D Transmissi Veis e Epidemiologia
D Transmissi Veis e Epidemiologia
D Transmissi Veis e Epidemiologia
Epidemiologia
2018 | 2019
Doenças transmissíveis e epidemiologia
MENSAGENS CHAVE
Surgem novas doenças transmissíveis, outras
reaparecem devido a mudanças sociais e ambientais.
DEFINIÇÕES
Doenças transmissíveis e epidemiologia
Carga global das doenças transmissíveis
Doença transmissível (ou infeciosa)
doença causada pela transmissão de um agente patogénico específico para
um hospedeiro susceptível. Os agentes infeciosos podem ser transmitidos para
o Homem de forma direta (de um homem ou animal infetado) ou indireta (por
vetores, partículas aéreas, outros veículos).
Doença contagiosa
doença que pode ser transmitida pelo toque ou contato direto entre humanos,
sem necessidade de um vetor ou veículo interveniente.
Exemplos:
malária é transmissível, mas não contagiosa
sarampo e a sífilis são transmissíveis e contagiosas
intoxicação estafilocócica: ingestão de alimentos contaminados com uma
toxina que a bactéria (S. aureus) produz (doença é provocada pela infeção
+ efeito tóxico de compostos químicos que produz).
Epidemiologia Básica. Bonita R., Beaglehole R., Kjellstrom T. WHO. 2ª edição,
S.Paulo.Santos 2010.
Modos de Transmissão
Transmissão direta imediata - contato direto
Contato físico entre a fonte primária da infeção e o novo
hospedeiros (ex. DST).
Transmissão indireta
Cadeia de transmissão
Hospedeiro
Hospedeiro Reação do hospedeiro à
Pessoa ou animal que infeção
proporciona um local Determinada pela interação
adequado para o com o agente e o modo de
crescimento e transmissão. Varia da infeção
multiplicação, em inaparente a formas clínicas
condições naturais de um severas
agente infecioso. O ponto Período de incubação
de entrada no hospedeiro Tempo decorrido entre a
varia de acordo com o entrada do agente infecioso e
agente (pele, mucosa, o aparecimento dos primeiros
tratos respiratório e sinais e sintomas. Pode variar
gastrointestinal, sangue) de poucas horas (intoxicação
alimentar por estafilococos)
até muitos anos (SIDA)
Cadeia de transmissão
Hospedeiro
condições sanitárias
temperatura
poluição aérea
qualidade da água
fatores socioeconómicos
densidade populacional, nível de aglomeração, pobreza
Dois fatores vivos envolvidos na cadeia de transmissão
Veículo
Objeto ou elemento contaminado (roupas, talheres, água, alimentos,
sangue, soluções parenterais, instrumentos cirúrgicos, ...).
Agente infecioso
Processo de transmissão
Hospedeiro
Ambiente
Doenças transmissíveis
Cadeia de infeção e controlo da doença
Controle da doença envolve mudanças de um ou
mais elementos da cadeia de infeção
• influenciados pelo ambiente
• cursam silenciosamente ou como doença severa (até à
morte)
Infeção
Entrada e desenvolvimento ou multiplicação de um agente infecioso no hospedeiro.
Infeção não equivale a doença (algumas infeções não produzem doença clínica)
Período de transmissibilidade
Período durante o qual o agente infecioso pode ser transferido de uma pessoa infetada a outra
perturbações leves estágios avançados
alterações irreversíveis
Transmissibilidade
período durante o qual o agente infecioso pode ser transmitido.
Isolamento
segregação da pessoa durante o período de transmissibilidade.
Fonte de infeção
pessoa ou objeto de onde o hospedeiro adquire a doença
Exemplos:
Sarampo: todos os sinais e sintomas em 100% dos casos.
Poliomielite – 1% dos infetados desenvolve a paralisia.
casos da doença
Patogenicidade = ---------------------------- x 100
nº total de infetados
Nomenclatura do agente e do
hospedeiro
Virulência
capacidade de um bio-agente produzir casos graves ou fatais.
varia de muito baixa a muito alta.
uma vez que um vírus tenha sido atenuado e seja de baixa
virulência, pode ser usado para imunização.
Exemplos
raiva – alta virulência
virus do sarampo – baixa virulência (mas alta infetividade e alta
patogenicidade)
Exemplos:
1 picada de mosquito infetado = malária
milhares de picadas = filariose
Botulismo dose única e letal de alimento contaminado
Nomenclatura do agente e do
hospedeiro
Poder invasivo
capacidade que o parasita tem de se difundir, através
de tecidos, órgãos e sistemas anatomo-patológicos do
hospedeiro.
Exemplos:
tecidos superficiais – Ténia
Vasos linfáticos – peste bubónica
Órgãos – tuberculose pulmonar
Corrente sanguínea – septicemia / meningococémia
Nomenclatura do agente e do
hospedeiro
Imunogenicidade ou poder imunogénico
capacidade que tem o bio-agente para induzir
imunidade no hospedeiro
Exemplo:
rubéola, sarampo, varicela – alto poder imunológico
rinofarifite aguda ou salmonela – conferem imunidade
temporária aos hospedeiros
Nomenclatura do agente e do
hospedeiro
Resistência
É o sistema de defesa com o qual o organismo impede
a difusão ou a multiplicação de agentes infeciosos que
o invadiram, ou os efeitos nocivos dos seus produtos
tóxicos.
Associada ao estado de nutrição, integridade de pele e
mucosas, capacidade de reação e adaptação aos
estímulos do meio, fatores genéticos, estados atual de
saúde, estresse ou imunidade específica.
Ver Norma 004/2013 de 21/02/2013 da DGS sobre vigilância
epidemiológica das resistências aos antimicrobianos
Nomenclatura do agente e do
hospedeiro
Susceptibilidade
Considerando a espécie como sendo suscetível a
determinadas infecções e considerando que, dentro da
mesma espécie, alguns indivíduos são resistentes,
segue que os indivíduos não-resistentes serão
indivíduos suscetíveis.
Indivíduo suscetível é aquele que não possui
resistência a determinado agente patogénico e que, por
esta razão, pode contrair a doença, se posto em
contato com o mesmo.
Nomenclatura do agente e do
hospedeiro
Resistência natural
EPIDEMIA
Ocorrência numa região ou comunidade de um número de
casos de doença transmissível excessivos, em relação ao que
normalmente seria esperado
Exige descrição
do período
da região geográfica
de outras particularidades da população onde ocorrem casos
Doenças transmissíveis – Epidemia
Número de casos necessários Sarcoma de Kaposi em Nova York
para definir uma epidemia
varia com
agente
tamanho
tipo e suscetibilidade da
população exposta
momento e local da
ocorrência da doença,
frequência usual da doença
na região, no mesmo grupo
populacional, durante a Um pequeno número de casos de uma
mesma parte do ano doença que não tinha ocorrido
previamente na região, pode ser o
suficiente para constituir a ocorrência de
uma epidemia
EPIDEMIA
Dinâmica é determinada
características do seu agente
modo de transmissão
suscetibilidade dos hospedeiros humanos
Vacinas
meio mais efetivo de prevenir doenças infeciosas
funcionam tanto em nível individual (previnem ou atenuam a doença
no indivíduo exposto ao patogénico) como populacional (afetam a
imunidade herdada)
Imunidade herdada. Os círculos pretos mostram os indivíduos infectados com uma doença
contagiosa, os círculos brancos referem-se aos indivíduos não afetados e o círculo cinza
mostra as pessoas que estavam imunes. As setas mostram a direção da transmissão. Em A,
todos os indivíduos são suscetíveis e todos foram afetados; em B, apenas um indivíduo
estava imune, mas ainda assim quatro ficaram protegidos, apesar de três serem suscetíveis
Epidemia de fonte comum
Epidemia de cólera em
Londres, agosto e
setembro de 1854
Epidemia por contágio ou propagada
Malária e dengue
mosquito é vetor, áreas endémicas são limitadas por condições
climáticas:
Objetivo
Maximizar a proteção contra a dispersão internacional de
doenças, enquanto minimiza a interferência sobre o
comércio e as viagens internacionais
Finalidade
Controlar situações de emergência para a saúde pública
mundial, independente do patogénico
Regulamento Sanitário Internacional
Obriga os países a
notificar à OMS todas as situações de emergência para a
saúde pública mundial
verificar a ocorrência de surtos quando solicitado pela
OMS
ter capacidade para detetar rapidamente e responder aos
eventos
cooperar com a rápida avaliação e assistência aos eventos
Investigação e controle de epidemias
Vigilância em saúde
coleta, análise e interpretação sistemática de dados em saúde para
planear, implementar e avaliar as atividades em saúde pública.
Dados serão disseminados
Mecanismos de vigilância
notificação compulsória de algumas doenças
registos de doenças específicas (base populacional ou hospitalar)
pesquisas populacionais repetidas ou contínuas
agregação de dados que mostram padrões de consumo e
atividade económica
Usos da vigilância epidemiológica