Processamento de Batata: Ingrid Vieira Machado de Moraes
Processamento de Batata: Ingrid Vieira Machado de Moraes
Processamento de Batata: Ingrid Vieira Machado de Moraes
Processamento de batata
Março/2007
Agosto/2021
Processamento de batata
O Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT fornece soluções de informação tecnológica sob medida, relacionadas aos
processos produtivos das Micro e Pequenas Empresas. Ele é estruturado em rede, sendo operacionalizado por centros de
pesquisa, universidades, centros de educação profissional e tecnologias industriais, bem como associações que promovam a
interface entre a oferta e a demanda tecnológica. O SBRT é apoiado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas – SEBRAE e pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação – MCTI e de seus institutos: Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT.
Dossiê Técnico MORAES, Ingrid Vieira Machado de
Processamento de batata
Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro - REDETEC
1/3/2007
Resumo Informações sobre batata para processamento: aptidão da
matéria-prima para processamento e variedades de aptidão
industrial; batata pré-frita congelada; batata chips e palha;
fécula de batata, batata em flocos e em pó; processo de
extrusão; tipo de embalagem mais adequado.
Salvo indicação contrária, este conteúdo está licenciado sob a proteção da Licença de Atribuição 3.0 da Creative Commons. É permitida a
cópia, distribuição e execução desta obra - bem como as obras derivadas criadas a partir dela - desde que criem obras não comerciais e
sejam dados os créditos ao autor, com menção ao: Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - http://www.respostatecnica.org.br
Sumário
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 2
2 QUALIDADE DA BATATA PARA PROCESSAMENTO .................................................... 3
3 VARIEDADES PARA PROCESSAMENTO ........................................................................ 7
4 PROCESSO DE PRODUÇÃO DE BATATA FRITA TIPO PALHA E CHIPS ...................... 7
4.1 QUALIDADE DO PRODUTO FINAL ............................................................................... 8
4.1.1 COR.............................................................................................................................. 8
4.1.2 TEOR RESIDUAL DE ÓLEO ........................................................................................ 8
4.1.3 SABOR ......................................................................................................................... 8
4.1.4 CROCÂNCIA ................................................................................................................ 8
4.1.5 RENDIMENTO DO PROCESSO .................................................................................. 8
4.2 LISTA DE EQUIPAMENTO E INSUMOS NECESSÁRIOS PARA AS DIVERSAS
ETAPAS DO PROCESSAMENTO ........................................................................................ 8
4.3 ETAPAS DO PROCESSAMENTO .................................................................................. 9
4.3.1 MATÉRIA PRIMA ....................................................................................................... 10
4.3.2 ARMAZENAMENTO................................................................................................... 10
4.3.3 LAVAGEM E SELEÇÃO ............................................................................................ 10
4.3.4 DESCASCAMENTO ................................................................................................... 10
4.3.5 ACABAMENTO .......................................................................................................... 10
4.3.6 CORTE ....................................................................................................................... 10
4.3.7 LAVAGEM .................................................................................................................. 11
4.3.8 REMOÇÃO DO EXCESSO DE ÁGUA ....................................................................... 11
4.3.9 FRITURA .................................................................................................................... 11
4.3.10 RETIRADA DO EXCESSO DE ÓLEO E ADIÇÃO DE SAL, CONDIMENTOS E
AROMATIZANTES .............................................................................................................. 12
4.3.11 INSPEÇÃO ............................................................................................................... 12
4.3.12 EMBALAGEM .......................................................................................................... 12
4.3.13 ARMAZENAMENTO................................................................................................. 12
4.3.14 RENDIMENTO DO PROCESSO............................................................................... 12
4.3.15 VIDA ÚTIL DO PRODUTO ....................................................................................... 12
5 BATATA PRÉ-FRITA CONGELADA ............................................................................... 12
5.1 SELEÇÃO DAS BATATAS POR QUALIDADE............................................................. 13
5.2 MATÉRIA PRIMA .......................................................................................................... 13
5.3 DESCASCAMENTO ...................................................................................................... 14
5.4 SELEÇÃO E CORTE ..................................................................................................... 14
5.5 BRANQUEAMENTO ..................................................................................................... 14
5.6 SECAGEM DA SUPERFÍCIE ........................................................................................ 14
5.7 PRÉ FRITURA ............................................................................................................... 15
5.8 DESENGORDURAMENTO E RESFRIAMENTO ........................................................... 15
5.9 CONGELAMENTO ........................................................................................................ 15
5.10 EMBALAGEM ............................................................................................................. 15
5.11 ARMAZENAMENTO.................................................................................................... 16
5.12 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS ENVOLVIDOS NO PROCESSAMENTO ................... 16
6 FABRICAÇÃO DE BATATA EM FLOCOS E EM PÓ ....................................................... 16
6.1 ETAPAS DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DA BATATA EM FLOCOS E PÓ............. 17
7 PRODUÇÃO DE FÉCULA DE BATATA .......................................................................... 18
8 PROCESSO DE EXTRUSÃO ........................................................................................... 19
Conteúdo
1 INTRODUÇÃO
Muitas são as formas de processamento de batata ainda pouco exploradas no Brasil, dentre
elas a produção de fécula, flocos, farinhas e a grande quantidade de produtos extrusados
como: amidos pré-gelatinizados, farinhas instantâneas, snacks, sopas, macarrões, biscoitos,
etc. (Leonel, 2005).
batatas: a relação entre o preço e a qualidade adequada. Por se tratar de um produto de alto
valor agregado, qualquer que seja a forma de processamento, o custo da matéria-prima
entra como fator fundamental. Por outro lado, de nada adianta ter somente um preço baixo,
porém com uma qualidade que não atinge os padrões mínimos de industrialização. Há
necessidade de atender ao mesmo tempo os interesses dos produtores (preço) e dos
processadores (preço e qualidade). Esta relação nem sempre é considerada no
processamento de batatas no Brasil, um país de pouca tradição e importância na
transformação que se concentra na produção de fritas tipo chips e palha (Popp, 2005).
Sob condições normais de cultivo o máximo de matéria seca acumulada se dá quando 80%
das folhas estiverem mortas naturalmente de acordo com o ciclo cultural de cada variedade
enquanto que, o mínimo de teores de açúcares redutores se dá quando as folhas estiverem
totalmente mortas. É importante observar que este comportamento sofre alterações para
cada variedade e que nem sempre é possível se obter o ponto ótimo para cada atributo em
um mesmo momento (Popp, 2005).
As implicações do teor de matéria seca na indústria têm impacto variado entre as diversas
formas de processamento, mas sempre como fator fundamental. A quantidade de matéria-
prima que uma indústria necessita comprar para fazer um determinado volume de produto
acabado, seja batata frita ou desidratada, está ligada por uma relação diretamente
proporcional ao teor de matéria seca. Para a maioria dos processos, principalmente no caso
da fritura e desidratação, é desejável que a batata tenha alto teor de matéria seca, ao
contrário no caso de enlatamento ou similar, a matéria seca deve ser baixa. A matéria seca
Método para determinação do teor de sólidos solúveis totais (quantidade de matéria seca)
da batata, segundo Berbari (2005):
3.Colocar cuidadosamente as batatas no bule contendo água, para evitar a perda de água,
pela parte superior do bule.
4.Coletar, em uma proveta graduada, a água que vai escoar pelo bico do bule. Medir o
volume de água escoado.
Densidade 1,065, corresponde a teor de sólidos totais da batata 18%. Na FIG 4 segue a
curva da percentagem de sólidos totais versus densidade. Estes dados se referem a
resultados obtidos com alta precisão de análise (Berbari, 2005).
Este método é de baixa precisão e serve apenas como referência ao teor de sólidos dos
tubérculos. O processador, após uma série de determinações, pode traçar sua própria curva
e fixar um valor limite para a compra de matéria-prima, desde que mantenha sempre as
mesmas condições do método.
www.respostatecnica.org.br 4
DOSSIÊ TÉCNICO
Figura 3 Esquema para determinação do teor de sólidos solúveis totais (quantidade de matéria seca)
da batata.
Fonte: Berbari (2005).
Os açúcares redutores são igualmente importantes, sobretudo nos processos de fritura, pois
conferem ao produto final um aspecto pouco atrativo. Os açúcares redutores (frutose e
glucose) em altos teores queimam no momento da fritura formando manchas escuras no
produto acabado. Alguns estudos indicam também que altos teores de açúcar na fritura em
que se usa a gordura hidrogenada provocam a formação de acrilamida que é prejudicial à
saúde humana.
● Variedade
● Maturação dos tubérculos
● Manejo de pós-colheita, armazenamento e tempo de colheita
● Manejo e condições de cultivo:
● Elevadas precipitações (aumentam)
● Temperaturas<8 ºC e > 26 ºC (aumentam)
● Deficiência de P e K (aumentam)
● Excesso de nitrogênio (aumenta)
● Latitude Norte (aumenta)
● Uso de Cloreto de Potássio (aumenta)
www.respostatecnica.org.br 6
DOSSIÊ TÉCNICO
● Russet Burbank
● Ranger Russet
● Shepody
● Kennebec
● Bintje
● Asterix
● Agria
● Lady Olympia
Batata chips
● Atlantic
● Norchip
● Snowden
● Kennebec
● Lady Rosetta
● Lady Claire
● Saturna
● Panda
(Grizotto, 2005).
4.1.1 Cor
É desejável que as batatas fritas apresentem coloração dourada clara, sem chegar ao
marrom e ausência de pontos ou traços escuros. A coloração do produto final depende
principalmente da composição química do tubérculo, que é influenciada pela variedade da
batata e suas condições de cultivo e armazenamento. O principal componente que afeta a
coloração da batata frita são os açúcares redutores presentes na batata. Um teor maior do
que 1% pode comprometer a sua coloração, tornando-as escuras (Grizotto, 2005).
O armazenamento das batatas em temperaturas menores que 6 ºC pode aumentar o teor de
açúcares redutores, prejudicando a cor do produto (Grizotto, 2005).
4.1.3 Sabor
O sabor das batatas chips ou palha deve ser ausente de amargor ou sabores indesejáveis
como o de queimado. A qualidade do sabor depende principalmente das matérias-primas
(batata e óleo) e do processamento adequado (Grizotto, 2005).
4.1.4 Crocância
A crocância do produto final está relacionada à umidade da batata e à temperatura e tempo
de fritura. As batatas com alto teor de umidade absorvem mais óleo durante a fritura
tornando-as murchas. A crocância também é afetada pela espessura das fatias (Grizotto,
2005).
www.respostatecnica.org.br 8
DOSSIÊ TÉCNICO
4.3.2 Armazenamento
As batatas devem ser armazenadas à temperatura ambiente, em armazém, nas próprias
caixas. As caixas empilhadas sobre paletes devem permitir a circulação de ar entre elas,
possibilitando a troca dos gases provenientes da respiração das batatas. Deve ser levada
em consideração a recomendação de que as batatas devem ficar armazenadas pôr no
máximo 15 dias após a colheita. Há uma série de fatores que atuam sobre as características
da matéria-prima. Como citado anteriormente, a variedade da batata e as condições de
cultivo e armazenamento influenciam em sua composição química, que é um fator
importante para a qualidade do produto final.
As batatas mais adequadas para obtenção de fritas de boa qualidade devem apresentar:
teor de sólidos acima de 18% e teor de açúcares redutores menor que 0,5%. Lotes de
batatas com alto teor de açúcares redutores pode ser encaminhadas a uma câmara de
condicionamento com circulação de ar quente pelo produto, de modo a atingir temperatura
de até 30 ºC. Esse tratamento permite uma diminuição do teor de açúcares redutores,
evitando assim o comprometimento da cor das batatas fritas.
4.3.4 Descascamento
O descascamento, quando necessário, pode ser feito automaticamente com equipamentos
específicos e destinados para tal fim. Os equipamentos existentes no mercado podem ir
desde pequenas máquinas abrasivas para poucas quantidades, até descascadores para
grandes indústrias. Para os pequenos e médios produtores o descascamento é efetuado em
equipamento com disco abrasivo giratório que também permite a lavagem dos tubérculos
por meio de jato de água acoplado ao equipamento. Após o descascamento, as batatas
devem ser mantidas em água para evitar o escurecimento pela exposição ao ar. A variedade
Bintje, após sua lavagem e seleção, oferece boas condições de processamento mesmo com
as cascas, devido a sua cor clara e espessura fina.
4.3.5 Acabamento
As batatas devem ser inspecionadas visualmente e as que apresentarem defeitos que
comprometem grande parte do tubérculo devem ser separadas e descartadas. Quando
necessário, as batatas seguem para a etapa de acabamento, onde é efetuada a remoção de
casca residual, olhos, partes descoloridas, manchas escuras, partes atacadas por insetos
e áreas verdes ou queimadas pelo sol. Essa operação é realizada manualmente, utilizando
facas de aço inoxidável.
4.3.6 Corte
As batatas são cortadas em processador de acordo com o produto desejado: batata chips
lisa, batata chips ondulada ou batata palha. No caso de batata chips lisa ou ondulada, a
espessura de corte deve estar ajustada para obter fatias entre 1 e 2 mm. É importante que
as fatias obtidas apresentem espessura uniforme com o mínimo de células rompidas ou
amassadas. Estão disponíveis no mercado equipamentos que podem realizar os três tipos
de corte, dessa maneira uma mesma linha de produção pode ser utilizada para os três tipos
www.respostatecnica.org.br 10
DOSSIÊ TÉCNICO
de produtos.
4.3.7 Lavagem
Após o corte, as fatias devem ser lavadas com jatos d’água ou por imersão para remoção do
amido liberado na superfície, de modo a evitar que elas grudem umas às outras durante a
fritura. No caso da batata palha, o processo de lavagem deve ser mais cuidadoso, porque
há maior liberação de amido e os pedaços são mais frágeis e mais susceptíveis à quebra.
4.3.9 Fritura
Após a remoção do excesso de água, os pedaços de batata são encaminhados a um fritador
que pode ser de dois tipos: descontínuo e contínuo. Para a fritura recomenda-se o uso de
óleo vegetal parcialmente hidrogenado (normalmente de algodão ou soja) que apresenta
estabilidade contra a rancificação. Esse tipo de óleo contém aditivos (antioxidantes) que
minimizam a oxidação durante a fritura e o armazenamento do produto.
Fritador descontínuo
Esse tipo de fritador é mais indicado para empresas de pequeno e médio porte. A
temperatura do óleo recomendada para a fritura deve estar entre 180 e 190 ºC e o tempo de
fritura entre 2 e 3 minutos. A temperatura e o tempo de fritura devem ser estabelecidos de
acordo com o tipo de produto desejado (chips ou palha) e podem ser determinados em
testes no local de processamento. Procura-se manter proporção de 1 kg de batata para 6
litros de óleo, pois tal proporção evitará o resfriamento do óleo quando a batata é colocada
para fritar. A taxa de reposição do óleo deve ser suficiente para que sua qualidade se
mantenha e não haja necessidade de ser descartado. Ou seja, a quantidade de óleo reposto
deve ser igual a quantidade de óleo absorvido pelas batatas. As fritadeiras que trabalham
com carregamento de água na parte inferior da caixa de fritura exigem maiores cuidados no
seu manuseio. Os procedimentos para operação indicados pelo fabricante devem ser
observados atentamente. Nesse tipo de fritadeira deve-se ter o cuidado para evitar elevação
excessiva da temperatura do óleo, pois o arraste de bolhas de água para a superfície
poderá resultar em acidente sério devido ao espalhamento do óleo.
Fritador contínuo
O fritador contínuo é mais indicado para empresas de grande porte ou para sistemas de
cooperativa. Ele deve ser alimentado de forma a manter a temperatura do óleo entre 180 a
190 ºC e o tempo de fritura entre 2 a 3 minutos. Durante a fritura deve ser constantemente
adicionado óleo novo ao fritador, a fim de repor o óleo absorvido pelas batatas. A reposição
constante evita a necessidade de descarte do óleo de processamento, permitindo uma
fritura contínua em óleo de boa qualidade. As partículas de batata que permanecem no
fritador prejudicam a qualidade do óleo e devem ser removidas periodicamente. Isso pode
ser feito com o emprego de filtros. Outros materiais que se depositam no fritador devem ser
removidos com a limpeza do equipamento na frequência necessária. Outro cuidado para
manter o óleo em boas condições é o emprego de práticas adequadas para se evitar a
aeração nos sistemas de filtração e circulação do óleo.
4.3.11 Inspeção
Após a salga e a adição de aromas e condimentos, o produto deve ser resfriado a
temperatura ambiente e submetido a uma inspeção visual na qual são eliminadas as batatas
(chips ou palha) de baixa qualidade, com cor fora do padrão ou com defeitos.
4.3.12 Embalagem
As batatas são embaladas quando atingirem a temperatura ambiente. Pequenos e médios
produtores podem fazer uso de pequenas máquinas para embalar, devidamente acopladas
a balanças. O produto pode ser embalado em saquinhos de polipropileno ou embalagens
metalizadas com capacidade para 30, 80 ou 250 g de produto. Embalagens com outras
capacidades também podem ser utilizadas conforme a demanda. O produto final deve ser
rotulado seguindo as instruções da Portaria nº 39, de 21 de março de 2001.
4.3.13 Armazenamento
O produto deve ser comercializado imediatamente. A vida-de-prateleira deste produto é
muito curta, sendo de até 35 dias quando estocado a temperatura máxima de 25 ºC.
Recomenda-se realizar um teste de vida-de-prateleira para poder especificar
adequadamente o tempo de validade do produto. Este teste baseia-se em análises físicas,
químicas e sensoriais, feitas com o produto armazenado.
www.respostatecnica.org.br 12
DOSSIÊ TÉCNICO
A primeira seleção deve ser feita quando a matéria-prima é recebida e depois pode ser
realizada após a lavagem quando as características físicas da matéria-prima ficam mais
aparentes. A escolha do melhor momento de se realizar a seleção dependerá também da
escala de produção, da estrutura da fábrica e dos equipamentos disponíveis. Normalmente
a seleção é realizada manualmente sobre esteiras, mas dependendo da estrutura e da
matéria-prima pode ser realizada mecanicamente. Os fatores que devem ser considerados
na seleção são: tamanho e forma, cor, textura, densidade, manchas e presença de insetos.
Para o processamento de batata pré-frita congelada o teor de sólidos totais deve ser
superior a 20% e teor de açúcares redutores de no máximo a 3% do teor de sólidos totais
(Berbari, 2005).
O método direto para medir o peso específico requer uma comparação do peso de uma
amostra de batatas em ar e o peso da mesma amostra imersa em água (descontando-se o
peso do recipiente e da água utilizada). O peso específico é então calculado da seguinte
forma:
peso em ar
Peso específico =
peso em ar −peso em água
Obtido o peso específico do lote, o teor de sólidos totais correspondente pode ser
encontrado utilizando-se a tabela abaixo (TAB 2):
Uma alternativa para seleção das batatas com teor de sólidos mínimo de 18% seria de
13 2022 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT
Processamento de batata
colocá-las num tanque contendo uma salmoura a 1,0%. As batatas que submergirem são
aquelas adequadas para o processamento. Aquelas que sobrenadarem devem ser
conduzidas a um sistema de lavagem e secagem, e posteriormente, vendidas no comércio
in natura.
5.3 Descascamento
5.5 Branqueamento
Consiste em colocar os pedaços de batata em equipamentos denominados branqueadores,
que apresenta um tanque contendo água fervente (85 a 100 ºC) ou contato direto dos
pedaços de batata com vapor d´água, por um tempo que deverá ser determinado
praticamente para cada variedade de batata a ser utilizada (geralmente este tempo está
entre 2 e 4 minutos).
www.respostatecnica.org.br 14
DOSSIÊ TÉCNICO
Esta retirada do excesso de água é para evitar o encharcamento da batata com excesso de
óleo, diminuir o tempo de fritura e redução da rancidez hidrolítica do óleo (deterioração do
óleo). Nas grandes indústrias após a drenagem, submete-se as batatas à um forno
contínuo, o qual promove a secagem da superfície e parcial cozimento das mesmas. Este
cozimento parcial, resulta em uma menor absorção de gordura na etapa de pré-fritura,
devido a gelatinização do amido.
A temperatura da fritura deverá estar em torno de 180 ºC, não excedendo esse limite,
porque a deterioração do óleo se torna muito rápida em temperaturas mais altas.
O tempo para a fritura parcial da batata é de aproximadamente 1,5 minutos. Para este
processo, recomenda-se óleo vegetal hidrogenado (ou gorduras vegetais brandas),
normalmente de algodão ou soja, para aumentar a sua estabilidade contra a rancificação.
Para uma maior durabilidade do óleo e obtenção de um produto com maior qualidade final,
recomenda-se que:
O óleo deve ser descartado tão logo apresente características de deterioração, o que
compromete as características de cor, sabor e tempo de armazenamento da batata-frita.
Os principais critérios para rejeição de gorduras são: medidas subjetiva das mudanças
físicas (cor, espuma, fumaça, odor); o uso de testes rápidos que promovem reações
colorimétricas; ácidos graxos livres e ponto de evaporação (fumaça).
5.9 Congelamento
Para obter um produto de qualidade, deve-se adotar o processo de congelamento IQF -
Instantanely Quickly Frozen (Congelamento instantâneo), o qual, consiste em manter as
batatas o mais separadas possível, evitando assim a formação de grandes aglomerados que
depreciam a qualidade do produto final.
Caso seja utilizado o freezer doméstico, é muito importante que a sua temperatura esteja
bem regulada, a T = (-18 ºC).
5.10 Embalagem
O material mais utilizado, por ser bem resistente e ainda ter um custo benefício acessível é
o PEAD (polietileno de alta densidade). A espessura da embalagem dependerá da
quantidade de produto que será embalada; quanto maior o peso, maior a espessura, pois é
necessário que a embalagem tenha maior resistência mecânica.
● nome do produto,
● razão social da empresa,
● endereço,
● lista dos ingredientes,
● identificação do lote ou partida,
● classificação correspondente à respectiva qualidade, quando a mesma for certificada pelo
● órgão federal competente;
● peso líquido do produto;
● peso líquido da embalagem;
● identificação do lote de fabricação;
● data de fabricação;
● prazo de validade;
● instruções para conservação do produto e para sua utilização.
5.11 Armazenamento
O armazenamento deve ser realizado a uma temperatura de (-18 ºC), em câmaras
frigoríficas ou freezers adequados. Estes equipamentos devem estar dimensionados em
função do volume de produção e estocagem. As batatas devem ser mantidas congeladas
sob esta condição de temperatura, tanto na distribuição como na comercialização do
produto.
Atualmente, mesmo sem perceber sempre estão sendo consumidos diversos tipos de
alimentos desidratados sendo que, de alguns anos pra cá, encontra-se uma grande
diversificação e aplicação dos mesmos.
Muitas das etapas têm que ser rigorosamente cumpridas para garantir a permanência das
www.respostatecnica.org.br 16
DOSSIÊ TÉCNICO
características básicas do produto tais como: cor, sabor, aroma textura, e os aspectos
microbiológicos.
Algumas mudanças na estrutura física dos alimentos podem ocorrer durante a desidratação,
e podem afetar a textura, a reidratação e a aparência, mudanças derivadas também de
reações químicas.
● Colheita e transporte
Após a colheita, as batatas são limpas antes de chegar à indústria, devido a sua grande
quantidade de sujidades. Isso facilita o seu processamento, além de diminuir a carga
microbiana
● Recepção
A recepção é feita em um local separado da parte limpa da fábrica para evitar
contaminações cruzadas.
● Seleção
Após esta etapa é realizada a seleção das batatas, na esteira, e esta etapa tem por objetivo
descartar batatas deformadas ou com danos de qualquer natureza, descoloridas ou
manchadas, para não influenciarem na qualidade do produto final.
● Limpeza
As batatas, ainda com casca, devem ser lavadas para eliminação de terra e de outros
corpos estranhos, visando a diminuição da contaminação microbiológica. Esta operação
unitária preliminar pode ser feita em diversos equipamentos, sendo que o tambor rotatório é
muito utilizado. A lavagem deve ser feita com água limpa, preferencialmente tratada e
corrente.
● Descascamento
O descascamento visa a remoção da película externa da batata, a qual é indesejada no
produto final. Um método muito utilizado é o descascamento por abrasão, pois é de simples
operação e de baixo custo de instalação. A segunda lavagem é feita após a remoção da
casca e dos "olhos" das batatas para eliminar as sujidades que restaram da etapa de
retoque, garantindo assim qualidade do purê no que se refere a ausência de corpos
estranhos. Outro objetivo dessa lavagem é aplicar uma solução de 0,5% de Na2SO3 para
prevenir o escurecimento antes do corte.
● Corte
O corte das batatas (0,25 cm de espessura) tem o objetivo de melhorar a troca de calor nos
estágios de pré-cozimento e cozimento.
● Pré-cozimento
O pré-cozimento é feito nas batatas previamente cortadas, sendo imersas em água a 71 ºC
durante 20 minutos. Isso causará a gelatinização de boa parte do amido livre da batata.
Essa etapa, além de branquear, fornece ao produto final uma textura pastosa, farinácea ou
cremosa, dependendo da variação do tempo e temperatura do banho. O processo é feito
através de banhos com água a temperatura de 24 ºC durante 15 minutos. Tal processo
reduz cerca de 60% do amido livre restante, isso permite que as lâminas do produto, ao
● Cozimento
O cozimento final das batatas é a etapa responsável pela sua consistência amolecida, que
irá facilitar a trituração e a secagem posterior no tambor. O processo é feito usando vapor
(atmosférico) diretamente sobre as batatas e o tempo pode variar entre 14 a 40 minutos,
devido a variação do teor de sólidos das batatas.
● Moagem
A primeira etapa de moagem é feita num espremedor (ricer) devendo ser realizada logo
após o cozimento das batatas. A incorporação dos aditivos é feita durante a moagem para
melhorar a textura e a estabilidade de sabor e aroma.
● Secagem
A secagem do purê é realizada em secadores de tambor simples (drum dryer). O purê é
distribuído sobre toda a superfície do tambor através de um rolo que gira em sentido
contrário ao do tambor. Outros rolos menores aplicam gradativamente o purê até se obter
uma camada uniforme com a espessura desejada. Essa camada aderente encontra uma
faca que a destaca e então é levada por um condutor de rosca sem-fim até o moinho de
martelos.
Nessa etapa, também chamada de flocagem, os flocos são triturados, promovendo boa
textura e solubilidade ao produto.
● Embalagem
Os flocos devem ser acondicionados em embalagens que impeçam absorção de umidade,
exposição à luz e possibilidade de esmagamento dos flocos.
A produção de batata em pó é relativamente fácil e barata. Além de batata, pode-se também
produzir outros alimentos em pó ou em flocos de maneira bastante similar, como cebola, por
exemplo.
A fécula de batata possui uma gelatinização altíssima, sendo muito utilizado em alimentos
congelados, pois suas características dão ao produto final uma grande maciez. É utilizada
na fabricação de pão de batata, em substituição do amido de milho que não pode ser
congelado, na fabricação de macarrão instantâneo, bolos, tortas e massas em geral. Possui
um aroma e sabor semelhante ao da batata, mas sendo a sua utilização mais simples e
eficaz, pois está em uma alta concentração.
O método de obtenção da fécula da batata proposto por Vieira et al. (1996) citado por
Andrade e Martins (2002), consiste em lavar as batatas, imergi-las por 15 minutos em água
clorada, fragmentar em pedaços de aproximadamente 7 cm de comprimento e 3 cm de
largura e imediatamente imergir em água em ebulição por cerca de 30 minutos. Após o
cozimento, as batatas devem ser transferidas para uma despolpadeira onde ocorre a
remoção parcial da casca, o 'purê' obtido deve ser espalhado sobre peneiras de aço inox e
levado a uma câmara de secagem a 60 ºC com circulação de ar até que alcance uma
umidade em torno de 6%.
www.respostatecnica.org.br 18
DOSSIÊ TÉCNICO
8 PROCESSO DE EXTRUSÃO
Segundo El-Dash (1982) citado por Leonell (2005) o processo de extrusão compreende as
etapas de pré-extrusão e pós-extrusão. A pré-extrusão inclui a preparação dos ingredientes
e sua mistura em proporção adequada. Após a mistura, o material é transportado para ser
condicionado a um conteúdo apropriado de umidade. Na etapa de extrusão, a matéria-prima
é introduzida no equipamento através de alimentador, sendo impulsionada pelo(s)
parafuso(s) em direção à matriz. À medida que o produto atravessa as diferentes zonas de
extrusão (de alimentação, de transição e de alta pressão), ocorre aumento gradativo do
atrito mecânico, provocado por modificações de geometria do parafuso e abertura da matriz.
Em conseqüência, aumentam também a pressão e a temperatura, ocorrendo o cozimento
do produto. A pós-extrusão inclui a secagem inclui a secagem dos extrusados.
Conclusões e recomendações
Referências
ANDRADE, Rafael Leite Pinto de; MARTINS, José Francisco Pereira. Influência da adição
da fécula de batata-doce (Impoea batatas L.) sobre a viscosidade do permeado de soro de
queijo. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 22, n. 3, pp. 249-253, 2002.
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0101-20612002000300009>. Acesso em 29 ago.
2021.
PIRES, H.; ANTONELLI FILHO, P. Resposta técnica SBRT 3267. Serviço Brasileiro de
Respostas Técnicas. SBRT. 2006. Disponível em:
<http://sbrt.ibict.br/acessoRT/3267>. Acesso em 29 ago. 2021.
Identificação do Especialista
Ingrid de Moraes
Anexos
Ormimáquinas
Rua Goitacases, 1478
Barro Preto - Belo Horizonte - MG Fone: (31) 3275-4443
www.respostatecnica.org.br 20
DOSSIÊ TÉCNICO
Email: [email protected]
Site: https://ormimaq.com.br/
Teqma
Av. Caetano Ruggieri, 3395
Parque Nossa Sra. da Candelaria, Itu - SP, 13310-160
Email: [email protected]
Tel +55 (11) 4023-1909
Site: https://teqma.com.br/
Equipa Total
Rua Quatá, 38 Jd. do Trevo Campinas-SP Fone: (19) 3738-3030
Site: http://www.equipatotal.com.br/