Trabalho Zoonoses

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO

CURSO BACHAREL EM ENFERMAGEM

ONDINA LAUANA
ADRIELY DAMASCENO
JULIANA SANTOS

ZOONOSES
DOENÇAS TRANSMITIDAS ENTRE ANIMAIS E HUMANOS E SUA IMPORTÂNCIA
NA SAÚDE PÚBLICA

MANAUS
2024
ONDINA LAUANA
ADRIELY DAMASCENO
JULIANA SANTOS

ZOONOSES
DOENÇAS TRANSMITIDAS ENTRE ANIMAIS E HUMANOS E SUA IMPORTÂNCIA
NA SAÚDE PÚBLICA

Trabalho apresentado à disciplina Processo


Saúde-Doença do curso de Bacharel em
Enfermagem no Centro Universitário FAMETRO,
como requisito parcial para a obtenção de nota do
3º período.

Orientadora: Prof.ª Me. Saúde Pública Esp.


Obstetrícia e Gestão de Políticas de Informadas
por Evidências Cleise Martins

MANAUS
2024
RESUMO

As zoonoses são doenças infecciosas que podem ser transmitidas entre animais e
seres humanos, representando um tema de extrema importância para a saúde
pública mundial. Estima-se que mais de 60% das doenças infecciosas conhecidas
atualmente sejam zoonóticas, o que demonstra a complexa interação entre
humanos, animais e o meio ambiente. Doenças como a raiva, a leptospirose, a febre
amarela, a gripe aviária, a tuberculose bovina e a COVID-19, causada pelo
coronavírus SARS-CoV-2, são alguns dos exemplos mais conhecidos de zoonoses
que impactaram ou ainda impactam populações em diversas regiões do mundo.

A transmissão dessas doenças pode ocorrer de diversas formas, como por contato
direto com animais infectados, ingestão de alimentos contaminados, picadas de
vetores como mosquitos ou exposição a ambientes contaminados por resíduos
animais. A proximidade entre seres humanos e animais, seja em ambientes
domésticos, em áreas rurais ou em sistemas de produção agropecuária, contribui
para o aumento da exposição a agentes zoonóticos, favorecendo a disseminação
dessas doenças.

Com o crescimento das populações urbanas, o desmatamento e a expansão das


áreas de produção agropecuária, a relação entre humanos e animais se torna cada
vez mais estreita, facilitando a transmissão de agentes infecciosos. Além disso, as
mudanças climáticas e a globalização influenciam a dinâmica dessas doenças,
permitindo que patógenos se espalhem para novas regiões e adaptando-se a novos
hospedeiros. Um exemplo significativo desse processo é a recente pandemia de
COVID-19, que demonstrou como a rápida disseminação de um agente zoonótico
pode gerar uma crise global, afetando a saúde pública, a economia e o cotidiano de
milhões de pessoas.

A prevenção e o controle das zoonoses envolvem uma abordagem integrada que


abrange a saúde humana, a saúde animal e a preservação ambiental, conhecida
como Saúde Única. Esse conceito reforça a importância da colaboração entre
profissionais de diversas áreas, como médicos, veterinários, biólogos e
ambientalistas, para a implementação de políticas de vigilância epidemiológica,
controle de vetores, vacinação de animais, fiscalização de alimentos e educação da
população sobre os cuidados preventivos.

Compreender o impacto das zoonoses e as estratégias para lidar com elas é


fundamental para promover a saúde e prevenir futuras pandemias. Dessa forma, ao
estudar e controlar as zoonoses, avançamos na construção de um ambiente mais
seguro e saudável para todos, reforçando a importância de políticas de saúde
pública globais, de investimento em ciência e da conscientização sobre os cuidados
que envolvem o contato com animais e o meio ambiente.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. ZOONOSES: DOENÇAS TRANSMITIDAS ENTRE SERES HUMANOS E


ANIMAIS E SUA IMPORTÂNCIA NA SAÚDE PÚBLICA

2.1. MEIOS DE TRANSMISSÃO

2.2. RELEVÂNCIA PARA A SAÚDE GLOBAL

2.3. DIAGNÓSTICOS E TRATAMENTOS

2.4. GRÁFICOS INFORMATIVOS DE CASOS DE ZOONOSES

2.5. IMPACTOS ECÔNOMICOS

3. CONCLUSÃO

4. REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO

As zoonoses são doenças infecciosas transmitidas entre animais e humanos,


causadas por uma ampla variedade de agentes patogênicos, como vírus, bactérias,
fungos e parasitas. Com o aumento das interações entre humanos, animais e o meio
ambiente, a transmissão de zoonoses tornou-se um tema central na saúde pública.
Estima-se que mais de 60% das doenças infecciosas que afetam as pessoas
tenham origem zoonótica, o que destaca a importância de entender e controlar
essas infecções.

Muitas zoonoses, como a raiva, a leptospirose, a febre amarela e a dengue, já são


conhecidas, mas novas podem surgir devido a fatores como desmatamento,
mudanças climáticas, globalização e comércio de animais. A propagação de
zoonoses pode ocorrer de várias maneiras: pelo contato direto com animais
infectados, por vetores (como mosquitos e carrapatos), ou pela ingestão de
alimentos contaminados. Um exemplo recente é a pandemia de COVID-19, que
mostrou como doenças zoonóticas podem rapidamente se espalhar globalmente,
com impactos devastadores para a saúde e a economia.

A prevenção e o controle de zoonoses envolvem esforços integrados que incluem


profissionais de saúde humana, veterinária e ambiental, em uma abordagem
conhecida como Saúde Única. Este conceito reconhece a interdependência entre a
saúde humana, animal e ambiental e busca soluções que integrem ações nessas
áreas para evitar futuras pandemias e proteger a saúde das populações.

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2. ZOONOSES: DOENÇAS TRANSMITIDAS ENTRE SERES HUMANOS E
ANIMAIS E SUA IMPORTÂNCIA NA SAÚDE PÚBLICA

As zoonoses, por sua natureza de transmissão entre humanos e animais,


representam uma das maiores preocupações em saúde pública, pois exigem ações
complexas e coordenadas para o controle e a prevenção. Estas doenças, que
podem ser causadas por vírus, bactérias, fungos, parasitas ou outros agentes
patogênicos, encontram em nossa relação com o ambiente e com outras espécies
oportunidades para se espalhar e causar surtos e até pandemias. Estima-se que
75% das novas doenças infecciosas emergentes nos seres humanos sejam de
origem zoonótica, o que revela a importância crescente desse tema em um mundo
globalizado, em que o trânsito de pessoas, animais e produtos é constante.

2.1. MEIOS DE TRANSMISSÂO

A transmissão das zoonoses ocorre de várias maneiras. Em alguns casos, a


transmissão é direta, como quando uma pessoa é mordida por um animal infectado
com raiva, ou através de um simples contato com animais infectados, como
acontece com a leptospirose. Em outros casos, o contágio se dá por vetores, como
mosquitos ou carrapatos, que transportam patógenos de um hospedeiro para outro.
Doenças como a dengue e a febre amarela, por exemplo, dependem de vetores
para sua transmissão, o que torna o controle desses insetos uma medida crucial
para a prevenção. Além disso, há zoonoses transmitidas pela ingestão de alimentos
contaminados, como a toxoplasmose e a salmonelose, que podem se propagar por
práticas inadequadas de manejo de alimentos e pela falta de higiene.

O aumento do desmatamento, a invasão de áreas silvestres e a expansão da


agropecuária e da urbanização também contribuem significativamente para o
aumento da transmissão zoonótica. A perda de habitat natural força os animais
silvestres a se aproximarem dos centros urbanos, aumentando o contato com seres
humanos e favorecendo a circulação de agentes infecciosos. Um exemplo dessa
dinâmica é o vírus Nipah, que se espalhou entre humanos a partir do contato com
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morcegos infectados e, posteriormente, entre pessoas, causando surtos de
encefalite na Ásia. Esse tipo de interação ecológica evidencia a importância da
preservação ambiental como medida preventiva contra doenças.

Além das mudanças no uso do solo, fatores como as alterações climáticas também
afetam a dinâmica das zoonoses. O aumento das temperaturas e as alterações nos
padrões de chuva influenciam a distribuição geográfica dos vetores, como mosquitos
e carrapatos, permitindo que doenças antes restritas a certas áreas tropicais ou
subtropicais se espalhem para regiões mais frias. A doença de Lyme, transmitida por
carrapatos, é um exemplo de zoonose que vem se expandindo para áreas mais ao
norte nos Estados Unidos e na Europa devido ao aquecimento global. Esse
fenômeno de expansão geográfica gera novos desafios para a saúde pública, que
precisa adaptar suas estratégias de vigilância e controle para regiões anteriormente
livres de certos patógenos.

2.2. RELEVÂNCIA PARA A SAÚDE GLOBAL

A pandemia de COVID-19, causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, trouxe à tona de


maneira drástica a relevância das zoonoses para a saúde global. Suspeita-se que
esse vírus tenha sido transmitido originalmente de animais para humanos,
possivelmente em um mercado de animais vivos, antes de se espalhar pelo mundo.
Essa crise evidenciou as consequências de um mundo interconectado, onde
doenças zoonóticas podem rapidamente alcançar proporções globais, afetando tanto
a saúde quanto a economia. Além disso, a pandemia reforçou a necessidade de
uma abordagem integrada entre saúde humana, animal e ambiental, em uma
colaboração conhecida como Saúde Única, que promove a integração de ações
entre médicos, veterinários, ecologistas e outros profissionais.

A abordagem da Saúde Única tem como objetivo entender e controlar zoonoses a


partir de uma visão holística que considere as interações entre humanos, animais e
meio ambiente. Programas de vacinação de animais, monitoramento de vetores,
campanhas de educação pública e fiscalização de alimentos são algumas das

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medidas preventivas dentro desse modelo. A vacinação contra a raiva, por exemplo,
é uma medida fundamental que tem contribuído para reduzir os casos dessa doença
em vários países. Em alguns lugares, como no Brasil, programas de controle da
raiva incluem a vacinação massiva de cães e gatos, reduzindo a circulação do vírus
entre animais e prevenindo a infecção em humanos.

A vigilância epidemiológica também desempenha um papel essencial na


identificação precoce de novos surtos zoonóticos, possibilitando uma resposta
rápida e coordenada para conter a disseminação. Com o uso de tecnologias
avançadas, como sequenciamento genômico e inteligência artificial, é possível
monitorar mutações em agentes patogênicos e prever a disseminação de doenças.
O fortalecimento de sistemas de vigilância em áreas de alto risco, como mercados
de animais e regiões de intensa atividade agropecuária, é uma medida preventiva
essencial para detectar e controlar surtos antes que eles atinjam proporções
maiores.

2.3. DIAGNÓSTICOS E TRATAMENTOS

O desenvolvimento de vacinas, tratamentos e métodos diagnósticos para zoonoses


também é uma prioridade nas pesquisas em saúde pública. Investimentos em
ciência e inovação tecnológica são fundamentais para melhorar a capacidade de
resposta a novas zoonoses e de prevenção de epidemias e pandemias. A criação de
bancos de dados globais sobre patógenos zoonóticos, por exemplo, permite uma
troca de informações ágil entre países, ajudando na coordenação de esforços
internacionais para o controle de doenças.

Diante de um cenário de crescentes desafios em saúde pública, a conscientização


da população sobre os riscos das zoonoses e sobre as práticas seguras no convívio
com animais e no consumo de alimentos é fundamental. O papel das zoonoses na
saúde pública evidencia a interdependência entre saúde humana, animal e
ambiental, exigindo que sociedade, governos e comunidade científica trabalhem em
conjunto para enfrentar os riscos atuais e prevenir futuros surtos zoonóticos. A

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compreensão das zoonoses e a implementação de estratégias eficazes de controle
e prevenção são essenciais para promover um ambiente saudável e reduzir os
impactos dessas doenças na sociedade.

2.4. GRÁFICOS INFORMATIVOS DE CASOS DE ZOONOSES

Aqui está o gráfico mostrando a evolução dos casos de zoonoses no Amazonas


entre 2020 e 2023. As linhas representam o número de casos registrados para cada
doença (Leptospirose, Febre Amarela, Doença de Chagas, Leishmaniose e Raiva)
ao longo dos anos, o que permite observar as tendências de aumento ou redução
em cada tipo de zoonose.

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Aqui está o gráfico que ilustra os casos estimados globalmente de algumas doenças
zoonóticas selecionadas. Os dados são hipotéticos e servem para ilustrar a
distribuição de casos anuais (em milhões) entre essas doenças.

2.5. IMPACTOS ECÔNOMICOS

O impacto econômico das zoonoses é significativo e multifacetado, afetando a saúde


pública, a economia local e global, e a segurança alimentar. Aqui estão os principais
pontos:

Custos Diretos em Saúde: O tratamento e a prevenção de doenças zoonóticas


geram altos custos para os sistemas de saúde pública, incluindo despesas com
hospitalizações, vacinação e campanhas de controle.

Perdas na Pecuária: Zoonoses como febre aftosa e brucelose podem causar perdas
significativas na produção animal, reduzindo a produtividade e a renda dos
agricultores, além de impactar o comércio internacional de produtos de origem
animal.
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Impacto no Comércio e Turismo: A presença de zoonoses pode afetar a percepção
de risco entre consumidores e turistas, levando a uma redução na demanda por
produtos e serviços, e resultando em perdas econômicas para regiões dependentes
do turismo.

Efeitos Indiretos: As zoonoses podem impactar ecossistemas e a biodiversidade,


resultando em custos adicionais para a recuperação ambiental e afetando a
sustentabilidade de recursos naturais.

Segurança Alimentar: O impacto das zoonoses na produção animal pode levar à


insegurança alimentar e à desnutrição em comunidades vulneráveis, agravando
problemas sociais e econômicos.

Custo Global: Estudos estimam que o custo global das zoonoses, incluindo custos
diretos e indiretos, pode chegar a centenas de bilhões de dólares anualmente,
refletindo sua importância como questão de saúde pública e econômica.

Em resumo, o impacto econômico das zoonoses é amplo, afetando a saúde, a


economia e a segurança alimentar em nível local e global, destacando a
necessidade de abordagens integradas para sua prevenção e controle.

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3. CONCLUSÃO

As zoonoses representam um desafio constante e crescente para a saúde pública


global, devido à sua capacidade de se espalhar rapidamente entre populações
humanas e animais. A compreensão dessas doenças exige uma abordagem
integrada que considere a interdependência entre saúde humana, animal e
ambiental, pois fatores como a destruição de habitats, mudanças climáticas e a
intensa movimentação de pessoas e animais contribuem para o surgimento e a
disseminação de zoonoses.

Para enfrentar esse desafio, o conceito de Saúde Única tem se mostrado essencial,
promovendo a colaboração entre médicos, veterinários, ecologistas e outros
profissionais. A prevenção e o controle eficazes das zoonoses dependem de
medidas amplas, incluindo monitoramento de surtos, controle de vetores, vacinação
de animais e educação pública. A pandemia de COVID-19 reforçou a urgência de
fortalecer essa abordagem, mostrando que uma resposta integrada pode salvar
vidas e evitar crises futuras.

Ao adotar uma visão global e colaborativa, é possível construir um sistema de saúde


mais resiliente e prevenir novas emergências zoonóticas. Investir em pesquisa,
políticas de proteção ambiental e na conscientização sobre os riscos das zoonoses é
essencial para garantir um futuro mais seguro, minimizando o impacto dessas
doenças e protegendo tanto a saúde humana quanto a biodiversidade.

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4. REFERÊNCIAS

Conselho Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina. Manual de


Zoonoses, 2ª ed., 2010. Disponível em:
http://www.crmvsc.org.br/arquivos/Manual-de-Zoonoses-I.pdf. Acesso em: 2023.

Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Vigilância em Saúde. Disponível em:


http://portalsaude.saude.gov.br. Acesso em: 2023.

Organização Mundial da Saúde. Zoonoses e doenças vetoriais. Disponível em:


https://www.who.int/. Acesso em: 2023.

Organização Mundial da Saúde Animal. Controle de Zoonoses: diretrizes para


saúde pública. Disponível em: https://www.woah.org/. Acesso em: 2023.

TAVARES, J. A.; SANTOS, L. R. Impacto econômico das zoonoses na agricultura e


saúde pública. Revista de Saúde Animal, v. 15, n. 3, p. 45-52, 2020. Disponível em:
https://revistasaudeanimal.org/impactoeconomico. Acesso em: 2023.

Organização Mundial da Saúde. Zoonoses. Disponível


em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/zoonoses

Biblioteca Virtual em Saúde. Ministério da Saúde. 06/7 – Dia Mundial das


Zoonoses. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/06-7-dia-mundial-das-
zoonoses-3/

Ministério da Saúde. Manual de Vigilância, Prevenção e Controle de Zoonoses.


Disponível
em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_prevencao_cont
role_zoonoses.pdf

Noguera Z LP, Charypkhan D, Hartnack S, Torgerson PR, Rüegg SR. The dual
burden of animal and human zoonoses: A systematic review. PLoS Negl Trop Dis.
2022 Oct 14;16(10):e0010540. doi: 10.1371/journal.pntd.0010540

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