Clínica Cirúrgica de Grandes Animais

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Considerações pré-cirúrgicas Pré-cirúrgico

• Conhecimento da anatomia
Avaliação pré-operatória do paciente Mentalizar o procedimento antes de realiza-lo (Tecnica
• Exame físico geral cirúrgica)
− Inspeção • Preparação do ambiente
− Palpação − Sombra, areia (para derrubar o animal com o lado direito
− Auscultação no chão), “almofadas”
o Respiratória
o Cardíaca • Preparação do animal
o Ruminal − Tricotomia, antissepsia, contenção física

• Exames laboratorial Trans cirúrgico


− Hemograma
• Monitorar o animal
o Hematócrito (avaliação de mucosas), proteínas e
plaquetas (TPC, avaliação de mucosas, inspeção geral no
animal, presença de algum sangramento) Pós-cirúrgico
• Uso de fármacos
• Cirurgias eletivas x Cirurgias de urgência/emergência − Cuidado com os antibióticos → período de carência
− Eletiva → pode ser adiada sem causar grandes problemas
Anestesia em ruminantes
ao paciente
− Urgência → quando há risco de vida caso o paciente não
seja operado em um intervalo de tempo Indicações
− Emergência → quando há risco de vida caso o paciente
• Facilitar o manejo
não seja operado em um curto intervalo de tempo
• Proporcionar analgesia
• Ruminantes não são bons pacientes para anestesia geral
• Informar ao proprietário os riscos eminentes ao procedimento
− Maior risco de aspiração que outras espécies
− Problemas metabólicos associados ao relaxamento
Decisão pela cirurgia muscular
• O que aconteceria se a cirurgia não fosse realizada? − São animais dóceis – anestesia local
• Encaminhamento do paciente a um local mais equipado
• Fator econômico Cuidados
• Decúbito - esfíncter esofágico sobre o conteúdo ruminal
Princípios de Assepsia e Antissepsia • Timpanismo depende da fermentação e tempo de acúmulo
• Classificação do tipo de cirurgia • Decúbito prolongado -> distensão -> regurgitação
− Cirurgia limpa • Vísceras abdominais -> compressão diafragmática
o Onde os sistemas gastrointestinal, urinário ou respiratório • Aspiração -> obstrução de vias aéreas (asfixia / morte)
não estão envolvidos • Minimizando o problema da regurgitação
o Ex.: Artrotomia, castração, descorna.. − Jejum alimentar (12 - 24h)
− Jejum hídrico (6 - 12h)
− Cirurgia contaminada limpa − Almofada embaixo do pescoço
o Envolve os sistemas, porém não há derramamento de
− Sonda orogástrica (Drenar conteúdo ruminal)
conteúdo significativo
o Ex.: Abomasopexia, hérnia umbilical..
Técnicas de anestesia locorregional
− Cirurgia contaminada
o Derrame grosseiro de conteúdo contaminado
em ruminantes
o Ex.: Ferimentos traumáticos recentes, ruminotomia.. Anestesia por infiltração
• Necessita apenas de agulha e seringa
− Cirurgia suja
• Delimitar o local da infiltração
o Presença de pus ou perfuração de vísceras
o Ex.: Toracotomia com pericardiectomia • Aspirar antes de injetar (evitar IV)
• Aplica-se aproximadamente 1ml por cm longitudinal
• Trabalhar no padrão mais elevado • Técnica
• Assepsia x antissepsia − Faz-se o botão
− Assepsia - Higienização preventiva (local, instrumentais) − Introdução da agulha
− Antissepsia – Desinfeção (área a ser realizada a incisão) − Puxa-se a agulha injetando o anestésico simultaneamente
• Infiltração de várias camadas do tecido − Ideal para realização de laparotomias em pé
− Injeta-se primeiro no tecido subcutâneo − Local de injeção
− Depois avança a agulha e injeta nos tecidos mais o Cranial aos processos transversos de L1, L2 e L3
profundos o Ramos ventrais e dorsais dos nervos espinhais T13, L1 e
L2
Anestesia regional intravenosa
− Utilizar 20ml (15 ml p/ ramo ventral e 5ml p/ o dorsal)
• Técnica
− Duração de aproximadamente 90 min de analgesia
− Caracterização de uma veia
− Vantagens
− Bandagem e torniquete
o Anestesia completa de pele, músculos e peritônio
− Injeção do anestésico (10 - 30ml) o Não necessita contenção química
− 15 minutos de latência o Pouco anestésico utilizado
− Injetar o mais distante possível o Evita-se o local da incisão
− Não usar Adrenalina nem bupivacaína
− Desvantagens
• Causa uma boa analgesia e sangramento mínimo ou o Difícil execução em animais obesos
ausente o Escoliose e arqueamento devido à paralisia muscular
• Possíveis complicações o Anestesia de vísceras abdominais
− Arritmias e até parada cardíaca (colocação inadequada do
torniquete) • Infiltração paravertebral distal
− Falha no bloqueio − Os ramos ventral e dorsal de T13, L1 e L2 são bloqueados
− Colapso após a retirada do torniquete (liberação de toxinas) lateralmente aos processos transversos de L1, L2 e L3,
− Lesões / isquemia (Máximo 1 - 1,5 horas com o torniquete) respectivamente
− Utilizar 20ml (15 ml p/ ramo ventral e 5ml p/ o dorsal)
• Lidocaína a 1% ou 2% sem vasoconstritor − Latência de 10 min

Anestesia regional Recuperação anestésica


• Ocasionada pelo bloqueio de nervos específicos que • Permanecer em decúbito esternal até que consigam se
inervam uma área determinada levantar sozinhos (posição malhada)
• Exemplo: • Reversão anestésica em caso de demora da recuperação
− Nervos da cabeça ou paravertebrais • Observação até que o animal se levante e esteja ativo
• Caso haja necessidade utilizar a trocaterização do rumem
• Infiltração em L invertido
− Dessensibilizar as regiões caudal e ventral à infiltração
− Infiltra-se uma linha caudal à ultima costela e outra
ventralmente deste à ultima costela até a 4ª vértebra
lombar
− Usar agulha 40x12 e entre 100 e 250 ml de lidocaína a 2%
− Vantagens
o Sem edema, hematoma, distorção da ferida nem
interferência na cicatrização

− Desvantagens
o Requer grande volume, maior tempo para infiltração e
analgesia incompleta (camadas mais profundas)

• Infiltração paravertebral
− Bloqueio dos nervos espinais perto do forame
intervertebral
− Utilizada em ruminantes na região lombar
− Fornece analgesia e relaxamento muscular da área
inervada pelos nervos bloqueados
− Técnica fácil e quase sempre efetiva
− Dificuldade apenas em animais grandes e musculosos

• Infiltração paravertebral próxima


Tratamento de feridas
 Atraem neutrófilos
▪ Degradam o tecido necrótico
Um ferimento é uma interrupção da integridade anatômica, ▪ Atração de mais neutrófilos
fisiológica e funcional dos tecidos do corpo ▪ Destruição de bactérias
• Fatores extrínsecos ▪ Fagocitar neutrófilos que entram em apoptose
− Incisão cirúrgica
− Lesões acidentais • Fase proliferativa
− Invasão de fibroblastos;
• Fatores intrínsecos − Acumulo de colágeno;
− Infecções − Formação de novas
− Úlceras estruturas endoteliais.
− neoplasias
− Tecido de granulação
o Macrófagos
Cicatrização
• Estimulam o DNA;
• A cicatrização começa imediatamente após a lesão ou a • Proliferação de fibroblastos.
incisão;
• São eventos físicos, químicos e celulares que restauram o o Fibroblastos
tecido ferido ou o substitui por colágeno. • Liberam citocinas que sustentam a migração celular.
• A cicatrização envolve a interação controlada por uma
variedade de elementos sanguíneos: o Células endoteliais
− Plaquetas; • Formação de capilares para nutrir as células presentes
o Estimulam liberação de citocinas e fatores de na feria.
crescimento
• Macrófagos − Angiogênese
• Células endoteliais o Crescimento de novos capilares;
• Fibroblastos o Estimuladas pelos fatores miogênicos e quimiotáticos:
• Fator de crescimento de fibroblastos (FGF)
− Neutrófilos; • Fator de crescimento endotelial vascular (VEGF)
− Monócitos e linfócitos; • Fator de crescimento transformador b (TGF-b)
− Células endoteliais;
− Células locais; − Fibroplasia
− fibroblastos. o Estimulo da proliferação de fibroblastos;
o Os fibroblastos migram para o interior da ferida a medida
• Fase inflamatória que a fase inflamatória diminui;
− Vasoconstricção (diminuir o sangramento) o A matriz extracelular provisória é gradualmente
o Componentes vasoativos: substituída por colágeno;
• Catecolaminas; o Finaliza com o declínio no número de capilares e
• Serotonina; fibroblastos além da grande concentração de colágeno.
• Bradicinina;
• Histamina → Vasodilatação − Epitelização
o As células epidérmicas da margem da ferida sofrem
− Vasodilatação alterações fenotípicas estimulado pelos:
o Extravasamento de células para o espaço • EGF
• Diluição de substâncias tóxicas • TGFa
• Diapedese (atrair células de defesa) • Fator de crescimento de queratinócito -
• Proteínas de adesão (GP I b e I Ia) → Agregação • KGF
plaquetária • Fibroblastos
 Fator de crescimento derivados de plaquetas • macrofagos
 Fator de crescimento transformador a e b
 Formação tecidual − Contração da ferida
 Recrutamento de leucócitos o É o processo no qual a pele periférica
à lesão avança de forma centrípeta.
 Formação do coágulo
 Estabilização das bordas da ferida • Fase de Maturação
− Remodelação do tecido conjuntivo presente na ferida
 Agentes pró infamatórios (Anafilotoxinas C3a e C5a) − Substituição do colágeno tipo 3 pelo tipo 1;
 Aumentam a permeabilidade vascular
− Inicia-se por volta do 20° dia pós o Abolir o espaço morto
lesão e continua por o Utilização de drenos (não é aconselhado por ser uma
aproximadamente 1 ano; porta de entrada para microrganismos)
− Substituição do tecido de
granulação pelo tecido cicatricial. − Considerações importantes
o Uso de antinflamatórios (na fase inicial/inflamatória)
Tratamento de feridas o Uso de soro antitetânico
o Uso de ataduras para abolir o espaço morto
• Uso de antibióticos sistêmicos o Uso de curativos para evitar o rompimento das bordas
• Uso de antibióticos locais da pele
− Exsudato do ferimento pode impedir o contato do
medicamento com os microrganismos • Cicatrização por segunda intenção
− Retardo na cicatrização − Ferimento que já se encontra além do “tempo dourado”
− Ação irritante − Extensa perda tecidual que impossibilita o fechamento por
primeira intenção
• Avaliação geral do animal − O ferimento preenche-se com tecido de granulação e a
• Avaliação do ferimento pele restabelece a continuidade
− Houve estruturas vitais envolvidas? − Requer constante atenção
− Há contaminação? o Deve receber limpeza diária na “fase de granulação”
− Há tecido suficiente? o Deve ser protegida de produtos irritantes
− Há necrose? o Não é desejável a utilização de antibióticos tópicos
− Quando ocorreu o ferimento? o Antibióticos sistêmicos são utilizados nos estágios iniciais
de cicatrização
• Cicatrização por primeira intenção
− Suturar o ferimento
− “Tempo dourado”
o Período de tempo em que o ferimento é contaminado,
mas não a ponto dessa contaminação não ser superada
pelas defesas do organismo.
o Dura algumas horas
o A duração depende de alguns fatores

− Anestesia
o Tranquilização do animal + anestesia regional
o Infiltração direta de anestésico ao longo das bordas da
ferida deve ser evitado
o Anestesia geral é indicada quando a lesão é muito
extensa ou se o animal é muito irritado

− Excisão e desbridamento do ferimento


o O objetivo da excisão e desbridamento do ferimento é
converter um ferimento contaminado em um ferimento
limpo
o Também remove material estranho que poderia
potencializar a infecção
o A técnica consiste na remoção seletiva do tecido morto
(reavivamento de bordas)

− Preparação do ferimento
o Lavar o ferimento, se precisar pode ser com mangueira
o Tricotomia do local
o Utilização de sabão (amarelo), desinfetantes, solução
isotônica

− Sutura de ferimentos traumáticos


o Deve ser fechado sem tensão excessiva
• Tensão pode provocar isquemia nas bordas
• Terceira fase → Ruptura da bexiga
Uretrostomia − Essa fase chama a atenção pelo fato do animal mostrar
• Uretro → Uretra inicialmente sinais de melhora, pois há um alívio da pressão
• Stomia → Fazer cirurgicamente uma nova boca. urinária que diminui a dor.
• É realizada devido a formação de cálculos uretrais − Passadas poucas horas o animal vem a óbito.
(Urolitíase)
• Composição química dos cálculos (depende da alimentação) Diagnostico
− Silicato - Ásperos e compactos
• Exames complementares
o Alimentação a base de restolho e gramíneas ricas em
− Urinálise
oxalatos
o Eritrócitos
o Células epiteliais
− Fosfatos - Macios e suaves (geralmente múltiplos)
o Cristais (quanto mais pontiagudo, mais ácido é a
o Alimentação a base de ração (dieta de terminação)
alimentação, alimentação de concentrado)
o Agregados
Tipos de cálculos o Bactérias no caso de infecção
• Carbonato de cálcio: pela ingestão de trevo e plantas com
oxalato, sendo mais raros (dieta exclusiva) − Ultrassonografia
• Sílica: pela ingestão de gramíneas como Brachiaria, Buffel, o Presença de cálculos flutuantes na bexiga e/ou abdômen
cetária, em geral as que tem pêlos.
• Carbonato de amônio: alimentação rica em grãos ou Tratamento
concentrados • Observar a alimentação do rebanho para evitar futuras
• Carbonato de magnésio. complicações
• Extruvita: em animais confinados recebendo muitos grãos. • Forma aguda (Inicial a primeira fase)
• Fosfato de amônio: animais confinados. − Utilização de acidificantes urinários
− Fluido terapia
Urolitíase − Anti-inflamatórios
• Pode causar processo inflamatório, hidronefrose e uremia
pós-renal • Não fornecer diuréticos
• Incomum em fêmeas por causa da sua anatomia (mais curta • Forma crônica (Primeira, segunda e terceira fase)
e mais calibrosa) − Procedimento cirúrgico
• A nutrição e o manejo são os principais fatores
predisponentes para o aparecimento da urolitíase Prognostico
− Baixo consumo de água
• Não favorável
• Após o procedimento cirúrgico o animal tem uma longa
Sinais da obstrução da uretra sobrevida, porém é recomendado o abate.
• Primeira fase → Obstrução da uretra
− Dor Técnica Cirúrgica
− Agitação • Preparação pré-cirúrgica
− Agita a cauda • Animal deve estar em estação ou deitado dorsalmente com
− Tenta a micção e não consegue (obstrução) os membros tracionados na posição cranial
− Assume então, um posicionamento típico, com os
membros posteriores distendidos posição de cavalete e • Anestesia
frequentes contrações abdominais − Sedação - Xilazina
− A urina pode gotejar pelo prepúcio, às vezes com sangue − Anestesia local - Lidocaína
quando não há obstrução total
− Epidural
− Nota-se hipersensibilidade à palpação
− Pode também haver exposição do pênis e entumescimento
(tirar a curvatura sigmoide para tentar passar o cálculo)
Caso clínico
Um ovino, macho, da raça morada nova, 2 anos de idade
• Segunda fase → Ruptura da uretra apresenta anúria, apatia, anorexia.
− Mesmos sintomas anteriores, mas.. Ao chegar na propriedade você constatou que o animal sentia dor
− Região ventral do abdome, ao longo do trajeto peniano, a palpação da região inguinal e estava em posição de cavalete.
apresenta-se edemaciado e com infiltração de urina Foi relatado pelo proprietário que ele se alimentava
− Em certos casos, esse infiltrado atinge o saco escrotal. exclusivamente no pasto, que por sua vez era rico em Trevos.
Cálculo renal. Uretrostomia pois não é viável passar sonda por
causa do S peniano e do processo uretral
Preparação do touro excitador - Cesariana
RUFIÃO
A cesariana em bovinos é um procedimento cirúrgico, realizado
quando os animais apresentam complicações ou dificuldades,
Machos não castrados, mas incapazes de fecundar as fêmeas. impossibilitando o parto em condições naturais.
São importantes não apenas para identificar fêmeas no cio, mas
também para estimular as fêmeas a retornar de forma mais Quando fazer?
precoce ao estro para serem cobertas pelo reprodutor
• Defeitos na pelve (bacia)
− Fetos grandes
Técnica cirúrgica o Relativo
• Anestesia o Absoluto
− Sedação geral (Xilazina) + Anestesia Local (Lidocaína)
• Insuficiente dilatação do canal do parto
• Animal é colocado em decúbito dorsal com o lado esquerdo • Prolapso total de vagina
inclinado para cima • Torção uterina grave
• Tricotomia ampla de toda a região ventral do animal • Ruptura do tendão pré-púbico
• Desvio Lateral do Pênis • Distocias fetais sem correção
• Caudepididiectomia bilateral • Monstruosidades fetais
• Fixação da curvatura caudal da flexura sigmoide e • Toxemia da gestação (ovinos) diminuição do rúmen pois os
miectomia do músculo retrator do pênis fetos ocupam parte do lugar do rúmen

Patologias maternas
• Toxemia Da gestação
− Tipo 1 → Falta de alimento no teço final da gestação
− Tipo 2 → Excesso de concentrado ou sobrepeso
− Sinais Clínicos
o Desequilíbrio e andar cambaleado
o Tremores musculares
o Ranger dos dentes
o Olhar para as estrelas

− Diagnóstico
o Histórico e sinais clínicos

− Tratamento
o Conservativo
o Cirúrgico

Abordagem cirúrgica
• Flanco Esquerdo
− Rotina
− Evita complicações com a localização do útero
− Fetos grandes
− Maior possibilidade de contaminação

• Flanco direito.
− Maior tempo cirúrgico
− Maiores complicações trans operatórias
− Distensão acentuada do rumem
− Exames mostram que é melhor se fazer por esse lado

• Paramediana ventral
− Fetos mortos
− Grande contaminação
− Mais comum em pequenos ruminantes
Riscos − Decapitação/degolamento (Ex. para fetos com desvio de
cabeça).
• Redução do desempenho reprodutivo dos animais
− Ablação de mandíbula (rara).
• Queda no volume de leite produzido pelas vacas
− Amputação de membros.
• Ocorrência de mortes
− Achatamento de tórax.
• Prejuízos para o produtor
− Evisceração.
− Destroncamentos.
Técnica cirúrgica − Sinfisiotomia púbica (seção do púbis do feto).
• Incisão da pele para cesariana (abordagem pelo flanco)
− Pele e tecido subcutâneo Pós operatório
− Fáscia externa
• Remoção da placenta
− Músculos: Oblíquo abdominal externo e interno e
• Lavagem uterina
transverso do abdômen
• Antibioticoterapia
− Peritônio

• Exteriorização uterina
• Histerotomia
• Histerorrafia (cushing)

Quando não fazer?


• Deve ser realizada tentando salvar o feto e a mãe, ou seja,
não é realizada quando o feto está morto ou a mãe está
extremamente debilitada

Fetotomia
• Feto morto, para que não se submeta desnecessariamente
a fêmea a uma cesariana.
− Fetos absoluta ou relativamente grandes.
− Estreitamento ósseo da via fetal (angústia pélvica).
− Distocias de correção impossível.
− Fetos enfisematosos.
− Monstruosidades.

Vantagens
• Redução do volume fetal
• Evita cesarianas
• Exige menor número de auxiliares
• É menos traumatizante para a fêmea
• Evita tração forçada

Desvantagens
• Grande contaminação para a fêmea e para o obstetra (é
impossível usar luvas).

Total
• Secção do feto inteiro

Parcial
• Secção de partes do feto
− Cefalotomia/ cefalocentese/craniotomia (muito usada -
fetótomo na nuca do feto, evitando-se a formação de
pontas ósseas).
Sutura de Buhner Podologia em animais ungulados
Prolapso Uterino A expressão casco às vezes é usada para se referir apenas ao
estojo córneo da falange distal, enquanto em outros contextos
O prolapso ocorre quando parte do trato reprodutivo é
ela inclui o apêndice córneo e também as estruturas
projetado pela vagina, geralmente acontecendo após o parto.
musculoesqueléticas envolvidas. Essa última definição é mais
adequada, já que todas essas estruturas formam uma unidade
• Os fatores que predispõem
funcional.
− Contrações excessivas (distócicos e gemelares),
− Hipocalcemia
− Retenção de placenta
− Infecção uterina.

• Maior prevalência em vacas pluríparas e com relaxamento


excessivo dos ligamentos pélvicos.
• Dificuldade em atuar na prevenção do problema, devido aos
diversos fatores.
• Tratamento de urgência
− Rompimento da artéria mediana do utero

• Dificuldade no tratamento
• Tratamento
− Anestesia epidural (Prevenir a dor e diminuir a distensão
uterina)
o Assepsia no local
o Lidocaína 2%, 1mL/100kg S5 - Co1
o Peso dos grandes animais → Fita para pesagem de
gado ou cavalos

− Lavar bem o útero


− Retirada dos restos de placenta
− Utilização de lubrificantes
− Levantar o útero acima da vulva para que a gravidade
ajude na introdução dele de volta a cavidade
− Não fazer esforço (Possibilidade de rompimento ou torção
uterina) Escore de Locomoção
− Lavar o interior do útero com antibióticos
− Sutura de Buhner
o Sutura em bolsa de fumo visando diminuir o óstio vaginal.
Conformação do casco e medidas ideais para a boa
• Prevenção
− Está associada com as medidas de controle da
distribuição do peso corporal
hipocalcemia. Deve-se ainda, evitar animais com excesso
de peso no momento do parto. Regiões com o trevo
estrogênico nas pastagens apresentam um risco sempre
maior de prolapsos, mesmo nos animais que não estão
em gestação.

• Caso clínico
− Bovino fêmea parida há dois dias chega no ambulatório de
Grandes Animais do Hospital veterinário da Unibra neste
estado:
− O que aconteceu com esse animal?
− Qual o tratamento recomendado?
− Qual o prognostico nesse caso?

Fatores de risco
• Umidade → Amolecimento do casco → Trauma e Infecções Panarício
• Alto teor energético e poucas fibras → Laminite e Acidose
• É uma inflamação profunda da pele do espaço interdigital.
ruminal → Dificuldade de locomoção
• A doença aparece principalmente em animais em pastoreio
• Idade
e em animais alojados em estábulos com camas de palha.
• Estresse
• Sintomas
• Mudança bruscas na alimentação
− Os animais mancam ligeiramente
• Várias lactações
de um ou mais pés pouco depois
• Fatores genéticos de aparecer a doença.
− Em seguida a lesão torna-se mais dolorosa e aparece uma
Doenças Podais ligeira inflamação da coroa, dos talões e da quartela. Há
• As afecções podais podem ser primárias e secundárias.: também o afastamento dos dedos.
− São afecções primárias a dermatite digital, a dermatite
interdigital, o panarício e a laminite. • Tratamento
− São afecções secundárias a úlcera da sola, os abcessos − Administração geral de antibióticos (penicilina, tetraciclinas,
podais, o tiloma, a erosão do talão, a fissura vertical e a cefalosporinas) ou de sulfamidas.
fissura horizontal. − Corte curativo dos “cascos”, limpeza geral e aplicação local
de tetraciclina.
• É importante conhecer as causas das afecções podais, uma
vez que o melhor tratamento das afecções corresponde à L aminite
eliminação das suas causas.
• É uma doença metabólica que origina deformações no
“casco” caracterizadas por um crescimento anormal. A
Dermatite digital circulação de sangue no pé está alterada.
• A dermatite digital é uma ulceração superficial circunscrita, • Sintomas
localizada geralmente na pele plantar da quartela entre os − As laminites podem ser: agudas (graves), crónicas
talões e em contato direto com a coroa, também pode (curadas) e sub clínicas (menos grave).
estar localizada na pele plantar dorsal − Quando há laminite aguda, que é rara, animal não anda.
• É provocada por bactérias e é contagiosa. Esta forma pode dar origem a outras doenças do pé.
• Falta de higiene e a humidade − Na laminite subclínica a sola apresenta-se amarela, mole e
favorecem o aparecimento da lesão. hemorrágica.
− Na laminite crónica as paredes da úngula (“casco”) estão
• Sintomas deformadas e apresentam sulcos ou anéis muito visíveis.
− As vacas afetadas apresentam dificuldade de locomoção,
podendo ir de leve a grave, dependendo do tamanho da • Tratamento
ferida. − A principal base do tratamento da laminite é combater a
− A lesão provoca hemorragias e é muito dolorosa. causa, principalmente o excesso de alimentos com grão.

• Tratamento Úlcera de sola


− O corte curativo dos “cascos”, a limpeza da ferida.
• É uma inflamação do córion (sabugo) localizada e
− Aplicação local de tetraciclina tem dado bons resultados. caracterizada, muitas vezes, por uma ferida na sola.
• Os fatores principais que podem provocar a úlcera da sola
Dermatite interdigital são:
• A dermatite interdigital é uma inflamação − Maus pisos;
superficial da pele do espaço interdigital − Laminite subclínica;
• Sintomas − Falta de cuidado com os “cascos”;
− Na fase inicial da doença a dificuldade de locomoção é − Maus aprumos (vacas fechadas de curvilhão);
discreta. − Cubículos pequenos.
− Deformações da córnea dos talões provocam aumento de
dor e fazem com que a dificuldade de locomoção se • Sintomas
torne mais severa e crónica. − A doença começa por uma pequena hemorragia situada
− As lesões estão limitadas à pele que fica espessa, na parte interna da união da sola com o talão.
ligeiramente inchada e com crostas. − Com o evoluir da lesão há uma ligeira claudicação, o pé
afetado apresenta-se em abdução (para fora) e aparece
• Tratamento uma ferida na sola.
− O corte curativo dos “cascos”, a limpeza da ferida.
− Aplicação local de tetraciclina tem dado bons resultados.
− Se houver complicações a claudicação é grande e a vaca Fissura vertical
fica deitada por causa da dor. Esta doença aparece
• É uma fenda vertical na parede frontal do “cascos”, em
geralmente nos pés posteriores e na úngula lateral.
alguns casos o córion fica descoberto.
• Os fatores ambientais que provocam a desidratação do
• Tratamento
“casco” e os traumatismos são as principais causas.
− O principal tratamento é o corte curativo do “casco” para
• Sintomas
descomprimir a lesão.
− Se a fissura é pouco profunda, as lâminas não estão
− Aplica-se muitas vezes um tamanco na sola do “casco”
afetadas e por isso não há claudicação.
bom, para tirar o peso do animal da ferida.
− As fissuras profundas, como atingem as lâminas,
− O tamanco deve permanecer 3 - 4 semanas.
provocam claudicação.
− A ferida é limpa e pode-se colocar um spray de antibiótico.
Abcessos podais • Tratamento
• É uma inflamação supurada, difusa ou localizada do córion − Cirúrgico.
(sabugo), que provoca uma claudicação moderada ou
severa. Fissura horizontal
• A principal causa é a penetração de corpo estranho, ou de
• É um sulco transversal paralelo a borda coronal.
qualquer outro material contaminado no “casco”.
• A afecção é rara e a causa principal é o stress.
• Sintomas
• Infecções secundárias produzem dor e claudicação.
− A claudicação depende do local e extensão da lesão, bem
• Podem estar afetadas as oito úngulas.
como do tecido lesionado. O abcesso na região da pinça
provoca uma claudicação mais intensa do que se estiver • Técnica de casqueamento
localizado no talão. − Equipamento e instrumental usado em podologia
− Troncos de contenção
• Tratamento
− O principal tratamento é o corte curativo do “casco” para
drenar o abcesso e a colocação de um tamanco. Prevenção
• Sistema de criação limpo
Tiloma − Nutrição balanceada (Fibras + Ração)
• É uma massa dura formada pela reação da pele do espaço
interdigital e ou do tecido subcutâneo. Cirurgia de Amputação do dedo
• A principal causa é a irritação crónica no local devido à • Animal em decúbito lateral
dermatite interdigital ou do panarício. • Sedação química (Xilazina)
• Nos animais de corte a origem é hereditária. • Anestesia local
• Sintomas − Anestesia intravenosa do membro
− O grau de claudicação depende do tamanho e da
localização da lesão.
− Cirurgia de Amputação do dedo
• Tratamento
− Nos casos simples faz-se o corte curativo para Para diminuir as doenças podais dos bovinos
descomprimir a lesão.
− Nos mais complicados recomenda-se a remoção cirúrgica. leiteiros devem-se tomar as seguintes medidas:
• Melhorar o conforto dos animais
Erosão de talão • Melhorar as instalações
• É a destruição irregular do talão sob a forma de sulcos ou • Melhorar a higiene
depressões formando um “V” preto, muito característico. • Melhorar a alimentação, a nutrição e o maneio
• As principais causas são as bactérias que causam a • Correção funcional periódica das úngulas
dermatite interdigital, o contato do “casco” com produtos • Utilizar pedilúvios
irritantes, e a laminite.
• Sintomas E nos Equinos?
− Quando os sulcos são profundos, a destruição dos talões • O princípio do ato de se ferrar um cavalo é a proteção dos
provoca um apoio defeituoso, causando claudicação intensa. seus cascos contra o desgaste excessivo que sofrem nas
atividades exercidas no seu dia a dia. O próprio ambiente em
• Tratamento que vivem também é agente de desgaste, já que na
− Corte curativo dos “cascos” e aplicação local de tetraciclina. maioria dos locais os pisos são duros e abrasivos.
• Motivos para se preocupar com a qualidade da ferragem
dos cavalos
− Evitar prejuízos
− Garantir a qualidade de serviços específicos
− Melhorar a performance esportiva
− Tratamentos e melhora na qualidade de vida

• Classificação das ferraduras


− As ferraduras podem ser classificadas de diversas formas
e seus tamanhos variam de acordo com o tamanho das
patas.
− Existem ferraduras de ferro, alumínio, borracha ou plástico.
− Ferradura com pinça rolada
o É utilizada para facilitar a passada do animal, ou seja, Estudo dirigido
animais que demoram movimentar os membros 1. Qual o melhor local para se realizar uma cirurgia a campo?
anteriores são ferrageados com ferradura de rolamento,
melhorando assim o movimento e evitando que o 2. Quais os principais parâmetros que devemos observar em
próprio animal se alcance com os posteriores. um animal antes de submete-lo a um procedimento
cirúrgico?
− Ferradura com a pinça esquadrejada ou pinça reta
o Além de melhorar a passada é muito utilizada para 3. Qual a diferença entre cirurgias eletivas, de urgência e
melhorar a angulação do casco. emergência?

− Ferradura em barra 4. O que é uma cirurgia limpa?


o Barra em diamante
o Barra em ovo (Ferradura oval) 5. Cite exemplos de cirurgia contaminadas.
o Barra em V
o Barra em coração 6. O que é tempo dourado?

− Todas estas ferraduras aumentam a superfície de contato 7. O que deve ser levado em consideração antes de suturar
com o solo, distribuindo melhor o peso do animal e um ferimento?
protegendo todas as áreas do casco.
8. Como ocorre uma cicatrização por segunda intenção?
− Ferradura Oval Barra em V Barra em coração
9. Por que a utilização de antibióticos tópicos deve ser evitada
• Palmilhas em feridas contaminadas?
− As palmilhas são utilizadas para diminuir a pressão na sola
do casco. Entretanto, quando utiliza esse tipo de material 10. Quais os fatores de risco para a urolitíase obstrutiva?
deve tomar cuidado com a umidade do casco. Costuma-se
utilizar uma pasta antifúngica, evitando assim a proliferação 11. Quais os sintomas das três fases da urolitíase obstrutiva?
de fungos que podem deteriorar o casco
12. Qual a técnica cirúrgica da uretrostomia?

13. Qual são os principais pontos de obstrução da uretra em


machos caprinos?

14. Quais exames complementares podem ser realizados no


diagnóstico da urolitíase obstrutiva?

15. O que é um macho rufião?

16. Quais as principais características de um macho para que


ele seja tornado um rufião?

17. Quais as técnicas cirúrgicas que podem ser utilizadas?

18. Caso não haja um rufião na propriedade, qual o método


deve ser escolhido para obter alta taxa de prenhes na IA?
19. Cite uma desvantagem de cada técnica cirúrgica para
criação de um macho rufião.

20. Quais os principais casos em que se deve realizar uma


cesariana em ruminantes?

21. Quais as principais abordagens cirúrgicas desta técnica?

22. Quais os riscos da realização da cesariana?

23. O que é toxemia da prenhes?

24. Em quais casos deve ser realizada a Fetotomia? ____________________________________________


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25. Quais as vantagens da realização da Fetotomia? ____________________________________________
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26. O que é uma hérnia? ____________________________________________
____________________________________________
27. Como podemos classificar uma hérnia? ____________________________________________
____________________________________________
28. O que é uma hérnia verdadeira? ____________________________________________
____________________________________________
29. Quais os cuidados da realização da Herniorrafia em hérnias ____________________________________________
inguinais? ____________________________________________
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30. O que é uma hérnia redutível? ____________________________________________
____________________________________________
31. O que é um prolapso uterino? ____________________________________________
____________________________________________
32. Como deve-se realizar o tratamento destes prolapsos? ____________________________________________
____________________________________________
33. Quais os fatores predisponentes ao prolapso uterino? ____________________________________________
____________________________________________
34. Quais os fatores de risco para o aparecimento de ____________________________________________
afecções podais? ____________________________________________
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35. Cite uma patologia podal primária e uma secundária. ____________________________________________
____________________________________________
36. Como podemos prevenir as doenças podais nos ____________________________________________
rebanhos? ____________________________________________
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37. Qual técnica clinica pode ser utilizada na prevenção e ____________________________________________
tratamento de afecções podais? Como proceder? ____________________________________________
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38. Qual método anestésico deve ser utilizado na cirurgia de ____________________________________________
amputação de dedo? ____________________________________________
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39. Quais as limitações da cirurgia de amputação de dedo? ____________________________________________
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40. Quais os materiais que podem ser confeccionadas as ____________________________________________
ferraduras nos equinos? ____________________________________________
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