Guia para o Tratamento Dos: Acidentes Ofídicos
Guia para o Tratamento Dos: Acidentes Ofídicos
Guia para o Tratamento Dos: Acidentes Ofídicos
tratamento dos
acidentes ofídicos
2022
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FICHA TÉCNICA
Autores
Jacqueline de Almeida Gonçalves Sachett
Fundação de Dermatologia Tropical e Venereologia Alfredo da Matta (FUAM)
Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
Colaboradores
Alícia Cacau Santos
Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD)
Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
André Sachett
Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD)
Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
Leonardo Marques
Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD)
Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
Lisele Brasileiro
Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD)
Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
Revisão textual
Vinicius Milhomem
Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
Validação
Ageane Mota da Silva
Instituto Federal do Acre (IFAC)
Gisele Torrente
Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
Manaus/AM, 2022
APRESENTAÇÃO
Ressalta-se que muitos destes procedimentos podem ser realizados pela equipe
paramédica. Neste guia, também estão incluídas informações detalhadas sobre o manejo
dos casos em unidades básicas de saúde, dependendo das políticas locais para tratamento
de acidentes ofídicos e planos futuros para descentralização do tratamento antiofídico na
Amazônia brasileira. A posologia dos antivenenos foi apresentada seguindo as mesmas
recomendações do Ministério da Saúde, uma vez que estudos clínicos demonstraram que
as dosagens dos antivenenos padrão são eficazes em reverter os efeitos sistêmicos do
envenenamento.
Após essa etapa, foram consideradas as sugestões dos juízes e assim foi gerada a
segunda versão do guia, que seguiu para a avaliação semântica por profissionais da rede
básica de saúde dos municípios Careiro da Várzea, Ipixuna e Boa Vista do Ramos, no
Estado do Amazonas. Após as considerações dos profissionais, foi elaborada a versão final
do guia.
Os responsáveis por este estudo agradecem a toda a equipe responsável pela
pesquisa e a todos os juízes que participaram da validação de conteúdo e profissionais de
saúde que permitiram a validação semântica deste guia. Destaca-se o apoio das secretarias
de saúde dos municípios que liberaram seus profissionais a fim de receber treinamento e
participarem do processo de validação em Manaus. Agradecemos ao apoio do Diretor
Presidente da FMT-HVD, Dr. Marcus Vinitius de Farias Guerra, e ao Diretor de Assistência
Médica desta instituição, Dr. Antônio Magela, que facilitaram a realização de todas as
etapas do projeto. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade do Estado do Amazonas (CAAE: 35855820.2.0000.5016). os autores
agradecem ainda o financiamento concedido pelo Ministério da Saúde (733781/19-035),
pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (PRÓ-ESTADO - 011/2021,
PCGP/FAPEAM - 010/2021 e CT&I ÁREAS PRIORITÁRIAS) e pelo Fogarty International
Center do National Institutes of Health (R21TW011944). O conteúdo deste guia é de
responsabilidade exclusiva dos autores e não representa necessariamente as opiniões
oficiais dos financiadores.
Este guia validado poderá ser integrado aos currículos dos profissionais de saúde
em todos os níveis, a fim de melhorar a qualidade da atenção nos envenenamentos ofídicos
e aumentar seu conhecimento e competência clínica na rotina. Finalmente, nossos achados
apoiam o uso deste guia validado em vários contextos epidemiológicos e culturais no Brasil.
Observação:
- Nunca utilizar torniquete ou realizar qualquer outro procedimento no local da picada como
sucção, incisão, aplicação de substâncias e produtos caseiros, pois, além de não haver
evidência de sua eficácia, podem causar complicações no local da lesão;
- Nunca indicar que o paciente ingira misturas caseiras: chás, garrafadas ou outras
preparações como “Específico Pessoa”, pois também não existe nenhuma evidência para
neutralização do veneno ou outro benefício para o paciente.
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Figura 1 – (A) Lesão puntiforme no calcanhar direito; (B) sinais locais com o dorso do pé edemaciado
e avermelhado, com sangramento no local da picada; (C) Lesão puntiforme na panturrilha esquerda.
Imagens do acervo do CEPCLAM/FMT-HVD.
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Figura 2 – Edema evidente no pé e perna, com pele levemente avermelhada, sinais clássicos do
envenenamento botrópico. Imagens do acervo do CEPCLAM/FMT-HVD
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AO1
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AO2 - Diagnóstico e classificação clínica do envenenamento
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Caracterizado por edema local intenso e extenso, podendo
atingir todo o membro picado, geralmente acompanhado de dor
intensa e, eventualmente, com presença de bolhas. Em
c) Grave: decorrência do edema, podem aparecer sinais de síndrome
compartimental. Manifestações sistêmicas como hipotensão
arterial, choque, oligoanúria ou hemorragias intensas
definem o caso como grave, independentemente do quadro
local. TC normal ou alterado.
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Caracteriza-se pela presença de sinais e sintomas
a) Leve:
neuroparalíticos discretos, sem mialgia, alteração da cor
da urina ou oligúria. TC normal ou alterado.
Caracteriza-se pela presença de sinais e sintomas
neuroparalíticos evidentes, mialgia discreta e a urina
b) Moderado:
pode apresentar coloração alterada. TC normal ou
alterado.
Os sinais e sintomas neurotóxicos são evidentes e
c) Grave: intensos, a mialgia é intensa, a urina é escura, podendo
haver oligúria ou anúria. TC normal ou alterado.
Todos os casos de acidente por coral com manifestações clínicas devem ser
considerados como potencialmente graves pelo risco de insuficiência respiratória.
- Picadas secas: ocorre quando uma serpente peçonhenta não injeta veneno no
momento do ataque. Nestes casos, pode ser observada as marcas das presas,
porém sem sinal local ou sistêmico de envenenamento, e os PACIENTES NÃO
NECESSITAM ANTIVENENO.
- Caso o paciente chegue ao atendimento sem sinais de envenenamento, deve
permanecer sob observação por, no mínimo, 6 horas após o acidente. Recomenda-
se realizar o TC assim que o paciente é admitido e ao final do período de
observação. Não havendo manifestações clínicas ou alteração do TC, o paciente
pode receber alta com o diagnóstico de picada seca.
Observação:
- Os envenenamentos apresentam quadros locais e sistêmicos, sendo que, a
classificação clínica final será baseada no pior quadro entre os dois. Exemplo:
paciente de acidente botrópico com edema leve (quadro local leve) e hematúria
(quadro sistêmico moderado) deverá ter sua classificação final como
MODERADO.
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Figura 3 – Espécies de serpentes envolvidas em acidentes ofídicos na Amazônia brasileira. As
imagens mostram as oito principais espécies de serpentes responsáveis por picadas na região
amazônica brasileira (A – H). Bothrops atrox (A) é responsável pela maioria das picadas de cobras
registradas na região Amazônia brasileira (80-90%), seguido por Lachesis muta (E). Fonte: Hui Wen F,
Monteiro WM, Moura da Silva AM, et al. (2015) Snakebites and Scorpion Stings in the Brazilian Amazon: Identifying Research
Priorities for a Largely Neglected Problem. PLoS Negl Trop Dis 9(5): e0003701. doi:10.1371/journal.pntd.0003701
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AO2
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AO3 – Realização do exame do tempo de coagulação
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AO3
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AO4 – Preparo do antiveneno para administração
Conduta:
2. O antiveneno não deve estar ou ter sido congelado. Veja figura 4 o frasco do
antiveneno.
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5. O número do lote, data de fabricação, nome do fabricante e validade devem ser
verificados no recipiente (rótulo e ampola) e devem ser anotados no registro do
paciente. Não use medicamentos com prazo de validade vencido.
6. Abrir um frasco de soro glicosado ou fisiológico e esvaziar para que fique em seu
interior apenas 100 ml de solução; abrir todos os frascos do soro antiofídico
prescritos e com ajuda de uma seringa, aspirar e colocar no interior de um frasco
de soro contendo os 100ml de soro glicosado ou fisiológico (Figura 5), conforme
o volume final do antiveneno com a solução. Observe, na Figura 6, os materiais
que serão utilizados.
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7. Após abertura dos frascos, o antiveneno deve ser administrado imediatamente.
O antiveneno é uma solução límpida, incolor ou ligeiramente amarelada que não
deve apresentar grumos ou partículas. Não deve ser usado se houver turvação
(diminuição da transparência) ou presença de material estranho. Veja, na Figura
7, o aspecto correto do soro.
Observação:
Em caso de medicação vencida ou duvidosa seguir o protocolo do Programa Nacional de
Imunização da Secretaria de Saúde.
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AO4
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AO5 - Tratamento antiveneno específico
Conduta:
1. Pré-soroterapia
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AO5
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2. Soroterapia
A seguir, estão descritas as doses de antivenenos que devem ser administradas
para cada tipo de envenenamento.
Observações:
- A definição do número de ampolas de soro antiofídico a ser administrado se dá
unicamente pela gravidade do envenenamento, e é independente do local da
picada, sexo, peso ou idade do paciente.
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3. Administração do soro antiofídico
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3) Anti-histamínico (bloqueador anti-H1): maleato de dextroclorfeniramina
(adultos 10 mg; crianças 0,2 mg/kg por injeção IV lenta).
4) Corticosteroides Hidrocortisona IV (adultos 100 mg, crianças 2 mg/kg).
l. Assim que o paciente melhorar, reiniciar o gotejamento do soro antiofídico.
m. O paciente deve ser mantido sob observação do profissional de saúde após
a aplicação do soro por, pelo menos, 24 horas.
n. Registre a administração do soro antiveneno no prontuário do paciente,
registrando: a quantidade e a categoria de antiveneno, hora da administração, a
aparência do local, a duração da administração e a tolerância do paciente ao
procedimento. Anote qualquer reação adversa.
Observações:
- Anti-inflamatórios não esteroides, semelhante à aspirina e diclofenaco, não são
indicados, pelo risco de lesão renal.
- Lembre-se que quanto mais rapidamente o paciente receber o soro antiofídico,
menor as hipóteses de complicações e sequelas pelo envenenamento.
- O tratamento concomitante poderá ser adicionado conforme a necessidade do
paciente e a avaliação do profissional de saúde assistente.
- Não existe evidência de que o uso de antibiótico como terapia precocemente possa
prevenir o surgimento de infecção secundária.
- No caso da administração do antiveneno em serviço de atenção primária que não
possua estrutura para acompanhamento do paciente, encaminhar o paciente para
a unidade hospitalar mais próximo após 1 hora do término da administração do
antiveneno.
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AO5
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AO6 - Cuidados com o local da picada
O local da picada deve ser avaliado diariamente para escolher a melhor conduta.
Conduta:
1- Realizar a limpeza do local da lesão com soro fisiológico e, em casos de
sangramento, realizar cobertura com gaze estéril e atadura frouxa. Caso a lesão
não tenha sangramento ou exsudato, não necessita uso de cobertura;
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5- Nos casos de acidentes ocorridos em locais diferentes dos membros inferiores
e superiores, por exemplo, no tronco ou na cabeça, deve-se fazer a medida da
circunferência no local e comparar a evolução com as medidas realizadas nos
dias anteriores para observar melhora ou piora do edema pelas diferenças dos
centímetros;
Observação
- Os sinais de complicações no local da lesão devem ser identificados precocemente
na tentativa de evitar, ou reduzir o risco de perda funcional do membro afetado ou
repercussões sistêmicas graves que podem levar o paciente a óbito.
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A B
Figura 8 – (A) Bolha sanguinolenta no dedo indicador; (B) Bolha sero sanguinolenta no dorso
do pé e tornozelo direitos; (C)(D) Infecção secundária com formação de celulite e abscesso.
(E)Bolha sanguinolenta em segundo pododáctilo direito; (F) Debridamento em dedo mínimo
direito com área de granulação e início de formação de necrose; (G)(H) Formação de úlcera
com fibrina e exposição de musculatura após infecção secundária. Imagens do acervo do
CEPCLAM/FMT-HVD
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AO6
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AO7 - Seguimento do paciente
Conduta:
1. Avaliação inicial (primeiras 12 horas)
- Após a administração do soro, a avaliação deve ser direcionada para a melhora
da hemorragia e da coagulopatia e, eventualmente, o surgimento de reação
adversa precoce que é usualmente observada até as primeiras 2 horas.
- Realizar o exame de tempo de coagulação (TC) para acompanhar a evolução
de coagulopatia a cada 12 horas após a soroterapia até a normalização, que
deve ocorrer em até 24 horas após a administração do antiveneno;
- Avaliar os sinais clínicos locais conforme o protocolo AO1;
- Avaliar continuamente os sinais sistêmicos de gravidade para sangramento,
como hematêmese, enterorragia, otorragia, hematúria macroscópica e, com uso
da escala de Glasgow, possível hemorragia cerebral. Espera-se que após a
administração do antiveneno, as manifestações hemorrágicas cessem em
algumas horas.
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- Da mesma forma, casos inicialmente MODERADOS poderão ser
reclassificados como GRAVES e receber mais 6 (seis) ampolas de soro
antiofídico (total de 12 ampolas) e ser encaminhado para a unidade de
referência o mais rapidamente possível;
- No caso do paciente inicialmente classificado como GRAVE, este deverá
receber a dose preconizada conforme a gravidade e ser imediatamente
encaminhado para a unidade de referência, acompanhamento por profissional
de saúde.
Observação:
- A cada administração adicional de soro antiofídico, deve ser avaliada a
necessidade de o paciente receber 30 minutos antes a pré-soroterapia
conforme o protocolo AO5. Em casos onde a soroterapia inicial foi realizada
poucas horas antes ou quando o risco decorrente da gravidade suplantar o risco
de reação, deve ser considerada a possibilidade de administrar o soro mesmo
sem nova pré-medicação. Por outro lado, se o paciente tiver apresentado
reação alérgica moderada ou grave na soroterapia inicial, a administração
adicional deve ser considerada com cautela e a pré-medicação instituída.
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AO7
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AO8 – Encaminhamento do paciente para a unidade hospitalar
Observação:
Os encaminhamentos DEVEM seguir o Sistema de Regulação (SISTER ou SISREG).
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AO8
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AO9 – Avaliação das complicações do acidente ofídico
Conduta:
1. O paciente deve ser avaliado diariamente após o momento crítico (primeiras 48
horas) com o foco no aparecimento de complicações decorrentes do acidente
ofídico com envenenamento.
4. Avaliação Clínica:
Somente um dos critérios (Cr ou diurese) pode ser utilizado para inclusão no estágio. Pacientes
que necessitem de diálise são considerados estágio 3, independente do estágio em que se
encontravam no início da terapia dialítica.
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- Infecção Secundária: sinais locais de dor intensa e persistente, vermelhidão
localizada, celulite e abscesso. Nos abscessos, devem ser realizados prescrição
de antibiótico e drenagem da secreção. Para sinais sistêmicos, atentar para
febre, náusea, vômito, rebaixamento de nível de consciência e sepse. Para
antibioticoterapia, são indicados algumas das opções:
Droga Dosagem
Clindamicina IV ou VO
Amoxicilina + ácido clavulânico VO
Ceftriaxona + metronidazol IV
5. Avaliação Laboratorial:
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AO9
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AO10 – Alta hospitalar e acompanhamento ambulatorial
Conduta:
1. Acompanhamento ambulatorial pós-alta: pelo menos 1 avaliação após a alta
hospitalar deverá ser agendada para um intervalo de 7 (sete) dias e deverá avaliar
sinais e sintomas no local da picada como necrose, úlcera e infeção, reação tardia
do soro antiofídico (nódulos, prurido), relato de diminuição de volume urinário,
sangramentos em pele e mucosa.
3. No caso de a lesão ofídica estar aberta no momento da alta o paciente deverá ser
orientado a procurar a unidade básica de saúde mais próxima para curativos e
avaliações diariamente.
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AO11 – Alta da unidade básica e acompanhamento
Conduta:
1. Critérios para alta da unidade básica:
a. Ausência de sinais inflamatórios (dor, calor, rubor e edema), que permitam
o paciente deambular sozinho.
b. Não apresentar suspeita de infecção secundária observando instalação de
celulite ou abscesso (ver AO9).
c. Não necessitar mais de medicação contínua como analgésico, antibiótico.
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AO12 – Preenchimento da ficha de notificação
A ficha de notificação de acidentes por animais peçonhentos deve ser preenchida em todos
os casos de acidentes por serpentes, peçonhentas ou não, com ou sem utilização de
antiveneno.
Conduta:
1. Parte 1 – Dados sociodemográficos: preencher com o maior número de
informações possíveis para identificação das características dos pacientes
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número 46 deve ser registrado caso a serpente seja identificada ou os sinais e
sintomas sejam compatíveis com o tipo da serpente.
4. Parte 4 – utilizar esta parte da ficha para consulta rápida dos efeitos do veneno
referentes aos sinais locais e sistêmicos.
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Observações:
Mesmo os acidentes que não necessitaram de antiveneno, devem ter o preenchimento da
ficha de notificação para auxiliar no banco de dados nacional e caracterização dos tipos de
serpentes que ocasionam acidentes no território brasileiro.
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AO13 – Recebimento e armazenamento de antiveneno
Conduta:
1. Receber e verificar a integridade das embalagens e ampolas de antivenenos, bem
como registrar o número recebido e a condição física (integridade do frasco e líquido
interno sem precipitados/grumos) do antiveneno;
2. Realizar a verificação da temperatura utilizada no transporte e a temperatura do
local onde será armazenada (2 a 8◦C);
3. Planejar o pedido periódico dos antivenenos conforme a demanda de utilização
local;
4. Remanejar os antivenenos para outros serviços quando a quantidade armazenada
ultrapassa a necessidade local ou quando a data de validade está próxima do
vencimento sem perspectiva de utilização prévia;
5. Controlar o acesso às áreas de armazenamento para pessoas não autorizadas para
não interferir na segurança do armazenamento;
6. Realizar uma rotina diária de registro e controle de temperatura e/ou umidade nas
salas de distribuição, de recepção e de inspeção e sala de armazenagem e controle,
bem como internamente nos equipamentos refrigeradores de armazenamento;
7. Ter um plano de contingência para todos os equipamentos de refrigeração nos
casos de falta de energia elétrica ou situações que possam apresentar risco
potencial;
8. Realizar uma rotina de capacitação e treinamento dos recursos humanos para
controle e manipulação dos antivenenos;
9. Realizar corretamente o descarte de resíduos dos antivenenos conforme a
orientação da sua central de distribuição.
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AO13
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Referências consultadas
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