Aula Diplasia
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DISPLASIA
Lesões pré-neoplásicas
(3° ano/2021)
I. OBJECTIVOS DA AULA
1) Generalidades
2) Revisão sobre a carcinogênese.
3) Lesões pré-neoplásicas
A. Displasia
- Definição
- Classificação
- Lesões elementares na displasia
- Diagnóstico diferencial
- Evolução
B. CIN
- Definição
- Metodos de diagnostico e de rastreio de CIS (carcinoma in situ)
- Apresentações anátomo-clínicas
- Evolução
- Tratamento
4) Condições pré-neoplásicas
a. Adquirida
b. Hereditária
III. CONCLUSÃO
1. Generalidades
Estados pré-neoplásicos caracterizam-se por constituir um alto risco de desenvolvimento de
neoplasia.
Os estados pré-neoplásicos têm papel muito importante na história da carcinogênese. Neles
estao incluidos:
- As condições pré-neoplásicas e as lesões pré-neoplásicas.
As displasias e carcinoma in situ são denominados neoplasias intraepiteliais.
INTERESSE DA QUESTÃO
- Detectar e vigiar as populações em risco.
- Determinar as anormalidades genéticas na origem das condições pré-cancerosas.
2. Revisão sobre carcinogênese:
Definição:
- É um processo complexo que resulta na transformação maligna de uma célula.
- É um fenômeno irreversível.
- A célula neoplásica transmite essas anormalidades genéticas para as células-filhas que
formam um clone celular responsável pelo processo neoplásico maligno.
Mecanismo:
3 estágios de carcinogênese:
- Iniciação.
- Promoção.
- Progressão.
Fatores:
* Endógenos:
- Genético.
- Endócrino.
- Imune.
* Exógenos:
- Químico.
- Físico.
- Radiação ionizante
- Inflamação
- Virais: EBV, HPV
3. Lesões pré-neoplásicas
A) Displasia
Definição: é uma lesão adquirida do tecido epitelial, caracterizada pela associação de
alterações cito-nucleares e desorganização arquitetônica do epitélio, resultantes de anomalias
genéticas que alteram o programa de crescimento e diferenciação celular.
Esta lesão pode resolver-se espontaneamente, sob tratamento ou permanecer estacionária ou
progredir para uma lesão grave.
Classificação:
➢ OMS:
● Displasia leve: sem anomalias arquitetônicas. Anormalidades celulares ocupando
menos de 1/3 altura epitélio.
● Displasia moderado: intermediário, anormalidade celular <2 /3
● Displasia severa: anomalias arquitetônicas (desorganização), anomalias celulares
sobre toda a espessura do epitélio
➢ RICHART:
● NIE (neoplasia intraepitelial) I: D. leve
● NIE II: Displasia moderada
● NIE III: Displasia severa
➢ BETHESDA:
● Lesões epiteliais de baixo grau: Displasia leve = CIN I
● Lesões epiteliais de alto grau: Displasia moderada a grave, CIN II, CIN III e CIS
Modificações quantitativas:
- Aumento no número de camadas de células parcial ou global.
Modificações qualitativas:
- Perda de polaridade celular (por exemplo, displasia gástrica)
- Perda de estratificação de um epitélio (por exemplo, displasia cérvico-uterina
- Atipia cito-nucleares: aumento da relação núcleo-citoplasmática, núcleos
hipercromáticos
- Aumento do número de mitoses
● Transtorno de diferenciação
- Perda das características histológicas normais (por exemplo, perda de cílios do
epitélio brônquico)
- Aparecimento de características histológicas anormais (por exemplo, aumento das
células ciliadas nas glândulas endometriais)
Diagnóstico diferencial
➢ Distrofia: alteração no desenvolvimento de um tecido ou órgão ligado a um distúrbio
nutricional (metabólico).
Evolução
A displasia é considerado um precursor do câncer devido aos seguinte fatores:
- Dados topográficos: coexistência frequente de focos de displasia e carcinomatosos
dentro da mesma lesão.
- Dados cronológicos: a taxa de prevalência máxima de CIS é entre 30-40 anos, a de
displasia por volta dos 20 anos.
- Dados estatísticos: CIS do colo do útero é 1000 vezes mais comum em mulheres
com displasia do que em mulheres sem displasia.
Evolução espontânea imprevisível: Apenas uma parte das displasias progride para CIS
e depois para câncer invasivo. A maioria das lesões persiste no mesmo grau
histológico, ou agrava-se sem, no entanto, progredir para câncer.
Relação entre displasia e câncer: a evolução de lesões displásicas para câncer ocorre
em várias etapas sucessivos: são as lesões mais graves que degeneram, mas às vezes o
câncer invasivo aparece em lesões de displasia moderada ou grave sem um estágio de
CIS demonstrado. Tais fatos explicam porque a displasia é considerada por alguns
autores como uma lesão neoplásica, com probabilidade de se apresentar em uma
grande gama de aparência morfológica.
B) Carcinoma In situ
Definição:
- É uma proliferação de células malignas sem invasão da membrana basal. Esta lesão
não pode ser observada em mais do que um revestimento epitelial limitado por uma
membrana basal (carcinoma intraepitelial).
- Não pode ser aplicado ao tecido mesenquimal (não existe delimitação natural).
- Atualmente displasia e CIS fazem parte do grupo das lesões pré-neoplásicas.
FCV (+):
IV: células malignas isoladas.
V: células malignas em placard armário (carcinoma invasivo)
➢ CIS da mama:
Definição: é uma proliferação de células malignas, a nível dos canais ou lóbulos, sem cruzar
a membrana basal); existem 2 entidades histológicas:
● Carcinoma intracanal in situ:
○ 3% dos cânceres de mama.
○ Definido pela OMS como um carcinoma dos ductos lácteos, que não
infiltrando o tecido conjuntivo, compreendendo 4 tipos histologicoss: maciço,
comedocarcinoma, papilar e cribriforme.
○ Afecta toda a árvore galatófora.
○ Dificuldade de diagnóstico diferencial com hiperplasia epitelial, mastose e
papilomatose.
○ Presença de microcalcificações na mamografia.
○ Evolução: 2 tipos:
- Grandes células: Comedocarcinoma, tem prognóstico mais desfavorável.
- Pequenas células: Cribriforme e papilar, habitualmente de descoberta
acidental, e com prognóstico mais favorável.
➢ CIS da pele
● Doença de Bowen:
○ Não proliferativa, que pode atingir as membranas mucosas, principalmente os
genitais (eritroplasia de Gueyrat), bem como mucosa oral e ocular.
○ Histologia: epiderme espessada, hiperacantosico, alterações arquiteturais da
camada mucosa de Malpighi, com disceratose; a derme superficial é sede de
um infiltrado inflamatório.
○ O tratamento consiste na excisão cirúrgica total.
● Doença de Paget:
○ Tumor que afeta principalmente mulheres de 40 anos, manifesta-se por uma
camada erosiva, às vezes simulando eczema.
○ Localizado no mamilo ou mais raramente no períneo (vulva).
○ Geralmente secundário a um adenocarcinoma subjacente, na maioria das vezes
latente.
○ Histologia: presença de grandes células claras, com núcleos basofílicos
arredondados, com citoplasma abundante; PAS (+).
○ Diagnóstico diferencial com doença de Bowen.
○ Tratamento: é cirúrgico.
➢ CIS gastrico:(carcinoma intramucoso):
A distinguir de carcinoma in situ, o carcinoma intramucoso das membranas mucosas
glandulares, infiltra apenas o córion, sem atingir a muscularis mucosa e submucosa.
➢ CIS da bexiga:
- o oncogene H Ras produzido pela proteína R 21 cuja expressão é alta em
tumores superficiais.
- A citologia urinária tem uma sensibilidade de aproximadamente 90% para o
diagnóstico de CIS de a bexiga.
- Carcinoma plano, frequência de adenóides, tendência à difusão e multifocal.
- O tratamento de primeira linha é a imunoterapia endovesical usando o BCG,
com 70% de respostas.
- Evolução
- Tratamento
Exemplos:
- Citodiagnóstico do colo do útero (esfregaço).
- Determinação de marcadores séricos de adenocarcinomas do trato digestivo:
antígenos oncofetais (antígeno de carcino-embrionário, CA 19 - 9 ..)
- Dosagem de antígeno específico da próstata (PSA) para pesquisa e
vigilância de adenocarcinomas de próstata.
3. Conclusão.
Condições pré-cancerosas são comuns e sua transição para malignidade é
imprevisível.
As displasias são lesões pré-carcinomatosas, adquiridas de tecido epitelial
Sua evolução para carcinoma ocorre em várias etapas em intervalo de tempo e
frequência variáveis, determinados por seus graus de severidade.
A evolucao de Displasia -CIS- Carcinoma infiltrante não é inequívoco, na verdade
displasias podem regredir ou permanecer estacionárias.
A despistagem e tratamento precoces podem prevenir a evolução para lesões
neoplásicas invasivas.
CIS é uma étapa da carcinogenese onde ainda há uma chance de cura e melhor
resposta ao tratamento para os doentes, daí a importancia da despistagem/rastreio em
massa (FCV, biópsias). NAO PERCEBI ESSA FRASE