Carta de Vinhos: Ao Final Desta Unidade de Aprendizagem, Você Deve Apresentar Os Seguintes Aprendizados
Carta de Vinhos: Ao Final Desta Unidade de Aprendizagem, Você Deve Apresentar Os Seguintes Aprendizados
Carta de Vinhos: Ao Final Desta Unidade de Aprendizagem, Você Deve Apresentar Os Seguintes Aprendizados
Apresentação
A elaboração de uma carta de vinhos deve proporcionar uma experiência positiva ao cliente,
apresentando vinhos que tenham caraterísticas adequadas à ocasião, ao público-alvo e às
preparações. Na elaboração de uma carta existe a busca pelo equilíbrio entre a variedade de
rótulos, precificação e a relação custo-benefício. Além disso, o estabelecimento (restaurante) deve
ter na adega todos os vinhos que compõem a carta, ou seja, aquelas muito longas podem trazer
baixa rotatividade e preços elevados. A carta precisa ser vista como uma potente ferramenta de
comercialização com informações precisas de cada vinho, possibilitando ao cliente realizar escolhas
conscientes, interativas e que respeitem o seu gosto pessoal.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você estudará quais são as regras básicas para elaboração e
apresentação de cartas de vinhos; será apresentado às características sensoriais de vinhos
espumantes, brancos, rosados, tintos, fortificados e de sobremesa. Além disso, você aprenderá a
elaborar cartas de vinhos com diferenciais de harmonização e de precificação.
Bons estudos.
Considerando que você esteja gerenciando um restaurante de cozinha internacional, cite cinco
vinhos para compor a carta e as informações sobre eles que você colocaria no texto que deve ser
apresentado em tablets.
Infográfico
Cartas harmonizadas com queijos são importantes para proporcionar experiências positivas para os
clientes. Especialmente se o estabelecimento comercializa queijos e quer harmonizar com as
bebidas da casa. Sendo assim, é importante compreender as características dos principais estilos de
queijo e quais as sugestões clássicas de vinhos para uma experiência completa.
Neste Infográfico, você terá sugestões com explicações técnicas, que auxiliaram na montagem de
cartas harmonizadas com queijos.
Conteúdo do livro
Diante da diversidade de rótulos e de estilos de vinhos disponíveis no mercado, os restaurantes
têm a possibilidade de apresentarem propostas de cartas de vinhos personalizadas. A composição
da carta de vinhos depende de fatores técnicos dos vinhos e das características do
estabelecimento. Sendo assim, essa ferramenta de comercialização pode aumentar o consumo de
vinhos no restaurante, por fornecer informações básicas e complementares aos clientes.
No capítulo Carta de vinhos, da obra Enologia, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você
verá assuntos relativos à carta de vinhos - elaboração, precificação, principais características dos
vinhos e propostas diferenciadas com harmonização.
Boa leitura.
ENOLOGIA
Introdução
A diversidade de vinhos presentes no mercado tem possibilitado que
cada restaurante personalize sua proposta de comercialização e har-
monização. A carta de vinhos é a ferramenta que permite ao cliente
conhecer a disponibilidade de vinhos da adega do estabelecimento. A
diversidade de vinhos presentes nessa ferramenta depende de múltiplos
fatores, porém, em sua maioria, os vinhos são escolhidos em função do
preço e qualidade mais adequados ao público-alvo e à tipologia do
estabelecimento de alimentos e bebidas.
Neste capítulo, você vai conhecer os mais diversos aspectos relativos
à ferramenta de comercialização chamada carta de vinhos.
apresentam rótulos que sejam ícones das principais regiões que representam,
como: cozinha portuguesa — Vinhos Verdes, Bairrada, Dão, Douro, Porto e
Madeira; cozinha italiana — Piemonte (Barolo e Barbaresco), Vêneto, Toscana
e Sicília; e cozinha francesa — Bordeaux, Borgonha, Rhône e Provance. Já os
restaurantes internacionais, que possuem preparações consagradas de diversos
países, devem buscar preferencialmente diversificar sua carta com vinhos do
Velho Mundo (França, Itália, Portugal e Espanha) e do Novo Mundo (Austrália,
Estados Unidos, Chile, Argentina, África do Sul, Brasil e Nova Zelândia).
Uma carta de vinhos precisa ser atualizada pelo menos a cada seis meses. É sempre
importante prestar atenção nos vinhos que irão permanecer, pois alguns precisaram
de ajuste no ano da safra.
Ordenação geográfica
Deve tomar como referência a própria região e/ou país de consumo da bebida
(restaurante). Sendo assim, seria mais elegante os vinhos serem apresentados
na sequência: locais, regionais, nacionais, continentais e de outros continentes.
Também pode ser considerado o regionalismo do restaurante — uma cantina
italiana, por exemplo, pode começar a carta com vinhos italianos. Em ambos
os casos, para melhorar a visualização por parte do cliente, é importante
incluir imagens de mapas e bandeiras, ou mesmo a escrita do tópico. Em
cada item os vinhos podem ser agrupados por denominação de origem, ou
similar, e por cultivar. Como exemplo, um item “Vinhos Franceses” pode
ter o subitem “Vinhos de Bordeaux”, e em “Vinhos Argentinos”, o subitem
“Vinhos de Malbec”. O objetivo será sempre o de facilitar a visualização e
as escolhas do cliente.
Tipo de serviço
Para este critério, são apresentados antes de mais nada os vinhos de serviço
em taça, para que fiquem em regiões de ponto focal da carta (local da página
visualizada antes em primeiro lugar pela maioria dos clientes) e tenham mais
chances de comercialização (BEEK et al., 2005). Além dos vinhos servidos
em taças, as promoções especiais e os eventuais menus degustação também
deve estar em posições de maior destaque e/ou no início da carta de vinhos
(NAUDIN; FLAVIGNY, 2001).
Os vinhos comercializados em garrafas de 375 e 180 mL devem ser apre-
sentados logo em seguida às garrafas de 750 mL. Nesses casos, a descrição
do vinho pode ser colocada apenas para a garrafa tradicional e, em seguida,
apenas o nome do vinho e o volume das garrafas menores.
Em cada tópico da carta de vinhos, os vinhos devem ser ordenados de forma crescente
com relação ao preço. Assim, a carta passa a ser atrativa e a escolha do cliente é realizada
dentro da faixa de preço pretendida.
6 Carta de vinhos
Espumantes
No caso dos espumantes, o método de vinificação (Tradicional/Champenoise,
Charmat e Asti) gera diferenças sensoriais.
Região de
Espumante produção Uvas Características sensoriais
Região de
Espumante produção Uvas Características sensoriais
Região de
Vinho produção Uvas Características sensoriais
(Continua)
10 Carta de vinhos
(Continuação)
Região de
Vinho produção Uvas Características sensoriais
Região de
Vinho produção Uvas Características sensoriais
(Continua)
12 Carta de vinhos
(Continuação)
Região de
Vinho produção Uvas Características sensoriais
(Continua)
Carta de vinhos 13
(Continuação)
Região de
Vinho produção Uvas Características sensoriais
Elaboração da carta
A elaboração de uma carta de vinhos tem início com a definição de três pontos
fundamentais:
Uma carta de vinhos básica poderia ser composta pelo seguinte quantitativo de rótulos
por estilo: 4 espumantes, 2 vinhos brancos, 5 vinhos tintos e 2 vinhos de sobremesa
ou fortificados, com variações de região e/ou país de produção.
Neste quesito, é preciso realizar a degustação técnica dos rótulos que serão
comprados ou, na impossibilidade, buscar informações técnicas em livros,
sites das regiões produtoras ou ficha técnica dos vinhos. A identificação do
perfil sensorial contribui para realização de investimentos mais assertivos em
função do público-alvo e potencial de harmonização (NAUDIN; FLAVIGNY,
2001; BERNARDO, 2006).
Nas cartas de vinhos, podem ser usados QR codes para leitores de celular, que possi-
bilitem acesso a informações específicas dos vinhos.
Formas de apresentação
A forma de apresentação — manual, impressa ou digital — também é uma
opção do estabelecimento. Porém, em todos os casos facilidade e praticidade
de atualização deve ser considerada um dos pontos de decisão.
As cartas de vinhos manuais representam uma boa opção para es-
tabelecimentos que possuem grande rotatividade de rótulos. A grande
desvantagem é a mão-de-obra para atualizações sem rasuras. Muitos
estabelecimentos especializados, pequenos e com grande rotatividade de
rótulos usam esse tipo de carta em quadros escritos a giz ou cartazes na
porta do estabelecimento.
Outra opção são as cartas de vinhos impressas, que podem apresentar
imagens (rótulos, bandeiras e mapas), além das informações descritivas
dos rótulos. Tais cartas geralmente são disponibilizadas pelo restaurante
em formato digital, permitindo atualizações de preços e estoques e novas
impressões. Eventuais faltas de disponibilidade não programadas podem
ser repassadas aos clientes por meio de etiquetas coladas na carta, e com
a normalização da situação de estocagem a etiqueta é removida (BEEK et
al., 2005).
Já as cartas de vinhos digitais são ofertadas por meio de tablets aos clientes.
Os vinhos são classificados e apresentados de formas diferenciadas, por faixa
de preço, estilo e região de cultivo. Além disso, a carta digital possibilita que
o cliente tenha acesso a imagens e informações sobre o produto escolhido e
aos demais que compõe a carta. Abas e links favorecem acesso a imagens da
garrafa, rótulo, vinícola, parreiral e região de cultivo, processo de vinificação,
características sensoriais do cultivar e possibilidades de harmonização. Nessas
cartas, a customização das páginas reproduz a identidade do estabelecimento
com fotos e sugestões de harmonização.
18 Carta de vinhos
BECKETT, N. (ed.). 1001 vinhos para beber antes de morrer. Rio de Janeiro: Sextante, 2008.
BEEK, H. et al. A arte e a ciência do serviço. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2005.
BERNARDO, E. A arte de degustar o vinho. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2006.
GORDON, J. (coord.). O grande livro do vinho. 2. ed. São Paulo: Publifolha, 2015.
INSTITUTO BRASILEIRO DO VINHO. Percepção dos consumidores brasileiros de vinho.
[2018]. Disponível em: https://www.ibravin.org.br/admin/arquivos/ivb/1545067974.
pdf. Acesso em: 3 abr. 2020.
KEEVIL, S. (org.). Vinhos do mundo todo. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
NAUDIN, C.; FLAVIGNY, L. (ed.). Larousse des vins: tous les vins du monde. Montréal:
Larousse, 2001.
PUCKETTE, M.; HAMMACK, J. O guia essencial do vinho: wine folly. Rio de Janeiro: In-
trínseca, 2016.
TEICHMANN, I. M. Tecnologia culinária. Caxias do Sul: Educs, 2000.
22 Carta de vinhos
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Dica do professor
Para a elaboração da carta de vinhos são necessárias informações básicas e complementares, as
quais podem ser encontradas em rótulos, contrarrótulos e fichas técnicas. A obtenção e a utilização
correta dessas informações podem evitar a confecção de cartas pouca instrutivas ou cheias
de generalidades, dificultando a escolha do cliente.
Nesta Dica do Professor, você verá como essas informações podem ser obtidas em rótulos
geográficos, rótulos varietais e na ficha técnica.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
Exercícios
B) A limpeza da carta de vinhos está relacionada a um layout com menor número de imagens e
informações.
C) A carta de vinhos deve apresentar uma redação clara na descrição dos vinhos, possibilitando
facilidade de leitura e escolhas do cliente.
D) Atração visual no layout é obtida com muitas imagens com a finalidade de prender a atenção
do cliente para que o garçom possa sugerir o vinho.
E) Os preços na carta de vinhos devem ser corrigidos sempre que ocorrerem flutuações de
mercado, sendo possível encontrar rasuras nas cartas.
2) A grande diversidade de vinhos faz com que a carta de vinhos seja informativa e possibilite
escolhas assertivas do cliente. As cartas podem apresentar informações básicas e
complementares. Assinale a alternativa correta com relação às informações básicas e
complementares.
A) O preço do vinho é uma informação complementar, não sendo obrigatório na carta de vinhos
dos restaurantes.
C) Para facilitar as escolhas dos clientes, uma informação básica é a descrição da uva ou das uvas
utilizadas na elaboração do vinho.
3) A precificação do vinho deve considerar vários aspectos para que a relação custo-benefício
dos vinhos potencialize as vendas.
A) Para estabelecer o preço final de venda da garrafa, é necessário apenas considerar o preço de
compra e acrescentar a margem de lucro.
E) O preço final dos vinhos depende do público-alvo, do valor médio gasto por pessoa, da
rotatividade das garrafas e do valor de mercado para a compra do vinho.
4) A escolha dos vinhos para compor a carta de vinhos deve considerar fatores técnicos e
refletir a identidade gastronômica do estabelecimento.
Com relação aos fatores técnicos para a escolha dos vinhos, devemos considerar o que
consta em qual das alternativas.
A) Entre os parâmetros técnicos para a escolha dos vinhos temos: identificação de fornecedores,
relação custo-benefício do vinho, estilos diferentes, disponibilidade de diferentes volumes da
garrafa e possibilidades de harmonização.
B) Os parâmetros técnicos considerados na escolha de vinhos para a carta são: ticket médio,
vinhos de elevada complexidade, rotatividade de clientes por refeição e harmonizações
genéricas e específicas.
C) A escolha de vinhos irá depender tecnicamente do estilo dos vinhos (processo de vinificação),
precificação, possibilidades de harmonizações específicas e rotatividade dos vinhos.
A) Durante a escolha dos vinhos que serão ofertados na carta de vinhos, a definição de estilos
não tem importância, pois uma boa carta deve apresentar todos os estilos disponíveis no
mercado.
C) A formatação da carta deve considerar os custos, não sendo importantes elementos como
dimensão e tamanho da fonte, cores das letras, usos de imagens e tamanho da carta.
D) Depois de elaborada, a carta de vinhos segue direto para as etapas de impressão para que
possa ser utilizada imediatamente pelo restaurante, não sendo relevante a avaliação prévia.
E) A etapa seguinte à definição dos rótulos é a distribuição dos vinhos na carta, devendo ser
agrupados em função da região de produção e do preço do vinho, independente do estilo.
Na prática
A utilização de cartas de vinhos extensas, ou seja, com grande número de rótulos, dificulta a
escolha dos clientes e a gestão da adega. A falta de vinhos, mesmo que temporária, deve ser
comunicada ao cliente antes da escolha da bebida. Porém, muitos problemas de serviço podem
acabar ocorrendo e devem ser imediatamente tratados, quando não puderem ser evitados.
Neste Na Prática, confira como uma situação de inconformidade na carta de vinhos foi resolvida
pela equipe de salão de um restaurante.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
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Grapes: learn more about the major grape varieties of the world
(em inglês)
Neste guia, você aprofundará seus conhecimentos com relação às características sensoriais dos
vinhos em função das uvas utilizadas, possibilitando compras mais assertivas de acordo com a
identidade do restaurante e as harmonizações.
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