Aula 03
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Autor:
Antonio Daud
12 de Janeiro de 2022
Sumário
1 – Introdução .................................................................................................................................................. 3
Lista de Questões.......................................................................................................................................... 43
Gabarito .......................................................................................................................................................... 47
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Resumo ........................................................................................................................................................... 48
Conclusão ....................................................................................................................................................... 51
CF/88 ....................................................................................................................................................... 52
CLT ........................................................................................................................................................... 52
Legislação específica............................................................................................................................. 52
TST ........................................................................................................................................................... 60
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1 – INTRODUÇÃO
Oi amigos (as),
Sejam bem-vindos (as) a mais uma aula do nosso curso. Nesta aula veremos os temas Terceirização e, com
mais detalhes, Trabalho Temporário.
Ambos sofreram mudanças significativas com a aprovação da Lei 13.429, de 31 de março de 2017. A
“Terceirização” sofreu nova alteração por meio da reforma trabalhista (Lei 13.467/2017).
O que a Lei 13.429/2017 fez foi inserir as regras sobre a terceirização dentro da Lei 6.019/1974, que, até
então, tratava somente do trabalho temporário. Além disso, a nova lei alterou alguns aspectos do trabalho
temporário. Portanto, tanto “trabalho temporário” quanto a “terceirização” (em sentido estrito) encontram-
se regulados pela Lei 6.019.
As alterações promovidas pela nova lei exigirão o cancelamento ou a revisão da Súmula no 331 do TST. Até
então, esta súmula era a principal diretriz que tínhamos a respeito do assunto, já que, em todos estes anos
de terceirização no Brasil, o assunto ainda não havia sido regulamentado por lei.
Nesta aula, vamos começar falando da “terceirização” e na sequência abordamos o “trabalho temporário”.
Vamos ao trabalho!
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Na terceirização, por sua vez, estaremos diante de relação trilateral, onde terão lugar:
✓ Empregado
✓ Empregador (empresa prestadora de serviços - EPS)
✓ Empresa contratante de serviços
Neste contexto, haverá contrato de trabalho entre a empresa prestadora de serviços e o empregado, e, entre
as empresas prestadora e contratante, um contrato de natureza civil.
Exemplo: o Supermercado Alfa contrata a empresa de limpeza Limpatudo para realizar a manutenção de
suas instalações.
Entre o Supermercado Alfa e a Limpatudo haverá um contrato de direito civil; entre a Limpatudo e seus
empregados haverá, naturalmente, um contrato de trabalho e teremos, assim, a terceirização das atividades
de limpeza e conservação tendo a Limpatudo como prestadora de serviços e o Supermercado Alfa como
contratante dos serviços.
Até a publicação da Lei 13.429/2017 (que alterou a Lei 6.019/1974), o tema exigia o conhecimento da Súmula
331 do TST:
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância
(Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços
especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade
e a subordinação direta.
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Com a alteração promovida pela Lei 13.429/2017, a redação da súmula perdeu grande parte de sua
relevância.
Lei 6.019, art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita
pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade
principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua
capacidade econômica compatível com a sua execução.
Pela parte final do caput acima, percebemos que a contratante dos serviços não poderia contratar uma
empresa prestadora de serviços (EPS) qualquer, ele deve ter “capacidade econômica” compatível, com, por
exemplo, patrimônio e capital de giro suficiente para o contrato celebrado.
Após a reforma trabalhista, foi excluída a necessidade de que os serviços terceirizados fossem “determinados
e específicos”. Veja como era a redação anterior:
Lei 6.019, art. 4º-A. Empresa prestadora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica de
direito privado destinada a prestar à contratante serviços determinados e específicos.
1
Aqui uma dica! Para diferenciar, na nova redação da Lei 6.019, a “terceirização” (em sentido estrito) do “trabalho temporário”,
fique atento à terminologia dada à empresa contratada para prestar os serviços: em geral, se falar em “empresa prestadora de
serviços” (EPS), será caso de terceirização; se falar em “empresa de trabalho temporário” (ETT), caso de trabalho temporário.
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Aqui um parêntese antes de avançarmos. Muito embora não mais se exija expressamente que os serviços
contratados sejam “determinados e específicos”, como alerta Raphael Miziara2, eles devem ser especificados
no contrato de prestação de serviços3, além do que é vedada4 a utilização dos terceirizados em atividades
distintas daquelas contratadas (desvio de função).
Explorando essa sutileza e a exigência da “especificação do serviço a ser prestado”, trago a questão abaixo,
incorreta:
Seguindo adiante, a Lei 6.019 destaca também que o trabalhador terceirizado (diferentemente do
trabalhador temporário) não se subordina diretamente à contratante:
Portanto, na terceirização, é a EPS quem dirige a prestação laboral (como já dizia a SUM-331 do TST, item III,
parte final).
Outra observação a respeito do §1º acima, é a possibilidade de a empresa prestadora (EPS) de serviços
subcontratar outras empresas (chamada, por alguns, de “terceirização em cadeia”5 ou, por outros,
“quarteirização”6).
Exemplo: o Supermercado Alfa contrata a empresa de limpeza Limpatudo para realizar a manutenção de
suas instalações. A Limpatudo, por sua vez, subcontrata estes serviços da empresa FazdeTudo, cujos
trabalhadores irão efetivamente realizar a tarefa.
Na sequência, a Lei deixa claro que, sendo caso de terceirização lícita7, não haverá formação de vínculo de
emprego dos trabalhadores terceiros (ou sócios das EPS) com a empresa contratante dos serviços:
2
MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, Iuri. A Regulamentação da Terceirização e o Novo Regime do Trabalho Temporário. LTr, 2017. p.
54
3
Lei 6.019/1974, art. 5º-B. O contrato de prestação de serviços conterá: (..) II - especificação do serviço a ser prestado
4
Lei Art. 5o-A, § 1º É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do
contrato com a empresa prestadora de serviços.
5
MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, Iuri. A Regulamentação da Terceirização e o Novo Regime do Trabalho Temporário. LTr, 2017. p.
59-66
6
AIRR - 1818-52.2012.5.12.0019. Data de Julgamento: 3/12/2014, Data de Publicação: DEJT 5/12/2014
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Aproveitando-se o teor da SUM-331, I.
6
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Como já vimos, a empresa prestadora de serviços deve ser uma pessoa jurídica de direito privado com
capacidade econômica para o contrato.
Nesse sentido, a lei da terceirização prevê alguns requisitos para funcionamento desta empresa, em especial
exigências do capital social da empresa:
Lei 6.019/1974, art. 4º-B. São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação
de serviços a terceiros:
a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais);
b) empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$ 25.000,00
(vinte e cinco mil reais);
8
Lei 6.019/1974, art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de emprego entre ela e
os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário.
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Quantidade de
Capital social mínimo (R$)
empregados da EPS
Até 10 10.000,00
de 11 até 20 25.000,00
de 21 até 50 45.000,00
de 51 até 100 100.000,00
mais de 100 250.000,00
Lei 6.019, art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com
empresa de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive
sua atividade principal.
Portanto, a lei facultou que até mesmo pessoas físicas (isto é, naturais) terceirizem serviços 9.
Os serviços terceirizados poderão ser prestados em qualquer local, desde que seja de comum acordo entre
EPS e contratante:
Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 2º Os serviços contratados poderão ser executados nas
instalações físicas da empresa contratante ou em outro local, de comum acordo entre as
partes.
Por meio do art. 5º-A, §3º, o legislador afirma que é a contratante é obrigada a garantir um ambiente de
trabalho seguro:
9
A nova lei não deixou claro se a Administração Pública poderia ou não se escorar em tal definição para terceirizar amplamente
suas atividades. De toda forma, a ampliação irrestrita da terceirização pelo Estado esbarra no mandamento do concurso público
(CF, art. 37, II).
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A par da previsão legal transcrita acima, a doutrina10 entende que tal disposição não afasta a
responsabilidade da EPS, a qual seria solidariamente responsável (juntamente com a contratante), conforme
se extrai do enunciado da 1º Jornada de Direito do Trabalho:
Como regra geral, a Lei faculta (não torna obrigatória) a extensão aos trabalhadores terceirizados das
facilidades médicas e de refeição dos próprios empregados da contratante:
Entretanto, caso os serviços sejam prestados nas dependências da tomadora dos serviços, torna-se
obrigatório à contratante estender tais facilidades aos terceirizados:
10
MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, Iuri. A Regulamentação da Terceirização e o Novo Regime do Trabalho Temporário. LTr, 2017. p.
97-99.
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Lei 6.019, art. 4o-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços
a que se refere o art. 4o-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de
qualquer uma das atividades da contratante, forem executados nas dependências da
tomadora, as mesmas condições:
I - relativas a:
Exemplo 1: a empresa tomadora dos serviços possui refeitório para seus empregados e contrata prestação
de serviços terceirizados em suas dependências: deverá facultar também aos terceirizados a mesma
condição.
Exemplo 2: a empresa tomadora dos serviços possui refeitório para seus empregados, mas a prestação de
serviços terceirizados ocorre fora das suas dependências: poderá facultar também aos terceirizados a
mesma condição.
O mesmo vale para transporte, atendimento médico e ambulatorial, treinamento, condições sanitárias e de
SST.
Embora parte da doutrina tenha entendido inicialmente que o art. 4o-C (inserido pela Lei 13.467/2017)
revogou tacitamente o art. 5o-A, § 4o (inserido pela Lei 13.429/2017), as Bancas têm entendido pela
coexistência das duas regras, de modo que uma seria exceção à regra da outra.
Este detalhe foi cobrado na questão abaixo, incorreta, já que não se mencionou que a prestação ocorria nas
dependências da contratante:
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Gosto Bom Ltda., indústria alimentícia, terceirizou os serviços do setor de embalagens dos seus produtos e,
para tanto, contratou a empresa Pacote Forte Embalagens Ltda., de propriedade de seu antigo gerente
industrial, que pediu demissão exatamente para fundar esta empresa. Esse é o primeiro contrato de
prestação de serviços firmado pela Pacote Forte Embalagens Ltda., quatro meses depois de iniciar suas
atividades. No contrato de prestação de serviços pactuado restou previsto que os empregados da contratada
farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante. Os serviços contratados são
executados nas dependências da tomadora. Considerando as regras legais sobre terceirização de serviços,
julgue:
( ) os empregados da Pacote Forte Embalagens Ltda. que prestam serviços à Gosto Bom Ltda. têm
asseguradas as mesmas condições relativas a atendimento médico ou ambulatorial existente nas
dependências da contratante ou local por ela designado.
E se, por exemplo, a quantidade de terceirizados for tão grande que o refeitório da
tomadora não seja suficiente para acomodar todos?
Lei 6.019, art. 4o-C, § 2o Nos contratos que impliquem mobilização de empregados da
contratada em número igual ou superior a 20% (vinte por cento) dos empregados da
contratante, esta poderá disponibilizar aos empregados da contratada os serviços de
alimentação e atendimento ambulatorial em outros locais apropriados e com igual padrão
de atendimento, com vistas a manter o pleno funcionamento dos serviços existentes.
----
Todavia, em se tratando de salário, veremos mais à frente que não existe tal equivalência.
----
Por fim, a lei deixa clara a responsabilidade subsidiária da contratante pelas obrigações trabalhistas em uma
terceirização lícita11:
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Aproveitando-se o teor da SUM-331, itens I e IV.
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Antes da publicação da Lei, permitia-se (por meio da SUM-331 do TST) somente a terceirização de serviços
especializados ligados à atividade-meio do contratante, atividades de limpeza e conservação e de vigilância.
A nova lei, por sua vez, não faz qualquer restrição nesse sentido, possibilitando expressamente a
terceirização das atividades principais da empresa contratante. Ou seja, segundo dispõe a Lei 6.019, com
redação dada pela Lei 13.467, de julho de 2017, quaisquer atividades podem ser objeto de terceirização, seja
atividade-meio ou atividade-fim.
12
Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime
de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e
recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele
dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei.
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Na sequência, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu13 que é lícita a terceirização em todas as etapas do
processo produtivo, seja meio ou fim, tendo fixado a seguinte tese:
O art. 5º-B da Lei 6.019 elenca alguns requisitos do contrato de prestação de serviços:
IV - valor.
Objetivando minimizar as chances de que as empresas dispensem seus empregados próprios para
terceirizarem, com os mesmos trabalhadores, as atividades por eles exercidas, criou-se uma quarentena de
18 meses.
Exemplo: Francisco é empregado da empresa QueBrada Ltda. Se Francisco é dispensado, ele somente poderá
prestar serviços, enquanto trabalhador terceirizado, àquela empresa após o decurso de 18 meses (seja como
empregado da empresa prestadora de serviços, seja como sócio da prestadora).
A ideia é evitar que os empregados sejam demitidos e forçados a constituírem empresas próprias
(pejotização) para prestarem serviços ao antigo empregador, no intuito de burlar a legislação trabalhista.
13
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 324 e o Recurso Extraordinário (RE) 958252, com repercussão
geral reconhecida. Julgamento em 30/8/2018.
14
Aproveito para destacar que a Lei 6.019 não se aplica à terceirização dos serviços de vigilância e transporte de valores, os quais
continuam sendo regidos por lei própria (Lei nº 7.102/1983).
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A única exceção refere-se ao empregado que se aposenta. Neste caso, não há que se falar em quarentena
de 18 meses:
Lei 6.019, art. 5º-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4º-A desta Lei,
a pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado
serviços à contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo
empregatício, exceto se os referidos titulares ou sócios forem aposentados.
Lei 6.019, art. 5º-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta
mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do
decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado.
O TST vinha entendendo que os trabalhadores terceirizados tinham direito à isonomia salarial com o
empregado próprio do tomador dos serviços, em especial nas situações de terceirização ilícita, conforme se
depreende da OJ 383 da SDI-115.
Todavia, a Lei não exige isonomia entre os terceirizados e os empregados próprios do tomador. Isto porque,
por meio da Lei 13.467, que alterou a Lei 6.019/1974, ficou estabelecido que não há obrigatoriedade de
equivalência salarial entre o empregado próprio do tomador dos serviços e o trabalhador terceirizado:
Em outras palavras, até pode ser estabelecida a equivalência salarial, no âmbito do contrato de prestação de
serviços, mas esta não é uma obrigação das empresas.
15
383. TERCEIRIZAÇÃO. EMPREGADOS DA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS E DA TOMADORA. ISONOMIA. ART. 12, “A”, DA LEI
Nº 6.019, DE 03.01.1974.
A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com ente da Administração
Pública, não afastando, contudo, pelo princípio da isonomia, o direito dos empregados terceirizados às mesmas verbas trabalhistas
legais e normativas asseguradas àqueles contratados pelo tomador dos serviços, desde que presente a igualdade de funções.
Aplicação analógica do art. 12, “a”, da Lei nº 6.019, de 03.01.1974.
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Nesse sentido, destaco que a equivalência salarial ficou mantida apenas para o trabalhador temporário – Lei
6.019, art. 12, ‘a’.
Para encerrar este tópico, trago as críticas do Ministro Godinho em relação à mudança promovida 16:
A terceirização no âmbito público em geral é realizada por meio de contratos administrativos de prestação
de serviços, celebrados entre o ente público e o prestador privado.
A regra geral, de sede constitucional, é de que tais contratos sejam resultantes de um procedimento
licitatório.
16
DELGADO, Maurício Godinho. DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: com os comentários à Lei n.
13.467/2017. 1ª ed. São Paulo: LTr, 2017. P. 209
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E, uma vez celebrado o contrato, como vocês sabem, a Lei 8.666 atribuiu à Administração Pública o dever de
fiscalizar os contratos administrativos que vier a celebrar:
Lei 8.666, art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um
representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de
terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
Esta atribuição é desempenha por um servidor, muitas vezes chamado de “fiscal de contrato” ou “gestor de
contrato”.
Considerando esta atribuição, o TST vinha entendendo que, caso esta fiscalização não fosse realizada de
forma adequada, a Administração Pública poderia ser chamada a responder pelos créditos trabalhistas não
pagos aos terceirizados.
Exemplo: a empresa XYZ foi contratada pelo Tribunal 234 para prestar serviços de vigilância. Pois bem, a
empresa decretou sua falência e deixou de pagar uma série de direitos aos seus empregados que prestavam
serviços àquele Tribunal.
Nesse cenário, o TST vinha entendendo que, caso o Tribunal não houvesse fiscalizado de forma adequada a
prestação dos serviços, o próprio Tribunal 234 poderia ser chamado a responder pelos direitos dos
empregados da empresa XYZ.
O conceito de culpa in eligendo decorre do tomador de serviços ter elegido mal seu prestador de serviços,
que não cumpriu suas obrigações perante os empregados.
Para que o tomador de serviços seja responsabilizado subsidiariamente me face de obrigações trabalhista
oriundas da terceirização, este deve ter participado da relação processual e deve constar também do título
executivo judicial.
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Esta alteração decorreu de ação judicial (Ação Declaratória de Constitucionalidade - ADC) envolvendo a Lei
8.666/93, também chamada de Lei de Licitações e Contratos (LLC), que em seu artigo 71 dispõe:
Além disso, a LLC estabelece que a Administração contratante fiscalizará a execução do contrato e o
cumprimento das obrigações contratuais da empresa contratada.
Deste modo, o item V deixa claro que a responsabilização do ente público “não decorre de mero
inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada”, mas terá
lugar quando se verifique que o ente público contratante aja de forma culposa no cumprimento
(descumprimento, no caso) de sua obrigação de fiscalizar o contato – configurar-se-ão, neste caso, as culpas
in eligendo e in vigilando.
Em outro giro, no julgamento do RE nº 760.931/DF, com repercussão geral reconhecida, o STF firmou a tese
de que:
Isto porque o STF entendeu que a responsabilização do ente público apenas está autorizada quando comprovada
a ausência de fiscalização quanto ao cumprimento das obrigações trabalhistas pela prestadora.
Até pouco tempo atrás, vinha se entendendo que a definição do ônus da prova caberia ao TST, diante de sua
natureza eminentemente infraconstitucional. E, nesse sentido, vinha defendendo o TST 17 que a
Administração Pública é quem detinha o ônus de provar que fiscalizou diligentemente os contratos por ela
firmados. Não havendo tal comprovação, o poder público seria chamado a responder em caráter subsidiário.
Na prática, tal entendimento acabava apequenando o entendimento do STF no sentido de que a
17
A exemplo do TST-E-RR-925-07.2016.5.05.0281, SBDI-I, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão,
12.12.2019. Informativo TST 214
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Administração não responderia automaticamente. Isto porque, caso não houvesse provas de fiscalização
adequada, haveria a responsabilização subsidiária do poder público "automaticamente".
Ocorre que, a partir de setembro de 2020, interpretando-se julgados do STF18, o TST curvou-se à tese de que
é do empregado (e não da Administração Pública) o ônus de se comprovar a culpa in vigilando da
Administração:
2. Sobreleva notar que a tese da Relatora originária do RE 760.931 (Min. Rosa Weber), de
que o ônus da prova era da Administração Pública, restou vencida, e a decisão do TST,
calcada na culpa in vigilando do ente público, por não ter provado que fiscalizou o
cumprimento das obrigações trabalhistas, foi reformada. Assim, os embargos declaratórios
foram rejeitados ao fundamento de que a decisão não carecia de maiores esclarecimentos
(RE 760.931-ED, Red. Min. Edson Fachin, DJe de 06/09/19). Ou seja, nem se adotou a tese,
a contrario sensu, do ônus da prova do reclamante nos embargos declaratórios, nem se
afirmou ser tal matéria infraconstitucional, já que, repita-se, ficou vencida a tese do ônus
da prova da administração pública no julgamento originário do Supremo, com cassação da
decisão do TST que se firmava nessa tese específica (Rel. Min. Freire Pimenta).
18
Em especial o RE 760.931 (tema de repercussão geral 246)
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TST-RR-83- 97.2018.5.20.0003, 4ª Turma, rel. Min. Ives Gandra Martins Filho, julgado em
29/9/2020. Informativo TST 226.
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Este item também foi inserido em 2011, para deixar claro que a responsabilidade subsidiária na terceirização
não se refere apenas ao salário, mas também às demais verbas trabalhistas remuneratórias e indenizatórias.
Como já ressaltamos anteriormente, a súmula comentada acima não foi objeto de cancelamento ou reforma
pelo TST, mesmo após a publicação da nova lei de terceirização
1 (Lei 13.429/2017).
As alterações promovidas pela nova lei exigirão o cancelamento ou a revisão da Súmula no 331 do TST, pois,
até então, esta súmula era a principal diretriz que tínhamos a respeito do assunto, já que, em todos estes
anos de terceirização no Brasil, o assunto ainda não havia sido regulamentado por lei.
Com a alteração promovida pela Lei 13.429/2017, a redação da súmula, no geral, perdeu parte de sua
relevância.
Todavia, no que diz respeito à responsabilidade do tomador, a regra continua sendo a responsabilidade
subsidiária de quem contrata a prestação dos serviços.
Nesse sentido, a lei da terceirização reforça a responsabilidade subsidiária da contratante pelas obrigações
trabalhistas em uma terceirização lícita19:
Por fim, ressalte-se que, em junho de 2020, ao apreciar a constitucionalidade da alteração promovida pela
Lei 13.429/2017, o STF21 confirmou sua constitucionalidade, inclusive quanto à possibilidade de terceirização
no âmbito da Administração Pública.
19
Aproveitando-se o teor da SUM-331, itens I e IV.
20
Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime
de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e
recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele
dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei.
21
ADIs 5.735, 5.695, 5.685, 5.686 e 5.687
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3 - TRABALHO TEMPORÁRIO
Em relação ao trabalho temporário, considero importante frisar que o trabalhador temporário não se
confunde com o empregado contratado a prazo determinado (art. 443 da CLT).
No trabalho temporário regido pela Lei 6.019/74 temos uma relação jurídica trilateral, com a empresa de
trabalho temporário (ETT), empresa tomadora de serviços e o trabalhador, vinculado à primeira.
No contrato a prazo determinado, conforme delineado pelo art. 443 da CLT, não existe empresa de trabalho
temporário; é a própria empresa interessada que irá contratar o empregado a prazo determinado nas
hipóteses previstas, quais sejam:
c) de contrato de experiência.
Acerca da similitude das hipóteses autorizativa das contratações em ambos os casos, Mauricio Godinho
Delgado22 explica que
-----
Voltando ao trabalho temporário, regido pela Lei 6.019/74, pode-se defini-lo como:
Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada
por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa
22
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 463.
20
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Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma
empresa, para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e
permanente ou à acréscimo extraordinário de serviços.
Como a empresa de trabalho temporário (ETT) não é contratada para realizar serviços, mas sim intermediar
mão de obra, percebam que este é um caso em que o trabalhador da empresa prestadora será alocado na
dinâmica industrial da tomadora, ou seja, realizará suas atividades de forma subordinada à tomadora.
Trabalho subordinado
(entretanto não há vínculo de Relação de trabalho
emprego)
Trabalhador temporário
21
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O trabalho temporário se destina a permitir que a empresa de trabalho temporário (ETT) forneça
trabalhadores a outras empresas, sendo relação excepcional que só é admitida nas estritas hipóteses do art.
2º da Lei 6.019/74, a saber:
Lei 6.019/74, art. 2º, § 2º Considera-se complementar a demanda de serviços que seja
oriunda de fatores imprevisíveis ou, quando decorrente de fatores previsíveis, tenha
5
natureza intermitente, periódica ou sazonal.
✓ imprevisíveis ou
✓ previsíveis, com natureza
o periódica
o intermitente
o sazonal
Por outro lado, o Decreto 10.060, de outubro de 2019, deixa claro que:
----
Além das hipóteses, é importante se atentar para duas novidades trazidas com a Lei 13.429/2017:
23
Decreto 10.060/2019, art. 3º, V - substituição transitória de pessoal permanente - substituição de trabalhador permanente da
empresa tomadora de serviços ou cliente afastado por motivo de suspensão ou interrupção do contrato de trabalho, tais como
férias, licenças e outros afastamentos previstos em lei;
24 Que substituiu a hipótese anterior de acréscimo extraordinário de serviços.
25 A definição anterior dava margem a que pessoas físicas também o fossem.
26 A definição anterior restringia o trabalho temporário ao meio urbano.
22
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A lei autoriza, excepcionalmente, a utilização do trabalho temporário para substituir grevistas em algumas
raras situações27, como no caso de greve considerada abusiva:
Portanto, vejam que, regra geral, não se pode utilizar do trabalho temporário para substituir grevistas
indiscriminadamente.
A adoção do trabalho temporário, na situação de greve, se dá apenas em casos específicos, previstos na Lei
de Greve.
Por fim, a lei esclarece que o trabalho temporário pode se dar em atividades-meio ou atividades-fim da
tomadora dos serviços:
5
Lei 6.019/74, art. 9º, § 3o O contrato de trabalho temporário pode versar sobre o
desenvolvimento de atividades-meio e atividades-fim a serem executadas na empresa
tomadora de serviços.
Esta regra não traz novidades quanto ao trabalho temporário, eis que este já era o entendimento vigente
com a SUM-331 (apenas a “terceirização” é que não era admitida em atividades-fim).
Em regra, o atual29 prazo do trabalho temporário, considerando o mesmo trabalhador e o mesmo tomador,
é de 180 dias (ainda que não consecutivos):
Lei 6.019, art. 10, § 1º O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo
empregador, não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não.
Todavia, a lei prevê uma possibilidade de prorrogação por mais 90 dias, caso mantidas as condições que
ensejaram a contratação:
27
Lei 7.783, art. 9º Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade patronal ou
diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar os serviços cuja
paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a
manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento.
Parágrafo único. Não havendo acordo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito de contratar
diretamente os serviços necessários a que se refere este artigo.
Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como a manutenção da
paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho.
28
Estes casos encontram-se previstos nos arts. 9º e 14 da Lei de Greve.
29
Antes da Lei 13.429, o prazo do contrato de trabalho temporário era de até três meses, salvo autorização do Ministério do
Trabalho.
23
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Lei 6.019, art. 10, § 2º O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias,
consecutivos ou não, além do prazo estabelecido no § 1º deste artigo, quando comprovada
a manutenção das condições que o ensejaram.
Portanto:
Quer dizer que um trabalhador, em toda sua vida, pode ser temporário de um mesmo tomador somente
durante esse prazo?
Lei 6.019, art. 10, § 5º O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado nos §§
1º e 2º deste artigo somente poderá ser colocado à disposição da mesma tomadora de
serviços em novo contrato temporário, após noventa dias do término do contrato
anterior.
Exemplo: se Pedro tiver sido trabalhador temporário na empresa XisMais por 270 dias (180+90), passados
90 dias do final do contrato anterior, ele poderia ser novamente “colocado à disposição” da empresa XisMais.
A resposta está na própria lei: vínculo de emprego com o tomador dos serviços:
Lei 6.019, art. 10, § 6º A contratação anterior ao prazo previsto no § 5º deste artigo
caracteriza vínculo empregatício com a tomadora.
A Lei 6.019 exige o registro da empresa de trabalho temporário junto ao Ministério do Trabalho (MTb):
Neste aspecto, não houve novidades com a Lei 13.429/2017. A alteração ficou por conta dos requisitos para
funcionamento e registro da ETT. A nova lei resumiu os requisitos aos seguintes:
24
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Lei 6.019/1974, art. 6º, I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
(CNPJ), do Ministério da Fazenda;
III - prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 100.000,00 (cem mil reais).30
Comparando as exigências de capital social entre a ETT (trab. Temporário) e a EPS (terceirização), temos o
seguinte:
A lei não traz grandes novidades ao definir a empresa tomadora de serviços, em seu art. 5º:
Lei 6.019, art. 5º Empresa tomadora de serviços é a pessoa jurídica ou entidade a ela
equiparada que celebra contrato de prestação de trabalho temporário com a empresa
definida no art. 4o desta Lei.
Buscando conferir segurança jurídica ao tomador dos serviços, a nova lei assegura que, em uma relação de
trabalho temporário, não haverá formação de vínculo de emprego entre o trabalhador e o tomador dos
serviços:
30
Anteriormente, a exigência de capital social era de 500 salários-mínimos.
25
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Lei 6.019, art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe
vínculo de emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho
temporário.
Apesar de não ter deixado expresso, subentende-se que tal dispositivo aplica-se somente ao trabalho
temporário lícito.
Seguindo adiante, assim como fez em relação à terceirização de serviços, a Lei deixa claro que é o tomador
quem deve garantir um ambiente de trabalho seguro:
Portanto, cabe ao tomador dos serviços assegurar condições adequadas de segurança e saúde no trabalho
aos trabalhadores terceirizados.
Nessa esteira, no §2º abaixo a lei também obriga o tomador do trabalho temporário a estender aos
trabalhadores temporários as facilidades médicas e de refeição dos próprios empregados da empresa
tomadora:
Comparando estas regras do trabalho temporário com aquelas estudadas sobre a terceirização de serviços,
temos o seguinte:
Por fim, a lei deixa clara a responsabilidade do tomador dos serviços pelas obrigações trabalhistas em um
trabalho temporário.
26
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Entretanto, mantendo uma regra que já existia antes da Lei 13.429/2017, no caso de falência da ETT, o
tomador responderá de forma solidária:
A lei deixa claro que o contrato de intermediação de mão de obra, celebrado entre a ETT e a tomadora dos
serviços, deverá ser por escrito e conter os seguintes elementos:
31
Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime
de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e
recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele
dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei.
27
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Lei 6.019, art. 9º O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora
de serviços será por escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no
estabelecimento da tomadora de serviços e conterá:
Assim como ocorria antes da Lei 13.429, o contrato entre o trabalhador temporário e a ETT também deve
ser necessariamente por escrito:
Lei 6019, art. 11 - O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário
e cada um dos assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente
será, obrigatoriamente, escrito e dele deverão constar, expressamente, os direitos
conferidos aos trabalhadores por esta Lei.
Caso a tomadora se interesse por contratar o temporário (que originalmente era trabalhador da empresa de
trabalho temporário) isto deve ser permitido, não sendo admitida cláusula de reserva:
32
DELGADO, Mauricio Godinho. 9ª ed., p. 432.
33
RR - 1342-91.2010.5.02.0203; Red. Min. Renato de Lacerda Paiva; 30/4/2015; RR – 1000-46.2014.5.09.0009, rel. Min. Alexandre
de Souza Agra Belmonte; 28/9/2016
28
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Lei 6.019/74, art. 11, parágrafo único. Será nula de pleno direito qualquer cláusula de
reserva, proibindo a contratação do trabalhador pela empresa tomadora ou cliente ao fim
do prazo em que tenha sido colocado à sua disposição pela empresa de trabalho
temporário.
Lei 6.019, art. 10, § 4º Não se aplica ao trabalhador temporário, contratado pela tomadora
de serviços, o contrato de experiência previsto no parágrafo único do art. 445 da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio
de 1943.
Ou seja, caso o tomador dos serviços decida contratar diretamente a pessoa que lhe prestava serviços como
trabalhador temporário, não poderá celebrar contrato de experiência com este trabalhador. As partes já se
conhecem, de modo que não faria sentido algum um contrato de experiência nessa situação.
A Lei 13.429 não alterou os direitos do trabalhador temporário, que já eram previstos no art. 12 da Lei 6.019:
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4 – FLEXIBILIZAÇÃO E DESREGULAMENTAÇÃO
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA
Avançando, salienta-se que a Constituição Federal, apesar de ter reforçado a proteção e garantido direitos
mínimos ao trabalhador, autorizou a flexibilização dos direitos trabalhistas que sejam de indisponibilidade
relativa, como sendo aqueles de caráter privado, não previstos em lei ou na própria CF como tal (por
exemplo, direitos estipulados em acordo ou convenção coletiva de trabalho ou no regulamento da empresa).
A lei tem autorizado, cada vez mais, outras hipóteses de flexibilização além daquelas
previstas na Constituição (..)
Já quando se fala em desregulamentação, observa-se um fenômeno mais radical, em que o Estado deixa de
intervir nas relações de trabalho, deixando que as partes negociem livremente.
Além disso, entende-se incompatível com o Direito do Trabalho a desregulamentação das relações
trabalhistas. Notem que a desregulamentação (diferentemente da “flexibilização”) pressupõe a ausência de
intervenção estatal, de modo que as partes poderiam estipular livremente os contratos de trabalho. Tal
situação tende a não ser admitida no âmbito do Direito do Trabalho.
34
CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 14ª ed. Ed. Método. 2017. p. 39.
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QUESTÕES COMENTADAS
Comentários:
Na esfera privada, como regra geral, o tomador de serviços é responsável subsidiário pelas verbas
trabalhistas devidas ao terceirizado.
No setor público, no entanto, a responsabilidade do tomador dos serviços (órgão de imprensa oficial) não é
automática, pois somente terá lugar quando comprovada sua conduta culposa na fiscalização contratual:
Gabarito (E)
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Comentários:
O item V da SUM-331 do TST, após alteração promovida em decorrência da ADC 16/STF, deixa claro que a
responsabilização do ente público “não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas
assumidas pela empresa regularmente contratada”, mas terá lugar quando se verifique que o ente público
contratante aja de forma culposa no cumprimento (descumprimento, no caso) de sua obrigação de fiscalizar
o contato – configurar-se-ão, neste caso, as culpas in eligendo e in vigilando.
Portanto, diferentemente do que ocorre em relação aos particulares, a responsabilidade do ente público
não é ‘automática’, dependendo da aferição do grau de zelo da Administração Pública na fiscalização do
adimplemento das obrigações.
Gabarito (E)
Comentários:
Assim, Marcela não poderia ser recontratada como terceirizada da CTMR antes do decurso de 18 meses:
33
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Lei 6.019, art. 5o-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta
mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do
decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado.
Gabarito (D)
Comentários:
A letra (A), incorreta, já que o prazo máximo, após a mudança ocorrida com a Lei 13.429/2017, é de 180 dias,
prorrogáveis por mais 90 (consecutivos ou não):
Lei 6.019/1974, art. 10, § 1º O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo
empregador, não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não.
§ 2º O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não, além do
prazo estabelecido no § 1º deste artigo, quando comprovada a manutenção das condições
que o ensejaram.
A letra (B), correta, pois se trata de um direito previsto no art. 12, ‘a’, da Lei 6.019/1974 (chamado por alguns
de ‘remuneração equitativa’):
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A letra (C), incorreta, pois devem ser por escrito ambos os contratos celebrados pela ETT. Ou seja, tanto o
contrato da ETT com a tomadora, quanto o contrato da ETT com o trabalhador temporário, devem ser por
escrito:
A letra (D), incorreta, já que, no caso de falência da ETT, o tomador dos serviços é responsável solidário:
Por fim, a letra (E), incorreta, já que a ETT é proibida de cobrar qualquer importância do trabalhador a título
de mediação:
Gabarito: (B).
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Comentários:
A descrição da contratação se amolda à hipótese que autoriza a contratação de trabalhador temporário, com
base na Lei 6.019/74, art. 2º:
Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada
por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa
tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal
permanente ou à demanda complementar de serviços.
Gabarito: (D).
Comentários:
A lei deixa claro que é subsidiária a responsabilidade da contratante pelas obrigações trabalhistas em uma
terceirização:
36
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Gabarito: (C).
Comentários:
O terceirizado não pode estar subordinado à empresa contratante. Quem dirige a prestação dos serviços é a
empresa prestadora dos serviços (EPS):
Gabarito: (E).
8. Daud/2017
A nova regulamentação da terceirização permite, até mesmo, que a empresa prestadora dos serviços
subcontrate a prestação de serviços. Em outras palavras, a lei permite a chamada 'quarteirização'.
Comentários:
A alternativa está correta, conforme dispõe a Lei 6.019, art. 4º-A, §1º, em sua parte final, transcrito acima.
A respeito do uso da terminologia ‘quarteirização’, tomamos por base a corrente retratada no seguinte
excerto:
35
Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime
de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e
recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele
dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei.
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Assentou o E. Regional que a Reclamada RBS terceirizou à empresa Pack Four a entrega de
seus jornais, a qual, por sua vez, terceirizou o serviço ao Reclamado Wilson Sadzinski - ME,
empregador do Reclamante. Assim, o fenômeno havido no caso dos autos é aquele que a
doutrina e a jurisprudência denominam como "quarteirização", (..)
Gabarito: (C).
9. Daud/2017
A Lei 13.429, de 31 de março de 2017, atribui à empresa prestadora dos serviços a responsabilidade por
garantir condições de trabalho seguras aos seus trabalhadores, inclusive quando o trabalho for realizado em
outras dependências.
Comentários:
É da contratante (tomadora dos serviços) a responsabilidade por garantir um ambiente de trabalho seguro
também para os temporários que lhe prestarem serviços:
Gabarito: (E).
10. Daud/2017
A nova lei da terceirização definiu elementos mínimos para o contrato de prestação de serviços, celebrado
entre contratante e a empresa prestadora dos serviços. A despeito disso, tal avença prescinde da
especificação do serviço a ser prestado.
Comentários:
Tal informação é imprescindível ao contrato de prestação de serviços, segundo disposto na Lei 6.019/1974:
IV - valor.
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Gabarito: (E).
11. Daud/2017
A nova regulamentação do trabalho temporário veda sua utilização no meio rural.
Comentários:
Reparem que não mais consta tal restrição à utilização do trabalho temporário no meio urbano. Segue abaixo
a definição anterior de ETT (já revogada), que fazia menção à prestação urbana:
Gabarito: (E).
12. Daud/2017
A greve representa direito assegurado constitucionalmente. Apesar disso, é permitida a contratação de
trabalhadores temporários para substituir empregados em greve, ainda que o movimento paredista
descumpra exigências previstas na Lei de Greve e seja considerado abusivo.
Comentários:
Excepcionalmente, a lei autoriza a utilização do trabalho temporário para substituir grevistas, mas isto se dá
apenas nos casos previstos na lei de greve36, como no caso de greve considerada abusiva:
Gabarito: (E).
13. Daud/2017
O trabalho temporário é por natureza efêmero. A despeito disso, após 60 dias do fim do contrato temporário,
o trabalhador pode ser colocado à disposição novamente da mesma tomadora.
36
Lei 7.783, art. 9º Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade patronal ou
diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar os serviços cuja
paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a
manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento.
Parágrafo único. Não havendo acordo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito de contratar
diretamente os serviços necessários a que se refere este artigo.
Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como a manutenção da
paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho.
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Comentários:
A “quarentena” é de 90 dias:
Lei 6.019, art. 10, § 5º O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado nos §§
1º e 2º deste artigo somente poderá ser colocado à disposição da mesma tomadora de
serviços em novo contrato temporário, após noventa dias do término do contrato
anterior.
Gabarito: (E).
14. Daud/2017
A Empresa de Trabalho Temporário deve se registrar perante o Ministério do Trabalho. Para tanto, deverá
fazer prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 250.000,00.
Comentários:
Lei 6.019/1974, art. 6º, I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
(CNPJ), do Ministério da Fazenda;
III - prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 100.000,00 (cem mil reais).
Gabarito: (E).
15. Daud/2017
A tomadora dos serviços deve assegurar aos temporários que trabalharem em suas dependências condições
seguras de trabalho, sendo que a Lei garante a este trabalhador seguro contra acidente do trabalho.
Comentários:
Além disso, o trabalhador temporário faz jus o SAT (seguro contra acidente do trabalho) segundo expressa
disposição legal:
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Lei 6.019, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos: (..)
Gabarito: (C).
16. Daud/2017
Segundo dispõe a Lei 6.019, com redação dada pela Lei 13.467, a empresa prestadora de serviços não possui
obrigação de garantir aos terceirizados direito à isonomia salarial em relação aos empregados próprios da
contratante dos serviços, diferentemente do que ocorre em relação aos trabalhadores temporários em
relação aos empregados da empresa tomadora dos serviços.
Comentários:
Em relação aos terceirizados, segue o art. 4º-C, §1º, que estabelece a isonomia salarial como uma faculdade
das empresas:
Em sentido contrário, o art. art. 12, “a”, que prevê tal direito aos temporários:
Gabarito: (C).
17. Daud/2017
Caio e Tício tiveram seus contratos de trabalho extintos pela empresa QuêBrada Ltda. No mesmo período,
Mévio se aposentou e também teve seu vínculo de emprego extinto com a QuêBrada.
Na sequência, Mévio e Tício constituíram a empresa Recursus para Terceiros Ltda e contrataram Caio como
emprego, para auxiliar na prestação de serviços. A empresa QuêBrada decide terceirizar para a Recursus
parte de suas atividades finalísticas. Passados seis meses,
(A) apenas Mévio e Tício podem atuar como terceirizados da QuêBrada.
(B) Tício só poderia atuar como terceirizado da QuêBrada após decorridos doze meses do rompimento do
seu vínculo empregatício.
(C) apenas Mévio poderia ser sócio da empresa contratada pela QuêBrada.
(D) apenas Caio pode atuar como terceirizado da QuêBrada.
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Comentários:
Lei 6.019, art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita
pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade
principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua
capacidade econômica compatível com a sua execução.
Em relação à quarentena, com apenas 6 meses do rompimento do vínculo de Tício e Caio não poderiam ser
nem sócios nem empregados da empresa prestadora de serviços. Por outro lado, como Mévio aposentou-
se, este sim poderia ser sócio da empresa contratada pela QuêBrada:
Lei 6.019, art. 5o-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4o-A desta Lei,
a pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado
serviços à contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo
empregatício, exceto se os referidos titulares ou sócios forem aposentados.
Lei 6.019, art. 5o-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta
mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do
decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado.
Gabarito: (C).
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LISTA DE QUESTÕES
1. CESPE/PGE-PE – Analista de Procuradoria – 2019
Órgão de imprensa oficial de determinado estado contratou uma empresa para fazer a distribuição dos
diários oficiais por intermédio de motoboys. Recentemente, a empresa contratada demitiu um desses
empregados, sem cumprir com o devido pagamento de verbas rescisórias a ele.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o próximo item.
Nessa situação, está caracterizada a terceirização do serviço, sendo cabível ao motoboy demitido solicitar a
responsabilização subsidiária do órgão de imprensa oficial para o pagamento das verbas rescisórias não
adimplidas pela empresa contratada.
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(A) o contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente, com relação a um
mesmo empregado, não poderá exceder de um ano, sujeito a apenas uma prorrogação por igual período.
(B) fica assegurada ao trabalhador temporário remuneração equivalente à percebida pelos empregados de
mesma categoria da empresa tomadora ou cliente, calculada à base horária, garantida, em qualquer
hipótese, a percepção do salário mínimo regional.
(C) entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente deverá haver obrigatoriamente
contrato escrito, mas entre a empresa de trabalho temporário e cada um dos assalariados colocados à
disposição de uma empresa tomadora o contrato poderá ser verbal.
(D) no caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente é
subsidiariamente responsável pela remuneração, indenização trabalhista e recolhimento das contribuições
previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens.
(E) a empresa de trabalho temporário poderá cobrar do trabalhador a importância máxima de 2% sobre o
valor do primeiro salário a título de mediação, bem como efetuar os descontos previstos em Lei.
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(E) a empresa Olimpos responderá de forma subsidiária porque a terceirização foi regular, mas fica restrita
apenas a indenização rescisória em razão do rompimento contratual, porque os salários e o FGTS são de
responsabilidade exclusiva da empregadora.
8. Daud/2017
A nova regulamentação da terceirização permite, até mesmo, que a empresa prestadora dos serviços
subcontrate a prestação de serviços. Em outras palavras, a lei permite a chamada 'quarteirização'.
9. Daud/2017
A Lei 13.429, de 31 de março de 2017, atribui à empresa prestadora dos serviços a responsabilidade por
garantir condições de trabalho seguras aos seus trabalhadores, inclusive quando o trabalho for realizado em
outras dependências.
10. Daud/2017
A nova lei da terceirização definiu elementos mínimos para o contrato de prestação de serviços, celebrado
entre contratante e a empresa prestadora dos serviços. A despeito disso, tal avença prescinde da
especificação do serviço a ser prestado.
11. Daud/2017
A nova regulamentação do trabalho temporário veda sua utilização no meio rural.
12. Daud/2017
A greve representa direito assegurado constitucionalmente. Apesar disso, é permitida a contratação de
trabalhadores temporários para substituir empregados em greve, ainda que o movimento paredista
descumpra exigências previstas na Lei de Greve e seja considerado abusivo.
13. Daud/2017
O trabalho temporário é por natureza efêmero. A despeito disso, após 60 dias do fim do contrato temporário,
o trabalhador pode ser colocado à disposição novamente da mesma tomadora.
14. Daud/2017
A Empresa de Trabalho Temporário deve se registrar perante o Ministério do Trabalho. Para tanto, deverá
fazer prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 250.000,00.
15. Daud/2017
A tomadora dos serviços deve assegurar aos temporários que trabalharem em suas dependências condições
seguras de trabalho, sendo que a Lei garante a este trabalhador seguro contra acidente do trabalho.
16. Daud/2017
Segundo dispõe a Lei 6.019, com redação dada pela Lei 13.467, a empresa prestadora de serviços não possui
obrigação de garantir aos terceirizados direito à isonomia salarial em relação aos empregados próprios da
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contratante dos serviços, diferentemente do que ocorre em relação aos trabalhadores temporários em
relação aos empregados da empresa tomadora dos serviços.
17. Daud/2017
Caio e Tício tiveram seus contratos de trabalho extintos pela empresa QuêBrada Ltda. No mesmo período,
Mévio se aposentou e também teve seu vínculo de emprego extinto com a QuêBrada.
Na sequência, Mévio e Tício constituíram a empresa Recursus para Terceiros Ltda e contrataram Caio como
emprego, para auxiliar na prestação de serviços. A empresa QuêBrada decide terceirizar para a Recursus
parte de suas atividades finalísticas. Passados seis meses,
(A) apenas Mévio e Tício podem atuar como terceirizados da QuêBrada.
(B) Tício só poderia atuar como terceirizado da QuêBrada após decorridos doze meses do rompimento do
seu vínculo empregatício.
(C) apenas Mévio poderia ser sócio da empresa contratada pela QuêBrada.
(D) apenas Caio pode atuar como terceirizado da QuêBrada.
(E) a atividade finalística não poderia ser terceirizada.
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GABARITO
1. E
2. E
3. D
4. B
5. D
6. C
7. E
8. C
9. E
10. E
11. E
12. E
13. E
14. E
15. C
16. C
17. C
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RESUMO
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CONCLUSÃO
Bom pessoal,
Chegamos ao final da nossa aula. O tema é atual e relevante, mas ainda não conta com muitas questões de
prova.
Esperamos que tenham gostado da aula, e se surgir alguma dúvida quanto ao assunto apresentado, estamos
à disposição para auxiliá-los (as).
https://www.facebook.com/professordaud
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CF/88, art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...)
CLT
CLT, art. 442, parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa,
não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de
serviços daquela.
Legislação específica
Art. 2o Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de
trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para
atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda
complementar de serviços. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)
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Lei 6.019, art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela
contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à
pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica
compatível com a sua execução.
§ 1o A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus
trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços. (Incluído pela
Lei nº 13.429, de 2017)
I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); (Incluído pela Lei nº
13.429, de 2017)
a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais); (Incluído
pela Lei nº 13.429, de 2017)
b) empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$ 25.000,00 (vinte e
cinco mil reais); (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados - capital mínimo de R$ 45.000,00
(quarenta e cinco mil reais); (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados - capital mínimo de R$ 100.000,00
(cem mil reais); e (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
Art. 4º-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços a que se refere o
art. 4o-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de qualquer uma das
atividades da contratante, forem executados nas dependências da tomadora, as mesmas
condições:
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I - relativas a:
Art. 5o Empresa tomadora de serviços é a pessoa jurídica ou entidade a ela equiparada que
celebra contrato de prestação de trabalho temporário com a empresa definida no art. 4 o desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)
Lei 6.019, art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa
de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade
principal.
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Art. 5o-B. O contrato de prestação de serviços conterá: (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
Art. 5o-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4o-A desta Lei, a pessoa jurídica
cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços à contratante na
qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos
titulares ou sócios forem aposentados.
Art. 5o-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta mesma empresa
na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do decurso de prazo de
dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado.
II - prova do competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenha sede; (Incluído
pela Lei nº 13.429, de 2017)
III - prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 100.000,00 (cem mil reais). (Incluído pela
Lei nº 13.429, de 2017)
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Art. 7º - A empresa de trabalho temporário que estiver funcionando na data da vigência desta Lei
terá o prazo de noventa dias para o atendimento das exigências contidas no artigo anterior.
Parágrafo único. A empresa infratora do presente artigo poderá ter o seu funcionamento
suspenso, por ato do Diretor Geral do Departamento Nacional de Mão-de-Obra, cabendo recurso
ao Ministro de Estado, no prazo de dez dias, a contar da publicação do ato no Diário Oficial da
União.
Art. 9o O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora de serviços será
por escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no estabelecimento da tomadora de
serviços e conterá: (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)
Art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de
emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho
temporário. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)
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§ 1o O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá exceder
ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
§ 2o O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não, além do prazo
estabelecido no § 1o deste artigo, quando comprovada a manutenção das condições que o
ensejaram. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
Art. 11 - O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário e cada um dos
assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente será,
obrigatoriamente, escrito e dele deverão constar, expressamente, os direitos conferidos aos
trabalhadores por esta Lei.
Parágrafo único. Será nula de pleno direito qualquer cláusula de reserva, proibindo a contratação
do trabalhador pela empresa tomadora ou cliente ao fim do prazo em que tenha sido colocado à
sua disposição pela empresa de trabalho temporário.
b) jornada de oito horas, remuneradas as horas extraordinárias não excedentes de duas, com
acréscimo de 20% (vinte por cento);
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f) indenização por dispensa sem justa causa ou término normal do contrato, correspondente a
1/12 (um doze avos) do pagamento recebido;
h) proteção previdenciária nos termos do disposto na Lei Orgânica da Previdência Social, com as
alterações introduzidas pela Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973 (art. 5º, item III, letra "c" do
Decreto nº 72.771, de 6 de setembro de 1973).
Art. 13 - Constituem justa causa para rescisão do contrato do trabalhador temporário os atos e
circunstâncias mencionados nos artigos 482 e 483, da Consolidação das Leis do Trabalho,
ocorrentes entre o trabalhador e a empresa de trabalho temporário ou entre aquele e a empresa
cliente onde estiver prestando serviço.
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Art. 19-A. O descumprimento do disposto nesta Lei sujeita a empresa infratora ao pagamento de
multa. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
Art. 19-B. O disposto nesta Lei não se aplica às empresas de vigilância e transporte de valores,
permanecendo as respectivas relações de trabalho reguladas por legislação especial, e
subsidiariamente pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei
no 5.452, de 1o de maio de 1943. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
Art. 19-C. Os contratos em vigência, se as partes assim acordarem, poderão ser adequados aos
termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam preferências ou
distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra
circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato;
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de
sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da
sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante
para o específico objeto do contrato (...).
Lei 8.666/93, art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários,
fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
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TST
vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº
6.019, de 03.01.1974).
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