O Mentiroso
De Henry James
()
Sobre este e-book
Henry James
Tras dos estancias en Europa, Henry James (Nueva York, 1843 –Sussex, Inglaterra, 1916) publicó en 1875, su primera novela, Roderick Hudston. Más tarde, vivió durante dos años en París, donse conoció a alagunos de los grandes maestros europeos de la época (Turgenev, Flaubert y Zola), que influyeron decisivamente en su estilo. En 1876, tras escribir El americano, se estableció en Inglaterra, donde publicó sus obras más conocidas: Daisy Miller (1879), Washington Square (1880), El sitio de Londres (1883), Los papeles de Aspern (1888), Lo que Maisie sabía (1897) y Otra vuelta de tuerca (1898), en las que demostró su habilidad para mostrar la lucha entre deseo y convención, y aportó una visión crítica de la moral americana. Para muchos Henry James es el precursor de la novela psicológica moderna y la principal influencia de autores tan importantes como James Joyce o Virginia Woolf
Relacionado a O Mentiroso
Ebooks relacionados
O Amor É Natural Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs donos do inverno Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAntes e Depois Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVentos Nômades Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEnsaios Sobre a Intimidade Nota: 5 de 5 estrelas5/5Contos de Mário de Andrade: Edição acessível Nota: 0 de 5 estrelas0 notasImagens Cristãs: História, Arte e Práticas Religiosas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPinturas e pensamentos de Gaugin Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOS MELHORES CONTOS FRANCESES Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEstesia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO cigano e outras histórias Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO retrato de Vieira da Silva por Murilo Mendes Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Reverso do Jogo Tabucchiano Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO cavalo cantor e outros contos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs Gaiatices Do Incrível Mulá Nasrudin Nota: 5 de 5 estrelas5/5Os Últimos Dias de Pompeia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSobre amar uma mulher Nota: 5 de 5 estrelas5/5Flores do Campo Nota: 1 de 5 estrelas1/5A natureza das coisas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Guardiã de Muiraquitãs Nota: 5 de 5 estrelas5/5O que dizem as flores e outras histórias de avó Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Grupo dos Independentes: Arte Moderna no Recife 1930 Nota: 5 de 5 estrelas5/5Cartas a Theo: Edição Crítica Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUma utopia moderna Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAuto dos Almocreves: Adaptação de Alexandre Azevedo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUm Bom Dia Para Morrer Nota: 5 de 5 estrelas5/5O retrato do Sr. W.H.: The portrait of Mr. W.H.: Edição bilíngue português - inglês Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Moreninha Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO coração estendido pela cidade Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Clássicos para você
A voz do silêncio Nota: 5 de 5 estrelas5/5Orgulho e preconceito Nota: 5 de 5 estrelas5/5Memórias Póstumas de Brás Cubas Nota: 4 de 5 estrelas4/5Os Irmãos Karamazov Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Divina Comédia [com notas e índice ativo] Nota: 5 de 5 estrelas5/5Livro do desassossego Nota: 4 de 5 estrelas4/5MEMÓRIAS DO SUBSOLO Nota: 5 de 5 estrelas5/5Crime e Castigo Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Torá (os cinco primeiros livros da Bíblia hebraica) Nota: 4 de 5 estrelas4/5A Montanha Mágica Nota: 4 de 5 estrelas4/5A Felicidade Conjugal Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Conde de Monte Cristo: Edição Completa Nota: 5 de 5 estrelas5/5A revolução dos bichos Nota: 4 de 5 estrelas4/5A Metamorfose Nota: 5 de 5 estrelas5/5Dom Casmurro Nota: 4 de 5 estrelas4/5Dom Casmurro: Edição anotada, com biografia do autor e panorama da vida cotidiana da época Nota: 4 de 5 estrelas4/5Dom Quixote de la Mancha Nota: 5 de 5 estrelas5/51984 Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Príncipe Nota: 4 de 5 estrelas4/5Arsène Lupin: O ladrão de Casaca Nota: 4 de 5 estrelas4/5Mulherzinhas Nota: 4 de 5 estrelas4/5Campo Geral Nota: 4 de 5 estrelas4/5Emma Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRazão e Sensibilidade Nota: 5 de 5 estrelas5/5GRANDES ESPERANÇAS - Dickens Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOdisseia Nota: 5 de 5 estrelas5/5Quincas Borba Nota: 5 de 5 estrelas5/5A divina comédia Nota: 5 de 5 estrelas5/5Os MISERÁVEIS - Victor Hugo Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Categorias relacionadas
Avaliações de O Mentiroso
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
O Mentiroso - Henry James
I
O comboio chegara com meia hora de atraso e o automóvel levara mais tempo do que ele calculara; por isso, quando chegou lá a casa, já toda a gente se tinha ido preparar para o jantar. Conduziram-no, portanto, imediatamente ao quarto que lhe fora destinado. As cortinas estavam corridas, as velas acesas, o lume refulgia, esperto, e, depois de o criado o haver rapidamente ajudado a despir-se, o confortável quartinho poderia considerar-se um dos instrumentos menores de uma grande orquestra — parecia prometer uma casa aprazível, assistência variada, conversa, relações, afinidades, não falando da esplêndida mesa. A profissão ocupava-o demasiado para lhe permitir fazer visitas à aldeia, mas ouvira pessoas que para tal dispunham de mais tempo falar de casas onde «nos tratam muito bem». Previa que os donos da Stayes o haviam de tratar muito bem.
No seu quarto, a primeira coisa para que, em tais ocasiões, olhava eram os livros na prateleira e os quadros nas paredes; por estas coisas aferiria, em certo modo, do grau de sociabilidade e convívio dos seus hospedeiros. Embora pouco tempo lhes pudesse agora dedicar, um rápido exame assegurou-lhe que se a literatura era, como de costume, principalmente americana e humorística, a arte não constava nem de estudos a aguarela dos filhos, nem de gravuras lamechas. Adornavam as paredes litografias antigas, na maior parte retratos de «fidalgos» da aldeia, de colarinhos altos e luvas de montar: isto sugeriu-lhe — e era animador — o apreço de que fruía a tradição retratista. Lá estava, à cabeceira da cama, o costumado romance do Sr. Le Fanu, leitura ideal numa casa de campo para as horas após a meia-noite. Oliver Lyon não pôde esquivar-se a começar a lê-lo enquanto ia abotoando a camisa.
Foi talvez por isso que, ao descer, não só encontrou toda a gente já reunida no hall, mas viu, pela maneira como todos imediatamente se encaminhavam para a sala de jantar, que estavam à sua espera. Não perderam tempo com apresentações, pelo que saiu despercebido e num grupo de homens sós. Os homens, deixando-se ficar para trás, formavam, como de costume, fila à porta da sala de jantar, comédia esta que teve por desfecho ser ele o último a chegar ao seu lugar. Isto fê-lo supor-se entre pessoas suficientemente distintas, pois se se tivesse sentido humilhado — o que não sucedia — não teria podido consolar-se com a reflexão de que tal percalço é natural a um artista obscuro e jovem, que luta pelo seu futuro. Já não podia considerar-se notavelmente jovem — ai dele! — e se a sua posição não era tão brilhante como devia ser, não podia já classificá-la de luta. Era apreciavelmente «conhecido» e encontrava-se agora numa sociedade dos conhecidos, se não dos conhecedores. Esta ideia intensificou a curiosidade com que, ao instalar-se na sua cadeira, percorreu com os olhos, de lés a lés, a comprida mesa.
Eram numerosos os convivas — vinte e cinco pessoas; esquisita ocasião para o mandarem vir, pensava ele. Não o rodearia o sossego, tão necessário para bem se trabalhar; todavia, nunca no seu trabalho o perturbava o sentir envolvê-lo como um anel o cenário humano. E, embora o não soubesse, na Stayes nunca havia sossego. Quando estava a trabalhar bem, encontrava-se naquele ditoso estado — o mais ditoso de todos para um artista — em que as coisas em geral vêm entrelaçar-se na sua própria teia, tornando-a mais grossa, mais forte, mais rica de colorido. Além disso, havia uma certa excitação (já anteriormente o sentira) na rápida mutação de cena — o salto, no lusco-fusco vespertino, da nevoenta Londres e do seu atelier familiar para um centro de diversões no meio de Hertfordshire e um drama semirrepresentado, um drama de lindas mulheres e homens imponentes e maravilhosas orquídeas em jarras de prata. Observou como facto não desprovido de importância que uma das lindas mulheres estava a seu lado: do outro sentava-se um cavalheiro. Pouca atenção, porém, ligara ainda aos seus vizinhos: estava ocupado a procurar Sir David, que nunca vira e que lhe suscitava natural curiosidade.
Era, porém, evidente que Sir David não assistia ao jantar, circunstância suficientemente explicada pela outra circunstância que constituía o principal conhecimento que dele tinha o nosso amigo — os seus noventa anos de idade. Oliver Lyon antegozara a ideia de pintar um nonagenário de vulto, de modo que, embora a ausência do velho fosse para ele como que uma deceção — perdia o ensejo de o observar antes de iniciar o seu trabalho — pareceu-lhe sinal de que ele era antes uma relíquia sagrada e talvez, por isso mesmo, impressiva. Lyon fitou seu filho com o maior interesse, a si mesmo perguntando se aquele vidrado brilho das faces lhe provinha de Sir David. Teria a sua graça pintá-lo no ancião — o rosado já murcho de uma maçã de inverno, mormente se nos olhos ainda lhe refulgisse vida e no cabelo branco ainda lhe espreitassem laivos de geada. No cabelo de Artur Ashmore vibrava um fulgor estival, mas Lyon folgava por haver sido chamado para o velho e não para o jovem, embora nunca tivesse visto um e tivesse o outro ali na sua frente, no mais alto relevo da hospitalidade impessoal.
Artur Ashmore era um gentleman de grosso cachaço e fresca coloração, mas não era um assunto; tanto podia ter sido lavrador como banqueiro, difícil seria pintá-lo a caráter. Sua esposa não ia mais longe: era uma mulher corpulenta, resplandecente, negativa que, tal qual o marido, tinha o aspeto das coisas tremendamente novas, a aparência do verniz fresco, aparência que Lyon mal sabia dizer se lhe provinha do rosto, se do trajar, a tal ponto que ao olhar para ela tinha-se a impressão de estar a olhar para um retrato encaixilhado numa moldura dourada e era-se tentado a procurar-lhe o número num catálogo ou numa tabela de preços. Era como se já fosse um mau retrato, embora caro, pintado por mão eminente, e Lyon nenhum desejo tinha de copiar esse trabalho. A linda mulher à direita do artista estava entretida com o vizinho, enquanto o cavalheiro da esquerda