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Capítulo 1

Sofia Heingart estava farta de Londres. A opulência a oprimia, as pessoas lhe


enjoavam, os cavalheiros se tornavam cada vez mais estranhos e a cidade parecia
engoli-lá a cada passeio inocente.

A única coisa que ainda não lhe fartara por completo era a companhia de suas três
amigas fiéis e as fofocas que compartilhavam desde a primeira temporada juntas. Mas
agora, no ápice da terceira temporada, Sofia se entediara com a ideia de que pouco
mais de dois velhos lhe pediram em casamento ao longo de longas temporadas
londrinas.

Ainda assim, a sociedade exigia muito dela, de sua boa vontade e sua socialização
doce. Nos últimos anos os eventos só lhe serviram para ficar taxada como louca por
priorizar a vida de um pobre cão machucado a dançar com um duque pomposo que a irmã
mais velha de Sofia, casada com o irmão do duque, lhe arranjara.

Na época, no ápice da primeira temporada de Sofia, isso foi um escândalo. Mas em


defesa da mulher, ela nunca nem vira o duque, ele era um daqueles homens que
viajavam o mundo mesmo com uma responsabilidade iminente para com o próprio lar,
então acreditou que a promessa de Anne de lhe arranjar uma dança com o próprio
cunhado era uma grande besteira, até porque Sofi esperou toda a noite e quando se
cansou decidiu explorar os jardins da casa da irmã.

Então, em meados do jardim, encontrou o pobre cão, tão pequeno que devia ter
passado pelas grades da mansão em um piscar de olhos. Era um filhote, tão magro que
as costelas lhe apareciam e, quando o pegou para resgata-lo, o cheiro pungente de
sangue e o grave latido evidenciaram que o cãozinho havia sido machucado por algum
outro animal.

O coração de Sofia apertou e mesmo sabendo que o vestido ficaria sujo de sangue e
teria de inventar uma desculpa e pedir para um dos criados a ajudarem, chamando sua
mãe para elas irem embora o mais depressa possível, ainda assim priorizaria a vida
do cão.

Em meio à aquilo, correu pelo jardim com o cão frustrantemente agitado, evitando a
parte iluminada e focando no breu que alguns arbustos lhe permitiam.

Mas nem isso bastou para passar despercebida, um criado ou o que pensava que era um
criado devido a compleição alta e forte, o que Sofia podia caracterizar como um
gladiador de Roma prestes a lutar, além da cor da pele, tão bronzeada que brilhavam
mesmo na pouca iluminação estava virado para um dos lados, observando sua rota
desesperada.

Não que aristocratas não podia ter essas características, mas era Londres e todos
os homens que vira até aquele momento eram tão sem graça, e aquele homem era tudo
menos sem graça. Principalmente quando ele deu um passo para a frente e a
iluminação lhe contornou o rosto coberto por uma barba que causava arrepios pelo
corpo da mulher, além dos olhos, tão verdes e significativos que tiraram o ar de
Sofi mesmo no frenesi de resgatar o cão.

Ora, a mulher, sempre movida pela falta de atenção e o frenesi foi atrás do criado.
Um homem daquele podia saber o que fazer com o cãozinho machucado e mesmo se não
soubesse, com certeza conheceria alguém que poderia cura-lo. Reuniu toda a coragem
e escondeu a vergonha para dentro de si, respirou três vezes e partiu, com o cão
lamuriante ainda no colo.
— Senhor — chamou o homem, ainda há alguns passos longe dela. — Senhor! — repetiu,
tão ofegante que a palavra saiu toda torta e o gladiador romano preencheu o
ambiente com uma risada.

— O que a senhorita está carregando nos braços? — o homem disse, tão arrogantemente
que foi neste momento que Sofia se deu conta que era um nobre.

Olhou para baixo, para o corpo de gladiador do nobre, coberto de peças da última
geração londrina. Não era só um aristocrata, era um aristocrata absurdamente rico
em vista das roupas que portava e da carranca indiferente e sarcástica que lhe
lançava.

Sofia não sabia lidar muito bem com o humor de aristocratas, não que ela não fosse
uma, mas era diferente. O pai da mulher não era um aristocrata, era um homem que
ficara rico devido às fábricas de tecido espalhadas pela Inglaterra, então era por
parte da mãe, neta de um importante marquês, que a abertura dos bailes se tornara
palpável a ela e suas irmãs. Além disso, alguns dos nobres deviam um tanto de
dinheiro ao seu pai, que os cobrava em troca de livre passagem pela aristocracia
inglesa. A irmã mais velha então, abrira portas ainda maiores quando conquistou o
coração de um conde, irmão mais novo, por parte de mãe, de um importante duque
inglês.

Em razão disso, a mulher crescera em meio a um vilarejo no sul de Nottinham, terra


proveniente das terras do bisavô marquês e ao lado da cidade natal do pai.

A aristocracia ainda era um enigma para Sofia. Ela conseguia se acostumar com as
fofocas, além de ser uma fofoqueira nata, em todo lugar havia fofocas. Mas o
sarcasmo e a indiferença eram uma dificuldade óbvia para ela, que sempre tentava
seguir o ritmo da conversa sendo o máximo, ou o tanto que conseguia, verdadeira.

— É um cão machucado, senhor. — não sabia o nome do aristocrata e se fosse sincera


não tinha tempo para perguntar.

— Não sabia que boas samaritanas faziam parte da aristocracia inglesa.

— Senhor — respirou fundo, tão fundo que podia sentir o pulmão já apertado pelo
espartilho quase escapando de seu corpo. — Só preciso de ajuda, não quero deixar
esse cãozinho se remoer ainda mais por ajuda.

— E o que a senhorita sugere que seja feito? — o aristocrata a estudava com aqueles
olhos verdes imponentes.

— Acredito que se eu encontrar a senhora Pierce ela cuidará do pobre cão. — e o


cão continuava a chorar em seu colo.

Sofia sabia pedir ajuda a um criado, não a um nobre. Criados eram pessoas mais
sociáveis, mais amáveis, que entendiam o sofrimento de um cão machucado, um nobre
como este era do tipo que passava a carruagem por filhotinhos de cães e gatos.

Mas a mulher ainda assim precisava de ajuda. A irmã havia acabado de casar. Sequer
havia começado a temporada quando Anne, após passar três meses na casa da tia se
casara com o conde, o que poucos sabiam e muitos desconfiavam é que sua irmã
esperava um bebê, por isso o casamento iminente há duas semanas. Tanto se dizia
sobre a nova condessa de Carnarvon que por influência do bom senso da mãe, sua irmã
abrira a temporada com um suntuoso baile. Mas o que isso significava para Sofia era
que mal conhecia a Casa Stafford, e o que pouco conhecia não lhe guardara na pouca
memória, ou seja, precisava de ajuda para encontrar a governanta e lhe dar o
cãozinho.
— A senhorita continua a pensar muito.

— Não sei o que fazer, mal conheço a casa. É um local muito grande para uma casa na
cidade. — e aí estava sua sinceridade sempre tão simplista para nobres como o homem
a sua frente.

— Venha! — o homem ordenou e ela o seguiu, tentando acompanhar seus passos. — Me dê


o cão!

— Eu posso ficar com ele, o coitado já está assustado, agora que ele está se
acostumando comigo, não quero tirá-lo do aconchego.

— Mas a senhorita é lenta demais. Nesse passo chegaremos a cozinha somente amanhã.

Oh senhor, lhe dê paciência para homens arrogantes e apressados!

— Estou indo o mais rápido que posso, mas usar um espartilho apertado, sapatos
altos e carregar um cão não é a coisa mais simples do mundo. Além disso, o
coitadinho está sofrendo, se eu correr muito sua dor aumentará com o movimento. —
continuou a falar — E se o senhor não percebeu, minha roupa já está cheia de
sangue, duas pessoas cobertas de sangue suspeitara muito aos convidados de Anne.

— Conhece a condessa ao ponto de chamá-la com o primeiro nome?

— Na verdade, compartilhamos o mesmo ventre, só que em diferentes épocas. — sorriu,


imitando a arrogância do nobre insuportável. — Somos irmãs.

Seu pai havia lhe ensinado que se a sociedade lhe impera dúvidas de comportamento,
imite-os, e era isso que Sofia fazia constantemente.

— E o senhor, é familiarizado com a família do conde?

— Coincidentemente, senhorita Heingart, também compartilhei o mesmo ventre que o


conde, só que assim como a senhorita e minha cunhada, em épocas diferentes.

Esse era o problema de Sofia com a aristocracia, sempre que ela havia dado o xeque
para o grande golpe final, alguém lhe dava um xeque-mate e lhe lembrava que ela só
estava ali por conveniência de seu bisavô ser um marquês e de muitos nobres deverem
favores ao seu pai.

E o homem a sua frente, abrindo o caminho para a cozinha era o duque. Sofia o olhou
de novo, a postura e a arrogância claramente aristocratas, mas o corpo cheio de
músculos, a pele de um pirata saqueador e os olhos mais pecaminosamente proibidos
de toda Inglaterra o diferiam do estereótipo de um duque inglês.

Silenciosamente agradeceu aos Céus pelo cãozinho aparecer em seu caminho naquela
noite. Se a irmã a obrigasse a dançar com o cunhado, aquele homem lindo e
extremamente sedutor, a mulher simplesmente travaria. Ficaria calada, travada e um
tanto afetada por estar nos braços do duque que parecia um gladiador.

— Está quieta demais, senhorita Heingart. — ela realmente estava quieta desde a
revelação e a cada passo pensava se faltava muito para chegar a cozinha.

— Só estou pensando quanto tempo falta para chegar a cozinha desta casa, Sua Graça.

— Poucos minutos em diante e chegaremos. Se eu fosse a senhorita tentava manter


este cão quieto, antes o breu nos escondia, mas agora a iluminação já está chegando
aqui e a festa está em seu apogeu.
Dito e feito, Sofia começou a acariciar a cabeça do cãozinho de modo a acalma-lo,
mas nem isso acalmava o coitadinho.

— Sinto em dizer que nada o acalma, Sua Graça. O mais adequado é seguir o caminho
de modo a entregá-lo aos cuidados da senhora Pierce.

O duque não a respondeu, aumentando ainda mais o passo ao qual a mulher teve que
responder em igual movimento.

Atravessaram um arbusto em forma de cisne e finalmente chegaram até a cozinha, onde


uma multidão de criados andavam de um lado a outro com bandejas de petiscos e
bebidas.

— Você. — o duque apontou um dos criados, a arrogância imperava em seu tom. — Onde
está a Senhora Pierce?

— Não… não sei, Sua Graça.

Sofia odiava grosseria e arrogância e a aristocracia era versada em ambas as coisas


quando se tratava do tratamento aos criados. Normalmente ficaria calada diante tal
comportamento horripilante do duque, mas estava farta e extremamente cansada de
aturar tal falta de respeito de nobres como aquele.

— O senhor foi extremamente grosseiro. — empinou o nariz e o empurrou para o lado,


sorriu para o criado e ignorou o duque.

— Será que pode nos dizer onde viu a senhora Pierce pela última vez. Estou
desesperada desde que vi esse pobre cão sofrendo. — ergueu o cão, que agora se
destacava por ser um filhotinho de pelos curtos e muito pretos.

— O senhor Force normalmente cuida dos cavalos e já cuidou dos cães do conde quando
eles arrumaram brigas com raposas, senhorita Heingart.

— Ah seria uma alegria para mim se o senhor levasse esse cãozinho aos cuidados do
senhor Force. Pode fazer isso? — Sofia piscou como a mãe lhe ensinara a piscar
quando queria que algum homem lhe fizesse algum favor.

— Claro senhorita. — a mulher deu o cãozinho, que chorou em debandada, para o colo
do criado, que logo o levou até onde o senhor Force se encontrava.

Olhou para baixo, o vestido estava cheio de sangue, além da calda estar repleta de
barro e o comprimento estar quase se desfazendo devido aos arranhões. Além disso,
se o peso do cabelo significasse algo, e significava, seu penteado milimetricamente
feito estava quase se desmontando.

Tirou os óculos de sob um bolso escondido no vestido, precisava ver nitidamente e


estava farta da dor que irrompia de seus olhos pela falta do objeto.

Virou-se e observou nitidamente o lindo homem a sua frente, os cabelos castanhos


escuros brilhavam em uma ondulação magnífica que fazia as mãos de Sofia se coçarem
para tocar as madeixas, assim como a barba sensual que tocava sua face naquele
queixo quadrado.

— Obrigada, Sua Graça. — fez uma reverência, simplesmente porque se lembrara de que
ele era um duque e ela, uma semi aristocrata.

— Há poucos minutos a senhorita me chamou de grosseiro, agora me agradece.

— O chamei de grosseiro pois Sua Graça foi rude com o pobre criado, e o agradeci
justamente porque o pequeno cão não estaria a salvo sem sua ajuda, milorde.

E foi assim que as temporadas de Sofia se tornaram cada vez mais catastróficas. O
duque e ela não dançaram naquele dia e em nenhum baile. Tão pouco ela o viu muitas
outras vezes, já que logo ele partira para a América e sempre que voltava, apenas
no fim do ano, estava acompanhado por amantes demais.

No ano de 1876, na terceira temporada de Lady Heingart, o baile que a mulher


finalmente entendera que não queria fazer mais parte da sociedade, o duque
aparecera acompanhado da amante, uma belíssima l

Capítulo 2

Henry Calwell, nono Duque de Kent, não saía do quarto há dias. As garrafas de
uísque se espalhavam pelo cômodo uma atrás da outra. O sino da igreja ainda
reverberava em seu ouvido. Desde o funeral que aquele maldito sino idiota não saía
de sua cabeça.

Cecily havia morrido naquela tarde, prestes a dar a luz a uma criança que receberia
o sobrenome de Henry.

O homem se afundou, não porque perdera a esposa ou a amante, mas sim a amiga e
companheira. Henry havia perdido um pedaço de si, um pedaço do que se tornara. Sem
ser o duque aristocrata ou o viajante indiferente, ele havia feito uma família, em
linhas tortas, mas ainda assim pessoas que amavam e que retribuíam seu sentimento.

A porta da quarto se abriu e o duque olhou para a porta. Era sua irmã, o real amor
de sua esposa que jazia ali parada, tão terrivelmente acabada quanto ele. Ou talvez
pior. Ela perdera a única pessoa que lhe aceitara de verdade, que compreendia seu
sentimento e o retribuía.

— Henry, precisamos ir! — Minerva falou, as emoções se controlando dentro dela


desde que nascera.

— Como está… assim… tão… tão calma? — a irmã lhe olhou daquela forma que apenas os
dois entendiam, como se um segredo estivesse sendo contado. Ser criado pela mesma
mãe e por um pai imbecil geravam seus métodos de comunicação.

Henry e Minerva eram gêmeos, coisa que poucos prestavam atenção devido ao fato de
que Henry era um duque e seu outro irmão, Nathaniel, um conde. Já Minerva imperava
seus trinta e um anos como uma solteirona, então a sociedade pouco comentava sobre
ela. Mas Henry sabia a verdade, a irmã sempre se afeiçoara a mulheres e por mais
difícil que tenha sido aceitar, o duque respeitava como o devido.

Na última vez, quando fora a América, a irmã sempre em seu encalço, Minerva se
perdera por uma bela jovem de cabelos ruivos, tanto que a irmã o implorara para
ficar em Nova York. Mas todos os planos se romperam quando o ex-marido de Cecily a
perseguiu e abusou.

A mulher, com pouco mais de vinte e sete anos estava arruinada categoricamente, até
que Henry, para ajudar a irmã e a amiga, oferecera um casamento. As duas ficariam
juntas, Cecily recuperaria sua reputação e Henry estaria livre para viver uma vida
sem as prensas sociais que o aprisionavam desde a infância. Não teria de casar ou
ter seus próprios filhos, poderia ter quantas amantes quisesse e ainda ajudaria a
irmã e sua amante.

Um cão, do tamanho de um porco gordo entrou no quarto. Henry tinha de confessar que
era o cão mais feio que já vira, todo preto, com o focinho avantajado demais para a
compleição de pernas finas e tronco grosso, as orelhas então eram bizarras, uma
caída e outra levantada.

— Nunca me contou como arranjou um cão, pelo que eu saiba, nunca amou animais. —
Warren subiu na cama do tutor e se deitou em seu colo.

Era o cão mais folgado, feio e fedido que já vira e ainda abusava da sua boa
vontade de tutor.

— Já lhe disse sim!

— Não, contou-me uma mentira e eu fingi que acreditava. Mas agora que está bêbado,
estou curiosa.

— Foi no baile de Nathan, quando ele se casou. Sua esposa, ainda que muito
agradável e receptiva, estava desesperada para me arranjar um casamento com sua
irmã, falava-me todos os atributos de Lady Heingart e queria que eu a tirasse para
dançar desesperadamente.

— Ohh pobre Henry! — a irmã deitou a cabeça em seu ombro. — Teria de dançar e pedir
em casamento no dia seguinte, se fosse seguir o exemplo de nosso irmãozinho.

— Eu fui para o jardim pra fugir de Lady Stafford e de Nathan, que parece um digno
casamenteiro imbecil pós o próprio casamento. E me surpreendi quando uma mulher
toda descabelada, tão linda quanto o nascer do sol…

— Não vou lhe deixar beber mais, o uísque está alterando seu bom senso e o tornando
um poeta.

— Fique quieta e me deixe terminar — Henry bebeu mais um pouco. — Ela corria até
mim, Warren chorava igual uma mula e a mulher continuava, determinada, até que me
fez levá-la até a cozinha. No dia seguinte peguei Warren para cuidar pois me
afeiçoei ao cão chorão.

— E quem é esta senhorita que lhe conquistou um cão? — Minerva perguntou, a bebida
impedindo Henry de interpretar a frase como ironia ou não.

— Lady Heingart, a senhorita mais linda que já pus meus olhos. — o homem deitou na
cama.

— Senhora mais linda.

— O quê? — o duque estava cada vez mais confuso.

— Ela se casou há pouco mais de duas semanas.

— Casou? — a cabeça de Sua Graça girava agora.

— Com Lorde Payne.

— Mas aquele homem é um velho decrépito. Lady Heingart merecia alguém melhor, ela é
linda e inteligente e bondosa, mulheres como ela merecem homens como… como
Nathaniel.

O homem parecia estar flutuando agora em um limbo eterno e amargo. Em um dia


perdera uma das melhores amigas e seu futuro herdeiro, em um dia descobrira que
Lady Heingart era na verdade Lady Paiyne, viscondessa de Westlyn.

— Henry… — a irmã sussurrou ao seu lado da cama. — Precisamos ir!


A irmã o fez levantar, e sem se preocupar em chamar o valete, arrumou ela mesma o
terno amassado de Henry. O duque estava realmente cansado, sua vida mudara agora.
Tudo o que planejara, a vida que ele, Cecily e Minerva haviam construído estava
destruída.

— Obrigada Henry! — a irmã o abraçou. — Por ter se casado com Cecily mesmo sabendo
o que a sociedade ia pensar… Só tenho a lhe agradecer, irmão!

— Não planejava me casar com ninguém. Você sabe… a promessa. Seria justo pelo menos
um de nós viver o que chama de amor.

— Mas você ainda pode, Henry, viver um amor!

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