E-Book Entrevista - Marithê Azevedo

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E

-BO
OK
E
NTREV
IST
A

ARTE CIDADE
POÉTI
CAS DOAGORA
ARTE CIDADE
POÉTI
CAS DOAGORA

E
NTR
EVI
STAD
ODO
CUME
NTÁ
RIO
PORÂNGELAFONT
ANAVELHO
Ângel
a:Bom,ant
esdequal
quercoi
saondevocênasceu?

Mar
ithê:Nasciem Al
fenas,umapequenaci
dadedo suldeMi
nasGer
ais,queé
abr
açada pel
olago de Fur
nas,cer
cada porr
ios,numa pai
sagem com gr
ande
var
iedadedet
onsde ver
deespal
hadasporumacadei
ademor
ros.Soudosi
gno
depei
xescom ascendent
eem escor
pião,r
sss.

Ângel
a:Bem,euquer
iacomeçarf
alandodaMar
ithêci
gana.Não,mel
hor
!Vamos
f
alardasPoét
icasdo agor
a.Você é uma pessoa que vi
ve mui
to no pr
esent
e,
apesar de t
er est
ado em mui
tos l
ugar
es dur
ant
e a vi
da,mas est
á sempr
e
vi
vendooagor
a.Tem gent
equevi
venasr
ecor
dações,out
raspessoasvi
vem par
a
of
utur
o,e eu vej
o você uma pessoa no pr
esent
e.Me f
ala um pouco dessas
poét
icasdoagor
a,queéumacoi
saquevocêf
alamui
to.

Mar
ithê:As poét
icas do agor
atem mui
to a vercom essas i
nter
ligações que
t
ecemoscom opr
esent
e.Comoagent
epensaopr
esent
e?Comoagent
epensa
oqueest
áacont
ecendonest
emoment
o?Tem umai
dei
adepr
esença,quet
em
mui
toavercom aper
for
mance.
Aper
for
mance,
elaacont
ecenopr
esent
e.Ent
ão,
aper
for
manceépr
esença.Masaper
for
mance podeserum fiodeal
goqueest
á
i
nvi
sível
,queai
ndanãof
oidesvel
ado.Equandoeupuxoessefio,abr
oum canal
,
quet
em r
elaçãocom umamemór
ia,quevocêt
razpar
aopr
esent
e.A memór
ia,
el
aéi
mpor
tant
íssi
ma,
masnãoamemór
ia par
aficarnopassado.
Amemór
iapr
a
vocêt
razerpar
aopr
esent
e.Assi
m,aspoét
icasdoagor
asi
gni
ficam pr
esença.Eu
est
oupr
esent
enest
etempoqueest
ouvi
vendoagor
a.Quandovocêpensamui
to
nof
utur
o,começaapr
ogr
amardemai
sof
utur
o,oquevocêf
az com um r
otei
ro
dest
es?Você não vi
ve o pr
esent
e.Você t
em um r
otei
ro fixo,asuavi
daj
áest
á
t
odat
raçada,t
odaar
rumadaet
al,evocêvaisegui
ndoaquel
espassospr
avocê
seraqui
lo queasoci
edadei
mpõecom suasr
egr
as,um model
o desermovi
do
pel
ocapi
tal
.

Ângel
a:Sem darespaçoouvezpr
oacont
eci
ment
o,di
gamosassi
m.

Mar
ithê:Exat
ament
e.Você não t
em espaço pr
a desvi
ar.Segue aquel
erot
eir
o
que,mui
tasvezes,éum r
otei
roqueasoci
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ecobr
aou quevocêpr
ojet
ou
par
adarcont
adascobr
anças.Quandovocêt
rabal
hacom opr
esent
e,vocêvai
ol
harpar
aoqueest
áacont
ecendo,vocêvaiol
harpar
aascoi
sasaoseur
edoreaí
você vait
ent
ar - ni
sso que est
á acont
ecendo,naquel
e moment
o - buscar
br
echasné?!Por
queo quevocêt
em quemudaréo pr
esent
e,não o f
utur
o.O
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essonânci
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epr
esent
e,dest
eaquieagor
a.Ent
ão,comoéqueeu
vi
voi
sso?Comoéqueeupossovi
verdamel
hormanei
rapossí
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loqueest
á
acont
ecendocomi
goagor
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o,euoconst
ruonopr
esent
e.
Ângel
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esent
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quevocêconseguet
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tuações,porexempl
o:às
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gumacoi
sadáer
rado,al
gumacoi
sa
sai do ei
xo, e a gent
e acaba se f
rust
rando por
que a gent
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pl
anej
ament
o"Aíeu quer
ia que acont
ecesse desse j
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o","
Eu pl
anej
eidesse
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Eagor
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sto,vocêsempr
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Par
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o,sabe? Est
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e,eu t
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aro,são as
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azem,né?El
asnosescr
evem,el
asnost
ransf
ormam.
Eeuvej
oassi
m,suavi
damui
tochei
adessaspassagens,sabe?Ent
ão,euquer
ia
f
azeral
guns r
etor
nos,vamos f
azerum passei
o poresses moment
os da sua
memór
ia,t
ábom?Et
em umahi
stór
iaqueeu ouçovocêcont
ardoseu pai
,que
aspessoasquandoi
am f
alardevocêconver
sarcom el
e,àsvezesseassust
avam
porcausa do seu j
eit
o que saí
a do padr
ão e àsvezesi
am darum t
oque,né?
Aquel
aint
ençãoassi
m"ol
ha,ser
áquesuafil
hanãoémui
todi
fer
ent
e?!
"

Mar
ithê:Exager
ada?

Ângel
a:E el
e usava uma pal
avr
a mui
to engr
açada,cont
a pr
a mi
m desse
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o,comoéqueer
a.Porqueaspessoast
eachavam assi
m?

Mar
ithê:Láem casa,
(somossei
smul
her
es,ér
amosdezi
rmãos,sei
smul
her
ese
quat
ro homens,doi
sfal
ecer
am)
.Eu sou a mai
s vel
ha. E aíquando a gent
e
chegava aos 1
3 anos,i
a par
a o cur
so de cor
te e cost
ura.O mét
odo er
ao
quadr
angul
ar,aquel
afôr
ma.Ent
ão,agent
eapr
endi
aaf
azeracavanol
ugar
,de
acor
do com aanat
omi
ahumana,t
udo no l
ugar
,né?Naquel
e moment
o, t
udo
er
anol
ugar
.Edaíeuapr
endiacost
urar
.El
áper
todecasa t
inhaumaf
ábr
icade
t
eci
dosdesedapur
aeout
ros.Unst
eci
dosmar
avi
lhosos,queer
am expor
tados
pr
aIt
áli
a,pr
a Fr
ança,uma padr
onagem i
ncr
ível
,de al
tíssi
ma qual
idade.Daí
sobr
avam aquel
espedaçosdeseda.Éque,quandoel
esi
mpr
imi
am aest
ampa,o
úl
timopedaçosempr
ebor
ravaouficavaout
rot
om.Fi
cavacom def
eit
o,f
ugi
ado
padr
ão.Daíel
escor
tavam,col
ocavam t
udodent
rodesacosevendi
am aquel
es
r
etal
hosde t
eci
dosl
indos.Eu compr
ava aquel
est
eci
dos,j
unt
ava t
udo e f
azi
a
r
oupas,assi
m,l
oucas!Mas,f
orado cor
te,sabe?E eu andavacom essasr
oupas
dest
oando t
otal
ment
e dasmeni
nasdami
nhaépoca,né?!Pori
sso,aspessoas
i
am pr
omeupai
,conver
sarecoment
avam "
olha,suafil
ha"t
ipoassi
m “suafil
ha
t
ánum seioque.Essasr
oupas.
..mei
oest
ranhas"
… Aímeupaif
alava"
Não.El

escal
afobét
icamesmo.
” El
enãot
inhanenhum pr
obl
emacom i
sso.Seel
enão
t
inha pr
obl
ema com i
sso,porque eu i
a darbol
a pr
a o que asout
raspessoas
est
avam pensando a r
espei
to?!Ent
ão,el
efoiuma pessoa mui
ta aber
ta,que
dei
xavaacont
ecer
.Masel
evi
viaum padr
ãodeumaépoca,er
apr
ael
emecobr
ar
i
sso,noent
ant
oissonãoacont
eceu.Essapal
avr
a“escal
afobét
ica"eunãosabi
a,
naquel
e moment
o,exat
ament
e,o que si
gni
ficava.E aímai
star
de,quando eu
vouol
harnodi
cionár
io,pensei
:“euachoqueeusouescal
afobét
icamesmo.

E o que ficou dessa hi


stór
ia,dessa vi
vênci
a,dessa exper
iênci
a,é que quando
vocêdei
xaacont
ecer
,dei
xaapessoa exper
iment
ar,mesmoque est
ejacom er
ro
ent
reaspasapessoapr
ocessaumaexper
iênci
a.Por
quenãoexi
steer
ro,nest
e
cont
ext
o,né?!"
Aiel
a est
á er
rada por
que el
a est
á“f
ora do padr
ão"
?Não!Você
pr
eci
sa exper
iment
ar,né?!Ent
ão eu acho que eu car
reguei
,isso par
a a vi
da.
Você exper
iment
a,vamosvero que dá.Se não derporaqui
,você pel
o menos
vi
venci
ou aqui
lo,né?!Você vi
venci
ou aqui
lo e aqui
lo que você vi
venci
ou,
você
i
ncor
por
a.Você i
ncor
por
a essa exper
iênci
a.Esse chamado,ent
re aspas,“
err
o”
nãoéer
ro,éumaexper
iênci
a.

Ângel
a:Easpoét
icascont
empor
âneas,comosur
gem pr
avocê?

Mar
ithê:O encont
ro com as poét
icas cont
empor
âneas,t
idas como poét
icas
aber
tas,hí
bri
das,múl
tipl
as,queval
ori
zam asi
mul
tanei
dade,asdi
fer
ençasem
coexi
stênci
a,adi
ver
sidade,odesenhoem r
ede,sedeuem f
ormadadescober
ta
de um j
á conheci
do.A sensação que t
ive é que eu j
á as pr
ati
cava,t
alvez
i
nfluenci
adapel
aar
qui
tet
agem dedesenhosapar
tirder
etal
hosdedi
fer
ent
es
t
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es e t
ext
uras,a f
amí
li
a gr
ande com pessoas di
sti
ntas,o f
azer
t
eat
roenquant
ocur
savapi
ntur
aegost
avadeci
nema.Jávi
m hi
bri
dizada.Al
iás,
nóssomosser
esmest
içados,hi
bri
dizados,compost
osporvár
iascul
tur
as.Essas
poét
icassecont
rapõem aodesenhol
ineardasr
elaçõesdet
ermi
nist
as,
provocam
um desl
ocament
odasper
spect
ivasfixas,cr
iam condi
çõespar
aodi
álogoeout
ro
pensament
oquenãoéopadr
oni
zador
epr
odut
ordassubj
eti
vidadespost
as.
Ângel
a:Eacar
togr
afiaquevocêadot
acomopr
ocedi
ment
odepesqui
sa?

Mar
ithê:
Quandoi
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eiopr
ocesso depesqui
sasr
elaci
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dade,
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que vi
m par
aCui
abáe i
ngr
esseino PPGECCO daUFMTe t
ambém quando f
oi
cr
iado o gr
upo de pesqui
sas:Ar
tes Hí
bri
das:i
nter
secções,cont
ami
nações e
t
ransver
sal
idades par
a acol
her as di
ver
sas pesqui
sas na l
inha Poét
icas
cont
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aanecessi
dadedeum acer
cament
o do obj
eto quenão
f
ossepel
ocami
nhodasmet
odol
ogi
assemipr
ont
as.A der
ivadossi
tuaci
oni
stas
como f
orma de cami
nhar pel
a ci
dade,sem um dest
ino fixo,par
a que se
pr
est
asseat
ençãonocami
nho,j
áer
aumar
efer
ênci
a.
Ou sej
a,ai
dei
adepr
ocessoj
áest
avaal
i.Também oenvol
ver
-se,mi
stur
ar-
sej
á
est
ava ocor
rendo nas i
nter
venções ur
banas.Ent
ão,a car
togr
afia,conf
orme
pensada porDel
euze e Guat
tar
ie expandi
da porRol
nik,Passos,Kast
rup e
out
ros,“
cai
ucomoumal
uva”par
a“l
egi
timar
”asnossaspesqui
sas.Acar
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afia
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ada pel
o gr
upo de pesqui
sase t
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ient
andost
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ham
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nter
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har
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ópr
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em a sua di
nâmi
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mpl
icação,
t
em asuasi
ngul
ari
dade.É semel
hant
eaum pr
ocessodecr
iação.Sóqueéum
pr
ocessonãol
inear
,éum pr
ocesso em r
ede.

Ângel
a:Eopassei
odesombr
inhas,f
oiumaaçãoquemar
coumui
to.
..

Mar
ithê:Ent
ão,o passei
o de sombr
inhassur
ge par
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adarpormai
ssombr
as
par
a Cui
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tirdo r
elat
o de uma al
una da Comuni
cação, que pr
eci
sava
cor
rerde uma ár
vor
e par
a out
ra par
a se l
ocomoverno campusCui
abá.Ent
ão
pensei
:par
airdeumaar
vor
eaout
rausemospequenassombr
as,assombr
inhas.
AífizemosoSombr
asquepassei
am pel
ocampus.Depoi
s,vár
iospassei
osf
oram
r
eal
izados pel
a ci
dade nest
a mesma chave de “
mai
s sombr
as par
a Cui
abá.

Nest
espassei
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escent
aram-
seost
raj
etos,asr
otas,oest
arj
unt
o,osaf
etos,os
encont
ros.I
sso,pr
essupondo que o cami
nharde sombr
inhas desvi
ando das
r
otasconheci
dasesedi
ment
adascomomapasfixosdaci
dadepodesubver
tera
geogr
afia cal
cul
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itor
ial
ização ou
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ati
va de ensai
ardevi
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ênci
as
cr
iat
ivasdesi
ngul
ari
zaçãonar
elaçãocom aci
dade.

Ângel
a:E t
eveoCi
dadepossí
vel
,quer
euni
u mui
taspessoas,mui
tosdebat
ese
mui
tasaçõesesear
ticul
oucom o1
00em1
dia,nãoé?

Mar
ithê:O pr
ojet
oCi
dadePossí
velf
oiumasí
ntesedeum per
cur
sodepesqui
sas
r
elaci
onadasàspoét
icasur
banaseàci
dadeedeaçõesdei
nter
vençãour
bana
r
eal
izadas desde 2009 pel
o col
eti
vo à der
iva br
aço exper
iênci
a do Gr
upo de
Pesqui
saAr
tesHí
bri
das,i
nter
secções,cont
ami
nações,t
ransver
sal
idades.Vár
ias
pesqui
sas, pr
ojet
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ensão, semi
nár
ios, or
ient
ações de Mest
rado e
Dout
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scussões no Gr
upo de Pesqui
sa ant
eceder
am o pr
ojet
o.O
Ci
dadePossí
velsur
giudacompr
eensãodoespaçodaci
dadecomoocampode
const
rução da vi
da soci
al,enquant
o um ci
rcui
to de af
etos.O espaço como
possi
bil
idadedemobi
li
zaçãodei
déi
as,pessoaseexper
iênci
asquepodem cr
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Cr
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campodepossí
vei
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vel
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togr
afias, ensai
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ros, acol
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gênci
as, descobr
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pr
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iment
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etos,del
inearout
rosfluxos,i
nvent
arcami
nhos,vi
ver
exper
iênci
asedi
scussõessobr
eoquepodevi
raseraci
dadequei
magi
namose
desej
amos.Maspr
inci
pal
ment
eosaberdoout
ro.Aquieunãomer
efir
osoment
e
aoout
rohumano,mas,aoout
roár
vor
e,aoout
ror
io,aoout
roani
malaosout
ros
ser
es que habi
tam j
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os o mesmo espaço.A per
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rabal
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ter
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daspossí
vei
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convi
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, uma aber
tur
a par
a o desconheci
do, possí
vel aos
acont
eci
ment
os.

Naocupaçãosoci
oest
éti
ca,aaçãoer
eflexãonãoest
ãosepar
adas,el
asocor
rem
ao mesmo t
empo e são mi
cropol
íti
cas,asquai
ssão defini
dasporGuat
tar
ie
Rol
nik(
1986)comoum conj
unt
odepr
áti
cascapazesdeat
ivarest
adoseal
ter
ar
concei
tos,per
cepçõeseaf
etos,modosdepensar
-sent
ir-
quer
er.El
asur
gecomo
val
ori
zaçãodepr
áti
casdocot
idi
ano,comoCer
teau(
1998)mui
tobem col
ocaem
Ai
nvenção do cot
idi
ano:a necessi
dade de se val
ori
zaraspr
áti
cascot
idi
anas
pol
iti
zandosuasações,compr
eendendoapot
ênci
aqueoor
dinár
iot
em.Assi
m,
a ocupação soci
oest
éti
ca val
ori
za o ocupar de um espaço no sent
ido de
apr
opr
iação,
incl
uindoassoci
abi
li
dadespr
ópr
iasdest
eocupareaest
éti
ca,
como
defini
da porRanci
ère,pormei
o de uma par
til
ha.Essasaçõesque ocor
rer
am
num pr
ocesso deocupação,possi
bil
itar
am o desenvol
viment
o deumar
elação
com as pessoas e cr
iar
am pot
enci
ali
dades est
éti
cas; pr
omover
am uma
exper
iênci
asi
ngul
ar,pot
enci
ali
zar
am af
etosecr
iar
am desdobr
ament
osdesses
af
etos.

Ângel
a:Eagor
avol
tandol
ápar
aasuaf
ormaçãoi
nici
al,
quevaii
nfluenci
arnasua
exper
iênci
acomodocent
e.Quepr
ofessor
est
einfluenci
aram?

Mar
ithê:Quandofizocl
ássi
conocol
égi
oest
adualdeAl
fenas,finaldosanos60(
cur
sava doi
s cur
sos si
mul
taneament
e:cl
ássi
co e magi
stér
io) os pr
ofessor
es

eram i
ncr
ívei
s". Er
am?.
..aíeu per
gunt
o pr
a al
gumas pessoas e el
as me
cont
est
am- "
nãaao,el
es não er
am i
ncr
ívei
s,não.Eu acho que você est
á
r
omant
izando o passado.El
es… el
esdavam aul
a de bi
co,el
esf
azi
am de bi
co.
Nem pr
epar
avam aaul
adi
rei
to"-aíeufiquei
,assi
m,t
ãodecepci
onada,né?!Com
essami
nhamemór
iade“
prof
essor
esi
ncr
ívei
s”sabe?

Ângel
a:Aham!

Mar
ithê: Mas aí
,comeceia conver
sar com out
ras pessoas dessa época e
per
gunt
ei:Gent
e,ser
áqueeuest
ouvi
ajando?A mi
nhamemór
iaéi
nvent
ada?O
que é que t
inha naquel
e moment
o? Por que eu achava esses pr
ofessor
es
i
ncr
ívei
s?Daíchegueiasegui
nteconcl
usão:Comoocol
égi
oer
anovo,nãohavi
a
ai
ndat
odosospr
ofessor
esadequados,
convi
dar
am pr
ofissi
onai
sdeout
rasár
eas.
Porexempl
o:t
inhaum queer
apar
apsi
cól
ogo.Aío queel
efazi
a?El
eensi
nava
par
apsi
col
ogi
a,por
que a par
apsi
col
ogi
a er
a o gr
ande l
ance do moment
o,
naquel
a época,sabe? Ent
ão pr
a el
e,er
a o máxi
mo a par
apsi
col
ogi
a,el
e er
a
encant
ado com a par
apsi
col
ogi
a,mas,assi
m,er
a por
que el
eti
nha pai
xão por
i
sso.Ent
ão,el
eensi
navaaqui
loqueel
eti
nhapai
xão.

Ângel
a:Pori
sso,er
aincr
ível
.

Mar
ithê:Si
m.Pori
sso er
aincr
ível
.Aít
inha um out
ro,que ensi
nava Esper
ant
o,
por
queel
eacr
edi
tavaqueo Esper
ant
o deLudwi
k Zamenhofser
iaal
ínguado
f
utur
o.O esper
ant
oest
avaem al
tanaquel
emoment
o,gent
edomundoi
ntei
ro
empol
gado com a l
íngua.Ti
nha t
ambém um pr
ofessor de por
tuguês que
decl
amava com ent
usi
asmo os poemas do Fer
nando Pessoa e do Car
los
Dr
ummonddeAndr
adeandandopel
asal
adeaul
apr
aláepr
ácá.Eoout
ro,que
aoi
nvésdesoci
ologi
aensi
navaci
nema.Aieupensei"
aaaaht
aexpl
icado"
Ângel
a:Quebacana.

Mar
ithê:Ent
ão,assi
m,o que é i
nter
essant
e ni
sso? É que as pessoas.
..el
as
t
rabal
havam com assunt
os pel
os quai
s el
as er
am apai
xonadas,e i
sso f
ez a
di
fer
ença.

Ângel
a:Si
m.Fal
andoem pai
xão,agor
amecont
aaquel
ahi
stór
iadopr
ojet
ordo
seu pai
,que el
e pr
ojet
ava fil
mes no l
ençoldo vi
zinho aos domi
ngos e sua
r
elaçãocom oci
nema.

Mar
ithê Meu pai er
a out
ro apai
xonado.El
e t
inha um pr
ojet
or,daquel
es
pr
ojet
oresdaPat
hébaby9½ com per
fur
açãonocent
ro.
Ant
igopr
acar
amba.Os
r
oloser
am demadei
ra.Vár
iosfil
met
es,vár
ioscur
tas,pr
eto ebr
anco.Al
gumas
ani
mações,i
ncl
usi
ve.E el
e col
ocavaum l
ençolbr
anco l
ánaf
rent
e dacasado
vi
zinhoepassavaosfil
mes.Ent
ão,opessoalchegavacom um bol
inhodechuva,
pi
poca,t
razi
a cadei
ra ou banqui
nho.Fi
cava na f
rent
e vendo aquel
es fil
mes.
Aquel
esfil
meser
am osmesmos,sempr
e!

Ângel
a:Quefil
meser
am?

Mar
ithê:Er
am cur
tinhasmudos,ani
mações,hi
stór
iasder
ainhasseqüest
radas,
com l
etr
eir
o,r
odadoa1
8quadr
os.Ent
ão,er
aum pouqui
nhoacel
erado.Ol
haque
negóci
omai
sjur
ássi
co!Eu er
acr
iançaeaqui
lopr
ami
m er
aum event
oincr
ível
quei
aacont
ecer
,aíficavaesper
andoodomi
ngopr
apoderverosfil
mesdenovo.
Osmesmosfil
mes.Denovo.Ent
ão,masoqueeuachoqueer
aint
eressant
eer
a
o aj
unt
ament
o de pessoasal
i,né?!E aí
,masuma coi
sa que eu ficava mui
to
i
ntr
igada,er
aqueofil
me,comoer
ani
trat
o,ofil
mequei
mava.Vi
ravaaquel
abol
a
quei
madanat
ela.Aít
inhaquepar
ar,r
esf
riar
,cor
tarasduaspont
aseemendar
nacol
adei
ra.Mas,ami
nhapr
eocupação,enquant
o cr
iança,sabeo queer
a?É
que esse fil
me i
a acabaruma hor
a,de t
ant
o que quei
mava e de t
ant
o que
cor
tava,el
eiadi
minui
ndo,di
minui
ndo.Umahor
anão i
atermai
sfil
me.Ent
ão,
assi
m,esseer
aami
nhapr
eocupação,nessaexper
iênci
ané?!

Ângel
a:I
ssovaii
nfluenci
arnoseut
rabal
hocomoci
neast
a,nãoé?

Mar
ithê:
Sim,
masexi
stem out
rosf
ator
escomo,
porexempl
o:um padr
ehol
andês
José Raam,com cur
so de ci
nema na Sor
bonne,er
a pr
ofessordo cur
so de
magi
stér
io do Col
égi
o Sagr
ado Cor
ação e nas aul
as,el
e anal
isava fil
mes,a
l
inguagem, os enquadr
ament
os, a f
otogr
afia e t
odo o pr
ocesso
ci
nemat
ogr
áfico.E out
ra coi
sa f
oio ci
necl
ube do Col
égi
o Est
adualque el
e
t
ambém aj
udouaf
undar
.Nest
eci
necl
ube,agent
evi
u,ent
reout
ros:“
Noi
tesde
Cabí
ria”doFel
li
ni,“
Mor
angosSi
lvest
res”doBer
gman,“
O Anj
oext
ermi
nador
”do
Buñuel
.Assi
sti
aedi
scut
iaosfil
mes.Depoi
squeassi
sti“
O anj
oext
ermi
nador

fiqueipassada,boqui
aber
ta.Um nónacabeça.O quef
oiaqui
lo?
Ângel
a:É,ent
ão,eu per
cebo que o ci
nema j
á est
ava pr
esent
e desde sempr
e,
essacoi
sadai
magem,amont
agem com acoi
sadosr
etal
hos,né?Dej
unt
art
udo
i
sso econst
rui
ral
gumacoi
sadi
fer
ent
e,né?E i
ncr
ível
..
.enessaf
asedeescol
a,
vocêj
ásabi
aquevocêquer
iaf
azerci
nema?Comoéquef
oi,assi
m,ocami
nho
pr
auni
ver
sidade?

Mar
ithê:Na r
eal
idade,nest
a época,eu quer
iaf
azer ci
nema,t
eat
ro e ar
tes
vi
suai
s/pl
ást
icas.
(rsss)Masvocê t
em que escol
herum,né?Aieu pensei
:"mas,
mas.
..seeuescol
herci
nema,euvouficarsem t
eat
ro?!Seeuescol
hert
eat
ro,eu
vou ficarsem ci
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herar
tesvi
suai
s,eu vou ficarsem ci
nemae
t
eat
ro?!E asar
tesvi
suai
s?!Ondevaificar
?”Par
ami
m,er
amui
tonat
uralt
eras
t
rêsár
eassi
mul
taneament
e.Masi
sso f
oimui
to compl
icado,poi
spr
eci
sava de
umaescol
ha,umasó.Nasar
tescêni
caseu t
iveumavi
vênci
acomoat
riznuma
Ci
ade t
eat
ro daci
dade,o TAC,cuj
aspeçaser
am escr
itasporum dr
amat
urgo
l
ocal
,Wal
dirdeLunaCar
nei
ro,quet
inhaopseudôni
modeJaquesPi
res.Er
am
peças com mui
to humor
,ir
oni
a e i
ntel
igênci
a. Er
a como uma sér
ie, os
per
sonagens cont
inuavam em out
ra peça.Havi
a,nest
e moment
o,um f
ort
e
movi
ment
o cul
tur
alnaci
dade,ao pont
o de um empr
esár
io danoi
te,Maur
íci
o
Lomont
e,const
rui
rum t
eat
rodebol
sopar
aogr
upo.Er
aum casar
ãoant
igode
esqui
na.O bardoLomont
eer
afr
eqüent
adopel
oMi
lton Nasci
ment
oeWagner
Ti
so,af
amí
li
adel
emor
avaem Al
fenas.O Lomont
e deu o nomedamãedel
e
par
aoTeat
roJosefinaPacel
liLomont
e.I
ssoaj
udouai
mpul
sionaromovi
ment
o
dasar
tescêni
casl
ocal
.Aomesmot
empo,euf
reqüent
avaum cur
sodepi
ntur
a,
pi
ntavat
elasaól
eo,aquar
elasedesenhoepar
tici
pavadeexposi
ções.

Ângel
a:Masequandochegouomoment
odagr
aduação,oqueescol
heu?

Mar
ithê:Quandochegouomoment
odauni
ver
sidade,acabeii
ndopar
aBr
así
li
a
convi
dadaporumaf
rei
radoSagr
adoCor
açãodeJesuspar
adaraul
asnocol
égi
o
del
a de l
á,depoi
sque ouvi
u o meu di
scur
so de f
ormat
ura como or
ador
a da
t
urma.Não havi
a ai
nda cur
so de Ar
tes Cêni
cas na UnB,fiz vest
ibul
arpar
a
comuni
caçãoef
reqüent
eiocur
sodeci
nema,r
ecém i
naugur
adoel
ogoacabado
porcont
adomoment
oem queest
avapassandoauni
ver
sidadeeopaí
s.Época
da di
tadur
a, mui
tos pr
ofessor
es af
ast
ados, i
nter
venção mi
li
tar
. Enquant
o
cur
sava a UnB eu par
tici
pava de gr
uposde t
eat
ro,f
azi
a mui
tasofici
nase vi
a
mui
tosespet
ácul
osno Teat
ro Mar
tinsPena como,porexempl
o:Le chai
sesde
I
onesco do t
eat
ro do absur
do,com at
oresf
ranceses;O exer
cíci
o com Gl
auce
Rocha;Um Gr
ito par
ado no art
ext
o de Gi
anf
rancesco Guar
nier
i,vi
ncul
ado ao
t
eat
ro de r
esi
stênci
a,com encenação de Fer
nando Pei
xot
o.( l
inguagem
met
afór
ica r
evel
ava o i
nconf
ormi
smo do per
íodo)Al
iás,o f
oco da ar
te nest
e
per
íodo est
ava nasmet
áfor
as.Vit
ambém Desgr
açasde uma cr
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Cami
laAmado;Gal
il
euGal
il
ei,doTeat
roOfici
nacom Renat
oBor
ghi
;Ar
enacont
a
Zumbi
,deBoaleGuar
nier
i.

Ângel
a:Maseasual
igaçãodasar
tesdacenacom aeducação?

Mar
ithê:Em Br
así
li
a,enquant
orol
avam asofici
nasde t
eat
ro-er
a a época dos
l
abor
atór
ios (t
udo er
alabor
atór
io)i
nspi
rados no dr
amat
urgo pol
onês Jer
zy
Gr
otowski
,ost
eat
rosr
ituai
s,aspr
imei
rasexper
iênci
ascom t
eat
roper
for
mat
ivo,
exper
iênci
asi
nfluenci
adaspel
o The Li
ving Theat
re de Judi
te Mal
ina e Jul
ian
Beck,asi
dasdoJoséCel
soMar
tinezeAmi
rHaddadàBr
así
li
a.Nãof
alt
avaBr
echt
(
Umadasqueencenamosdel
efoi“
Aquel
equedi
zsi
m,aquel
equedi
znão”
).Eu
acabeit
raduzi
ndoessesl
abor
atór
iosem aul
aspar
acr
iançaseadol
escent
esno
ensi
nobási
co.Umavez,meenvi
aram par
aumaescol
a,em queadi
ret
oraquer
ia
expul
sarquaseumat
urmai
ntei
ra,mol
ecadabar
rapesada.Fuii
nfor
madaquea
pr
ofessor
a,quet
inhaest
adocom el
es,ant
esdemi
m,saí
rachor
andodasal
a.

Eu usava um cabel
ão,cal
çaLee com f
uros(
naquel
aépocaer
acal
çaLee e os
r
asgos/
fur
oser
am em homenagem aosque f
oram par
a a guer
ra do Vi
etnam,
f
urosdet
iros)
.Eadi
ret
oramei
nfor
mou“vocêpr
eci
saficarci
ncodi
asant
esde
eut
edevol
ver
”.I
ssoer
aapr
axe.Ousej
a,el
anãoacr
edi
tavaqueeupudessedar
cer
tocom essesal
unos,quer
iamedevol
ver
,maspr
eci
savaaguar
darci
ncodi
as.
Eucar
regava nabol
saum di
scodoAst
orPi
azzol
la,per
gunt
ei,ent
ão,sehavi
ana
escol
a um t
oca di
scos.“
Aul
a de músi
ca é?”Er
a Comuni
cação e Expr
essão.
Ent
regar
am-
meot
ocadi
scosequandoent
reinasal
a,viunsmeni
nosem ci
ma
dot
elhado(aescol
ati
nhaum pát
ioi
nter
no)umasmeni
nascom asai
aenfiada
nacal
cinha,um gar
otocom umagar
rafinhadeguar
anácant
andoal
to“
Eubebo
si
m,eest
ouvi
vendo”
.Bom,l
igueiot
ocadi
sco,col
oqueiodi
scoefiqueiouvi
ndo,
qui
etao “
Michel
angel
o”do Ast
orPi
azzol
la,sem darbol
apr
ael
es.A músi
caf
oi
cr
escendoei
nvadi
ndooespaço.Dal
iapoucoel
esf
oram chegando,chegando,
sent
aram qui
etos e ficar
am t
ambém ouvi
ndo a músi
ca.Ant
es da músi
ca
t
ermi
naral
guém per
gunt
ou:“
Num vait
êaul
a?”Di
ant
edest
areação,abai
xeio
vol
umedamúsi
caedi
ssesussur
rado:Vocêsvãocol
ocarascar
tei
rasnof
undoda
sal
a,“
fal
amai
sal
toqueeunum t
oouvi
ndo”
.Repet
iaf
raseum pouqui
nhomai
s
al
to.El
esmeol
har
am com ol
hosar
regal
adoseder
epent
eum seavent
urouef
oi
ar
rast
andoacar
tei
ra,f
azendoum bar
ulhão.Vol
tei
:“Em câmer
alent
a.Podemos
demor
ar a aul
aint
eir
a par
afazer i
sso,mas pr
eci
sa ser mui
to devagar
.”O
engr
açado é que el
es sabi
am o que er
a“câmer
alent
a” e gost
aram da
exper
iênci
a.Quando t
ermi
nar
am,ai
nda em voz sussur
rada eu di
sse “
Agor
a
vocêspodem f
azeroquevocêsqui
ser
em”
.Ol
haor
iscoqueeuest
avacor
rendo.
El
es começar
am a mexer o cor
po,as mãos,ouvi
r al
go na par
ede,ficar
am
pr
ocur
andogest
os.Equandoel
esder
am asmãosefizer
am umar
oda,nossa,f
oi
mági
co!Apar
tirdaí
,fiqueiosemest
rei
ntei
rocom essat
urmaeensai
amosat
éa
peçadet
eat
roPl
uftof
ant
asmi
nhadaMar
iaCl
araMachadoef
omosconvi
dados
par
aum pr
ogr
amadeTV i
nfant
il.Nof
undo,er
am cr
iançasmui
toi
nter
essant
es
quepr
eci
savam dequem acr
edi
tassenel
as.

Ângel
a.Br
así
li
afoium per
íodocont
urbado,nãoé?

Mar
ithê:Br
así
li
a,nest
eper
íodo,al
ém denomear
em um i
nter
vent
orpar
aaUnB
o númer
o de desapar
eci
dos aument
ou,as pessoas f
oram se i
sol
ando. Eu
t
rabal
hava como j
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e chamada Radi
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inha um avi
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racul
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tedevanguar
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Sal
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pe que est
ava pr
epar
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me baseado num
cont
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cant
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Al
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a os pr
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.Acabeime
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upo col
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ando na pr
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odução.El
e me passou vár
iosi
tens
achando queseeu r
esol
vesseospr
imei
rosj
áest
avadebom t
amanho.Resol
vi
t
odoseai
ndasuger
iqueaat
rizVer
aManhães(
mãedaCami
laPi
tanga)usasseo
mesmo figur
ino do bl
oco esubi
ssenum doscar
ros.Aíamesmacost
urei
rado
bl
ocof
ezofigur
inodel
aedoPi
tanga.Acabeiger
enci
andoapr
oduçãoi
ntei
rado
fil
meecr
iandoosfigur
inos.O fil
meacaboucom ot
ítul
odeA f
orçadeXangôe
osper
sonagenst
inham t
emper
ament
osanál
ogosaosOr
ixás.Porexempl
o,a
DonaI
voneLar
afazi
aaZul
mir
aMar
rom que di
alogavacom I
ansã.ZezéMot
ta,
El
keMar
avi
lha,Gr
andeOt
elo,Ant
oni
oPi
tanga,Ver
aManhães,I
voneLar
aer
am
al
gunsdosat
oresdo fil
me.Bom,o fil
me cont
inuou com cenasno Ri
o e eu
acompanhei ficando por l
á dur
ant
e 1
5 anos envol
vida com o l
abor
ci
nemat
ogr
áfico.

Ângel
a Que bacana a exper
iênci
a com est
es at
ores!
Aí,ent
ão,engr
enou no
ci
nema?
Mar
ithê:Ent
ão,nofinaldasfil
magensde“
Afor
çadeXangô”eumecaseicom o
cenógr
afo,o ar
tist
a pl
ást
ico Ti
ão Fonseca e os nossos padr
inhos f
oram El
ke
Mar
avi
lha,I
sidr
o Her
rer
a,I
ber
ê Caval
cant
i.Out
rosat
orest
ambém f
oram par
a
Al
fenaspar
aocasament
ocel
ebr
adopel
opadr
eci
neast
aJoséRaam quef
oimeu
pr
ofessorde ci
nema.Est
e casament
o mobi
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zou a ci
dade i
ntei
ra porcausa da
El
ke Mar
avi
lha,que naquel
e moment
o br
ilhava no pr
ogr
ama do Chacr
inha e
como model
o.Eu mesma fizo vest
ido,er
am set
e sai
asgodê dupl
o de fil
ó de
al
godão t
ingi
do,cada sai
a de uma corem t
onsde l
il
ás,magent
a,mar
avi
lha.
Mi
nhai
rmãar
rumouout
rovest
idomai
sdent
rodopadr
ão,por
queachouaquel
e
que fiz“
mei
o hi
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e”.A El
ke ent
rou no mei
o e di
sse:“
Não,est
e vest
ido est
á
mar
avi
lhoso,el
avaicom el
esi
m”.r
sss

Ângel
a:Al
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nema,vocêt
em um l
ado j
ornal
ist
a..
.

Mar
ithê:NoRi
o,eu meenvol
vicom vár
iasár
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nema,naépocaem quea
Embr
afil
meai
ndaexi
sti
a.Quandonãot
inhafil
mes,i
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nal
ismopar
aa
edi
tor
iade cul
tur
a.Escr
evipar
aasRevi
stas:Vi
são,TempoePr
esença,Pr
opost
a,
Cader
nos do Ter
cei
ro Mundo,Ecol
ogi
a e desenvol
viment
o e par
aar
evi
sta
Cur
to-
Cir
cui
to edi
tada na Fr
ança par
a ospaí
sesde l
íngua l
ati
na.Acompanhei
mui
tosdi
ret
oresemui
tosf
est
ivai
s.ConhecioAl
modóvarquandot
rouxepar
ao
Fest
Rio Mat
ador
,ent
revi
steio Wer
nerHer
zog quando l
ançou Fi
tzcar
ral
do no
Ri
o.Ent
revi
steio Moaci
rSant
os,dest
aspessoasmági
cas,quando vei
o ao Fr
ee
Jazz.Fomos na casa de um ami
go del
e onde el
e est
ava hospedado,eu e o
f
otógr
afo da r
evi
sta. Depoi
s da ent
revi
sta ficamos conver
sando e sai
u um
assunt
o sobr
e a Lemúr
ia cont
eique al
gum xamã havi
a me di
to que vi
m da
Lemúr
ia,eel
e,ent
ão,mededi
couamúsi
caLemur
ianos.Li
nda!

Ângel
a Equandof
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iênci
anaEscuel
adeCi
neem Cuba?

Mar
ithêNapar
alel
a,euescr
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arot
eir
osdeficção.Et
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otei
roi
nti
tul
ado
Ci
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sa,par
alongamet
ragem quet
em como baseaexper
iênci
ada
águasdeFur
nasquei
nundar
am vár
iasci
dadesoupedaçosdeci
dadedar
egi
ão
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fenasporcont
adahi
droel
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ica.Com est
erot
eir
oeu concor
riaumavaga
par
aum cur
soder
otei
rist
anaEscuel
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onaldeCi
neyTVdeSanAnt
oni
o
deLosBaños,r
ecém i
naugur
adaporFer
nandoBi
rrieGabr
ielGar
ciaMar
quez,da
Fundaci
on delnuevo ci
ne Lat
inoamer
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ávamos no
espaçodaescol
aper
todeSan Ant
oni
odeLosBaños.Oscur
sos ocor
riam pel
a
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arde,à noi
tet
inha sessão de ci
nema com debat
e ou pal
est
ra com
al
gum ci
neast
a convi
dado.Eu me l
embr
o de uma pal
est
ra com o ci
neast
a
i
ndi
ano Mr
inalSen,pr
emi
adí
ssi
mo,em Cannes,VenezaeBer
lim,quer
eal
izava
fil
mesde r
esi
stênci
a,mi
stur
ando vár
iosest
ilos. Est
einí
cio daescol
afoiuma
ef
ervescênci
a só,um banho de l
ati
nidade e a convi
vênci
a com ci
neast
as de
vár
iospaí
ses.

Ângel
a:Eaívocêr
etor
nouaoBr
asi
l,par
aapl
icaressar
iquí
ssi
maexper
iênci
a?

Mar
ithê:Quando r
etor
neiao Ri
o,a ci
dade er
a out
ra.Vi
olênci
a cr
escendo e os
fil
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greipar
a o ví
deo.Meu i
rmão,Fr
anci
sco
Azevedo,meconvi
dou par
amor
arem Acesi
ta,Mi
nas.Fui
,ent
ão,com osfil
hos
Her
ê e Vi
tór
ia,e l
á comeceia r
eal
izarví
deos i
nst
ituci
onai
s.Mont
amos uma
pr
odut
ora,aSí
ntesecomuni
caçãoi
ntegr
ada.

Osví
deosi
nst
ituci
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sfor
am vi
stospel
aequi
pedapr
efei
tur
adeI
pat
ingael
ogo
me convi
dar
am par
areal
izaraudi
ovi
suai
spar
a uma educação popul
ar. Er
aa
pr
imei
ra vezque o Par
tido dosTr
abal
hador
esadmi
nist
rava aspr
efei
tur
asdo
i
nter
ior
.Um moment
oímpar
,degr
andesexper
iênci
asnaadmi
nist
raçãopúbl
ica.
Eeu acabeir
eal
izandoexper
iênci
asmet
odol
ógi
cascom ví
deopar
aaeducação
popul
ar.Modos de r
eal
ização audi
ovi
sualpar
a a educação.Mas t
endo como
r
efer
ênci
a os t
eór
icos do ci
nema.O concei
to de mont
agem pol
if
ôni
ca do
ci
neast
arusso Ser
gueiM.Ei
senst
ein par
eceu o mai
sint
eressant
e par
a apoi
ar
nest
aempr
eit
ada.El
edefineamont
agem pol
if
ôni
cacomo“
avançosi
mul
tâneo
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tipl
asl
inhas,cadaqualmant
endoum cur
sodecomposi
ção
i
ndependent
e e cada qualcont
ribui
ndo par
a o cur
so de composi
ção t
otalda
seqüênci
a”.Assi
m,aopçãoporessamont
agem épor
que avar
iedadedel
inhas
ou“
pont
ossem nó”vãoamar
rarnament
edoi
nter
locut
or.Ent
ão,umaf
ormado

deopar
aaeducaçãopopul
arf
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iadacom aexper
iênci
adeI
pat
inga.
Um dosví
deos“
Eupossol
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ever
”sobr
eomovi
ment
odeal
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adul
tosébaseadonaspal
avr
asger
ador
asdePaul
oFr
eir
e.

Ângel
a:I
ssoj
ávaii
nter
conect
andoaudi
ovi
sualeeducação.
..

Mar
ithê:Porcausadot
rabal
hoaudi
ovi
sualdesenvol
vidoem I
pat
ingaeadef
esa
num congr
esso deumaout
raf
ormadecomuni
caçãonãobaseadanasf
ormas
dapubl
ici
dadeedo j
ornal
ismo deconsumo,f
uiconvi
dadapel
aadmi
nist
ração
publ
ica de Pi
raci
caba que t
ambém er
a do PT par
a di
rigi
r o Cent
ro de
Comuni
cação.Tr
abal
haracomuni
caçãonumaout
rachave,i
ncl
uindooout
rono
pr
ocesso,a comuni
cação como f
orma de soci
ali
zação da i
nfor
mação.Em
Pi
raci
caba,o PT er
a mai
sli
gado a pr
ofessor
esuni
ver
sit
ári
os.Porcont
a dest
a
r
elação com pr
ofessor
es, acabei i
ndo par
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ver
sidade Met
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Pi
raci
caba,UNI
MEP,com aul
as a pr
incí
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ovi
suai
se
educaçãoel
ogofizum concur
sopar
aaFacul
dadedeComuni
caçãoeent
reino
mest
radonaUSP,par
atr
abal
harcom ot
emaci
nemaeeducação.
A Uni
ver
sidade Met
odi
sta de Pi
raci
caba f
oi uma uni
ver
sidade mui
to
i
nter
essant
e pr
inci
pal
ment
e pel
osseuspr
ojet
osde ext
ensão vol
tadospar
aa
ci
dadani
a.For
am pr
ojet
osquet
iver
am umai
nter
vençãodi
ret
anacomuni
dade
com oi
ntui
todemel
hor
aravi
dadaquel
acomuni
dade.Porexempl
o:oapoi

cr
iaçãodeumacooper
ati
vademul
her
escost
urei
raseal
ient
ravapesqui
sador
es
e pr
ofessor
es de vár
ias ár
eas do saber par
a a const
rução da i
nici
ati
va.Ou
pr
ojet
os numa agr
ovi
la do MST: odont
ologi
a, pedagogi
a, f
armáci
a,
cont
abi
li
dade,psi
col
ogi
a,comuni
cação,ar
qui
tet
ura,engenhar
ia,ent
re out
ros,
t
odosem pr
oldai
ncl
usão,t
endoPaul
oFr
eir
ecomor
efer
ênci
a.Sobr
eaext
ensão
daUNI
MEP fizum document
ári
oDi
álogosem const
rução.

Ângel
a:Eoseumest
radonaECA USP?

Mar
ithê:No Mest
rado o pr
ojet
o de pesqui
sa f
oiI
magens da ci
dade,ví
deo e
hi
stór
ia em const
rução par
a o ensi
no f
undament
al,
que acabou ganhando o
pr
êmi
onaci
onalI
nter
com daquel
eanodemel
horpesqui
saem comuni
cação.O
pr
ojet
o par
tiu do pr
essupost
o,de que al
guns modos de or
gani
zação do
audi
ovi
sualcont
empor
âneo são adequados a um ensi
no i
nter
disci
pli
nar e
emanci
pador
,por
quecar
regam em suacompl
exi
dade,el
ement
osdenat
ureza
di
alógi
ca e est
ão i
dent
ificados com a nova hi
stór
ia.Modos est
es,que se
car
act
eri
zam est
eti
cament
e pel
o hi
bri
dismo de l
inguagens,gêner
ose f
ormas,
t
ramados com uma est
rut
ura aber
ta.As poét
icas cont
empor
âneas est
ão aí
,
sendo def
endi
das como pot
enci
alment
e emanci
pador
as par
a o ensi
no.Par
a
compr
ovar o que eu est
ava def
endendo,r
eal
izei um audi
ovi
sual hí
bri
do:
I
magensda ci
dade,com apoi
o do FNDE.For
am doi
spr
odut
os:a escr
itaea
r
eal
izaçãoaudi
ovi
sual
.

Ângel
a:Eseudout
orado?Acheii
nter
essant
evocêt
rabal
harcom ot
arô.

Mar
ithê:Ent
ão,aspoét
icascont
empor
âneascont
inuar
am nodout
orado.Dest
a
vezf
oiadr
amat
urgi
aquet
ambém est
avanapaut
a.O quemei
ntr
igava,naquel
e
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o,er
a:seodr
amaél
inearecausal
,comoficam osespet
ácul
osefil
mes
r
eal
izadosnuma out
ra chave num out
ro modo de or
gani
zação,f
ragment
ado,
múl
tipl
o? Fuipar
a as Ar
tes cêni
cas. No PPG em Ar
tes Cêni
cas da USP,f
oi
possí
velcol
ocarem di
atodoum apar
atot
eór
icodot
eat
rocont
empor
âneo.E a
t
eseacabousendoO t
arôeadr
amat
urgi
a:oj
ogoeaficção.
Isso,
por
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to
que o Tar
ô,t
ant
o no seu aspect
o de j
ogo de car
tas,quant
o no de j
ornada
ar
quet
ípi
ca,de i
ndi
viduação,est
udada por pesqui
sador
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anos,pode
apoi
ar na obser
vação e el
abor
ação de uma dr
amat
urgi
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e na
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ual
idade,quer
eflet
eum j
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ement
ossi
ncr
oní
sti
cosem suaconst
rução.E
se as 21car
tas dos ar
canos mai
ores encer
ram um per
cur
so dr
amát
ico e eu
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alharessascar
tas?O queocor
rer
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noenoci
nemamoder
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avam um cami
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ruçãodeum pensament
osobr
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Ângel
a:Vocêf
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ári
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nter
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Mar
ithê:Si
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que par
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ha.Como é uma ficção,eu quer
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sonagem r
ealeacabeichegandoem Al
exi
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imei
ra esposa de Fr
anci
sco Jul
ião e par
tici
pou
at
ivament
e da or
gani
zação das l
igas camponesas.A hi
stór
ia de Al
exi
na me
i
nter
essou mui
to porest
e aspect
o de i
nvi
sibi
li
dade.Pensando no si
lênci
o de
per
sonagens f
emi
ninas anôni
mas,pr
otagoni
stas de uma hi
stór
ia br
asi
lei
ra
r
ecent
e.Nacondi
ção demul
her
,condi
ção const
ruí
dasoci
alment
e,Al
exi
naer
a
consi
der
adauma“
ajudant
e”,donadecasa,mãedequat
ro fil
hosesuasações
nasLi
gaser
am cl
andest
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a,t
eveumavi
dapaut
adapel
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sibi
li
dade.
Ai
déi
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imei
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me
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êmi
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ári
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nter
naci
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nema
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nino.

Ângel
a:Ecomovocêvei
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abá?

Mar
ithê:Eu sempr
e penseiem sai
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so par
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inha Poét
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Cont
empor
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m par
arem Cui
abá
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bedasPoét
icasCont
empor
âneasquemepuxar
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que
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á vi
nha est
udando e pr
ati
cando as poét
icas cont
empor
âneas desde o
mest
rado.

Ângel
a:Ti
nhaqueserpoét
ica,né?
WWW.
MARI
THEAZEVEDO.
COM.
BR

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