Apostila Lubrificação - SENAI SP
Apostila Lubrificação - SENAI SP
Apostila Lubrificação - SENAI SP
APOSTILA DE LUBRIFICAÇÃO
© SENAI - SP - 2005
Trabalho editorado pela Escola SENAI "Hessel Horácio Cherkassky" do Departamento Regional de São
Paulo
2
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................ 1
2 CONCEITO DE LUBRIFICAÇÃO........................................................................................... 1
2.1 Finalidade da Lubrificação......................................................................................... 2
3 ATRITO ................................................................................................................................... 2
3.1 Conseqüência do Atrito ............................................................................................. 2
4 LUBRIFICAÇÃO..................................................................................................................... 3
4.1 Tipos de Lubrificantes................................................................................................ 4
4.1.1 Lubrificantes Gasosos: ............................................................................................. 4
4.1.2 Lubrificantes Líquidos:.............................................................................................. 4
4.1.3 Lubrificantes Pastosos ou Graxas............................................................................ 5
4.1.4 Lubrificantes sólidos ................................................................................................. 5
4.1.5 Aplicações dos Lubrificantes .................................................................................... 6
4.1.6 Folga e Película Lubrificante .................................................................................... 6
5 LUBRIFICANTE LÍQUIDO MINERAL .................................................................................... 7
5.1 Aditivos ........................................................................................................................ 7
5.1.1 Diminuidores do ponto de fluidez ou congelamento ................................................ 8
5.1.2 Inibidores de oxidação:............................................................................................. 8
5.1.3 Detergentes .............................................................................................................. 8
5.1.4 Corretores do Índice de Viscosidade........................................................................ 8
5.1.5 Agentes antiespuma ................................................................................................. 8
5.1.6 Inibidores de Corrosão ............................................................................................. 9
5.1.7 Inibidores de Ferrugem ............................................................................................ 9
5.1.8 Agentes dispersantes ............................................................................................... 9
5.1.9 Agentes antidesgaste: .............................................................................................. 9
5.2 Características dos Lubrificantes líquidos ............................................................ 10
5.2.1 Densidade Relativa................................................................................................. 10
5.2.2 Densidade API........................................................................................................ 10
5.2.3 Densímetro ............................................................................................................. 10
5.2.4 Ponto de Mínima Fluidez ou Ponto de Congelamento........................................... 11
5.2.5 Ponto de Fulgor ou Inflamação .............................................................................. 11
5.2.6 Resíduo Carbonoso................................................................................................ 12
5.2.7 Cinzas sulfatadas ................................................................................................... 12
5.2.8 Viscosidade ............................................................................................................ 12
5.2.9 Índice de Viscosidade (IV)...................................................................................... 14
5.2.10 Poder Dielétrico.................................................................................................. 14
5.2.11 Cor......................................................................................................................15
5.2.12 Número de Neutralização (NN).......................................................................... 15
5.2.13 Número de Saponificação .................................................................................. 16
5.2.14 Água ................................................................................................................... 16
5.2.15 Corrosão em Lâmina de Cobre.......................................................................... 16
5.2.16 Demulsibilidade .................................................................................................. 16
5.2.17 Insolúveis ........................................................................................................... 17
6 PRINCÍPIOS DA LUBRIFICAÇÃO LÍQUIDA....................................................................... 17
6.1 Fundamentos da Lubrificação................................................................................. 17
6.1.1 Camada de Lubrificação Limite; ............................................................................. 17
6.1.2 Lubrificação hidrodinâmica..................................................................................... 18
6.1.3 Lubrificação Mista................................................................................................... 18
6.1.4 Lubrificação elasto-hidrodinâmica .......................................................................... 18
6.1.5 Gráficos dos Fundamentos de Lubrificação........................................................... 19
6.2 elementos de Lubrificação....................................................................................... 19
6.2.1 Mancais .................................................................................................................. 20
6.2.2 Engrenagens .......................................................................................................... 21
6.2.3 Correntes ................................................................................................................ 21
6.2.4 Cabos de Aço ......................................................................................................... 22
6.2.5 Vedações................................................................................................................ 22
6.3 Métodos de Lubrificação.......................................................................................... 23
6.3.1 Método manual ....................................................................................................... 23
3
6.3.2 Por Feltros Saturados ............................................................................................ 23
6.3.3 Por Copos com Mecha........................................................................................... 23
6.3.4 Por Copos Conta-Gotas ......................................................................................... 24
6.3.5 Por Anéis ................................................................................................................ 24
6.3.6 Copo de Vareta ...................................................................................................... 24
6.3.7 Lubrificação por Meio de Estopa ou Almofada ...................................................... 25
6.3.8 Por Banho de óleo e Salpico.................................................................................. 25
6.3.9 Lubrificação à Banho ou Imersão .......................................................................... 26
6.3.10 Por Circulação.................................................................................................... 26
6.3.11 Por Bomba Única ............................................................................................... 27
6.3.12 Por Bomba Múltipla e Lubrificadores Mecânicos............................................... 27
6.3.13 Método de Lubrificação por Pulverização.......................................................... 27
6.3.14 Método Centralizado .......................................................................................... 27
7 GRAXA LUBRIFICANTE ..................................................................................................... 29
7.1 Características das Graxas ..................................................................................... 29
7.1.1 Consistência ........................................................................................................... 29
7.1.2 Ponto de Gota ........................................................................................................ 30
7.1.3 Estabilidade Mecânica e Estrutural ........................................................................ 31
7.1.4 Resistência à Oxidação.......................................................................................... 31
7.1.5 Resistência à separação do óleo: .......................................................................... 31
7.1.6 Resistência à umidade ........................................................................................... 31
7.1.7 Antiferrugem ........................................................................................................... 31
7.2 Tipos de Graxas........................................................................................................ 31
7.2.1 Graxa de Cálcio...................................................................................................... 31
7.2.2 Graxa de Sódio ...................................................................................................... 32
7.2.3 Graxa de Alumínio.................................................................................................. 32
7.2.4 Graxa de Lítio ......................................................................................................... 32
7.2.5 Graxa de Composição Betuminosa ....................................................................... 32
7.2.6 Graxa de Poliuréia.................................................................................................. 32
7.2.7 Outros tipos de graxa ............................................................................................. 32
7.3 Aditivos...................................................................................................................... 33
7.3.1 Agentes antiferrugem ............................................................................................. 33
7.3.2 Agentes antioxidantes ............................................................................................ 33
7.3.3 Agentes de Extrema Pressão (EP) ........................................................................ 33
7.4 Processos de Lubrificação (Graxa) ........................................................................ 33
7.4.1 Bomba Manual ....................................................................................................... 33
7.4.2 Copo Stauffer (engraxadeira)................................................................................. 34
7.4.3 Pincel ou Espátula.................................................................................................. 34
7.4.4 Enchimento............................................................................................................. 34
7.4.5 Sistema Centralizado ............................................................................................. 35
7.4.6 Pinos Graxeiros ...................................................................................................... 35
7.5 Vantagens da Lubrificação com Graxa .................................................................. 36
7.5.1 Em Mancais de Rolamento .................................................................................... 36
7.5.2 Em Mancais de Deslizamento................................................................................ 36
7.5.3 Em Engrenagens.................................................................................................... 36
8 LUBRIFICAÇÃO DOS MANCAIS........................................................................................ 36
8.1 Mancais Simples....................................................................................................... 36
8.2 Mancais de Rolamento............................................................................................. 36
9 LUBRIFICAÇÃO DE ENGRENAGENS ............................................................................... 37
9.1 Manual........................................................................................................................ 37
9.2 Por Banho de Óleo com Salpico ............................................................................. 37
9.3 Por Banho de Óleo sem Salpico ............................................................................. 37
9.4 Por Sistema Circulatório.......................................................................................... 37
10 ESCOLHA DO LUBRIFICANTE....................................................................................... 38
10.1 Caixas Engrenagens Cilíndricas e Cônicas de Dentes Retos ou Helicoidais.... 38
10.2 Engrenagens Hipoidais............................................................................................ 38
10.3 Engrenagens de Parafuso Sem Fim ....................................................................... 39
10.4 Engrenagens Abertas............................................................................................... 39
10.5 Deficiências............................................................................................................... 39
11 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 40
4
1 INTRODUÇÃO
No curso de formação de operadores de processo químico e petroquímico, a
nossa intenção não é formar um "expert" em lubrificação, mas formar um
profissional que possa conhecer os lubrificantes, suas propriedades, suas
diferenças e a importância da lubrificação de uma maneira geral, sejam elas
domésticas, comerciais ou industriais.
Certo dia, navegando pela internet deparei com uma mensagem muito
interessante, que estou reproduzindo a seguir.
2 CONCEITO DE LUBRIFICAÇÃO
Há uma relação definida entre a lubrificação e a ótima condição de funcionamento
das máquinas.
1
A lubrificação correta das mesmas é o
meio de assegurar ao industrial a eficiência
de produção.
2.1 FINALIDADE DA
LUBRIFICAÇÃO
Diminuir o atrito e eliminar o desgaste de
superfícies sólidas que deslizam umas
sobre as outras.
3 ATRITO
A força de atrito é uma força muito comum porém complexa. O método exato pelo
qual a força de atrito age é ainda um assunto de muita discussão científica. A força
de atrito pode ser observada freqüentemente no nosso dia a dia, quando
andamos, quando acendemos um palito de fósforo, quando escovamos os dentes,
etc.
Uma vez iniciado o movimento do corpo, a força necessária para manter este
movimento é consumida para vencer o atrito dinâmico.
Esta última é dissipada em forma de calor. Este calor se não fosse a lubrificação,
produziria, por exemplo, a dilatação do metal dos mancais, eixos e rolamentos,
causando gripamento (este é o termo usado para designar o agarramento entre
as superfícies em contato). Isto ocorre por falta de lubrificação, é o que acontece
é a união das partes que se tocam.
Conclusão
O atrito pode ter duas conseqüências:
• Atrito necessário: andar; comer; triturar; moer; frear, etc.
• Atrito nocivo: aquecimento em demasia; gasto de energia; ruído; desgaste;
acidentes; aumento de custos, etc.
4 LUBRIFICAÇÃO
Para atenuar o atrito entre as peças
de mecanismos; como mancais de
escorregamento (onde se encaixam
e giram os eixos) - e evitar sua
oxidação, desenvolveu-se a técnica
da formação e manutenção de um
a película de substância líquida ou
pastosa (geralmente óleo ou graxa)
entre os locais em que se dá o
contato dessas peças.
Conclusão
A lubrificação reduz o atrito.
3
4.1 TIPOS DE LUBRIFICANTES
Lubrificantes são materiais ou substâncias que reduzem o coeficiente de atrito
entre as superfícies.
Os mais diversos produtos têm sido usados com esta finalidade. Os mais
perfeitos e adequados para todos os fins surgiram com o aperfeiçoamento da
moderna indústria petroquímica.
4
F) Isolantes — empregados em dispositivos elétricos tais como
transformadores; disjuntores automáticos, etc. são óleos minerais isentos
de umidade, poeira, areias, metais, etc. A função deste óleo é dissipar o
calor gerado por efeito joule. Este óleo deve ter agentes antioxidantes,
baixo ponto de fluidez, e a rigidez dielétrica que é a medida da resistência
do óleo à alta tensão, isto é, o óleo deve ser isolante não permitindo a
passagem de corrente elétrica.
Os sabões usados são feitos pelo cozimento de óleos graxos com vários álcalis
(sódio, bário, cálcio, alumínio e lítio principalmente) e com o óleo mineral
desejado, algumas vezes em presença de água. O resultado é um gel de
estrutura muito fina, que encerra o óleo mineral e também evita seu fluxo.
As graxas servem para lubrificar pontos de difícil acesso e onde não se pode
garantir uma retenção satisfatória de lubrificantes líquidos. Têm um campo de
aplicação muito variado, que vai desde pequenos motores elétricos até mancais
fortemente carregados de grandes laminadoras feitas de aço.
5
4.1.5 Aplicações dos Lubrificantes
Em qualquer tipo de indústria, independente dos equipamentos, os
Além de permitir a rotação livre do eixo, esta folga é aproveitada também para
a introdução e distribuição do lubrificante facilitando a formação da película de
óleo.
6
5 LUBRIFICANTE LÍQUIDO MINERAL
O lubrificante mineral é um subproduto da refinação do petróleo e passa por uma
série de tratamentos para chegar a um produto com características lubrificantes.
5.1 ADITIVOS
A adição de agentes químicos
aos lubrificantes, denominados
de aditivos, tem como finalidade
conferi-lhes determinadas
propriedades depois de
acabados. Alguns aditivos dão-
lhes novas propriedades úteis,
que não existem originalmente
nos óleos, enquanto outros
melhoram as suas propriedades
naturais.
Atualmente todos os tipos de
lubrificantes contêm no mínimo
um aditivo, enquanto outros
possuem cinco ou mais diferentes. A quantidade de aditivo utilizado varia de
alguns centésimos até 30%.
7
5.1.1 Diminuidores do ponto de fluidez ou congelamento
São geralmente polímeros, hidrocarbonetos de alta massa molecular, que
retardam a formação de cristais de graxa e inibem sua aglomeração quando o
óleo trabalha a baixas temperaturas. Esses aditivos são utilizados em óleos
lubrificantes parafínicos pois muitos óleos naftênicos possuem pontos de fluidez
naturalmente baixos, por isso dispensam estes aditivos.
5.1.3 Detergentes
Previnem ou reduzem a formação de depósitos nos motores a gasolina e
diesel. Atuam diretamente no processo oxidativo do óleo e, conseqüentemente,
nos produtos formados, que se tornam menos adequados à formação de
depósitos. Podem também reduzir os produtos da combustão a partículas muito
finas, suspensas no óleo e dificilmente depositáveis. Neutralizam os produtos
ácidos da combustão (que causam corrosão nos cilindros, pistões e anéis) e
têm pequeno efeito de limpeza sobre as peças do próprio motor.
8
5.1.6 Inibidores de Corrosão
São aditivos destinados a evitar a corrosão em mancais, engrenagens, etc..
Embora merecendo menção especial, são em geral também antioxidantes.
5.2.3 Densímetro
É um aparelho que mede diretamente a densidade do material líquido.
10
5.2.4 Ponto de Mínima Fluidez ou Ponto de Congelamento
O ponto de mínima fluidez é a menor temperatura indicada pelo termômetro
antes do óleo cessar de fluir por gravidade.
Para determinação desta temperatura, o
óleo é resfriado lentamente e em repouso,
atinge um ponto no qual as parafinas
começam a cristalizar, o que turva o óleo,
desta forma separam-se da solução.
5.2.8 Viscosidade
É a medida da resistência
oferecida por qualquer fluído
(líquido ou gás) ao
movimento ou ao
escoamento. Tecnicamente,
é uma medida do atrito
interno do lubrificante que
surge entre diferentes
camadas quando o líquido é
posto em movimento.
O conceito de viscosidade é
o principal parâmetro na
seleção de um lubrificante.
A unidade de medida para a
mm 2
viscosidade cinemática é , referida também como centistoke (cS). A
s
viscosidade é especificada , normalmente, à 40o C e 100 oC, ainda que em
certos casos possam se usadas temperaturas de 37,8o C.
12
A viscosidade cinemática ( stoke e a centésima parte chamada centistoke) é
viscosidade absoluta
definida como: Viscosidade cinemática =
massa específica
Obs.: Além destas duas unidades de viscosidades, há também outras: SSU
(Seconds Saybolt Universal); SSF (Seconds Saybolt Furol); Redwwod No1 e
No2; Engler. Estas unidades são conversíveis uma nas outras através de
fórmulas ou tabelas.
13
O segundo número (30) indica a habilidade dos óleos ao lubrificar o motor em
alta temperatura. Neste caso, mais elevado o número, mais denso será o óleo.
14
5.2.11 Cor
Os produtos de petróleo
apresentam variação de cor quando
observados contra a luz. Essa faixa
de variação atinge desde o preto
até quase o incolor.
No colorímetro da ASTM, temos vidros com oito cores diferentes, desde o mais
claro (nº 1) até o mais escuro (nº 8), abrangendo desde o claro até o vermelho
carregado. Cor mais escura observa-se usando uma diluição de 15% de óleo
em 85% de querosene, e ao resultado se acrescenta à palavra diluído.
Podem-se imitar essas cores com a adição de aditivos, o que vem mostrar a
não influência da cor no desempenho do lubrificante
15
5.2.13 Número de Saponificação
De acordo com a ASTM, o número de saponificação é um índice, que identifica
a quantidade de gordura ou de óleo graxo presente em um óleo mineral novo.
Realiza-se o ensaio medindo o peso, em mg, de KOH necessário para
saponificar um grama de óleo.
Também serve para verificar uma eventual contaminação de óleo com graxa.
5.2.14 Água
A contaminação por água é indesejável na maioria dos sistemas de
lubrificação, porque sua presença pode resultar em:
a) Formação de emulsões;
b) Falha ou ineficiência de lubrificação em pontos críticos;
c) Precipitação dos aditivos por hidrólise;
d) Formação de borras. Em óleos “sujos”, que pode entupir telas, filtros ou
tubulações;
e) Contribuição para a corrosão das superfícies metálicas em certos casos.
5.2.16 Demulsibilidade
A determinação da demulsibilidade é de suma importância para óleos
lubrificantes que tenham contato regular com água, devido à natureza do
serviço que desempenham, como, por exemplo, óleos para turbinas a vapor,
para máquina de papel, para sistemas hidráulicos etc., em que o óleo não deve
formar emulsão com água. Em outras aplicações, tais como óleos para
máquinas a vapor, determinados compressores de ar, marteletes de perfuração
de rochas, estimulam-se a formação de emulsões.
16
5.2.17 Insolúveis
São substâncias presentes nos lubrificante, em determinados solventes
orgânicos como o pentano, tolueno, ou hexano. Os insolúveis são,
principalmente, produtos da oxidação do óleo (borras, vernizes, resinas,
gomas), fuligem da combustão, degradação do óleo entre outros
6 PRINCÍPIOS DA LUBRIFICAÇÃO
LÍQUIDA
A grande variedade de máquinas utilizadas deve ser lubrificada, pois, caso
contrário, seu funcionamento ficaria limitadíssimo. Em tais máquinas, de um modo
geral, o que se lubrifica são: mancais; engrenagens; as superfícies planas
deslizantes; os cilindros; os rolamentos.
17
A viscosidade do óleo é também um fator a considerar, pois estando incorreta
paras as condições de operação, torna-se impossível à obtenção de uma
película espessa mesmo com velocidade e cargas normais.
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porém isto não ocorre. A viscosidade, no ponto de contato, aumenta
drasticamente. Quando o corpo rolante passa, a superfície de contato volta a
sua forma inicial e a viscosidade do óleo a sua condição inicial.
6.2.1 Mancais
É imprescindível a
lubrificação dessas
peças, sejam de
rolamento ou de
escorregamento
(exceto quando
sujeitas a cargas
muito leves). Nos de
escorregamento
quase sempre há
ranhuras que captam
o lubrificante
transportado pelos
anéis de lubrificação
e distribuem-no
longitudinalmente
pelo mancal.
Ranhuras bem
planejadas podem
conduzir o
lubrificante
alternadamente do
centro para as
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extremidades dos mancais e vice-versa. Elas devem ser usinadas segundo as
especificações de dimensão e de localização em relação à curvatura e
extremidades dos mancais; ser colocadas nas zonas de baixa pressão dos
mancais e não podem ter cantos (que raspariam o lubrificante da superfície do
eixo, impedindo a distribuição uniforme entre as superfícies de contato).
Em rolamentos, a lubrificação inicial pode ser feita pelo próprio fabricante: eles
são entregues blindados ou selados, contendo um volume de graxa protegido
por elementos de vedação, de modo a permitir o funcionamento durante meses
ou até anos sem relubrificação. Rolamentos abertos são protegidos contra
oxidação e acondicionados em papel alcatroado: essas proteções deverão ser
retiradas através de lavagem com solvente adequado, seguindo-se a aplicação
de graxa ou óleo de acordo com as recomendações do fabricante. As
lubrificações posteriores dos rolamentos, quando em serviço, devem ser
planejadas, pois a lubrificação excessiva é tão prejudicial quanto a insuficiente,
por acarretar aumento da temperatura de trabalho (devido ao atrito interno no
próprio lubrificante) e prejuízos irreparáveis para as vedações.
6.2.2 Engrenagens
Para especificar o lubrificante
adequado, é preciso identificar
antes as condições operacionais
das engrenagens. Mas, de modo
geral, esse lubrificante deve ter
suficiente capacidade de adesão
para permanecer na superfície dos
dentes (resistindo a ação da força
centrífuga); características de
extrema pressão para resistir aos
esforços nos dentes, e custo
comparável à importância do
serviço executado pelo
equipamento.
6.2.3 Correntes
O lubrificante de correntes deve reduzir os
atritos e protegê-las contra a oxidação. A
escolha do lubrificante e do método de
aplicação depende da velocidade linear da
corrente e de seu passo.
21
6.2.4 Cabos de Aço
A lubrificação evita o desgaste prematuro
e a oxidação dos fios. Durante a
fabricação do cabo, cada fio é lubrificado
na medida em que se formam as tranças,
e estas recebem outra camada de
lubrificante ao serem encordoadas para a
composição final.
6.2.5 Vedações
Em qualquer sistema de lubrificação, são
importantes as vedações interna e
externa, para que o lubrificante não saia e
para que agentes contaminantes não
entrem no sistema.
22
6.3 MÉTODOS DE LUBRIFICAÇÃO
23
Uso é muito usado nas indústrias de papel, borracha, cimento, eixos, motores
elétricos pequenos, mancais planos etc.
24
Observação: Este processo de lubrificação é muito econômico pois só injeta
óleo quando a máquina estiver funcionando.
25
6.3.9 Lubrificação à Banho ou Imersão
Neste processo as partes móveis ficam em contato direto com o óleo da caixa.
A medida em que elas giram o óleo dá um banho nos componentes do
conjunto. Usado em motores pequenos e médios e em pequenas turbinas.
27
para lubrificação; e o atendimento de centenas de pontos pode ser
comandado por um só operador.
28
Além disso, verificou-se que a lubrificação centralizada prolonga a vida útil dos
mancais em 400% ou mais, mantendo as ajustagens e tolerâncias iniciais.
São utilizados em grandes máquinas operatrizes, compressores de processo,
turbinas, etc.
7 GRAXA LUBRIFICANTE
7.1.1 Consistência
É uma propriedade utilizada para
líquidos plásticos, semi-sólidos e os
sólidos possuem para fluir quando
submetidos à pressão.
Este teste é equivalente aos graus da SAE, e adotado pela NGLI "National
Lubrificating Grease Institute"
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Consistência das graxas lubrificantes - Classificação NLGI
Grau de Penetração trabalhada
Consistência ASTM a 25 oC
000 445 a 475
00 400 a 430
0 355 a 385
1 310 a 340
2 265 a 295
3 220 a 250
4 175 a 205
5 130 a 160
6 85 a 115
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7.1.3 Estabilidade Mecânica e Estrutural
É um teste no qual se procura avaliar o efeito de esforços em regimes severos
de operação na qual a graxa pode perder sua consistência e amolecer,
provocando vazamentos e em conseqüência a falha na lubrificação.
7.1.7 Antiferrugem
Além de manter suas propriedades lubrificantes, uma boa graxa deve possuir
proteção contra a ferrugem e corrosão. Algumas graxas possuem esta
propriedade, outras há necessidade de adicionar agentes que aumentem essa
propriedade.
Assim não pode ser usada com temperatura superior a 60 oC, sob pena de
separar o sabão do óleo. Porém certas graxas a base de cálcio e contendo
determinados aditivos conseguem operar eficazmente em serviços até 120 oC.
31
7.2.2 Graxa de Sódio
Sua principal vantagem é a boa resistência ao calor, podendo ser usada até
90/120 oC. Seu ponto de gota e, em geral, em torno de 175 oC. Entretanto, não
resiste à água e não deve ser empregada em presença da mesma.
Esse objetivo pode ser conseguido com a graxa de lítio, que tem resistência ao
calor e a água, apresentando boa capacidade de bombeamento.
Ponto de gota acima de 190 oC, fibra média, temperatura de trabalho de -30 oC
a 120o C com a adição de aditivos pode trabalhar até 150o C.
32
7.3 ADITIVOS
São incorporados agentes especiais às graxas lubrificantes, cuja finalidade é
proporcionar melhoria no desempenho.
33
7.4.2 Copo Stauffer (engraxadeira)
Os copos são cheios com graxa e ao regular a tampa, a graxa é impelida pela
parte inferior do copo.
7.4.4 Enchimento
É usado em mancais de rolamento. A graxa é aplicada manualmente, até 2/3
da capacidade do depósito.
34
7.4.5 Sistema Centralizado
As graxeiras são constituídas de uma mola que força uma bola de aço contra o
orifício de entrada da graxa. A graxa entra sob pressão e empurra a bola contra
a mola .
35
7.5 VANTAGENS DA LUBRIFICAÇÃO COM GRAXA
As principais vantagens da utilização da graxa são:
7.5.3 Em Engrenagens
- Boa retenção, principalmente em engrenagens abertas;
- Resiste à ação e até remoção proveniente da força centrífuga;
- Resiste à pressão de carga.
Três fatores são necessários para que haja boa lubrificação dos mancais:
1) Rotação do munhão.
2) Carga imposta ao mancal.
3) Viscosidade do óleo ou no caso, a consistência da graxa.
36
O óleo e a graxa são utilizados na lubrificação de rolamento. O óleo tem maior
eficiência nos casos de refrigeração e a graxa tem maior eficiência quando se
trata de vedação.
4) Graxa inadequada.
9 LUBRIFICAÇÃO DE
ENGRENAGENS
Métodos:
- Manual;
- Por banho de óleo com salpico e sem salpico;
- Por sistema circulatório.
-
9.1 MANUAL
Emprega-se em engrenagens expostas. São utilizadas composições
betuminosas, aplicadas com pincel ou espátula. São aplicadas principalmente
em engrenagens de baixa rotação que transmitem cargas elevadas.
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10 ESCOLHA DO LUBRIFICANTE
10.1 CAIXAS ENGRENAGENS CILÍNDRICAS E CÔNICAS DE
DENTES RETOS OU HELICOIDAIS
O lubrificante escolhido nesses casos, varia de acordo com as cargas suportadas
pelos dentes. Recomenda-se o uso de óleos minerais puros para esses tipos de
engrenagens.
38
10.3 ENGRENAGENS DE PARAFUSO SEM FIM
O deslizamento e é muito alto nas
superfícies de trabalho. Os óleos
compostos são utilizados na
lubrificação. Atualmente empregam-se
óleos minerais puros e óleos
sintéticos.
10.5 DEFICIÊNCIAS
Na lubrificação das engrenagens podem ser causadas por:
- Alta temperatura;
- Contaminação e aumento de viscosidade do óleo;
- Óleo usado não obedecendo a viscosidade correta;
- Nível de óleo alto ou muito baixo.
Nota
Em toda máquina, equipamento, veículo, a escolha do lubrificante deve seguir as
recomendações do fabricante quanto ao óleo ou a graxa a serem usados.
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11 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
• Fundamentos de Lubrificação - Mobil Oil do Brasil
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