Tese0042 2006 11 09
Tese0042 2006 11 09
Tese0042 2006 11 09
Aprovada por:
________________________________________________
Prof. Wagner Coelho de Albuquerque Pereira, D.Sc.
________________________________________________
Prof. Marco Antônio von Krüger, Ph.D.
________________________________________________
Prof. João Carlos Machado, Ph. D.
________________________________________________
Prof. Carlos Henrique Figueiredo Alves, D. Sc.
ii
Dedico este trabalho aos meus pais, a
minha irmã, amigos e principalmente ao meu
namorado pelo incentivo, apoio e paciência
ao longo desta trajetória.
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais pelo carinho, dedicação e incentivo aos meus estudos e
principalmente pelos conselhos.
Ao meu namorado que sempre esteve ao meu lado em todos os momentos me
apoiando e compreendendo a minha ausência em certos momentos.
À Bela, minha grande amiga que fiz aqui no PEB, que me auxiliou nos
momentos mais difíceis e me ajudou na conclusão deste estudo.
Ao Rodrigo Costa-Félix por disponibilizar o laboratório de ultra-som, no
Inmetro, para eu poder realizar os experimentos desta tese e principalmente por ajudar
em todo o processo de construção, desenvolvimento e conclusão deste trabalho.
Aos amigos que fiz no PEB Kelly Key, Lorena, André Alvarenga, Hatus Viana,
Jaqueline Burigo e Sabrina.
Aos meus orientadores Markão e Wagner pelo apoio e paciência.
Ao CNPq pela concessão da bolsa de estudos.
iv
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M. Sc.).
Novembro/2006
v
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for degree of Master of Science (M.Sc.).
November/2006
vi
Índice
CAPÍTULO I: Introdução............................................................................................ 1
I.1 Objetivo............................................................................................................... 6
I.2 Estrutura do trabalho............................................................................................ 6
vii
Índice de Figuras
reciprocidade. ............................................................................................................. 34
Figura IV.6: Tela Principal do Programa que permite visualizar e ajustar os parâmetros
tanque. ........................................................................................................................ 37
pulso gerado antes do resistor (sinal branco), depois do resistor (sinal azul) e a captação
do eco (sinal vermelho). Ao término das aquisições o programa constrói quatro gráficos
utilizadas..................................................................................................................... 38
viii
Figura V.1: Gráfico de sensibilidade em função da freqüência com diferentes tensões
Figura V.4: O gráfico apresenta a curva com os valores do erro relativo [%] do
Figura V.5: O gráfico apresenta a curva (em vermelho) com os valores do erro relativo
(em rosa) com os valores do erro relativo [%] do transdutor 2 em cada freqüência com
Figura V.6: O gráfico apresenta a curva (em laranja) com os valores do erro relativo
(em rosa) com os valores do erro relativo [%] do transdutor 2 em cada freqüência com
ix
Índice de Tabelas
x
CAPÍTULO I
Introdução
dos tecidos (visando um diagnóstico) como para modificar estas propriedades (terapia).
A onda ultra-sônica de baixa intensidade tem sido usada para estudar as propriedades
Já a onda de alta intensidade tem aplicações em terapia, ex. Fisioterapia (FISH, 1990) e
relativamente simples e quase todos possuem o mesmo projeto eletrônico básico. Este
converte esses sinais elétricos em energia acústica. Este sinal pode ou não ser modulado
de forma a gerar um campo acústico contínuo ou pulsado (KITCHEN & BAZIN, 1998).
1
A utilização dos efeitos biofísicos da onda ultra-sônica pelos fisioterapeutas O
de gerar energia suficiente para produzir alguma alteração biofísica no tecido sem
intensidade entre 0,01 e 3,00 W/cm² e modo de operação contínuo ou pulsado. No modo
duração, cuja relação (ciclo de fator de carga) é de 1/10, 2/10 e 5/10. Apesar de ser
melhor modo de tratar individualmente cada tipo de lesão. Um dos motivos principais é
a variabilidade biológica (duas lesões do mesmo tipo nunca são idênticas KITCHEN &
BAZIN, 1998). Por outro lado, os mecanismos de ação e os efeitos terapêuticos gerados
adotados pelo operador, sendo vital sua compreensão. O tratamento com o US deve ser
duração da aplicação (ISHIKAWA et al., 2002 e GUIRRO & SANTOS, 2002). Deve-se
2
podem causar ausência ou diminuição dos benefícios pretendidos ou o agravamento dos
da área efetiva de radiação (ERA, sigla em inglês), e que por sua vez, são caros e de
difícil acesso para a maioria dos fabricantes, em geral se utiliza a área da cerâmica do
transdutor como o valor da ERA. Como a intensidade média espacial deriva da potência
(ISHIKAWA et al., 2002). Desta forma, é importante que os operadores tenham acesso
a dados precisos sobre a saída de energia acústica do equipamento, não só por questões
é apenas visual. A técnica se baseia na aplicação de uma fina camada de algum meio
saída de potência do aparelho é uma orientação acurada, com relação ao que está
realmente sendo emitido (KITCHEN & BAZIN, 1998). Os autores GUIRRO &
3
SANTOS (2002) afirmam que a ausência da calibração da intensidade do aparelho não
deles está relacionado com os usuários (fisioterapeutas) que não se preocupam com as
condições em que o aparelho está operando (pois não recebem formação para isso) e o
uso desta modalidade (HAAR et al. apud KITCHEN & BAZIN, 1998). Ou seja, a
IEC 1689 (atualmente IEC 61689), foi publicada apenas em outubro de 1996, e, no
4
O método utilizado neste estudo para caracterizar os transdutores consiste na
calibração por auto-reciprocidade, descrito na IEC 60866 (1987), que tem como
reside no fato de que, de posse dessa informação, é possível, para uma determinada
freqüência, calcular sua emissão ultra-sônica (pressão gerada na sua face) a partir da
injeção conhecida de tensão e/ou corrente no seu terminal elétrico. Considerando que se
tenha um gerador de sinais eletricamente calibrado, até mesmo sendo esse gerador um
gerar, extraindo-se ou prevendo-se, a partir desse parâmetro, efeitos biológicos (ou não)
existem outros parâmetros que devem ser analisados para se considerar o equipamento
calibrado.
5
pesquisa com as palavras-chaves: eletromedico, eletro-medico, eletromédico, eletro-
(Anvisa) nº 444/1999 que, no entanto, não impede a comercialização dos aparelhos caso
I.1 Objetivo
Fisioterapia.
6
disso, será abordada a importância de se conhecer a sensibilidade de um transdutor
ultra-sônico, bem como os métodos de calibração descritos pela Norma IEC 60866
7
CAPÍTULO II
Revisão Bibliográfica
alternativas de radiação, reduz a eficácia da terapia por onda ultra-sônica. Isto resulta
também de uma adaptação dinâmica dos padrões para as condições variáveis para o
tecido tratado (GONZÁLVEZ et al., 2002). Com o aumento do uso do ultra-som na área
do ultra-som, a metrologia ainda não faz parte do dia a dia dos profissionais que lidam
Por esta razão, uma adequada caracterização da saída acústica, gerada pelo
acústica tais como intensidade temporal espacial e a potência acústica total (ZISKIN &
8
equipamentos de ultra-som aplicados à área médica, uma instrumentação adequada é
fundamental para caracterizar a saída acústica. Esses sensores calibrados são utilizados
para calibrar todo espectro de freqüência contido na forma de onda de pressão do ultra-
respeito da periodicidade com que estes aparelhos devem ser calibrados (MACEDO et
al., 2003). A falta de informação dos efeitos nocivos provenientes dos equipamentos de
ultra-som não garante que os aparelhos de potência estejam livres do risco potencial.
emitida ao tecido dividida pela ERA (cm2). A ERA é a área da superfície próxima ao
acústica é o parâmetro mais relevante a ser monitorado, uma vez que o seu
tratamento ineficaz. Com base neste problema, o profissional que reabilita, utilizando
podendo ser utilizada tanto para ondas contínuas como pulsadas. Pode ser possível
9
avaliar a relação de linearidade entre a potência acústica e a intensidade nominal
descrita pelo fabricante (GUIRRO & SANTOS, 1997). Via de regra, este instrumento
consiste de um recipiente, revestido com uma borracha absorvente, com água contendo
um alvo cônico conectado a uma balança sensível. Em geral, o cone tem o ângulo do
vértice de 45º para que toda a onda incidente reflita para a borracha absorvente
suspenso por uma garra acoplada a um suporte universal, com a superfície metálica
emissão da onda ultra-sônica, o alvo recebe uma força devido ao momento associado
com a onda acústica. A força altera o peso aparente do alvo no recipiente de água,
Na primeira, o alvo possui um tamanho maior que utiliza a balança para pesar a força
exercida sobre ele. Ou seja, o alvo ou cone pode se mover sob a influência da força
acústica e do deslocamento medidos. Neste caso, o alvo que cobre a secção transversa
total efetiva do feixe recebe a potência total. Na segunda classe, que possui o alvo com
onda acústica. Neste tipo de balança o alvo estará totalmente imerso no campo e
ocorrer, mas mesmo assim a balança de radiação continua sendo um instrumento que
10
indicada no mostrador do aparelho. Já o governo do Canadá e a Comissão Internacional
clínicas está fora do padrão de calibração. Os autores STEWART et al. apud GUIRRO
uma balança de pressão de radiação como método de avaliação. sendo que 85%
apresentaram um decréscimo maior que 20% da intensidade emitida pela fonte no modo
contínuo.
que existem três fatores determinantes que influenciam (p.ex. intensidade, potência,
Contudo, dentre os três fatores citados acima, o último fator, também chamado de
miniaturas que são utilizados para caracterizar campos ultra-sônicos aplicados à área
11
A fim de assegurar os valores de campos ultra-sônicos fornecidos como saída do
para calibrar um transdutor podem ser os mais variados, geralmente sendo diferenciados
padrões, devido à escassa produção de padrões na escala do megahertz. Isto implica que
12
e o National Physical Laboratory (NPL), não são normalizadas (entendendo que
considerada padrão primário, e apenas o NPL e o PTB a detêm entre os NMI (COSTA-
o campo acústico gerado por transdutores ultra-sônicos aplicados à área médica, facilita
operam nas freqüências de 0,5 a 15 MHz e descritos pela norma IEC 60866 (1987) são
13
Embora se utilize, tradicionalmente, a técnica de reciprocidade com três
difícil de ser realizando. Neste estudo, o método utilizado para calibrar os transdutores
técnica é recomendada para transdutores até no máximo 500 kHz. Devido a esta
restrição, foi desenvolvida esta técnica que propõe que a sensibilidade do transdutor seja
determinada a partir de um sinal acústico gerado por ele mesmo e que a ele retorne após
pressão do campo e a tensão elétrica gerada pelo transdutor. A limitação para o emprego
dessa técnica é o tamanho do elemento ativo do transdutor, uma vez que a potência
diâmetro, segundo descrito pela Norma IEC 60866 (1987) (COSTA-FELIX &
MACHADO, 2003). Na prática, o alvo refletor deve ser um disco de aço inoxidável
com diâmetro suficiente para refletir todo o feixe ultra-sônico e com uma espessura tal
que a primeira reflexão oriunda da face posterior do alvo não interfira diretamente com
a da face frontal, quando for utilizado um trem de pulso de baixa freqüência. O alvo
refletor deve ser posicionado de modo que o eixo do feixe ultra-sônico seja
alguma grandeza derivada, como potência ou intensidade). Neste caso, se faz necessário
14
que o sinal de tensão fornecido pelo transdutor tenha uma correspondência bem definida
15
CAPÍTULO III
Fundamentação Teórica
III.1 Piezoeletricidade
O efeito piezoelétrico é exibido por certos cristais, tal como quartzo, que não
irmãos Pierre e Jacques Curie. O efeito piezoelétrico pode se apresentar de duas formas:
direto e inverso. O primeiro ocorre quando estes cristais são submetidos a uma
observar que esses efeitos podem, respectivamente, fornecer a base para a recepção e a
acoplamento do principal modo de vibração ao longo do eixo polarizado aos outros dois
16
transdutor aplicado em ultra-som é representado por um disco fino. Geralmente, as
dimensões laterais, nesse disco, são maiores que a espessura, tornando a vibração da
(EMETERIO & RAMOS, 2004). Nestes casos, os transdutores podem ser tratados
elemento ativo do transdutor (ZISKIN & LEWIN, 1993). Para transdutores que
RLC. Esse circuito é simples, sendo válido na forma aproximada em uma pequena
elétrica utilizada deve ser por onda contínua. A representação elétrica deste modelo é
feita por dois ramos em paralelo (figura III.1). O primeiro contém um capacitor C0 e o
primeira ressonância ocorre para o ramo serial RLC do circuito, a uma determinada
17
experimentalmente medidos no transdutor. O circuito RLC para a ressonância
materiais naturalmente piezoelétricos, tais como o quartzo, não são ideais na fabricação
18
facilitar o acoplamento (ZISKIN & LEWIN, 1993). Ou seja, os meios de acoplamentos
tecido. Estes meios de acoplamentos têm como função: transmitir a onda ultra-sônica
estas regiões. Os meios que auxiliam o acoplamento são formados por água, óleo e o
mais comum, o gel. O material que compõe o meio que acopla o transdutor ao tecido
deve apresentar uma impedância acústica próxima à da água, não conter bolhas de ar e
(backing) que tem como objetivo refletir a onda que se propaga no sentido oposto ao
meio (ZISKIN & LEWIN, 1993). Estes transdutores, na sua maioria, são fabricados
com cerâmica piezoelétrica do tipo titanato zirconato de chumbo (PZT, sigla em latim)
formada por ar, para que toda a energia gerada seja transmitida ao meio e o elemento
piezoelétrico revestido por uma camada metálica, conforme citado na introdução. Essa
polarizadas apresentam o efeito piezoelétrico foi feita por Shepard Roberts, marcando o
19
início da geração das piezocerâmicas. Geralmente, estes materiais são fisicamente
2-5 (1997) e NBR IEC 61689 (1998) referidas na portaria da Anvisa nº 444/99, ele deve
ser fabricado com cerâmica importada, ou a cerâmica nacional deve ser escolhida com
tensão elétrica para gerar a onda ultra-sônica. Alguns equipamentos mais modernos
contato com a pele do paciente. Quando não há contato, o transdutor deixa de ser
Retaguarda
Conector
Cerâmica piezoelétrica
Carcaça Eletrodos
Acoplamento
20
A forma do feixe ultra-sônico, chamado de campo acústico, determina a
existem parâmetros que variam em função tanto do espaço quanto do tempo, por
relação aos parâmetros do campo ultra-sônico, uma distinção deve ser feita entre os
parâmetros primários, que são medidos diretamente, e outras quantidades que podem ser
podem ser divididos em três grupos principais: métodos que medem pressão acústica,
força de radiação e temperatura (GUIRRO & SANTOS, 1997). Dos três grupos
radiação pode ser medida utilizando a balança de radiação e a temperatura pode ser
propagação da onda ultra-sônica tem maior penetração em tecidos que contém mais
água (ex. gordura) do que em tecidos que contem mais proteína (ex. músculo). Por outro
lado, o espalhamento é causado por reflexões e refrações que ocorrem entre os tecidos,
isto normalmente ocorre quando há uma grande diferença de impedância acústica (Z). O
21
quanto maior a diferença de impedância acústica entre as camadas tecido, menor será a
pelo valor de razão de não-uniformidade do feixe (BNR, sigla em inglês), que para
efeitos de segurança a norma NBR-IEC 61689 recomenda que seja menor ou igual a
oito. Estes pontos são chamados de “hot-spots”. Outros parâmetros, além deste, são
acústica de trabalho e o parâmetro mais básico que é potência acústica de saída. Esta é
proporcionando um campo acústico que pode ser dividido em duas regiões. A região
22
transdutor é denominada campo distante ou zona de Fraunhofer, a partir da qual o feixe
se converte numa frente de onda em fase. A partir da transição entre campo próximo e
distante, o feixe se torna divergente tendo sua secção transversal um formato similar a
onda ultra-sônica, está exposto no campo próximo ou na zona Fresnel, local onde o
ultra-sônico pode ser visto como composto por 4 dimensões. O espaço, formado pelos
três eixos coordenados (X, Y, Z), e uma quarta dimensão, que é a pressão acústica em
23
Figura III.3: Simulação da distribuição espacial de um feixe ultra-sônico (Extraído de
definição não ser correta, uma vez que a cerâmica não vibra com a mesma amplitude
sobre toda a sua superfície. Segundo a Food and Drug Administration (FDA), a ERA é
nesse plano. No entanto, a norma NBR IEC 61689 especifica que a ERA é o fator de
relação a face do transdutor (ISHIKAWA, 2000). Estas são definidas a partir do valor
área de secção transversal do feixe é definida como a menor área que engloba 75% da
24
potência irradiada pelo transdutor, determinada numa região do plano onde todos os
2001).
segurança; BNR - use aparelhos que tenham transdutores com baixas BNR (5-6). Isto
controles são de fácil uso e mais precisos que os medidores e mostradores analógicos,
integrados diagnósticos, que testam a saída do gerador a cada vez que o aparelho entra
diagnóstico deste defeito e permite que a manutenção seja realizada mais eficazmente e
outros efeitos que foram descritos na secção anterior. Apesar de não se conhecer com
25
resulta no aumento de 13% na taxa do metabolismo. Geralmente, o aquecimento
colágeno.
V (III.1)
M= ,
P
face.
físicas.
26
P
S= , (III.2)
I
(BOBBER, 1966):
M
J= , (III.3)
S
O parâmetro de reciprocidade pode ser obtido a partir de (III.3) para diversas
situações específicas, geralmente utiliza–se para ondas planas, Jp, segundo a seguinte
1
2
p U1 (III.4)
S= 1 =
I1 I1 J p
2 A1
Jp =
ρc
Onde:
S : Sensibilidade do transdutor, resultado da calibração
U1 : Tensão do sinal de recepção
I1 : Corrente
p1 : Pressão acústica da onda plana gerada pelo transdutor
J p : Coeficiente de reciprocidade para onda plana
A1 : Área efetiva da superfície do transdutor
ρ : Densidade do meio de propagação (água)
c : Velocidade acústica no meio de propagação
27
alta absorção acústica na água nestas freqüências. Na prática, uma condição
cálculo dos resultados de calibração, onde S* = S/k. Este fator de correção é baseado em
um modelo teórico de distribuição de pressão do campo emitido por uma fonte plana e
1/ 2
k G α t 2d I f
2
(III.5)
k = u1 1 k u1 = 1 α = 2,2.10 −14
e
t
Hz
r Ik
A correção devido a abertura finita (difração) do transdutor é representada pela letra G1.
letra r. O fator Ku1 é a correção que deve ser aplicada à tensão, caso o carregamento
elétrico entre a transmissão e recepção não seja alterada, para que seja obtida a tensão
equivalente de circuito aberto. Caso uma chave eletrônica seja implementada para isolar
um curto-circuito.
técnica e as simplificações nela descritas levam a uma incerteza máxima de não mais do
que ± 1,5 dB (18,8%) entre 0,5 MHz e 15 MHz (COSTA-FELIX & MACHADO,
2003).
28
CAPÍTULO IV
Metodologia
IV.1 Materiais
(GE Panametrics, General Electric Company, Fairfield, CT, USA), que opera na
transdutores são de fabricação nacional, com tempo de uso variado, da mesma marca,
29
Figura IV.1: Transdutor para NDT.
250x250x1000 mm, com paredes de acrílico e contendo água destilada, alvo refletor de
200 MSa/s AWG (National Instruments, EUA), osciloscópio digital (300 MHz 2GSa/s)
MXI-4 modelo NI PXI-8331 (National Instruments, EUA) (figura IV.3) que faz a
30
Comunicador
com a Placa
Gerador de
Funções
acústico, que foi feita utilizando uma trena. A distância mínima determinada
nominal do transdutor.
31
6. Determinar a faixa de tensão aplicada ao transdutor.
excitar transdutor.
experimental.
sinal alimentar o transdutor, passa por uma ponte de 8 diodos sendo 4 montados em um
(Figura IV.4). Neste momento é coletado o valor de tensão após a passagem do diodo
(Vch0). Posteriormente o sinal passa por um resistor de 56Ω, onde será coletado o valor
32
de tensão após a passagem pelo resistor (Vch1). Ambas as tensões serão utilizadas para
fórmula:
O sinal alimenta o transdutor que emite uma onda ultra-sônica que se propaga no
tanque até atingir o alvo. Parte da onda refletida retorna ao transdutor gerando neste
uma tensão correspondente à pressão recebida. Esta tensão (U1) é medida conforme a
esta expressão pela tensão de emissão depois de passar pelo diodo (Vch0), ou seja, o
valor de sensibilidade será representado por Pa/V. Esta adaptação implicará no cálculo
p1 S * I1 p1 S p1 (IV.2)
S= ∴ = ∴ =
I1 VCH 0 VCH 0 Z VCH 0
reciprocidade, com base na Norma IEC 60866 (1997), para caracterizar a sensibilidade
33
C o rre nte I 1
(inse rida n o tra nsd utor
ag indo c om o em issor)
C h ave co m utad ora a
diod os
G era do r
R e sistor R 1
T en são U 1
(g era da p elo tra nsdu to r a g in do
co m o recep to r e m circuito a be rto )
A lvo refletor
basc ula nte
distância mínima de 630 mm entre eles, com o objetivo de posicionar o alvo no campo
distante (zona de Fraunhofer), visando trabalhar com ondas coerentes. Antes de cada
coleta ser iniciada, foi realizado um alinhamento entre o transdutor e o alvo, com o
o qual estava montado o transdutor. Este manipulador translada o transdutor nos planos
frontal, transversal e sagital. Uma vez estabelecida a posição com o sinal maximizado, o
transdutor e o alvo refletor são mantidos na mesma posição durante todo o processo de
34
Manipulador (3D) Tanque acústico
com água
Alvo
Refletor
Transdutor
Ultra-sônico Termômetro
3,5 Vpp até 10,5 Vpp (em passos de 1,0 Vpp, totalizando 8 tensões). Para o transdutor
com freqüência central de 2,25 MHz (Panametrics) foram utilizados diversos trens de
pulsos, variando-se as freqüências (de 1,5 até 3,0 MHz, em passos de 150 kHz,
totalizando 11 freqüências) e 11 valores nominais de tensão (de 3,5 Vpp até 10,5 Vpp,
operando em modo pulsado consta de um gerador que emite um trem de pulsos (burst)
35
foi mantido fixo não só a freqüência de repetição (100 Hz) como também o número de
transdutor (valor inicial, passo e número de pontos desejado). A partir desses valores, o
programa cria uma matriz (figura IV.6). Cada transdutor foi avaliado 3 vezes.
Desta forma, o sinal gerado excita o transdutor que emite um pulso ultra-sônico
que se propaga pelo tanque acústico até encontrar o alvo refletor. Além de gerar o pulso
e captar o eco, pelo transdutor, os sinais são transferidos, processados e gravados por
este mesmo programa, que também monitora a temperatura da água. Estes sinais são
gravados, em ASCII, para realizar a análise dos dados em planilha Excel. O cálculo da
transdutores.
36
Figura IV.6: Tela Principal do Programa que permite visualizar e ajustar os parâmetros
tanque.
37
Figura IV.7: Janela designada “Reciprocidade”. Nesta tela colocam-se os parâmetros
pulso gerado antes do resistor (sinal branco), depois do resistor (sinal azul) e a captação
do eco (sinal vermelho). Ao término das aquisições o programa constrói quatro gráficos
utilizadas.
38
CAPÍTULO V
Resultados
freqüência de ressonância com tensão de alimentação de 3,5 a 10,5 Vpp. A tabela V.1
transdutor para NDT (que será chamado de Transdutor 1), nas freqüências de calibração
utilizadas (faixa 1,5 - 3,0 MHz, passos de 0,15 MHz). Cada curva foi obtida com uma
39
Transdutor 1
2,5E+03
3,5Vpp
Sensibilidade/Z [Pa/V] 2,0E+03
4,5Vpp
5,5Vpp
1,5E+03
6,5Vpp
7,5Vpp
1,0E+03
8,5Vpp
9,5Vpp
5,0E+02
10,5Vpp
0,0E+00
1,50 1,65 1,80 1,95 2,10 2,25 2,40 2,55 2,70 2,85 3,00
Freqüência [MHz]
calibração utilizadas (faixa 0,9 - 1,15 MHz, passos de 0,025 MHz). Cada curva foi
40
Transdutor 2
1,40E+03
1,20E+03 3,5Vpp
Sensibilidade/Z [Pa/V]
1,00E+03 4,5Vpp
5,5Vpp
8,00E+02 6,5Vpp
6,00E+02 7,5Vpp
8,5Vpp
4,00E+02 9,5Vpp
2,00E+02 10,5Vpp
0,00E+00
0,900 0,925 0,950 0,975 1,000 1,025 1,050 1,075 1,100 1,125 1,150
Freqüência [MHz]
calibração utilizadas (faixa 0,9 - 1,15 MHz, passos de 0,025 MHz). Cada curva foi
41
Transdutor 3
1,20E+03
1,00E+03 3,5Vpp
Sensibilidade/Z [Pa/V] 4,5Vpp
8,00E+02 5,5Vpp
6,5Vpp
6,00E+02
7,5Vpp
4,00E+02 8,5Vpp
9,5Vpp
2,00E+02 10,5Vpp
0,00E+00
0,900 0,925 0,950 0,975 1,000 1,025 1,050 1,075 1,100 1,125 1,150
Freqüência [MHz]
transdutores foi aquela em que o transdutor é utilizado como gerador de ultra-som (em
dos transdutores pelo valor médio da sensibilidade dos transdutores nas diferentes
método implementado. As Figuras V.4, V.5 e V.6 apresentam as curvas dos valores do
Segundo a Norma IEC 60866 (1987) estes valores, dentro da largura de banda, são
menores que a incerteza completa que deve ser menor que 1,5 dB (aproximadamente
18,8%).
42
Transdutor 1
12,00
10,00
6,00
4,00
2,00
0,00
1,50 1,65 1,80 1,95 2,10 2,25 2,40 2,55 2,70 2,85 3,00
Freqüência [MHz]
Figura V.4: O gráfico apresenta a curva com os valores do erro relativo [%] do
Transdutor 2
25,00
20,00
Erro Relativo [%]
15,00
10,00
5,00
0,00
0,900 0,925 0,950 0,975 1,000 1,025 1,050 1,075 1,100 1,125 1,150
Freqüência [MHz]
Figura V.5: O gráfico apresenta a curva (em vermelho) com os valores do erro
alimentação e a curva (em rosa) com os valores do erro relativo [%] do transdutor 2
43
Transdutor 3
18,00
16,00
14,00
Erro Relativo [%]
12,00
10,00
8,00
6,00
4,00
2,00
0,00
0,900 0,925 0,950 0,975 1,000 1,025 1,050 1,075 1,100 1,125 1,150
Freqüência [MHz]
Figura V.6: O gráfico apresenta a curva (em laranja) com os valores do erro
alimentação e a curva (em rosa) com os valores do erro relativo [%] do transdutor 2
IEC 60866 (1987). Esta norma afirma que os valores de sensibilidade medidos para
diversas tensões de alimentação devem ser menores que 10%. Portanto, as figuras V.7,
44
Tabela V.2: Valor em porcentagem da diferença do maior valor de sensibilidade pelo
Freqüência Linearidade
[MHz] [%]
1,50 4,88
1,65 2,97
1,80 2,48
1,95 1,10
2,10 0,77
2,25 1,13
2,40 0,44
2,55 0,85
2,70 3,39
2,85 12,67
3,00 30,62
Linearidade
2,2E+03
Sensibilidade/Z (Pa/V)
2,0E+03
1,8E+03 2,25MHz
2,40MHz
1,6E+03
2,55MHz
1,4E+03 2,70MHz
1,2E+03
1,0E+03
3,5 4,5 5,5 6,5 7,5 8,5 9,5 10,5
Tensão (Vpp)
45
Tabela V.3: Valor em porcentagem da diferença do maior valor de sensibilidade pelo
Transdutor 2
1,40E+03
1,20E+03
Sensibilidade/Z [Pa/V]
1,0MHz
1,00E+03
1,025MHz
8,00E+02 1,05MHz
1,075MHz
6,00E+02
4,00E+02
2,00E+02
0,00E+00
3,5 4,5 5,5 6,5 7,5 8,5 9,5 10,5
Tensão de alimentação [Vpp]
46
Tabela V.4: Valor em porcentagem da diferença do maior valor de sensibilidade pelo
Freqüência
[MHz] Linearidade [%]
0,900 42,79
0,925 42,87
0,950 42,45
0,975 39,92
1,000 30,63
1,025 13,14
1,050 7,58
1,075 2,39
1,100 6,44
1,125 11,26
1,150 22,08
Transdutor 3
1,20E+03
1,00E+03
Sensibilidade/Z [Pa/V]
8,00E+02 1MHz
1,025MHz
6,00E+02
1,05MHz
4,00E+02 1,075MHz
2,00E+02
0,00E+00
3,5 4,5 5,5 6,5 7,5 8,5 9,5 10,5
Tensão de Alimentação [Vpp]
47
CAPÍTULO VI
Discussão
Fisioterapia, geralmente, têm somente suas potências verificadas (em fabrica) e sua
ERA assumida como sendo a área da cerâmica do transdutor. Estes transdutores operam
gerado, não são avaliados, normalmente, por motivos diversos dentre os quais estão: a
credenciados; não exigência pela norma. Estes parâmetros têm um papel importante,
respectivos transdutores.
Na Figura V.4, os valores dos erros relativos para o Transdutor 1, dentro da faixa
V.6) foram inferiores a 21% e 16%, respectivamente. Esses valores foram encontrados
quando o cálculo do erro relativo foi feito utilizando todas as tensões de alimentação.
48
portanto, menor que a incerteza máxima (1,5dB ou 18,8%) conforme a Norma.
Acredita-se que isto ocorra, pois os transdutores para Fisioterapia operam em regime de
foram fixadas entre 3,5 e 10,5 Vpp, sendo a tensão mínima escolhida em função da
das medições de uma mesma grandeza, onde as medições individuais são efetuadas
instrumento de medida, local, condições de utilização e tempo. Para que uma expressão
alteradas”.
O critério de linearidade é descrito pela Norma IEC 60866 (1987), o qual afirma
que a maior sensibilidade deve diferir de menos que 10% do menor valor de
disso, pelos gráficos da Figura V.7, fica claro que o Transdutor 1 é linear mesmo para as
tensões mais baixas, e em toda a faixa utilizada. O mesmo não pode ser dito para os
que, como citado nas Tabelas V.4 e V.5, apresentam valores de linearidade superior a
49
4,5 Vpp) são excluídos, estes transdutores podem ser considerados lineares, sendo, na
para o Transdutor 3. Isto se confirma analisando os gráficos das Figuras V.8 e V.9 onde,
para as tensões mais baixas (3,5 e 4,5 Vpp), as curvas de sensibilidade deixam de ser
ambos).
Para uma correta expressão dos resultados da calibração, deveria-se excluir estas
tensões de alimentação, o que influencia não só nos valores da erro relativo calculados
com também nos valores de linearidade. Como o presente trabalho tem um cunho de
desenvolvimento, e para melhor ilustrar problemas que podem vir a ocorrer neste tipo
do que o de NDT, e pode-se supor que respondem melhor apenas para tensões mais
50
CAPÍTULO VII
Conclusão
incerteza descrita pela Norma IEC 60866 (1987). Isto significa que o método está
que ambos apresentam resposta linear dentro de faixa de frequências avaliada. Portanto,
pode-se dizer que os transdutores ensaiados possuem relação de linear entre a tensão de
calculada. Uma eventual reposta não linear poderia comprometer a relação entre a
utilizadas, por exemplo, pelo fabricante, que pode otimizar o projeto dos equipamentos
estes feixes na potência normal de operação, levantando parâmetros que possam ser
51
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