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Existência [ Vi ]
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E-book547 páginas5 horas

Existência [ Vi ]

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Sobre este e-book

Um registro das pesquisas realizadas, encadeando os principais fatos que marcaram a história do século XXI até dezembro de 2012, com o foco na cronologia dos eventos, resumindo seus aspectos mais importantes, dessa que é a sexta e última parte complementar da obra.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento30 de dez. de 2013
Existência [ Vi ]

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    Existência [ Vi ] - L.felipe

    SÉCULO XXI

    O primeiro século do Terceiro Milênio, vencida a ansiedade histérica pela sua chegada e de seu anunciado término em 21 de dezembro de 2012, se iniciou marcado por um incidente de caráter regional que veio a abalar o mundo: o ataque de 11 de Setembro. O episódio já gravou a sua marca na História pela onda implacável de atos terroristas que se sucederam ao evento, caracterizada principalmente pelo forte sentimento antiestadunidense despertado no seio da comunidade muçulmana, notadamente de seus fundamentalistas.

    Entretanto, a par dessa guerra ideológica aparentemente sem fim, que vem atemorizando o planeta já com seus 7 bilhões de habitantes, a palavra que melhor resume o início do novo século se chama globalização.

    Seus primeiros 13 anos de passagem também ficaram marcados pelos signiificativos avanços da Ciência, pelo renascido belicismo estadunidense e pelo despertar de boa parte do povo ocidental cansado de repressão e descaso de seus governantes, ao reboque dos movimentos iniciados com a Primavera Árabe.

    Principais Fatos Marcantes do Século

    GLOBALIZAÇÃO

    Crise de 2008

    A origem da crise remonta a 2001, quando ocorreu o furo da chamada bolha da internet. Entre 1995 e 2000 o mercado financeiro foi impactado por uma forte alta das ações das novas empresas de tecnologia da informação e comunicação baseadas na internet. Entretanto o quadro não conseguiu se sustentar, resultando em um processo de rápido esvaziamento, e, logo no início de 2001, muitas empresas ponto com já estavam em processo de venda, fusão, redução ou simplesmente quebraram e desapareceram.

    Para recuperar o aquecimento do mercado, os EUA criaram então um novo nicho para os investidores que foi o setor imobiliário. Por conta da redução das taxa de juros e das garantias do Banco Central (FED) dadas às agências financiadoras Fannie Mae e Freddie Mac, o mercado acabou sendo superaquecido com crédito fácil e sem maiores exigências, através de um sistema conhecido por hipotecas subprimes.

    Subprimes eram créditos bancários de alto risco, que consistiam desde empréstimos hipotecários até cartões de créditos e aluguéis de carros, concedidos a clientes sem comprovação de renda e até com histórico de crédito ruim – era a chamada clientela subprime. As taxas de juros eram pós-fixadas, isto é, determinadas no momento do pagamento das dívidas.

    Estas hipotecas, por sua vez, inundaram o mercado acionário na forma de derivativos – um sofisticado instrumento de títulos securitizados – com a incrível e inexplicável chancela AAA das agências mundiais de crédito. Atraídos também pelos altos retornos desses papéis, supostamente seguros e bem avaliados pelas agências, os bancos compravam esses títulos das agências financiadoras de forma açodada e indiscriminada.

    Em 2005, os EUA foram obrigados a aumentar a sua taxa de juros para combater a inflação em alta, fato esse que veio a desestabilizar sensivelmente o mercado hipotecário. O encarecimento do crédito afastou os compradores de imóveis tornando a oferta maior que a procura provocando o desaquecimento desse mercado. Além disso, decorreu a dificuldade para refinanciamentos e para quitações das dívidas atreladas aos juros pós-fixados, o que acabou provocando uma inadimplência massiva que afetou severamente o setor imobiliário. Como consequência direta, em 2007, o mercado de derivativos entrou em crise e a economia dos EUA se desaqueceu – menos dinheiro disponível, compra-se menos, os lucros das empresas diminuem e empregos não são gerados.

    Como as grandes instituições financeiras estavam fortemente lastreadas com esses fundos, o sistema bancário internacional acabou acusando o golpe.

    DESDOBRAMENTO

    Preocupado com os resgates de créditos subprime nos EUA, o poderoso banco francês BNP Paribas congelou cerca de EU$2 bilhões de três fundos, que detinham forte participação nesse mercado. As bolsas de valores reagiram com quedas acentuadas e o mercado imobiliário entrou em pânico.

    Em 2008, começaram a surgir os pedidos de concordata, precipitados pelo governo norte-americano que se recusou a oferecer garantias para o banco inglês Barclays adquirir o controle do já estremecido banco de investimentos estadunidense Lehman Brothers. A falência desta instituição provocou um efeito dominó e outras grandes instituições financeiras foram quebrando em seguida, no processo que ficou conhecido como a "crise dos subprimes".

    Lehman_Brothers

    No espaço de poucos dias, após a quebra do Lehman Brothers e do Bear Stearns, veio a falência técnica da maior empresa seguradora dos EUA, a American International Group (AIG).

    Alarmado com o efeito sistêmico que a falência dessa tradicional e poderosa instituição provocou nos mercados financeiros mundiais, o governo norte-americano resolveu, em vinte e quatro horas, injetar US$85 bilhões de dinheiro público na AIG para salvar suas operações. Mas, em poucas semanas, a crise já atravessava o Atlântico: a Islândia estatizou o segundo maior banco do país, que também já passava por sérias dificuldades.

    As mais importantes instituições financeiras do mundo, Citigroup e Merrill Lynch (EUA), Northern Rock (Reino Unido), Swiss Re e UBS (Suíça) e Société Générale (França), declararam perdas colossais em seus balanços, o que veio a agravar ainda mais o clima de desconfiança, que se generalizou. No Brasil, as empresas Sadia, Aracruz Celulose e Votorantim também anunciaram perdas bilionárias.

    Desde que a crise se agravou, paralisando o sistema de empréstimos interbancários mundial, o governo estadunidense decidiu pôr de lado suas teorias neoliberais e passou a socorrer ativamente as empresas financeiras em dificuldades. Para tentar evitar maiores danos, ainda acabou reestatizando as agências de crédito imobiliário Fannie Mae e Freddie Mac. Entretanto, em meio a essa maciça injeção de dinheiro público no sistema bancário, seus executivos continuavam incrivelmente recebendo extravagantes remunerações, escândalo que ficou conhecido como a farra do bônus.

    No bojo da crise também veio à tona outro grande escândalo envolvendo Wall Street, a gigantesca fraude financeira comandada por Bernard Madoff, que acabou condenado a 150 anos de prisão pelo prejuízo de mais de 60 bilhões de dólares causado a seus clientes.

    CONSEQUÊNCIAS

    Um pacote, aprovado às pressas pelo congresso estadunidense, destinou US$700 bilhões dos contribuintes norte-americanos em socorro dos banqueiros. Só em 2008, o governo e o FED já haviam despendido cerca de US$2 trilhões na tentativa de salvar suas instituições financeiras. E na Europa, as principais economias da Zona do Euro (Alemanha, França, Áustria, Países Baixos e Itália) também despenderam várias centenas de bilhões de euros na tentativa de salvar seus próprios bancos.

    Em função da globalização, a crise econômica na UE aguçou problemas estruturais nas várias nações que responderam de formas diversas. E, além disso, revelou a falta de uma efetiva coordenação política para resolver as questões de endividamento público das nações do bloco. Em especial do elevado endividamento público da Grécia, Portugal, Espanha, Itália e Irlanda.

    Esse clima de insegurança e instabilidade só veio a agravar ainda mais o quadro da crise. Não há estímulo para reter os capitais de investidores, o crédito se mantem escasso, o desemprego é crescente. Por outro lado, as medidas para conter a crise são impopulares, pois atingem diretamente o status quo do cidadão.

    Além disso, outras consequências diretas também ajudam a tornar o caminho cada vez mais difícil. A diminuição dos ratings das nações e bancos dos países envolvidos na crise, pelas agências de risco, dificulta e encarece a tomada de crédito, o que acaba realimentando o peso do endividamento. Por sua vez, o desaquecimento do PIB também contamina as economias com relações comerciais fora do bloco.

    Muitos países entraram em recessão, e seus respectivos governos têm, desde então, tomado diferentes medidas para reaquecer suas economias e, ao mesmo tempo, garantir que o sistema financeiro volte finalmente a se normalizar.

    QUADRO ATUAL

    Desde 2010, a Europa vem vivenciando o quadro mais conturbado dessa crise. Embora não diretamente ligada à crise na Zona do Euro, protestos no Reino Unido levaram a atos de vandalismo, onde o desemprego em Londres aumentou consideravelmente, além do mais, Londres é uma das capitais com o custo de vida mais caro do mundo. Na França, protestos estudantis e conflitos sociais levaram a destruição de patrimônio público e privado pelas ruas de Paris, onde os revoltosos reivindicavam oportunidades de emprego. Na Espanha, o governou apontou o maior índice de desemprego das últimas décadas, já passando de 20% entre a população jovem. Em Portugal, a dívida pública fica cada vez mais difícil de ser financiada por conta das altas taxas de juros do mercado. Na Itália, protestos contra o corte de gastos na educação e em outros setores se uniram aos escândalos que envolviam o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi. A Noruega e Dinamarca chegaram a pedir ajuda financeira. A Turquia está tentando ingressar na UE, mas depois destes fatos, sua entrada foi adiada, além do que contestada por parte dos países membros. No entanto o país que mais sofreu e está sofrendo com a crise é a Grécia que não encontra um acordo político para implantação de medidas de austeridade, condição imposta pela UE para liberação de socorro financeiro.

    Tanto o mundo globalizado quanto a UE, em particular, vêm tomando algumas providências para enfrentar a crise:

    Em abril de 2009, o G-20, reunido em Londres, anunciou a injeção de US$1 trilhão na economia mundial.

    Em 2010, os EUA priorizaram a política de corte de gastos, como investimentos na NASA e o fim na ocupação no Iraque que consumiu mais de US$1 trilhão.

    Em 2011, houve a implementação de um pacote econômico anticrise na Zona do Euro.

    O FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Central Europeu Maior deverão ter maior participação do nas ações de enfrentamento da crise.

    Ajuda financeira aos países com maiores dificuldades em suas economias.

    Implementação de medidas de austeridade em vários países para reduzir o déficit público (Itália – 5.3% do PIB; Portugal – 9,4% do PIB; Espanha – 11,2% do PIB)

    Em 2012, Obama elevou o teto da dívida pública para US$16,4 trilhões.

    Definição de um Pacto Fiscal, a ser ratificado no curso de 2012, cujos objetivos são: garantir o equilíbrio das contas públicas das nações da UE (exceto o Reino Unido que não aderiu) e criar sistemas de punição aos países que desrespeitarem o pacto.

    Se por um lado os países desenvolvidos se encontrem em processo recessivo, os países subdesenvolvidos, agora passaram a representar uma esperança de redenção, já que suas economias crescentes não chegaram a ser fortemente abaladas pela crise. Os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) se revelam como as principais nações para a realização de investimentos e parcerias, pois exibem os maiores crescimentos nestes últimos anos. Entre estes, o maior destaque é a China – o chamado dragão asiático em uma alusão aos tigres asiáticos – a qual, em 2011, apresentou um inesperado crescimento do PIB de mais de 9%.

    Mesmo assim, de acordo com alguns economistas, essa Crise de 2008 poderá chegar até a causar uma recessão econômica mundial, contaminando inclusive essas economias ainda não atingidas. Entretanto, segundo se especula o sistema capitalista é fadado a conviver com crises econômicas cíclicas por razões de sua própria concepção, que é baseada no crédito voltado para o consumo. Até então resistiu, mas ao que tudo indica agora o sistema se encontra em xeque.

    Afora a crise econômica, esse início de século também está sendo marcado por outros eventos de abrangência global e que são, da mesma forma, extremamente significativos e importantes.

    Aquecimento Global

    Embora ratificado em 1999, o Protocolo de Kyoto só entrou em vigor oficialmente em 2005, quando finalmente, com a assinatura da Rússia, se atingiu a adesão da cota de países responsáveis por mais de 50% do total de emissões. Os EUA se negaram a assinar, justificando que os compromissos exigidos pelo protocolo seriam nocivos à sua economia. Além disso, boa parte de sua comunidade científica também questionava a tese aquecimentista. O protocolo propunha que os países-membros, no período entre 2008 e 2012 também chamado de primeiro período de compromisso, teriam a obrigação de reduzir suas emissões de gases do efeito estufa em pelo menos 5,2% dos níveis de 1990. Entretanto as metas de redução não seriam necessariamente individuais, tornando possíveis níveis diferenciados de emissão entre eles. Países em desenvolvimento (como Brasil, México, Argentina e Índia) não receberiam de início, metas de redução.

    Em 2001, o protocolo criou uma fórmula inusitada para reduzir as pressões sobre os países de maior emissão, de forma a não comprometer as metas estabelecidas. Segundo a proposta, os países que tivessem grandes áreas florestadas, que absorvem naturalmente o CO2, poderiam usar essas áreas verdes como uma moeda de troca para o controle das suas emissões. Pela sugestão, a produção industrial dos países desenvolvidos, os maiores emissores de CO2 e de outros poluentes, poderia ser mantida desde que transferissem parte de suas indústrias poluentes para outros países onde o nível de emissão seria baixo ou, opcionalmente, investissem nesses países como parte da negociação.

    Em 2002, na conferência ‘Rio+10’ realizada na África do Sul, entre outros, ficou marcada a instituição do desenvolvimento sustentável como elemento central da agenda internacional, o que mudou o curso das questões ligadas à proteção ambiental. Nesse sentido, a política inerente ao Protocolo de Kyoto deveria ser reorientada no sentido de deixar de poluir, e não poluir onde houvesse florestas, pois o saldo desta forma continuaria negativo para o planeta.

    Em 2005, pressionados por previsões apocalípticas e por uma população assustada com as recorrentes catástrofes ambientais, os EUA se uniram a Austrália, Japão, Índia, China e Coréia do Sul, responsáveis por cerca de metade das emissões totais, para a criação de um grupo em contraponto ao Protocolo de Kyoto. Como consequência, ficou o consenso da necessidade de se investir pesado em tecnologias limpas que permitissem manter o crescimento da economia mundial, promovendo ao mesmo tempo uma redução nas cobradas emissões.

    Dentre essas foram citadas as fontes alternativas para produção de energia elétrica, a utilização de hidrogênio como combustível, entre outras medidas. Ainda em 2005, finalmente o mercado internacional de crédito de carbono passou a funcionar, quando movimentou cerca de US$10 bilhões nas principais bolsas do mundo, segundo informações do Banco Mundial. O potencial de oferta de créditos se concentrou na Ásia (China, Índia e Coréia do Sul) e América Latina (Brasil e México).

    Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) consiste, entre outros, no estímulo aos países industrializados em adotar medidas para redução de emissões de gases de efeito estufa. Nestas, cada tonelada de CO2 equivalente que deixar de ser emitida (emissões de gases do efeito estufa) ou for retirada da atmosfera (sequestro de carbono), poderá ser negociada no mercado mundial, através de uma nova commodity denominada Reduções Certificadas de Emissões (RCE), mais usualmente conhecida como crédito de carbono.

    Crédito de carbono representa as reduções de emissões de gases de efeito estufa que deverão ser decorrentes da execução de uma série de projetos elegíveis no âmbito do MDL (que vão desde o uso de geração de energia elétrica renovável até projetos de reflorestamentos ou delimitações de áreas de preservação). Esses créditos podem ser vendidos para os países signatários do Protocolo de Kyoto, que valem como uma forma de cumprimento parcial de suas metas de redução.

    Sequestro de carbono é um processo químico natural de remoção de gás carbônico da atmosfera. Tal processo ocorre principalmente em oceanos, florestas e outros locais onde os organismos por meio da fotossíntese, capturam o carbono e lançam oxigênio no meio ambiente. Nos oceanos, o carbono é absorvido no processo chamado circulação termoalina, que ocorre quando as águas quentes da superfície se movimentam para as águas frias do fundo.

    Outra forma está ligada à fotossíntese dos organismos clorofilados, que absorvem o carbono em presença da luz como fonte de energia vital. O solo também absorve carbono no processo de decomposição das matérias orgânicas. O conceito de sequestro de carbono, consagrado pelo Protocolo de Kyoto, tem a finalidade de conter e reverter o acúmulo de gases do efeito estufa na atmosfera, visando à diminuição do aquecimento global.

    Derrotado por W. Bush, na famosa contagem de votos de Miami, Al Gore se dedicou a uma verdadeira cruzada em defesa da tese aquecimentista (notoriamente renegada pelos EUA), culminada, em 2006, pelo lançamento de seu famoso documentário de caráter antipatriótico, Uma Verdade Inconveniente, que lhe rendeu até o Nobel da Paz, em 2007.

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    Em 2007, os líderes das nações do G8 anunciaram a intenção de reduzir, até 2050, pelo menos a metade das emissões globais de gases do efeito estufa. Em seguida, uma rodada de conversações sobre as alterações climáticas, sob os auspícios da ONU, acordou a necessidade de serem definidas novas metas no âmbito de um segundo período de vigência do Protocolo de Kyoto. Uma característica chave dessas conversações foi o fato de que a eficiência energética poderia trazer significativas reduções nas emissões com um baixo custo.

    No final de 2008, a Conferência do Clima (COP-14) firmou consenso sobre a operacionalização do Fundo de Adaptação, instrumento que existia desde a criação do Protocolo de Kyoto, para ajudar países pobres a combater os efeitos das mudanças climáticas.

    Dessa forma, estas nações passariam a ter acesso direto ao fundo, que seria financiado com 2% dos valores arrecadados através do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. Houve consenso também em relação ao mecanismo de Redução de Emissões decorrentes de Desmatamento e Degradação Florestal (REDD) a ser assinado no acordo final em 2009.

    Enquanto alguns países defendiam que esse mecanismo deveria funcionar como um mercado de carbono, com compra e venda de créditos, outros acreditavam que a forma mais adequada seria a criação de um fundo internacional.

    A Conferência do Clima de 2009 (COP-15), após grandes divergências entre os países ricos e o grupo dos países em desenvolvimento acerca de temas como metas de redução de emissão de gases do efeito estufa e contribuição para o Fundo de Adaptação, terminou sem que se atingisse um acordo definitivo.

    A formulação de um tratado climático global esbarrou novamente em impasses provocados por EUA, China, Japão e Índia, entre outros países. O Japão destacou que não iria se comprometer com uma segunda fase do Protocolo de Kyoto a menos que outros grandes países emissores de gases do efeito estufa concordassem, por meio de um acordo legalmente vinculante, em reduzir suas respectivas emissões.

    Os EUA enfim assinaram o protocolo, mas não ratificaram, insistindo em não concordar com os cortes obrigatórios, exceto se China e outras economias em rápido crescimento também limitassem suas emissões. Ainda em 2009, na data de celebração do Dia Internacional da Ação Climática, milhares de pessoas em 180 países, se manifestaram pela diminuição dos níveis de gases do efeito estufa na atmosfera.

    A Conferência do Clima de 2010 (COP-16) também continuou sem resultar em avanços importantes, apenas conseguindo fechar um acordo modesto, mesmo assim sob o veemente protesto e rejeição da Bolívia, prevendo a criação de um Fundo Verde, a partir de 2020, para ajudar os países emergentes implementarem medidas de combate às mudanças climáticas.

    Já a Conferência do Clima de 2011 (COP-17) chegou finalmente a um acordo envolvendo metas de emissão para EUA e China, os dois maiores poluidores do planeta, entretanto, para serem discutidas apenas em 2020. Também foi discutida a possibilidade de extensão do acordo de Kyoto e o lançamento do pretendido Fundo Verde do Clima, com a promessa de US$100 bilhões anuais também a partir de 2020.

    Embora ainda sem conseguir resultados concretos contra o chamado aquecimento global, as decisões adotadas na COP-17 tiveram caráter histórico. A principal delas, marcando o fim da vigência do Protocolo de Kyoto, foi batizada de Plataforma de Durban, que estabeleceu um calendário para criar um protocolo, outro instrumento legal ou um resultado acordado com força legal em 2015, que passará a entrar em vigor até 2020. Por esse instrumento, todos os países do mundo terão de se comprometer a metas obrigatórias de redução de emissões.

    Sustentabilidade

    Na conferência ‘Rio+20’, em 2012, mais uma vez ficou marcada a sensação de uma certa frustração com o descaso dos países industrializados sobre as questões urgentes do desenvolvimento sustentável, além da gestão das emissões de gases poluentes. Entretanto, a conferência deixou edificada uma agenda comum sobre o meio ambiente para as próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

    O conceito da sustentabilidade sob o enfoque da atualidade pode ser definido como a capacidade do ser humano se desenvolver preservando o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras. Sob este aspecto deverá integrar as questões sociais, energéticas, econômicas e ambientais.

    Questão Social é o respeito pelo ser humano, para que este possa respeitar a natureza. E o ser humano é a parte mais importante do meio ambiente.

    Questão Energética é a necessidade básica para o desenvolvimento da economia. E a economia é quem regula as condições de sobrevivência da população.

    Questão Ambiental é o cuidado com preservação do meio ambiente. Com o meio ambiente degradado, o ser humano abrevia o seu tempo de vida, a economia se compromete e o futuro acaba se tornando insustentável.

    O princípio da sustentabilidade é universal e há de ser aplicado desde no mais simples até no mais complexo empreendimento. E vale tanto para o ser humano enquanto indivíduo até grandes corporações empresariais e nações.

    Para que o empreendimento seja considerado sustentável, é preciso que seja ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente diverso.

    O conceito de sustentabilidade começou a se delinear, em 1972, na primeira conferência da ONU sobre o meio ambiente, a primeira grande reunião internacional para discutir as atividades humanas em relação ao meio ambiente.

    Na ECO-92 se consolidou o conceito de desenvolvimento sustentável, entendido como o desenvolvimento que atende às necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade das futuras gerações de atenderem às suas próprias necessidades.

    Esse novo prisma foi concebido de modo a conciliar as necessidades do desenvolvimento econômico, porém com os devidos cuidados para a conservação dos ecossistemas e da biodiversidade.

    Desde então, as questões ambientais viraram palavra de ordem e passaram a assumir um papel de extrema relevância no dia-a-dia do ser humano contemporâneo.

    Pandemias

    A gripe aviária, ou vírus Influenza A, transmitida pelos pássaros, se tornou assunto de alarde mundial entre os anos de 2003 e 2005, quando um surto da doença começou a se espalhar no Sudeste Asiático. Embora, o vírus se desenvolva e seja mais comumente transmitido entre as aves, ele também consegue sobreviver e se reproduzir no organismo humano, além de ser uma doença mortal para muitas pessoas. Entretanto há quem considere que esse surto na verdade tenha sido de SARS, ou síndrome respiratória aguda grave, causado pelo coronavírus.

    Os primeiros surtos identificados surgiram no Camboja, Laos, Vietnã, no sul da China. Posteriormente, novos casos da doença foram encontrados em outras regiões da China, Índia, Tailândia, Singapura e Malásia. O vírus infectou muitas pessoas, no entanto o número de óbitos pelo que se tem conhecido, não foi considerado tão significante. Estima-se que cerca de 800 pessoas morreram e 8 mil foram infectadas. Em 2004, o vírus continuou a se espalhar pela Ásia, chegando ao leste da Europa, atingido alguns países, e até mesmo ao Reino Unido, no outro lado do continente.

    Gripe aviária

    Em 2005, pessoas infectadas disseminaram a doença, pela Colômbia, México, Estados Unidos e Brasil. No caso do Brasil, o governo tomou medidas rápidas de se produzir uma vacina para se combater o vírus, aumentando a imunidade das pessoas. Entretanto, não existe uma vacina que elimine o vírus, já que o mesmo está em constante mutação, ficando mais resistente aos medicamentos. De qualquer forma, o susto em 2005 foi amenizado graças a produção da vacina pelo Brasil e alguns outros países.

    Não obstante, em 2006, foram detectados novos surtos da doença, agora no continente africano, mas especificamente na Nigéria. Mas, graças à produção da vacina, muitas pessoas foram imunizadas para resistirem aos sintomas da doença.

    Na época que a doença se tornou o centro das manchetes internacionais, alguns cogitaram a possibilidade de uma pandemia. A última pandemia que o mundo vivenciou fora entre 1915-1919

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