2018 YngridGonçalvesCavalcante TCC
2018 YngridGonçalvesCavalcante TCC
2018 YngridGonçalvesCavalcante TCC
FACULDADE DE CEILÂNDIA
CURSO DE FONOAUDIOLOGIA
Brasília
2018
YNGRID GONÇALVES CAVALCANTE
Brasília
2018
YNGRID GONÇALVES CAVALCANTE
BANCA EXAMINADORA
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À minha madrasta, Luciana, que com muito carinho, sempre apostou nos
meus estudos. Me auxiliou durante o desenvolvimento do meu trabalho, e esteve
sempre disponível.
(Frederick Herzberg)
RESUMO
INTRODUÇÃO...................................................................................................12
ARTIGO.............................................................................................................13
Introdução..............................................................................................14
Linguagem no autismo….....................................................................17
Métodos..................................................................................................19
Tipo de estudo.......................................................................................19
Aspectos éticos.....................................................................................19
Participante............................................................................................19
Descrição do local.................................................................................20
Instrumento............................................................................................20
Resultados e discussão.......................................................................22
Conclusão..............................................................................................26
CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................27
REFERÊNCIAS.................................................................................................28
ANEXO 1...........................................................................................................31
ANEXO 2...........................................................................................................34
ANEXO 3...........................................................................................................37
12
INTRODUÇÃO
RESUMO
INTRODUÇÃO: A linguagem é um importante fator para o indivíduo se inserir no mundo,
sua aquisição se inicia mesmo antes do nascimento. Transtornos como autismo afetam na
aquisição e desenvolvimento das habilidades de linguagem, como a fonologia, prosódia,
sintaxe, morfologia, semântica e pragmática. Crianças autistas inclusas na rede pública de
ensino do Distrito Federal do Brasil com atrasos como esse, tem direito a adequações
curriculares. OBJETIVO: Estudar a correspondência dos achados de linguagem em seu
aspecto semântico em três diferentes instrumentos avaliativos em um estudante incluso
diagnosticado com autismo. MÉTODO: Trata-se de um estudo de caso de um escolar de 8
anos incluso em classe especial do ensino fundamental anos iniciais na rede pública do
Distrito Federal do Brasil. Para o estudo dos aspectos semânticos da linguagem expressiva
e receptiva, foram analisados os resultados de três instrumentos de avaliação (ADL, PEP-
R, Portage) seguindo o arcabouço teórico de Bloom (1988). RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Todos os instrumentos mostraram alteração importante tanto na comparação da idade
cronológica com a idade de desenvolvimento de linguagem quanto na análise das
habilidades semânticas. Os resultados encontrados na avaliação do escolar são
recorrentes nos casos de autismo visto que essas crianças são relatadas na literatura com
grande probabilidade de apresentar vocabulário reduzido, apresentando menor
conhecimento semântico CONCLUSÃO: Foi possível traçar detalhadamente classificações
e subclassificações do desenvolvimento das habilidades semânticas, o que pode contribuir
na elaboração precisa do planejamento individual do escolar para o ano letivo.
ABSTRACT
INTRODUCTION: Language is an important factor for the individual to enter the world, his
acquisition begins even before birth. Disorders such as autism affect the acquisition and
development of language skills, such as phonology, prosody, syntax, morphology,
semantics and pragmatics. Autistic children included in the public school system of the
Federal District of Brazil with delays like this, have the right to curricular adaptations.
OBJECTIVE: To study the correspondence of language findings in their semantic aspect in
three different evaluation instruments in a student who was even diagnosed with autism.
RESUMEN
INTRODUCCIÓN: El lenguaje es un importante factor para que el individuo se inserte en el
mundo, su adquisición se inicia incluso antes del nacimiento. Los trastornos como el
autismo afectan a la adquisición y desarrollo de las habilidades del lenguaje, como la
fonología, la prosodia, la sintaxis, la morfología, la semántica y la pragmática. Los niños
autistas incluidos en la red pública de enseñanza del Distrito Federal de Brasil con retrasos
como éste, tienen derecho a adecuaciones curriculares. OBJETIVO: Estudiar la
correspondencia de los hallazgos de lenguaje en su aspecto semántico en tres diferentes
instrumentos evaluativos en un estudiante incluso diagnosticado con autismo. MÉTODO:
Se trata de un estudio de caso de un escolar de 8 años incluido en clase especial de la
enseñanza fundamental años iniciales en la red pública del Distrito Federal de Brasil. Para
el estudio de los aspectos semánticos del lenguaje expresivo y receptivo, se analizaron los
resultados de tres instrumentos de evaluación (ADL, PEP-R, Portage) siguiendo el marco
teórico de Bloom (1988). RESULTADOS Y DISCUSIÓN: Todos los instrumentos mostraron
alteración importante tanto en la comparación de la edad cronológica con la edad de
desarrollo de lenguaje y en el análisis de las habilidades semánticas. Los resultados
encontrados en la evaluación del escolar son recurrentes en los casos de autismo, ya que
estos niños son relatados en la literatura con gran probabilidad de presentar vocabulario
reducido, presentando menor conocimiento semántico CONCLUSIÓN: Fue posible trazar
detalladamente clasificaciones y subclasificaciones del desarrollo de las habilidades
semánticas, lo que puede contribuir en la elaboración precisa de la planificación individual
del escolar para el año escolar.
Introdução
trata da organização mental dos sons segmentais da fala (SILVA, 2003); a prosódia que
abrange os aspectos não segmentais da fala relacionados à melodia, intensidade e duração
(CELESTE;REIS, 2013); a sintaxe que é a organização em si das palavras em uma
determinada frase; a morfologia que está relacionada a formação e classificação das
palavras; a semântica que é o vocabulário com seu significado e a pragmática que consiste
no uso da linguagem (PRATES; MARTINS, 2011; SILVA, 2003). Sua aquisição não é
isolada ao desenvolvimento infantil e é dependente de alguns fatores, como ambiente
afetivo e social, histórico pré-natal e pós-natal, as experiências vividas, capacidade
neurobiológicas, entre outros (PRATES; MARTINS, 2011).
Conforme os parâmetros acima elencados, seu desenvolvimento está relacionado a
áreas da linguagem que se desenvolvem concomitantemente, sendo elas: a forma que
inclui a produção de sons, a emissão de fonemas, a estrutura das frases da língua
(fonologia, morfologia e sintaxe); o conteúdo que está relacionado a semântica, ou seja, ao
significado das palavras, frases ou de um discurso; o uso que está relacionado à
pragmática, portanto, consiste no uso social da língua adequado a um determinado
contexto; e por fim, a prosódia que faz a intermediação entre a forma e o conteúdo
propriamente dito. Quando acontece a aquisição de todas essas habilidades, resulta em
um desenvolvimento adequado da linguagem (MOUSINHO et al, 2008; LOPES; LIMA,
2014).
Existem marcos durante o desenvolvimento de linguagem que podem ser
identificados por duas fases. A primeira é a fase pré-linguística, que consiste na vocalização
apenas de fonemas, ou seja, sem palavras; essa fase pode persistir até aproximadamente
aos 11 meses de idade. Após, inicia-se a fase linguística, que é marcada quando a criança
começa a falar palavras isoladas com compreensão (SCHIRMER et al, 2004).
Logo ao nascimento, o bebê começa a realizar a comunicação não verbal pelo choro,
olhar e gestos. O choro pode significar uma resposta biológica às necessidades básicas do
bebê, como a dor e a fome. Já são perceptíveis vocalizações esporádicas e reflexas e por
já reconhecer a voz da mãe, ele se acalma. Após o primeiro mês, o sorriso e as
vocalizações podem ser indicativos de bem-estar e o choro já fica diferenciado (PEDROSO
et al, 2009).
Nos primeiros 3 meses de vida, o bebê já consegue procurar a fonte sonora, observa
com atenção o ambiente e já pode-se perceber o balbucio e até mesmo as primeira
consoantes, como p/b. Aos 6 meses, já se responde a voz materna e o balbucio com uma
mesma consoante seguido de vogal, como “dududa”. O marco do início das primeiras
palavras acontece aproximadamente aos 12 meses, quando a criança já consegue dizer
“mama”, “papa”, além de já entender palavras familiares e ordens simples. Com 24 meses,
a criança já tem um vocabulário de aproximadamente 150 palavras e realiza combinações
de duas ou três; consegue compreender instruções envolvendo dois conceitos verbais
(SCHIRMER et al, 2004).
No decorrer do desenvolvimento da fala, a criança adquire o inventário fonético e a
articulação dos sons, que são organizados conforme as regras da língua materna. Por esse
motivo, a criança testa diversos processos fonológicos, tentando chegar a produção de fala
ao do adulto. Portanto, aos quatro anos de idade, a criança já consegue produzir e utilizar
adequadamente os sons da fala. Aos cinco, já consegue assimilar as principais regras
gramaticais para se comunicar adequadamente com um adulto. Aos seis, quando já
concluído adequadamente o desenvolvimento da linguagem oral, sendo capaz de perceber
Linguagem no autismo
enunciar e a conversação (CAMPOS; FERNANDES, 2015; APA, 2013; CAMPELO et. al.,
2009).
Com relação a comunicação não verbal, segundo estudo realizado, tanto as crianças
autistas verbais como as crianças autistas não verbais fazem uso do meio gestual para se
comunicarem (AMATO; FERNANDES, 2010). Mas, conforme as características
diagnósticas do DSM-V (2013), as interações sociais como gestos, contato visual,
expressões faciais, orientação corporal, entonação da fala estão afetados, resultando em
uma carência na comunicação não verbal.
Segundo estudo de Tamanaha et. al. (2014), que teve como objetivo verificar a
interferência da linguagem expressiva, comparando crianças verbais e não verbais. Foi
realizado com 68 crianças diagnosticadas com autismo, entre 3 e 12 anos de idade, de
ambos os gêneros. Do total de crianças, 28 foram consideradas não verbais e 40 foram
classificadas como verbais. As crianças com autismo não verbais apresentaram
comprometimento na linguagem expressiva, demonstrando uso inadequado de pronomes,
fala monótona e sem ritmo; raramente usam “eu”; usam em média 0 a 5 palavras por dia
para comunicar-se; repetem constantemente palavras, sons, frases ou perguntas ditas por
outras pessoas. Por mais que a linguagem expressiva não seja funcional, as crianças com
autismo verbais se sobressaíram nesse aspecto quando comparadas as crianças com
autismo não verbais.
No que diz respeito ao envolvimento com outro e compartilhamento de ideias e
sentimentos, indivíduos com TEA não possuem iniciativa em interação social e
compartilhamento de emoções, e quando observados é de maneira reduzida, resultando
em dificuldade ou ausência de imitação do comportamento dos outros (APA, 2013).
As linguagens expressiva e receptiva devem ser analisadas separadamente em indivíduos
com TEA (APA, 2013). A fim de conhecer mais sensivelmente as condições do
desenvolvimento da linguagem da criança, podem ser aplicados diversos testes de
linguagem.
Em meados dos anos 70, a rede pública do Distrito Federal iniciou o processo de
integração do estudante com deficiência. Sua principal ação implementada foi a colocação
dos estudantes com necessidades educacionais especiais em classes comuns inclusivas
do ensino regular ou em classes especiais, o que era definido conforme a necessidade de
cada um. (Secretaria de Educação do Distrito Federal, 2010)
Desde então, vem ocorrendo mudanças para a melhoria da inclusão desses
estudantes. Atualmente, alguns serviços de educação especial são oferecidos para melhor
aproveitamento de aprendizagem. Dentre eles, podemos destacar as classes que esses
estudantes estão inseridos. (Secretaria de Educação do Distrito Federal, 2010)
Segundo as Orientações Pedagógicas da Secretaria de Estado de Educação do
Distrito Federal, a classe comum inclusiva do ensino regular, regida pela Lei de Diretrizes
e Bases da Educação – LDBEN nº 9394/96, consiste em uma organização de sala de aula
que estejam incluídos estudantes com deficiência de modo que todos se beneficiem das
experiências promovidas pela diversidade. O estudante com necessidades especiais
incluído nessa classe tem direito a adequações curriculares, serviços de apoio pedagógico
e sala de recursos.
A classe de integração inversa é uma alternativa a classe comum inclusiva. Ela
funciona com uma redução do número de estudantes maior que a redução de estudantes
de uma classe comum, mas voltada para estudantes com deficiência intelectual, deficiência
auditiva, transtorno global do desenvolvimento e deficiência física (Secretaria de Educação
do Distrito Federal, 2010).
A classe especial funciona em uma sala de aula em instituição educacional de ensino
regular, regida por um(a) professor(a) especializado na educação de estudantes com
deficiências. O principal objetivo dessa classe é atender as necessidades dos estudantes
com deficiência que por algum motivo não puderam ser atendidas adequadamente por
propostas, programas ou espaços inclusivos da rede de ensino. Esse tipo de classe deverá
sempre estar na etapa, ciclo ou modalidade correspondente ao do estudante, sendo ela
educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, educação de jovens e adultos. São
feitas avaliações pedagógicas contínuas, sempre pensando na evolução do estudante para
um possível retorno à classe comum (Secretaria de Educação do Distrito Federal, 2010).
Métodos
Tipo do estudo
Aspectos Éticos
O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres
Humanos da Faculdade de Ceilândia da Universidade de Brasília (FCE-UnB) sob parecer
2.499.005 e CAAE: 79929517.5.0000.8093. Será desenvolvida no departamento de
fonoaudiologia da Universidade de Brasília. O responsável ficou ciente dos procedimentos
desta pesquisa e assinou um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e a
criança assinou o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE).
Participante
Descrição do local
Foi eleito para participar desse estudo uma escola pública da região de Samambaia
Sul, Distrito Federal. O participante da pesquisa é atendido na modalidade de ensino das
classes especiais -TGD. As classes especiais TGD são classes destinadas aos estudantes
com diagnóstico de Transtorno Global do Desenvolvimento e Transtorno do Espectro
Autista que necessitam de adaptações curriculares com ensino especializado e atende no
máximo dois estudantes por turma com regência de uma professora e auxílio de um
educador social. Na ocasião, a classe do estudante D.P.R.B. contava com mais dois
integrantes, a professora e mais um estudante matriculado na turma. A sala tinha dispostas
imagens que representavam a rotina escolar dos estudantes e o conteúdo trabalhado
durante o período escolar. Esses recursos visuais ficavam dispostos e organizados nas
paredes da sala de aula. Além de armários, mesas e cadeiras havia um espaço destinado
a brincadeira, com brinquedos, velotrol e escorregador. Todo o espaço era adaptado ao
público infantil e as estratégias de comunicação incluíam, além da fala, figuras. O estudante
com autismo realizava atividades fora de sala de aula, em pátio no momento do intervalo
com os demais estudantes e frequentemente no último horário brincava no parquinho de
areia da escola com o outro colega de classe.
Instrumentos
Resultados e Discussão
Tipo de
Tarefa avaliada ADL Portage PEP-R
Linguagem
Conhecimento de Receptiva Desenvolvido Desenvolvido Desenvolvido
objetos particulares
(nomeação
simples) Expressiva Desenvolvido Desenvolvido Desenvolvido
Quadro 2 - Resultados encontrados sobre relações entre objetos diante dos instrumentos
utilizados.
Sobre a relação entre eventos, a escala Portage tem tarefas que avaliam 6 dos 10 e
o PEP-R apenas 3 dos 10 subitens semânticos propostos por Bloom (1988) nesta categoria,
enquanto o ADL contempla todas as subclassificações.
Na relação reflexiva inter-eventos e intra-eventos o escolar obteve sempre o mesmo
resultado: não desenvolvido (quadro 3). Esse resultado é esperado: uma vez que D.P.R.B.
não conseguiu adquirir ainda boa parte da relação entre objetos é esperado que ainda não
consiga realizar inferências e reconstruções textuais, itens avaliados neste parâmetro
(Menezes, 2003, 2004).
Quadro 3 - Resultados encontrados sobre relações entre eventos de acordo com os dados
obtidos nos instrumentos utilizados.
Tarefa avaliada Linguagem ADL Portage PEP-R
Relação reflexiva inter- Receptivo I. Não I. Não I. Não desenvolvido
eventos: desenvolvido desenvolvido II. Não avaliado
I. Temporalidade II.Não II. Não avaliado
II. Causalidade desenvolvido
Expressivo I. Não I. Não I. Não avaliado
desenvolvido desenvolvido II. Não avaliado
II.Não II.Não
desenvolvido desenvolvido
Conclusão
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANEXO 1
NORMAS DA REVISTA
1. Serão aceitos textos originais que se enquadrem nas seguintes Modalidades (que
devem ser indicadas no Template):
seção, que envolvam seres humanos, devem vir acompanhadas da aprovação pela
aprovação em Comitê de Ética, e ser submetido como documento suplementar.
3. Deverá estar digitado no editor Word em fonte Arial, tamanho 12, com espaçamento
simples. Figuras deverão vir anexadas junto ao texto no arquivo word, em formato
JPEG. Tabelas ou quadros deverão ser elaboradas através da própria ferramenta de
tabelas do word, com dimensões adequadas. Inserir este arquivo em: transferência
do manuscrito. Deverá, ainda, ser enviado ao Presidente da Comissão Editorial, via
33
4. O texto, em geral, deverá ter uma extensão entre 4.000 e 7.000 palavras,
desconsiderando na contagem das palavras o resumo, abstract e as referências.
5. O(s) nome(s) do(s) autor(es) e o título do artigo deve(m) ser incluído(s), por extenso
e caixa baixa através dos formulários de metadados, preenchendo atentamente
todas as informações solicitadas. Os autores deverão indicar endereço e e-mail
completos para divulgação no artigo. Também deverão colocar maior nível de
titulação, afiliação institucional, função profissional na instituição de origem, cidade,
estado e país. Inserir, ainda no item metadados, o endereço para correspondência, e
telefone para contato. No item URL deve ser disponibilizado o número para o link do
currículo Lattes.
ANEXO 2
Universidade de Brasília
Faculdade de Ceilândia – FCE
Graduação em Fonoaudiologia
Caso concorde em participar, pedimos que assine este documento que foi
elaborado em duas vias, uma ficará com o pesquisador responsável e a outra com o
Senhor(a).
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Pesquisador Responsável
ANEXO 3