TCC Maria Bernadete Da Silva Ferreira
TCC Maria Bernadete Da Silva Ferreira
TCC Maria Bernadete Da Silva Ferreira
Orientador (a):
Prof.aDr.aJacqueline
de Sousa Gomes
Estudo sobre as competências para ensinar: diálogos com uma professora trasnformadora / Maria Bernadete
da Silva Ferreira. - Santo Antônio de Pádua, 2017.
49 f. ; 30 cm.
1. Fracasso escolar. 2. Aprendizagem. 3. Afetividade. 4. Lúdico I. Gomes, Jacqueline de Souza. II. Título.
CDD 371.102
MARIA BERNADETE DA SILVA FERREIRA
BANCA EXAMINADORA
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Prof.aDr.aJacqueline de Souza Gomes(Orientadora)- UFF
_____________________________________________
Prof. Dr.Eduardo Quintana - UFF
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Prof. Fernando de Sousa Paiva - UFF
Gabriel Chalita
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 09
1INTRODUÇÃO
que,por sua vez, contribui para que o conteúdo aprendido adquira maior significado
para a vida do aluno e não apenas para que este seja capaz de ser aprovado em
uma prova.
O tema ainda se mostra importante pelo fato de que o fracasso escolar, seja
em pequenas ou grandes proporções, se encontra presente em todas as instituições
de ensino e, ao analisarmos um caso em que uma professora obteve sucesso com
alunos de uma turma que era considerada como “problemática”, é possível que este
sirva de base para outras práticas e iniciativas que visem à redução ou até mesmo a
erradicação do fracasso escolar. Aliás, diante da realidade de que o fracasso escolar
consiste em um desafio a ser enfrentando pela maioria das escolas brasileiras,como
é possível aos professores enfrentarem essa situação em sua prática cotidiana?
Neste trabalho, analisamos a experiência de uma professora da rede
municipal de ensino do município de Miracema – RJ que obteve sucesso junto a
uma turma que era considerada como turma de fracasso escolar no intuito de
compreendermos como a postura e a forma de trabalhar dessa professora
influenciou a aprendizagem desses alunos de modo que estes conseguissem reter
os conteúdos ensinados transformando-os em conhecimento. Esta pesquisa:
a)reflete sobre a forma como se dão as relações entre os discentes e os docentes
em sala de aula; b) busca compreender a importância da afetividade para o
processo de aprendizagem e o perfil do “bom” professor nos dias atuais; e, c)busca
conhecer a história da professora Maria Gessemi Moreira Padilha da Fonseca no
que concerne à sua experiência com uma turma de fracasso escolar, especialmente
quais recursos pedagógicos utilizados por ela para promover a recuperação dos
níveis de aprendizagem da turma.
Por fim, destaco que, em relação à metodologia, utilizamosa revisão
bibliográfica e realizamos uma entrevista semiestruturada (que permitiu conhecer
melhor a experiência da professora Maria Gessemi Moreira Padilha da Fonseca de
modo que fosse possível compará-la aos achados bibliográficos de outros autores
que também abordam a temática do fracasso escolar).Os ensinamentos deste
trabalho servem como “norte” para nossa própria prática profissional no futuro
próximo, prática que certamente não se esquivará de esperança e persistência.
11
O autor ainda comenta que nesse período praticamente não existia qualquer
tipo de estudo ou reflexão sobre o processo de formação do professor. Em relação
ao cenário atual Valente e Viana (2011) explica que existem diversos obstáculos que
se voltam principalmente em relação à didática e a pedagogia, defendendo que a
educação ainda necessita de muitos investimentos.
Em seus estudos, Giroux (1997, p. 15) defende a urgência de investimentos
na capacitação do professor, afirmando que:
para que o professor seja capaz de aprender as novas linguagens e técnicas para
que assim possa construir um conhecimento sólido e eficiente.
Além disso, Valente e Viana (2011) ainda esclarecem que o exercício da
docência possui características específicas, que se relacionam e exigem a
capacidade de adaptação aos contextos sociopolíticos, exigindo, por sua vez, a
estruturação de um sistema educacional flexível e mutável de modo que sem o
domínio dessas competências a prática da docência torna-se um trabalho muito
difícil para o professor. Assim, é cada vez mais importante discutir “qual é a
extensão dos saberes que devem ser dominados, a natureza do domínio, que tipos
de saberes o professor deve dominar e, ainda, os seus vínculos com a didática”
(VALENTE; VIANA, 2011, p. 03).
Diante do exposto, é fundamental que sejam adotadas iniciativas como:
competência não se sobrepõe a importância dos saberes, de modo que, este serve
como instrumento para a compreensão de sua aplicação. Diante dessa perspectiva,
o autor ainda utiliza o conceito de competência formado por Lê Boterf no intuito de
especificar o significado de competência em relação à atuação profissional. Assim,
Lê Boterf apud Perrenoud (2001, p. 21) defende que:
uma postura de mero recebedor de conceitos e informações, fazendo com que este
crie atitudes, valores e normas. Assim o professor contribuirá para uma situação
favorável à consecução da autonomia e segurança, não só para os estudos, mas
também para a vida.
Nesse sentido, os estudos de Kamii (1986) afirmam que a autonomia possui
uma importância maior do que a disciplina para o contexto da aprendizagem. Por
tanto, é fundamental que o professor as estimule a adotarem uma postura ativa,
crítica e reflexiva. Desse modo, “O aluno precisa sentir-se acolhido, respeitado,
encorajado a fazer perguntas sobre o que não entendeu, pois, do contrário, levará
consigo suas dúvidas pelo medo de ‘dar um fora’” (KAMII, 1986, p. 120).
Congruente com o exposto acima, Pezzini e Szymanski (2007, p. 03) afirmam
que:
Os seres humanos são criaturas sociais, animais que optam por viver entre
outros da mesma espécie. Gradativamente a começar da lactância,
adquirimos os comportamentos e conceitos que nos tornam adequados à
vida em grupo. Este processo conhecido por socialização, ocorre
naturalmente à medida que pais e outras pessoas orientam-nos para
comportamentos valores, metas e motivos que a sociedade julga
apropriados (DAVIDOFF, 2001 apud TURATTI; PESSOLATO; SILVA, 2011,
p. 134).
Desse modo, Turrati, Pessolato e Silva (2011) advertem que a escola não deve se
esquecer de que as virtudes que baseiam as ações humanas não se consolidam
apenas através das decisões cognitivas, mas que estas além da razão lógica são
encharcadas de sentimentos e emoções que também as fundamentam.
Nesse sentido os estudos de Tognetta (2004, p. 57) corroboram esse
entendimento ao afirmar que:
Nesse momento é importante atentar que tratar a criança com amor não
consiste em atender a todos os seus desejos, mas na verdade o processo de educar
compreende a imposição de limites e restrições que visem a sua segurança e o seu
bem-estar, sem que, no entanto, se lhes deixe de ofertar amor e carinho. Nesse
sentido, De Paula e Faria (2010) explicam que o aluno aprende o significado de
respeito e passa a aplica-lo em seu dia a dia, a partir do momento em que
testemunha a postura do seu professor para com um amigo que tem e espera
respeito, como alguém que se preocupa de verdade com ele e que lhe mostra os
caminhos.
Nesse contexto, as lições de Molon e Santos (2008, p. 34) ainda esclarecem
que:
ensino é encarado como algo passivo de ser vivido. Não apenas na infância
ou adolescência, contudo em qualquer situação e idade que requeira uma
atitude cidadã e uma recordação de como operações técnicas aliadas à
afetividade construíram um caráter, uma mente saudável, um ego seguro.
4.1 METODOLOGIA
importante fazer com que as aulas sejam mais interessantes, entretanto, é preciso
reconhecer que não é possível que o professor sozinho interesse a todos os alunos,
o tempo todo.
Desse modo, o professor deve buscar a criação de um clima hegemônico, ao
invés de um clima de totalidade, onde exista uma via de mão dupla, pois não cabe
apenas ao professor tornar as aulas mais interessantes. É fundamental que nesse
processo também seja contemplada a participação dos alunos. Além disso,
Vasconcellos (1996, p. 235) ainda afirma que: “[...] o estudo é um trabalho, o que
demanda esforço, concentração - e não só mera fruição -, estaria, nos parece, mais
de acordo com a realidade, sem perder seu caráter superador”.
Nesse sentido, as pesquisas de Stigar (2003) revelam que para envolver o
aluno no processo de aprendizagem e tornar as aulas mais interessantes é
necessário considerar as experiências dos alunos, posto que “mesmo antes de
ingressar na escola a criança já possui inúmeras vivências que deveriam servir como
ponto de partida das atividades do professor” (STIGAR, 2003, p.01).
Na questão seguinte a professora foi perguntada sobre como conseguiu
superar essas dificuldades, e qual a metodologia que ela utilizou?
miraculoso, mas por uma questão cultural que trazia familiaridade aos alunos e
servia de ponte que permitia a professora se aproximar da realidade destes e
conhecer o ambiente, medos e anseios de cada um, funcionando como uma
metodologia que permitiu inclusive adquirir a confiança destes.
Outro ponto importante que foi possível observar tanto através da entrevista
quanto através da observação em estágio, consiste na utilização de atividades
lúdicas, através de músicas, teatros, jogos, que também propiciava uma
aproximação da realidade da professora com a realidade dos alunos. Entretanto,
merece ser ressaltado a importância do ato de ouvir durante todo esse processo,
pois durante a realização das atividades de ludiciadade, por diversas vezes a
professora parava com um ou com todos os alunos e ouvia seus relatos,
reinvindicações, expectativas e dúvidas.
Através do presente relato é possível identificar claramente a utilização de
dois recursos didáticos utilizados pela professora que são amplamente difundidos
pela literatura científica e que compreende em considerar os conhecimentos trazidos
pelo aluno para a sala de aula através de sua vivencia e partindo desse ponto
procurar associa-los aos conteúdos curriculares no intuito de fornecer maior
significado aquilo que é ensinado, e ainda a utilização da ludicidade como
instrumento capaz de proporcionar um ambiente de aprendizado mais agradável e
também mais próximo da realidade vivenciada pelos alunos em seu cotidiano.
Desse modo, diversas são as pesquisas que apontam os benefícios
proporcionados pela atividade lúdica no que compete a sua associação como
facilitadora do processo de aprendizagem, Rocha (2001, p. 11) aponta algumas das
vantagens proporcionadas pela brincadeira como meio de aprendizagem.
Nesse mesmo sentido, Lima (2002) defende que para ser possível a formação
de cidadãos éticos e políticos é fundamental que o professor leve os alunos a
compreender a importância ao respeito dos direitos humanos, pois somente se o
indivíduo conhece bem os seus direitos será capaz de exercê-los plenamente e por
sua vez cumprir com seus deveres.
Além do exposto, Candau (1999) afirma que a formação de cidadãos éticos e
políticos abarca a promoção de um ambiente onde predomine sentimentos de
compreensão, tolerância, solidariedade e respeito à diversidade social e cultural.
Diante do exposto, percebe-se que o professor corresponde à mola mestre de
todo o processo educacional de modo que diante da realidade do sistema
educacional brasileiro verifica-se de forma evidente e notória a necessidade de que
tanto o Estado quanto à sociedade assumam o seu papel no processo de
valorização do professor. Contudo, as pesquisas de Barros, Luz e Souza (2010)
revelam que existem diversos problemas que precisam ser solucionados para que
aja de forma definitiva um processo de valorização do trabalho do professor e que
envolvem as condições de trabalho, dentre os quais destacamos à temperatura,
ruído e superlotação das salas, o cansaço físico pela longa jornada, os baixos
salários, a falta de recursos materiais; os problemas sócio-familiares dos alunos; os
ritmos de trabalho, o grande número de tarefas diferenciadas e vários outros.
5CONCLUSÃO
44
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Maria Izabel de. Docentes para uma educação de qualidade: uma
questão de desenvolvimento profissional. Revista Educar, Curitiba, n. 24, p. 165-
176, 2004.
ALVES, R.A alegria de ensinar. São Paulo: Editora ARS Poética, 1994.
BARROS, Antonilda Vasconcelos de; LUZ, Iza Cristina Prado da; SOUZA, Michele
Borges de. Valorização dos profissionais da educação: formação e condições de
trabalho. 2010. Disponível em: <http://www.sbec.org.br/evt2012/trab06.pdf>. Acesso
em: 30 de mai. De 2017.
BETTELHEIM, Bruno. Uma vida para seu filho: pais bons o bastante. Tradução
Maura Sardinha, Maria Helena Geordane. 11. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1988.
_____. Pedagogia e pedagogos, Para quê?.3 ed. São Paulo: Cortez, 2000.