A Educação de Bebês e Crianças Pequenas No
A Educação de Bebês e Crianças Pequenas No
A Educação de Bebês e Crianças Pequenas No
FERNANDA GONÇALVES
Florianópolis, 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC
CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – CED
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO – PPGE
FERNANDA GONÇALVES
Florianópolis, 2014
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor,
através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC.
Gonçalves, Fernanda
A educação de bebês e crianças pequenas no contexto da
creche : Uma análise da produção científica recente /
Fernanda Gonçalves ; orientadora, Dra. Eloisa Acires Candal
Rocha - Florianópolis, SC, 2014.
202 p.
Inclui referências
___________________________________________
Dra. Eloisa Alicres Candal Rocha
Universidade Federal de Santa Catarina
Orientadora
____________________________________________
Dra. Márcia Buss-Simão
Universidade do Sul de Santa Catarina
Co-orientadora
_________________________________________________
Profª. Angela Maria Scalabrin Coutinho
Universidade Federal do Paraná
Membro
____________________________________________
Profª. Dra. Kátia Adair Agostinho
Universidade Federal de Santa Catarina
Membro
____________________________________________
Profª. Dra. Maria Carmen Silveira Barbosa
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Membro
______________________________________________
Prof. Dr. João Josué da Silva Filho
Universidade Federal de Santa Catarina
Suplente
A todos que se fizeram presente nesse
sonho.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO ............................................................................... 23
1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA .............................................. 32
1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA ........................................................ 33
1.2.1 Objetivos específicos ................................................................. 33
2 A PESQUISA EM EDUCAÇÃO: ESPECIFICIDADES DE UMA
ÁREA .................................................................................................. 37
2.1 BREVE REFLEXÃO ACERCA DA TRAJETÓRIA DA
PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO NO BRASIL 39
2.1.1 Pesquisa em Educação Infantil: constituição de um campo
científico .............................................................................................. 41
2.2 CAMINHOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA .................... 46
2.2.1 O levantamento no banco da CAPES ...................................... 47
2.2.2 A escolha do corpus de análise .................................................. 50
2.2.3 Situando as pesquisas e os Programas de Pós-graduação...... 61
2.2.4 A opção por Análise de Discurso Textualmente Orientada:
implicações do discurso nas práticas sociais .................................... 64
2.2.5 Situando o “campo”: as pesquisas selecionadas ..................... 66
2.2.6 Emersão das categorias de análise ........................................... 71
3 ESPECIFICIDADES DA EDUCAÇÃO DOS BEBÊS E
CRIANÇAS BEM PEQUENAS ........................................................ 73
3.1 A ESPECIFICIDADE DOCENTE: O QUE É SER PROFESSORA
DE BEBÊS E CRIANÇAS BEM PEQUENAS? ................................. 75
3.2 AS RELAÇÕES SOCIAIS DOS/COM BEBÊS E CRIANÇAS BEM
PEQUENAS ......................................................................................... 80
3.3 CUIDADO E EDUCAÇÃO NO CONTEXTO DA CRECHE ...... 82
3.4 CORPO, LINGUAGEM E ALGUNS ENTRELAÇAMENTOS ... 86
3.5 ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS E TEMPOS NA AÇÃO
PEDAGÓGICA/NA DOCÊNCIA COM BEBÊS ................................ 89
4 A EDUCAÇÃO DE BEBÊS E CRIANÇAS BEM PEQUENAS NO
CONTEXTO DA CRECHE: ANÁLISE DA PRODUÇÃO
SELECIONADA ................................................................................ 93
4.1 ESTUDOS SOBRE A ESPECIFICIDADE DA DOCÊNCIA ....... 93
4.2 ESTUDOS SOBRE AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS ............... 116
4.3 ESTUDOS SOBRE O DESENVOLVIMENTO INFANTIL ...... 131
4.4 ESTUDOS SOBRE A FUNÇÃO SOCIAL DA CRECHE E A
RELAÇÃO COM AS FAMÍLIAS ......................................................149
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................169
REFERÊNCIAS ................................................................................179
ANEXO A - LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO BANCO DA
CAPES: TESES E DISSERTAÇÕES (POR ANO E PALAVRAS-
CHAVE) .............................................................................................192
23
1 INTRODUÇÃO
1
Tristão (2006) e Schmitt (2008) explicitam em suas pesquisas, que por vezes,
nos grupos de bebês as professoras expressam negação para assumir o trabalho
junto às crianças, preferindo o grupo das crianças com a faixa etária de 4 a 6
anos de idade.
25
2
KRAMER, Sônia. Dicionário de verbetes: Criança. S.d. Disponível em:
http://www.gestrado.org/?pg=dicionario-verbetes&id=107. Acesso em 25 de
abril de 2014.
31
3
O Banco de Teses e Dissertações da Capes é uma base de dados que reúne
vários trabalhos – dissertações e teses -, possibilitando realizar pesquisas
direcionadas para o tema pesquisado, por meio dos filtros. É possível também
selecionar a instituição para filtrar a busca, o nível do trabalho pesquisado
(mestrado ou doutorado) por ano de publicação, por autor e instituição. A base
disponibiliza até o momento os trabalhos que compreendem os anos de 1987 até
2011, por este motivo optamos pelo recorte temporal dos trabalhos publicados
entre 2008 e 2011.
34
4
O NUPEIN é um Núcleo de pesquisas no qual faço parte e tem como principal
objetivo consolidar um espaço de pesquisas e estudos com crianças de zero a
seis anos, nos contextos de Educação Infantil, mas não só; que visam à
produção de conhecimento sobre as crianças e suas muitas formas de viver a
infância, de modo a auxiliar a reflexão acerca dos cursos de formação de
professores e buscar indicativos para a prática pedagógica com crianças
pequenas. Maiores informações em http://www.ced.ufsc.br/nupein/
35
5
Tristão (2006), Guimarães (2008), Schmitt (2008), Coutinho (2010), Barbosa
(2010), entre outros.
36
37
6
As palavras-chave utilizadas na pesquisa foram: educação infantil, criança de
0 a 6, creche, pré-escola, educação pré-escola.
7
Os pesquisadores consideraram os grupos de pesquisa que tivessem descritores
tanto no nome quanto no título e nas palavras-chave das linhas de pesquisa que
mais fortemente explicitavam a vinculação com os temas da infância, da criança
e da educação infantil (SILVA; LUZ; FILHO, 2010).
43
8
“Criada em 1978, a Anped só organizou os Grupos de Trabalhos em 1981, na
4ª Reunião Anual. Antes disso, realizou suas reuniões em torno de temais
gerais, vinculados especialmente aos Programas de Pós-Graduação” (ROCHA,
2008, p.53).
45
servem como base dos trabalhos analisados, essa pesquisa tem como
objetivo aprofundar os estudos acerca as práticas pedagógicas com as
crianças de 0 a 3 nos de idade, analisando os indicativos para a docência
com bebês a partir da produção científica brasileira produzida entre os
anos de 2008 a 2011 no banco de teses e dissertações da CAPES.
9
O acervo do Banco de Teses e Dissertações da CAPES pode ser acessados em:
http://www.capes.gov.br/
10
No momento do levantamento, a base disponibilizava os trabalhos de 1987
até 2011.
11
Essas informações estão disponibilizadas no site da CAPES supracitada.
48
12
O quadro com o levantamento inicial completo com todos os trabalhos
encontrados pode ser conferido em Anexo A.
13
O recorte temporal aconteceria no primeiro momento entre os anos de 2008 a
2012, mas durante o período da pesquisa o Bando da CAPES não disponibilizou
os trabalhos defendidos no ano de 2012 e por este motivo, acabou-se optando
em analisar somente até o ano de 2011.
14
O principal critério para escolha das dissertações para o corpus de análise é
que eles deveriam pertencer à área da Educação. Uma das dissertações não
compôs o corpus de análise devido à falta de acesso ao trabalho.
15
Na banca de qualificação de dissertação foi indicado que o número de
dissertações para análise fosse diminuído a partir de alguns critérios, devido ao
tempo objetivo do mestrado. As duas sugestões foram: 1) que optasse pela
representatividade dos grupos/núcleos de pesquisas; 2) que optasse pela
representatividade das instituições/universidades.
51
16
Mais informações em: http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/
52
3. SCHMITT, Rosinete
Valdeci.Mas eu não falo a
língua deles! As relações
sociais de bebês num contexto
de educação infantil (2008)
UFSC
Valéria Silva Contextos Educativos e Informação não localizada. 1.CASANOVA, Letícia Veiga.
Ferreira Práticas Docente – UNIVALI O que as crianças pequenas
(líder) fazem na creche? As famílias
56
respondem (2011).
Orientadora:
UNIVALI
Maria Helena Grupo de pesquisa em Aquisição, aperfeiçoamento e dificuldades 1.TRAI, Micheline Cristina.
Baptista Desenvolvimento Humano, da leitura e da escrita; Desenvolvimento, Experiências de movimento na
Vilares Cultura e Educação – UFFS educação e representações sociais; educação infantil: um estudo
Cordeiro (líder); Cognição, Representação Social e Trabalho do com as professoras do
Aprendizagem e professor. município de Corupá (2008).
Desenvolvimento Humano –
UFAL (pesquisadora) 2. CERA, Fernanda Seara. A
convivência nos ceis:
implicações para o
desenvolvimento dos bebês e
das crianças pequenas (2010).
UNIVALI
Maria Crianças, Infâncias e Linguagens, infância e educação; Estudos 1.GUIMARÃES, Rosele
Carmem Culturas – CIC – UFPEL de Grupos Geracionais e alteridade; Martins. Encontros, cantigas,
Silveira (pesquisadora); Grupo de Políticas e Pedagogias da Educação brincadeiras, leituras: Um
Barbosa Estudos de Educação infantil Infantil. estudo acerca das interações
e Infâncias – GEIN – dos bebês, as crianças bem
UFRGS (pesquisadora); pequenas com o objeto livro
Linguagens, cultura e numa turma de berçário
57
17
Alessandra Arce e Ligia M. Martins organizaram um livro cujo objeto de
preocupação é a educação das crianças na faixa etária de zero a três anos, com o
nome Ensinando aos pequenos de zero a três anos (2009).
70
18
Optamos em utilizar professoras, pois, assim como evidenciado por Cerisara
(2002) essa é uma profissão marcada sobremaneira pelo gênero feminino.
74
19
HIRSCHFELD, Lawrence. Why Don‟t Anthropologist Like Children?
American Anthropologist. 104(2): 611-627, 2002.
75
20
Ver Coutinho (2002, 2010), Tristão (2004), Guimarães (2008), Schmitt
(2008).
76
21
“Durante as últimas décadas, foi possível constatar duas formas de
caracterização dos diferentes tipos de trabalhos realizados em creches e pré-
escolas: por um lado, havia as instituições que realizavam um trabalho
denominado “assistencialista” e, por outro, as que realizavam um trabalho
denominado “educativo”(CERISARA, 2002, p.11-12).
77
22
Segundo Schmitt (2008), em diálogo com os contributos bakhtinianos,
responsividade significa a não-indiferença do ser frente ao outro, ou seja, a
atividade ou posição que tomamos em relação ao outro. Significa compreendê-
lo em relação a mim mesmo: “[...] o que pressupõe a ação responsável, e não a
abstração de mim mesmo” (BAKHTIN, 1993, Apud SCHMITT, 2008, p119).
78
23
Tristão (2006).
79
25
Emmi Pikler é uma pediatra húngara que foi convidada em 1946 a coordenar
e organizar um orfanato na Rua Lóczy, em Budapeste. Hoje é o Instituto Emmi
88
26
Coutinho (2012).
90
27
Alguns pesquisadores demarcam a importância de se observar a organização
dos espaços na educação infantil como aspecto constituinte da ação pedagógica,
como os contributos de Carvalho e Rubiano (1994), Forneiro (1998), Barbosa e
Horn (2001).
91
28
Ver Cerisara (1996); Batista (1998;2013); Rocha (1999); Faria (1999);
Mantovani e Perani (1999); Rivero (2001); Kramer (2001); Coutinho (2002,
2010); Tristão (2004); Schmitt (2008); Guimarães (2008); Barbosa (2010);
Albuquerque (2013); Ramos (2012), entre outros.
97
29
“Isto não significa que o conhecimento e a aprendizagem não pertençam ao
universo da educação infantil” (ROCHA, 1999, p.61).
101
30
A linguagem é um elemento que emergiu também na categoria estudos sobre
o desenvolvimento infantil, vamos retomar a discussão nessa categoria.
105
31
Na mitologia grega existiam três noções de tempo o Khrónos, Kairós e Aiôn.
As percepções do tempo oriundas da mitologia grega podem contribuir para
pensarmos acerca dos tempos e sua relação com as crianças no contexto da
creche. O tempo que se refere à Khrónos é aquele cronológico, linear, que
demarca uma sequencia rígida, o que os gregos chamavam de “cruel”. Turnes
(2014) explica-nos a partir do diálogo com os contributos de Gilles Deleuze,
que Kairós é aquele tempo que demanda prontidão e atenção, onde não cabe
espaço para displicência, para protelação. E um terceiro, Aiôn é o tempo da
entrega à rendição, onde a vida é comparada a um vapor, ele demanda
humildade para agradecer o privilegio de viver. Aiôn constitui-se como a
dimensão da expansão, da medida imprecisa entre a imanência e a
transcendência, é um “não tempo” e, um “não tempo” também é tempo... Tempo
do para sempre.
110
32
Assim como toda a educação infantil.
115
33
Nesta perspectiva, é preciso pensar o tempo, o espaço, as vivências, as
experiências dentro das Instituições de Educação Infantil a partir do
planejamento. Este é instrumento indispensável para que se efetive um trabalho
focado na criança com intencionalidade. Planejar confere intencionalidade às
ações e é, sobretudo, orientador do trabalho docente (OSTETTO, 2000).
34
A partir dos Núcleos de Ação Pedagógica, parte das Diretrizes Educacionais
Pedagógicas para Educação Infantil (FLORIANÓPOLIS, 2010) reunimos uma
série de elementos que acreditamos ser importantes na prática pedagógica com
os bebês e crianças pequenas.
120
35
O conceito do espaço como terceiro educador na perspectiva de Gandini
(1999).
122
36
Como por exemplo, os estudos de Tristão (2004), Camera (2006), Schmitt
(2008), Guimarães (2008), Coutinho (2002; 2010) e Ramos (2012).
128
37
(2009, Apud BUSS-SIMÃO, 2012).
131
38
Optamos em utilizar a nomenclatura adotada pela pesquisadora em sua
dissertação quando nos referimos ao seu trabalho. Na pesquisa de Bianchini
(2008) ela utiliza o termo educador para falar das professoras partícipes da
pesquisa.
39
Termo utilizado pela autora.
133
40
Ver Sarmento (2005), Cohn (2009), Coutinho (2010).
143
41
Haversi (2011) usa o termo educadora para referencias as professoras de
Lóczy.
144
42
Schmitt (2008).
145
43
São muitas as formas de linguagem: oral, escrital, corporal, dentre outras.
147
44
A alteridade segundo Schmitt (2008, p.149) significa: “A palavra alteridade
vem do latim, alter, „outro‟, (+ -(i)dade.) e, no Dicionário Aurélio da Língua
Portuguesa tem o significado de “a qualidade do que é outro” (FERREIRA,
1999, p. 107). O outro em mim, como profere Bakhtin (1993) em seus escritos,
na constituição da consciência e da linguagem, aspecto fundamental das
relações sociais e da constituição do ser humano. Ou seja, é aquilo que, sendo
de fora de mim, sendo do outro, me atinge, me modifica, me constitui, me
completa, me diferencia, me altera, seja na linguagem, seja nos hábitos, nos
gostos, nas palavras, na forma de brincar e nas diversas expressões sociais. Nas
relações estamos sempre estabelecendo alteridade com o outro ser humano ou
com os objetos e produções culturais que trazem em si a linguagem e sentidos
atribuídos socialmente”.
150
45
A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional determina que: “Art.2º A educação, é dever da
família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de
solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho” (BRASIL, 2010, p.07).
151
46
Ou a figura familiar.
160
47
Para Bakhtin (1997) a vivência empática ou a empatia acontece sempre
externamente ao sujeito, isso significa dizer que somos afetados pelo sentimento
do outro, aquilo que o outro sente internamente e que vivemos empaticamente
com ele nos afeta, sem perder o lugar que ocupamos.
162
48
Música intitulada: O Seu Olhar (Arnaldo Antunes).
165
CONSIDERAÇÕES FINAIS
49
Tristão (2006), Guimarães (2008; 2010; 2012), Barbosa (2010), Schmitt
(2008; 2011), Coutinho (2002; 2010; 2012), entre outros.
170
50
Todas as palavras-chaves elencadas e suas combinações estão explicitadas no
tópico: 2.2.1 O levantamento no banco da CAPES: definindo o corpus de
análise.
171
REFERÊNCIAS
ANEXOS
192