Dispositivo Corte

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CAMPUS PATO BRANCO


DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
CURSO DE TECNOLOGIA EM MANUTENÇÃO INDUSTRIAL

ELTON RICARDO DOS SANTOS


RODRIGO BONKOSKI

DESENVOLVIMENTO DE DISPOSITIVO AUTOMÁTICO PARA CORTE


DE PESCOÇO EM LINHA DE PRODUÇÃO DE PERUS

PATO BRANCO
2012
2

ELTON RICARDO DOS SANTOS


RODRIGO BONKOSKI

DESENVOLVIMENTO DE DISPOSITIVO AUTOMÁTICO PARA CORTE


DE PESCOÇO EM LINHA DE PRODUÇÃO DE PERUS

Trabalho de Diplomação apresentado como


requisito parcial para obtenção do Titulo de
Tecnólogo em Manutenção Industrial,
Universidade Tecnológica do Paraná
Campus Pato Branco.

Orientador: Prof. Dr. Sergio Luiz Ribas


Pessa

PATO BRANCO
2012
3

TERMO DE APROVAÇÃO

ELTON RICARDO DOS SANTOS


RODRIGO BONKOSKI

TRABALHO DE DIPLOMAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para


obtenção do Título de Tecnólogo em Manutenção Industrial da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, Campus Pato Branco, pela seguinte
Banca Examinadora:

____________________________________________
Prof. Dr Sergio Luiz Ribas Pessa.
Orientador

____________________________________________
Prof. Dr. Luiz Carlos Martinelli Jr.
Primeiro Membro

____________________________________________
Prof. Jean Carlos Silva
Segundo Membro

Pato Branco, 11 de julho de 2012


4

Dedicamos este trabalho a nossa família e a


todos que contribuíram para a realização do
mesmo, e também para nosso crescimento
pessoal e profissional. Dedicamos também a
todos professores que contribuíram para nossa
formação acadêmica, a banca e em especial ao
nosso orientador Prof. Dr Sergio Luiz Ribas
Pessa.
5

AGRADECIMENTOS

A Deus, por termos a oportunidade de estudar em uma Universidade


Federal.
As nossas famílias, de uma forma especial, pelo apoio nos estudos desde o
início.
Aos nossos colegas de classe que sempre nos auxiliaram nos momentos de
dúvidas.
A UTFPR e, principalmente a equipe de professores do curso de Tecnologia
em Manutenção Industrial.
Ao nosso orientador, professor Sergio Luiz Ribas Pessa, e a Empresa Sadia.
Enfim, a todos que de alguma forma contribuíram para realização deste
desafio.
6

RESUMO

Este trabalho tem o objetivo de mostrar os conhecimentos adquiridos ao decorrer do


curso de Tecnologia em Manutenção Industrial na UTFPR, e vendo uma
oportunidade diante de um acidente de trabalho ocorrido em uma empresa, foi
iniciado um estudo para atender a demanda vivenciada. O processo de corte do
pescoço do peru (ave festiva) em uma linha de produção de um frigorífico é
realizado via tesoura pneumática operada por funcionários que tem de ser
substituídos a cada 30 minutos, diante da condição ergonômica desfavorável da
operação. Outro agravante do processo manual se dá diante da diferença de
estatura dos operadores e da imprecisão do corte feito manualmente, gerando
diferentes alturas no corte. Com este cenário, o trabalho foi desenvolvido na busca e
construção de um dispositivo que permitisse a eliminação da exposição dos
funcionários ao risco e agregar ritmo e qualidade ao processo produtivo. O resultado
foi a construção de um equipamento que atendeu todos os objetivos propostos,
resultando em ganho de qualidade e padronização de cortes.

Palavras-chaves: processo de corte, dispositivo pneumático, construção de


equipamento
7

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Sensor óptico reflexível............................................................... 17


Figura 02 Sensor óptico de barreira............................................................ 17
Figura 03 Sensores indutivos...................................................................... 18
Figura 04 Atuador linear.............................................................................. 21
Figura 05 Válvulas....................................................................................... 22
Figura 06 Estrutura tipo U........................................................................... 26
Figura 07 Vista superior do protótipo.......................................................... 27
Figura 08 Vista lateral do protótipo............................................................. 27
Figura 09 Controlador lógico programável.................................................. 29
Figura 10 Sensor fotoelétrico...................................................................... 29
Figura 11 Válvula Eletropneumática........................................................... 30
Figura 12 Quadro elétrico............................................................................ 31
Figura 13 Tesoura manual.......................................................................... 34
Figura 14 Tesoura automática..................................................................... 35
Figura 15 Entrando nos guias..................................................................... 37
Figura 16 Entrando na área sensoriada..................................................... 37
Figura 17 Acionamento dos pistões laterais................................................ 38
Figura 18 Efetuando o corte........................................................................ 38
Figura 19 Corte efetuado............................................................................ 39

LISTA DE TABELA

Tabela 01 Materiais e composições.......................................................... 28


Tabela 02 Entradas e saídas do CLP........................................................ 31
Tabela 03 Comparativo entre o processo manual e automático................ 36
Tabela 04 Relação dos valores investidos................................................. 36
8

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

CLP – Controlador Lógico Programável.


GTAW – Gas Tungten Arc Welding.
MAG – Metal Ativo Gas.
MIG – Metal Inerte Gas.
mm – Milímetro é uma unidade de medida.
TIG – Tungstênio Inerte Gás.
9

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................. 11
1.1 OBJETIVOS....................................................................................... 11
1.1.1 Objetivo Geral.................................................................................. 11
1.1.2 Objetivos Específicos..................................................................... 11
1.2 JUSTIFICATIVA................................................................................ 12
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO.......................................................... 12
2 REVISÃO TEÓRICA......................................................................... 13
2.1 A AVE PERU..................................................................................... 13
2.2 AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL............................................................. 14
2.3 AUTOMAÇÃO POR CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL 14
(CLP).................................................................................................
2.4 SENSORES....................................................................................... 15
2.4.1 Sensores Digitais............................................................................. 16
2.4.1.1 Sensores ópticos............................................................................... 16
2.4.1.2 Sensor de ruptura de feixe ou de barreira........................................ 17
2.4.1.3 SENSORES INDUTIVOS.................................................................. 18
2.4.1.4 Sensores capacitivos......................................................................... 18
2.4.2 Sensores Analógicos...................................................................... 19
2.5 PNEUMÁTICA................................................................................... 19
2.5.1 Atuadores e Válvulas...................................................................... 20
2.5.2 Atuadores Lineares......................................................................... 21
2.5.3 Atuadores Rotativos........................................................................ 21
2.5.4 Válvulas............................................................................................ 22
2.6 CONSIDERAÇÕES GERAIS QUANTO A EQUIPAMENTOS A 22
SEGUIR AS NORMAS DO SIF.........................................................
3 DESENVOLVIMENTO DO EQUIPAMENTO.................................... 25
3.1 A FASE DO CORTE DO PESCOÇO E A IDÉIA INICIAL.................. 25
3.2 A CONCEPÇÃO DO EQUIPAMENTO.............................................. 25
3.3 ELEMENTOS ELETRÔNICOS UTILIZADOS.................................... 28
3.3.1 Controlador Lógico Programável.................................................. 28
10

3.3.2 Sensor Fotoelétrico......................................................................... 29


3.3.3 Válvulas Eletropneumáticas e Pistões.......................................... 30
3.3.4 Fonte de Alimentação Circuitos de Proteção e Quadro Elétrico 30
3.4 LÓGICA DE PROGRAMAÇÃO......................................................... 31
3.5 DESENVOLVIMENTO DA AUTOMAÇÃO........................................ 32
3.6 DIMENSIONAMENTO DOS CILINDROS PNEUMÁTICOS.............. 32
3.6.1 Cálculo de Força do Cilindro da Tesoura..................................... 32
3.6.2 Consumo de Ar do Cilindro da Tesoura....................................... 32
3.6.3 Cálculo de Forças dos Cilindros do Controle de Altura.............. 32
3.6.4 Consumo de Ar do Cilindro do Controle de Altura..................... 32
3.7 DESENVOLVIMENTO DO DISPOSITIVO DE CORTE.................... 33
3.7.1 Desenvolvimento da Tesoura........................................................ 34
3.7.2 Processo Manual Versus Processo Automático.......................... 35
3.7.3 Investimentos e Custos Agregados............................................... 36
3.8 DETALHES DO FUNCIONAMENTO DO EQUIPAMENTO............... 37
3.8.1 A Ave Entrando no Equipamento.................................................. 37
3.8.2 A Ave no Campo de Detecção....................................................... 37
3.8.3 Inicio do Ajuste de Altura............................................................... 38
3.8.4 Equipamento Finalizando o Ciclo.................................................. 38
3.8.5 Conclusão do Ciclo......................................................................... 39
4 CONCLUSÕES E RESULTADOS ALCANÇADOS......................... 40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................. 41
ANEXO.............................................................................................. 42
11

1 INTRODUÇÃO

O foco do trabalho é a automação do processo de corte de pescoço em


perus através do desenvolvimento de um dispositivo que proporcione segurança no
ambiente de trabalho.
Para desenvolver este dispositivo foi trabalhado em cima das dificuldades de
efetuar o corte, da necessidade de padronização do corte evitando tamanhos
diferentes, da segurança dos colaboradores no setor, da ampliação da
disponibilidade de mão de obra qualificada e treinada para o processo produtivo
através do remanejamento da mão de obra.
A ferramenta que proporcionou o atendimento às demandas elencadas, foi a
automatização do processo, agilizando a produtividade com aumento da qualidade
do produto acabado.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Desenvolver equipamento automatizado para o processo de corte do


pescoço das carcaças de peru.

1.1.2 Objetivos Específicos

• Padronizar o procedimento de corte através de automação;


• Eliminar o risco de acidente com operadores de tesouras pneumáticas;
• Eliminar o setup existente na troca de operador a cada 30 minutos na
operação, e com isto melhorar ritmo de produção;
• Melhorar a qualidade do processo eliminando a presença de saliências do
pescoço após o corte que danifiquem a embalagem;
• Desenvolver equipamento com uso dos conhecimentos adquiridos no
curso.
12

1.2 JUSTIFICATIVA

O trabalho surge após um acidente de trabalho numa tesoura manual


hidráulica, o problema se apresentou como uma oportunidade de eliminar o risco do
processo produtivo na operação de corte de pescoço do peru. O desenvolvimento do
equipamento agrega ainda a possibilidade de padronização do processo de corte
dos pescoços dos perus, eliminando a presença de saliência do pescoço, que rasga
as embalagens, já que o processo manual não tem padrão de altura para o corte.

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho está montado apresentando no Capítulo 1 a introdução, a


justificativa, os objetivos e a estrutura do trabalho. No Capítulo 2 é feita a revisão
teórica sobre a tecnologia envolvida e as peculiaridades sobre a ave necessárias ao
desenvolvimento, e descrição do frigorífico padrão onde foi desenvolvido o
equipamento. No Capítulo 3 é apresentado às etapas de concepção,
desenvolvimento e construção do equipamento. No Capítulo 4 é apresentada a
conclusão abordando os resultados obtidos, as possibilidades vivenciadas e as
oportunidades que se apresentaram a partir deste trabalho.
13

2 REVISÃO TEÓRICA

Este capítulo inicia abordando a descrição da planta industrial e avança


apresentando as peculiaridades sobre a ave peru e conclui revendo as principais
teorias necessárias para o desenvolvimento deste trabalho.
A planta industrial onde foi realizado o trabalho fica localizada no sudoeste
do Paraná, conta com um quadro funcional de 3.500 funcionários, o setor onde foi
desenvolvidos os trabalhos está implantado em uma área de cerca de 2000 m², que
conta com:
• Fábrica de Ração – responsável pelo suporte alimenticio das aves dos
áviarios da região.
• Frigorífico de Frangos – responsável pela distribuição de 410.000 frangos
diariamente, sendo que a maior parte dessas aves são para exportação.
• Frigorífico de Perus de Corte – abatidas diariamente cerca de 17.000
perus, a jornada no processo é dividida em dois turnos de 09:00 horas, o peso
dessas aves podem chegar até 24kg antes de serem evisceradas.
• Frigorífico de Perus Embalados – abate diário de 35.000 perus, sua
demanda produtiva inicia no começo de abril e vai até final de novembro, conta com
a jornada de dois turnos, o primeiro começa as 03:00 da manhã até 12:00 e o
segundo começa as 13:00 finalizando as 22:00, foi nesse departamento que foi
desenvolvido o trabalho, as etapas do processo tem inicio nos setores da pendura,
sangria, depenagem, evisceração, resfriamento de carcaça e a embalagem primária
onde está localizado o dispositivo mais especificamente no setor da nória onde se
corta o pescoço da ave para ser embalada.

2.1 A AVE PERU

Peru é o nome comum dado às aves galiformes do gênero Meleagris com


variantes selvagens e domesticadas, originária das Américas (México e sul dos
Estados Unidos). Esta ave viva pesa entre 8 e 10 kg, e limpa pesa entre 4 a 6 quilos,
nas aves preparadas para embalagem de corpo inteiro. Nas aves para cortes
especiais pode-se trabalhar com carcaças de até 20 quilos.
14

O pescoço da ave para qual foi desenvolvido o equipamento, tem o diâmetro


de até 40 mm, com consistência cartilaginosa que exige um esforço de 1870,10 N.

2.2 AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

Os sistemas mecânicos, eletromecânicos e computacionais, são utilizados


nas indústrias, para operação e controles de processos. O conjunto integrado destes
sistemas caracteriza a automação industrial. Vários fatores levam as empresas a
aperfeiçoarem seus processos com a automação, e os principais são, (Souza, 2005).
• Redução de custos de pessoal devido à substituição por máquinas;
• Aumento da qualidade dos produtos devido à precisão das máquinas;
• Redução de produtos em estoque devido ao aumento da produtividade;
• Redução de perdas de produtos;
• Diminuição no tempo de fabricação.
No processo de automação, as ações são tomadas a partir de análise de
informações colhidas por controladores e realizadas por algoritmos de controle pré-
armazenados, em um sistema realimentado, onde as correções são implementadas
no decorrer do processo, com base em cálculo e análise das informações
armazenadas pelos controladores.

2.3 AUTOMAÇÃO POR CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)

Um dos equipamentos mais recomendados no uso da automação de


equipamentos e processos industriais no Brasil, o CLP é um equipamento eletrônico
programável baseado em microprocessadores e projetado para funcionar em
ambientes industriais, podendo controlar desde simples máquinas até automatizar
uma planta completa. Seu campo de aplicação chega a ser quase ilimitado e o
conhecimento de suas potencialidades torna-se cada vez mais necessária a todos
os profissionais envolvidos no planejamento, operação, e manutenção de processos
industriais.
A estrutura do CLP é composta por entradas, unidade central de
processamento (CPU) e saídas, permite a monitoração contínua do estado da
máquina, (ou de seu processo) sob seu controle. É possível ainda o processamento
15

de dados externos por meio de programa gravado anteriormente na memória,


também se adota de uma linguagem de programação tipo ladder. Existem outros
dispositivos tais como: temporizadores, contadores, sistemas de operações lógicas
(se, ou, e, então, faça, liga, desliga), o que o torna extremamente versátil e com
possibilidades de ser aplicada em processos industriais de modo econômico, com
confiabilidade, facilidade de manutenção e processamento rápido das informações.
As aplicações do CLP, a título de exemplo, vão de automação de máquinas
(injetoras de plástico, extrusoras, prensas, plainas, máquinas, impressoras, robôs e
manipuladores, câmaras de vácuo, bobinadeiras de motores), a Controle de
processos (siderúrgicos, químicos, medição e controle de energia, estufas e
secadoras).

2.4 SENSORES

Em um sistema de controle automatizado, temos como principal elemento


de controle o CLP, já foi citado anteriormente, associado a ele, temos os dispositivos
de campo que tem a função de informar o estado das variáveis do processo para
que então seja tomada uma ação, seja desligar uma válvula, um motor ou mesmo
manter as saídas inalteradas (THOMAZINI, 2007).
Os sensores são dispositivos que têm a função de informar ao CLP ou a
qualquer outro equipamento, a ocorrência de um evento, a mudança de um estado,
posição ou variação contínua de uma determinada grandeza. Existem vários tipos de
sensores, mas os principais utilizados pela indústria são: sensor de nível, pressão,
posição e presença (THOMAZINI, 2007).
Numa indústria, o sensor assume um papel fundamental, substituindo o
tradicional monitoramento humano e uma intervenção manual o que pode incorrer
em falhas durante o processo produtivo.
Podemos classificar os sensores em dois tipos: sem contato e com contato.
Quando a peça precisa ser tocada para ser detectada, usamos os sensores de
contato, também conhecido como fim de curso. Quando não há contato físico com o
que se deseja detectar, classificamos os sensores como sensores sem contato. Este
tipo de sensor evita interferência e tem um tempo de vida útil maior, por conta disso
são mais confiáveis e têm uma resposta mais rápida e precisa podendo operar em
16

processos que necessitam de mais velocidade. Podemos classificar os sensores de


contato em sensores digitais ou analógicos.

2.4.1 Sensores Digitais

Um sensor digital pode assumir dois estados apenas, desligado ou ligado.


São usados para detectar proximidade de objetos, pulsos de contagem, ou diferença
entre materiais. Os sensores digitais são largamente usados nas indústrias por conta
da fácil implementação (THOMAZINI, 2007).
Geralmente um sensor digital tem a saída transistorizada, com o transistor
operando na região de corte e saturação. O objetivo principal é fazer com que o
objeto que se pretende detectar altere o valor da corrente de base do transistor
levando o mesmo ao corte ou saturação, dependendo de como foi configurado.
Podemos ainda ter sensores ativos em nível lógico “1” e nível lógico “0”.
Quando um sensor é ativo em “1” ou do tipo PNP, a saída irá para o valor de tensão
positivo quando estiver atuado. Quando a saída vai para 0V ao sensor ser atuado,
dizemos que o mesmo é ativo em “0” ou é do tipo NPN. A corrente de saída de um
sensor é relativamente baixa, da ordem de 100mA. Ao ser usado em um circuito
eletrônico, deve-se ter cuidado quando a impedância a qual o sensor será ligado o
que pode danificar permanentemente o sensor (THOMAZINI, 2007). Os principais
tipos de sensores digitais são:

2.4.1.1 Sensores ópticos

Usam a luz para detectar os objetos. Possuem uma fonte de luz denominada
de emissor e um receptor que é o sensor propriamente dito. São bastante confiáveis
e podem trabalhar em altas taxas de transmissão de dados, pois possuem um baixo
tempo de resposta. As fontes de luz operam em um comprimento de onda baixo e
são usados diodos emissores de luz para emitir os sinais luminosos. Podemos ter
basicamente dois tipos de sensores: de barreira ou reflexão. Sensor de reflexão: a
luz incide sobre o material e retorna ao detector. A potência luminosa do sinal
refletido depende da superfície de reflexão. Um sensor óptico reflexivo pode ainda
ser dimensionado para detectar diferenças de cores nas superfícies. Este princípio é
bastante útil quando se pretende controlar processos que têm como critério de
17

escolha, padrões visuais de qualidade, ramo de estudo do processamento digital de


imagens.

Figura 01 – Sensor óptico reflexivo


Fonte: www.mecatrônica.eesc.usp.br

A Figura 01 mostra um sensor de reflexão atuando sobre uma caixa e


detectando a passagem do produto sobre uma esteira. Temos uma derivação dos
sensores de reflexão que são os sensores de retro reflexão que tem um espelho
como superfície refletora. Isto possibilita uma melhor eficiência e consequentemente
um maior alcance.

2.4.1.2 Sensor de ruptura de feixe ou de barreira

Também conhecidos como sensores de barreira, estes dispositivos


funcionam direcionados com a fonte de luz alinhada ao receptor.

Figura 02 – Sensor Óptico de barreira


Fonte: www.mecatrônica.eesc.usp.br
18

Quando algum objeto “corta” o feixe luminoso existe a mudança de estado


do sensor, como se pode ver na Figura 02. Este tipo de sensor possui uma detecção
bastante confiável quando a superfície que se pretende detectar é irregular.

2.4.1.3 SENSORES INDUTIVOS

São usados para detectar objetos metálicos. O seu princípio de


funcionamento está baseado na variação do campo magnético. Quando um material
metálico se aproxima de um sensor, existe uma variação no campo magnético. Esta
variação muda a corrente de base do transistor fazendo com que o sensor mude seu
estado de repouso seja ele ativo em “0” ou em “1”.

Figura 03 – Sensores indutivos


Fonte: www.sensoresindutivos.com.br

A Figura 03 mostra dois sensores indutivos tradicionais utilizados na


indústria.

2.4.1.4 Sensores capacitivos

Os sensores capacitivos podem detectar tanto objetos metálicos como não


metálicos dependendo do ajuste de sensibilidade do sensor. Este tipo de sensor é
útil quando se pretende diferenciar recipientes vazios de cheios, ou fluidos dentro de
reservatórios. A precisão do sensor capacitivo é baixa se comparada aos sensores
19

indutivos. O seu princípio de funcionamento baseia-se na variação do campo


eletrostático. O objeto que será detectado serve como a segunda placa do capacitor.
A diferença entre os materiais provocará a mudança do campo elétrico envolvido e
mudando o estado do sensor. Alguns sensores capacitivos possuem um parafuso de
ajuste de sensibilidade o que permite que um único sensor possa ser ajustado para
uma grande variedade de objetos.

2.4.2 Sensores Analógicos

Também são conhecidos como sensores de saída linear ou transdutores. Os


sensores analógicos fornecem uma informação contínua da variação de alguma
grandeza no processo. Podemos citar como principais grandezas que podem ser
controladas de forma contínua a temperatura, vazão, pressão e nível. Os principais
tipos de sensores utilizados são os termopares e sensores de pressão.
Em geral os sensores constituem uma peça fundamental em um sistema de
controle moderno e o conhecimento dos seus tipos e aplicações contribui para
elaboração de um projeto de automação eficiente e viável.

2.5 PNEUMÁTICA

Uma das grandes virtudes encontradas na natureza é o ar comprimido, o


qual trás grandes vantagens como.
Facilidade de obtenção (volume ilimitado);
Não apresenta riscos de faísca em atmosfera explosiva;
Fácil armazenamento;
Não contamina o ambiente (limpo e atóxico);
Não necessita de linhas de retorno (escape para a atmosfera), ao contrário
de sistemas elétricos e hidráulicos;
Acionamentos podem ser sobrecarregados até a parada.
No entanto, o ar apresenta vapor d'água (umidade). Esse vapor d'água pode
se condensar ao longo da linha pneumática dependendo das condições de pressão
e temperatura ao longo da linha. Se não houver um sistema para retirar a água, ela
pode se acumular causando corrosão das tubulações.
20

O ar apresenta também uma baixa viscosidade. A viscosidade mede a


facilidade com que um fluido (gás ou líquido) escoa. Se um fluido tem baixa
viscosidade implica que ele pode escoar por pequenos orifícios e, portanto, a chance
de ocorrer vazamentos é muito grande. Assim, vazamentos de ar em linhas
pneumáticas são muito comuns.
Outro ponto importante é a compressibilidade do ar. Se considerarmos um
atuador pneumático que é essencialmente um pistão acionado pelo ar não
conseguimos fazer esse pistão parar em posições intermediárias com precisão, pois
o esforço na haste do pistão comprime o ar retirando o pistão da sua posição inicial
de parada. Por isso, os atuadores pneumáticos possuem apenas duas posições
limitadas por batentes mecânicos, uma vez que não é possível atingir posições
intermediárias com precisão. Esse problema já não ocorre com os atuadores
hidráulicos, pois o óleo é incompressível. Aliás, algumas máquinas que exigem alta
precisão de posicionamento usam atuadores hidráulicos.

2.5.1 Atuadores e Válvulas

Os atuadores são dispositivos capazes de modificar a variável controlada.


São eles que irão agir sobre o sistema controlado após receber um comando de seu
controlador (ALBUQUERQUE, 2005). Os principais tipos de atuadores são:
- Válvulas e cilindros (pneumáticos, hidráulicos),
- Relés (estáticos, eletromecânicos),
- Motores (step-motor, syncro, servomotor),
- Solenóides,
Uma forma de se obter energia mecânica é através dos atuadores ou
válvulas. A função principal de um atuador e realizar algum movimento mecânico a
partir de um sinal elétrico aplicado fazendo com que a máquina submetida ao
movimento realize trabalho. Existem atuadores de fluido e de movimento.
Os atuadores de fluidos são classificados pelo tipo de fluido que é tratado.
Podem ser de natureza hidráulica, quando utilizam óleo sob pressão ou pneumática,
quando utilizam ar comprimido sob pressão.
Um atuador hidráulico ou pneumático permitirá ou bloqueará a passagem do
fluido dependendo do sinal aplicado ao dispositivo. Uma bobina é acoplada em um
núcleo móvel denominado êmbolo que é atraído quando a bobina é energizada. O
21

êmbolo é responsável pela passagem do fluido. A bobina, quando energizada,


funciona como um eletroímã atraindo o êmbolo.

2.5.2 Atuadores Lineares

São conhecidos como cilindros ou pistões. Quando um pistão é submetido a


pressão de um fluido, realiza um movimento em sua haste. A Figura 04 mostra um
pistão e suas principais partes.

Figura 04 – Atuador linear


Fonte: www.tecni-ar.com.br

Para que ocorra uma boa transferência de movimento, o pistão deve estar
devidamente vedado a fim de diminuir as perdas. Nas extremidades do pistão existe
um orifício por onde ocorrerá a passagem do ar ou óleo, fluido que “empurrará” a
haste. Podem ainda existir amortecedores e outros elementos que, em conjunto com
os atuadores podem realizar operações lógicas como “e” e “ou” (AUGUSTA, 2000).

2.5.3 Atuadores Rotativos

Os atuadores rotativos podem ser angulares (cilindros rotativos) ou


contínuos. O que difere este tipo de atuador é apenas o movimento; neste caso,
ocorre um movimento de rotação. Podem ser classificados em dois tipos: de
22

cremalheira ou aleta rotativa. Estes dispositivos também são conhecidos como


motores pneumáticos ou hidráulicos, de acordo com o fluido que os aciona.

2.5.4 Válvulas

A válvula é o elemento responsável pela comutação do fluido até o atuador,


tendo o total controle do fluxo do fluido e da pressão que o atuador será submetido.
Podemos assemelhar o funcionamento de uma válvula a de um disjuntor para um
circuito elétrico, que permite ou não a passagem de corrente elétrica (AUGUSTA,
2000).

Figura 05 – Válvula
Fonte: www.parker.com

A Figura 05 mostra o acionamento de uma válvula, podemos submetê-la a


um sinal elétrico, pneumático ou hidráulico.

2.6 CONSIDERAÇÕES GERAIS QUANTO A EQUIPAMENTOS A SEGUIR AS


NORMAS DO SIF

Os equipamentos e utensílios serão preferentemente de constituição


metálica. Permitir-se-á o emprego de material plástico adequado, jamais admitindo-
se o uso dos de madeira e dos recipientes de alvenaria. Os equipamentos e
utensílios, tais como: mesas, calhas, carrinhos e outros continentes que recebam
produtos comestíveis, serão de chapa de material inoxidável, preferentemente, as
23

ligas duras de alumínio ou ainda outro material que venha a ser aprovado pelo
Serviço de Inspeção Federal.
Caixas e bandejas ou recipientes similares, quando não de chapa de
material inoxidável, poderão ser de plásticos apropriados às finalidades. De um
modo geral, as superfícies que estejam ou possam vir a estar em contato com as
carnes, incluindo soldaduras e juntas, devem manter-se lisas.
Os equipamentos fixos, tais como: escaldadores, depenadeiras, calhas de
evisceração, pré-resfriadores, tanques, esteiras transportadoras, etc., deverão ser
instalados de modo a permitir a fácil higienização dos mesmos e das áreas
circundantes, guardando-se um afastamento mínimo de 1,20 m (um metro e vinte
centímetros) das paredes e 0,30 cm (trinta centímetros) do piso, com exceção da
trilhagem aérea que deverá guardar sempre a distância mínima de 0,30 cm (trinta
centímetros) das colunas ou paredes, especificamente, a calha de evisceração, cujo
afastamento das paredes não deve ser inferior a 2 m (dois metros) na lateral em que
se posicionam os funcionários e a área de Inspeção Final, e 1 m (um metro) na
lateral oposta quando nessa não houver manipulação.
Todos os equipamentos do matadouro que tenham contato direto ou indireto
com as carnes, deverão estar rigorosamente limpos ao terem início os trabalhos,
condição sem a qual a Inspeção Federal não poderá autorizar o funcionamento da
seção ou seções.
Do mesmo modo, no decorrer das operações, a manutenção da higiene é
questão de observância. Quando houver interrupção dos trabalhos para refeição,
também deverá ser aplicado igual procedimento;
De um modo geral, a limpeza e desinfecção do equipamento serão levadas
a efeito, com o emprego de água quente sob pressão e aplicados por dispositivos
adequados que se acoplarão em bicos de misturadores de água e vapor. Além
disso, usar-se-ão sabões ou detergentes, soluções bactericidas diversas, desde que
aprovadas, seguindo-se sua aplicação de eficiente enxágue.
A lavagem geral das salas e equipamentos somente será levada a efeito,
depois que o recinto estiver inteiramente livre de produtos comestíveis;
Não permitir o uso de utensílios em geral com cabos de madeira. As
escovas utilizadas para limpeza de pisos e paredes não poderão, em hipótese
alguma, serem usadas para limpeza de qualquer equipamento.
24

Os dispositivos automáticos ou mecanizados para execução desta operação


deverão dispor de auto lavagem com água corrente sob pressão.
O dispositivo mecânico (pistola extrator de cloaca) deverá dispor do sistema
para auto lavagem com água corrente, acionado a cada operação, evitando-se a
descarga sobre as carcaças.
25

3 DESENVOLVIMENTO DO EQUIPAMENTO

3.1 A FASE DO CORTE DO PESCOÇO E A IDÉIA INICIAL

A ideia principal foi de automatizar e padronizar o processo de corte,


empregando os conceitos aprendidos ao longo do curso de Tecnologia em
Manutenção Industrial. Inicialmente foi estudada a forma mais viável
economicamente para iniciar o desenvolvimento do dispositivo.
A concepção do equipamento partiu do uso de um equipamento de
acionamento de manipulação e operação suportada por um operador, que realiza os
cortes um a um, com uma tesoura pneumática. A operação é repetitiva e penosa,
dada a posição de operação desconfortável e exigir rodízio de função a cada 30
minutos.
Diante deste cenário foi observado o processo e coletado os dados de
operação com o equipamento e processo existente, parametrizando o que seria
necessário para o bom desempenho do equipamento a ser desenvolvido.
O processo como está realiza em um turno 17000 cortes a cada 8 horas,
com um rodízio de 16 funcionários na função, com uma variação na qualidade e
padrão de corte de operador para operador.

3.2 A CONCEPÇÃO DO EQUIPAMENTO

O equipamento consiste de uma estrutura tipo U, montada a partir de tubos


quadrados, que é fixada por parafusos na parte superior do trilho na nória,
sustentando uma chapa de 600mm x 300mm x 6,35mm, que possui um rasgo de
60mm onde está fixada as duas lâminas de corte de perfil curvo e 2 vergalhões de
450 mm e diâmetro 3/8” na entrada do equipamento conforme mostra a figura 06, e
a composição dos materiais envolvidos para fabricação na Tabela 01.
26

Figura 06 - Estrutura tipo U


Fonte: Arquivo Pessoal

O posicionamento e acionamento destas lâminas é controlado por um


sensor fotoelétrico e um CLP, quando o sensor detectar a presença dos pescoços
dos perus que transitam na nória, emitirá um sinal para o CLP que acionará o
sistema pneumático localizado nas laterais da estrutura, composto por dois cilindros
lineares com curso total de 50mm, cuja função é calçar os guias sobre o ombro dos
perus, após 0,005 segundos, outra saída em paralelo aciona o pistão principal, que
movimenta a lâmina móvel de encontro com a lâmina fixa, efetuando o corte.
A lógica de controle foi feita utilizando um relé inteligente que nada mais é
que um controlador lógico programável, responsável pelo gerenciamento de todas
as atividades como monitoramento da quantidade de cortes efetuados, ou seja,
quantos perus serão embalados por dia.
Uma fonte de alimentação de tensão contínua (24V) foi utilizada para
alimentação do sensor de acionamento das eletroválvulas. Espera-se enfim, obter
um controle totalmente automático ou com o mínimo de intervenção humana. Para
confecção da estrutura responsável pelo suporte das laminas de corte, um Mecânico
ficou incumbido de desenvolver não só as peças como toda estrutura mecânica
necessária para suporte dos cilindros e válvulas eletropneumáticas.
27

Figura 07 - Vista superior do protótipo


Fonte: Arquivo Pessoal

As Figuras 07, 08 mostram o desenho do protótipo e a Tabela 01 mostra os


materiais utilizados para a confecção da estrutura do equipamento.

Figura 08 - Vista lateral do protótipo


Fonte: Arquivo Pessoal
28

Tabela 01 – Materiais e Composições


Materiais Composição e Dimensão
Tubo quadrado Inox 40x40mm
Chapa Inox ¼”
Vergalhão Inox 3/8”
Lâminas Inox Tratado Termicamente x 3/8”
Pistão principal 60 x 215 mm
Pistões ajuste da altura do corte 40 x 50 mm
Fonte: Arquivo Pessoal

3.3 ELEMENTOS ELETRÔNICOS UTILIZADOS

O dimensionamento dos elementos elétricos e eletrônicos utilizados para a


elaboração do quadro elétrico seguiu critérios de características elétricas, de custo,
intercambiabilidade com outros equipamentos da planta e a possibilidade de futuras
modificações.

3.3.1 Controlador Lógico Programável

A escolha do controlador lógico programável foi feita visando uma futura


melhoria ou modificação do sistema. Devido à facilidade de programação e maior
interação com o usuário, foi preferível o CLP Zélio, apresentado na Figura 09, que
pode ser programado na própria tela. Os Controladores Programáveis Zélio,
caracterizam-se pelo seu tamanho compacto e excelente relação custo-benefício,
considerando-se as aplicações a que se destinam. Sendo, sobretudo, equipamentos
idealizados para aplicações de pequeno e médio porte em tarefas de
intertravamento, temporização, contagem e operações matemáticas básicas,
substituem com vantagens contatores auxiliares, temporizadores e contadores
eletromecânicos, reduzindo o espaço necessário e facilitando significativamente as
atividades de manutenção.
29

Figura 09 – Controlador lógico programável


Fonte: Arquivo Pessoal

3.3.2 Sensor Fotoelétrico

O sensor fotoelétrico é utilizado para detecção de presença por interrupção


do facho de reflexão. No projeto foi utilizado para detectar a presença do pescoço e
acionar o corte.

Figura 10 - Sensor fotoelétrico


Fonte: Arquivo Pessoal
30

3.3.3 Válvulas Eletropneumáticas e Pistões

O movimento das lâminas que fará o ajuste do corte e a concretização do


corte do pescoço está diretamente integrado com pistões pneumáticos. Os pistões
utilizados foram dimensionados e utilizados o que nós tínhamos em estoque, seus
acionamentos será feito por eletroválvulas. As válvulas são do tipo 5/2 vias com
retorno por mola e pilotagem através de solenóide. Para que haja um movimento
suave do pistão principal, foram colocadas válvulas reguladoras de fluxo no ajuste
de avanço e um regulador de pressão na alimentação de ar comprimido da máquina.
As eletroválvulas têm um solenóide acionado por um sinal de tensão contínuo de 24
volts. Cada solenóide tem um diodo ligado inversamente para proteger os relés de
acoplamento da tensão reversa, conforme mostra a figura 11. A função dos relés de
acoplamento é isolar eletricamente o sinal de saída do CLP à carga protegendo-o de
um eventual curto-circuito. Além disso, permite o acionamento de cargas de maior
potência já que a corrente de saída do CLP é limitada.

Figura 11 – Válvula eletropneumática


Fonte: Arquivo Pessoal

3.3.4 Fonte de Alimentação, Circuitos de Proteção e Quadro Elétrico

Todo o comando elétrico-eletrônico foi montado em um quadro tipo 3U


medindo 500mm (altura) x 300mm (largura) x 200mm (profundidade) a fim de facilitar
uma eventual manutenção. Uma fonte chaveada de tensão (24 volts / 6 ampères) foi
31

utilizada para alimentação do sensor, CLP e acionamento das válvulas. Para proteção
da fonte, foi utilizado um disjuntor monofásico de 2A (na alimentação de tensão
alternada da fonte).

Figura 12 - Quadro elétrico


Fonte: Arquivo Pessoal

3.4 LÓGICA DE PROGRAMAÇÃO

A programação do Controlador Lógico Programável é feita no próprio


controlador, no indicador (display) de programação. O tipo de linguagem utilizado é
ladder, já comentado no capítulo 2 e foi desenvolvido de acordo com as
necessidades apresentadas pelos usuários e identificadas durante a fase de estudo.
A Tabela 02 mostra a relação das entradas e saídas do CLP. No Anexo 1 é
mostrado todo o programa desenvolvido em linguagem ladder.

Tabela 02 - Entradas e Saídas do CLP


ENTRADAS SAÍDAS
I1 – Liga Q1 – Posição
I2 – Desliga Q2 – Corte
I3 – Emergência
I4 – Sensor de segurança
I5 – Sensor de Corte
Fonte: Arquivo Pessoal
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3.5 DESENVOLVIMENTO DA AUTOMAÇÃO

Após a instalação da estrutura deu se o inicio a automação cuja função é


controlar os golpes do equipamento através do CLP, quando passar o pescoço do
peru na frente do sensor, o mesmo mandará um sinal ao CLP que fará a leitura do
programa e fará que o circuito acione as válvulas de posição da tesoura, após contar
um tempo pré-determinado, outro circuito em paralelo acionará o pistão principal
efetuando o golpe com a lâmina móvel.

3.6 DIMENSIONAMENTO DOS CILINDROS PNEUMÁTICOS

Foi optado por cilindros de dupla ação, para ter atuação nos sentidos de
avanço e retorno, uma vez que a aplicação pretendida demanda esta característica.

3.6.1 Cálculos de Forças do Cilindro da Tesoura

Para um cilindro de dupla ação com diâmetro de 63 mm, haste com 20 mm


de diâmetro e com curso de 215 mm, a uma pressão de 6 bar as forças serão:
Área afetiva de avanço = 3117,25 mm² (Tabela Werk – pneumática)
Área afetiva de retorno = 2803,10 mm² (Tabela Werk – pneumática)
Cálculo da força
F = P X A / 10
Força teórica de avanço do cilindro
F = 6 X 3117,5 / 10 = 1870,10 N
Força teórica de retorno do cilindro
F = 6 X 2803,10 / 10 = 1681,86 N

3.6.2 Consumo de Ar do Cilindro da Tesoura

Para um cilindro de ar de 60 mm de diâmetro com pressão de serviço de 6


bar, o consumo será de 0,216 L / cm (Tabela Werk –pneumática).
33

3.6.3 Cálculo de Força do Cilindro de Controle de Altura

Para um cilindro de dupla ação com diâmetro de 40 mm, haste com 16 mm


de diâmetro e com curso de 50 mm, a uma pressão de 6 bar as forças serão:
Área afetiva de avanço = 1256,64 mm2 (Tabela Werk – pneumática)
Área afetiva de retorno = 1054,58 mm2 (Tabela Werk – pneumática)
Calculo da força
F = P X A / 10
Força teórica de avanço do cilindro
F = 6 X 1256,64 / 10 = 754,00 N

Força teórica de retorno do cilindro


F = 6 X 1054,58 / 10 = 633,05 N

3.6.4 Consumo de Ar do Cilindro de Controle de Altura

Para um cilindro de ar de 40 mm de diâmetro com pressão de serviço de 6


bar, o consumo será de 0,099 L / cm (Tabela Werk – pneumática)

3.7 DESENVOLVIMENTO DO DISPOSITIVO DE CORTE.

Para o desenvolvimento inicial, foi cortado um tubo quadrado de 6.000 mm x


50 mm, sendo que para as extremidades que sustentam a tesoura, foram três partes
iguais de 900 mm, e para amparar as lâminas foi recortado uma chapa de 800 mm
de comprimento e espessura 6,35 mm figura 06, onde foram feito dois rasgos, um
central para passar o pescoço do peru e efetuar corte, e outro para que o curso do
eixo do cilindro não intercepte a chapa. Após todo processo de corte de materiais
iniciamos a junção permanente dos materiais pelo processo de soldagem TIG
(Tungstênio Inerte Gás).
Na fase inicial da conformação e fixação do equipamento, foi utilizado o
processo de soldagem TIG (Tungsten Inert Gas Wlding), também conhecido como
GTAW (Gas Tungten Arc Welding), cujo principio de funcionamento é através do
arco elétrico que se estabiliza entre a peça de trabalho com o eletrodo de tungstênio
não consumível, sua temperatura de fusão é de 3500°C, a poça de fusão e o
34

eletrodo não consumível são protegidos por um gás inerte chamado de argônio, qual
fluxo é direcionado por um bocal que envolve o eletrodo obtendo a proteção do ar
atmosférico, assim sendo é um dos processos mais indicados para soldagem em
chapas finas de aço inoxidável, os efeitos obtidos foram satisfatórios na fixação
permanente do quadro de sustentação da tesoura automática, não foi necessário
retirar escórias e respingos oriundos dos outros processos de soldagem como MIG
(Metal Inerte Gás), MAG (Metal Ativo Gás) e o processo por Eletrodo Revestido.
Com foco na segurança da pele bem como outros órgãos do corpo, foram
utilizados EPIs (Equipamento de Proteção Individual): avental de raspa, luvas de
vaqueta, perneiras, óculos de proteção, máscara eletrônica, botina de segurança,
sistema de exaustão localizado para os fumos metálicos.

3.7.1 Desenvolvimento da Tesoura

O processo de desenvolvimento da tesoura (Figura 13) consistiu na fixação


permanente de uma lâmina sobreposta a chapa de 6,35mm com rasgo e um guia
inicial que direciona o pescoço para a área de corte, e outra lâmina móvel acionada
por um atuador pneumático, sempre que o sensor detectar a presença do pescoço
no ponto de referência, que está fixado no meio das arestas de corte, as lâminas
utilizadas são iguais as da tesoura manual, permitindo utilizar parte dos
equipamentos a serem substituídos, como mostra a Figura 14.

Figura 13 - Tesoura manual


Fonte: Arquivo Pessoal
35

Figura 14 – Tesoura automática


Fonte: Arquivo Pessoal

3.7.2 Processo Manual Versus Processo Automático

O processo de corte de peru, especificamente pode ser dividido em duas


fases. A primeira compreende no sistema de corte manual, cujo qual era feito
através de uma guilhotina tipo pistola. Com o processo sendo feito desta forma,
perdia-se bastante tempo para fazer o remanejamento, pois os operadores
responsáveis pelo corte ficavam se revezando a cada 30 minutos. Além disso, havia
imperfeições e variações de tamanho o que comprometia a qualidade final. A
segunda fase compreende o processo funcionando de forma automática, já com as
implementações realizadas. O operador que fazia o corte hoje fica no setor de
abastecimento dos ganchos. Para que haja um melhor entendimento das melhorias
que foram realizadas, foram levantados alguns dados da máquina referente ao
processo produtivo.
No processo manual, os principais aspectos estão abordados na Tabela 03 é
possível observar que o tempo para a divisão do produto era o principal fator que
diminuía consideravelmente a produção.
Já no processo automático, também visualizado na Tabela 03, existe um
considerável ganho de tempo; apesar do número de paradas para remanejamento
no processo.
36

Tabela 03 – Comparativo entre o processo manual e o automático


PARÂMETROS PROCESSO MANUAL PROCESSO AUTOMÁTICO
Horas de trabalho 8 horas 8 horas
Paradas para remanejo 2 minutos cada 00:30 0 minuto
Paradas diárias do remanejo 32 minutos 0 minuto
Perdas de embalagens diária 80 embalagens 0 embalagem
Risco de Acidente Constante 0 Risco
Fonte: Arquivo Pessoal

3.7.3 Investimento e Custos Agregados

Para que fosse concretizada a melhoria no processo de corte, foi estudada a


melhor forma de investimento que pudesse proporcionar um retorno financeiro,
rápido possibilitando em curto prazo crescimento de capacidade produtiva. Na
Tabela 04, estão descritos os principais equipamentos utilizados para a montagem
do comando elétrico e algumas peças mecânicas que foram confeccionadas para a
estrutura suporte dos pistões e do sensor. O investimento com mão de obra não está
sendo informado por se tratar do projeto desenvolvido para o TCC.

Tabela 04 – Relação dos valores investidos


ITENS VALOR (R$)
Fonte de alimentação 80,00
Controlador lógico programável 400.00
Resistência 85,00
Fios e terminais de conexão 75,00
Sensor 180,00
Válvulas eletropneumáticas 400,00
Disjuntor 15,00
Quadro elétrico 70,00
Cilindros pneumáticos laterais 380,00
Cilindro principal 150,00
Lubrifil 500,00
Laminas de corte 400,00
Tubo quadrado 50x50mm e chapa de inox ¼” 145,00
Total 2.880,00
Fonte: Arquivo Pessoal
37

3.8 DETALHES DO FUNCIONAMENTO DO EQUIPAMENTO

3.8.1 Ave Entrando no Equipamento

A ave se aproxima das guias (Figura 15), e é alinhada com a área de atuação
das lâminas de corte, evitando desvios por oscilação do movimento da nória.

Figura 15 - Entrando nos guias


Fonte: Arquivo pessoal

3.8.2 A Ave no Campo de Detecção

A Figura 16 mostra o momento em que a ave entra na área de ação do


sensor fotoelétrico que irá acionará os circuitos dos atuadores laterais.

Figura 16 - Entrando na área sensoriada


Fonte: Arquivo Pessoal
38

3.8.3 Inicio do Ajuste de Altura

A Figura 17 mostra o momento em que o pescoço é detectado, e os pistões


laterais iniciam o acionamento para regulagem de altura da plataforma em que estão
montadas as lâminas de corte.

Figura 17 - Acionamento dos pistões laterais


Fonte: Arquivo Pessoal

3.8.4 Equipamento Finalizando o Ciclo

A Figura 18 mostra o final do ciclo da automação que se dá pelo


acionamento do cilindro de acionamento da lâmina de corte, efetuando assim o corte
do pescoço na posição já ajustada.

Figura 18 - Efetuando o corte


Fonte: Arquivo Pessoal
39

3.8.5 Conclusão do Ciclo

A Figura 19 Mostra a conclusão do ciclo de corte, finalizando a sequência os


atuadores voltam para seu estado de inicio de ciclo, e aguardam outro pescoço para
atuar novamente.

Figura 19 - Corte efetuado


Fonte: Arquivo Pessoal
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4 CONCLUSÕES E RESULTADOS ALCANÇADOS

O dispositivo automático foi testado, atendendo as expectativas com


desempenho de melhor qualidade do corte gerado pela regulagem automática do
equipamento e com velocidade constante ao longo do processo
Observou-se o ganho em agilidade na produção com a supressão dos
setups a cada 30 minutos. Para a operação da tesoura manual se perdia tempo com
a limpeza do equipamento e com a troca do operador a cada 30 minutos, pois a
operação do equipamento continuamente por a mesma pessoa gerava lesões por
esforços repetitivos.
O remanejamento dos trabalhadores da tesoura manual possibilitou atender
demandas reprimidas por falta de mão de obra qualificada em outros pontos do
processo produtivo.
Com a implantação do sensor de presença e dos atuadores pneumáticos
laterais para regulagem da altura de corte, foi alcançada a padronização da altura do
corte.
A melhoria de qualidade alcançada com a automação do processo através
do ensaio com o dispositivo desenvolvido promoveu um ganho de qualidade não só
no produto propriamente dito, pois significou um importante passo para a indústria
que necessita crescer tanto socialmente como economicamente com aumento de
sua produção. Percebeu-se a expectativa da melhoria de condição de trabalho no
grupamento de pessoas envolvidas mais diretamente.
O desenvolvimento do trabalho, os procedimentos e desenvolvimentos
realizados permitiram utilizar os meios e conhecimentos adquiridos no curso de
forma real e pratica, tornando a operação mais segura e eficaz. A instalação do
equipamento automatizado de forma permanente reduzirá o risco de acidente no
local, pois elimina a presença de operadores para manusear a tesoura pneumática.
Os conhecimentos adquiridos ao longo da graduação foram adequados para
realização do trabalho de automação da tesoura, proporcionando experimentar em
campo de forma técnica e prática o desenvolvimento do equipamento.
41

BIBLIOGRAFIA

AUGUSTA, Niederauer. A Biblioteca Virtual do Estudante Convers o por Augusta


Niederauer Subjec 2012.

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Brasileiro/TC2000 /Profissionalizante/ Aulas 3, 4, 5, 6 e 7. A Biblioteca Virtual do


Estudante Brasileiro - Telecurso 2000 www.passei.com.br/tc2000/, 1982, 1985.
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Acessado em 15 de junho de 2012.

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SOLUÇÕES EM SISTEMAS DE SEGURANÇA E AUTOMAÇÃO. ace-schmersal .A


multinacional alemã 2008. linha completa de produtos para automação e sistemas
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THOMAZINI, Daniel. Sensores Industriais, 2007. ALBUQUERQUE, Pedro U


Sensores Industriais Fundamentos e Aplicações. São Paulo: Érica, 2007.

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Acesso em 15 de junho de 2012.

VIANA, H. R. G.; PCM, Planejamento e Controle da Manutenção: Ed. Qualitymark:


Rio de Janeiro, 2002.
42

ANEXO – PROGRAMAÇÃO DO CLP

Esquema do comando da programação do CLP

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