Terceirização e Trabalho Temporário

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TERCEIRIZAÇÃO

E TRABALHO
TEMPORÁRIO

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ÍNDICE
1. TERCEIRIZAÇÃO...............................................................................................................3
Conceito......................................................................................................................................................................................... 3
Histórico.........................................................................................................................................................................................4
Terceirização Lícita – Requisitos...................................................................................................................................4
Responsabilidade da Contratante............................................................................................................................... 6
Direitos e Condições de Trabalho dos Terceirizados......................................................................................7
Salário Equivalente – Polêmica trazida pela lei.................................................................................................. 8

2.  TRABALHO TEMPORÁRIO..........................................................................................10


Introdução.................................................................................................................................................................................. 10
Hipótese de Contratação do Trabalhador Temporário.............................................................................. 10
Empresa de Trabalho Temporário .............................................................................................................................. 11
Empresa Tomadora dos Serviços...............................................................................................................................12
Condições de Trabalho .....................................................................................................................................................12
Abrangência de Atividade do Trabalho Temporário.....................................................................................12
Prazo................................................................................................................................................................................................13
Cláusula de Reserva..............................................................................................................................................................13
Responsabilidade Da Tomadora..................................................................................................................................13
1.  Terceirização

Conceito
A Terceirização é uma forma de flexibilização das relações de trabalho por meio do
fornecimento de atividade especializada em relação trilateral entre empresa contratante
ou tomadora, empresa prestadora de serviços e empregado terceirizado. A empresa
tomadora “Y” contrata a empresa “Z” para realizar determinados serviços especializados
por meio de seus empregados. Entre prestador de serviço e tomador há relação de direito
civil (prestação de serviço), ou administrativa (contrato administrativo), se o tomador for
administração pública.

Até o advento da Lei 13.467/2017 (a chamada “Reforma Trabalhista”), não havia qualquer
norma legal fundamentando a terceirização. A falta de legislação era muito criticada,
uma vez que a existência de lei garante mais segurança jurídica.

PRINCÍPIO DA NÃO MERCANTILIZAÇÃO DO TRABALHO


Esse princípio dispõe que o trabalho humano não é mercadoria e gera muita discussão
quando entramos na temática da terceirização. Isto porque, de certa forma, terceirizar o
trabalho precariza as relações de trabalho, além de ser uma forma de comercialização
de mão de obra.

TERCEIRIZAÇÃO ≠ INTERMEDIAÇÃO DE MÃO DE OBRA


O direito do trabalho não admite intermediação de mão de obra. A terceirização
é o fornecimento do serviço e NÃO do trabalhador. Na terceirização, então, temos o
fornecimento de atividade ao tomador. Já na intermediação há o mero aluguel de mão
de obra. Única hipótese permitida no Brasil é o trabalho temporário (Lei 6019/74).

Para o estudo dos tópicos a seguir, recomenda-se, preliminarmente, a leitura da Súmula


331 do TST, que será muito mencionada:

Contrato de Prestação de Serviços. Legalidade (nova redação do item IV e inseridos os itens V e VI à


redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011

I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente


com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974).

II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego
com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988).

III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de
20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio
do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.

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IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade
subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação
processual e conste também do título executivo judicial.

V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas


mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações
da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais
e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero
inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.

VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da


condenação referentes ao período da prestação laboral.

Histórico
•  1º momento: Súmula 256 do TST de 1986: vedava a terceirização, salvo nos casos de trabalho
temporário e serviço de vigilância.
•  2º momento: verificam-se leis esparsas voltadas a atividades específicas que permitiam a terceiri-
zação. Exemplo: Decreto n° 200/1967 e Lei n° 7.201/1983.
•  3º momento: edição da Súmula 331 do TST (1993).
•  2017: muitas novidades em relação à intermediação do trabalho.
•  RE n° 760.931 STF: foi julgado no STF Recurso Extraordinário no qual foi admitida a res-
ponsabilidade subsidiária da administração pública nos contratos administrativos quando
comprovada sua conduta comissiva ou omissiva na fiscalização desses contratos (corrobo-
rando com o entendimento já firmado pelo TST na Súmula 331, V);
•  Lei 13.429/2017: trouxe inúmeras modificações na Lei do trabalho Temporário (Lei
6.019/74). Uma das mudanças legislativas, por exemplo, foi a previsão de que a Lei 6.019/74
não se aplica às empresas de vigilância e transporte de valores, que serão reguladas por legis-
lação especial;
•  Lei 13467/2017 (reforma trabalhista): altera diversos institutos no direito do trabalho, tanto
na CLT quanto em outros diplomas normativos, como na Lei do Trabalho Temporário (Lei nº
6.019/74).

A Súmula 331 TST continua em vigor, no entanto, provavelmente, sofrerá alterações em


decorrência da reforma trabalhista.

Terceirização Lícita – Requisitos

Súmula 331, TST [...]

III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de
20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio
do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.

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Percebe-se que a jurisprudência trabalhista admitia TRÊS possibilidades de terceirização
lícita:

•  Serviço de vigilância - Lei 7.102/83: é necessário diferenciar vigilante de vigia. Vigilante é profis-
sional de categoria profissional diferenciada (especializada que pode ser terceirizada). Vigia é o mais
simples, semiespecializado.
•  Serviço de Limpeza; e
•  Terceirização de atividades meio: atividade fim seria aquela relacionada ao objeto social da em-
presa; atividades meio seriam aquelas de apoio, importantes, porém não essenciais.

Atenção! Há menção a outro requisito para configuração da terceirização lícita:


“desde que inexistente pessoalidade e subordinação direta”. Esse requisito vale
para as três hipóteses supramencionadas.

Mudança Legislativa: com o advento da reforma trabalhista (Lei 13.467/2017), esse item
deve ser alterado. Com o advento da Lei 13.429/2017 (que alterou arts. da Lei 6.019, que
versava sobre o trabalho temporário), houve certa dúvida em relação à possibilidade (ou
não) de terceirização da atividade fim da empresa. Essa dúvida foi sanada com o advento
da reforma trabalhista, que prevê expressamente a possibilidade de terceirização de
atividade fim da empresa, com a inserção do art. 4º-A na Lei 6.019:

Art. 4º - A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução
de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado
prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução.

Observe: Requisitos da ausência de pessoalidade e de subordinação ainda per-


manecem como essenciais à terceirização lícita. Do contrário haverá terceiriza-
ção fraudulenta, sendo caracterizado o vínculo de emprego entre o trabalha-
dor terceirizado e a empresa tomadora dos serviços, com a responsabilidade
solidária entre as empresas.

Além disso, a nova legislação prevê a Quarteirização. A empresa prestadora de serviços


a terceiros pode transferir uma atividade a outra empresa denominada quarteirizada.
Antes da Lei 13.429/2017, pairava na doutrina certa discussão sobre a possibilidade ou
não da quarteirização, no entanto, após 2017, essa dúvida foi sanada pela inserção do art.
4º-A §1º na Lei 6019/1974 (acrescentado pela Lei 13.429/2017):

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Art. 4º - A. [...]

§1º A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus
trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços.

REQUISITOS PARA O FUNCIONAMENTO DA EMPRESA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS


A TERCEIROS

•  Prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ)


•  Registro na Junta comercial
•  Capital social compatível com o número de empregados, observando os seguintes parâmetros:

•  Empresas com até 10 empregados: capital mínimo de 10 mil reais.


•  Empresas com mais de 10 até 20 empregados: capital mínimo de 25 mil reais;
•  Empresas com mais de 20 até 50 empregados: capital mínimo de 45 mil reais
•  Empresas com mais de 50 até 100 empregados: capital mínimo de 100 mil reais
•  Empresas com mais de 100 empregados: capital mínimo de 250 mil reais.

REQUISITOS DO CONTRATO DE TERCEIRIZAÇÃO

1. Qualificação das partes: o contrato deve discriminar corretamente os sujei-


tos envolvidos, com as informações e dados pessoais e de localização, tanto da
esfera do empregado quanto da empresa.
2. Especificação do serviço a ser prestado: o serviço deve ser especificado.
Não se pode contratar um empregado para prestar o serviço X e ele prestar, na
realidade, o serviço Y, tampouco contratá-lo para prestar serviços genéricos.
3. Prazo para realização do serviço, quando for o caso: em algumas situações
existe a necessidade de realizar o trabalho dentro de um prazo específico para
que este serviço seja útil, demandando prazo fixo.
4. Valor: a remuneração deve ocorrer de forma proporcional ou razoável, de
acordo com os padrões mínimos de dignidade humana.

Responsabilidade da Contratante

Responsabilidade subsidiária (art. 5º-A §5º): empresa contratante é subsidiariamente


responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a
prestação de serviço. Exemplo: empregado José, terceirizado, contratado pela empresa
de prestação de serviços a terceiros “Alfa” presta serviços à tomadora (contratante)
“Beta”. Nesse caso, Alfa será a responsável direta pelas verbas decorrentes do contrato
com o empregado José. No entanto, no caso de Alfa não conseguir cumprir com suas

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obrigações perante José, Beta poderá ser responsabilizada (subsidiariamente).
Importa salientar que a contratante deve ter tido oportunidade de se manifestar no
processo judicial e que a responsabilidade abrange todas as verbas decorrentes da
condenação referente ao período da prestação laboral (presente no título executivo
judicial). Exemplo: José deve entrar com ação contra Alfa E Beta (ambas devem estar
presentes no polo passivo da demanda) para que Beta, no caso de responsabilidade
subsidiária, possa ser responsabilizada.

A Súmula 331 TST já previa a responsabilização nesses moldes nos seus incisos IV e VI.

Súmula 331, TST [...]

IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade


subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação
processual e conste também do título executivo judicial. (...)

VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da


condenação referentes ao período da prestação laboral.

Direitos e Condições de Trabalho dos Terceirizados

Art. 5º - A, Lei 6.019/74. [...]

§3º É responsabilidade da contratante garantir as condições de segurança, higiene e salubridade dos


trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou local previamente convencionado
em contrato.

Com a Reforma Trabalhista houve mudança legislativa, e foram estendidos alguns direitos
aos terceirizados que não eram previstos anteriormente na Súmula 331 ou na Lei 13.429:

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Art. 4º - C, Lei 6.019/74. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços a que
se refere o art. 4o-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de qualquer uma das
atividades da contratante, forem executados nas dependências da tomadora, as mesmas condições.

I - relativas a:

a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em refeitórios

b) direito de utilizar os serviços de transporte

c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante ou local por ela
designado;

d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir.

II - sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no trabalho e de instalações adequadas à


prestação do serviço.

Salário Equivalente – Polêmica trazida pela lei

A Súmula 331 não trazia qualquer disposição no sentido de que o terceirizado faria jus
ao salário equivalente. Havia grande controvérsia doutrinária em relação ao tema. A
jurisprudência divergia, mas havia uma tendência a extensão da isonomia às hipóteses
de terceirização lícitas. No entanto, com a inserção do art. 4º-C §1º:

Art.4º-C. [...]

§1º Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim entenderem, que os empregados da


contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante, além de outros direitos
não previstos neste artigo.

Note que a lei menciona a palavra poderão e não deverão. Dessa forma, a nova legislação
afirmou que se trata de uma faculdade da contratante o estabelecimento do salário
equivalente.

Quarentena
Antes da reforma trabalhista não era prevista. Com a reforma, há uma mudança legislativa
que passa a prever expressamente o instituto.

Atenção! Quarentena não são 40 dias e não são 40 meses!

Primeira hipótese de quarentena: é um período de 18 meses para que empregados


ou trabalhadores sem vínculo de emprego possam figurar como sócios ou titulares da
contratada. Há uma exceção trazida pela própria lei: o aposentado:

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Art. 5º - C, Lei 6.019/74. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4o-A desta Lei, a pessoa
jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços à contratante na
qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos titulares ou
sócios forem aposentados.

Exemplo: contratante tinha um empregado e o dispensou. Esse empregado foi contratado


como sócio da empresa de prestação de serviços. Nesse caso, o empregado NÃO pode
figurar como sócio no período de 18 meses posteriores à dispensa.

Segunda hipótese de quarentena é relativa ao empregado terceirizado:

Art. 5º - D, Lei 6.019/74. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta mesma
empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do decurso de prazo de
dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado.

Percebe-se que não se pode dispensar empregado e contratá-lo novamente antes do


prazo de 18 meses, pois isso seria uma espécie de fraude.

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2.  Trabalho Temporário

Introdução
Trabalho temporário é uma espécie de terceirização. Por isso, trata-se, também, de
relação trilateral. A terceirização só passou a ter previsão legal após a Lei nº 13.429. Já o
trabalho temporário tinha regulamentação desde o advento da Lei nº 6.019/74.

Uma das grandes diferenças entre elas é que, no caso do trabalho temporário, há
transferência do trabalhador nos casos expressos em lei. No caso da terceirização, há
transferência do serviço, e não do trabalhador. É a única modalidade de contratação
de trabalhadores por empresa interposta permitida no nosso sistema jurídico. Todas
as demais, mesmo a contratação de trabalhador temporário sem o cumprimento dos
requisitos, será ilegal. A Súmula 331, I do TST, já previa:

Súmula 331, TST. I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo
diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974)
[...].

Hipótese de Contratação do Trabalhador Temporário


As hipóteses de contratação são taxativas e estão previstas na Lei nº 6.019/1974. Como
já mencionado, caso a contratação não se enquadre em qualquer uma das hipóteses
expressas no texto legal, haverá contratação ilegal. Vejamos quadro comparativo das
hipóteses, de acordo com a Lei nº 6.019/74 antes e depois da MUDANÇA LEGISLATIVA
trazida pela Lei nº 13.429/2017.

Art. 2º Lei nº 6.019/1974 Art. 2º Lei nº 6.019/1974 (redação dada pela Lei nº
(redação antiga) 13.429/2017)
Necessidade transitória de
Necessidade de substituição transitória de pessoal
substituição do pessoal regular
permanente (ex. Férias, licença maternidade)
e permanente
Demanda complementar de serviço:

1. Oriunda de fatores imprevisíveis; (ex. inun-


Acréscimo extraordinário de dação na empresa)
serviço 2. Quando oriunda de fatores previsíveis, te-
nha natureza periódica, intermitente ou ocasio-
nal (ex. aumento de vendas no natal)

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Além disso, há vedação expressa à substituição de trabalhadores em greve, como
podemos observar pela leitura tanto de dispositivos da Lei nº 6.019/74, quanto da Lei nº
7.783/89 (Lei de Greve):

Art.2º, Lei 6.019/74. [...]

§1º É proibida a contratação de trabalho temporário para a substituição de trabalhadores em greve, salvo
nos casos previstos em lei.

Art.7º, Lei 7783/1989. [...]

Parágrafo único. É vedada a rescisão de contrato de trabalho durante a greve, bem como a contratação de
trabalhadores substitutos, exceto na ocorrência das hipóteses previstas nos arts. 9º e 14.

Exceção a essa vedação (previstas na própria Lei de Greve):

•  Para assegurar serviço cuja paralisação resulte prejuízo irreparável;


•  Em caso de abusividade no movimento grevista.

Empresa de Trabalho Temporário

É com ela que se forma o vínculo de emprego em relação ao trabalhador temporário.


Deve ser:

•  Pessoa jurídica;
•  Registrada no Ministério do trabalho.

Mudança Legislativa: antes da Lei nº 13.429 permitia-se que empresa de trabalho


temporário fosse pessoa física. No entanto, atualmente, apenas admite-se Pessoa
Jurídica. Isso amplia, de certa forma, a possibilidade de o trabalhador receber créditos
trabalhistas.

Mudança Legislativa: a lei amplia a possibilidade de que o trabalho temporário possa


dar-se no âmbito rural. Antes, só poderia ser no âmbito urbano.

REQUISITOS DE FUNCIONAMENTO DA EMPRESA DE TRABALHO


TEMPORÁRIO

Art. 6º, Lei 6019/74. São requisitos para funcionamento e registro da empresa de trabalho temporário no
Ministério do Trabalho:

I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), do Ministério da Fazenda,

II - prova do competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenha sede;

III - prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 100.000,00 (cem mil reais).

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Empresa Tomadora dos Serviços

Pessoa jurídica ou entidade a ela equiparada. Celebra contrato de prestação de


trabalho temporário com a empresa de trabalho temporário. Não é mais possível que
seja pessoa física.
REQUISITOS DO CONTRATO

Atenção: trata-se de contrato solene (deve ser escrito)

Art. 9º, Lei 6019/74. O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora de serviços
será por escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no estabelecimento da tomadora de
serviços e conterá:

I - qualificação das partes,

II - motivo justificador da demanda de trabalho temporário;

III - prazo da prestação de serviços,

IV - valor da prestação de serviços;

V - disposições sobre a segurança e a saúde do trabalhador, independentemente do local de realização


do trabalho.

Condições de Trabalho
É responsabilidade da tomadora:

•  Garantir condições de segurança, higiene e salubridade;


•  Garantir o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinados aos empregados
da tomadora.

Abrangência de Atividade do Trabalho Temporário


Mudança Legislativa: antes da Lei nº 13.429/2017 não havia expressa previsão legal sobre
a possibilidade de o trabalhador temporário ser inserido na atividade fim da empresa
(ou apenas atividade meio). Com o advento da Lei nº 13.429, passou-se a prever a
possibilidade do trabalho temporário em qualquer atividade da empresa tomadora de
serviços.

Art. 9º, Lei 6.019,/74. [...]

§3º O contrato de trabalho temporário pode versar sobre o desenvolvimento de atividades-meio e


atividades-fim a serem executadas na empresa tomadora de serviços.

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Como era antes do advento da lei e a mudança desse artigo? Antes da Lei, a matéria
era regulamentada por uma instrução normativa do Ministério do Trabalho, prevendo
a possibilidade de trabalho temporário na atividade fim da empresa. Mas essa nova
disposição legal traz segurança jurídica ao dispor de forma expressa nesse sentido.

Prazo
Mudança Legislativa: o prazo também foi alterado pela Lei nº 13.429/2017.

•  Antes: 3 meses, podendo ser prorrogado por mais 3 ou 6 meses, a depender do caso concreto.
•  Após a Lei nº 13.429/2017: prazo de 180 dias, podendo ser prorrogado por mais 90 dias, contínu-
os ou não.

Art. 10, Lei 6019/74. [...]

§1º O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá exceder ao prazo
de cento e oitenta dias, consecutivos ou não.

§2º O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não, além do prazo
estabelecido no § 1o deste artigo, quando comprovada a manutenção das condições que o ensejaram.

Cláusula de Reserva

Art. 11, Lei 6019/74. [...]

Parágrafo único. Será nula de pleno direito qualquer cláusula de reserva, proibindo a contratação do
trabalhador pela empresa tomadora ou cliente ao fim do prazo em que tenha sido colocado à sua
disposição pela empresa de trabalho temporário.

A cláusula de reserva impede que o temporário seja contratado de forma definitiva pela
tomadora dos serviços. Ela é nula no nosso ordenamento. Exemplo: João é empregado
temporário da empresa de trabalho temporário Alfa e presta serviço temporário para
a tomadora Beta. Nesse caso, a empresa Alfa não poderá estabelecer que João não
poderá ser contratado definitivamente (como empregado por tempo indeterminado)
pela empresa Beta, por ser nula qualquer cláusula contratual nesse sentido. Assim,
caso a empresa Beta queira contratar João posteriormente, será livre essa contratação,
independente de qualquer cláusula de reserva.

Responsabilidade Da Tomadora
•  Solidária: em caso de falência da empresa de trabalho temporário e fraude.

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Art. 16, Lei 6019/74. No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou
cliente é solidariamente responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias, no tocante ao
tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim como em referência ao mesmo período, pela
remuneração e indenização previstas nesta Lei.

•  Subsidiária: inadimplemento da empresa de trabalho temporário

Art. 10, Lei 6019/74. [...]

§7º A contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período


em que ocorrer o trabalho temporário, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o
disposto no art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.

Atenção: já havia essa previsão na Súmula 331, IV do TST.

Direitos do Trabalhador Temporário


Previstos no art. 12 da Lei nº 6.019/74:

Art. 12. Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos:

a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora


ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo
regional;

b) jornada de oito horas, remuneradas as horas extraordinárias não excedentes de duas, com acréscimo
de 20% (vinte por cento)

c) férias proporcionais, nos termos do artigo 25 da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966;

d) repouso semanal remunerado;

e) adicional por trabalho noturno;

f) indenização por dispensa sem justa causa ou término normal do contrato, correspondente a 1/12 (um
doze avos) do pagamento recebido;

g) seguro contra acidente do trabalho;

h) proteção previdenciária nos termos do disposto na Lei Orgânica da Previdência Social, com as alterações
introduzidas pela Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973

•  Alínea b do art. supramencionado prevê 20% de acréscimo para horas extras, no entanto, deve-
-se ler o dispositivo em conformidade com a Constituição Federal, que prevê em seu art. 7º que o
valor da hora extra deve ser acrescido de, pelo menos, 50%. Dessa forma, é de, pelo menos, 50% o

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acréscimo do valor das horas extras para o trabalhador temporário.
•  Questão da estabilidade da gestante e extensão à trabalhadora temporária. Seria possível? Há
divergência. Para a construção de um posicionamento, podemos considerar a Súmula 244 do TST,
que dispõe que, mesmo no caso de contratos com prazo determinado, haveria estabilidade da
gestante. Apesar de contrato com prazo determinado não se confundir com o contrato de trabalho
temporário, pode-se usar uma interpretação analógica para se estender a garantia à trabalhadora
temporária. No entanto, há entendimento no sentido contrário, de não ser devido. A questão não é
pacífica.

Quadro Comparativo. Trabalho Temporário X Terceirização

Terceirizado Temporário

Prazo de 180 dias, podendo ser prorrogado por mais 90 dias,


Não há prazo
contínuos ou não

Necessidade de substituição transitória de pessoal


permanente. Demanda complementar de serviço: (a)
Contratação livre oriunda de fatores imprevisíveis; (b) quando oriunda de
fatores previsíveis, tenha natureza periódica, intermitente ou
ocasional

Salário pode ser


equivalente, se assim Salário equivalente ao recebido pelos empregados da
estipulado entre tomadora
contratante e contratada

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Trabalho Temporário

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