1) Astrônomos detectaram um buraco negro "devorando" uma estrela a 10 mil anos-luz da Terra através de imagens captadas pela Estação Espacial Internacional em março de 2021.
2) O buraco negro, chamado MAXI J1820+070, estava emitindo um jato de luz de raios-x enquanto consumia grandes quantidades de gás e poeira da estrela próxima.
3) Ao monitorarem a radiação ao longo de um mês, os astrônomos observaram
1) Astrônomos detectaram um buraco negro "devorando" uma estrela a 10 mil anos-luz da Terra através de imagens captadas pela Estação Espacial Internacional em março de 2021.
2) O buraco negro, chamado MAXI J1820+070, estava emitindo um jato de luz de raios-x enquanto consumia grandes quantidades de gás e poeira da estrela próxima.
3) Ao monitorarem a radiação ao longo de um mês, os astrônomos observaram
1) Astrônomos detectaram um buraco negro "devorando" uma estrela a 10 mil anos-luz da Terra através de imagens captadas pela Estação Espacial Internacional em março de 2021.
2) O buraco negro, chamado MAXI J1820+070, estava emitindo um jato de luz de raios-x enquanto consumia grandes quantidades de gás e poeira da estrela próxima.
3) Ao monitorarem a radiação ao longo de um mês, os astrônomos observaram
1) Astrônomos detectaram um buraco negro "devorando" uma estrela a 10 mil anos-luz da Terra através de imagens captadas pela Estação Espacial Internacional em março de 2021.
2) O buraco negro, chamado MAXI J1820+070, estava emitindo um jato de luz de raios-x enquanto consumia grandes quantidades de gás e poeira da estrela próxima.
3) Ao monitorarem a radiação ao longo de um mês, os astrônomos observaram
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ATIVIDADES
Astrônomos flagram "Muitos milhões de buracos negros existem em
nossa galáxia. Nós só os vemos quando estão em buraco negro 'devorando' um sistema binário com outra estrela, uma estrela estrela normal como o nosso sol. Os buracos negros podem puxar material da superfície da estrela, acumulando material, pouco a pouco, na forma de um disco - chamado disco de acreção - ao redor dele", explica à BBC News Brasil a astrônoma Erin Kara, pesquisadora da Universidade de Maryland e principal autora da descoberta. "Às vezes, ocorre uma instabilidade, e uma avalanche desse material estelar cai no buraco negro, criando uma enorme energia e radiação, CRÉDITO,NASA/CXC/M. WEISS na forma de um jato de emissão de raios-x da Legenda da foto, região muito perto do buraco negro, chamado Ilustração artística de um buraco negro com um de coroa. Temos agora novos resultados sobre raio-x ao redor, que permite que sua taxa de a extensão espacial e a evolução da coroa e do rotação seja estimada disco durante uma explosão." Detecção Um telescópio a bordo da Estação Espacial Essa radiação captada pelos equipamentos da Internacional captou sinais de um buraco Estação Espacial, rastreada pelos cientistas, negro "devorando" uma estrela. As imagens, comprovou-se como oriunda do buraco negro detectadas em março do ano passado, foram MAXI J1820+070. Astrônomos passaram a analisadas por astrônomos e as conclusões seguir a pista, detectando "ecos" dessa foram divulgadas nesta quarta-feira. explosão. A junção dessas informações resultou em novas evidências sobre como os buracos Batizado de MAXI J1820+070, o buraco negro negros evoluem durante uma explosão. fica relativamente perto da Terra - a 10 mil A descoberta foi anunciada em encontro da anos-luz daqui. Os equipamentos da Estação Sociedade Americana de Astronomia realizado Espacial detectaram um imenso jato de luz de nesta quarta em Washington e é a reportagem raios-x, que chamou a atenção dos cientistas. de capa da revista científica Nature desta Depois de analisar o material, os cientistas quinta-feira. concluíram que se tratava de um fenômeno Segundo as evidências, o buraco negro consome interessantíssimo: um buraco negro observado quantidades de material estelar e, enquanto em meio a uma explosão, uma fase extrema em isso ocorre, sua coroa - ou seja, o halo de que ele emite rajadas de energia enquanto elétrons altamente energizados que o circunda absorve um amontoado gigantesco de gás e - encolhe significativamente. No caso poeira de uma estrela próxima. observado, ele caiu de uma extensão de cerca pode chegar a milhões de quilômetros de de 100 quilômetros a apenas 10 quilômetros em diâmetro. No caso estudado, tratava-se de um pouco mais de um mês. buraco negro pequeno, de "apenas" 10 vezes o tamanho do nosso sol. O material nesse disco gira mais rapidamente quanto mais perto do centro está. Esta diferença de velocidades gera um atrito, que acaba aquecendo o disco. Esse calor enorme, em uma escala de milhões de graus Celsius, provoca verdadeiras avalanches, fazendo com que o gás da coroa seja "derramado" no buraco negro CRÉDITO,NASA central. Legenda da foto, No caso observado, conforme os cientistas As imagens foram obtidas na Estação Espacial relataram, seria o equivalente a um Monte Internacional Everest de gás por segundo - o que provocou uma explosão que durou o equivalente a um ano. Nunca antes tal fenômeno havia sido Os pesquisadores passaram a coletar, então, identificado pela ciência. As evidências medições precisas da energia e da frequência das emissões de raios-x durante a explosão. apontam para o fato de que esse processo seja a chave da evolução de um buraco negro. "É a Notaram que havia dois tipos de fótons, os de primeira vez que observamos esse tipo de baixa energia - provavelmente emitidos inicialmente pelo disco - e os de alta energia - evidência, de que a coroa está diminuindo durante essa fase da explosão", comenta o aqueles que, ao que parece, interagiram com os elétrons da coroa. A defasagem entre eles astrônomo Jack Steiner, do Instituto Kavli de provocou "ecos". Astrofísica e Pesquisa Espacial do MIT. "Agimos de modo semelhante aos morcegos, que "A coroa ainda segue sendo algo bastante usam a ecolocalização para mapear uma caverna misteriosa. Ainda temos uma compreensão pequena do que ela é. Mas agora temos escura", compara a astrônoma. "Utilizamos, no caso, os ecos de luz para medir a região próxima evidências de que a evolução do sistema é ao buraco negro que não pudemos resolver baseada na estrutura da própria coroa." Quando o buraco negro foi detectado pelos espacialmente com nossos telescópios." astrônomos, em março do ano passado, logo em seguida eles começaram a observar sua interação com a estrela próxima. "Ele estava quase completamente desobstruído, então tivemos uma visão muito clara do que estava acontecendo", afirma Steiner. "Durante nossa observação, o buraco negro passou de totalmente inobservável para uma das fontes mais brilhantes do céu. Isto apenas em CRÉDITO,NASA/JPL-CALTECH alguns dias", conta Kara. Legenda da foto, O fenômeno Uma explosão do tipo ocorre quando um buraco Buracos negros são visíveis ao puxar material da negro suga enormes quantidades de material de superfície de estrelas, formando um disco ao uma estrela próxima. Esse material se acumula seu redor, e podem emitir raios-x quando esse ao redor do buraco negro, em um vórtice material é engolido giratório conhecido como disco de acreção, que Ao monitorarem essa radiação, os astrônomos observaram que, ao longo de um mês, a defasagem entre os dois tipos de fótons caiu muito. O que sugeria que a distância entre a coroa e o disco de acreção também estaria diminuindo. Ou seja: para evoluir, o buraco negro estava "consumindo" o material do seu halo - constituído basicamente de material estelar. Em outras palavras, o buraco negro CRÉDITO,ESO/L. CALÇADA estava devorando uma estrela. Legenda da foto, De acordo com Steiner, este foi o primeiro caso inequívoco de que uma coroa estava encolhendo Impressão artística de um buraco negro enquanto o disco permanecia estável. emitindo raios de energia após consumir uma "Até então, só havíamos observado esse tipo de estrela 'eco' de luz em buracos negros supermassivos, "Esse processo ocorre por meio de episódios de de milhões ou bilhões de massas solares", acreção que duram milhões de anos", comenta completa Kara. Kara. "Se quisermos entender como os buracos "Buracos negros estelares como o J1820 têm negros consomem material e afetam seus massas muito menores e evoluem muito mais ambientes, temos de estudar os buracos negros rápido. Podemos observar as mudanças em uma 'menores', encarando-os como análogos - escala de tempo humana." menores e de evolução mais rápida." Ou, dizendo de um modo mais claro: a partir de Procurado pela reportagem, o físico brasileiro análises de fenômenos como este o ser humano Rodrigo Panosso Macedo, que estuda buracos consegue, de ponto de vista de um tempo mais negros e atua como pesquisador da palpável, novas peças para o complexo quebra- Universidade Queen Mary de Londres, analisou cabeças que tenta explicar a formação e o a importância da descoberta. funcionamento do Universo. "Esse sistema em menor escala tem as mesmas "Isso é importante porque há muito tempo características de outros sistemas muito existe um debate sobre o que de fato maiores formados por buracos negros impulsiona a evolução de um buraco negro: se o supermassivos e discos de acreção. Buracos disco ou a coroa", comenta Kara. "Com nossa negros supermassivos são os que estão, em pesquisa, descobrimos que a coroa conduz a geral, no centro das galáxias. No caso, o que evolução." esses pesquisadores conseguiram foi monitorar Este entendimento representa muito mais do mudanças na dinâmica de acreção de material e que pode parecer. Isto porque, conforme a emissão de energia em escalas temporais que astrônoma lembra, no centro de todas as nós conseguimos medir", comenta ele. galáxias massivas estão buracos negros Assim, o que os astrônomos esperam ter feito supermassivos. E apesar de eles serem mil foi ter estudado uma miniatura do centro de vezes menores do que as galáxias onde residem, uma galáxia, ou seja, compreender um pouco eles acabam funcionando como os principais melhor como funciona a evolução da galáxia. condutores da evolução da própria galáxia. O que é um buraco negro? A existência dos buracos negros foi idealizada pela primeira vez em 1783 pelo geólogo britânico John Michel (1724-1793). A teoria acabou ganhando corpo com um texto de 1796 do matemático francês Pierre-Simon Laplace (1749-1827). Mas só no século 20 o conceito foi comprovado. Os maiores são aqueles chamados de Primeiro com a teoria da relatividade de Albert supermassivos - há evidências de que toda Eintein (1879-1955), depois com uma sucessão grande galáxia tenha um deles em seu centro. O de teorias e, posteriormente, com evidências buraco negro que existe no centro da Via Lácta astronômicas. se chama Sagitário A. O mais massivo buraco negro conhecido hoje é Fenômeno semelhante em buraco negro o que está no centro da galáxia NGC 1277. Foi gigante descoberto em 2012 e é 4 mil vezes maior do No mesmo evento da Sociedade Americana de que o que existe no centro da Via Láctea, a Astronomia, foi apresentado nesta quarta-feira nossa galáxia. Isso significa que ele teria uma um outro estudo realizado por astrônomos a massa 17 bilhões de vezes maior do que a do Sol. partir de raras imagens do céu captadas em novembro de 2014. As cenas também evidenciam um buraco negro se "alimentando" de uma estrela - mas, no caso, trata-se de um buraco negro supermassivo, 1 milhão de vezes maior do que o Sol, no centro de uma galáxia a 300 milhões de anos-luz da Terra. O astrônomo Dheeraj Pasham, pesquisador CRÉDITO,NASA/M. WEISS Instituto Kavli de Astrofísica e Pesquisa Legenda da foto, Espacial do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos EUA, e principal autor Ilustração de um buraco negro com massas de do estudo, explicou à BBC News Brasil um pouco gás ao seu redor sobre a descoberta, que será detalhada na Por definição da NASA, a agência espacial edição desta semana da revista Science. americana, "um buraco negro é uma região no Pasham destacou que a equipe identificou um espaço onde a força de atração da gravidade é padrão na emissão dos jatos de raio-X - tão forte que nem a luz é capaz de escapar". "A enquanto o buraco negro se dedica a devorar a forte gravidade ocorre porque a matéria foi estrela, a radiação é emitida em pulsos a cada comprimida em um espaço minúsculo. Essa 131 segundos, e estes persistem por 450 dias. compressão pode ocorrer no final da vidas e "Este método pode ser utilizado para medir a uma estrela", diz texto divulgado pela agência. atividade de buracos negros", resume o Como nenhuma luz escapa aos buracos negros, cientista. eles são invisíveis. "No entanto, telescópios "Atualmente, acredita-se que quase todas as espaciais com instrumentos especiais podem galáxias contêm um buraco negro supermassivo ajudar aa encontrar buracos negros. Eles podem em seu centro. Mesmo que esses buracos observar o comportamento de materiais e negros tenham menos de 0,1% da massa de suas estrelas que estão muito próximos dos buracos galáxias hospedeiras, eles parecem, de alguma negros", esclarece a agência. forma, controlar o crescimento de seus Existem três tipos de buracos negros. Os hospedeiros", explica Pasham. "Portanto, se primordiais são tão pequenos quanto um único pudermos entender como os buracos negros átomo, mas com a massa de uma gigantesca supermassivos crescem, podemos usar esse montanha. O tipo mais comum é o de tamanho conhecimento para compreender diretamente médio, os chamados estelares - são aqueles cuja como as galáxias evoluem." massa pode ser até 20 vezes maior do que a do Sol e podem caber dentro de uma bola com diâmetro de cerca de 15 quilômetros.