos sistemas, dentre elas o clculo do fluxo de potncia, anlise de desequilbrios e estudos de impactos de gerao distribuda. Pretende-se que a metodologia desenvolvida seja eficiente e robusta computacionalmente e que o mtodo seja de aplicao bem geral, podendo ser utilizado para anlise de sistemas equilibrados ou desequilibrados, para sistemas radiais ou reticulados, com cargas ou ramais monofsicos, bifsicos e trifsicos, podendo ser utilizado em sistemas de transmisso, subtransmisso e distribuio, inclusive sistemas de grande porte. Com relao implementao computacional, o MICN foi desenvolvido em MATLAB.
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Induction Machines, Panel on Induction Machine Modeling for Distribution System Analysis, 2006 IEEE PES General Meeting, Montreal, Quebec, Canada, Junho. ARAUJO, L. R., PENIDO, D. R. R., CARNEIRO JR., S., PEREIRA, J. L. R., GARCIA, P. A. N., 2006, Comparaes entre o Mtodo de Injeo de Correntes Trifsicas e o Forward/Backward Sweep em Grandes Sistemas de Distribuio, Simpsio Brasileiro de Sistemas Eltricos 2006, Campina Grande, Paraba, Brasil, Julho. ARAUJO, L. R., PENIDO, D. R. R., CARNEIRO JR., S., PEREIRA, J. L. R., GARCIA, P. A. N., 2006, A Comparative Study on the Performance of TCIM Full Newton versus Forward-Backward Power Flow Methods for Large Distribution Systems, 2006 IEEE Power Systems Conference & Exposition, Atlanta, Georgia, Estados Unidos, Outubro. ARAUJO, L. R., PENIDO, D. R. R., CARNEIRO JR., S., PEREIRA, J. L. R., GARCIA, P. A. N., 2007, A Study on the Performance of TCIM Full Newton Power Flow for Large Distribution Systems, 19th International Conference on Electricity Distribution CIRED, Viena, ustria, Maio. PENIDO, D. R. R., ARAUJO, L. R., CARNEIRO JR., S., PEREIRA, J. L. R., GARCIA, P. A. N., 2007, Power Factor Correction on Distribution Networks Including Distributed Generation, 2007 IEEE PES General Meeting, Tampa, Flrida, Estados Unidos, Junho. PENIDO, D. R. R., ARAUJO, L. R., CARNEIRO JR., S., PEREIRA, J. L. R., GARCIA, P. A. N., 2007, Three-phase Power Flow Based on Four-Conductor Current Injection Method for Unbalanced Distribution Networks, aceito para publicao na revista IEEE Transactions on Power Systems. PENIDO, D. R. R., ARAUJO, L. R., CARNEIRO JR., S., PEREIRA, J. L. R., 2008, Solving the NEV Test Case Using the Current Injection Full-Newton Power Flow, Advances in Distribution System Analysis Panel, 2008 Transmission and Distribution Conference and Exposition, Chicago, Abril. PENIDO, D. R. R., ARAUJO, L. R., CARNEIRO JR., S., PEREIRA, J. L. R., 2008, Solving the Single-circuit NEV Test Case Using the Current Injection FullNewton Power Flow, Stray Voltage Analysis Panel, 2008 IEEE PES General Meeting, Pittsburgh, Junho.
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Tipo de escrita Minscula em itlico Maiscula em itlico Minscula em negrito Maiscula em negrito
Exemplo x X x X
Todos os vetores so considerados como vetores colunas. Um vetor linha representado pelo transposto de um vetor coluna (Exemplo: ct). Na tabela a seguir apresenta-se os smbolos utilizados para designar funes ou operaes, com seus respectivos significados.
Significado Matriz transposta de A Conjugado do complexo X Valor absoluto (mdulo) do complexo X Valor absoluto (mdulo) do complexo X Argumento (ngulo) em radianos do complexo X. Parte real do complexo X Parte real do complexo X Parte imaginria do complexo X Parte imaginria do complexo X
) )
Im subscrito
XIm
Im( X )
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A seguir so mostrados os smbolos mais freqentes utilizados para designar variveis, grandezas ou entidades matemticas.
Smbolo 0 a A
Exemplo 0 a A
Matriz de transformao de componentes simtricas Complexo unitrio, igual a uma das razes quadradas de -1 (a raiz positiva), ou seja, j = + 1
C L R, r X, x Z, z G, g B, b Y, y v i
C L R, r X, x Z, z G, g B, b Y, y v i
Capacitncia Indutncia Resistncia Reatncia Impedncia (z=r+jx) Condutncia Susceptncia Admitncia (y=g+jb) Mdulo da tenso Mdulo da corrente ngulo em radianos Tenso complexa V = ve j Tenso entre o n k e a referncia Tenso entre os ns k e m Corrente complexa I = ie j Contribuio de injeo de corrente de elemento conectado entre o n k e a referncia, corrente no sentido saindo do n k Contribuio de injeo de corrente de elemento conectado entre os ns k e m, corrente no sentido saindo do n k Potncia ativa
V Vk Vkm I
V Vk Vkm I
Ik
Ik
Ikm P
Ikm P
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Q S T s
Q S T s
x
Potncia reativa Potncia aparente (S=P+jQ) Conjugado, Torque Escorregamento de mquina de induo Pequeno desvio de uma varivel Matriz Jacobiana Vetor indepedente Vetor de injees de correntes Vetor de tenses nodais Vetor das variveis de estado
J f I V z
J f I V f(z), z
As derivadas de funes complexas em relao aos parmetros reais x podem ser calculadas diretamente utilizando-se as seguintes propriedades (1.1):
f Re[ f ] = Re x1 x1 f Im[ f ] = Im x1 x1
(1.1)
(1.2)
As derivadas matriciais de primeira ordem em relao a uma varivel x1 so dadas por (1.3):
f1,1 x 1 f F 2,1 x = x1 1 M f m,1 x 1 f1, 2 x1 f 2, 2 x1 f m, 2 x1 f1,n x1 f 2,n x1 O f m,n x1 L
(1.3)
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Tambm definido que a diferenciao de uma funo complexa conjugada em relao a uma varivel real igual ao valor conjugado da diferenciao da funo complexa em relao a varivel real, conforme apresentado em (1.4).
f ( x1 , x 2 , L , x n ) f ( x1 , x 2 , L , x n ) = x1 x1
*
(1.4)
Neste trabalho ser utilizado o termo n para denotar qualquer ponto do sistema eltrico, onde se pode determinar a tenso eltrica utilizando o MICN. J o termo barra ser utilizado de uma maneira mais geral, para representar, por exemplo, um poste inteiro do sistema de distribuio, ou uma torre de transmisso, onde podem existir diversos ns. Assim, uma barra qualquer do sistema pode ter n ns, por exemplo, quatro ns, um n para cada fase (a, b, c) e um n para o neutro.
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Captulo 2
2.1 Introduo
Ao desenvolver uma ferramenta para aplicao em anlise de sistemas eltricos, existem duas etapas que merecem especial ateno: a primeira o processo de soluo em si, ou seja, a metodologia de clculo, e a segunda a definio e o equacionamento dos modelos que sero utilizados para representar os componentes do sistema. Os modelos formam a base sobre a qual os clculos sero realizados e, dependendo do propsito da metodologia ou do estudo a ser realizado, deve-se defini-los da forma mais adequada para cada caso. Desde o surgimento dos primeiros mtodos para soluo de sistemas, durante o processo de desenvolvimento muitas vezes esbarrava-se em limitaes, como a falta de dados para os modelos ou at mesmo limites de processamento computacional, e por isso simplificaes eram efetuadas e outros tantos artifcios eram criados para sobrepor estas dificuldades. Por exemplo, considerava-se o sistema suficientemente equilibrado e resolvia-se apenas a seqncia positiva, e neste caso eram necessrios apenas os modelos equivalentes de seqncia positiva dos equipamentos. Pode-se citar o mtodo das componentes simtricas to largamente utilizado para soluo de sistemas desequilibrados, que foi criado para sobrepor limitaes computacionais de simulao. E tambm a falta de dados nas empresas contribua para a utilizao de modelos apenas equivalentes monofsicos. Porm, mesmo com tantas simplificaes, vrios modelos e mtodos foram e ainda continuam sendo amplamente e satisfatoriamente utilizados, pois os nveis de detalhamento e preciso requeridos nos resultados tambm dependem das necessidades dos estudos. Assim, considera-se que todos os mtodos de soluo possuem seu valor e importncia, sendo necessrio saber onde empregar cada um. Atualmente ainda existem limitaes para melhorar a modelagem, o que provavelmente sempre ocorrer, uma vez que se busca cada vez mais construir modelos mais complexos com caractersticas mais prximas das reais. Hoje algumas modelagens so limitadas principalmente devido falta de dados nas empresas, porm este fator aos poucos tem sido superado pela mudana de cultura, as empresas esto se dando conta da importncia de terem uma base de dados integrada e consistente e esto partindo para 21
sua construo. J a limitao de processamento computacional que antes era forte no existe mais, possibilitando que se utilize nas simulaes modelos mais completos para os elementos e mtodos que antes eram considerados computacionalmente pesados. Dois exemplos so a soluo de fluxo de potncia nas prprias coordenadas de fase, que uma tendncia atual, e a utilizao dos valores reais das grandezas nas simulaes, ao invs do sistema p.u.. fato que quanto mais detalhados os modelos, incorporando as caractersticas reais dos equipamentos, melhores tendem a ser os resultados obtidos nas simulaes. Porm, como j citado, este nvel de detalhamento pode ser limitado pela disponibilidade dos dados ou at mesmo pelo grau de preciso necessrio no estudo em questo. Assim uma idia interessante seria desenvolver modelos bastante completos para os equipamentos, mas possibilitar tambm suas simplificaes, de forma a atender todas as situaes. Isto ser uma das bases da metodologia aqui proposta para anlise de sistemas a n condutores.
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elemento (por exemplo, eliminaes de equaes por big numbers quando o elemento no possui todas as fases). Porm, nem sempre os componentes presentes nos sistemas eltricos so trifsicos, e muitos no possuem neutros, ou muitas vezes o que se deseja exatamente determinar como o sistema vai operar quando um equipamento no tem determinada fase, ou a mesma est defeituosa (como por exemplo um banco de capacitores operando com uma fase queimada) para determinar a corrente de desequilbrio, mas mesmo nestes casos a estrutura a ser resolvida no MICQ sempre a completa. Portanto, os modelos geram matrizes de dimenso pr-definida, conseqentemente elevando, sem necessidade, a dimenso do sistema a ser resolvido. Alm disso, no MICQ, a estrutura fixa dos blocos nos modelos gera dificuldades e at mesmo limitaes na representao de alguns componentes do sistema. Por exemplo, existem barras onde pode ser necessrio representar mais do que quatro ns, como exemplo cinco ns, trs para as fases, um para o n neutro e um para um aterramento, ou ainda, pode-se precisar representar explicitamente cabos pra-raios ou o solo. Sem artifcios ou aproximaes no possvel fazer estas modelagens no MICQ. A idia proposta neste trabalho, utilizada para desenvolver uma metodologia para anlise de qualquer sistema eltrico, com n condutores, chamada Mtodo de Injeo de Correntes a N Condutores (MICN), tambm baseada no mtodo de injeo de correntes, que todos os ns do sistema sejam tratados de forma individualizada, representando apenas o que realmente existe de cada componente. Assim, os modelos no geram blocos de dimenses pr-definidas e representam estritamente o necessrio, contribuindo para a otimizao do processo de soluo j que o sistema a ser resolvido pelo mtodo proposto ter conseqentemente a dimenso estritamente necessria. Esta nova estrutura, mais livre, facilita a formao dos modelos, especialmente de equipamentos com configuraes diferentes. Esta nova metodologia desenvolvida para ser utilizada em qualquer tipo de sistema eltrico, radial ou malhado, equilibrado ou no, e capaz de tratar sistemas monofsicos, bifsicos e/ou trifsicos, com qualquer combinao de configuraes. Assim, os modelos de componentes deste trabalho so definidos seguindo estes propsitos. O tipo da formulao utilizada baseado em ARAUJO (2005), onde as equaes de injeo de correntes so trabalhadas at certo ponto com variveis em sua forma complexa.
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Procura-se assim desenvolver uma metodologia bastante completa, flexvel para representar as vrias caractersticas dos componentes, otimizada em termos de processamento, bastante robusta e eficiente.
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(HORTON, 1999), onde cada elemento um mdulo, separado, com todas as suas atribuies e funes. Seja, por exemplo, um elemento genrico apresentado na Figura 2.1, conectado entre os ns k e m do sistema, que tem impedncia zkm, e admitncia ykm igual a 1/zkm.
Segundo as consideraes anteriores este elemento gera uma contribuio de injeo de corrente para o n k e uma para o n m, que podem ser definidas pelas equaes (2.1) e (2.2) respectivamente.
I km = y km Vk Vm
) )
(2.1)
I mk = y km Vm Vk
(2.2)
(2.3)
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2) Solucionar o conjunto de equaes no-lineares, encontrando as variveis de estado do sistema. No caso utiliza-se o Mtodo de Newton-Raphson que um mtodo iterativo para resolver um conjunto de equaes f(z)=0, onde f possui derivadas de primeira ordem contnuas. Este algoritmo bastante utilizado pelo seu timo desempenho computacional. A expresso matemtica do sistema (2.3) linearizado, escrito de forma matricial, dada por (2.4):
J (z )z = f (z )
(2.4)
das equaes de injeo de corrente, e na convergncia do processo iterativo todos os seus elementos tm que ser muito prximos de zero, sendo ento denominados resduos. Neste trabalho optou-se por no utilizar a denominao resduo de corrente.
z o vetor dos incrementos das variveis de estado.
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z = J(z) 1 f(z)
z k +1 = z k + z
Figura 2.2 Algoritmo do mtodo de soluo do MICN
Neste trabalho, assim como em desenvolvimentos anteriores do MICT (GARCIA, 2001) e do MICQ (PENIDO, 2004), as equaes so escritas em coordenadas retangulares, utilizando-se como principais variveis de estado as partes real e imaginria das tenses nodais (fase-referncia), alm de outras variveis, e separa-se as equaes de injeo de correntes em partes real e imaginria;
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O tratamento inicial das equaes de injeo de correntes feito com as variveis em forma complexa obtendo maior simplicidade e desempenho computacional, baseando-se no que foi feito em ARAUJO (2005);
A convergncia verificada pelos elementos do vetor independente (alguns destes elementos so resduos de corrente e sua utilizao na verificao da convergncia pode ser feita sem nenhuma perda de preciso quando comparada com a verificao por meio de resduos de potncia);
A matriz Jacobiana (composta de derivadas de primeira ordem) tem uma grande quantidade de termos nulos ou constantes no MICN, devido utilizao da base do Mtodo de Injeo de Correntes em coordenadas retangulares, o que uma boa caracterstica, uma vez que a ordem do sistema a ser resolvido pode ser elevada, e neste caso torna-se importante a utilizao de tcnicas de esparsidade para a soluo dos sistemas de equaes;
muito importante utilizar um mtodo robusto no processo de soluo, especialmente quando se pretende considerar nos sistemas a modelagem de neutros e aterramentos, pois nestes casos os modelos dos componentes ficam mais complexos e a convergncia da maioria dos mtodos muitas vezes fica mais complicada (CHEN e YANG, 2001). Por isso optou-se por utilizar o mtodo de Newton-Raphson, sendo que o mesmo apresenta propriedade de convergncia quadrtica perto do ponto de soluo. Porm uma caracterstica deste mtodo a necessidade de inicializar bem as variveis antes do processo iterativo para convergir para um ponto de soluo do sistema. Esta questo ser analisada no Captulo 3 deste trabalho.
2.2.4 Observaes
Neste ponto ressalta-se alguns aspectos relativos ao trabalho e ao MICN que se considera importantes: 1) Alguns dos modelos utilizados neste trabalho j existiam, no foram recriados para esta metodologia, apenas adaptados, a maioria formada simplesmente a partir das equaes de correntes sobre os ramos. A maneira na qual eles so utilizados no MICN
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que diferente. Vrios modelos foram melhorados e outros foram criados neste trabalho para serem utilizados na metodologia de injeo de correntes. 2) Os modelos de componentes neste trabalho no geram contribuies matriciais com dimenses pr-definidas para o sistema de soluo. Cada componente gera somente as contribuies dos elementos que o compem. 3) A montagem matricial das equaes para o processo de soluo realizada elemento por elemento, de acordo com as suas contribuies e as posies relativas aos ns nos quais est conectado. 4) Devido estrutura de montagem desenvolvida neste trabalho para as equaes de soluo, torna-se mais fcil definir os modelos de equipamentos, por mais diferentes que sejam suas configuraes, uma vez que a montagem pode ser feita pelos elementos que o compem, independentemente do nmero de ns a que o componente esteja conectado, ou seja, cada componente pode ter n fios. Por esse motivo, no h necessidade nesta metodologia de se ter prvia definio se o modelo trifsico, bifsico ou monofsico, ou at possuir mais ramos, podendo o sistema a ser resolvido ter equipamentos de todas estas caractersticas ao mesmo tempo. A matriz formada para ser utilizada no processo de soluo, automaticamente refletir as corretas caractersticas do sistema, no havendo necessidade, por exemplo, de posterior eliminao de equaes (por exemplo com big numbers) relativas a fases inexistentes em determinados componentes monofsicos ou bifsicos, conforme foi feito em GARCIA (2001) e PENIDO (2004). E ainda, como apenas os elementos realmente existentes so representados, a matriz de soluo fica com a dimenso estritamente necessria. 5) Assim como em ARAUJO (2005), as equaes de todos os ns do sistema so construdas, e no se utiliza daqueles j conhecidos artifcios de prvia eliminao de equaes devido aos tipos de barras, por exemplo, barras PV, barras V. Todas as equaes de injees de correntes dos ns, em conjunto com as equaes de controle, formam o sistema a ser resolvido no processo iterativo, at o alcance da soluo. 6) A determinao das fases nos ns feita a partir das ligaes com os outros componentes do sistema, para a metodologia proposta um n apenas um ponto de conexo entre dois elementos, independente da fase. 7) Exceto em situaes que se informe ao contrrio, neste trabalho o solo ser considerado ideal ou j ter seu efeito embutido nos parmetros das linhas, e assim toda a terra ser a referncia de tenso no MICN. 29
Ento para o MICN necessrio definir para cada componente do sistema eltrico:
Suas contribuies de injees de corrente para todos os ns em que est conectado; Suas contribuies para a matriz Jacobiana e para o vetor independente do mtodo de soluo de Newton-Raphson, a partir das contribuies de injees de corrente j determinadas;
E seus controles, se for o caso. Estas definies formam o modelo de cada componente para o MICN, e sero
apresentadas nas prximas sees para os principais equipamentos dos sistemas eltricos de potncia. Ressalta-se que os modelos sero aqui definidos com certo grau de detalhamento, de forma a facilitar a compreenso, mas de tal maneira que na prtica possam ser simplificados dependendo da necessidade. Neste captulo, nas definies das contribuies para a matriz Jacobiana de todos os componentes, apenas para melhor entendimento, as equaes correspondentes s parcelas das injees de corrente em cada n, geradas pelo elemento em questo, sero grafadas esquerda da matriz, e acima da matriz Jacobiana sero grafadas as variveis de estado em relao s quais estas equaes foram derivadas.
2.3.1 RLC
Existem diversos equipamentos nos sistemas eltricos que podem ser modelados por elementos contendo apenas resistncias, indutncias e/ou capacitncias (elementos RLC), conectados das mais diversas maneiras, que sero chamados aqui de componentes RLC. Estes podem estar em srie ou em paralelo com outros componentes do sistema. Podemos citar como exemplos de componentes com estas caractersticas os
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capacitores em derivao para correo de fator de potncia, os capacitores srie para compensao de reatncia de linha e os filtros de harmnicos.
Contribuies de injeo de corrente
Cada elemento RLC do componente pode ser conectado entre dois ns (k e m) ou entre um n (k) e a terra. Na primeira possibilidade o elemento gera contribuies de injees de corrente para cada n, as quais so calculadas segundo as equaes (2.5) e (2.6).
I km,rlc = y km Vk Vm I mk ,rlc = y km
m
( (V
Vk
) )
(2.5) (2.6)
Caso o elemento RLC esteja conectado entre o n k e a terra (referncia) este gera contribuio de injeo de corrente apenas para o n k conforme (2.7).
I k ,rlc = y k Vk
( )
(2.7)
Os elementos RLC do componente podem ser conectados em diversas configuraes como, por exemplo, estrela aterrada (Figura 2.3) ou delta (Figura 2.4), formando vrios tipos de componentes RLC.
31
interessante notar que na metodologia proposta neste trabalho no so necessrios equacionamentos particulares para cada tipo de componente RLC, pois cada configurao implicitamente determinada a partir de seus elementos e dos ns nos quais esto conectados. Por exemplo, na Figura 2.3 foram utilizados quatro elementos RLC para determinar o componente RLC trifsico com neutro aterrado por impedncia, sendo trs elementos conectados entre dois ns e um elemento conectado entre um n e a terra.
Contribuies para o vetor independente do MICN
De forma geral, nas equaes (2.8) e (2.9) so apresentadas as contribuies para o vetor independente de um elemento RLC conectado entre os ns k e m. Caso o elemento RLC se encontre conectado entre um n k e a terra gerada apenas a contribuio dada pela equao (2.10).
Im I km, rlc Im y km V k V m f k , rlc (z ) = = Re I km, rlc Re y km V k V m Im I mk , rlc Im y km Vm Vk f m , rlc (z ) = = Re I mk , rlc Re y km V m V k Im I k , rlc Im y k Vk f k , rlc (z ) = = Re I k , rlc Re y k Vk
( (
) )
( ( ( (
)) ))
(2.8)
( (
) )
( ( ( (
)) ))
(2.9)
( (
) )
( ( )) ( ( ))
(2.10)
32
As contribuies de um elemento RLC, conectado entre os ns k e m, para a matriz Jacobiana so apresentadas na equao (2.11).
VRe k VIm k VRe m VIm m I Im km,rlc VIm m I km,rlc Re VIm m I Im mk ,rlc VIm m I mk ,rlc Re VIm m N L O
Im I km,rlc
( ) ( )
Re I km,rlc J km,rlc =
Im I mk ,rlc
( ) ( )
Re I mk ,rlc
O L N
M I km,rlc I km,rlc I Im Im Im km,rlc VRe VIm VRe k k m I km,rlc I km,rlc I km,rlc Re Re Re VRe VIm VRe k k m M O M I I I Im mk ,rlc Im mk ,rlc Im mk ,rlc VRe VIm VRe k k m I mk ,rlc I mk ,rlc I mk ,rlc Re Re Re VIm VRe VRe k k m M
(2.11)
Caso o elemento RLC esteja conectado entre o n k e a terra este gera contribuio para a matriz Jacobiana conforme (2.12).
VRe k VIm k I Im k ,rlc VIm k I k ,rlc Re VIm k N O
J k ,rlc =
Im I k ,rlc
( ) ( )
Re I k ,rlc
(2.12)
Exemplificando:
Seja um elemento RLC (ykm = g+jb) conectado entre os ns k e m. Suas contribuies para a matriz Jacobiana so apresentadas na equao (2.14), as quais so determinadas a partir das seguintes equaes:
33
) = g + jb
(
(
)
)
= jg b
( g + jb ) VRe k + jV Im k VRe m jVIm m VRe m ( g + jb ) VRe k + jV Im k VRe m jV Im m VIm m ( g + jb ) VRe m + jV Im m VRe k jV Im k VRe k ( g + jb ) VRe m + jV Im m VRe k jV Im k VIm k ( g + jb ) VRe m + jVIm m VRe k jV Im k VRe m ( g + jb ) V Re m + jV Im m VRe k jV Im k VIm m
= g jb
) )
)
= jg + b
(2.13)
(
(
= g jb
= jg + b
) )
= g + jb
= jg b
J km,rlc
M N O b g b g g b g b = L M O M L b g b g g b g b N M O
(2.14)
Pode-se agora montar a matriz Jacobiana do componente apresentado na Figura 2.3 utilizando a metodologia proposta, ou seja, por meio das contribuies de seus quatro elementos. Os ns do componente sero denominados a, b, c e n, que podem corresponder s fases de mesmo nome de um sistema trifsico com neutro. Os valores das admitncias de cada elemento so: yan = gan+jban, ybn = gbn+jbbn, ycn = gcn+jbcn, yn
= gn+jbn.
34
Nas equaes (2.15) a (2.18) so apresentadas as contribuies individuais dos elementos que formam o componente. esquerda de cada matriz foram indicados os ns a partir dos quais se calcula as injees de corrente (define-se a corrente saindo destes ns) e acima de cada matriz foram indicados os ns das tenses em relaes as quais as derivadas das equaes foram feitas. As derivadas foram calculadas utilizando o mesmo procedimento apresentado nas equaes de (2.13) e as contribuies individuais montadas de acordo com (2.14).
a O ban a g an = L ban n g an N M n ban g an ban g an M O M g an ban ban M g an g an ban g an ban N L O
J an,rlc
(2.15)
J bn,rlc
(2.16)
J cn,rlc
M N O bcn gcn bcn gcn c gcn bcn gcn bcn = L M O M L bcn gcn bcn gcn n gcn bcn gcn bcn N M O
(2.17)
n O bn =n gn L gn bn M M O
J n,rlc
(2.18)
35
Juntando as contribuies individuais (2.15) a (2.18) dos elementos para modelar o componente obtem-se (2.19).
a b c n
J rlc
ban g an gan ban a gan ban gan ban bbn gbn bbn gbn b gbn bbn gbn bbn = bcn gcn bcn gcn c gcn bcn gcn bcn b g an bbn gbn bcn gcn k1 k2 an n k1 k2 g an ban gbn bbn gcn bcn
(2.19)
Onde:
k1 = bn + ban + bbn + bcn k2 = gn + g an + gbn + gcn
Neste ltimo exemplo pode ser observada uma das grandes vantagens da metodologia proposta que no necessitar de blocos pr-definidos para cada componente do sistema, o que necessrio em outras metodologias (GARCIA, 2001, PENIDO, 2004, ARAUJO, 2005). No MICN as contribuies dos elementos que acabam por definir as matrizes, utilizando-se apenas a dimenso estritamente necessria. importante ressaltar que a ordem relativa aos ns do sistema na matriz Jacobiana e no vetor independente pode ser qualquer uma, o importante que as contribuies sejam colocadas nas posies corretas. No exemplo apresentado a ordem dos ns a, b, c e n foi escolhida apenas para facilitar a compreenso. Tambm se pode observar a simplicidade de montagem da matriz Jacobiana.
2.3.2 Linhas
O modelo de linhas considerado neste trabalho um circuito -equivalente a parmetros concentrados conforme representado de maneira genrica na Figura 2.5. A partir deste modelo possvel representar linhas com vrias caractersticas, como parmetros assimtricos, cabos pra-raios, cabos neutros, acoplamentos entre linhas prximas, ramais monofsicos, bifsicos 36 e linhas multifsicas, importantes
k1 k2
Z km12
Z km1
m1 m2
Z km 2
Z km 2 n
Z km1n
Z km n
kn
Z k1n
Z k1 Z k12
mn
Z m1n
Z k2
Z k2 n
Z kn
Z mn
Z m2
Z m1
Z m2 n
Z m12
Na Figura 2.6 apresentado como exemplo um diagrama esquemtico de um circuito de distribuio trifsico com retorno pelo neutro (DSASC, 2003). Na Figura 2.7 apresenta-se uma estrutura matricial genrica do modelo para este componente, onde, no caso, os blocos Z km , Yk e Ym so matrizes complexas (4x4).
37
2.5' a b
4.5' 3.0'
4.0'
n 24.0'
Z aa Z ba Z ca Z na
Yaa Y ba Yca Yna Yab Ybb Ycb Ynb Yac Ybc Ycc Ync Yan Ybn Ycn Ynn
Z ab Z bb Z cb Z nb
Z ac Z bc Z cc Z nc
Z an Z bn Z cn Z nn
Yaa Y ba Yca Yna Yab Ybb Ycb Ynb Yac Ybc Ycc Ync Yan Ybn Ycn Ynn
Zkm
Yk Ym
Onde:
Zkm Matriz impedncia srie. Yk e Ym Matrizes admitncias em derivao.
k1, k2, k3 e kn Pontos de conexo nodais do terminal k do componente. m1, m2, m3 e mn Pontos de conexo nodais do terminal m do componente. Os parmetros das linhas podem ser calculados de diversas maneiras, levando-se em conta tipos de torres, estruturas, os cabos e vrios outros aspectos. Uma possibilidade para o clculo da matriz dos parmetros eltricos longitudinais por unidade de comprimento de uma linha, para uma freqncia complexa s=+j, pode ser
38
encontrada em GOMES (2002). Outras possibilidades de clculos de parmetros de linhas podem ser encontradas em ANDERSON (1995), KERSTING (2000) e DERI et.
al. (1981).
importante salientar que, no MICN, quando as mtuas so consideradas, so utilizadas inicialmente as matrizes descritas para definir o modelo, sendo necessrio construir a matriz de admitncias nodais da linha. Aps obter esta matriz, as contribuies da linha para as equaes de injees de corrente de cada n podem ser escritas separadamente, elemento por elemento da matriz, independentemente de ordem de fases, e sem a necessidade de serem escritas em blocos matriciais, como feito em GARCIA (2001), PENIDO (2004) e ARAUJO (2005). Conseqentemente no processo de soluo suas contribuies para o vetor independente e para a matriz Jacobiana podem ser colocadas em quaisquer posies do sistema total de equaes, desde que respeitadas as posies dos ns correspondentes. Pode-se entender o modelo deste componente linha como se formado por nada mais que vrios elementos, porm estes elementos so aqueles da matriz admitncia nodal, conectados em uma configurao determinada pelas posies dos ns correspondentes a eles nesta matriz. Ou uma outra opo considerar a linha como um componente multifsico, tratando seus n condutores em conjunto, o que no traz problemas na metodologia proposta. Independentemente de como se entende o modelo, o que se faz aps a obteno da matriz admitncia nodal determinar as contribuies de injees de correntes da linha para todos os ns nos quais ela se conecta. A seguir estas contribuies sero definidas de maneira matricial apenas para facilitar a escrita, mas reafirma-se que no h necessidade de serem implementadas matricialmente, e inclusive na implementao computacional decorrente deste trabalho no so, o que interessa que todas as contribuies estejam computadas. As equaes complexas referentes s contribuies de injees de correntes nos ns das barras k e m de uma linha genrica (Figura 2.5) so dadas por (2.20) e (2.21):
1 1
I km ,lin
Z km1 Z km = 21 M Z kmn1
Z k12 Z k2 Z kn 2
L Z k1n Z k2 n O Z kn
Vk1 V k2 M Vkn
(2.20)
39
I mk ,lin
Z km1 Z km = 21 M Z kmn1
Z m12 Z m2 Z mn 2
L Z m1n Z m2 n O Z mn
De forma geral, nas equaes (2.22) e (2.23) so apresentadas as contribuies para o vetor independente de uma linha de n condutores conectada entre as barras k e m. Os sobrescritos nos vetores de correntes apresentados nestas equaes referem-se s linhas dos vetores de correntes que so calculadas em (2.20) e (2.21).
( ( ( (
) ) ) )
(2.22)
f m ,lin
( (
) )
(2.23)
As contribuies de uma linha, de n condutores, conectada entre as barras k e m, para a matriz Jacobiana so representadas na equao (2.24).
40
Vm
N O J1 L J 2 M O M J3 L J4 N O
(2.24)
VIm k1
VRe kn
J1 = f k ,lin
I1 ,lin I1 km L Im km,lin Im VIm VRe k1 kn 1 1 I km,lin I km,lin Re Re VIm VRe k1 kn O I n ,lin I n ,lin km km Im Im V VRe Im k1 kn n n I km,lin I km,lin Re Re VIm VRe k1 kn
VIm m1 VRe mn
(2.25)
J 2 = f k ,lin
I1 ,lin I1 km L Im km,lin Im VIm VRe m1 mn I1 ,lin I1 ,lin km km Re Re VIm VRe m1 mn O I n ,lin I n ,lin km km Im Im VIm VRe m1 mn I n ,lin I n ,lin km km Re Re VIm VRe m1 mn
(2.26)
41
VRe k1 I1 ,lin mk Im V Re k1 1 Re I mk ,lin VRe k1 M I n ,lin mk Im VRe k1 n Re I mk ,lin VRe k1 VRe m1 I1 ,lin mk Im V Re m1 1 I mk ,lin Re VRe m1 M I n ,lin mk Im VRe m1 n Re I mk ,lin VRe m1
VIm k 1
VRe kn
VIm kn I1 ,lin mk Im VIm kn I1 ,lin mk Re VIm kn I n ,lin mk Im VIm kn I n ,lin mk Re VIm kn VIm mn I1 ,lin mk Im VIm mn I1 ,lin mk Re VIm mn I n ,lin mk Im VIm mn I n ,lin mk Re VIm mn
J 3 = f m,lin
I1 ,lin I1 mk L Im mk ,lin Im VIm VRe k1 kn I1 ,lin I1 ,lin mk mk Re Re VIm VRe k1 kn O I n ,lin I n ,lin mk mk Im Im VIm VRe k1 kn I n ,lin I n ,lin mk mk Re Re VIm VRe k1 kn VIm m1 VRe mn
(2.27)
J 4 = f m,lin
I1 ,lin I1 mk L Im mk ,lin Im VIm VRe m1 mn I1 ,lin I1 ,lin mk mk Re Re VIm VRe m1 mn O I n ,lin I n ,lin mk mk Im Im VIm VRe m1 mn I n ,lin I n ,lin mk mk Re Re VIm VRe m1 mn
(2.28)
Em muitas das metodologias atuais de soluo de sistemas, particularmente na maioria das ferramentas de soluo de fluxo de potncia, ao simular linhas trifsicas com cabos neutros, estes so desconsiderados para simplificar a modelagem. Apenas em alguns mtodos o efeito do cabo neutro incorporado nas outras fases, utilizando-se reduo de Kron, porm, muitas vezes o que se realiza uma aproximao, pois a reduo s seria correta caso os dois pontos neutros dos dois lados da linha fossem solidamente aterrados, o que normalmente no acontece. Entretanto, considera-se que modelar os cabos neutros e os aterramentos pode ser muito importante, para poder conhecer as grandezas eltricas dos mesmos, para determinar corretamente os desequilbrios, e ainda para estudos como anlise de defeitos, qualidade de energia, anlise de segurana e anlise de perdas onde suas modelagens so praticamente indispensveis (BALDA et al., 1997, MELIOPOULOS et
al., 1998).
42
Na metodologia proposta neste trabalho o cabo neutro quando existente pode ser explicitamente representado, modelado como se fosse qualquer outra fase da linha, sem precisar de equacionamento diferente para neutro ou de clculos adicionais ao fim do processo iterativo para determinar suas grandezas. E qualquer aterramento existente pode ser modelado como um componente RLC, utilizando-se as equaes j apresentadas na seo anterior.
Representao de ramais monofsicos ou bifsicos
Especialmente em sistemas de distribuio muito comum a presena de derivaes monofsicas e bifsicas. Para model-las na metodologia proposta basta representar apenas os elementos das fases existentes.
2.3.3 Cargas
As cargas conectadas a um sistema eltrico de potncia apresentam-se na realidade nas mais diversas formas como, por exemplo, motores, iluminao, resistncias puras, etc. Estes componentes so normalmente modelados como cargas equivalentes conectadas s barras do sistema, sendo que a potncia consumida por eles pode variar conforme o seu tipo. So vrios os modelos de carga tratados na literatura, e para mtodos de soluo de fluxo de potncia os mais empregados so o ZIP e o exponencial (IEEE TASK FORCE ON LOAD REPRESENTATION, 1995). Neste trabalho utilizou-se o modelo de carga exponencial, o qual permite a representao de cargas com vrias caractersticas, inclusive os tipos potncia constante, corrente constante e impedncia constante. A representao do modelo utilizado feita esquematicamente na Figura 2.8.
43
S0 {V0 }
Onde:
S 0 = P0 + jQ0
(2.29)
S0 P0
Q0
Potncia aparente da carga medida quando uma tenso V0 aplicada aos seus terminais; Potncia ativa da carga medida quando uma tenso V0 aplicada aos seus terminais; Potncia reativa da carga medida quando uma tenso V0 aplicada aos seus terminais.
Quando uma tenso Vkm aplicada na carga, os valores das potncias ativa e reativa podem ser obtidos pelas expresses (2.30) e (2.31) respectivamente, sendo e os coeficientes representativos do comportamento de variao desta carga com a tenso.
(2.30)
(2.31)
Potncia ativa da carga corrigida pela tenso V0 na qual foi medida; Potncia reativa da carga corrigida pela tenso V0 na qual foi medida.
Tem-se ento:
S km = Pkm + jQkm = Pcor Vkm + jQcor Vkm
(2.32)
44
Para simplificar as equaes considera-se neste trabalho apenas a situao em que = , e neste caso chega-se a (2.33).
(2.33)
As contribuies de injees de correntes de um elemento carga conectado entre os ns k e m podem ser calculadas utilizando-se as expresses (2.34) e (2.35):
*
I km,crg
S = km V km
(2.34)
*
I mk ,crg
S = km V mk
(2.35)
I km,crg = Vk Vm I mk ,crg = Vm Vk
I km,crg = I mk ,crg
Pcor + jQcor V V m k
(2.36)
*
Pcor + jQcor V V k m
(2.37) (2.38)
De forma geral as contribuies para o vetor independente geradas pelo elemento carga conectado entre os ns k e m so apresentadas nas equaes (2.39) e (2.40).
( ( Im(I (z ) = Re(I
mk ,crg
mk ,crg
) ) ) )
(2.39)
(2.40)
45
As contribuies de um elemento carga, conectado entre os ns k e m, para a matriz Jacobiana so apresentadas na equao (2.41). Algumas derivadas so mostradas em (2.42), sendo que as outras podem ser definidas de maneira anloga.
VRe k VIm k VRe m VIm m I km,crg Im VIm m I km,crg Re VIm m I mk ,crg Im VIm m I mk ,crg Re VIm m N L O
Im I km,crg
( ) ( ) ) )
Re I km,crg J km,crg =
Im I mk ,crg Re I mk ,crg
O L N
M I km,crg I km,crg I km,crg Im Im Im VRe VIm VRe k k m I km,crg I I km,crg Re km,crg Re Re VRe VIm VRe k k m M O M I I mk ,crg I mk ,crg Im mk ,crg Im Im VIm VRe VRe k k m I mk ,crg I mk ,crg I mk ,crg Re Re Re VRe VIm VRe k k m M
(2.41)
I km,crg VRe k
I km ,crg VIm k
Vkm
Vkm
(V
Rek
(V )
(Pcor jQcor )
(V
Imk
(V )
(2.42)
(Pcor jQcor )
Tipos de conexes
Principalmente para sistemas trifsicos, deve-se considerar dois tipos bsicos de conexo de cargas: conexo em estrela (aterrada ou no) e conexo em delta. Estas conexes esto ilustradas nas Figura 2.9 e Figura 2.10 respectivamente.
46
Estas conexes trifsicas so constitudas cada uma por trs elementos carga de forma em tudo semelhante ao definido anteriormente. Para cada um dos elementos devem ser determinadas, conforme j descrito, as contribuies de injeo de corrente, do vetor independente e da matriz Jacobiana, de acordo com os ns em que cada elemento est conectado. A metodologia proposta neste trabalho permite a representao destes tipos bsicos e ainda de outros tipos diferentes de conexes, inclusive cargas monofsicas e bifsicas, muito comuns em sistemas de distribuio, que so modeladas da mesma maneira, bastando considerar apenas os elementos das fases existentes. No MICN permite-se representar aterramento de neutro de carga, o qual pode ser feito por meio de um elemento RLC, conforme ilustrado na Figura 2.9, inclusive com impedncia igual a zero, caso deseje-se modelar uma carga solidamente aterrada. A importncia de modelar corretamente os tipos de carga do sistema recai principalmente ao se analisar sistemas desequilibrados, onde se precisa verificar a 47
parcela do desequilbrio do sistema que circula pelo cabo neutro e a parte que passa no aterramento, quando existentes. Isto s pode ser feito se as cargas e suas conexes estiverem modeladas o mais prximo da realidade possvel.
2.3.4 Transformadores
A modelagem de transformadores desenvolvida neste trabalho foi inspirada em SILVA (2004) e melhorada para poder representar qualquer combinao de ligaes de transformadores de n enrolamentos, como por exemplo, as conexes bsicas estrela (Y) ou delta (), conexes diferentes como o delta com tape central (mid-tap) aterrado, ligaes de transformadores de eletrnica de potncia, autotransformadores e reguladores de tenso, dentre outros tipos. O modelo proposto para transformador pode utilizar apenas um ncleo, conforme representado na Figura 2.11, ou mais ncleos. Deve-se ento determinar quantos ncleos so necessrios e como conectar os enrolamentos de acordo com o transformador que se deseja representar. Denomina-se neste trabalho de transformador genrico um ncleo e os n enrolamentos colocados nele.
Para cada enrolamento deve ser definida a tenso nominal, a impedncia e a polaridade dos pontos de conexo. Neste trabalho optou-se por definir a polaridade de
48
cada enrolamento conforme apresentado na figura anterior. A potncia total nominal do transformador tambm deve ser definida.
Algoritmo de Montagem da Matriz Admitncia Nodal
Na Figura 2.12 apresenta-se um algoritmo para a montagem da matriz admitncia nodal de barras para um transformador genrico de n enrolamentos. Descries detalhadas dos passos indicados no algoritmo esto apresentadas a seguir.
P.1
Montar matriz Zprimitiva dos elementos prprios
P.2
Complementar matriz Zprimitiva com os dados de impedncias mutas
P.3
Montar a matriz de incidncia nodal (Ainc)
P.4
Montar a matriz de ajuste de tapes (Taj)
P.5
Calcular matriz Ybarra
No primeiro passo (P.1) montada a matriz Zprimitiva que representa as impedncias prprias dos enrolamentos. Esta uma matriz quadrada, constituda de nmeros complexos e possui dimenso igual ao nmero de enrolamentos do transformador genrico em questo. Para o transformador apresentado na Figura 2.11 tem-se a matriz Zprimitiva dada pela equao (2.43).
49
Z primitiva
Z1 =
Z2
O Zn
(2.43)
No segundo passo (P.2) a matriz Zprimitiva deve ser complementada com os dados de impedncias mtuas (magnetizao) entre os enrolamentos conforme apresentado em ANDERSON (1995) e em SILVA (2004). Caso o valor real da magnetizao seja desconhecido, costuma-se utilizar no modelo um valor muito alto, sabendo-se que quanto maior for este valor utilizado mais o modelo se aproxima de um transformador com acoplamento magntico ideal. Na equao (2.44) apresentada a matriz Zprimitiva (2.43) acrescida dos dados de magnetizao (Zmag) em um ncleo semelhante ao apresentado na Figura 2.11.
Z1 + Z mag Z mag = Z mag Z mag Z 2 + Z mag Z mag Z mag O Z n + Z mag Z mag
Z primitiva
(2.44)
No terceiro passo (P.3) montada a matriz incidncia nodal (Ainc). Esta matriz possui dimenso n x m, onde as linhas representam os n enrolamentos (dimenso igual ao nmero de enrolamentos) e as colunas representam os m ns do sistema nos quais os enrolamentos do transformador esto conectados. Neste trabalho, para facilitar a implementao, decidiu-se utilizar nos procedimentos o valor de m sendo sempre igual a 2n. Por isso, existem alguns detalhes que devem ser tratados, como a eliminao do n que representa a terra (quando aplicvel) e a conexo de dois ou mais enrolamentos no mesmo n (que ocorre por exemplo na configurao com tape central no delta), estes tratamentos so feitos em uma etapa posterior e sero discutidos adiante. Para montar a matriz de incidncia nodal procede-se da maneira descrita a seguir. No cruzamento da linha representativa de cada enrolamento com a coluna representativa de cada n coloca-se os seguintes valores: 1 - Se o n estiver conectado com o terminal positivo do enrolamento. 50
-1 - Se o n estiver conectado com o terminal negativo do enrolamento. 0 - Se no houver conexo do enrolamento com o n indicado na posio. A equao (2.45) representa a matriz incidncia (Ainc) do transformador da Figura 2.11.
V1+ V1 V2+ V2 L Vn+ Vn A inc Z1 1 1 Z2 1 1 = M L Zn 1 1
(2.45)
No quarto passo (P.4) montada a matriz de ajuste de tapes (Taj). Esta matriz utilizada para fazer a manipulao dos tapes dos transformadores. Onde Vx,tape o valor da tenso do tape do transformador em um enrolamento x, que pode ser um valor fixo, ou um valor varivel nas iteraes, dependendo do tipo de transformador a ser representado. Caso o enrolamento no possua tape basta considerar Vx,tape = Vesp, que a tenso nominal do enrolamento. Um exemplo de enrolamento com tape est representado na Figura 2.13.
A matriz Taj diagonal, quadrada, e tem a dimenso de duas vezes o nmero de enrolamentos. Todos os terminais dos enrolamentos devem ser representados como posies nesta matriz. Na equao (2.46) apresentado o modelo de preenchimento.
51
V1
V2+
V2
...
Vn+
Vn 1 Vn ,tape
(2.46)
As tenses de tape podem ser consideradas variveis de estado, mudando seus valores a cada iterao, em situaes onde seja determinada a utilizao de controles por tape, ou seja, o tape esteja definido para atuar. No quinto passo (P.5) calculada a matriz admitncia nodal de barras (Ybarra) representativa do transformador genrico. A expresso utilizada para tanto mostrada na equao (2.47).
* Ybarra = Taj A tinc Z 1 primitiva A inc Taj
(2.47)
Contribuies de injeo de corrente Na Figura 2.14 apresenta-se uma estrutura matricial para o modelo de transformador genrico, onde o bloco Ykm corresponde a uma matriz admitncia nodal de barras com elementos complexos de dimenso 2n x 2n, sendo n o nmero de enrolamentos. Para facilitar a compreenso, pode-se fazer comparaes com o exemplo de transformador genrico apresentado na Figura 2.11, bastando corresponder os ns com polaridade positiva (+) com os ns denominados k e os ns com polaridade negativa (-) com os ns denominados m. Estes ns k e m so ns de conexo do transformador com o resto do sistema.
52
O processo de representao de transformadores no MICN assemelha-se ao que feito para modelar as linhas. Para cada transformador genrico, aps obter a matriz admitncia nodal, as contribuies deste transformador para as equaes de injees de corrente de cada n podem ser escritas separadamente, elemento por elemento da matriz, independentemente de ordem de fases ou ns, e sem a necessidade de serem escritas em blocos matriciais. Porm, neste documento, as prximas equaes apresentadas sero escritas na forma matricial apenas para facilitar a escrita. As equaes complexas referentes s contribuies de injees de corrente para os ns k e m, que so os terminais dos enrolamentos nos quais o transformador genrico tem conexo com o sistema (Figura 2.14), so dadas por (2.48) e (2.49):
Vk1 V k2 M Vkn Vm 1 Vm2 M Vmn
I k ,tr
Yk1k1 Y k k = 21 M Ykn k1
Yk1k2 Yk2k2
Ykn k2
(2.48)
53
I m ,tr
Ym1k1 Y m k = 21 M Ymn k1
Ym1k2 Ym2k2
Ymn k2
(2.49)
Contribuies para o vetor independente do MICN De forma geral, nas equaes (2.50) e (2.51) so apresentadas as contribuies para o vetor independente de um transformador genrico de n enrolamentos conectado em ns k (correspondentes aos terminais de polaridade positiva dos enrolamentos) e em ns m (correspondentes aos terminais de polaridade negativa dos enrolamentos) do sistema. Os sobrescritos nos vetores de correntes apresentados nestas equaes referem-se s linhas dos vetores de correntes que so calculadas em (2.48) e (2.49).
( ( ( (
) ) ) ) ) ) ) ) ) )
(2.50)
f m ,tr
M n Im I m ,tr Re I n m ,tr
(2.51)
( ) ( )
54
Contribuies para a matriz Jacobiana do MICN As contribuies de um tranformador genrico de n enrolamentos, conectado em ns k e m do sistema, para a matriz Jacobiana so representadas na equao (2.52).
Vk I k ,tr J km,tr = I m,tr Vm
N O J1 L J 2 M O M J3 L J4 N O
(2.52)
J1 = f k ,tr
(2.53)
J 2 = f k ,tr
(2.54)
55
1 VRe k
1 VIm k
n VRe k
n VIm k
J 3 = f m,tr
(2.55)
J 4 = f m,tr
(2.56)
Tratamentos extras: Transformador com conexo de dois ou mais terminais de enrolamentos no mesmo n do sistema ou conexo para a terra Analisando cuidadosamente o procedimento de montagem da matriz Ybarra podese notar que a dimenso do modelo matricial, apresentado na Figura 2.14, 2n x 2n, pode-se verificar tambm que a quantidade de elementos das equaes de contribuies de injeo de corrente igual a 2n, e que a dimenso do vetor de tenso apresentado nas equaes (2.48) e (2.49) 2n x 1, onde n o nmero de enrolamentos do transformador genrico. Entretanto, na realidade para modelar um transformador o que se precisa determinar as suas contribuies para os ns do sistema nos quais ele est conectado. Em casos onde o transformador no possui mais de um terminal de enrolamento conectado em um mesmo n as dimenses apresentadas so as exatas, porm, em situaes onde mais de um terminal dos enrolamentos do transformador genrico
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estejam conectados em um mesmo n do sistema, tem-se na verdade uma repetio deste n, em mais de uma posio das matrizes e dos vetores apresentados. Isto ocorre porque para no perder a generalidade do algoritmo de modelagem descrito anteriormente, optou-se por fazer os procedimentos descritos para a montagem das contribuies considerando n como o nmero de enrolamentos do transformador, independente do nmero de ns de conexo do transformador ao sistema. necessrio ento um cuidado extra, na implementao computacional, de forma a encaixar corretamente todas as contribuies dos transformadores genricos nas devidas posies dos vetores e das matrizes completas de soluo do sistema, de acordo com os ns correspondentes para os quais as parcelas de contribuies foram geradas. preciso somar todas as contribuies relativas a cada n. Este cuidado precisa ser tomado tambm para as contribuies de elementos de transformadores com conexo ao n referente terra, uma vez que o n de referncia no explicitamente representado na matriz do sistema. Um exemplo da situao descrita e do procedimento extra a ser considerado ser apresentado a seguir. Esta uma possibilidade de modelagem para os transformadores que se considerou mais geral e foi adotada neste trabalho, sendo necessrio apenas um cuidado extra na parte de implementao computacional. Exemplo: Para exemplificar o processo de montagem das matrizes relativas aos transformadores ser apresentado um exemplo de um transformador do tipo estrela delta com tape central (DUGAN, 2004, KERSTING, 2004a e 2004b) representado na Figura 2.15. Para tanto pode-se utilizar, em termos de modelagem e de acordo com o definido anteriormente, trs transformadores genricos, sendo dois possuindo dois enrolamentos e um possuindo trs enrolamentos, conforme mostrados na Figura 2.16. As letras grafadas nos terminais dos esquemas da Figura 2.15 e da Figura 2.16 representam os ns de conexes dos transformadores com o sistema eltrico.
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Transformador A
Transformador B
Transformador C
Neste caso, como so utilizados trs transformadores genricos para alcanar a configurao desejada no existe acoplamento magntico entre eles (seus ncleos) e, portanto, podem ser modelados de forma individualizada. No primeiro e no segundo passos, (P.1) e (P.2), monta-se as matrizes Zprimitiva referentes aos transformadores A, B e C da Figura 2.16 que resultam no conjunto de equaes (2.57).
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Z a , prim
Z a ,1 =
Z a,2
Z b ,1 Z b , prim = Z c ,1 Z c , prim =
Onde: Zk,i a impedncia de disperso do enrolamento i do transformador genrico k; Zmag a impedncia de magnetizao do ncleo. No terceiro passo (P.3) monta-se as matrizes Ainc referentes aos transformadores A, B e C da Figura 2.16, estas matrizes so dadas pelo conjunto de equaes (2.58).
A N A a ,inc
Z a ,1 1 1 = Z a,2 1 1 Z a ,3 1 1 B N b c
(2.58)
A b ,inc
Z b ,1 1 1 = Z b,2 1 1 C N c a Z c ,1 1 1 Z c,2 1 1
A c ,inc =
No quarto passo (P.4) monta-se as matrizes Taj referentes aos transformadores A, B e C da Figura 2.16. Estas matrizes so dadas por (2.59).
59
A 1 V AN ,tape =
B 1 V BN ,tape = C 1 V CN ,tape =
b 1 Vnb ,tape
V AN ,tape
1
Ta ,aj
Van ,tape
1
Van ,tape
1
Vnb ,tape
Tb ,aj
Tc ,aj
Aps a montagem das matrizes Zprimitiva, Ainc, e Taj pode-se encontrar a matriz de admitncia nodal relativa a cada transformador genrico (Ybarratg) utilizando-se a expresso (2.60).
* Ybarra = Taj A tinc Z 1 primitiva A inc Taj tg
(2.60)
60
Assim cada transformador genrico tem uma matriz de admitncia nodal, com as posies dos elementos correspondentes aos ns de seus enrolamentos. Aps o clculo destas matrizes deve-se utilizar o procedimento descrito anteriormente para obter as contribuies de injeo de corrente, do vetor independente e da matriz Jacobiana, para cada elemento destas matrizes, montando-se o modelo do transformador. Ou ainda, para transformadores tambm possvel fazer o tratamento do componente como multifsico, tratando cada matriz diretamente. Porm para transformadores, conforme j citado, preciso um cuidado extra aps as determinaes de suas contribuies para o MICN. Neste exemplo pde-se verificar a situao descrita anteriormente onde um mesmo n de conexo do sistema (no caso o n
n) fica representado em mais de uma posio de uma mesma matriz, uma vez que
terminal de dois enrolamentos do transformador genrico. Esta possibilidade mantm o algoritmo do MICN de forma geral, no acarretando problema, bastando tomar cuidado de considerar todas as contribuies de todos os elementos da matriz admitncia nodal ao incorpor-las nas matrizes e vetores completos de soluo do sistema.
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(2.61)
J km,tr
J f1 ,uRe
J f1 ,uIm
J f1 ,vRe
J f1 ,vIm
62
Sendo que:
(2.64)
I m,tr J mRe , f1 = Re V X ,tape As derivadas apresentadas em (2.64) podem ser calculadas a partir das expresses das contribuies de injees de correntes do transformador genrico que faz o controle nos ns em que ele se encontra conectado, apresentadas em (2.48), (2.49). Salienta-se apenas que neste caso de controle de tenso por tape, o tape utilizado para o controle no mais um valor fixo, mas sim uma varivel de estado, e portanto a matriz admitncia nodal do transformador genrico precisa ser recalculada a cada iterao e tambm contm esta varivel internamente em alguns de seus elementos, o que precisa ser levado em considerao ao determinar as derivadas. Para facilitar o entendimento, apresenta-se em (2.65), (2.66) e (2.67) algumas equaes matriciais, na forma geral, que podem ser utilizadas no clculo das injees de correntes nos ns do transformador genrico, e conseqentemente na obteno das derivadas das injees de corrente em relao ao tape.
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(2.65)
I trafo V X ,tape
Taj Taj t 1 A tinc Z 1 = primitiva A inc Taj + Taj A inc Z primitiva A inc V V X ,tape X ,tape
VX + 1 2 (V X , tape ) = VX V2 + V2 Vn + Vn
Vtrafo
(2.66)
Taj VX ,tape
(V
1
X , tape
0 0 O 0 0
(2.67)
k1
Tape Controlado pelo rel Inversor de polaridade Controlado pelo rel
m1
TC Vprim
z
RL
IL
k2
TP RC VL Vc
ZTC
XL Centro de Cargas
m2
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A mudana de nvel de tenso obtida pela variao do tape do autotransformador, sendo a posio do tape determinada e controlada pelo circuito de medio e controle. Os reguladores tpicos possuem tambm uma chave inversora de polaridade permitindo uma regulao de 10%. Estes reguladores geralmente permitem at 16 passos (tapes), onde cada tape corresponde a uma mudana de 0,625% na tenso nominal do secundrio (KERSTING, 2001). Para a correta implementao computacional de um modelo para este regulador de tenso necessita-se dos seguintes dados: Tenso especificada (Vesp) a tenso desejada no chamado centro de cargas. O centro de cargas pode ser o terminal de sada do regulador ou um ponto remoto do alimentador. Geralmente esta tenso especificada em uma base de 120 V, e portanto 120 V a tenso correspondente a 1 p.u.. Largura de banda a variao permitida da tenso do centro de carga em relao tenso especificada. A tenso no centro de carga pode variar de mais ou menos a metade da largura de banda. Por exemplo, se a tenso especificada for 122 V e a largura de banda for 2 V, o regulador tentar ajustar a tenso entre 121 V e 123 V. Esta caracterstica foi implementada no MICN como o erro mximo permitido na equao de controle do regulador de queda de linha, sendo o erro mximo igual a metade da largura da banda. Parmetros do circuito de medio e controle do compensador de queda de linha Devem ser especificadas as relaes de transformao dos TCs e TPs, bem como os valores que foram setados para RC e XC, de forma a corresponderem a impedncia equivalente entre o regulador e o centro de carga (RL e XL). Caso os valores de RC e XC sejam nulos os terminais de sada do regulador sero considerados como centro de carga. Em um regulador existe ainda a caracterstica de Atraso de Tempo, que representa o perodo de tempo para ocorrer a atuao do regulador. Este controle previne a atuao indevida de tapes durante fenmenos transitrios. Porm, esta caracterstica no foi implementada no MICN, pois esta ferramenta utilizada apenas para estudos em regime permanente. Na modelagem deste controle no MICN, pode-se utilizar um tape de um enrolamento de um transformador genrico para tentar regular a tenso em algum lugar do sistema. Neste caso, o tape do enrolamento do transformador genrico torna-se uma 65
varivel de estado, modificando seu valor a cada iterao, e assim, a prpria matriz admitncia nodal do transformador genrico tem elementos modificados a cada passo do processo iterativo. A seguir ser apresentado o equacionamento desenvolvido para o controle do regulador de tenso do tipo compensador de queda de linha implementado no MICN. Contribuio para o vetor independente do MICN (parcela relativa ao controle) A equao de controle de tenso pela compensao da queda de linha dada por (2.68). Para cada equao de controle deve-se criar uma nova varivel de estado, neste caso ser utilizado o prprio tape do autotransformador do regulador.
2 f1,Vqueda (z ) = Vesp VL I L (Z L + Z TC ) 2
(2.68)
Onde:
Vesp o mdulo do fasor de tenso especificado no centro de carga. VL a tenso no secundrio do regulador.
I L a corrente no secundrio do regulador.
(2.70)
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(2.71)
A equao definida em (2.71) a contribuio para o vetor independente do MICN gerada pelo controle do regulador de tenso compensador de queda de linha. Contribuies para a matriz Jacobiana do MICN (parcelas relativas ao controle) As contribuies referentes ao controle do regulador, por meio de um tape de um enrolamento x entre dois ns kx e mx, controlando a tenso no centro de carga, para a matriz Jacobiana esto apresentadas na equao (2.72).
I Imk 1 I Rek 1 I Imm1 I Rem1 I Im k2 I Rek 2 I = Imm 2 I Rem 2 I Im z I Re z M f1,Vqueda J k 1Im , f1 VRek 1 J k 1Re , f1 VImk 1 J m1Im , f1 VRem1 J m1Re , f1 VImm1 J k 2Im , f1 VRek 2 J k 2Re , f1 VImk 2 J m 2Im , f1 VImm 2 J m 2Re , f1 VRem 2 V Re z VIm z M M L J f1 ,queda V X ,tape
(2.72)
J km ,tr
J f1 ,k 2Re
J f1 ,k 2Im
J f1 ,m 2Re
J f1 ,m 2Im
J f1 , zRe
J f1 , zIm
Sendo que: Jkm,tr representa as contribuies bsicas para um transformador definidas em (2.52); O valor de J f1 ,queda nulo. As parcelas J k1Im , f1 , J k1Re , f1 , J m1Im , f1 , J m1Re , f1 , J k 2 Im , f1 , J k 2 Re , f1 , J m 2 Im , f1 , J m 2 Re , f1 podem ser deduzidas atravs de (2.64). E aps algumas manipulaes matemticas em (2.71) encontra-se (2.73):
2 f1,Vqueda (z ) = Vesp Ax Bx 2 2
(2.73)
67
Onde:
Ax = VRe z aRe VImz aIm VRek 2 bRe + VImk 2 bIm VRem 2 Bx = VRe z aIm + VImz aRe VRek 2 bIm VImk 2 bRe VImm 2 aRe = Re(YCT Z L + 1) aIm = Im(YCT Z L + 1) bRe = Im(YCT Z L )
(2.74) (2.75) (2.76) (2.77) (2.78) (2.79)
bIm = Im(YCT Z L )
A partir da pode-se deduzir as derivadas restantes das contribuies da equao de controle de tenso de queda de linha para a matriz Jacobiana, as quais esto apresentadas no conjunto (2.80).
J f1 , k 2 Re = 2 Ax ( bRe ) 2 Bx ( bIm ) J f1 , k 2 Im = 2 Ax (bIm ) 2 Bx ( bRe ) J f1 , m 2 Re = 2 Ax ( 1) J f1 , m 2 Im = 2 Bx ( 1)
(2.80)
J f1 , z Re = 2 Ax (aRe ) 2 Bx (aIm )
J f1 , z Im = 2 Ax ( aIm ) 2 Bx (aRe )
68
fonte de tenso. No caso da utilizao da barra tipo deve existir alguma outra barra do sistema cuja tenso controlada. A representao das outras barras de gerao sncrona do sistema feita utilizando-se principalmente o que se chama de barras do tipo PV, nas quais a potncia ativa e o mdulo de tenso so especificados, funcionando como fonte de potncia ativa e de tenso. E ainda, existem geraes que so representadas como barras do tipo PQ, nas quais a potncia ativa e a reativa so especificadas. Este ltimo tipo funciona como fonte de potncia. Utiliza-se ento estes tipos de barras como aproximao das caractersticas de funcionamento dos geradores e esta formulao satisfatria para a maioria dos estudos. Porm, no processo de soluo da maioria das metodologias costuma-se adotar um tratamento diferente para cada tipo de barra, que resumidamente consiste em eliminar determinadas equaes de acordo com seu tipo durante o processo iterativo de soluo ou ainda nem mesmo escrever estas equaes. Analisando-se esta abordagem convencional considera-se que seu processo de soluo apresenta algumas desvantagens, como por exemplo: o clculo da potncia da barra de referncia no feito automaticamente pelo processo; necessrio criar rotinas de eliminao de equaes dos sistemas a serem solucionados (comumente utilizada a colocao de grandes nmeros na diagonal principal das matrizes dos sistemas para eliminar estas equaes (GARCIA, 2001)); a representao de geradores onde os neutros so aterrados por impedncias ou esto flutuantes, que importante na anlise de sistemas desequilibrados, no possvel utilizando esta abordagem, o que se faz so aproximaes, considerando-se que todos esto solidamente aterrados; e especialmente em estudos de curto-circuito pode-se obter resultados errados com as simplificaes. Devido s desvantagens observadas na abordagem convencional, que j foram analisadas em ARAUJO (2005), neste trabalho optou-se por no utilizar o tipo de formulao e o processo de soluo convencionais. O que se faz aqui, assim como foi feito em ARAUJO (2005), escrever as equaes de injees de corrente para todos os ns, de todas as barras, independente de seus tipos, considerando-se inclusive aterramentos nos geradores quando existentes, portanto permitindo que as tenses de neutro dos geradores sejam diferentes de zero dependendo do desequilbrio. Desta maneira, especialmente para sistemas desequilibrados considera-se ter uma melhor representao. E, alm disso, nos testes executados o mtodo adotado no apresentou
69
desvantagem computacional no processo iterativo em relao aos mtodos convencionais. Como neste trabalho no se elimina equaes de nenhum tipo de barra, no necessrio ps-processamento para calcular potncias das barras. Na metodologia adotada neste trabalho, para representao de geradores com caractersticas de barras V ou PV, ou qualquer outro tipo que no seja PQ, so utilizados controles, ou seja, so introduzidas equaes extras no sistema de equaes no-lineares a ser resolvido e consequentemente so criadas novas variveis de estado. Estas equaes extras necessrias so definidas para representar determinadas caractersticas ou funes do gerador no modelo. importante destacar tambm que na realidade a maioria absoluta dos geradores so trifsicos, porm, neste trabalho, para efeitos de construo do modelo bsico de gerador, pode-se considerar que o gerador trifsico formado por trs elementos monofsicos. Isto ser feito no equacionamento dos modelos nesta seo, apenas para manter a generalidade da filosofia da modelagem a n condutores, que considera os elementos individualmente.
I km, ger = Vk Vm
(2.81)
*
I mk , ger = Vm Vk
I km, ger = I mk , ger
Pger + jQger V V k m
(2.82) (2.83)
Onde: Pger e Qger sero valores especificados ou variveis dependendo de cada caso, os quais sero definidos mais frente.
70
Normalmente os geradores sncronos so modelados como geraes de potncia sem a correo da tenso, portanto nestes modelos os valores de so definidos como zero.
- Geradores com potncia ativa e reativa especificadas (barras tipo PQ) Contribuies para o vetor independente do MICN
As contribuies para o vetor indepedente de um elemento gerador, conectado entre os ns k e m, com gerao fixa de potncias, so dadas pelas equaes (2.84) e (2.85).
( ( Im(I (z ) = Re(I
mk , ger
mk , ger
) ) ) )
(2.84)
(2.85)
VRe k
VIm k
VRe m
VIm m I km, ger Im VIm m I km, ger Re VIm m I mk , ger Im VIm m I mk , ger Re VIm m N L (2.86) O
) ) ) )
O L N
M I km, ger I km, ger I km, ger Im Im Im VRe VIm VRe k k m I km, ger I km, ger I km, ger Re Re Re VRe VIm VRe k k m M O M I I mk , ger I mk, ger Im mk , ger Im Im VIm VRe VRe k k m I mk , ger I I mk , ger Re mk , ger Re Re VRe VIm VRe k k m M
71
Onde:
Vkm
(V
Rek
(V )
(P
ger
jQger )
(2.87)
I km,ger VIm k
Vkm
(V
Imk
(V )
(P
ger
jQger )
(2.88)
E as outras derivadas podem ser obtidas de maneira anloga. Neste caso Pger e Qger so valores especificados, ou seja, constantes.
- Geradores com mdulo e ngulo de tenso especificados entre ns (barras tipo V barra de referncia) Contribuies para o vetor independente do MICN (bsicas e parcelas relativas aos controles)
Para representar o elemento da barra de referncia (que funciona como uma fonte de tenso), com mdulo e ngulo da tenso especificados entre ns, utilizado um modelo semelhante ao modelo de gerao com potncia ativa e reativa definidas, sendo necessria apenas a incluso de controles. Neste caso os controles so definidos para fixar a tenso entre dois pontos e o ngulo, o que se traduz na metodologia proposta em duas equaes extras, (2.89) e (2.90), e consequentemente na criao de duas novas variveis de estado, que no caso utiliza-se: Pger e Qger. Lembra-se que estas variveis tero seus valores atualizados a cada passo do processo iterativo. Assim, as contribuies para o vetor independente so dadas pelas equaes bsicas (2.84) e (2.85), e pelas equaes de controle (2.89) e (2.90).
j esp
(2.89)
j esp
(2.90)
72
Onde:
Vesp e
j esp
(2.91)
J f1 ,k2 J f 2 ,k 2
J f1 ,m1 J f 2 ,m1
J f1 ,m2 J f1 ,m2
Sendo que:
73
J f 2 , k1 = 0 J f 2 , k 2 = 1 J f 2 , m1 = 0 J f 2 , m2 = 1
(2.93)
1 J k1 , f1 = Im * V km 1 J k 2 , f1 = Re * V km 1 J m1 , f1 = Im * V km 1 J m2 , f1 = Re * V km j J k1 , f 2 = Im * V km j J k 2 , f 2 = Re * V km J m1 , f 2 j = Im * V km
(2.94)
(2.95)
j J m2 , f 2 = Re * V km
- Geradores com potncia ativa e mdulo de tenso entre ns especificados (barras tipo PV) Contribuies para o vetor independente do MICN (bsicas e parcela relativa ao controle)
Para representar os elementos dos geradores com caractersticas de potncia ativa e mdulo de tenso especificados o tratamento anlogo quele dado aos elementos das barras tipo V. Neste caso adiciona-se uma equao extra de controle para fixar o mdulo da tenso entre os dois pontos em um valor especificado (2.96), e
74
consequentemente cria-se uma nova varivel de estado, no caso Qger. Neste caso Pger um valor constante, especificado. Assim, as contribuies para o vetor independente so dadas pelas equaes (2.84) e (2.85) que so as bsicas, mais a contribuio mostrada em (2.96) que relativa equao de controle.
2 2 2 2 2 f1, ger (z ) = Vesp Vkm = Vesp VRekm VImkm
(2.96)
Contribuies para a matriz Jacobiana do MICN (bsicas e parcelas relativas aos controles)
As contribuies para a matriz Jacobiana de um elemento gerador conectado entre os ns k e m, neste caso de potncia ativa e mdulo de tenso especificados, so apresentadas na equao (2.97).
I Imk I Rek I Imm I Rem = I Im z I Re z M f1, ger J f1 ,k1 J k1 , f1 VRek J k2 , f1 VImk J m1 , f1 VRem J m2 , f1 VImm VRe z VImz M Qger
(2.97)
J f1 ,k2
J f1 ,m1
J f1 ,m2
Onde:
J representa as contribuies bsicas definidas em (2.86). Lembra-se que neste
caso Pger um valor especificado, mas Qger uma varivel e, portanto muda seu valor a cada passo do processo iterativo. Em (2.98) e (2.99) mostra-se as parcelas de contribuio relativas equao de controle.
75
(2.99)
1 J m2 , f1 = Re * V km
76
utiliza-se a transformao de Park, passando as equaes das coordenadas abc para as coordenadas dq0 e no se trabalha mais em coordenadas de fase diretamente (LIU e MEYER, 1987, GOURISHANKAR e KELLY, 1973, CHAPMAN, 1991). Em HENRIQUES (2002) utiliza-se o modelo clssico do motor de induo e desenvolve-se equaes extras para definir estratgias de controle para o motor, porm, o modelo monofsico, limitando sua utilizao a sistemas eltricos equilibrados. Como o objetivo principal deste trabalho desenvolver uma metodologia geral para soluo de qualquer sistema eltrico, com n condutores, inclusive desequilibrados, necessrio utilizar um modelo trifsico para as mquinas de induo, e, alm disso, seguindo as premissas adotadas no desenvolvimento do mtodo, as contribuies do modelo devem ser dadas em coordenadas de fase. Porm, sabe-se que as mquinas girantes operando em um sistema eltrico desequilibrado apresentam caractersticas especiais e nesta situao no se consegue montar um circuito eltrico trifsico equivalente em coordenadas de fase que as represente. Por este motivo, a soluo utilizada neste trabalho, para a montagem do modelo da mquina de induo trifsica em coordenadas de fase, foi realizar uma passagem intermediria pelas componentes simtricas, uma vez que os circuitos eltricos nas componentes simtricas representativos das caractersticas de comportamento da mquina de induo em um sistema desequilibrado so conhecidos (ANDERSON, 1995). Uma modelagem que utiliza esta mesma idia foi realizada em ANDERSON (1995), porm, na metodologia proposta neste trabalho algumas consideraes diferentes foram feitas, como no utilizar a seqncia zero da mquina por exemplo. Conseguiu-se ento a partir dos circuitos de seqncia positiva e negativa da mquina de induo desenvolver o modelo trifsico em coordenadas de fase para anlise em regime permanente para o MICN. Este modelo ser apresentado nesta seo. Alm desta modelagem bsica necessrio definir estratgias de controle para as mquinas, uma vez que elas podem apresentar diversas caractersticas de funcionamento que tambm precisam ser representadas, as quais so determinadas por suas cargas ou pelos prprios tipos de mquina utilizados. O funcionamento dos motores de induo, por exemplo, so definidos muitas vezes pelas cargas acopladas em seus eixos. Para se ter uma idia da variedade de caractersticas que precisam ser modeladas, a seguir apresenta-se uma breve descrio das principais cargas rotricas, as quais podem ser divididas em trs grandes grupos de acordo com seus comportamentos (WEG, 2005): 77
Conjugado Constante
Neste tipo de carga, o torque (conjugado) permanece constante durante a variao da velocidade e a potncia aumenta com a velocidade. Pode ser utilizado quando no existem dados suficientes para modelar corretamente a carga. Cargas de atrito so do tipo conjugado constante. O grfico representativo do comportamento deste tipo de carga apresentado na Figura 2.18.
Conjugado Varivel
Neste caso tanto o torque (conjugado) quanto a potncia mecnica requerida pela carga variam com a velocidade do acionamento. So exemplos de cargas deste tipo as bombas e os ventiladores. Os grficos representativos do comportamento deste tipo de carga so apresentados na Figura 2.19.
78
As aplicaes de potncia mecnica constante requerem uma potncia igual nominal para qualquer velocidade. Mquinas-ferramentas, como as de cortar metal, so exemplos deste tipo de carga, cujo grfico representativo apresentado na Figura 2.20.
V-se ento que para os motores de induo, a carga geralmente fornecida como uma curva de potncia mecnica ou torque (conjugado) em funo da velocidade do acionamento. Uma observao que neste trabalho as definies dos modelos de mquinas de induo sero feitas de forma trifsica. As mquinas de induo precisam ser tratadas como componentes multifsicos at a formao da matriz admitncia nodal de barras do modelo, da mesma maneira que feito com linhas que tm mtuas e com os modelos de transformadores. Isto porque as equaes de funcionamento das mquinas de induo utilizadas como base so formadas considerando-se o comportamento da mquina trifsica na presena de um possvel desequilbrio no sistema trifsico, utilizando-se inicialmente componentes simtricas. A partir da, a matriz admitncia nodal resultante que se desenvolve como modelo para este trabalho obtida de forma trifsica, representando as fases a, b e c. Para no perder a generalidade da metodologia proposta, aps o momento em que a matriz trifsica formada, seus elementos admitncia (de maneira semelhante ao que ocorre com o componente linha), com posies correspondentes a determinados ns podem ser tratados individualmente. Ou seja, o procedimento para obter as contribuies de injeo de corrente, do vetor independente e da matriz Jacobiana, para cada elemento desta matriz trifsica, pode ser feito elemento a elemento. Ou ainda, para 79
mquinas de induo tambm se pode fazer o tratamento do componente como multifsico, tratando a matriz trifsica diretamente. Nos modelos que sero apresentados a seguir optou-se por escrever o equacionamento de forma trifsica, apenas para facilitar o entendimento. Na seqncia apresenta-se a modelagem bsica da mquina de induo para o MICN, o modelo de funcionamento com escorregamento constante, e trs outras possibilidades de modelos que consideram estratgias de controle.
V+
xm
irot +
r2
(1 s )
s
80
Seqncia negativa:
r1 x1 x2 r2
xm
irot
r2
(1 s ) (2 s )
No desenvolvimento do modelo deste trabalho considerou-se apenas os circuitos de seqncia positiva e negativa, e optou-se por no utilizar o circuito de seqncia zero. Assim, consideramos Z0 . 2) Montar a matriz de impedncias de seqncia 012 para a mquina de induo conforme (2.100):
Z 0 (s) Z 012 ( s ) = Z1 ( s ) Z 2 ( s )
(2.100)
3) Montar a matriz de admitncias de seqncia 012 invertendo a Equao (2.100) e obtendo a Equao (2.101):
0 0 = Y ( s) 1/ Z (s) Y012 ( s ) = Z 012 ( s ) = 1 1 1 / Z 2 ( s) Y2 ( s )
1
(2.101)
4) Encontrar a matriz de admitncias nodais nas coordenadas de fase abc, realizando a transformao de componentes simtricas para coordenadas de fase, conforme a Equao (2.102):
Yaa ( s ) Yab ( s ) Yac ( s ) Yabc ( s ) = A Y012 ( s ) A 1 = Yba ( s ) Ybb ( s ) Ybc ( s ) Yca ( s ) Ycb ( s ) Ycc ( s )
(2.102)
Sendo os outros elementos dados de forma anloga. E as matrizes utilizadas so aquelas da transformao de Fortescue:
1 1 A = 1 a 2 1 a
1 a a2
(2.103)
1 1 1 A = 1 a 3 1 a 2
1
1 a2 a
(2.104)
a = 1120 o
(2.105)
importante destacar que se substituirmos os valores dos parmetros de uma mquina de induo e fizermos os clculos anteriores temos que a matriz de admitncias nodais da mquina de induo em coordenadas de fase assimtrica, refletindo o que j foi citado, que no se consegue com esta modelagem criar diretamente um circuito eltrico trifsico equivalente em coordenadas de fase para a mquina de induo na presena de desequilbrio.
Yabc
(2.106)
82
Aps a montagem da matriz admitncia nodal pode-se calcular as injees de correntes relativas mquina de induo. As correntes injetadas nos ns k, m e z (que podem representar as fases a, b e c onde a mquina de induo est conectada) referentes s contribuies da mquina de induo com o modelo de escorregamento constante so descritas pelas equaes (2.107), (2.108) e (2.109).
I k ,maq = Yaa Vk + Yab Vm +Yac Vz I m,maq = Yba Vk + Ybb Vm +Ybc Vz I z ,maq = Yca Vk + Ycb Vm +Ycc Vz
De forma geral, nas equaes (2.110), (2.111) e (2.112) so apresentadas as contribuies da mquina de induo para o vetor independente nas posies k, m e z dos ns onde a mquina est conectada.
f z ,maq
(2.110)
(2.111)
(2.112)
As contribuies da mquina de induo conectada nos ns k, m e z, para a matriz Jacobiana so apresentadas na equao (2.113). Neste caso do modelo de escorregamento constante todos os elementos da Jacobiana so valores constantes de acordo com o valor de escorregamento determinado.
83
VRe k
VIm k I k ,maq Im VIm k I Re k ,maq VIm k I m,maq Im VIm k I Re m,maq VIm k I z ,maq Im VIm k I Re z ,maq VIm k
VRe m M I k ,maq Im VRe m I Re k ,maq VRe m I m,maq Im VRe m I Re m,maq VRe m I z ,maq Im VRe m I Re z ,maq VRe m M
VIm m I k ,maq Im VIm m I Re k ,maq VIm m I m,maq Im VIm m I Re m,maq VIm m I z ,maq Im VIm m I Re z ,maq VIm m
VRe z I k ,maq Im VRe z I Re k ,maq VRe z I m,maq Im VRe z I Re m,maq VRe z I z ,maq Im VRe z I Re z ,maq VRe z
VIm z N I k ,maq Im VIm z I k ,maq Re VIm z I m,maq L Im VIm z (2.113) I m,maq Re VIm z I z ,maq Im VIm z I z ,maq Re VIm z O
) ) ) ) ) )
O L N
I k ,maq Im VRe k I Re k ,maq VRe k I m,maq Im VRe k I Re m,maq VRe k I z ,maq Im VRe k I Re z ,maq VRe k
VRe J II VIm J IV s
(2.114)
84
Neste caso todas as admitncias so funes da varivel s, conforme visto na equao (2.102). Aps a montagem da matriz admitncia nodal, calcula-se as contribuies de injees de correntes nos ns k, m e z (fases onde a mquina de induo est conectada) que so descritas pelas equaes (2.115), (2.116) e (2.117).
I k , maq = Yaa (s) Vk + Yab (s) Vm +Yac (s) Vz I m, maq = Yba (s) Vk + Ybb (s) Vm +Ybc (s) Vz I z , maq = Yca (s) Vk + Ycb (s) Vm +Ycc (s) Vz
Desenvolvimentos
Para este modelo o desenvolvimento das contribuies para o vetor independente e para a Jacobiana ser apresentado de forma matricial. Inclusive o desenvolvimento dos elementos JII, JIII e JIV em (2.114), ser apresentado sob a forma de clculos com matrizes complexas, apenas para facilitar o entendimento e diminuir o tamanho das equaes. O mesmo ser feito para a equao extra deste modelo, ou seja, a equao de controle da potncia eltrica de entrada constante. Separando-se as equaes em partes real e imaginria e aplicando-se o mtodo de Newton-Raphson nas equaes de injeo de corrente encontramos os elementos JI de (2.114), que so parte das contribuies da mquina de induo para a matriz Jacobiana, apresentados em (2.118).
baa (s ) g aa (s ) g (s ) b (s ) aa aa bba (s ) g ba (s ) JI = g ba (s ) bba (s ) bca (s ) g ca (s ) g ca (s ) bca (s ) bab (s ) g ab (s ) bac (s ) g ac (s ) bac (s ) g bc (s ) bbc (s ) g cc (s ) bcc (s )
g ac (s ) bbc (s ) g bc (s ) bcc (s ) g cc (s )
(2.118)
A cada passo do processo iterativo substitui-se o valor da varivel s e tem-se a submatriz JI determinada.
85
Tambm aplicando o mtodo de Newton-Raphson nas equaes de injeo de corrente encontramos os elementos JII de (2.114), que so as derivadas das equaes de injeo de corrente em relao nova varivel de estado s. Tem-se que:
1 {[Yabc (s)] [Vk ,m,z ]} = [Yabc (s)] [Vk ,m,z ] = A Y012 (s) A [Vk ,m, z ] s s s s [I k ,m, z ] [Y012 ( s )] 1 = A A [Vk ,m, z ] s s
[I k ,m, z ]
(2.119)
Onde:
0 [Y012 ( s )] = s Y2 ( s ) s
Y1 ( s ) s
(2.120)
E ainda:
I Imk ,m , z s I Rek ,m , z s
[ [
] ]
] [I = Im k ,m , z s ] [I = Re k ,m, z s
(2.121)
(2.122)
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
(2.123)
86
Neste modelo, a equao a mais a ser resolvida no processo iterativo, deve determinar que a potncia eltrica de entrada seja constante na mquina de induo, igual a uma potncia pr-especificada, definindo a sua estratgia de controle. Esta equao adicionada em conjunto com a varivel de estado escorregamento e definida a seguir.
especifica calculada especifica f 1 (VRe , VIm , s ) = Pelet , ent da Pelet , ent = Pelet , ent da Re [Vk , m , z ] [Yabc ( s )] [Vk , m , z ] t *
(2.124)
E assim tem-se a derivada da funo de controle em relao tenso de uma determinada fase dada por:
f 1 * * t especifica Pelet ,ent da Re [Vk , m , z ] [Yabc ( s )] [Vk , m , z ] = = V Re V Re
)}
{(
)}
(2.126)
Para exemplificar, esta derivada com relao parte real da tenso na fase k est desenvolvida a seguir:
* * * t = Re[1 0 0] [Yabc ( s)] [Vk , m , z ] + [Vk , m, z ] [Yabc ( s)] 1 0 0
f 1 V Re k
(2.127)
Analogamente:
f 1 * * t especifica Pelet ,ent da Re [Vk , m , z ] [Yabc ( s )] [Vk , m , z ] = = VIm VIm
)}
{(
)}
(2.128)
87
Tambm exemplificando, esta derivada com relao parte imaginria da tenso na fase k est desenvolvida a seguir:
f 1 V Im k j * * * t = Re [ j 0 0] [Yabc ( s )] [Vk , m , z ] + [Vk , m , z ] [Yabc ( s )] 0 0
(2.129)
Onde:
j = 1
f 1 V Im k
f 1 V Re m
f 1 VIm m
f 1 V Re z
(2.130)
Falta apenas definir a submatriz JIV, que formada por apenas um elemento:
especificada Re [Vk , m, z ] [Yabc ( s)] [Vk , m, z ] f 1 Pelet ,ent J IV = = = s s * [Vk , m, z ]t [Yabc ( s)]* [Vk ,m, z ]* t [Yabc ( s )] * [Vk , m, z ] = Re = Re[Vk , m, z ] s s t * *
)}
{(
)}
(2.131)
Onde
[Yabc ( s )] pode ser obtida de forma anloga ao que foi feito em (2.119). s
*
Contribuies para o vetor independente do MICN De forma geral, nas equaes (2.132), (2.133) e (2.134) so apresentadas as contribuies para o vetor independente da mquina de induo relativas s injees de correntes nas posies k, m e z dos ns onde a mquina est conectada e na equao (2.135) a contribuio relativa equao de controle deste modelo.
( (
) )
88
(2.132)
( ) ( ) Im(I ) (z ) = ) Re(I (z ) = [P ]
z , maq elet , ent
(2.133)
(2.134)
(2.135)
Contribuies para a matriz Jacobiana do MICN As contribuies da mquina de induo conectada nos ns k, m e z, para a matriz Jacobiana, neste caso do modelo de potncia eltrica de entrada constante, so escritas de forma compacta pela equao (2.136).
J J kmz ,maq (z ) = I J III
J II J IV
(2.136)
Onde, seus elementos so aqueles das equaes (2.118), (2.123), (2.130) e (2.131).
89
aplicao do MICN. Os elementos representados por JI e JII, dependentes do escorregamento, so os mesmos do modelo de potncia eltrica de entrada constante.
I Im JI I Re = J III f1
VRe J II VIm J IV s
(2.137)
Contribuies de injeo de corrente Para calcular as equaes das contribuies de injeo de corrente o procedimento o mesmo do modelo anterior, sendo a matriz de admitncias nodais do motor em coordenadas de fase tambm dependente do escorregamento neste modelo, formada conforme j apresentado nos passos da modelagem bsica e podendo ser vista em (2.102). E as contribuies de injees de correntes relativas ao motor de induo nos ns k, m e z (fases onde o motor de induo est conectado) deste modelo tambm so iguais s descritas pelas equaes (2.115), (2.116) e (2.117). Desenvolvimentos A equao extra (representativa do controle) a ser resolvida no processo iterativo, deve determinar que a potncia mecnica requerida do motor de induo na sua velocidade de operao seja igual a uma potncia demandada da carga, que tambm funo da velocidade. Esta equao adicionada ao processo de soluo em conjunto com a varivel de estado escorregamento. A potncia mecnica no eixo da mquina dada segundo a equao (2.138) (ANDERSON, 1995).
(1 s ) 3i 2
s
rot 2
(1 s ) (2 s )
(2.138)
90
2 irot+ =
2 2 2 xm s 2 VRe+ + VIm+
den+
(2.139)
2 2 2 2 2 2 den+ = r12 r22 + x12 x2 s 2 + 2 x12 x2 s 2 xm + 2 x1 x2 s 2 xm + x12 xm s 2 + 2 x1 xm s 2 x2 + xm x2 s 2 + 2 2 2 2 + r12 x2 s 2 + 2r12 x2 s 2 xm + r12 xm s 2 + 2r1 xm sr2 + x12 r22 + 2 x1 r22 xm + xm r22
(2.140)
2 irot =
2 k12 + k 2 den
(2.141)
( = (2 s )x ( V
(
(2.142)
2 denr = r1 r2 + r1 r2 s + 2 x1 x2 x1 x2 s + 2 x1 xm + x1 xm s + 2 xm x2 xm x2 s
(2.143)
V0, + ,
VRek + jVImk VRe0 + jVIm0 1 1 = VRe+ + jVIm+ = A Vk ,m , z = A VRem + jVImm VRe + jVIm VRe + jVIm z z
(2.144)
A equao da potncia requerida pela carga em funo da velocidade dada por (2.145):
Pcrg (s ) = P0 + (1 s ) P + (1 s ) P2 + (1 s ) P3 1
2 3
(2.145)
Onde P0, P1, P2 e P3 so fatores que representam o comportamento da carga em funo da velocidade e so informados pelos fabricantes de equipamentos (WEG, 2005). Logo a equao extra de controle para definir que o motor atenda a potncia mecnica da carga dada por (2.146):
f1 (VRe , VIm , s ) = Pcrg (s ) Pmec (VRe , VIm , s )
(2.146)
(2.147)
91
As contribuies do modelo do motor de induo com controle da potncia mecnica para a matriz Jacobiana so apresentadas na equao (2.148):
I Imk I Rek I Imm I Rem = I Im z I Re z M J f1 ,k1 f1 VRek VImk VRe m J II VImm V Re z VImz M J IV s
JI
(2.148)
J f1 ,k2
J f1 ,m1
J f1 ,m2
J f1 , z1
J f1 , z2
Os valores JI e JII j foram definidos nas equaes (2.118) e (2.123), respectivamente. Os valores de J III = J f1 ,k1 em (2.149).
2 J f1 ,k1 = VRe+ ind + 3 VRe VRe VIm 2 x (2 s ) VIm k1 denr k1 denm k 2 denr + k1 denm m den VRek VRek VRek VRek 2 J f1 ,k2 = VIm+ ind + 3 VRe VRe VIm 2 x (2 s ) VIm k1 denr k1 m denm k 2 denr + k1 denm den VImk VImk VImk VImk
J f1 ,k2
J f1 ,m1
J f1 ,m2
J f1 ,z1
J f1 , z2
so apresentados
2 2 3 J f1 ,m1 = VRe+ VIm+ ind + 6 6 VIm VRe VRe 2 x (2 s ) VIm k1 denm denr + k1 denm k 2 denr k1 m VRem VRem den VRem VRem 2 3 2 J f1 ,m2 = VRe+ VIm+ ind + 6 6 VRe VRe VIm 2 x (2 s ) VIm k1 denr k1 denm k 2 denr + k1 denm m VIm den VImm VImm VImm m
(2.149)
92
2 2 3 J f1 , z1 = VRe+ + VIm+ ind + 6 6 VRe VRe VIm 2 x (2 s ) VIm k1 m denr k1 denm k 2 denr + k1 denm VRe z VRe z VRe z den VRe z 2 3 2 J f1 , z2 = 6 VRe+ 6 VIm+ ind + VRe VRe VIm 2 x (2 s ) VIm k1 m denr k1 denm k 2 denr + k1 denm VIm VIm z VImz VImz den z
Onde:
2 3xm r2 s(1 s ) den+
ind + =
(2.150)
(2.151)
(2.152)
(2.153)
(2.154)
J IV =
(2.155)
Onde:
2 irot+ 2 2 2 2 2 2r2 xm s VRe+ + VIm r12 r2 + r1 xm s + x12 r2 + 2 x1 r2 xm + xm r2
)(
den
2 +
(2.156)
93
Contribuies para o vetor independente do MICN Da mesma maneira que no modelo anterior, as equaes (2.132), (2.133) e (2.134) apresentam as contribuies para o vetor independente da mquina de induo relativas s injees de correntes nas posies k, m e z dos ns onde a mquina est conectada, e na equao (2.157) apresenta-se a contribuio relativa equao de controle deste modelo.
f1,mot (z ) = Pmec
(2.157)
Contribuies para a matriz Jacobiana do MICN As contribuies do motor de induo conectado nos ns k, m e z, para a matriz Jacobiana, neste caso de modelo do motor atendendo a potncia mecnica da carga, so apresentadas de forma compacta pela equao (2.158):
J J kmz , mot (z ) = I J III
J II J IV
(2.158)
Onde seus elementos so aqueles apresentados nas equaes (2.118), (2.123), (2.149) e (2.155).
94
De modo semelhante modelagem do motor atendendo a potncia mecnica da carga necessrio desenvolver a equao de controle, neste caso do conjugado, e as derivadas relativas a ela, cuja representao geral a mesma feita em (2.137), para a aplicao do Mtodo de Newton-Raphson na soluo do sistema. Os valores representados por JI e JII, dependentes do escorregamento, so os mesmos do modelo de motor atendendo a potncia mecnica da carga. Contribuies de injeo de corrente O clculo das equaes de contribuies de injeo de corrente relativas a este modelo do motor de induo o mesmo do modelo anterior. Estas contribuies nos ns k, m e z (fases onde o motor est conectado) esto descritas pelas equaes (2.115), (2.116) e (2.117). Desenvolvimentos Neste modelo, a equao extra de controle deve determinar que o conjugado requerido do motor de induo na sua velocidade de operao seja igual ao conjugado demandado pela carga rotrica, que tambm funo da velocidade. O conjugado no eixo do motor dado segundo a equao (2.159) (ANDERSON, 1995).
2 i rot + r2 2 i rot r2
w sinc s
w sinc (2 s )
(2.159)
Onde as variveis so calculadas utilizando-se as expresses (2.139) a (2.144). A equao do conjugado da carga em funo da velocidade dada por (2.160).
crg (s ) = 0 + (1 s ) 1 + (1 s ) 2 + (1 s ) 3
2 3
(2.160)
Onde T0, T1, T2 e T3 so fatores que representam o comportamento da carga em funo da velocidade e so informados pelos fabricantes de equipamentos (WEG, 2005).
95
(2.161)
(2.162)
As contribuies do motor de induo com controle de conjugado para a matriz Jacobiana so apresentadas na equao (2.163):
I Imk I Rek I Imm I Rem = I Im z I Re z M J f1 ,k1 f1 VRek VImk VRe m J II VImm VRe z VImz M J IV s
JI
(2.163)
J f1 ,k2
J f1 ,m1
J f1 ,m2
J f1 , z1
J f1 , z2
Os valores de JI e JII j foram definidos nas equaes (2.118) e (2.123), respectivamente. E os elementos de
J III = J f1 ,k1
J f1 ,k2
J f1 ,m1
J f1 ,m2
J f1 , z1
J f1 , z2
so
apresentados em (2.164).
2 J f1 ,k1 = VRe+ ind + 3 VRe VRe VIm 2 xm VIm k1 denr k1 denm k 2 denr + k1 denm VRek VRek VRek wsinc den VRek 2 J f1 ,k2 = VIm+ ind + 3 VRe VRe VIm 2 xm VIm k1 denr k1 denm k 2 denr + k1 denm wsinc den VImk VImk VImk VImk
(2.164)
96
2 2 3 J f1 ,m1 = VRe+ VIm+ ind + 6 6 VRe VRe VIm 2 xm VIm k1 denr k1 denm k 2 denr + k1 denm VRem VRem VRem wsinc den VRem 2 3 2 J f1 ,m2 = VRe+ VIm+ ind + 6 6 2 xm wsinc den VIm VRe VRe VIm k1 denr k1 denm k 2 denr + k1 denm VIm VImm VImm VImm m
2 2 3 J f1 , z1 = VRe+ + VIm+ ind + 6 6 VRe VRe VIm 2 xm VIm k1 denr k1 denm k 2 denr + k1 denm VRe VRe z VRe z VRe z wsinc den z 2 3 2 J f1 , z2 = 6 VRe+ 6 VIm+ ind + 2 xm wsinc den VIm VRe VRe VIm k1 denr k1 denm k 2 denr + k1 denm VIm VImz VImz VImz z
Onde:
2 3xm r2 s wsinc den+
ind + =
(2.165)
(2.166)
3VRem VImm 3VRe z VImz 1 VIm+ = VImk + 3 2 2 2 2 3VImm VRe z VRe 3VImz 1 VRe = VRek m + 3 2 2 2 2
(2.167)
(2.168)
(2.169)
97
J IV =
2 2 i rot r2 i rot r2 s (2 s ) (2 s ) 2
(2.170)
Onde:
2 irot+ 2 2 2 2 2 2r2 xm s VRe+ + VIm r12 r2 + r1 xm s + x12 r2 + 2 x1 r2 xm + xm r2
)(
den
2 +
(2.171)
Contribuies para o vetor independente do MICN Da mesma maneira que no modelo anterior, as equaes (2.132), (2.133) e (2.134) apresentam as contribuies para o vetor independente da mquina de induo relativas s injees de correntes nas posies k, m e z dos ns onde a mquina est conectada, e na equao (2.172) apresenta-se a contribuio relativa equao de controle deste modelo.
f 1, mot (z ) = []
(2.172)
Contribuies para a matriz Jacobiana do MICN As contribuies do motor de induo conectado nos ns k, m e z, para a matriz Jacobiana, neste caso do modelo do motor atendendo ao conjugado da carga, so apresentadas de forma compacta pela equao (2.173):
J J mot (z ) = I J III
J II J IV
(2.173)
Onde, os elementos de Jmot(z) so aqueles apresentados nas equaes (2.118), (2.123), (2.164) e (2.170).
98
99
mais efetivo ser o controle. Matematicamente, o controle ser desenvolvido de maneira geral, considerando um ramo k-m e uma barra z quaisquer do sistema.
Pkm
Z km
Qkm
Qz
Figura 2.23 Representao da correo de fator de potncia
Dois tipos de aes de controle de fator de potncia foram implementados: controle trifsico e controle independente em cada uma das fases. Na prtica normalmente o que realizado o controle trifsico, porm, considera-se importante para a ferramenta de anlise a implementao dos dois tipos de controle, pois pode ser interessante realizar testes com as duas possibilidades e ainda ao simular sistemas monofsicos necessrio utilizar o controle em apenas uma fase. Os dois tipos de controles sero discutidos a seguir. Controle de Fator de Potncia por Fase Nesta estratgia de controle, o fator de potncia especificado individualmente em cada fase do ramo a ser compensado e cada fase do equipamento gerador de reativos utilizada para realizar o controle em uma determinada fase do ramo. Neste caso, os valores encontrados para a gerao de reativos nas fases do equipamento podem assumir valores distintos entre si, determinando uma gerao assimtrica. Este tipo de controle tambm pode ser empregado em ramais monofsicos e bifsicos. Pode-se determinar o ngulo entre as componentes da potncia eltrica ativa e reativa na fase s de um ramo k-m a partir da equao (2.174).
s Qkm s Pkm
s tan PQ =
(2.174)
O fator de potncia na fase s deste ramo (fps) dado pelo valor do cosseno deste ngulo, conforme equao (2.175).
100
s fp s = cos PQ
(2.175)
Onde:
s PQ
ngulo entre as componentes da potncia eltrica ativa e reativa na fase s de um ramo k-m, medidas no terminal da barra k; Potncia eltrica ativa na fase s do ramo k-m, medida no terminal da barra k; Potncia eltrica reativa na fase s do ramo k-m, medida no terminal da barra k;
s Pkm
s Qkm
s p
p = {a, b, c};
(2.176)
(2.177)
s Qkm s Pkm
(2.178)
(2.179)
Substituindo (2.179) em (2.178) e manipulando os termos tem-se a equao de controle para fixar o fator de potncia por fase:
s s Pkm s Qkm = 0 fp
(2.180)
101
Finalmente, esta equao de controle reescrita conforme (2.181) e pode ser acrescentada ao sistema de equaes a ser resolvido pelo mtodo de Newton-Raphson
s no MICN. Na convergncia f fp ser igual a zero.
s s s f fp = Re(S km ) s Im(S km ) fp
(2.181)
s Sendo que Skm , potncia aparente na fase s do ramo k-m no terminal da barra k,
dada por.
s s S km = Vks I km
( )
(2.182)
s km
s V ks V m =V s Z km s k
(2.183)
s S km =
(Z
s * km
[(V )
s 2 Re k
s + V Im k
) (V
s Re k
s s s + jV Im k V Re m jV Im m
)(
)]
(2.184)
Onde:
s s V ks = V Re k + jV Im k s s s Vm = VRe m + jVImm
Fasor de tenso fase s para terra na barra k; Fasor de tenso fase s para terra na barra m; Impedncia do elemento k m na fase s;
s s s Z km = rkm + jxkm
Para o controle do fator de potncia por fase, utiliza-se as geraes de reativos em cada fase do equipamento conectado em uma barra z (Qsz) como as novas variveis de estado, correspondentes s equaes de controle. Para ilustrar, apresenta-se o formato do sistema de equaes a ser solucionado (representao matricial) destacando as contribuies relativas aos controles para um caso de correo de fator de potncia individual por fase, nas fases a, b e c de um ramo k-m do sistema, feita pela gerao reativa de cada fase de um equipamento tambm trifsico conectado na barra z.
102
J abc fk
J abc fm
M abc VRe k abc VIm k abc VRe m abc VIm m abc VRe z abc abc J zf VIm z M J abc Q zabc ff
(2.185)
Onde: J representa as contribuies para a matriz Jacobiana de todos os elementos do sistema, j definidas nas sees anteriores. Contribuies para o vetor independente do MICN Neste caso de correo de fator de potncia por fase necessrio ento equacionar as contribuies relativas aos controles. Estas contribuies devem ser determinadas alm das contribuies bsicas dos elementos do equipamento gerador de potncia reativa utilizado para fazer a correo de potncia. Atenta-se para o fato de que, ao serem utilizadas para o controle, as geraes de reativos destes elementos passam a ser variveis de estado, variando a cada iterao do mtodo, o que precisa ser considerado ao montar as contribuies bsicas tambm. As contribuies para o vetor independente do MICN relativas ao controle, definidas na equao (2.181) e representadas na equao matricial (2.185), so dadas neste caso por:
a a Re S km a Im S km fp b b = Re S km b Im S km fp c c c Re S km fp Im S km
abc fp
( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( )
(2.186)
103
Contribuies para a matriz Jacobiana do MICN Analogamente s contribuies para o vetor independente, para representar no MICN um equipamento gerador de reativos controlando o fator de potncia por fase, deve-se equacionar suas contribuies bsicas e tambm as contribuies relacionadas aos controles para a matriz Jacobiana, estas ltimas esto representadas na ltima linha e na ltima coluna da equao matricial (2.185) para o exemplo apresentado e tm seus elementos dados pelas equaes seguintes.
a f fp a VRe k =
a f fp
V f
b fp b VRe k
a Im k
abc fk
b f fp b VIm k
c f fp c VRe k
c f fp c VIm k
(2.187)
Onde:
s f fp
s Re k
S s = Re km s VRe k
s s fp Im S km s VRe k
(2.188)
s f fp s VImk
S s = Re km s VIm k
s s fp Im S km s VIm k
(2.189)
s S km 1 = s s VRe k Z km
( )
(2V
(2V
s Re k
s s VRe m jVImm
))
(2.190)
s S km 1 = s s VIm k Z km
( )
s Im k
s s j VRe m jVIm m
))
c f fp c VIm m
(2.191)
J abc fm
a f fp a VRe m =
a f fp
V
b f fp b VRe m
a Im m
b f fp b VIm m
(2.192)
c f fp c VRe m
104
Onde:
s f fp
s Re m
S s = Re km s VRe m
s s fp Im S km s VRe m
(2.193)
s f fp
s Im m
S s = Re km s VIm m
s s fp Im S km s VIm m
(2.194)
s S km 1 = s s VRe m Z km
( )
(V
s Re k
s + jVImk
(2.195)
s S km 1 = j s s VIm m Z km
( )
(V
s Re k
s + jVImk
(2.196)
abc J zf
a I Im z a Q z = a I Re z a Q z
b I Im z
Q zb
c I Im z
Q zc
b I Re z
Q zb
c I Re z
Q zc
(2.197)
Onde:
s I Im z
Qzs
=j
(2.198)
s I Re z
Qzs
(2.199)
abc ff
0 0 0 = 0 0 0 0 0 0
(2.200)
105
Qzabc
Qza = Qzb Q c z
(2.201)
Controle de Fator de Potncia Trifsico Para realizar o controle trifsico, deve-se especificar o fator de potncia trifsico desejado no terminal de um ramo k-m do sistema. Definiu-se que neste caso a gerao de reativos do equipamento controlador do fator de potncia seria equilibrada. Sejam as seguintes definies: Potncia eltrica ativa trifsica no ramo k-m, no terminal da barra k 3f a b c ( Pkm = Pkm + Pkm + Pkm ); Potncia eltrica reativa trifsica no ramo k-m, no terminal da barra k 3 a b c ( Qkmf = Qkm + Qkm + Qkm ); Fator de potncia trifsico especificado em um dado ramo k-m, no terminal da barra k; ngulo da potncia complexa trifsica no ramo k-m, no terminal da barra k, fixado pelo fator de potncia especificado.
3 Pkmf
3 Qkmf
3f fpesp
3 f,esp fp
O ngulo da potncia complexa trifsica em um ramo k-m pode ser obtido por:
3 Qkmf = 3f Pkm
tan
3f fp ,esp
(2.202)
A relao do fator de potncia trifsico especificado com o ngulo expressa conforme (2.203):
3f fpesp = cos 3 f,esp fp
(2.203)
(2.204)
106
Substituindo (2.203) em (2.202) e considerando a relao (2.204) obtem-se a seguinte equao de controle para definir o fator de potncia trifsico:
3 3 Pkmf 3 f Qkmf = 0 fp
(2.205)
(2.206)
trifsico desejado. A potncia complexa trifsica no ramo k-m da barra k, pode ser expressa como:
s 3 S kmf = Vks I km s
( )
(2.207)
3f km
V s V s = V k s m Z s km
s k
(2.208)
De maneira a obter gerao balanceada do equipamento gerador de reativos para o controle, mesmo em sistemas desequilibrados, as seguintes equaes de controle tambm devem ser introduzidas:
2 f fp = Qza Qzb
(2.209)
3 f fp = Qzb Qzc
(2.210)
Tambm neste caso, de controle do fator de potncia trifsico, as geraes de potncia reativa por fase do equipamento ( Q za , Qzb e Qzc ) so as novas variveis de estado. As equaes (2.206), (2.209) e (2.210) podem ser ento linearizadas e adicionadas ao sistema de equaes a ser resolvido no MICN pelo Mtodo de NewtonRaphson, e na convergncia sero iguais a zero.
107
A estrutura matricial do sistema a ser resolvido para o controle de fator de potncia trifsico em um ramo k-m, com gerao simtrica de reativos no equipamento controlador conectado a uma barra z qualquer, idntica estrutura do sistema para o controle individual por fase, cujo formato est apresentado em (2.185). necessrio apenas redefinir os termos relativos ao controle. Contribuies para o vetor independente do MICN Neste caso de correo de fator de potncia trifsico deve-se equacionar as contribuies relativas aos controles, alm de determinar as contribuies bsicas dos elementos do equipamento gerador de potncia reativa do controle. De forma semelhante ao que ocorre no controle por fase, ao utilizar as geraes de reativos do equipamento como variveis de estado as mesmas mudam a cada iterao, o que precisa ser considerado ao montar as contribuies bsicas tambm. As contribuies para o vetor independente do MICN relativas a este controle, definidas nas equaes (2.206), (2.209) e (2.210), so representadas na equao matricial (2.185) da seguinte forma:
1 f fp 2 = f fp 3 f fp
abc 123 f fp = f fp
(2.211)
Contribuies para a matriz Jacobiana do MICN Analogamente s contribuies para o vetor independente, para representar no MICN o controle de fator de potncia trifsico, deve-se equacionar para a matriz Jacobiana as contribuies bsicas dos elementos geradores de reativos e tambm as contribuies relacionadas aos controles. Estas contribuies relativas ao controle tm o mesmo formato apresentado na ltima linha e na ltima coluna da equao matricial (2.185) e seus elementos so dados pelas equaes seguintes.
108
abc fk
1 f fp a VRe k =
1 f fp b VRe k
1 f fp c VRe k
1 f fp a VIm k
1 f fp b VIm k
1 f fp c VIm k
(2.212)
Onde:
1 f fp
s Re k
S s = Re km s VRe k
s s fp Im S km s VRe k
(2.213)
1 f fp
s Imk
S s = Re km s VIm k
s s fp Im S km s VIm k
(2.214)
Sendo que alguns termos destas equaes j esto definidos em (2.190) e (2.191).
1 f fp a VRe m = 1 f fp b VRe m 1 f fp c VRe m 1 f fp a VImm 1 f fp b VImm 1 f fp c VImm
abc fm
(2.215)
Onde:
1 f fp
s Re m
S s = Re km s VRe m
s s fp Im S km s VRe m
(2.216)
1 f fp
s Imm
S s = Re km s VIm m
s s fp Im S km s VIm m
(2.217)
abc ff
(2.218)
109
110
Com a modelagem proposta, especialmente para transformadores, cargas e outros elementos ligados em delta, foram superados problemas de modelagem encontrados em GARCIA (2001) e em PENIDO (2004). Considera-se como um dos pontos mais importantes da metodologia proposta a possibilidade de que para cada componente do sistema, somente os elementos realmente existentes sejam modelados, fazendo com que as matrizes e vetores utilizados no processo de soluo tenham as dimenses estritamente necessrias e que no seja necessria a utilizao de artifcios computacionais extras no processo de soluo, melhorando o desempenho computacional. A modelagem apresentada foi definida para ser utilizada em sistemas com n condutores, com representao explcita de cabos neutros e aterramentos quando existentes no componente, permitindo que seus efeitos no desempenho dos sistemas sejam analisados e explorados. Esta modelagem consegue representar desequilbrios, assimetrias e acoplamentos mtuos. Pode ser utilizada para sistemas radiais ou reticulados. E permite a representao de basicamente qualquer tipo de componente do sistema, com conexes em n ns, desde que se consiga montar suas contribuies de injees de corrente para os ns em que estiver conectado e se necessrio suas equaes de controle. importante ressaltar que nas implementaes computacionais deste trabalho as posies dos elementos de contribuio nas matrizes e nos vetores utilizados no processo de soluo no so necessariamente consecutivas, por fases e/ou por componentes, como esto representadas nas equaes para alguns componentes nas sees deste captulo (foram apresentados assim apenas para facilitar o entendimento). O que importa para esta metodologia que todas as equaes de injees de corrente em cada n do sistema estejam definidas corretamente, ou seja, estejam computadas todas as contribuies de todos os elementos, nas posies corretas do vetor independente e da matriz Jacobiana do processo de soluo, mas no h necessidade de prvia ordenao de ns.
111
Captulo 3
3.1 Introduo
Neste captulo so analisados diversos aspectos do Mtodo de Injeo de Correntes a N Condutores (MICN) para verificar caractersticas e capacidades da metodologia proposta, e so abordadas algumas possveis utilizaes do mtodo. Vrios pontos analisados fazem parte do processo de soluo do mtodo. Verificase trajetrias de convergncia, a influncia da inicializao das variveis (especialmente das tenses de neutro), o significado dos nmeros de condicionamento das matrizes utilizadas no processo de soluo, a utilizao de modificao de passo no mtodo de Newton-Raphson em situao de difcil convergncia, e a existncia de mltiplas solues para os sistemas. Considera-se importante realizar estas anlises especialmente em sistemas desequilibrados que possuem neutros e aterramentos, pois autores de algumas referncias relatam que quando consideram neutros e aterramentos os modelos que eles desenvolvem ficam mais complexos e a convergncia dos mtodos que eles utilizam fica mais complicada (CHEN e YANG, 2001, DUGAN, 2004). Outro ponto tambm citado em vrias referncias (GARCIA, 2001, SRINIVAS, 1999, SAAVEDRA e RODRIGUES, 2002, ZHANG e CHENG, 1997, PIRES, 2004) que para sistemas de distribuio onde os alimentadores possuem a relao R/X elevada esta caracterstica pode gerar problemas de mal condicionamento das matrizes durante o processo de soluo computacional, levando a oscilaes ou divergncia em vrios mtodos. Esta questo tambm analisada com o MICN. Apresenta-se um mtodo de clculo de fluxo de potncia para sistemas eltricos com n condutores, que utiliza a soluo do sistema obtida com o MICN. Procurando verificar a eficincia do mtodo proposto, so realizadas comparaes entre o MICN e um FBS na soluo de sistemas eltricos. Aproveitando a capacidade do MICN de representar n condutores, faz-se uma anlise de possibilidades de representao do solo na soluo dos sistemas. E finalmente, apresenta-se uma aplicao do MICN como base para uma metodologia de clculo de curto-circuito.
112
113
A seguir sero descritos os principais testes e anlises que foram realizados, na tentativa de entender melhor algumas trajetrias de soluo, caractersticas do problema e ainda buscar alguma melhoria para o processo de soluo do MICN.
Vb
Va
Ia San Sbn
Vn Vc
Ic Scn Zn Iat
Fonte 13,80 kV
Figura 3.1 Sistema gerao carga
Carga
Este sistema possui uma barra, com uma gerao e uma carga conectadas nela. Considere que na gerao os mdulos das tenses das fases a, b, e c (entre a fase e o neutro do gerador) sejam mantidos fixos no valor de 13,80 3 kV (equivalente a 1 p.u.), e
que estas tenses possuam as defasagens caractersticas (0, -120, 120). A carga desbalanceada, modelada com o tipo potncia constante, conectada em estrela com ponto de conexo no neutro e aterrada por uma impedncia Zn. Neste caso considerou-se San = 1000 kVA (fp = 1), Sbn = 1200 kVA (fp = 1) e Scn = 800 kVA (fp = 1).
114
(3.1)
S cn + V V c n
V + n =0 Zn
(3.2)
Neste sistema as tenses de todos os ns, exceto a do n neutro da carga, j esto definidas (so fixas), e as potncias e a impedncia so constantes, e para solucion-lo basta resolver a equao anterior. Analisando-se esta equao verifica-se que ela tem quatro solues matemticas para a varivel tenso de neutro que a satisfaam, porm dependendo dos valores dos elementos algumas destas solues podem ser iguais. Este simples exemplo j nos mostra a possibilidade da existncia de mais de uma soluo para o sistema. Apenas como informao, complementando a parte matemtica, a lgebra demonstra-nos que qualquer polinmio de grau n em C (conjunto dos nmeros complexos) tem n solues (Faculdade de Cincias, 2001).
115
Na soluo do sistema deve-se ter o valor de |In| nulo, logo para as condies descritas existem quatro solues matemticas diferentes possveis, que podem ser observadas no grfico. Estas possveis solues sero chamadas de Casos 1, 2, 3 e 4. Os
116
resultados das tenses de neutro em cada uma destas solues so apresentados na Tabela 3.1.
Caso 1 2 3 4
Na Tabela 3.2 apresenta-se os resultados encontrados para a potncia ativa fornecida pelo gerador para o sistema, em cada uma das solues, sendo que em todos os casos a carga total, modelada como potncia constante, de 3000 kW. Percebe-se que os valores das perdas para os Casos 2, 3 e 4 so demasiadamente elevados, e portanto estas solues no so factveis na prtica, pode-se ver inclusive que nestes casos as perdas so muito maiores do que as prprias cargas.
Caso 1 2 3 4
Da Tabela 3.3 a Tabela 3.6 so apresentados resultados das correntes no sistema. Percebe-se que os Casos 2, 3 e 4 apresentam correntes elevadas em uma das fases e no aterramento, indicando novamente que estas solues no so factveis.
Ia Ib Ic Iat
117
Ia Ib Ic Iat
Ia Ib Ic Iat
Ia Ib Ic Iat
Assim, nesta configurao do sistema apenas a soluo correspondente ao Caso 1 vivel. A questo da viabilidade deve ser observada em todas as solues computacionais de sistemas eltricos.
118
de 28,45 ohms o sistema passa a ter duas solues diferentes e duas iguais as anteriores. Alguns pontos de soluo foram destacados no grfico onde esto explicitados os valores de Zn.
Figura 3.3 Valores das tenses de neutro em p.u. das solues (razes da equao) quando a resistncia de aterramento de neutro variada
Na Figura 3.4 apresentado o grfico 3D de |In| da equao (3.2) para uma variao das partes real (Vr) e imaginria (Vm) da tenso de neutro da carga (Vn) entre os seguintes intervalos: 1 p.u. Re(Vn ) 1 p.u. e 1 p.u. Im(Vn ) 1 p.u. (este tipo de grfico ser tratado neste trabalho a partir daqui como: grfico 3D da funo In), sendo
119
Na Figura 3.5 apresenta-se o grfico 3D da funo In para Zn = 4 ohms. Neste caso existem trs solues diferentes e uma igual a uma das outras. Percebe-se que com o aumento da impedncia, a equao est caminhando para ter quatro solues distintas (verifica-se neste grfico a tendncia de formao de uma outra soluo).
120
Para valores da impedncia de aterramento no intervalo 5 Zn 28,4 ohms o sistema apresenta quatro solues distintas para a tenso de neutro. Como exemplo apresenta-se na Figura 3.6 o grfico para Zn = 28 ohms.
E para valores de Zn maiores que 28,5 ohms existem duas solues diferentes e duas iguais as anteriores. Como exemplo pode-se verificar o grfico na Figura 3.7 para
Zn =35 ohms.
121
Na Figura 3.8 apresenta-se o grfico para a situao em que o neutro est praticamente flutuante, ou seja, Zn tende para . Observe que quando Zn = a equao passa a ser de segunda ordem, tendo apenas duas solues.
Figura 3.8 Grfico 3D da funo In para neutro praticamente flutuante (grandezas em p.u.)
122
A partir do exemplo apresentado e tambm em outros testes verifica-se que os valores e tipos das impedncias de aterramentos influenciam nas solues dos sistemas. Verificou-se tambm que dependendo dos valores das impedncias dos aterramentos, e dependendo do desequilbrio dos sistemas, pode-se atingir valores considerveis de tenses de neutro, dificultando a obteno da soluo, uma vez que o chute inicial para esta varivel normalmente feito como 0 p.u., que seria no caso longe do ponto de soluo. Aspectos relativos inicializao de variveis sero tratados na prxima seo.
123
Na tentativa de ilustrar o problema, que talvez deva ser mais bem considerado como uma caracterstica do mtodo, apresenta-se uma anlise realizada no sistema base da Figura 3.1, considerando o neutro da carga flutuante. Este exemplo foi escolhido porque muitos sistemas reais possuem neutro da carga flutuante e, alm disso, neste sistema possvel encontrar as solues por mtodos analticos, para isto basta substituir os valores conhecidos em (3.2), chegando-se a (3.3), onde a nica varivel desconhecida a tenso de neutro (Vn).
* * *
(3.3)
3 Vn
( ) 0,346e
* 2
j 90
Vn + 0,346e j 90 = 0
(3.4)
Onde as solues so: Vn = 0,383e j128,15 p.u. = Soluo1 Vn = 0,300e j 38,15 p.u. = Soluo 2 Na Figura 3.9 apresenta-se um algoritmo criado para analisar vrios pontos iniciais (chutes iniciais) para a tenso de neutro que poderiam ser utilizados para tentar solucionar o problema.
124
P.1
Ler arquivo de dados
P.2
Variar tenso inicial do neutro: 0:passo:1 pu
P.3
Variar o ngulo inicial do neutro: 0:passo:360o
P.4
Executar o caso e monitorar a tenso de neutro e o resultado
P.5
Assinalar em um grfico o comportamento do ponto inicial
P.6
Terminar o processo e mostrar o grfico
Figura 3.9 Algoritmo para avaliar as inicializaes da tenso de neutro (para sistemas simples)
No passo P.5 o algoritmo relaciona o ponto inicial e a soluo correspondente. Para o caso exemplo, se a partir de um determinado ponto inicial a tenso de neutro convergiu para a Soluo 1 da equao (3.4) o ponto inicial marcado com uma cruz azul; se convergiu para a Soluo 2 o ponto inicial marcado com um crculo vermelho; se o caso divergiu este ponto inicial assinalado como uma estrela preta. Aps o fim do algoritmo todos os pontos iniciais testados estaro plotados em um grfico como o da Figura 3.10, que o que se encontrou para o sistema base proposto, com os smbolos correspondentes ao que se atingiu na soluo. Plotou-se tambm neste grfico as duas solues possveis para o sistema base com o neutro flutuante: Soluo 1 e Soluo 2.
125
Soluo 1
Soluo 2
Figura 3.10 Mapa de convergncia dos pontos iniciais da tenso de neutro para o sistema base
Analisando-se o grfico da Figura 3.10 v-se que grande parte dos pontos iniciais converge para a soluo de valor mais prximo ao valor da prpria inicializao, mas existem pontos iniciais que convergem para a soluo de valor mais distante e ainda outros pontos iniciais que divergem. Para tentar entender estas situaes foram analisadas as trajetrias de convergncias de alguns pontos. Pontos iniciais que levam a divergncia so considerados os maiores problemas, assim algumas destas anlises esto mostradas na seqncia. A Figura 3.11 a representao 2D das curvas de contorno da Figura 3.8, onde as reas em azul escuro representam os menores valores da funo |In| e as reas em vermelho os maiores valores. Sobre esta figura foram marcados os pontos iniciais de tenso de neutro que levam o caso divergncia. Estes pontos so os que foram marcados na Figura 3.10 com estrelas pretas. A rea lils demarcada aproximadamente na Figura 3.11, uma regio de sela. Se em qualquer momento do processo iterativo (inclusive na inicializao, ou seja, na
126
primeira iterao) a varivel tenso de neutro obtiver um valor que caia nesta regio o incremento desta varivel neste ponto ser muito grande, levando a varivel para longe de um ponto de soluo, e o processo acaba por divergir. Os pontos iniciais que esto marcados mais perto dos limites do grfico, e que levaram o processo a divergncia, de maneira geral esto bem longe da zona de atrao das solues, ou esto atrs dos picos (reas em vermelho), e por estes motivos acabam levando o processo divergncia. Analisando-se o processo iterativo com pontos iniciais que levaram o processo a divergncia e que no esto na zona lils e no esto perto dos limites do grfico verifica-se que a divergncia ocorre porque no segundo ou terceiro passo do processo o valor da tenso de neutro na iterao recai em algum ponto da rea lils e isto leva a divergncia.
Figura 3.11 Marcao dos pontos iniciais que levam a no convergncia (grandezas em p.u.)
Na Figura 3.12 apresentada uma viso 3D da Figura 3.11 combinada com o mapa de convergncia apresentado na Figura 3.10.
127
Figura 3.12 Representao dos pontos iniciais testados para a varivel tenso de neutro e da regio de soluo da funo |In| (Mapa de convergncia e Grfico da funo) (grandezas em p.u.)
Na Figura 3.13 mostra-se duas trajetrias de convergncia da varivel tenso de neutro, correspondentes a dois casos onde os pontos iniciais esto na rea lils demarcada na Figura 3.11, que uma regio que leva o processo divergncia.
Figura 3.13 Exemplos de trajetrias de convergncia a partir de valores iniciais de tenses de neutro na rea de divergncia (grandezas em p.u.)
128
Observando-se o grfico percebe-se que o incremento para a varivel tenso de neutro j na primeira iterao foi suficientemente grande para levar a varivel para um ponto muito longe da rea de convergncia, ocasionando a divergncia nos dois casos. Na Figura 3.14 mostra-se trajetrias de convergncia a partir de pontos iniciais que estavam situados fora da rea lils demarcada na Figura 3.11, mas que tambm levam o processo divergncia. Observa-se que nas iteraes subseqentes inicial o valor da varivel tenso de neutro cai na rea lils e o caso acaba por divergir.
Figura 3.14 Exemplos de trajetrias divergentes a partir de valores iniciais de tenses de neutro fora da rea de divergncia (grandezas em p.u.)
Na Figura 3.15 mostra-se em detalhes a trajetria de convergncia de um outro ponto inicial que tambm no converge.
129
A partir dos testes realizados verifica-se que mesmo em um sistema muito simples podem ocorrer vrias situaes. Nota-se que uma boa inicializao de variveis realmente fundamental ao se utilizar o mtodo de Newton-Raphson. Porm, confirma-se tambm o que vem sendo dito por outros autores que esta inicializao fica dificultada especialmente quando o sistema est muito desequilibrado, ou muito carregado, principalmente quando existem neutros e aterramentos. Nas anlises deste trabalho verificou-se que as variveis de neutro so as maiores complicadoras para a inicializao. Nestas situaes talvez seja interessante utilizar alguma tcnica de melhoria do processo de soluo.
130
Felizmente, o MICN com seu algoritmo original, conforme apresentado no Captulo 2, tem alcanado a convergncia para a maioria dos sistemas eltricos simulados e normalmente para pontos de soluo viveis, mostrando-se um mtodo bastante robusto. Verificando-se nos testes a importncia e a influncia de uma boa inicializao de variveis no MICN, devido utilizao do mtodo de Newton-Raphson, conclui-se que a que originalmente feita tem sido suficientemente boa na maioria dos casos. Esta inicializao de variveis no MICN ser chamada a partir daqui, neste Captulo, de inicializao bsica, onde valores pr-determinados so utilizados. Na inicializao bsica so considerados valores correspondentes a mdulos de tenses iguais a 1 p.u. nos ns das fases e 0 p.u. nos ns dos neutros, alm de outros valores fixos para as outras variveis. Porm, existem tambm os casos difceis em termos de convergncia e quanto mais se estressa os sistemas, especialmente com o aumento dos desequilbrios, tende-se a aumentar o nmero de casos que podem apresentar problemas. Ou ainda, pode ser desejvel encontrar outras solues do sistema, que no so encontradas utilizando-se a inicializao bsica. Torna-se ento importante o desenvolvimento de procedimentos extras para facilitar o processo nesses casos de difcil convergncia ou mesmo para direcionar o processo de soluo. Verificando-se os casos problemticos testados neste trabalho confirma-se uma observao que tem sido feita por vrios autores, de que quando se trata neutros e aterramentos o processo de convergncia pode ficar dificultado. E ainda mais, nos testes deste trabalho notou-se que as variveis de neutro so as mais interessantes e complicadoras neste aspecto, assim, da mesma maneira que nas anlises apresentadas, a maioria dos procedimentos desenvolvidos mantem o foco principalmente nas variveis de neutro. Alguns procedimentos desenvolvidos e utilizados neste trabalho so sugeridos nas prximas sees. Compe-se basicamente de passos adicionais ao algoritmo original do MICN. Salienta-se que no necessrio (e nem se indica) utiliz-los ao solucionar todos os sistemas eltricos, mas sim em casos especiais, onde podem ser bastante teis. Exemplos de casos onde algum destes procedimentos foi utilizado sero apresentados no Captulo 4 nos resultados.
131
P.2 Variar a varivel tenso de neutro. Montar o grfico da funo corrente de neutro.
P.3
Identificar os pontos de mnimo e armazenar as tenses de neutro correspondentes.
Figura 3.16 Algoritmo para encontrar boas condies iniciais Pontos Iniciais
Este algoritmo deve ser executado para todos os ns neutros do sistema e ser chamado algoritmo Pontos Iniciais. No passo P.1 todas as variveis do sistema so inicializadas da maneira bsica do MICN e so fixadas nestes valores. A nica varivel de estado que permanece com grau de liberdade a varivel tenso do n neutro em questo. No passo P.2 varia-se o valor da tenso deste n neutro em uma faixa de valores, calculando-se a injeo lquida de corrente neste n para cada valor da tenso de neutro, montando-se um grfico desta funo injeo de corrente pela variao do valor da tenso de neutro, semelhante ao apresentado na Figura 3.17, que est apresentado em duas dimenses. E no passo P.3 determina-se e armazena-se os valores da tenso de neutro correspondentes aos pontos de mnimo da funo plotada.
132
Pontos Iniciais
Ao final da aplicao deste algoritmo tem-se para cada n neutro do sistema um grfico da funo semelhante ao apresentado na Figura 3.17 e os valores de tenso de neutro correspondentes aos pontos de mnimo encontrados para cada funo (relativa a cada neutro). Estes valores so boas condies iniciais para as variveis tenso de neutro para serem utilizados em um processo de soluo. No exemplo da Figura 3.17 os pontos marcados em azul-escuro (correspondentes s posies dos mnimos da funo do grfico) indicam dois possveis bons pontos iniciais a serem utilizados para a varivel tenso do neutro do exemplo.
P.1
Ler arquivo de dados
P.2
Detectar as possveis condies iniciais utilizando o algoritmo Pontos Iniciais
P.3
Montar lista de combinaes de condies iniciais
P.4
Executar o caso a partir de uma condio inicial e monitorar a tenso de neutro
P.5
Convergiu?
No
Sim P.6
Armazenar a soluo
P.7
Escolher a prxima combinao da lista e voltar a P.4. Se final da lista ir para P.8
P.8
Terminar o processo e apresentar as solues
O passo P.3 deste algoritmo a montagem de uma lista de combinaes de possveis boas condies iniciais a serem utilizadas para buscar diversas solues. Esta lista construda a partir dos resultados obtidos para o sistema com o algoritmo da Figura 3.16, sendo formada pela combinao de todos os valores de tenses de neutros correspondentes a pontos de mnimo encontrados para as funes de injeo lquida de
134
corrente em cada n neutro do sistema. Estas combinaes se mostram boas condies iniciais para a busca de solues. Porm, pode-se perceber que esse procedimento tende a consumir um grande tempo computacional quando executado em sistemas reais de grande porte, pois normalmente existe um grande nmero de ns neutros no sistema e com isto, devido ao nmero de combinaes, a lista de possveis boas condies iniciais muito grande. A dimenso desta lista o produtrio do nmero de mnimos encontrados em cada funo de cada n neutro do sistema. Este procedimento interessante quando se deseja encontrar diversas solues matemticas para o sistema. Seu alcance pode ser entendido considerando que de certa forma o que ele faz uma varredura de tentativas, organizada e com boas inicializaes. Por causa destas caractersticas este procedimento se apresentou como uma possibilidade interessante de encontrar a convergncia em alguns casos patolgicos, onde a inicializao bsica ou outras tentativas mais simples levavam a divergncia.
135
Este procedimento apresentou resultados superiores (melhoria nas convergncias) aos alcanados comparando-se com quando se fazia somente a inicializao bsica do MICN (inicializando as tenses de todos os ns neutros com o valor de 0 p.u.).
136
varivel. Este fato resulta no distanciamento da varivel de estado da zona de convergncia e o caso diverge. Este comportamento est ilustrado na Figura 3.14. b) Alguma varivel de estado que representa tenso de neutro fica oscilando ao redor do ponto de convergncia antes de convergir. Este comportamento no leva a divergncia do caso, mas o nmero de iteraes necessrio para alcanar a convergncia torna-se excessivo. Este comportamento representado na Figura 3.19.
Figura 3.19 Trajetria de convergncia em caso de oscilao da varivel ao redor da soluo (grandezas em p.u.)
Na tentativa de solucionar o problema apresentado no item (a) e mitigar o que foi apresentado no item (b) pode-se utilizar um procedimento que corresponde a uma sutil modificao na programao do MICN, na parte relativa ao mtodo de NewtonRaphson utilizado no processo de soluo. Este procedimento est descrito nos passos do algoritmo a seguir: 1) Durante o processo de convergncia, a cada iterao, monitora-se o incremento das variveis de estado referentes a tenses de neutros.
137
2) Verifica-se se ocorreu um grande incremento de tenso (> 0,5 p.u.) em alguma varivel de tenso de neutro. Caso isto ocorra possvel que esta varivel tenha encontrado um ponto de sela e isto pode ocasionar um problema no processo. 3) Monta-se uma lista contendo todos os ns e todos os equipamentos que esto conectados diretamente ao n neutro da varivel em que ocorreu o possvel problema, armazenando-se seus atributos (por exemplo tenses para os ns, impedncias ou potncias para os equipamentos). 4) Verifica-se as tenses nodais destes ns adjacentes ao n de neutro em questo, caso as tenses de fase estejam em intervalos definidos aceitveis 0,5 p.u. < V < 1,5 p.u. mantem-se estes valores das tenses na lista criada, caso no estejam nos intervalos modifique estas tenses na lista para as condies da inicializao bsica do MICN. 5) Utilizando-se a lista de ns e equipamentos, mais precisamente seus atributos, aps possveis modificaes nas tenses pelo passo anterior, executa-se os passos P.2 e P.3 do algoritmo apresentado na Figura 3.16 para o n neutro da varivel tenso que apresentou grande incremento (fugiu). Ao final desta execuo tem-se armazenados possveis valores para esta tenso de neutro, correspondentes a pontos de mnimo da funo mdulo de injeo lquida de corrente deste n. 6) Toma-se o menor valor para a tenso do neutro (que no necessariamente corresponde ao menor valor de mnimo da funo) encontrado no passo anterior, e modifica-se para ele o valor da referida varivel de estado nesta iterao do MICN e, alm disso, caso no passo 4 tenham sido modificadas tenses de fase de alguns ns estas modificaes tambm so consideradas como condies destas variveis para o prximo passo do processo iterativo do MICN. 7) Continua-se o processo iterativo a partir destas condies. Pode-se considerar que este algoritmo, incorporado no MICN na parte correspondente ao mtodo de Newton-Raphson, fiscaliza as variveis de tenses de neutros e na iminncia de um possvel problema de convergncia ele troca os valores de variveis mais envolvidas para valores de melhores condies para a prxima iterao, como se estivesse reiniciando estas variveis novamente, mas no meio do processo iterativo. Em todos os casos em que este procedimento foi testado e havia uma soluo, esta foi encontrada. Este mesmo procedimento foi utilizado para reduzir o nmero de iteraes de alguns casos, sendo que nestas situaes o problema consiste em detectar a 138
dificuldade de convergncia, ou seja, este problema s encontrado aps vrias iteraes j terem sido realizadas. importante ressaltar que ao decidir utilizar algum destes procedimentos extras deve-se sempre tentar verificar a relao entre o aumento do custo computacional e o benefcio trazido, onde normalmente conclui-se que estes procedimentos s devem ser utilizados para casos mais complicados ou para situaes e necessidades especiais.
139
Para ilustrar estes conceitos sero apresentados dois exemplos. Considere o sistema linear mostrado na equao (3.5): 1 2 x 4 2 3 y = 7 Sua soluo dada por (3.6): x 2 y = 1
(3.6) (3.5)
Considere que seja efetuada uma pequena modificao na matriz dos coeficientes do sistema, conforme (3.7): 1,001 2,001 x 4 2,001 3,001 y = 7
(3.7)
A soluo para o sistema com as pequenas modificaes apresentada em (3.8): x 2,003 y = 0,997
(3.8)
Como se pode observar uma pequena mudana nos coeficientes da matriz causou uma pequena mudana nos resultados, logo este sistema definido como bem condicionado. Agora considere o sistema linear apresentado em (3.9): 2 x 4 1 2 3,999 y = 7,999 Sua soluo dada por (3.10): x 2 y = 1
(3.10) (3.9)
Considere que seja efetuada uma pequena modificao na matriz dos coeficientes deste sistema, conforme (3.11):
140
(3.11)
A soluo para este sistema com as pequenas modificaes apresentada em (3.12): x 3,994 y = 0,0014
(3.12)
Como se pode observar uma pequena mudana nos coeficientes da matriz do sistema causou uma grande mudana nos resultados, logo este sistema definido como mal condicionado. Como conseqncia desta caracterstica matemtica, caso um sistema de uma iterao qualquer do mtodo de Newton-Raphson seja mal condicionado, no se poderia confiar muito na soluo encontrada, pois at mesmo pequenos erros numricos nos elementos das matrizes do processo de soluo poderiam levar para resultados longe das solues desejadas. Felizmente, o problema de mau condicionamento pode ser mitigado com a utilizao de nmeros com maior preciso, ou seja, um maior nmero de casas decimais confiveis. Sendo que dependendo do processo de soluo em questo, este problema pode ser praticamente eliminado desde que uma preciso adequada seja utilizada nos nmeros. Sero apresentados a seguir uma explicao e alguns fundamentos, baseados em HNMI (2007) de como se relaciona o condicionamento de matrizes com o nmero de casas decimais em que se pode confiar, sendo que a partir destas anlises pode-se verificar se os tipos de variveis utilizadas esto adequados para o processo de soluo empregado no mtodo. Para avaliar o grau de confiana de uma soluo de um sistema linear, ou seja, quantificar o nmero de dgitos da soluo que so confiveis, deve-se calcular o nmero de condicionamento do sistema e combin-lo com um parmetro de preciso numrica do computador no qual o sistema est sendo solucionado. Este parmetro denominado epsilon e representa a preciso numrica do computador.
141
O nmero de condicionamento de uma matriz (Cond) pode ser calculado conforme a equao (3.13). A deduo completa desta frmula por ser encontrada em HNMI (2007). Para uma determinada matriz A, tem-se:
Cond ( A) = A A 1
(3.13)
Onde:
A
a 1 i lin
j =1
max
col
ij
(3.14)
Sendo col o nmero de colunas e lin o nmero de linhas da matriz A. Em HNMI (2007) deduz-se que quanto maior o nmero de condicionamento da matriz, maior o grau de mau condicionamento do sistema. Seja o seguinte exemplo numrico: Em (3.15) calculado o nmero de condicionamento da matriz do sistema linear apresentado em (3.5) e em (3.16) calcula-se o nmero de condicionamento da matriz do sistema linear da equao (3.9). 1 2 x 4 2 3 y = 7
A A
1
= max[(1 + 2 ), ( 2 + 3 )] = 5 = max[( 3 + 2 ), ( 2 + 1 )] = 5
(3.15)
Cond ( A) = 25
2 x 4 1 2 3,999 y = 7,999
A
A
(3.16)
Cond( A) = 35990
142
Neste exemplo, pode-se conferir os resultados com o que j havia sido anteriormente apresentado pela definio: sistema linear com nmero de condicionamento da matriz de valor elevado tende a ser mal condicionado, j sistema linear com nmero de condicionamento de valor baixo tende a ser bem condicionado. A primeira vista a questo seria definir o que um nmero de condicionamento grande ou pequeno para a matriz de um sistema linear. Mas na verdade, o mais importante verificar o nmero de casas decimais da soluo em que se pode confiar. Assim, o que se precisa definir so nmeros de condicionamento aceitveis para as matrizes e utilizar tipos de variveis com precises adequadas a eles. Assim, necessrio saber tambm dados da linguagem de programao utilizada. Para tanto, utiliza-se a frmula (3.17), sendo que o nmero de casas decimais confiveis que se deseja saber o valor do mdulo do expoente do nmero encontrado pelo clculo da frmula (Resultado), considerando que a mantissa do nmero Resultado deva estar entre os valores 0 e 0,5. Resultado = Cond ( A) preciso
(3.17)
Onde:
143
Estes resultados mostram, por exemplo, que para o sistema mal condicionado testado, utilizando-se o tipo REAL*4, ainda assim tem-se 4 casas decimais confiveis nesta situao. Analisando a questo de uma outra maneira, poderia ser necessrio definir o nmero de condicionamento mximo de uma matriz de um sistema linear de forma a obter seis dgitos de preciso utilizando o tipo numrico double do C++. Este clculo est apresentado em (3.18): 0,5e -6 = Cond ( A) 21 64 Cond ( A) = 5,9e 20
(3.18)
nas variveis em todos os casos, uma preciso de dez casas decimais obtida, mesmo com o maior nmero de condicionamento encontrado em uma matriz nos sistemas. Nos testes encontrou-se inclusive as seguintes situaes: em um sistema de difcil convergncia as matrizes Jacobianas formadas no processo tinham nmeros de condicionamento baixos, e em um sistema de fcil convergncia formaram-se matrizes com nmeros de condicionamento altos. Portanto, no se verificou com o MICN a existncia de relacionamento entre a dificuldade de processos de convergncia e os nmeros de condicionamento das matrizes dos processos. Provavelmente porque estes possveis problemas j so eliminados com a utilizao de nmeros de maior preciso, ou seja, utilizao de um maior nmero de casas decimais confiveis. O MICN tem se mostrado bastante robusto em todos os casos.
145
levar a divergncia do processo de soluo. Neste caso o que pode estar pouco desenvolvida a rotina de soluo numrica que apenas uma parte interna do mtodo. Uma outra dvida que surge ao analisar alguns trabalhos se os autores, ao testar o relacionamento da relao R/X com o processo de soluo, no cometeram o engano de ir aumentado as resistncias (R) deixando os valores das reatncias (X) fixos, onde entende-se que se estaria cometendo um equvoco nos testes, pois neste caso o valor total das impedncias (|Z|) estaria tambm aumentando, invalidando as concluses obtidas. Assim, considera-se que o primeiro procedimento a ser tomado nesta anlise uma avaliao da rotina de soluo de sistemas lineares utilizada pelo mtodo. Sendo que o ideal utilizar rotinas de soluo de sistemas lineares robustas, preparadas para lidar com vrios tipos de sistemas, inclusive os numericamente problemticos. No caso do MICN as rotinas utilizadas so disponibilizadas no MATLAB e uma anlise das mesmas, alm de testes, mostram que estas rotinas foram bastante melhoradas nos ltimos anos, e tm se mostrado bastante robustas. Para fazer a verificao da influncia da variao da relao R/X dos alimentadores no comportamento da convergncia de um mtodo entende-se que o procedimento mais correto seria a partir do sistema eltrico original ir substituindo os cabos e as configuraes dos condutores nas linhas deste sistema, de forma a obter relaes R/X diferentes, porm mantendo-se o mesmo mdulo da impedncia (Z). Este procedimento exato complicado de ser realizado, assim, neste trabalho os testes foram feitos considerando procedimentos que aproximam o que seria obtido com o procedimento exato. Os procedimentos realizados neste trabalho para testar o mtodo proposto so levantados nos passos a seguir, sendo que se decidiu considerar o seguinte: - preciso ter especial ateno nas mudanas da relao R/X dos alimentadores onde deve-se manter constantes os valores dos mdulos de todas as impedncias prprias (elementos da diagonal) da matriz representativa de cada linha (Zlin) do sistema eltrico. - Neste procedimento, os valores das impedncias mtuas da matriz representativa de cada circuito (Zlin) no sofreram variaes, pois os principais fatores que as determinam so: o comprimento dos cabos (influncia da resistncia de retorno pelo solo) e a disposio geomtrica dos cabos.
146
Passo 1) Fazer uma variao da relao R/X das impedncias prprias das linhas de zero at infinito (com os incrementos entre os pontos que achar convenientes), correspondendo a uma variao de impedncias (Z) de mesmo mdulo desde totalmente indutivas at totalmente resistivas. Onde para encontrar os valores de R e X para cada ponto, de acordo com as informaes anteriores, utiliza-se as equaes (3.19) e (3.20).
R ponto = 1+
kZ
1 (R / X )2
kZ
(3.19)
X ponto =
1 + (R / X )
(3.20)
Onde k o parmetro de aumento da impedncia. Para uma determinada impedncia prpria, quando a relao R/X tiver valor infinito significa que o alimentador em questo ser totalmente resistivo (X = 0 e |Z| = R), quando a relao R/X tiver valor igual a zero significa que o alimentador ser puramente indutivo (R = 0 e |Z| = X). Salientando-se que apenas valores finitos podem ser utilizados para R e para X nesta variao. Observao: Considere na primeira variao o valor do parmetro de aumento da impedncia (k) como sendo igual a 1. A cada ponto da variao da relao R/X, considerar as resistncias (Rponto) e as reatncias (Xponto) calculadas como novos parmetros das impedncias prprias das linhas, e solucionar o sistema pelo mtodo proposto, armazenando para cada ponto a situao final do processo de convergncia: se convergiu, o nmero de iteraes necessrias ou se divergiu. Passo 2) Incrementar gradativamente o parmetro de aumento da impedncia (k) (com o incremento que achar conveniente) e para cada valor de k refazer o Passo 1.
147
Aps realizar estes procedimentos para uma determinada quantidade de pontos pode-se plotar um grfico relacionando a relao R/X empregada com a situao final de convergncia do mtodo em cada ponto. Na Figura 3.20 apresenta-se um modelo de grfico que pode ser utilizado para apresentar os resultados dos testes da variao da relao R/X com o processo de soluo. Cada curva representa uma regio na qual as impedncias prprias das linhas mantiveram os mesmos valores de seus mdulos (|Z|) para as diversas relaes de R/X testadas. E as linhas que seguem direes radiais a partir do ponto (0,0) indicam retas onde existe uma mesma relao R/X para os diversos valores de |Z| testados para as impedncias prprias. Os nmeros indicados no grfico (um relativo a cada curva) correspondem aos valores adotados na variao do parmetro multiplicativo (k) de aumento da impedncia |Z| considerada nos testes.
Figura 3.20 Modelo de grfico para apresentao de resultados de testes da relao R/X
Para realizar estes testes no devem ser utilizados procedimentos extras para alcanar a convergncia, na tentativa de verificar puramente a influncia da relao R/X dos alimentadores no processo. Alguns resultados de testes, efetuados com o MICN, encontram-se a seguir. Foram realizados os procedimentos sugeridos e os resultados encontrados foram plotados em grficos seguindo exatamente o modelo apresentado na Figura 3.20, 148
inclusive foram utilizadas as mesmas variaes do parmetro k e da relao R/X mostrados no modelo. Foram considerados ainda os seguintes padres: os pontos marcados com asteriscos vermelhos sinalizam as condies em que os casos divergiram, os pontos marcados com crculos azuis representam casos que convergiram com at cinco iteraes e os casos marcados com crculos vermelhos representam casos que convergiram com mais de cinco iteraes. Estes parmetros devem ser considerados ao analisar todos os grficos dos testes seguintes. Um caso testado foi o IEEE-34 barras (DSASC, 2006), onde todos os controles foram desativados para no influenciar nos resultados, os quais esto resumidos no grfico da Figura 3.21.
Figura 3.21 Resultados de testes da influncia da relao R/X no processo de convergncia do MICN com o caso IEEE-34 barras
Analisando-se estes resultados, verifica-se que o MICN ao solucionar o sistema nas condies dos mdulos das impedncias prprias das linhas iguais aos valores de mdulos originais (pontos da curva onde k = 1) no apresenta problemas de convergncia em nenhuma situao, inclusive converge facilmente com relaes R/X elevadas. Observa-se tambm que, quanto mais vai se aumentando os valores dos mdulos das impedncias prprias (incrementados pelo parmetro k) mais complicada se torna a convergncia do mtodo, de uma maneira geral, o que j era esperado. E
149
ainda, tomando-se, por exemplo, apenas os resultados dos pontos da curva onde os valores das impedncias prprias estavam pesados pelo parmetro k = 3, v-se que o MICN convergiu os dois casos onde a relao R/X era mais baixa, no conseguindo convergir os outros pontos testados. Outro caso testado foi o NEV (DUGAN, 2008), que ser mais analisado no captulo 4, e os resultados alcanados so representados no grfico da Figura 3.22.
4 3.5 3 2.5 2 1.5 1 0.5 0 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
Figura 3.22 Resultados de testes da influncia da relao R/X no processo de convergncia do MICN com o caso NEV
Os resultados alcanados com este sistema so semelhantes queles encontrados para o sistema apresentado anteriormente. De maneira geral, o MICN apresenta boas caractersticas de convergncia para vrios pontos testados, inclusive para pontos com alta relao R/X das impedncias prprias dos alimentadores. Atenta-se apenas para os resultados dos pontos da curva onde os valores das impedncias prprias estavam pesados pelo parmetro k = 3,5, pode-se ver que nesta regio o MICN s conseguiu convergir dois casos: o de relao R/X mais baixa e o de relao R/X mais alta. Testou-se tambm um caso proposto por KERSTING (2008), que um sistema radial, a quatro condutores, com possibilidade de aterramento em todos os ns neutros, onde foram consideradas seis barras (postes) para estes testes, para quatro condies distintas as quais esto descritas a seguir junto com seus resultados correspondentes.
150
Figura 3.23 Resultados de testes da influncia da relao R/X no processo de convergncia do MICN com o caso de 6 barras (neutros solidamente aterrados)
Figura 3.24 Resultados de testes da influncia da relao R/X no processo de convergncia do MICN com o caso de 6 barras (neutros aterrados por 10 ohms)
151
3) Sistema aterrado por impedncia de 100 ohms em todos os pontos de neutro: Observao: Neste teste o grfico est com mais detalhes, pois mais pontos foram simulados, sendo que a montagem segue a mesma lgica dos anteriores.
Figura 3.25 Resultados de testes da influncia da relao R/X no processo de convergncia do MICN com o caso de 6 barras (neutros aterrados por 100 ohms)
Figura 3.26 Resultados de testes da influncia da relao R/X no processo de convergncia do MICN com o caso de 6 barras (neutros flutuantes)
152
Nos resultados destes ltimos casos encontra-se uma variedade de situaes, com uma pequena tendncia de que o MICN teve mais dificuldade de convergir os sistemas com relao R/X mais elevada. Porm, no se verifica de maneira geral uma lgica de convergncia nos resultados que possa ser realmente relacionada com o aumento/diminuio da relao R/X. Considera-se que aps todos os testes realizados sobre a questo levantada no se conseguiu concluir se a relao R/X dos alimentadores influencia no processo de convergncia do mtodo proposto de forma geral, no podendo afirmar que no MICN sistemas com relao R/X mais elevada dificultam a convergncia.
153
Pode-se dizer que as caractersticas deste mtodo de fluxo de potncia so as mesmas caractersticas do mtodo de soluo de sistemas (MICN), pois o mtodo de fluxo de potncia basicamente a soluo iterativa do sistema acrescida de alguns clculos posteriores, de forma a determinar os fluxos nos elementos.
154
do uso de reguladores de tenso e SVCs. O aumento da penetrao da gerao distribuda tambm torna necessria a utilizao de mais dispositivos de controle nos sistemas de distribuio. Alm disso, muitas concessionrias de energia eltrica tm mudado suas filosofias de operao, permitindo cada vez mais operao em malhas nas redes, uma vez que isto aumenta a confiabilidade da operao e os avanos na rea de proteo permitem isto, inclusive no Brasil j existem sistemas de distribuio totalmente malhados. De maneira geral estas novas caractersticas tm gerado problemas para a utilizao do FBS na soluo destas redes, e para resolver isto tm sido desenvolvidos vrios artifcios, descritos em novos artigos que detalham os problemas e apresentam solues pontuais (LUO e SEMLYEN, 1990, ZHU e TOMSOVIC, 2002, STOICESCU
et al., 2002, XIAO et al., 2006, WANG et al., 2004). Porm, o custo computacional
para a soluo destes problemas tem aumentado gradativamente, uma vez que na maioria das vezes necessrio um aumento do nmero de iteraes para se chegar soluo (RAJICIC et al., 1994). E, ainda, a robustez do mtodo comea a ficar prejudicada, sendo que em diversas situaes o mesmo no alcana a convergncia. Isto pode ser verificado por meio de simulaes e tambm nas descries feitas por diversos autores que muitas vezes precisam mudar substancialmente seus algoritmos de soluo do fluxo de potncia, de forma a adequ-lo a soluo de um caso particular, por exemplo, para resolver um sistema com um tipo diferente de conexo de transformador ou com reguladores de compensao de queda de tenso de linha. Apesar das dificuldades de simulao de alguns sistemas descritas para o FBS, este mtodo ainda muito utilizado na soluo de sistemas e clculo de fluxo de potncia, e por isso ser utilizado como base de comparao para o MICN. Cabe ressaltar que o MICN no apresenta as limitaes do FBS, podendo ser normalmente utilizado (sem mudanas em seu algoritmo) para sistemas malhados e com controles. Nas prximas sees sero comparadas importantes caractersticas do MICN e do FBS. Para possibilitar a comparao entre as metodologias foi implementado um algoritmo FBS, desenvolvido para soluo de sistemas com at quatro condutores. No sero tratados aqui os artifcios adicionais que tm sido implementados em mtodos de FBS pra convergir casos especiais, e nem rotinas adicionais para a soluo de controles. Decidiu-se comparar o MICN e o FBS apenas com sistemas a quatro condutores, radiais, na busca por comparaes mais equnimes.
155
z = J(z)1 f(z)
z k +1 = z k + z
Figura 3.28 Algoritmos do MICN e do FBS
Pr Processamento
Antes de iniciar o processo iterativo do FBS, necessrio fazer o tratamento de camadas (SHIRMOHAMMADI et al., 1988, LUO e SEMLYEN, 1990), passo S.1. 156
importante enfatizar que este passo no faz parte do loop principal do algoritmo, mas o esforo computacional para realizar este passo cresce exponencialmente com o nmero de barras dos sistemas. Para sistemas com mais do que 5000 barras, o tempo necessrio para realizar este passo consideravelmente maior que o tempo de soluo.
Processamento Iterativo
Para facilitar a anlise considere o passo F.1 (montar vetor soluo) utilizando 1 unidade de tempo de processamento computacional para ser realizado. O tempo necessrio para realizar o passo F.1 equivalente ao tempo utilizado na realizao dos passos S.2, S.3 e S.5. Os passos F.2, F.5 e S.4 possuem tempos desprezveis se comparados s outras etapas. Nos sistemas testados o tempo necessrio para a realizao do passo F.3 em mdia aproximadamente igual a 1,5 vezes o tempo necessrio para o passo F.1 e o tempo necessrio para realizar o passo F.4 equivalente a 4 vezes o tempo utilizado no passo F.1. Em sistemas radiais o tempo da fatorao aumenta linearmente com o nmero de barras dos sistemas (em sistemas malhados a relao no linear e depende do sistema). Sendo assim, esperado que uma iterao do FBS seja em mdia entre cinco a seis vezes mais rpida que uma iterao do MICN. Mas isto s pode ser afirmado para sistemas radiais.
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Nmero de ns 520
Nveis de carregamento 3
Controles ativos No
Na Tabela 3.9 e na Tabela 3.10 apresenta-se os resultados deste sistema de distribuio. O tempo total de soluo praticamente o mesmo em ambas as metodologias. No caso de carga pesada o mtodo FBS no convergiu.
FBS MICN Nmero de Tempo Nmero de Tempo iteraes total (s) iteraes total(s) 9 0,712 2 0,813 18 1,291 3 1,211 --------5 2,022 Tempo mdio por iterao (s) 0,074 0,404 Tempo da identificao de camadas (s) < 0,010
Relao dos tempos mdios por iterao (MICN/FBS) 5,138 5,628 -----
Apresenta-se dois grficos de resultados de simulaes com o sistema de 173 barras para ilustrar a influncia do modelo de carga sobre o nmero de iteraes requeridas por cada metodologia para chegar soluo. Na Figura 3.29 apresenta-se o nmero de iteraes necessrias para alcanar a convergncia estando todas as cargas modeladas como potncia constante. Na Figura 3.30 apresenta-se os resultados quando o modelo de carga foi mudado para impedncia constante. Nos dois casos a carga total foi sendo aumentada de um fator (Carregamento).
158
Comparando-se as duas figuras anteriores pode-se verificar que o mtodo FBS apresenta caractersticas semelhantes de convergncia para os dois modelos de carga testados, j o MICN precisa de apenas uma iterao para encontrar a soluo quando as cargas so modeladas como do tipo impedncia constante, e apresenta apenas um ligeiro aumento do nmero de iteraes quando se utiliza o modelo de potncia constante nas cargas. Pode-se verificar tambm que em sistemas muito carregados o MICN requer um nmero muito menor de iteraes para alcanar a convergncia do que o FBS. A partir das tabelas de resultados e de vrios outros testes realizados observa-se que o tempo total de soluo nas duas metodologias dependente de caractersticas do sistema, mas so todos bem aceitveis. Porm, o MICN apresenta maior robustez convergindo tambm casos de carregamento pesado, o que algumas vezes no se consegue realizar com o FBS. Nota-se tambm que o tempo de processamento de uma
159
iterao do FBS em mdia entre 5 a 6 vezes menor que o tempo de uma iterao do MICN, conforme j havia sido citado anteriormente, porm, o FBS normalmente necessita de muito mais iteraes do que o MICN para convergir os sistemas.
Metodologia Implementao do Mtodo Extenso a sistemas com mais condutores/fases Robustez Implementao de controles Convergncia (nmero de iteraes) Sistemas com controles Sistemas radiais Sistemas malhados Tempo total de processamento Tempo por iterao
MICN Complexa Complexa No h diferena Alta Simples Poucas (Quadrtica) Resolve sem problemas Resolve sem problemas Resolve sem problemas Baixo Alto
FBS Simples Simples Simples Mdia Mais Complexa Muitas Aumento no nmero de iteraes Resolve sem problemas No resolve muitas malhas Baixo Baixo
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161
Figura 3.31 Modelo de uma linha monofsica com representao explcita do solo
Considere que os ns 1a e 1SL pertencem ao terminal emissor e os ns 2a e 2SL pertencem ao terminal receptor. Os ns 1a e 2a so ns reais da linha e 1SL e 2SL so ns fictcios que representam pontos de potencial no solo. As tenses V1a, V2a, V1SL e V2SL esto refernciadas ao ponto ref que o mesmo ponto do n 1SL. Entre os ns do terminal receptor (elemento representado pela ?) podem estar conectados aterramentos, cargas, outros subsistemas, etc. As variveis Zaa e ZSL so as impedncias prprias, sendo que ZSL a impedncia representativa do condutor equivalente de retorno do solo, e ZaSL a impedncia mtua, que representam a linha monofsica. Definies mais detalhadas sobre estas impedncias podem ser encontradas em ANDERSON (1995), sendo que seus valores so calculados segundo o conjunto de equaes (3.21).
2s Z aa = ra + jk ln D 1 /km sa
2s Z SL = rSL + jk ln D 1 /km sSL
(3.21)
Onde:
162
ra a resistncia do condutor em /km na temperatura de operao da linha; rSL a resistncia equivalente do solo em /km, que calculada em funo da
freqncia do sistema (f) pela frmula aproximada: rSL = 9,869 x10 4 f ;
s o comprimento total da linha; k um valor constante adimensional de 0,2x10-3; Dsa o raio mdio geomtrico do condutor de fase; DsSL o raio mdio geomtrico do solo, que pode ser considerado igual a 1; DaSL a distncia entre o condutor real e o condutor equivalente de retorno pelo
solo. Normalmente calculada utilizando-se a seguinte frmula emprica:
DaSL = 658,4
m.
Sendo normalmente considerado igual a 100 .m. Para a linha apresentada na Figura 3.31 pode-se montar o conjunto de equaes (3.22) que descreve seu comportamento em regime permamente, na freqncia de operao da rede (60 Hz).
V1SL = 0 - N de referncia tem tenso nula. V2 a V2 SL - O cabo da fase no terminal receptor da linha no est conectado
diretamente no solo.
(3.23)
As equaes em (3.22), mais as condies de contorno apresentadas em (3.23) definem completamente a linha de transmisso monofsica da Figura 3.31, sendo este o modelo completo desta linha com representao explcita do solo, o qual pode ser utilizado no MICN.
163
Embora no MICN possa ser feita a representao explcita do solo, pode-se tambm represent-lo implicitamente, incorporando seus efeitos na fase. Os resultados utilizando-se as duas abordagens so os mesmos. A seguir ser descrito o procedimento utilizado para eliminar o condutor equivalente de retorno do solo, incorporando seus efeitos. Aplicando-se as equaes de contorno de (3.23) em (3.22), tem-se:
V1a V2 a = Z aa I a Z aSL I a
0 V2 SL = Z aSL I a Z SL I a
(3.24)
Reduzindo-se o sistema de (3.24) (subtraindo-se uma equao da outra) para incorporar o efeito do solo na fase, encontra-se (3.25):
V1a V2 a + V2 SL = (Z aa 2Z aSL + Z SL )I a
(3.25)
Neste caso, como o solo e o condutor de fase no esto diretamente conectados, cria-se uma nova varivel (auxiliar) conforme (3.26), que substituda em (3.25) leva a (3.27), que a equao do modelo da linha equivalente com o efeito do solo implcito.
V2 a = V2 a V2 SL V1a V2 a = Z aa I a
Onde Z aa = Z aa 2Z aSL + Z SL
(3.26)
(3.27)
Na Figura 3.32 apresenta-se o diagrama representativo da linha monofsica com o efeito do solo incorporado no condutor de fase.
164
Figura 3.32 Modelo de uma linha monofsica com representao implcita do solo
Um aspecto muito importante destas possibilidades de representao diz respeito verificao, na anlise dos resultados, das consideraes utilizadas para definir os modelos. Verifica-se que esta observao no tem sido feita por alguns autores, sendo uma fonte de erros, especialmente ao se comparar resultados obtidos com cada uma das possibilidades de representao do solo, explcita ou implcita. O resultado da equao (3.27), considerando-se (3.26), implica que o valor da tenso em um ponto da linha quando o solo tiver seus efeitos incorporados na fase equivalente a diferena de potencial entre o mesmo ponto da fase e a tenso do solo no ponto correspondente quando o solo for representado explicitamente, ou seja, os resultados de um sistema com representao explcita do solo e com o solo representado implicitamente devem ser os mesmos, porm as tenses estaro apresentadas com referncias diferentes, logo necessrio aplicar a equao (3.26) para comparar os resultados de tenses nodais de fase. Na Figura 3.33 apresenta-se uma linha monofsica similar linha analisada anteriormente, com a diferena que as extremidades do cabo de fase tanto no emissor quanto no receptor no esto conectadas diretamente ao solo e considera-se a referncia de tenso como um ponto qualquer do sistema.
165
Figura 3.33 Modelo de uma linha monofsica com emissor e receptor no aterrados diretamente
O conjunto de equaes que descreve esta linha o mesmo que foi apresentado em (3.22), mas as condies de contorno so as apresentadas em (3.28):
(3.29)
166
Assim a equao (3.29) pode ser escrita de forma compacta como em (3.31).
V1a V2 a = Z aa I a
(3.31)
A Figura 3.34 apresenta um diagrama representativo deste modelo de linha com o efeito do solo incorporado na fase.
Figura 3.34 Modelo de uma linha monofsica com representao implcita do solo com a referncia de tenso em um ponto qualquer do sistema
Da mesma maneira que no caso anterior, ambas as modelagens podem ser utilizadas no MICN, e os resultados considerando-se o solo explcito ou implcito devem ser os mesmos. Mas da mesma forma deve-se tomar cuidado ao analisar e comparar os resultados, devido s mudanas de referenciais que so realizadas entre os dois modelos, conforme (3.30).
167
k1 k2
Ik1
Z km1
Ik2
m1
Z km1SL
Z km12
Z km2
Z km2 n
Z km1n
m2
Z km2 SL
kn
Ikn
Z kmn
Z kmnSL
mn
kSL
ref
IkSL
Z kmSL
mSL
Figura 3.35 Modelo de uma linha n-fsica com representao explcita do solo
Em (3.32) apresenta-se uma equao matricial representativa desta linha, sendo que os valores das impedncias so calculados segundo o conjunto de equaes (3.33).
Vk1 V k2 Vk n Vk SL Vm1 Z km1 Vm2 Z km21 M M Vmn Z kmn1 VmSL Z kmSL1 Z km12 Z km2 Z kmn 2 Z kmSL 2 Z km1n Z km2 n Z kmn Z kmSLn Z km1SL I k1 Z km2 SL I k2 = M Z kmnSL I kn Z kmSL I k SL
L O
(3.32)
2s Z kmn = rn + jk ln D 1 /km sn
2s 1 /km Z kmn1n 2 = jk ln D n1n 2
(3.33)
168
Onde:
rn a resistncia do condutor n em /km na temperatura de operao da linha; rSL a resistncia equivalente do solo em /km, funo da freqncia do sistema,
derivada da formula aproximada 9,869 x10 4 f ;
s o comprimento total da linha; k um valor constante de 0,2x10-3; Dsn o raio mdio geomtrico dos condutores de fase; Dn1n2 a distncia entre os condutores de fase; DsSL o raio mdio geomtrico do solo, que pode ser considerado igual a 1; DnSL a distncia entre os condutores reais (fases e neutros) e o condutor de
retorno pelo solo. Normalmente calculado utilizando a seguinte frmula emprica:
DnSL = 658,4
m.
Sendo normalmente considerado igual a 100 .m, e f a freqncia do sistema. O MICN permite a utilizao deste modelo completo para a linha, com todos os cabos de fases, cabos neutros e o condutor equivalente de retorno do solo representados explicitamente, uma vez que permite a representao de equipamentos com n condutores. Mas, caso no se queira manter o condutor equivalente de retorno do solo representado explicitamente, pode-se fazer uma reduo no modelo, incorporando seus efeitos nos outros condutores. Considere que a equao (3.32) est sujeita seguinte condio de contorno:
(3.34)
Neste caso, considerou-se que os cabos no terminal emissor e no terminal receptor no esto conectados solidamente ao solo e deste modo no se pode afirmar que as tenses so iguais.
169
Aplicando-se a condio de contorno e reduzindo (3.32) para incorporar o efeito do solo nos outros condutores chega-se a (3.35), que equivale ao modelo de linha nfsica j apresentado no Captulo 2.
Vk1 Vk 2 Vk n Vm1 Z km1 Vm2 Z km21 M M Vmn Z kmn1 L Z km1n I k1 Z km2 n I k 2 = M O Z kmn I k n
(3.35)
Onde:
Vk n = Vk n Vk SL Vmn = Vmn VmSL
(3.36)
Salienta-se que os resultados obtidos com o modelo completo (com todos os condutores explcitos, inclusive o representativo do solo, ou seja, solo explcito) e com o modelo que incorpora o efeito do solo nos outros condutores (solo implcito) so os mesmos, e ambos podem ser utilizados ao simular sistemas eltricos no MICN.
170
atrasado), Sb = 3500 kVA (fp = 0,95 atrasado) e Sc = 2500 kVA (fp = 0,85 atrasado). Este sistema est sendo proposto no mbito do DSASC como um sistema teste de distribuio do IEEE por KERSTING (2008).
Utilizando-se o conjunto de equaes (3.33) chega-se as matrizes (3.37) e (3.38) que representam as impedncias por quilmetro da linha, com a configurao do poste da Figura 3.36, considerando representao explcita do solo.
A B C N SOLO 0,19014 0 0 0 0 0 0,19014 0 0 0 ohms/km 0 0 0,19014 0 0 0 0 0 0,367852 0 0 0 0 0 0,059214 A 0,346411 -0,00264 -0,08025 -0,06423 -0,27743 B -0,00264 0,346411 -0,04693 -0,04308 -0,27743 C -0,08025 -0,04693 0,346411 -0,05492 -0,27743 N -0,06423 -0,04308 -0,05492 0,429183 -0,27743 SOLO -0,27743 -0,27743 ohms/km -0,27743 -0,27743 -0,02314
Zreal =
A B C N SOLO
(3.37)
Zimag = j
A B C N SOLO
(3.38)
Simulou-se este sistema no MICN, com os parmetros para a linha determinados considerando o solo explicitamente. Alguns resultados selecionados de tenses nodais so apresentados na Tabela 3.12, estes valores esto referenciados ao n nmero 15, considerado a referncia de tenso do sistema (tenso de valor igual a 0).
Ns 11 12 13 14 15 24 34 44 54 25 35 45 55 61 62 63 64 65
Tenso (kV) 7,200 7,200 7,200 0,000 0,000 0,03106 0,06216 0,09335 0,12468 0,00176 0,00350 0,00518 0,00677 6,86431 6,95119 6,97614 0,15619 0,00824
Tenso (p.u.) 1,0000 1,0000 1,0000 0,0000 0,0000 0,0043 0,0086 0,0130 0,0173 0,0002 0,0005 0,0007 0,0009 0,9534 0,9654 0,9689 0,0217 0,0011
ngulo (o) 0,00 -120,00 120,00 0,00 0,00 -34,824 -34,753 -34,635 -34,470 39,609 39,615 39,624 39,635 -1,583 -122,225 118,674 -34,258 39,645
172
Alguns resultados de correntes nas linhas so apresentados na Tabela 3.13 e as correntes nos aterramentos na Tabela 3.14.
Tabela 3.13 Correntes em Linhas
De 11 12 13 14 15 51 52 53 54 55
Para 21 22 23 24 25 61 62 63 64 65
Corrente (A) 445,542 503,785 351,342 150,277 18,481 445,542 503,785 351,342 152,229 15,411
ngulo (o) -26,707 -141,707 87,458 91,331 142,714 -26,707 -141,707 87,458 92,229 142,797
De 14 24 34 44 54 64
Para 15 25 35 45 55 65
Neste caso, a gerao total foi de 8368,2 kW e 4144,1 kvar, e as perdas foram de 218,1 kW e 426,5 kvar. Caso se deseje verificar as tenses nos ns considerando como referncia o potencial local do solo necessrio realizar alguns clculos: para cada n basta subtrair o valor encontrado para a tenso do mesmo pelo valor da tenso local do solo, ambos os valores encontrados com a referncia no n 15. Os valores originais calculados consideram a resistividade do solo, assim a tenso em um n remoto, da forma que normalmente mais descrita, a diferena entre o valor calculado originalmente e o potencial local do solo (com respeito ao n comum de referncia). Alguns resultados de tenso com relao ao potencial local so apresentados na tabela a seguir.
Tabela 3.15 Tenses nos Ns (n - potencial local do solo)
173
Considerando-se a outra possibilidade de representao do solo, utiliza-se o desenvolvimento apresentado em (3.35) e chega-se as matrizes (3.39) e (3.40) que correspondem as impedncias por quilmetro da linha, tambm com a configurao do poste apresentada na Figura 3.36, sendo neste caso a representao do solo implcita, ou seja, com seus efeitos embutidos nos condutores das fases e no neutro. Esta situao est representada na Figura 3.38.
A 0,249354 0,059214 0,059214 0,059214 A 0,878125 0,529072 0,451462 0,467485 B 0,059214 0,249354 0,059214 0,059214 B 0,529072 0,878125 0,484787 0,488635 C 0,059214 0,059214 0,249354 0,059214 C 0,451462 0,484787 0,878125 0,47679 N 0,059214 0,059214 ohms/km 0,059214 0,427066 N 0,467485 0,488635 ohms/km 0,47679 0,960897
Zreal =
A B C N
(3.39)
Zimag = j
A B C N
(3.40)
Simulou-se tambm o sistema utilizando estes ltimos parmetros calculados para a linha, considerando o solo implicitamente. Alguns resultados selecionados de tenses 174
nodais so apresentados na Tabela 3.16, neste caso estes valores de tenso esto referenciados ao solo, pois ele tem o mesmo potencial em todos os pontos (todo ele fica considerado com tenso igual a 0 V).
Tabela 3.16 Tenses nos Ns (n-solo)
Ns 11 12 13 14 24 34 44 54 61 62 63 64
Tenso (kV) 7,200 7,200 7,200 0,000 0,03063 0,06130 0,09208 0,12300 6,85811 6,95893 6,97447 0,15411
Tenso (p.u.) 1,0000 1,0000 1,0000 0,0000 0,0043 0,0085 0,0128 0,0171 0,9525 0,9665 0,9687 0,0214
ngulo (o) 0,00 -120,00 120,00 0,00 -38,008 -37,908 -37,740 -37,506 -1,628 -122,24 118,741 -37,205
Alguns resultados de correntes nas linhas so apresentados na Tabela 3.17 e as correntes nos aterramentos na Tabela 3.18.
De 11 12 13 14 solo 51 52 53 54 solo
Para 21 22 23 24
61 62 63 64
Corrente (A) 445,542 503,785 351,342 150,277 18,481 445,542 503,785 351,342 152,229 15,411
ngulo (o) -26,707 -141,707 87,458 91,331 142,714 -26,707 -141,707 87,458 92,229 142,797
De 14 24 34 44 54 64
Para 0 0 0 0 0 0
175
Da mesma maneira que na simulao anterior, a gerao total foi de 8368,2 kW e 4144,1 kvar, e as perdas foram de 218,1 kW e 426,5 kvar, o que j era esperado, uma vez que na verdade o mesmo caso, apenas com representaes do solo feitas de maneiras diferentes. Pode-se verificar, a partir das tabelas apresentadas para correntes e tenses, que as duas representaes levam aos mesmos resultados. necessrio somente tomar o cuidado de comparar as tenses da maneira correta, ou seja, com a mesma referncia, o que no exemplo pode ser feito comparando-se os resultados da Tabela 3.16 com aqueles apresentados na Tabela 3.15, onde em ambos os casos as tenses esto sendo tomadas com relao ao potencial local do solo.
176
ferramenta para clculo de curto-circuito, mesmo que bastante simples. E verifica-se que os resultados obtidos com esta ferramenta so suficientes para vrias anlises. A metodologia da ferramenta desenvolvida a partir do MICN para realizar clculo de curto-circuito consiste basicamente na definio das impedncias representativas do curto-circuito, na conexo destas impedncias nos ns do sistema onde ocorre o curtocircuito, na soluo do sistema em curto-circuito utilizando-se o MICN e na determinao dos resultados do curto-circuito a partir da soluo obtida para o sistema. Adotou-se na ferramenta como procedimento padro transformar, antes do processo de soluo com o MICN, todas as cargas do sistema para o tipo impedncia constante. Porm, existe tambm a possibilidade de no efetuar esta transformao e tentar calcular o curto-circuito com as cargas com seus tipos originais, desde que o curto-circuito esteja ocorrendo eletricamente longe de cargas. A ferramenta criada, devido ao grande detalhamento de modelagem permitido pelo MICN, possibilita calcular praticamente qualquer tipo de curto-circuito (exemplos: curto em espiras de um transformador, curto fase-neutro, etc) em qualquer tipo de sistema. Utilizando a ferramenta, com pequenas alteraes de dados, possvel realizar os clculos de curto-circuito seguindo as definies das normas tcnicas IEC, ABNT e IEEE (IEC 60909-X, 2001, IEEE 551, 2006, NBR 12243, 1989). Na Figura 3.39 apresenta-se um algoritmo do mtodo para clculo de curtocircuito desenvolvido utilizando o MICN para solucionar o sistema.
177
variveis envolvidas, e mesmo anlises mais simplificadas ainda ficam complexas devido s inmeras situaes matemticas que podem ocorrer no processo de soluo. muito difcil fazer concluses definitivas sobre o processo e definir a partir da regras gerais para solucionar todos os problemas. Porm, as anlises, mesmo que simplificadas, nos ajudam a desenvolver alguns procedimentos extras que podem ser bastante teis em situaes especficas. Alm disso, importante conhecer um pouco mais do processo para melhorar a qualidade das anlises dos resultados, e desenvolver a crtica dos resultados. Uma observao que pde ser feita nas anlises a dependncia do mtodo de Newton-Raphson, que utilizado no MICN, de uma boa inicializao de variveis, que j bastante conhecida e citada na literatura. Conclui-se que este o motivo pelo qual aumenta a dificuldade de convergncia ao se trabalhar com sistemas desequilibrados que possuem neutros e aterramentos. As variveis relacionadas aos neutros, em sistemas desequilibrados, podem assumir valores em uma faixa mais difcil de ser prevista do que para as variveis das fases, dificultando uma boa inicializao. Porm, mesmo com os sistemas reais desequilibrados que tm sido analisados, considera-se que o MICN tem apresentado uma boa robustez, e inclusive a inicializao bsica tem sido suficiente na maioria dos casos. Procedimentos extras para o MICN foram desenvolvidos apenas para solucionar casos especiais e para resolver alguns desafios propostos pelo DSASC, ressalta-se que no se aconselha utilizar estes procedimentos na soluo de todos os casos, no h necessidade, deve-se sempre analisar a necessidade e a relao entre o custo e o benefcio trazido pela aplicao de algum procedimento extra. Mas de qualquer forma, considera-se importante o desenvolvimento de procedimentos dessa natureza, pois hoje existe a tendncia de serem necessrias representaes cada vez mais detalhadas dos equipamentos, fatos que provavelmente aumentaro as dificuldades de convergncia dos mtodos. Verificou-se tambm nas anlises a possibilidade de obteno de mltiplas solues para um sistema. Foram feitos testes bem simplificados especialmente em sistemas desequilibrados que possuem neutros e aterramentos, variando-se um determinado parmetro de forma a modificar as solues. Considera-se que o mais importante neste aspecto analisar e definir a viabilidade de cada soluo encontrada. No foi possvel concluir com o MICN se sistemas com relao R/X elevada realmente levam a uma maior dificuldade de convergncia, como destacado por 179
alguns autores, observou-se apenas uma leve tendncia neste sentido, mas considera-se que as anlises realizadas so insuficientes para uma concluso. Sobre este aspecto, atenta-se para o seguinte: considera-se que algumas anlises efetuadas em outros trabalhos no foram feitas de maneira adequada para testar o relacionamento em questo, uma vez que nos testes ao variar a relao R/X dos sistemas, os autores tambm aumentaram o valor das impedncias, invalidando as concluses. Uma breve descrio matemtica sobre nmeros de condicionamento de matrizes foi apresentada e estudou-se se havia alguma relao entre estes nmeros e as situaes de convergncia do MICN, mas no se verificou nas anlises realizadas relacionamento neste sentido. Conclui-se que a utilizao de uma maior preciso no armazenamento computacional das variveis suficiente para eliminar os problemas que poderiam ocorrer com matrizes com pequenos nmeros de condicionamento. Lembra-se que a expresso problemas de condicionamento tambm utilizada por vrios autores para os mais diversos problemas numricos que podem ocorrer durante a soluo de sistemas, e no s para a definio matemtica de condicionamento. Considera-se que estes outros problemas de condicionamento, descritos por alguns autores, so atualmente superados pela boa qualidade das rotinas utilizadas na soluo dos sistemas, que consideram tcnicas de ordenao, fatorao e esparsidade. Estas ltimas caractersticas tambm so muito importantes em qualquer mtodo de soluo de sistemas e determinam em grande parte a sua robustez e eficcia. Aproveitando-se a capacidade do MICN de resolver sistemas com n condutores, mostrou-se duas possibilidades de representao do solo na soluo dos sistemas, implicitamente ou explicitamente. A representao explcita possibilita verificar mais detalhes nos resultados, porm, ambas as representaes levam aos mesmos resultados bsicos. Considera-se o mais importante nestas anlises saber verificar as referncias do sistema, de forma a comparar os resultados corretamente. Foram realizadas comparaes de caractersticas entre o MICN e o FBS. Encontra-se como grandes vantagens do FBS a facilidade de entendimento e de implementao, e seu bom desempenho com sistemas radiais. Seu ganho de desempenho recai principalmente no baixo tempo computacional necessrio para realizar cada iterao. Entretanto, estas vantagens desaparecem quando compara-se o FBS com o MICN quando sistemas de grande porte, de carregamento mdio ou pesado, esto sendo considerados, ou tambm quando equipamentos de controle esto presentes, e especialmente quando sistemas altamente malhados so analisados. O nmero de 180
iteraes requeridas pelo MICN no aumenta consideravelmente ao simular estes sistemas enquanto que o FBS demanda muito mais iteraes ou at mesmo no alcana a convergncia. Outra grande vantagem do MICN que sua estrutura permite a incluso dos controles diretamente na soluo matricial do sistema sem modificar a estrutura original do algoritmo, sem precisar de rotinas ou de procedimentos adicionais como os que so desenvolvidos para o FBS para resolver controles. Por isso, nestes casos com controles o nmero de iteraes do MICN para alcanar a convergncia no aumenta muito, ao contrrio do que ocorre com o FBS. importante enfatizar que o algoritmo do MICN e sua robustez no mudam em nada ao solucionar sistemas altamente malhados, ao contrrio da maioria dos mtodos baseados no FBS que normalmente nem podem solucion-los. O MICN mostrou-se como uma metodologia de soluo de sistemas eficiente e robusta que pode servir como base para diversas outras metodologias. Como exemplos apresentou-se neste captulo a utilizao do MICN como base para um mtodo de clculo de fluxo de potncia e como base para um mtodo de clculo de curto-circuito, ambos podendo ser aplicados em sistemas com n condutores. Na verdade, existem vrias metodologias cuja base um processo de soluo de sistemas, assim, muito importante que a base esteja bem formada e seja confivel.
181
Captulo 4
4.1 Introduo
Resultados
Apresenta-se neste captulo resultados obtidos com a metodologia proposta para anlise de sistemas eltricos a n condutores (MICN). As simulaes e testes apresentados tiveram como objetivo mostrar caractersticas e potencialidades da metodologia proposta na soluo e anlise de sistemas, alm de testar a implementao computacional. Os sistemas analisados neste captulo esto resumidos na Tabela 4.1, suas particularidades sero apresentadas nas subsees juntamente com os resultados correspondentes das simulaes.
Sistema
Nmero de Barras
Nmero de Ns
IEEE4 IEEE34 Alimentador de uma concessionria brasileira NEV NEV Circuito Simples
4 34 477 95 21
Nas prximas sees sero apresentados resultados obtidos com os sistemas em suas formas originais e com os sistemas com algumas variaes, criadas para dificultar a modelagem ou o processo de soluo, de forma a demonstrar capacidades do mtodo implementado. Sero tambm apresentados os resultados obtidos com o MICN na soluo dos desafios de simulao mais recentes lanados pelo Subcomit de Anlise de Sistemas de Distribuio do IEEE - DSASC. O DSASC mantm um relatrio intitulado Radial Distribution Test Feeders que oferece uma gama de sistemas de distribuio para servir de base de testes e validao de metodologias desenvolvidas, e constantemente tem lanado desafios de simulao aos desenvolvedores de programas para anlise de sistemas de distribuio. Alguns dos sistemas analisados neste trabalho so desta base, e seus dados completos e resultados bsicos podem ser encontrados em DSASC (2006).
182
As simulaes deste captulo foram realizadas utilizando-se um computador Pentium 4 3,2GHz HT com 512Mb de memria. A tolerncia utilizada para critrio de convergncia do MICN foi de 10-4 p.u.
O propsito original deste sistema era testar diversos tipos de conexes de transformadores. Suas principais caractersticas so: o transformador entre as barras 2 e 3 pode operar como um transformador elevador ou abaixador de tenso, e a carga e as linhas so desbalanceadas. As tenses na barra de gerao encontram-se inicialmente em 1,0 p.u. ou 7,2 kV (fase-neutro). Este sistema apresenta grandes desequilbrios, servindo como um bom sistema teste para programas de anlise da distribuio (KERSTING, 2004b). Neste trabalho utilizou-se este sistema para analisar diferentes conexes de transformadores, configuraes de linhas e estratgias de aterramento utilizando o MICN. Testou-se tambm a ferramenta para soluo de curto-circuito desenvolvida com o MICN como base. Os resultados obtidos so apresentados na seqncia. a) Caso considerando trs fases e condutor neutro (com representao explcita) nas linhas (3F+N), com transformador abaixador YatYat (estrela aterrada/estrela aterrada), 12,4/4,16 kV, com todos os neutros solidamente aterrados (Zat = 0), inclusive o da barra de gerao (Zg,at = 0). Neste caso o MICN convergiu com trs iteraes e os resultados so apresentados nas tabelas a seguir.
183
Ns 1a 1b 1c 1n 2a 2b 2c 2n 3a 3b 3c 3n 4a 4b 4c 4n
Tenso (kV) 7,20000 7,20000 7,20000 0,00000 7,16425 7,11111 7,08285 0,00000 2,30385 2,25308 2,20148 0,00000 2,17366 1,92900 1,83259 0,00000
Tenso (p.u.) 1,0000 1,0000 1,0000 0,0000 0,9950 0,9877 0,9837 0,0000 0,9595 0,9384 0,9169 0,0000 0,9053 0,8034 0,7633 0,0000
ngulo (o) -0,000 -120,000 120,000 0,000 -0,139 -120,184 119,266 0,000 -2,257 -123,624 114,792 0,000 -4,118 -126,793 102,878 0,000
De 1a 1b 1c 1n 3a 3b 3c 3n
Para 2a 2b 2c 2n 4a 4b 4c 4n
Corrente (A) 230,011 345,618 454,750 82,312 690,039 1036,858 1364,255 246,937
ngulo (o) -35,900 -152,640 84,675 -43,369 -35,900 -152,640 84,675 -43,369
Trafo
1 2 3
De 2a 3a 2b 3b 2c 3c
Para 2n 3n 2n 3n 2n 3n
184
De 1n 2n 3n 4n
Para 0 0 0 0
Os resultados obtidos com o MICN esto de acordo com os publicados pelo DSASC. Pode-se verificar que este um sistema bastante desequilibrado. b) Caso considerando trs fases e condutor neutro, mas sem representao explcita do condutor neutro nas linhas (3F), com transformador abaixador YatYat (12,4/4,16 kV), com todos os neutros solidamente aterrados (Zat = 0), inclusive o n neutro da barra de gerao (Zg,at = 0). Neste caso o MICN convergiu tambm com trs iteraes. As matrizes admitncia nodal de cada linha foram montadas inicialmente considerando quatro condutores (matrizes de dados originais). Depois, para incorporar o efeito do cabo neutro nos condutores de fase, foram feitas redues de Kron (o que pde ser realizado uma vez que os neutros neste caso esto solidamente aterrados). Os resultados obtidos esto apresentados a seguir.
Ns 1a 1b 1c 1n 2a 2b 2c 2n 3a 3b 3c 3n 4a 4b 4c 4n
Tenso (kV) 7,20000 7,20000 7,20000 0,00000 7,16425 7,11113 7,08283 0,00000 2,30385 2,25309 2,20146 0,00000 2,17365 1,92906 1,83250 0,00000
Tenso (p.u.) 1,0000 1,0000 1,0000 0,0000 0,9950 0,9877 0,9837 0,0000 0,9595 0,9384 0,9169 0,0000 0,9053 0,8034 0,7632 0,0000
ngulo (o) -0,000 -120,000 120,000 0,000 -0,139 -120,184 119,266 0,000 -2,257 -123,623 114,791 0,000 -4,117 -126,793 102,876 0,000
185
De 1a 1b 1c 3a 3b 3c
Para 2a 2b 2c 4a 4b 4c
Trafo
1 2 3
De 2a 3a 2b 3b 2c 3c
Para 2n 3n 2n 3n 2n 3n
Ns 1n 2n 3n 4n
Ao comparar estes resultados (utilizando as redues, ou seja, com neutros implcitos) com aqueles obtidos em (a) verifica-se que quando todos neutros esto solidamente aterrados os resultados so equivalentes. Porm, j no se consegue determinar de forma direta as correntes dos cabos neutros e as dos aterramentos separadamente. c) Caso considerando trs fases e condutores neutros, com representao explcita dos condutores neutros nas linhas (3F+N), com transformador abaixador YatYat (12,4/4,16 kV), com os neutros solidamente aterrados (Zat = 0), exceto o n neutro da barra de gerao que est aterrado por impedncia (Zg,at = 10 ohms). O diagrama deste sistema apresentado na Figura 4.2.
186
Figura 4.2 Sistema 4 barras com gerador aterrado por impedncia e seu n neutro conectado ao neutro da linha do primrio
Ns 1a 1b 1c 1n 2a 2b 2c 2n 3a 3b 3c 3n 4a 4b 4c 4n
Tenso (kV) 7,26218 7,18734 7,15093 0,06558 7,19759 7,11384 7,04689 0,00000 2,31544 2,25452 2,18671 0,00000 2,18739 1,93365 1,80974 0,00000
Tenso (p.u.) 1,0086 0,9982 0,9932 0,0091 0,9997 0,9880 0,9787 0,0000 0,9644 0,9390 0,9108 0,0000 0,9110 0,8054 0,7537 0,0000
ngulo (o) -0,165 -119,487 119,653 -18,614 -0,302 -119,882 119,119 0,000 -2,395 -123,316 114,578 0,000 -4,302 -126,384 102,454 0,000
De 1a 1b 1c 1n 3a 3b 3c 3n
Para 2a 2b 2c 2n 4a 4b 4c 4n
Corrente (A) 228,567 344,786 460,497 174,628 685,706 1034,362 1381,496 248,683
ngulo (o) -36,084 -152,231 84,253 -67,073 -36,084 -152,231 84,252 -45,138
Trafo
De 2a 3a
Para 2n 3n
187
2 3
2b 3b 2c 3c
2n 3n 2n 3n
De 1n 2n 3n 4n
Para 0 0 0 0
Neste exemplo pode-se verificar o valor da tenso no n neutro do gerador, que diferente de zero, uma vez que o mesmo encontra-se aterrado por impedncia e o sistema desequilibrado. Este valor de tenso pode ser conferido a partir da impedncia de aterramento e da corrente que passa por ela para a terra. Esta tenso de neutro contribui para o desequilbrio das tenses nodais fase-terra nas fases a, b e c do gerador (lembrar que Va = Van+Vn). Isto acontece porque a tenso de referncia do gerador especificada entre a fase e o neutro (Van = 7,20 kV).
Observao: Nos prximos trs testes utilizou-se a ferramenta para clculo de curto-
circuito desenvolvida utilizando como base o MICN, que foi apresentada no Captulo 3. Basicamente sua aplicao corresponde a soluo do sistema pelo MICN considerando no local do curto-circuito um equipamento RLC que reflita as caractersticas do curtocircuito em questo. O padro da metodologia transformar todas as cargas do sistema para o tipo impedncia constante para resolver o curto-circuito, mas quando possvel tentou-se tambm simular os sistemas sem essa transformao das cargas, para verificar e comparar os resultados. d) Caso considerando trs fases e condutores neutros nas linhas, com representao explcita do condutor neutro (3F+N), com transformador abaixador Yat (delta/estrela aterrada), 12,4/4,16 kV, com todos os neutros existentes solidamente aterrados (Zat = 0), inclusive o n neutro da barra de gerao (Zg,at = 0), e curto-circuito fase-terra franco aplicado na barra 2, no n da fase a (2a). Um diagrama representativo deste sistema apresentado na Figura 4.3 a seguir. Sua representao n-fsica mostrada na Figura 4.4 apenas para facilitar o entendimento.
188
Figura 4.3 Sistema 4 barras com transformador Yat e n neutro do gerador solidamente aterrado
Neste caso as cargas foram transformadas de potncia constante para impedncia constante para que a ferramenta de clculo de curto-circuito alcanasse a convergncia.
Ns 1a 1b 1c 1n 2a 2b 2c 2n 3a 3b 3c 3n 4a 4b 4c 4n
Tenso (kV) 7,20000 7,20000 7,20000 0,00000 0,00000 9,41313 8,64426 0,00000 1,75953 2,35520 1,59808 0,00000 1,65785 2,14065 1,45752 0,00000
Tenso (p.u.) 1,0000 1,0000 1,0000 0,0000 0,0000 1,3074 1,2006 0,0000 0,7328 0,9809 0,6656 0,0000 0,6905 0,8916 0,6070 0,0000
ngulo (o) 0,000 -120,000 120,000 0,000 0,000 -136,324 134,676 0,000 41,917 -95,704 131,538 0,000 40,536 -98,734 124,515 0,000
189
De 1a 1b 1c 1n 3a 3b 3c 3n
Para 2a 2b 2c 2n 4a 4b 4c 4n
Corrente (A) 16300,479 208,820 239,086 7241,354 431,345 742,697 632,106 88,618
ngulo (o) -66,860 -141,388 78,673 129,626 8,753 -124,582 106,312 4,291
Trafo
1 2 3
De 2a 3a 2b 3b 2c 3c
Para 2b 3n 2c 3n 2a 3n
De 1n 2a (curto) 2n 3n 4n
Para 0 0 0 0 0
190
Figura 4.5 Sistema 4 barras com transformador Yat e n neutro do gerador aterrado por impedncia
Neste caso as cargas foram transformadas de potncia constante para impedncia constante pela ferramenta de clculo de curto-circuito para que o mtodo alcanasse a convergncia.
Ns 1a 1b 1c 1n 2a 2b 2c 2n 3a 3b 3c 3n 4a 4b 4c 4n
Tenso (kV) 3,19190 9,54350 10,21710 4,08802 0,00000 9,89473 10,04857 0,00000 1,84956 2,34996 1,85788 0,00000 1,74171 2,13383 1,68801 0,00000
Tenso (p.u.) 0,4433 1,3255 1,4190 0,5678 0,0000 1,3743 1,3956 0,0000 0,7703 0,9787 0,7738 0,0000 0,7254 0,8887 0,7030 0,0000
ngulo (o) 9,625 -143,313 138,507 172,499 0,000 -143,265 138,087 0,000 34,978 -94,451 134,963 0,000 33,574 -97,359 127,882 0,000
De 1a 1b 1c 1n 3a 3b 3c 3n
Para 2a 2b 2c 2n 4a 4b 4c 4n
Corrente (A) 11403,299 205,325 253,718 10963,395 453,166 740,331 732,069 103,134
ngulo (o) -57,341 -143,567 83,077 120,800 1,791 -123,206 109,679 -0,190
191
Trafo
1 2 3
De 2a 3a 2b 3b 2c 3c
Para 2b 3n 2c 3n 2a 3n
De 1n 2a (curto) 2n 3n 4n
Para 0 0 0 0 0
Nesta situao de curto-circuito observa-se sobretenses nas fases b e c da barra 2, desequilbrio total de tenses fase-terra na barra 1, tem-se agora tenso sobre a impedncia de aterramento do gerador, e v-se que a corrente de curto-circuito foi reduzida em relao ao caso (d), porm a corrente no condutor neutro entre as barras 1 e 2 aumentou bastante. f) Caso considerando trs fases e condutores neutros, com representao explcita de condutor neutro (3F+N), com transformador abaixador Yat (12,4/4,16 kV), com os neutros solidamente aterrados (Zat = 0), exceto o n neutro da barra de gerao (1g) que est aterrado por impedncia (Zg,at = 10 ohms). Neste caso o condutor neutro da linha do primrio tem seu n neutro da barra 1 tambm aterrado solidamente. Alm disso, aplicado um curto-circuito monofsico franco na barra 2, fase a (n 2a). Um diagrama representativo deste sistema mostrado na Figura 4.6.
Figura 4.6 Sistema com gerador aterrado por impedncia e n neutro isolado do neutro da linha
192
Para efeitos de comparao, este estudo de curto-circuito foi realizado de duas maneiras: uma com a carga representada pelo tipo impedncia constante (Z, = 2), que a situao padro definida na ferramenta de clculo de curto-circuito, e outra com a carga representada como potncia constante (P, = 0), que pode ser feita como uma tentativa na ferramenta. No primeiro caso, onde todas as cargas so representadas como impedncia constante, o processo converge em apenas uma iterao, conforme j comentado no Captulo 3. Conseguiu-se tambm simular o curto-circuito sem transformar as cargas para impedncia constante, o MICN que resolve o sistema na ferramenta de clculo de curto-circuito conseguiu alcanar a convergncia em trs iteraes utilizando as cargas com o tipo potncia constante. Apenas os mdulos das grandezas determinadas neste teste sero apresentados.
Ns 1a 1b 1c 1n 1g 2a 2b 2c 2n 3a 3b 3c 3n 4a 4b 4c 4n
TensoP (kV) 0,38202 12,11821 12,42541 0,00000 6,97299 0,00000 12,20247 12,30207 0,00000 2,26168 2,26930 2,20956 0,00000 2,12194 1,95543 1,84149 0,00000
TensoZ (kV) 0,36542 12,14456 12,45321 0,00000 7,00443 0,00000 12,23359 12,36729 0,00000 2,28669 2,31133 2,28670 0,00000 2,15295 2,09072 2,06742 0,00000
TensoP (p.u.) 0,0531 1,6831 1,7258 0,0000 0,9685 0,0000 1,6948 1,7086 0,0000 0,9420 0,9451 0,9203 0,0000 0,8838 0,8144 0,7670 0,0000
TensoZ (p.u.) 0,0508 1,6867 1,7296 0,0000 0,9728 0,0000 1,6991 1,7177 0,0000 0,9524 0,9627 0,9524 0,0000 0,8967 0,8708 0,8611 0,0000
De 1a 1b 1c 1n 3a
Para 2a 2b 2c 2n 4a
193
3b 3c 3n
4b 4c 4n
Trafo
1 2 3
De 2a 3a 2b 3b 2c 3c
Para 2b 3n 2c 3n 2a 3n
De 1n 1g 2a (curto) 2n 3n 4n
Para 0 0 0 0 0 0
CorrenteP(A) CorrenteZ(A) 307,580 310,169 697,299 700,443 697,299 700,443 307,580 310,169 299,101 168,139 299,100 168,139
Observa-se sobretenses nas fases b e c das barras 1 e 2, e tenso diferente de zero (consideravelmente alta) no n neutro do gerador devido ao desequilbrio no sistema e sua impedncia de aterramento. Nota-se tambm que esta nova topologia reduziu a corrente de curto-circuito fase-terra e permitiu que o sistema continuasse operando na condio de curto (inclusive o MICN que a base da ferramenta de clculo de curtocircuito convergiu o sistema mesmo com as cargas modeladas como potncia constante). Nota-se tambm que a tenso da barra 4c variou aproximadamente 14% entre as duas maneiras de soluo (devido s variaes dos tipos de cargas utilizados).
Observao: Ao realizar os prximos testes foram consideradas as seguintes premissas:
- Em (g), (h) e (i) os neutros foram solidamente aterrados e com isto puderam ser efetuadas redues de Kron nas matrizes originais de impedncias dos circuitos para incorporar o efeito do cabo neutro nas fases (ou seja os neutros esto implcitos). - O transformador existente entre as barras 2 e 3 foi substitudo em cada teste por configuraes mais complexas.
194
g) Representao do transformador estrela-delta aberto. O transformador genrico entre os ns 2c-2n (primrio) e 3c-3a (secundrio) foi retirado. Neste caso as cargas foram conectadas em delta. Este tambm um caso base definido pelo DSASC (2006) e seu diagrama apresentado na Figura 4.7. Para solucion-lo o MICN necessitou de cinco iteraes. Os resultados obtidos so apresentados a seguir:
Ns 1a 1b 1c 2a 2b 2c 3a 3b 3c 4a 4b 4c
Tenso (kV) 7,20000 7,20000 7,20000 6,96001 7,18278 7,30212 2,25777 1,73989 2,64244 2,00252 1,61878 2,53414
Tenso (p.u.) 1,0000 1,0000 1,0000 0,9667 0,9976 1,0142 0,9403 0,7247 1,1006 0,8340 0,6742 1,0555
ngulo (o) 0,000 -120,000 120,000 0,582 -121,911 120,543 -21,368 -151,960 68,493 -22,532 -155,761 63,383
De 1a 1b 1c 3a 3b 3c
Para 2a 2b 2c 4a 4b 4c
195
Trafo
1 2
De 2a 3a 2b 3b
Para 2n 3b 2n 3c
Ns 1n 2n
Como esperado a corrente no ramo 1c-2c zero pois o terminal 2c est aberto e as tenses e correntes so extremamente desequilibradas. h) Representao de transformador de trs enrolamentos. Neste caso foram utilizados trs transformadores de trs enrolamentos cada para representar um transformador trifsico de trs enrolamentos Yat (12,4/4,16/2,4 kV), sendo colocado no tercirio um banco de capacitores em delta (Figura 4.8). Os resultados obtidos esto apresentados a seguir.
Mquina
[ I12 ]
5
[ I34 ]
Carga
Ns 1a 1b 1c 2a 2b 2c
196
3a 3b 3c 4a 4b 4c 5a 5b 5c
De 1a 1b 1c 3a 3b 3c
Para 2a 2b 2c 4a 4b 4c
Trafo
De 2a 3a 5a 2b 3b 5b 2c 3c 5c
Para 2c 3n 5b 2a 3n 5c 2b 3n 5a
Corrente (A) 138,466 692,293 117,820 180,669 1004,108 339,750 208,190 1298,400 236,740
ngulo (o) 123,066 -66,247 15,097 16,410 176,646 -72,549 -119,181 56,213 -145,329
N 5a 5b 5c
De 5a 5b 5c
Para 5b 5c 5a
197
De 3n 4n
Para 0 0
O transformador de trs enrolamentos no apresentou dificuldades para o MICN e obteve-se a convergncia em quatro iteraes. i) Representao de um transformador estrela-delta expandido. Modelou-se um transformador utilizado para aplicaes em eletrnica de potncia do tipo estrela-delta expandido, cuja funo principal apresentar as tenses defasadas de 15 (-15, -135, 105) entre os valores de referncia de uma conexo do tipo YatYat (0, -120, 120). Esta configurao tem como objetivo diminuir correntes harmnicas geradas pelos chaveamentos em conversores. Neste exemplo conectou-se o transformador ao sistema com 3 barras conforme representado na Figura 4.9. Na Figura 4.10 apresentado o diagrama das conexes utilizadas para representar o transformador. Retirou-se a carga do sistema, pois o objetivo principal deste exemplo apresentar as tenses defasadas de 15. Os resultados obtidos na simulao so apresentados a seguir.
Ns 1a 1b 1c 2a 2b 2c 3a 3b 3c
Tenso (kV) 7,20000 7,20000 7,20000 7,20001 7,20001 7,20001 0,22627 0,22627 0,22627
Tenso (p.u.) 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 0,8165 0,8165 0,8165
ngulo -0,000 -120,000 120,000 -0,000 -120,000 120,000 -0,000 -120,000 120,000
198
3d 3e 3f 3g
De 3e 3f 3e
Para 3d 3d 3f
Como se pode observar na Tabela 4.37 a defasagem angular de 15 graus entre tenses fase-fase, caracterstica deste tipo de transformador, foi obtida corretamente.
j) Representao do transformador Y-Delta com tape central e de motor de induo. Neste teste o transformador do sistema original foi substitudo por um de conexo Y-Delta com tape central, e foi acrescentado um motor de induo na barra 4 do sistema, representado na Figura 4.11. Foi determinado que o motor de induo tivesse seu escorregamento fixado em 3,5%. As cargas tambm foram modificadas com relao a configurao do sistema original. Este tambm um caso proposto pelo DSASC (2006).
199
Subestao 12,47 kV
1g
4c 4b
4a
4n Carga Monofsica
Carga Bifsica
Figura 4.11 Sistema 4 barras com transformador Y-Delta com tape central e motor de induo
Neste transformador existe uma conexo para a terra (tape) no meio de um enrolamento do delta do secundrio. De acordo com DUGAN (2004) e KERSTING (2004c) esta considerada uma das conexes de transformador que so encontradas em sistemas da distribuio mais complicadas de se modelar e representa um desafio para os desenvolvedores de metodologias de anlise de sistemas de distribuio. O tape central (mid tap) aterrado, fazendo a referncia de tenso do secundrio se deslocar para uma posio incomum na anlise do circuito trifsico. Dessa forma uma fase tem a tenso significativamente mais elevada em relao terra do que as outras. Os resultados para este sistema obtidos com o MICN so apresentados nas tabelas a seguir, e esto de acordo com os resultados do DSASC (2006).
Ns 1a 1b 1c 1n 1g 2a 2b
200
2c 2t 2n 3a 3b 3c 3n 4a 4b 4c 4n
7,197 0,063 0,000 117,14 117,00 204,13 0,000 116,25 115,46 203,68 0,000
0,9999 0,0087 0,0000 0,9751 0,9750 1,7001 0,0000 0,9731 0,9730 1,6991 0,0000
119,97 3,047 0,00 -0,51 179,52 89,86 0,00 -0,25 179,42 89,85 0,00
De 1a 1b 1c 1n 3a 3b 3c 3n
Para 2a 2b 2c 2n 4a 4b 4c 4n
Corrente (A) 2,747 1,763 1,610 0,040 114,574 138,048 58,893 10,787
ngulo (o) -29,422 -175,765 113,217 -21,329 -42,435 161,349 55,092 -50,115
De 3n
Para 0
I4a (A / ) I4b (A / o) I4c (A / o) s (%) Potncia ativa (kW) Potncia reativa (kvar) Torque (kWN)
Motor 54,642 -66,480 55,537 178,137 58,893 55,092 3,5 (fixado) 18,827 12,794 17,454
Como se pode observar nas tabelas a tenso de neutro do lado em Y do transformador de V2t = 63,263,047o V, a qual reflete o deslocamento do neutro devido a operao desbalanceada. Pode-se verificar tambm a corrente que passa no tape central do lado em delta do transformador que de 9,86129,28o A.
201
Este sistema foi facilmente modelado utilizando-se a metodologia proposta (MICN), mesmo tendo barras com vrios ns (exemplo: na barra 2 existem 5 ns) e no apresentou problemas de convergncia, convergindo em quatro iteraes. O modelo utilizado para o motor de induo foi o de escorregamento constante apresentado no Capitulo 2, uma vez que, no caso, determinou-se que o escorregamento fosse considerado fixo.
1a
199,186 kV
2a V1
100 kV
1b
115 kV
2b V2
100 kV
1m Vmeio
115 kV
1c
Va
Vb
Vc
202
203
Nesta seo ser apresentado um exemplo de anlise de incluso de GD em um sistema de distribuio proposto pelo DSASC do IEEE.
Inicialmente o sistema foi simulado sem permitir a atuao dos reguladores de tenso, que tiveram sua relao fixada em 1:1. O MICN no apresentou problemas na modelagem e soluo deste sistema, atingindo a convergncia em quatro iteraes. Alguns resultados selecionados deste caso so apresentados nas tabelas a seguir.
Barras 800 814 814r 852 852r 832 836 848 888 890 G1 G2
Va (kV) 15,095 14,090 14,090 13,758 13,758 13,758 13,719 13,750 2,177 2,106 0,261 0,238
a (o) 0,000 1,836 1,836 4,310 4,310 4,310 4,435 4,474 6,870 14,382 7,468 18,022
Vb (kV) 15,095 14,537 14,537 14,099 14,099 14,099 14,045 14,067 2,229 2,127 0,266 0,240
b (o) -120,000 -119,041 -119,041 -117,386 -117,386 -117,386 -117,366 -117,324 -114,921 -108,317 -114,422 -104,719
Vc (kV) 15,095 14,640 14,640 14,334 14,334 14,334 14,300 14,329 2,273 2,186 0,272 0,247
c (o) 120,000 121,880 121,880 123,497 123,497 123,497 123,493 123,535 125,970 133,151 126,493 136,679
205
G1 Ia (A / ) Ib (A / o) Ic (A / o) s (%) Potncia Ativa (kW) Potncia Reativa (kvar) Potncia Convertida no Eixo (kW)
o
G2 1023,73 -135,052 1038,49 105,134 1034,08 -15,666 -1,078 -660,00 353,130 673,096
Para solucionar este sistema foram utilizados trs controles: dois para regular as potncias eltricas ativas fornecidas pelos geradores de induo para a rede (2 equaes extras) e o controle de tenso e ngulo da barra de referncia do sistema (6 equaes extras, 2 para cada fase). Os resultados obtidos conferem com os resultados apresentados em DUGAN e KERSTING (2006). Para definir por meio dos controles que as potncias eltricas ativas de sada dos geradores fossem as especificadas utilizou-se os escorregamentos dos dois geradores como variveis de estado, encontrando seus valores ao fim do processo de soluo.
206
Para testar a metodologia desenvolvida no MICN de controle de fator de potncia incluiu-se mais dois bancos de capacitores em estrela aterrada no sistema IEEE 34 barras com geradores de induo, buscando realizar a correo do fator de potncia nos pontos indicados pelas caixas na Figura 4.14, ou seja, nos pontos de conexo dos geradores de induo com a rede. Dois novos ramos possuindo um valor de reatncia bastante baixo, Xs = 0,01 , foram introduzidos entre as barras (947-948) e (989-990), para representar a posio do equipamento de medio de potncia, perto das barras 948 e 990. Considerando este sistema com os novos bancos, dois novos casos foram simulados e os resultados foram comparados com o caso apresentado na seo anterior, que ser aqui chamado de caso base. Em todas as simulaes, da mesma forma que no teste da seo anterior, a potncia eltrica de sada em cada gerador foi determinada constante e especificada em 660 kW. Os principais resultados desta anlise de correo de fator de potncia obtidos com o MICN foram apresentados em PENIDO et al. (2007).
Figura 4.14 Sistema IEEE34 com geradores de induo e controle de fator de potncia
207
G1 Ia (A / ) Ib (A / o) Ic (A / o) s (%) Potncia Ativa (kW) Potncia Reativa (kvar) Estator I+ (A) Estator I- (A) Rotor I+ (A) Rotor I- (A) Potncia Convertida no Eixo (kW)
o
G2 1024 -135 1038 105 1034 -15 -1,07954 -660,00 353,231 1032,504 8,738 990,244 8,484 673,067
-147 94 -27 -0,85343 -660,00 331,317 923,871 19,608 879,701 19,036 670,414
208
209
G1 Ia (A / ) Ib (A / o) Ic (A / o) s (%) Potncia Ativa (kW) Potncia Reativa (kvar) Estator I+ (A) Estator I- (A) Rotor I+ (A) Rotor I- (A) Potncia Convertida no Eixo (kW)
o
G2 981 -138 993 102 991 -18 -0,98608 -660,000 342,460 988,756 7,772 946,020 7,546 671,88
-148 93 -28 -0,82874 -660,000 329,886 911,367 19,729 866,796 19,154 670,11
210
a (o)
0,000 1,376 3,263 3,350 10,894 5,918 13,860
b (o)
-120,000 -119,411 -118,161 -118,148 -110,896 -115,480 -107,820
c (o)
120.000 121,333 122,369 122,338 129,828 124,956 132,808
211
Potncia Reativa (kvar) Estator I+ (A) Estator I- (A) Rotor I+ (A) Rotor I- (A) Potncia Convertida no Eixo (kW)
O perfil de tenso para este caso est plotado na Figura 4.15, juntamente com os perfis dos casos 1 e 2. A ao dos reguladores de tenso claramente mostrada e a melhoria geral no perfil de tenso tambm pode ser vista.
A Tabela 4.59 mostra uma comparao entre os trs casos. A compensao do fator de potncia nas barras de sada dos geradores foi bastante efetiva reduzindo as perdas em 24,6% em relao aos 171,89 kW do Caso 1. As aes dos reguladores de tenso contriburam para mais 4,3% de reduo de perdas.
Caso 1 2 3
Em todos os casos relatados nesta seo, o mtodo convergiu em quatro iteraes. O MICN se mostrou eficiente no estudo das trs diferentes situaes de operao. 212
Caso A Controle de fator de potncia e fusvel queimado na fase C do banco de capacitores da barra 990:
Este caso semelhante ao Caso 2 apresentado na seo anterior, porm, a fase C do banco de capacitores da barra 990 encontra-se aberta. Tambm foi determinado que fossem retirados os aterramentos dos bancos de capacitores das barras 990 e 948. Como esperado, este caso foi bem mais difcil de convergir. Muitas tentativas foram feitas e o que trouxe resultado foi a utilizao do procedimento para inicializao de variveis de neutro apresentado no Captulo 3. Aps encontrar boas condies iniciais para as variveis de neutro utilizando o procedimento extra, executou-se o MICN alcanando a convergncia em 5 iteraes. Resultados selecionados esto apresentados da Tabela 4.60 a Tabela 4.66. Como se pode observar na Tabela 4.60, a tenso de neutro da barra 990 de 117V, que corresponde a um substancial deslocamento de neutro, uma vez que a tenso 213
nominal nesta parte do sistema de 240V. Caso a fase do banco de capacitores estivesse com funcionamento normal (que corresponderia ao Caso 2 da seo anterior), a tenso de neutro da barra 990 seria de 5V. Verifica-se que a abertura da fase C do banco de capacitores aumenta muito o desequilbrio no sistema.
n (o)
142,354 -45,708
a (o)
0,000 1,559 3,688 3,816 12,674 6,706 16,146
b (o)
-120,000 -119,381 -118,119 -118,086 -110,770 -115,248 -107,585
c (o)
120,000 121,585 122,890 122,893 131,498 125,763 134,781
214
G1 Ia (A / ) Ib (A / o) Ic (A / o) s (%) Potncia Ativa (kW) Potncia Reativa (kvar) Estator I+ (A) Estator I- (A) Rotor I+ (A) Rotor I- (A) Potncia Convertida no Eixo (kW)
o
G2 971 -135 1035 101 961 -20 -0,98622 -660,000 343,020 988,756 46,920 946,020 45,554 671,99
-148 93 -28 -0,82874 -660,000 329,866 911,367 17,238 866,796 16,735 670,11
a (o)
-84,080 134,279
b (o)
155,841 -45,721
c (o)
35,444 ---
215
a (o)
0,000 -0,753 -1,102 -1,277 0,870 1,474 3,790
b (o)
-120,000 -121,135 -121,814 -121,999 -119,694 -119,917 -117,818
c (o)
120,000 119,504 118,649 118,401 120,875 121,350 123,537
n (o)
121,149 28,159
a (o)
157,608 164,414
b (o)
47,180 42,521
c (o)
-77,352 -71,999
Mesmo em condies extremas dos testes, o MICN se mostra um mtodo de anlise bastante robusto. O mtodo proposto aliado a procedimentos extras desenvolvidos para facilitar o processo de convergncia conseguiu solucionar sistemas considerados bastante complicados para outras metodologias.
216
138/13.8 kV 40 MVA
Um total de 702 elementos srie foi utilizado para modelar este sistema incluindo linhas, transformadores e chaves. Os condutores neutros so aterrados por resistores na
217
faixa de 0,5 a 3 ohms em alguns pontos na rede de baixa tenso. O sistema desequilibrado. Na simulao do sistema utilizando o MICN a convergncia foi alcanada com apenas 5 iteraes, sendo que o transformador com comutador de tape foi setado para controlar a tenso da barra de 13,8 kV da subestao. Alguns resultados selecionados so apresentados na Tabela 4.71 e da Figura 4.17 a Figura 4.20.
Linha Subestao@138 kV Alimentador 1@13,8 kV Alimentador 2@13,8 kV Alimentador 3@13,8 kV Alimentador 4@13,8 kV Alimentador 5@13,8 kV Alimentador 6@13,8 kV
1.05
V (p.u.)
0.95
0.9
0.85 0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
Ns fase A
Os valores marcados por o na Figura 4.17 so as tenses calculadas pelo MICN nas barras de 13,8 kV e os valores marcados por x so as tenses calculadas nas barras de 220 V. Pode-se observar que a rede altamente malhada no apresenta quedas de tenso considerveis nos alimentadores de 13,8 kV, o que muitas vezes est presente em topologias radiais. Como era de se esperar, a rede de tenso mais baixa tem maiores quedas de tenso quando comparada com os alimentadores de 13,8 kV. As tenses de neutro so apresentadas na Figura 4.18. 218
50
100
150
200
Ns de neutro
250
300
350
400
450
500
As correntes nos condutores neutros da rede subterrnea de 220 V so mostradas na Figura 4.19 enquanto na Figura 4.20 so mostradas as correntes nas impedncias de aterramento dos neutros dos transformadores de 500 kVA.
25
20
15
10
0 0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
Correntes (A)
219
O sistema original foi modificado para simular a incluso de Gerao Distribuda (GD). No teste aqui apresentado, quatro mquinas de induo de quatro plos, 1200 kVA, 460 V, foram adicionadas ao sistema nas barras 129, 104, 109 e 125 de 13,8 kV. Estas mquinas foram conectadas s barras por meio de quatro transformadores abaixadores de 1200 kVA 13,8/0,48 kV. As barras destas conexes esto situadas nos alimentadores 1, 3, 4 e 6 respectivamente. Assumiu-se que as mquinas estariam operando como geradores de induo com potncia eltrica ativa de sada constante, sendo que os valores escolhidos neste teste para as geraes foram: 950, 1000, 1050 e 1100 kW. Nos terminais de cada mquina conectou-se um banco de capacitores em estrela aterrada de 450 kvar. Alguns resultados selecionados deste caso esto apresentados da Figura 4.21 a Figura 4.24.
1.05
V (p.u.)
0.95
0.9
0.85 0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
Ns fase A
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
Ns de neutro
220
25
20
Correntes (A)
15
10
0 0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
Comparando-se os resultados apresentados da Figura 4.17 a Figura 4.20 com os correspondentes da Figura 4.21 a Figura 4.24, verifica-se que a ao combinada dos geradores de induo e dos bancos de capacitores melhorou os nveis de tenso na rede subterrnea de 220 V, e tambm diminuiu as tenses e as correntes de neutros, bem como os desequilbrios de neutros. Na Tabela 4.72 e na Tabela 4.73 so apresentados mais alguns resultados relativos a este teste. Ao final do processo de soluo do MICN encontra-se tambm os resultados dos escorregamentos das mquinas utilizados como variveis de controle para que as mquinas entreguem as potncias eltricas ativas de sada definidas. A gerao distribuda contribui para a diminuio do desequilbrio no sistema, o que pode ser observado, por exemplo, nos resultados das correntes nas fases das linhas.
221
Mquina 1 Ia (A / ) Ib (A / o) Ic (A / o) s (%) Potncia Ativa (kW) Potncia Reativa (kvar) I+ do Estator (A) I- do Estator (A) I+ do Rotor (A) I- do Rotor (A) Torque no Eixo (N.m)
o
Mquina 2 1336 -124 1344 116 1342 -4 -0,6341572 1000,00 499,85 1340,96 4,68 1257,55 4,55 2,66
Mquina 3 1402 -124 1409 116 1407 -4 -0,6687410 1050,00 521,82 1406,46 4,44 1323,45 4,31 2,80
Mquina 4 1470 -124 1479 116 1477 -4 -0,7071461 1100,00 545,02 1475,78 4,89 1393,15 4,75 2,94
1270 -124 1277 116 1277 -4 -0,5987946 950,00 479,32 1275,04 4,94 1190,89 4,80 2,53
Linha Subestao@138 kV Alimentador 1@13,8 kV Alimentador 2@13,8 kV Alimentador 3@13,8 kV Alimentador 4@13,8 kV Alimentador 5@13,8 kV Alimentador 6@13,8 kV
E na Tabela 4.74 apresenta-se uma comparao resumida entre o caso original e o teste com a incluso da gerao distribuda. Observa-se que no teste os geradores de induo com sua gerao mais dispersa, mais perto das cargas, contribui para a diminuio das perdas no sistema em 27%, obviamente alivia a necessidade de gerao da subestao e contribui para a diminuio do desequilbrio. Este exemplo serve para mostrar alguns benefcios que se pode ter com a incluso de gerao distribuda nos sistemas, desde que feita de maneira correta.
222
nem todas as ferramentas de anlise conseguem modelar. Somente algoritmos para sistemas multifsicos podem lidar com a modelagem necessria para simular o NEV. importante ressaltar que clculos de tenses induzidas e tenses em neutros podem ser feitos sem nenhuma dificuldade utilizando-se o MICN. A estrutura desenvolvida para a metodologia proposta j permite estes clculos, de maneira direta, sem a necessidade de rotinas ou procedimentos extras. O diagrama unifilar do NEV mostrado na Figura 4.25 e algumas partes mais especficas deste sistema so detalhadas da Figura 4.26 a Figura 4.29.
CARGA 1
9
1-(A)
10
11
12
138 kV
4 5
13
14
15
CARGA 2
13.2 kV
15 kVA
30
13.2 0.12/0.24 kV
31
Area 4
16
Circuito 3
17
18
19 32
20
CARGA 3
Circuito 4
CARGA 4C
29
28
27
1-(B)
21 25
22 23
26
CARGA 3B
CARGA 4
224
1,25 m
B1 A1
0,25 m 0,10 m
1,25 m
1,00 m
14024
1,00 m
14025
M1
14023
8,00 m
Condutores A, B, C : 477,000 30/7 ACSR Condutores N : 366,400 30/7 ACSR Condutores M : 2 7/1 ACSR
Rg
225
1,25 m
1,25 m
10011 ST kVA 7,62 kV 240/120V Z(%) => Xhl=1.44 Xht = 1.44 Xlt=.96 X1 12011 120 V 11011 TRIPLEX S1 240 V S3 11012 Lm S2 120 V 12012
1,00 m
10014
1,00 m
10015
M1
0,10 m
X2 X3
11014
8,00 m
12014
100 ohms
Rg
226
Os parmetros dos condutores deste sistema so mostrados na Tabela 4.75. A geometria das linhas est mostrada nas figuras anteriores que representam os postes e as conexes.
477,000 30/7 0,0306 ft 0,933 cm 0,216 /ml 0,135 /km 0,833 in 2,243 cm 670 A
366,400 30/7 0,0255 ft 0,777 cm 0,306 /ml 0,191 /km 0,741 in 1,882 cm 530 A
#2 7/1 0,00504 ft 0,0128 cm 1,65 /ml 1,031 /km 0,325 in 0,825 cm 180 A
1/0 6/1 0,00446 ft 0,138 cm 1,12 /ml 0,70 /km 0,398 in 1,011 cm 230 A
Os dados dos transformadores trifsicos, incluindo os resistores de aterramento de neutros esto mostrados na Tabela 4.76. Na Tabela 4.77 apresenta-se os dados das cargas trifsicas. As conexes so mostradas na Figura 4.27.
Rg 25 15 10 10
Dados de transformadores monofsicos e seus cabos de conexo correspondentes esto mostrados na Tabela 4.78, suas conexes esto representadas na Figura 4.28, e os dados das cargas monofsicas esto apresentados na Tabela 4.79.
227
ST (kVA) 25 15 25 37,5
Rg () 25 10 50 50
Distncia (m) 50 30 30 20
Para identificar os ns do sistema definiu-se um esquema, onde um nmero de 5 dgitos foi utilizado para cada n. Os dgitos foram organizados na ordem xxycf, sendo: xx Identificador da barra, ou poste. Por exemplo, o poste com o circuito duplo na Figura 4.29 foi definido como o nmero 16. Assim, qualquer fase, condutor neutro ou carga conectada neste poste ter o nmero 16 nos primeiros dois dgitos de seu n. y Assume sempre o nmero 0, servindo apenas como um separador para facilitar a leitura. c Identificador de circuito. Neste caso pode assumir os nmeros de 0 a 4. Os nmeros 1, 2, 3 e 4 representam os quatro circuitos principais onde o elemento pode estar conectado e o nmero 0 utilizado para identificar condutores que so comuns a mais de um circuito, como o caso dos cabos neutros e de telecomunicaes. Por exemplo, na Figura 4.29, os cabos A1, B1 e C1 pertencem ao circuito 3 e os cabos A2, B2 e C2 pertencem ao circuito 4, os quais foram definidos na Figura 4.25. Os cabos neutros e de telecomunicaes pertencem a ambos os circuitos. f Identificador de fase: 1 fase A, 2 fase B, 3 fase C, 4 condutor neutro, 5 condutor de telecomunicaes, ponto comum. As impedncias das linhas deste sistema foram calculadas usando a metodologia do condutor equivalente de retorno pela terra conforme desenvolvido por Carson (ANDERSON, 1995). As capacitncias shunt foram desconsideradas. A resistividade do solo foi considerada igual a 100 .m. As resistncias de aterramento so de 100 . Com o MICN pode-se modelar completamente todas as caractersticas do NEV e simul-lo, e alguns resultados obtidos so apresentados da Tabela 4.80 a Tabela 4.84.
228
N 05011 05012 05013 05021 05022 05023 05031 05032 05033 05041 05042 05043 05004 05005
V (kV) 7,427 7,441 7,383 7,402 7,428 7,367 7,402 7,440 7,366 7,395 7,417 7,337 23 (V) 23 (V)
A ( 0) -3,11 -123,14 116,44 -3,275 -123,26 116,34 -3,227 -123,19 116,34 -3,348 -123,25 116,31 -102,12 -102,1
N 07011 07012 07013 07004 07005 13021 13022 13023 13004 13005 24041 24042 24043 24004 24005
V (kV) 7,409 7,415 7,367 19 (V) 19 (V) 7,331 7,366 7,319 4,5 (V) 4,5 (V) 7,302 7,345 7,232 30 (V) 30 (V)
A (0) -3,28 -123,35 116,14 -159,50 -159,50 -3,84 -123,84 115,73 -96,88 -96,88 -4,09 -123,93 115,47 93,53 93,53
De 04011 04012 04013 04021 04022 04023 04031 04032 04033 04041 04042 04043 04004 04005 04005 04005 04005
Para 05011 05012 05013 05021 05022 05023 05031 05032 05033 05041 05042 05043 05004 05005 05005 05005 05005
I (A) 122,27 169,72 194,32 313,15 325,33 299,21 252,70 229,15 273,96 395,84 392,00 473,18 32,15 14,58 15,82 16,94 18,22
A (0 ) -8,16 -141,80 110,36 -23,18 -143,57 96,76 -33,38 -139,76 97,11 -25,20 -144,52 81,86 -123,88 -90,47 -94,17 -94,55 -91,55
P (kW) 905,6 1197,0 1427,1 2183,4 2268,0 2077,5 1619,8 1634,7 1906,1 2722,1 2713,0 2865,0 0,126 0,089 0,095 0,101 0,111
Q (kW) 81,0 406,1 155,4 796,1 845,2 746,0 945,2 489,6 671,3 1100,7 1063,1 1979,4 0,167 0,032 0,041 0,044 0,042
229
De 11011 11004 11012 31021 31004 31022 22031 22004 22032 28041 28004 28042
Para 12011 12004 12012 32021 32004 32022 23031 23004 23032 29041 29004 29042
I (A) 25,41 2,44 23,92 34,42 8,61 43,03 31,75 4,18 36,04 193,11 45,21 150,49
A (0 ) -32,14 -176,30 145,88 116,06 116,01 -63,94 -154,97 -164,59 24,31 88,18 -72,83 -97,45
P (kW) 2,29 0,04 2,67 3,79 -0,05 5,26 2,90 -0,02 3,84 25,48 -1,38 9,66
Q (kW) 1,04 0,01 1,80 0,04 0,01 -0,04 1,49 -0,05 2,65 10,38 0,32 8,11
De 02004 02005 05005 08005 12004 14005 19005 23004 25005 29004 32004 10004 30004 21004 27004
I (A) 25,264 5,135 0,024 0,900 0,776 0,342 1,545 0,299 3,027 0,631 0,623 0,778 0,624 0,302 0,637 230
A (0 ) -113,53 -68,145 -102,125 -160,089 -160,499 -94,927 80,114 82,321 93,236 94,094 -74,008 -156,528 -72,420 90,227 101997
Simulou-se tambm este sistema substituindo suas resistncias de aterramento de 100 por resistncias de 10 , para verificar os efeitos. Resultados comparativos das tenses dos neutros para a terra entre os dois casos esto apresentados na Figura 4.30.
25
20
15
10
0 0
10
15 20 Ns de Neutro
25
30
35
Pode-se observar que com os resistores de aterramento de valores menores as tenses de neutros foram reduzidas na maioria dos pontos, entretanto, as correntes que fluem para a terra aumentaram. Os resultados deste caso indicam a existncia de algumas tenses de neutros para a terra (NEV) consideravelmente altas. Pelos testes, uma diminuio de dez vezes nas resistncias de aterramento produziria diminuio em algumas tenses de neutro para a terra de aproximadamente 30 a 50%, dependendo do circuito. Embora este caso no seja complicado em termos de convergncia, ele apresenta muitos desafios para os desenvolvedores de ferramentas de anlise de sistemas de distribuio, uma vez que somente algoritmos multifsicos podem lidar com a modelagem necessria. O MICN permitiu a completa modelagem e foi robusto na simulao do NEV.
231
al., 2008; PENIDO et al., 2008b), que um caso bem mais simples em termos de
representao e simulao do que o NEV apresentado na seo anterior, mas muito til em termos de anlise. Para simular este sistema necessrio que a ferramenta seja multifsica e permita a representao explcita de cabos neutros e aterramentos. Em estudos de casos reais, a grande variao dos parmetros que influenciam nos clculos de tenses de neutros para a terra, como resistncias, impedncias de conexes, carregamento de circuitos e outros, dificulta a obteno de resultados precisos, confirmados na realidade por medies nos sistemas. Assim, conforme citado em SUNDERMAN (2008), necessrio o desenvolvimento de modelos mais precisos para serem utilizados no clculo das tenses de neutro para a terra, que melhorem os resultados alcanados, j to afetados pela variao de parmetros. Ferramentas melhores, que simulam mais detalhes, permitem fornecer para a indstria mais informao para quantificar os problemas relacionados as tenses de neutro para a terra e entender os impactos que ocorrem nas mesmas ao variar os parmetros dos sistemas, como o tamanho do condutor neutro, as resistncias de aterramento, e as tcnicas de aterramento, etc. Assim, quando h um problema, torna-se possvel estudar se h necessidade de reduzir os nveis das tenses de neutro no sistema com relao ao aumento de custos que seria necessrio para implementar a soluo requerida, e analisar o quo bem a soluo proposta vai funcionar. Nesta seo ser simulado o caso original proposto, e procurando exemplificar algumas variaes de resultados a partir de modificaes nos sistemas, alguns outros testes tambm sero feitos com o MICN.
Caso Original:
A base deste sistema j foi utilizada no Captulo 3, para comparar representao explcita ou implcita de solo. Um diagrama dos postes foi mostrado na Figura 3.36 e um esquemtico do sistema na Figura 3.37 onde se considerou a representao de apenas seis postes. No sistema original existem 21 postes (Figura 4.31), mas a estrutura a mesma. 232
Carga
011 021 181 191 201
Subestao
A B C
S1
Sa
S2 012 022 182 192 202
Sb
S3 013 023 183 193 203
Sc
N 014 024 184 194 204
S4
100
100
100
100
100
V=0
V=0
V=0
V=0
V=0
V=0
Assim, o NEV Circuito Simples compe-se basicamente de uma linha de distribuio circuito simples, de 1828,8 metros de comprimento, com representao explcita do cabo neutro e dos aterramentos. O sistema alimentado por uma fonte ideal de 12,47 kV (fase-fase) e alimenta uma carga desbalanceada, modelada como potncia constante e conectada em estrela com ponto de conexo no neutro, com Sa = 3000 kVA (fp = 0,90 atrasado), Sb = 3500 kVA (fp = 0,95 atrasado) e Sc = 2500 kVA (fp = 0,85 atrasado). O cabo neutro aterrado em cada poste por uma resistncia de 100 ohms, inclusive no neutro da carga, a exceo o n neutro da fonte que solidamente aterrado no sistema original. Nos resultados sero usados nmeros de 3 dgitos para identificar cada n do sistema, eles sero relacionados na forma xxf, onde: xx corresponde ao identificador da barra ou poste. f identificador de fase, sendo 1 = fase A, 2 = fase B, 3 = fase C, 4 = condutor neutro. Os resultados alcanados com o MICN para o caso original sero apresentados a seguir. Em todas as tabelas de resultados de fluxo de potncia, considerar que os fluxos de potncia ativa e reativa foram calculados nos terminais De de cada ramo.
N S1 S2
A ( 0) 0,000 -120,00
N 103 104
A ( 0) 119,37 -36,052
233
S3 S4 011 012 013 014 021 022 023 024 031 032 033 034 041 042 043 044 051 052 053 054 061 062 063 064 071 072 073 074 081 082 083 084 091 092 093 094 101 102
7,200 0,000 7,183 7,188 7,189 0,0078 7,1656 7,1754 7,1773 0,0156 7,1484 7,1631 7,1660 0,0234 7,1313 7,1508 7,1546 0,0312 7,1142 7,1386 7,1433 0,0390 7,0971 7,1263 7,1320 0,0468 7,0800 7,1141 7,1207 0,0547 7,0630 7,1018 7,1094 0,0625 7,0428 7,0896 7,0982 0,0704 7,0290 7,0773
120,00 0,000 -0,078 -120,11 119,94 -36,881 -0,156 -120,22 119,88 -36,856 -0,234 -120,33 119,82 -36,814 -0,313 -120,44 119,75 -36,755 -0,392 -120,55 119,69 -36,679 -0,471 -120,66 119,63 -36,587 -0,551 -120,76 119,56 -36,478 -0,631 -120,88 119,50 -36,353 -0,711 -120,99 119,44 -36,211 -0,791 -121,10
111 112 113 114 121 122 123 124 131 132 133 134 141 142 143 144 151 152 153 154 161 162 163 164 171 172 173 174 181 182 183 184 191 192 193 194 201 202 203 204
7,0120 7,0651 7,0757 0,0863 6,9951 7,0528 7,0645 0,0943 6,9783 7,0403 7,0533 0,1023 6,9615 7,0282 7,0421 0,1104 6,9447 7,0159 7,0310 0,1185 6,9280 7,0036 7,0199 0,1267 6,9113 6,9912 7,0088 0,1349 6,8947 6,9788 6,9978 0,1431 6,8781 6,9664 6,9868 0,1515 6,8616 6,9539 6,9758 0,1599
-0,872 121,21 119,31 -35,877 -0,952 121,32 119,24 -35,685 -1,033 121,43 119,18 -35,477 -1,114 121,55 119,11 -35,253 -1,195 121,66 119,04 -35,012 -1,276 121,77 118,97 -34,756 -1,357 121,89 118,91 -34,483 -1,438 122,00 118,84 -34,194 -1,520 122,16 118,77 -33,889 -1,601 122,23 118,70 -33,568
234
Para 011 012 013 014 101 102 103 104 201 202 203 204
I (A) 445,997 503,454 351,238 151,916 445,997 503,454 351,238 154,118 445,997 503,454 351,238 161,390
A (0 ) -26,722 -141,742 87,509 91,793 -26,722 -141,742 87,509 92,818 -26,722 -141,742 87,509 96,037
P (kW) 2868,23 3366,99 2133,07 0,000 2824,18 3337,64 2115,95 -6,835 2775,61 3303,47 2097,75 -15,689
Q (kvar) 1443,93 1342,76 1358,47 0,000 1378,09 1264,86 1318,52 -8,431 1306,23 1178,05 1273,44 -18,747
De S4 014 024 034 044 054 064 074 084 094 104 114 124 134 144 154 164 174 184 194 204
Para 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
I (A) 16,572 0,078 0,156 0,234 0,312 0,390 0,468 0,547 0,625 0,704 0,783 0,863 0,943 1,023 1,104 1,185 1,267 1,349 1,431 1,515 1,599
A (0) 144,868 -36,881 -36,856 -36,814 -36,755 -36,679 -36,587 -36,478 -36,353 -36,211 -36,052 -35,877 -35,685 -35,477 -35,253 -35,012 -34,756 -34,483 -34,194 -33,889 -33,568
Tabela 4.88 Correntes e potncias nas fases das cargas Caso Original
235
Outros resultados para o caso original: Perdas nas linhas: 216,49 kW e 427,66 kvar; Perdas nos aterramentos: 1,80 kW; Potncia de sada total no gerador sncrono: 8368,29 kW e 4145,16 kvar; Potncia total na carga: 8150,0 kW e 3717,5 kvar.
Teste 1:
No caso original foram consideradas vinte sees na representao da linha, utilizando-se vinte e um postes. O primeiro teste consiste em considerar somente cinco sees na linha, aumentando as distncias entre os postes, e neste caso somente seis postes so representados (correspondentes as barras denominadas no caso original de S, 04, 08, 12, 16 e 20, os quais foram mantidos numerados de acordo com a barra que corresponderia a mesma posio fsica no caso original). Alguns resultados alcanados so apresentados a seguir.
V (kV) 7,200 7,200 7,200 0,000 7,1326 7,1488 7,1552 0,0332 7,0654 7,0980 7,1106 0,0665
A ( 0) 0,000 -120,00 120,00 0,000 -0,302 -120,43 119,74 -29,805 -0,610 -120,87 119,47 -29,704
N 121 122 123 124 161 162 163 164 201 202 203 204
V (kV) 6,9985 7,0475 7,0661 0,0999 6,9319 6,9973 7,0219 0,1335 6,8657 6,9472 6,9780 0,1673
A ( 0) -0,922 -121,31 119,20 -29,537 -1,240 -121,76 118,92 -29,302 -1,562 -122,21 118,64 -29,002
De S1 S2
S3 S4 041 042 043 044 081 082 083 084 121 122 123 124 161 162 163 164
043 044 081 082 083 084 121 122 123 124 161 162 163 164 201 202 203 204
351,130 159,492 446,581 502,976 351,130 159,682 446,581 502,976 351,130 160,063 446,581 502,976 351,130 160,637 446,581 502,976 351,130 161,406
87,575 95,077 -26,746 -141,784 87,575 95,175 -26,746 -141,784 87,575 95,370 -26,746 -141,784 87,575 95,662 -26,746 -141,784 87,575 96,051
2133,98 0,000 2852,00 3348,85 2126,86 -3,043 2832,64 3334,86 2119,76 -6,120 2813,29 3320,81 2112,69 -9,254 2793,96 3306,67 2105,67 -12,468
1355,59 0,000 1418,49 1309,29 1337,40 -4,350 1389,95 1274,61 1319,20 -8,717 1361,46 1239,91 1300,98 -13,119 1333,04 1205,19 1282,73 -17,575
Para 0 0 0 0 0 0
Tabela 4.92 Correntes e potncias nas fases das cargas Caso Teste 1
Outros resultados para o primeiro teste: Perdas nas linhas: 217,54 kW e 429,11 kvar; Perdas nos aterramentos: 0,61 kW; Potncia de sada total no gerador sncrono: 8368,15 kW e 4146,61 kvar; Potncia total na carga: 8150,0 kW e 3717,5 kvar.
237
Comparando-se os resultados obtidos para o caso original com os do Teste 1, onde se considera apenas cinco sees na linha, pode-se verificar que no teste como existem menos postes representados e conseqentemente menos aterramentos a corrente de desequilbrio est menos diluda nos aterramentos e, portanto as tenses de neutro para a terra nos postes representados so maiores. Ao realizar um estudo do sistema considerando esta simplificao do nmero de postes representados no se conseguiria verificar exatamente as grandezas nos aterramentos, embora os efeitos qualitativos no resto do sistema pudessem ser satisfatoriamente analisados. Analisando-se este teste de outra maneira, devido ao nmero de espaamentos adotados, pode-se considerar que o sistema do teste seria o mesmo do original, com uma configurao de aterramento diferente, com aterramentos apenas nos ns S4, 044, 084, 124, 164 e 204, sendo os outros ns neutros deixados flutuantes. Comparando-se as duas configuraes ter-se-ia que as tenses fase-terra nas fases a, b e c apresentam uma diferena menor do que 1% (Figura 4.32), mas as tenses de neutro apresentam diferenas superiores a 4% (Figura 4.33) e tambm que as correntes de neutros e aterramentos so consideravelmente diferentes em alguns pontos (Figura 4.34). Ressalta-se ento que dependendo do estudo a ser realizado simplificaes devem ser evitadas, pois os resultados podem no ser satisfatrios.
7,30 7,20 7,10 Volt (kV) 7,00 6,90 6,80 6,70 6,60 Original Teste 1
12 1
Ns - Fase A
238
10 1
14 1
18 1
16 1
20 1
S1
21
41
61
81
180,0 160,0 140,0 120,0 Volt (V) 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 0,0
10 4 12 4 14 4 16 4 18 4
Original Teste 1
18 4
Original Teste 1
Ns de Neutro
18,00 16,00 14,00 Corrente (A) 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00
10 4 12 4 14 4 16 4 20 4 S4 24 44 64 84
Pontos de aterramento
Teste 2:
No segundo teste considerou-se resistores de aterramento de 10 ao invs dos de 100 utilizados no caso original. As tabelas a seguir apresentam os resultados obtidos.
239
20 4
S4
24
44
64
84
014 021 022 023 024 031 032 033 034 041 042 043 044 051 052 053 054 061 062 063 064 071 072 073 074 081 082 083 084 091 092 093 094 101 102
0,0032 7,1601 7,1788 7,1796 0,0065 7,1402 7,1682 7,1694 0,0097 7,1204 7,1576 7,1592 0,0131 7,1006 7,1471 7,1489 0,0164 7,0809 7,1366 7,1386 0,0198 7,0613 7,1260 7,1283 0,0234 7,0419 7,1155 7,1179 0,0280 7,0225 7,1048 7,1074 0,0306 7,0033 7,0942
-88,001 -0,157 -120,26 119,92 -87,750 -0,236 -120,39 119,88 -87,332 -0,316 -120,52 119,84 -86,749 -0,396 -120,65 119,79 -86,002 -0,476 -120,76 119,75 -85,095 -0,557 -120,90 119,71 -84,029 -0,638 -121,03 119,66 -82,809 -0,720 -121,16 119,62 -81,439 -0,803 -121,29
122 123 124 131 132 133 134 141 142 143 144 151 152 153 154 161 162 163 164 171 172 173 174 181 182 183 184 191 192 193 194 201 202 203 204
7,0728 7,0758 0,0428 6,9468 7,0619 7,0651 0,0472 6,9283 7,0510 7,0544 0,0519 6,9101 7,0399 7,0435 0,0569 6,8922 7,0287 7,0326 0,0621 6,8745 7,0173 7,0217 0,0677 6,8571 7,0058 7,0107 0,0737 6,8400 6,9939 6,9996 0,0801 6,8233 6,9818 6,9885 0,0870
-121,54 119,47 -76,475 -1,052 -121,67 119,42 -74,555 -1,135 -121,79 119,37 -72,514 -1,218 -121,91 119,32 -70,359 -1,302 -122,04 119,26 -68,096 -1,385 -122,16 119,20 -65,734 -1,468 -122,28 119,14 -63,280 -1,550 -122,39 119,08 -60,743 -1,632 -122,51 119,01 -58,129
De S1 S2
013 014 101 102 103 104 201 202 203 204
353,336 88,167 442,760 503,983 353,336 102,920 442,760 503,983 353,336 155,075
87,257 85,290 -26,861 -141,35 87,257 86,790 -26,861 -141,354 87,257 95,063
2139,78 0,000 2791,27 3360,62 2121,31 -3,092 2737,79 3333,60 2101,51 -11,331
1376,00 0,000 1369,86 1236,08 1344,18 -0,644 1294,74 1145,20 1304,02 -5,091
De S4 014 024 034 044 054 064 074 084 094 104 114 124 134 144 154 164 174 184 194 204
Para 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
I (A) 78,26 0,323 0,647 0,974 1,305 1,641 1,983 2,335 2,696 3,069 3,456 3,859 4,281 4,724 5,192 5,686 6,211 6,771 7,369 8,010 8,699
A (0) 109,030 -88,001 -87,750 -87,332 -86,749 -86,002 -85,095 -84,029 -82,809 -81,439 -79,92 -78,266 -76,475 -74,555 -72,514 -70,359 -68,096 -65,734 -63,280 -60,743 -58,129
Tabela 4.96 Correntes e potncias nas fases das cargas Caso Teste 2
Outros resultados para o segundo teste: Perdas nas linhas: 208,90 kW e 420,18 kvar; Perdas nos aterramentos: 4,37 kW; 241
Potncia de sada total no gerador sncrono: 8363,27 kW e 4137,68 kvar; Potncia total na carga: 8150,0 kW e 3717,5 kvar.
7,30 7,20 7,10 Volt (kV) 7,00 6,90 6,80 6,70 6,60
14 1 18 1 10 1 12 1 16 1 20 1 S1 21 41 61 81
Original Teste 2
Ns - Fase A
180,0 160,0 140,0 120,0 Volt (V) 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 0,0
10 4 12 4 14 4 16 4 18 4 20 4 S4 24 64 84 44
Original Teste 2
Ns de Neutro
90,00 80,00 70,00 Corrente (A) 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00
10 4 12 4 16 4 14 4 18 4 20 4 S4 24 44 64 84
Original Teste 2
Pontos de aterramento
242
Comparando-se os resultados do caso original com os obtidos quando os resistores de aterramento so mudados para 10 ohms pode-se ver que as grandezas nos resultados so consideravelmente diferentes. Verificou-se neste caso, com as impedncias de aterramento menores, uma diminuio das tenses de neutros para a terra e diminuio das correntes no cabo neutro, porm, as correntes que fluem nos aterramentos aumentaram. Este teste mostra a importncia de representar da melhor forma possvel todos os aterramentos existentes no sistema, dependendo do estudo a ser realizado. Existem por exemplo aterramentos das residncias que dificilmente so representados nas simulaes, mas desde que todos os condutores neutros estejam conectados juntos, os mltiplos pontos de aterramento dispersam a corrente de desequilbrio, e seus efeitos seriam as diminuies das impedncias equivalentes vistas dos postes para a terra. Esta situao, correspondente a existncia de aterramentos em paralelo, foi exemplificada neste teste diminuindo-se as impedncias de aterramento dos postes de 100 para 10 ohms, o que como visto muda bem os resultados.
Teste 3:
Outro teste foi a colocao de um resistor de aterramento de 100 ohms no n neutro da fonte para a terra no lugar do aterramento slido do caso original. Alguns resultados deste terceiro teste so apresentados a seguir.
V (kV) 7,1266 7,2024 7,2718 0,0838 7,1098 7,1895 7,2606 0,0754 7,0930 7,1767 7,2494
A ( 0) 0,324 -120,66 120,34 151,27 0,250 -120,78 120,28 151,11 0,176 -120,88 120,21
N 103 104 111 112 113 114 121 122 123 124 131
V (kV) 7,1599 0,0000 6,9416 7,0636 7,1487 0,0083 6,9248 7,0512 7,1375 0,0167 6,9081
A ( 0) 119,69 0,000 -0,516 -121,88 119,62 -29,557 -0,595 -121,99 119,55 -29,532 -0,674
243
024 031 032 033 034 041 042 043 044 051 052 053 054 061 062 063 064 071 072 073 074 081 082 083 084 091 092 093 094 101 102
0,0669 7,0761 7,1639 7,2382 0,0585 7,0593 7,1513 7,2270 0,0501 7,0425 7,1386 7,2158 0,0417 7,0256 7,1260 7,2046 0,0333 7,0088 7,1135 7,1934 0,0250 6,9920 7,1010 7,1822 0,0167 6,9752 7,0885 7,1710 0,0083 6,9584 7,0760
150,97 0,101 -120,99 120,15 150,84 0,025 -121,10 120,08 150,74 -0,051 -121,21 120,02 150,64 -0,127 -121,32 119,95 150,57 -0,204 -121,43 119,88 150,51 -0,282 -121,54 119,82 150,47 -0,359 -121,65 119,75 150,44 -0,437 -121,77
132 133 134 141 142 143 144 151 152 153 154 161 162 163 164 171 172 173 174 181 182 183 184 191 192 193 194 201 202 203 204
7,0388 7,1264 0,0250 6,8913 7,0265 7,1153 0,0334 6,8746 7,0141 7,1042 0,0417 6,8579 7,0018 7,0931 0,0501 6,8413 6,9894 7,0820 0,0585 6,8246 6,9771 7,0710 0,0669 6,8080 6,9648 7,0599 0,0754 6,7915 6,9524 7,0489 0,0838
-122,10 119,49 -29,490 -0,754 -122,22 119,42 -29,432 -0,834 -122,33 119,35 -29,356 -0,914 -122,44 119,28 -29,264 -0,994 -122,56 119,21 -29,155 -1,075 -122,67 119,15 -29,030 -1,156 -122,79 119,08 -28,888 -1,236 -122,90 119,01 -28,729
De S1 S2 S3 S4 011
012 013 014 091 092 093 094 101 102 103 104 181 182 183 184 191 192 193 194
022 023 024 101 102 103 104 111 112 113 114 191 192 193 194 201 202 203 204
502,945 351,126 161,455 446,614 502,945 351,126 159,736 446,614 502,945 351,126 159,736 446,614 502,945 351,126 161,455 446,614 502,945 351,126 161,888
-141,786 87,579 96,077 -26,748 -141,786 87,579 95,198 -26,748 -141,786 87,579 95,198 -26,748 -141,786 87,579 96,077 -26,748 -141,786 87,579 96,296
3375,49 2145,37 6,972 2790,60 3347,28 2131,30 0,758 2785,76 3343,78 2129,53 -0,000 2747,07 3315,63 2115,42 -6,212 2742,24 3312,07 2113,68 -7,029
1296,52 1377,23 9,970 1384,60 1227,11 1340,74 1,093 1377,47 1218,44 1336,19 -0,000 1320,52 1149,05 1299,73 -8,837 1313,44 1140,36 1295,15 -9,970
De S4 014 024 034 044 054 064 074 084 094 104 114 124 134 144 154 164 174 184 194 204
Para 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
I (A) 0,838 0,753 0,669 0,585 0,501 0,417 0,333 0,250 0,167 0,083 0,000 0,083 0,167 0,250 0,333 0,417 0,501 0,585 0,669 0,753 0,838
A (0 ) 151,271 151,112 150,970 150,845 150,736 150,644 150,568 150,510 150,468 150,443 -29,981 -29,557 -29,532 -29,490 -29,432 -29,356 -29,264 -29,155 -29,030 -28,888 -28,729
245
Tabela 4.100 Correntes e potncias nas fases das cargas Caso Teste 3
Outros resultados para o terceiro teste: Perdas nas linhas: 217,59 kW e 429,19 kvar; Perdas nos aterramentos: 0,54 kW; Potncia de sada total no gerador sncrono: 8368,13 kW e 4146,69 kvar; Potncia total na carga: 8150,0 kW e 3717,5 kvar.
7,30 7,20 7,10 Volt (kV) 7,00 6,90 6,80 6,70 6,60 6,50
12 1 10 1 14 1 16 1 18 1 20 1 S1 41 61 81 21
Original Teste 3
Ns - Fase A
180,0 160,0 140,0 120,0 Volt (V) 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 0,0
10 4 12 4 14 4 16 4 18 4 20 4 S4 24 44 64 84
Original Teste 3
Ns de Neutro
246
18,00 16,00 14,00 Corrente (A) 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00
12 4 14 4 16 4 10 4 18 4 20 4 S4 24 44 64 84
Original Teste 3
Pontos de aterramento
Neste terceiro teste, onde um resistor de aterramento de 100 ohms foi colocado no n neutro da fonte para a terra, pode-se verificar que a rede eltrica se torna simtrica entre a fonte e a carga. Isto estaria representando uma outra configurao de aterramento para o sistema. Comparando-se os resultados deste teste com os do caso original v-se que a distribuio das correntes nos cabos neutros e nos aterramentos ocorre de maneira diferente. As tenses fase-terra nos ns das fases onde a fonte est conectada ficam desequilibradas, isto porque aparece uma tenso no n neutro desta barra diferente de zero. As tenses fase-neutro na fonte que foram especificadas equilibradas, as tenses fase-terra so resultantes do sistema. interessante observar os resultados de tenso no n neutro da barra 10 e os resultados de corrente no seu aterramento, ambos so iguais a zero. Tanto o sistema NEV Circuito Simples original, quanto os sistemas dos testes atingiram a convergncia em apenas duas iteraes do MICN. Este sistema pode ser muito til como base para outros testes, pois devido a sua simplicidade, os efeitos das modificaes no sistema, como por exemplo modificao de parmetros ou de configurao de aterramento, podem ser claramente observados e analisados.
247
disso, o mtodo tem se mostrado bastante robusto, necessitando de poucas iteraes para solucionar os sistemas eltricos. Para os casos teste disponibilizados pelo DSASC os resultados obtidos foram comparados com aqueles publicados e o MICN mostrou grande preciso nas solues, reproduzindo-as corretamente. Alm disso, o algoritmo proposto mostrou-se eficiente e conseguiu modelar outras caractersticas, especialmente as mais diversas configuraes de transformadores. Todos os desafios lanados pelo DSASC para os desenvolvedores de mtodos de anlise para aplicao em sistemas de distribuio tm sido superados utilizando o MICN. Com a metodologia proposta as diversas caractersticas dos sistemas podem ser facilmente modeladas. Por exemplo, tanto cabos neutros quanto aterramentos podem ser explicitamente representados no MICN, sem necessidade de aproximaes, o que muito importante, principalmente na anlise de sistemas desequilibrados, possibilitando verificar corretamente as grandezas eltricas em todos os elementos. As tenses induzidas tambm podem ser diretamente calculadas utilizando-se o MICN. Verifica-se nas simulaes que o MICN permite representar e estudar diversos aspectos dos sistemas multifsicos cuja anlise seria impossvel de se realizar utilizando apenas ferramentas monofsicas ou trifsicas. Os testes mostraram grande eficincia e robustez do MICN. Embora as metodologias baseadas na soluo de sistemas pelo mtodo de Newton-Raphson serem normalmente mais complicadas de se implementar do que os algoritmos baseados em tcnicas de FBS, pode-se verificar que o MICN retem suas propriedades de boa convergncia at mesmo para sistemas altamente malhados, com controles e condies de carga pesada, o que no ocorre em alguns mtodos baseados em FBS. Apresentou-se casos incluindo aes de controle, como por exemplo compensao de fator de potncia, que podem ser introduzidas sem comprometer a qualidade da convergncia. E ainda, condies extremas de desbalano, como por exemplo, a que se verificou no caso com um banco de capacitores com um fusvel queimado, podem ser tratadas pelo MICN. Procedimentos extras para facilitar ou atingir a convergncia so necessrios somente em casos extremos. De certa forma pode-se dizer que o aumento da integrao de GD alm de impactar nos sistemas eltricos tambm traz impactos para algumas ferramentas de anlise, uma vez que estas precisam ser melhoradas ou adequadas para permitir a anlise da penetrao da GD. As boas caractersticas de convergncia, aliadas a 248
possibilidade de grande detalhamento dos sistemas, sugerem que o MICN pode ser bastante til em estudos de incluso de GD e na anlise de seus impactos em sistemas eltricos.
249
Captulo 5
Concluses
dos equipamentos, e isto, aliado utilizao de dados corretos para os elementos aumenta a fidelidade dos resultados obtidos nas anlises. A possibilidade de representao explcita dos diversos elementos tambm muito interessante, permitindo que seus efeitos nas caractersticas dos sistemas sejam analisados e explorados, especialmente na anlise de sistemas desequilibrados. Por exemplo, ao representar explicitamente cabos neutros e aterramentos o MICN permite-se que diversas configuraes sejam testadas, buscando a mais adequada para o sistema, uma vez que a configurao destes elementos impacta muito na performance dos alimentadores. O clculo direto de tenses e correntes em todos os elementos tambm uma vantagem com relao a algumas metodologias. O tratamento das equaes de injeo de corrente na forma complexa, conforme j havia sido feito em ARAUJO (2005) tambm trouxe vantagens para a metodologia proposta, levando a maior simplicidade no desenvolvimento e melhor desempenho computacional. Foram estudadas caractersticas do processo de soluo do MICN, possibilitando entender melhor as diversas situaes de convergncia e contribuindo para o desenvolvimento de alguns procedimentos extras que visam facilitar ou direcionar a convergncia em situaes complexas ou especiais. Realizou-se comparaes entre o MICN e uma implementao do FBS, apresentando as aplicaes, diferenas, vantagens e desvantagens encontradas para cada metodologia. O MICN mostrou-se como sendo de aplicao mais geral. Alguns questionamentos comuns relacionados a metodologias de soluo de sistemas foram analisados para o MICN. Apresentou-se duas possveis aplicaes baseadas no mtodo proposto: um mtodo de clculo de fluxo de potncia e um mtodo de clculo de curto-circuito. Resultados de testes realizados foram apresentados. Tm-se verificado uma preciso muito boa quando os resultados de simulao de alguns sistemas utilizando o MICN so comparados com os resultados publicados utilizando-se outros mtodos. Os sistemas teste de distribuio do DSASC da PES/IEEE (DSASC, 2006), com todos os seus detalhes, esto sendo representados e simulados corretamente pelo MICN, reproduzindo todos os resultados disponibilizados pelo subcomit. Os desafios de representao e simulao lanados por eles tambm tm sido todos superados com o MICN. Estes sistemas e desafios serviram tambm como base de validao do MICN.
251
A intensificao da conexo de gerao distribuda, especialmente em sistemas de distribuio, tem sido verificada e apresenta-se como uma tendncia, devido a alguns benefcios que a mesma pode trazer. Aps vrios testes, com os modelos desenvolvidos para a representao da gerao distribuda no MICN, e dos resultados alcanados, considerando o grau de detalhamento permitido pela metodologia proposta, considera-se que o MICN tem um grande potencial para anlise da incluso destas geraes e de seus impactos nos sistemas. Considera-se a metodologia proposta como uma reformulao e melhoria de metodologias anteriores. Pode-se dizer que neste mtodo simplificou-se o desenvolvimento dos modelos (sem perda de detalhamento), mas esta simplificao foi extremamente benfica, facilitando a representao das mais diversas caractersticas dos equipamentos, dando mais flexibilidade de representao e aumentando a eficincia. Ou seja, o MICN uma metodologia simples e eficiente, muito robusta, e tem resolvido os problemas propostos para anlise de sistemas eltricos, alm de no sofrer de limitaes apresentadas por vrios mtodos publicados na literatura. Os resultados obtidos com a metodologia proposta mostram que o MICN est bastante eficiente. Nos diversos testes que foram realizados, o MICN se apresentou muito robusto computacionalmente, com tempos de simulao baixos, e na representao dos sistemas tem-se verificado as vantagens que a modelagem por elemento trouxe, possibilitando a representao de qualquer componente de forma fcil. O MICN se mostra especialmente til na representao e simulao de sistemas de distribuio desequilibrados, onde a representao ou no dos detalhes costuma fazer muita diferena nos resultados. Considera-se ento o MICN como sendo um mtodo bastante geral podendo ser utilizado na anlise de sistemas equilibrados ou desequilibrados, radiais ou reticulados, com componentes com n condutores, com controles, com gerao distribuda, podendo ser utilizado em sistemas de transmisso, subtransmisso e distribuio, sendo eficiente e robusto computacionalmente inclusive para sistemas de grande porte.
252
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