2023 09 28 09 02 17 16711425 Bens Publicos E1695902536
2023 09 28 09 02 17 16711425 Bens Publicos E1695902536
2023 09 28 09 02 17 16711425 Bens Publicos E1695902536
ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Livro Eletrônico
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Apresentação..................................................................................................................4
Bens Públicos..................................................................................................................5
1. Conceito.......................................................................................................................5
2. Classificação...............................................................................................................6
3. Características.......................................................................................................... 16
3.1. Inalienabilidade....................................................................................................... 16
3.2. Impenhorabilidade. ..................................................................................................17
3.3. Imprescritibilidade..................................................................................................17
3.4. Impossibilidade de Oneração.................................................................................. 18
4. Uso de Bens Públicos por Particular........................................................................ 20
4.1. Normal e Anormal................................................................................................. 20
4.2. Comum e Privativo................................................................................................ 20
5. Intervenção do Estado na Propriedade......................................................................23
5.1. Competência...........................................................................................................23
5.2. Modalidades...........................................................................................................23
5.3. Intervenção Restritiva............................................................................................24
5.4. Intervenção Supressiva: Desapropriação...............................................................25
5.5. Desapropriação por Sanção ou Confiscatória........................................................ 28
5.6. Competência..........................................................................................................29
5.7. Sujeitos Ativos da Desapropriação.........................................................................29
5.8. Sujeitos Passivos da Desapropriação.................................................................... 30
5.9. Bens Desapropriáveis. ........................................................................................... 30
5.10. Procedimento de Desapropriação......................................................................... 31
5.11. Indenização. ...........................................................................................................33
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 2 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 3 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Apresentação
Olá, amigo(a)!
Hoje vamos ver um dos temas mais fáceis do Direito Administrativo.
É um tema que gosto bastante. Não é uma aula maçante!
Não temos muitos artigos de lei para analisar, nem tanta jurisprudência, igual a outros te-
mas.
Vamos ver alguns conceitos doutrinários. Isso é o mais importante.
É importante saber também o conceito de bens públicos e seu regime jurídico, bem como
quais são os bens que pertencem à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios.
Vamos juntos!
“ACREDITAR é essencial
Mas ter ATITUDE
é o que faz a DIFERENÇA.”
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 4 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
BENS PÚBLICOS
1. Conceito
O que é um bem público? E qual a importância de saber a quem pertence o bem? É consi-
derado bem público ou de particular?
A importância está no regime jurídico a que o bem estará sujeito, pois se for considerado
bem público terá um regime especial.
Se você, por exemplo, bate seu carro em outro e não quer pagar o prejuízo, o dono do outro
carro poderá entrar com uma ação judicial. Uma vez que ganhe o processo, o juiz iniciará a
fase de cumprimento da sentença (“execução”); se não houver pagamento espontâneo, poderá
haver determinação de penhora de um bem que é seu para pagar o valor da condenação. Essa
penhora é uma espécie de “venda forçada” de um bem seu por ordem judicial. Já que há recusa
em cumprir a sentença, pode-se chegar a esse ponto.
De outro modo, se você tem um terreno e permite que alguém o ocupe durante um prazo, esse
terceiro poderá adquirir o bem pela usucapião, passando a ser o dono do terreno que era seu.
Se você quiser pegar um bem seu (casa ou carro) e dar como garantia de dívida junto ao
banco, poderá também.
No entanto, nada disso poderá acontecer com os bens públicos. Não há penhora, não há
usucapião e não podem ser dados em garantia de dívida.
Viu a importância de saber se o bem é público ou não? Mas, então, o que vem a ser bem
público?
Temos dois conceitos: da lei e da doutrina.
O Código Civil de 2002 apresenta o seguinte conceito:
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito pú-
blico interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Para a doutrina, bem público são todos os bens vinculados à prestação de um serviço pú-
blico, seja o bem pertencente à pessoa de direito público ou privado.
Dessa forma, devemos fazer a observação de que o ordenamento jurídico brasileiro fixou
um conceito mais restrito, considerando bens públicos somente aqueles pertencentes às pessoas
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 5 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
jurídicas de direito público, quais sejam: a União, os Estados, o DF, os Territórios, os Municípios
e suas respectivas autarquias e fundações de direito público.
Para a doutrina, o conceito é abrangente e se refere à destinação do bem. Se é destinado
à prestação de serviço público, o bem é público e estará sujeito ao regime jurídico especial.
Para concursos, na dúvida, a melhor opção é seguir o texto da lei. Porém, o conceito dado pela
doutrina também pode ser considerado correto, quando não confrontado com o conceito legal.
2. Classificação
Assim como vimos em outras matérias, por questão didática, é comum fazermos a classi-
ficação, isto é, a divisão sistemática do assunto.
Vamos lá!
Quanto à Titularidade
QUANTO À
Estaduais (art. 26, CF)
TITULARIDADE
Municipais
I – os que atualmente lhe pertencem Significa que é um rol exemplificativo. União pode adquirir outros bens.
e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II – as terras devolutas indispensá- As terras devolutas, em regra, pertencem aos Estados. Somente estas
veis à defesa das fronteiras, das forti- previstas no art. 20 da CF são de titularidade da União.
ficações e construções militares, das Terra devoluta significa devolvida. Com a proclamação da República e o
vias federais de comunicação e à pre- modelo federativo, as terras da coroa portuguesa que não tiveram desti-
servação ambiental, definidas em lei; nação foram atribuídas, como regra, aos Estados.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 6 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
III – os lagos, rios e quaisquer cor- Lagos, rios e correntes de água (regras):
rentes de água em terrenos de seu – Banha mais de um Estado: é da União;
domínio, ou que banhem mais de um – Faz limite com outro país: é da União;
Estado, sirvam de limites com outros – Vai para outro país: é da União;
países, ou se estendam a território – Vem de outro país: é da União.
estrangeiro ou dele provenham, bem Praias fluviais: começa na área coberta e descoberta regularmente
como os terrenos marginais e as pelas águas do rio, e termina no limite com a vegetação natural ou no
praias fluviais; ponto em que há alteração do ecossistema. Praia fluvial de rio federal
pertence à União.
Terrenos marginais: porção de terra banhada pelas correntes nave-
gáveis, fora do alcance da influência das marés, que se estende até
a distância de 15 metros, medidos horizontalmente para a parte da
terra, contados a partir da Linha Média das Enchentes Ordinárias
(LMEO).
Se o rio é federal, as praias fluviais e os terrenos marginais pertencem
à União.
Terreno marginal ou reservado, que não se confunde com terreno de marinha, são os que
estão às margens dos rios. Vamos visualizar uma imagem para facilitar a compreensão:
• Em vermelho: linha média das enchentes ordinárias;
• Em amarelo: os terrenos marginais;
Em verde: o limite dos terrenos marginais. A partir da linha verde são terrenos particulares.
Se o rio é federal, sua praia e terrenos marginais pertencem à União.
Assim, o dono da propriedade não recebe indenização pela parcela correspondente ao ter-
reno marginal, pois pertencem ao Poder Público.
Praia fluvial é praia de rio. Praia é toda porção de terra, após a margem do rio, até o início
da vegetação.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 7 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
IV – as ilhas fluviais e lacustres nas – ilhas fluviais (situadas em rios) e as ilhas lacustres (situadas em
zonas limítrofes com outros países; as lagos), quando estiverem nas zonas limítrofes com outros países,
praias marítimas; as ilhas oceânicas e pertencem à União. Fora dessa regra, as demais ilhas (fluviais e lacus-
as costeiras, excluídas, destas, as que tres) pertencem aos Estados (art. 26, III, CF);
contenham a sede de Municípios, – ilhas oceânicas (alto-mar) e costeiras (próximas ao continente),
exceto aquelas áreas afetadas ao ser- salvo as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas
viço público e a unidade ambiental fede- áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal
ral, e as referidas no art. 26, II; – praias marítimas: são da União.
Observação: mesmo nas ilhas oceânicas que tenham sede de muni-
cípio, as praias e terrenos de marinha são de propriedade da União.
Perceba que todas as PRAIAS MARÍTIMAS são da União. Não importa onde estejam.
Já as ilhas fluviais e lacustres serão da União se fizerem limites com outros países.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 8 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
V – os recursos naturais da pla- – A plataforma continental do Brasil compreende o leito e o subsolo das
taforma continental e da zona áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial.
econômica exclusiva; – A Zona Econômica Exclusiva (ZEE) compreende uma faixa que se estende
das 12 às 200 milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que
servem para medir a largura do mar territorial.
VI – o mar territorial; – Faixa de 12 milhas marítimas.
VII – os terrenos de marinha e – São terrenos de marinha, em uma profundidade de 33 (trinta e três)
seus acrescidos; metros, medidos horizontalmente, para a parte da terra, da posição da
linha da preamar médio de 1831. Somente são definidos nos terrenos
onde se possa sentir a influência das marés.
– Os acrescidos de marinha são “Os que se tiverem formado, natural ou
artificialmente, para o lado do mar ou dos rios e lagoas, em seguimento
aos terrenos de marinha” (arts. 2º e 3º, Decreto-Lei n. 9.760/1946).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 9 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
A plataforma continental compreende o solo e subsolo. O que está ali depositado pertence
à União.
A ZEE compreende uma faixa de 12 às 200 milhas marítimas (aproximadamente 370 km):
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 10 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
em território brasileiro. Se, por exemplo, uma pessoa nasce nesse território, é brasileiro nato, pois
crime em território brasileiro. Em resumo, é uma porção do mar considerado território brasileiro.
São as fontes que produzem a energia por meio da água e pertencem à União.
VIII – os potenciais de energia
Sua utilização, para fins de exploração industrial, está sujeita ao sistema de
hidráulica;
autorizações e concessões.
a) terras de propriedade da União que não têm afetação específica e que, portanto, são consi-
deradas disponíveis.
b) terras públicas que estão afetadas a um uso público, mas que ainda não foram arrecadadas
por ações discriminatórias.
c) terras públicas ou privadas localizadas em faixas de fronteira, reservas indígenas ou terre-
nos de marinha.
d) terras públicas ou privadas consideradas indispensáveis à defesa de fronteira e à preserva-
ção ambiental.
e) terras públicas não incorporadas a patrimônio particular e que não estejam afetadas a qual-
quer uso público.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 11 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Letra e.
Bens dominicais ou dominiais são bens de domínio privado ou bens do patrimônio disponível
que não possuem uma destinação específica. É um bem público (União, Estado, DF ou muni-
cípio) mas que não são destinados para uso da coletividade, nem vinculados a prestação de
atividades administrativas. São exemplos: os terrenos de marinha e seus acrescidos; terras
devolutas; terrenos marginais.
Estaduais
A atribuição de bem estadual é praticamente por exclusão. O que não for da União ou de
município será do Estado.
Municipais
Bens municipais não tiveram capítulo específico na CF. Pertencem aos municípios aqueles
bens em suas linhas territoriais e que não sejam de titularidade da União ou dos Estados.
Quanto à Natureza
QUANTO À
Bens de uso especial
NATUREZA
Bens dominicais/dominiais
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 12 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Bem de uso Destinados ao uso comum e geral de Ex.: rios, os mares, as estradas, ruas
comum do povo toda a comunidade. e praças.
Ex.: os edifícios ou terrenos desti-
Destinam-se à prestação dos serviços nados a serviço ou estabelecimento
Bens de administrativos. da Administração, veículos oficiais,
uso especial São bens vinculados ao exercício de prédios públicos, bibliotecas públi-
alguma atividade administrativa. cas, terras tradicionalmente ocupa-
das pelos índios.
não possuem uma destinação especí- Ex.: terrenos de marinha e seus
fica. É um bem público (União, Estado, acrescidos; terras devolutas; terre-
Bens dominicais ou dominiais
DF ou município) mas que não são nos marginais; um lote que a União
(bens de domínio privado ou bens
destinados para uso da coletividade, tenha e não está usando para nada,
do patrimônio disponível).
nem vinculados a prestação de ativi- nem é para uso da sociedade (“um
dades administrativas. terreno ocioso”).
Os bens de uso comum do povo e os de uso especial são bens públicos com destinação pú-
blica específica (afetados) e, portanto, são inalienáveis enquanto conservarem essa qualifica-
ção, na forma em que a lei dispuser. Os bens dominicais, por não terem destinação específica,
podem ser alienados respeitadas as exigências legais. No caso de bens imóveis (art. 17, I, Lei
n. 8.666/1993).
A afetação é o ato ou fato por meio do qual um bem, não vinculado a um fim específico,
passa a sofrer destinação ao fim público, se tornando bem de uso comum do povo ou de uso
especial.
A desafetação ocorre por meio de ato em que um determinado bem vinculado ao uso cole-
tivo ou ao uso especial tem suprimida essa destinação pública.
Portanto, o ato de afetação significa dar destinação pública a um bem que não tinha tal
destinação. E a desafetação é retirar a destinação pública do bem.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 13 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Inalienáveis enquanto
conservarem essa qualificação.
BENS
Sem destinação específica
DOMINICAIS
Afetação ou desafetação pode ser expressa ou tácita. Será expressa quando decorrer de lei
ou de ato administrativo. Será tácita quando resultar da atuação da Administração Pública,
porém sem manifestação expressa a respeito, ou de fato da natureza, o que pode ocorrer, por
exemplo, quando a Administração Pública determina a instalação de uma escola pública em
determinado prédio público desocupado ou quando determina a mudança dessa escola, dei-
xando o referido prédio novamente desocupado, sem nenhuma destinação, ou, ainda, quando
um terreno põe abaixo um prédio público que sediava uma Secretaria de Estado.
Tácita
Dar destinação pública
AFETAÇÃO a um bem que não
Expressa
tinha tal destinação
Tácita
Retirar a destinação
DESAFETAÇÃO Expressa
pública de um bem
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 14 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Letra b.
Segundo o Código Civil, a escola instalada em imóvel público constitui bem especial, que já
apresenta a natureza de bem afetado sem ter ocorrido nenhum ato formal ou lei para tal.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 15 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
3. Características
Impossibilidade de
Inalienabilidade
oneração
CARACTERÍSTICAS
DOS BENS PÚBLICOS
Imprescritibilidade Impenhorabilidade
3.1. Inalienabilidade
ticular para alienar seus bens (ex.: vender, doar, fazer permuta). Ele está sujeito a várias restri-
ções legais.
Quais são as condições para ocorrer a alienação? Tratando-se de bem afetado, ele precisa
ser previamente desafetado para que possa ser alienado. Isso significa que, enquanto afe-
tados, os bens públicos são absolutamente inalienáveis, ou seja, não poderá acontecer sua
transferência para terceiros. Nesse sentido, dispõe o art. 100 do Código Civil que os bens pú-
blicos de uso comum do povo e os de uso especial (bens afetados) são inalienáveis, enquanto
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. Em termos mais claros, desafe-
tados esses bens – isto é, suprimindo sua destinação – eles podem ser alienados, desde que
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 16 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
3.2. Impenhorabilidade
CPC. Trata-se de um processo de execução próprio, via precatórios, regido pelo art. 100 da
Se o Poder Público tem uma condenação judicial que lhe impõe uma obrigação de pa-
gamento e não a realiza espontaneamente, não poderá ter os seus bens penhorados. O juiz
deve fazer um precatório (espécie de “título”), apresentar ao Presidente do Tribunal e este faz
constar na lei orçamentária para que ocorra o pagamento no prazo previsto no art. 100 da CF.
O Estado deve se programar para saber quais débitos deve pagar.
3.3. Imprescritibilidade
Não podem ser adquiridos mediante usucapião (arts. 183 da CF e 102 do CC).
Usucapião é a aquisição de uma propriedade em razão de ter ficado na posse de uma pro-
priedade como se dono fosse durante o prazo previsto em lei. Com isso, a pessoa passa a ser
proprietária mediante uma declaração judicial.
Porém, uma pessoa pode ocupar bem público por 5, 10, 50 anos ou mais e não poderá ad-
quirir esse bem por usucapião.
princípio da isonomia.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 17 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
b) impede que os particulares adquiram a propriedade dos bens públicos por usucapião, in-
dependentemente do tempo de permanência no imóvel e da boa-fé da ocupação, mas não se
aplica a eventuais ocupantes que possuam natureza jurídica de direito público, pelo princípio
da reciprocidade.
c) impede a aquisição de bens públicos, independentemente de sua classificação, por usuca-
pião, o que se aplica a particulares e pessoas jurídicas de direito público e privado, mas tam-
bém se presta à proteção do patrimônio em face de qualquer instituto que venha a representar
a subtração dos poderes inerentes à propriedade pública.
d) determina que o poder público pode promover ações para ressarcimento de danos e res-
ponsabilização dos envolvidos indefinidamente, com base no ordenamento jurídico vigente, no
caso de ocupações multifamiliares irregulares, que gerem ou tenham gerado efeito favelizador
da área.
e) aplica-se reciprocamente à Administração pública e aos administrados, na medida em que
aquela também não pode regularizar suas ocupações por meio de usucapião de bens imóveis
pertencentes a pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.
Letra c.
Comentários: A proteção constitucional contra a figura da usucapião se refere a todos os bens
públicos (de uso comum, especial e dominicais), sem exceção. Uma pessoa administrava não
pode usucapir bem de outra pessoa estatal. Qualquer questão dizendo que bem público admi-
te usucapião está errada. Não importa qual o bem (natureza), de quem é o bem e qual o motivo
(assentamento rural, para pessoas de baixa renda etc.)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 18 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
cumprimento da obrigação. Assim sendo, não paga a dívida, cabe ao credor o direito de excutir
o bem dado em garantia para que, com o produto apurado em praça, seja feito o pagamento,
preferentemente e com exclusão dos outros credores, que só terão direito às sobras, se houver.
O penhor é o direito real de garantia sobre coisa móvel alheia cuja posse, no penhor co-
mum, é transferida ao credor, que fica com o direito de promover a sua venda judicial e preferir
no pagamento a outros credores, caso a dívida não seja paga no vencimento.
Então, por exemplo, grosso modo, para ficar bem claro, a União não pode pegar um emprés-
timo com um banco e dar o prédio do Ministério da Fazenda em garantia. Não pode hipotecá-
-lo, pois se não pagar a dívida, o imóvel dado será transferido ao banco.
Em resumo, os direitos reais de garantia sobre bens existentes no Código Civil não podem
incidir nos bens públicos.
d) Os bens públicos de uso especial não permitem oneração por meio de hipoteca.
Letra d.
a) Errada. Os móveis das instalações físicas destinadas à prestação do serviço delegado ex-
trajudicial de notas e registro são bens particulares destinados à prestação de serviço público.
b) Errada. São admitidas, pela legislação, algumas hipóteses em que particulares podem usu-
fruir privativamente de certo bem público, mediante remuneração ou não. A utilização do bem
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 19 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
público pelo particular deve necessariamente ser reduzida a instrumento por escrito e é precá-
ria, em regra, pois o interesse público exige prerrogativas a favor da Administração, como, por
exemplo, a faculdade de revogar uma autorização previamente concedida.
c) Errada. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, en-
quanto conservarem a sua qualificação, na forma que a Lei determinar. Além do mais, os bens
públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da Lei.
d) Certa. São características dos bens das duas modalidades integrantes do domínio público
do Estado a inalienabilidade e, como decorrência desta, a imprescritibilidade, a impenhorabilidade e
a impossibilidade de oneração. Segundo o autor Hely Lopes Meirelles, “não importa, por igual,
o fim a que se destine a garantia real. Desde que os bens públicos das entidades estatais são
O uso comum é aquele diante do qual todos podem, igualmente, utilizar o bem, dispensan-
O uso privativo de bem público consiste na utilização, em caráter exclusivo, de um bem pú-
blico pelo particular, mediante consentimento estatal prévio. Assim ocorre quando o particular
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 20 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
deseja utilizar um dos boxes em mercados municipais; colocar mesas de restaurante em via
pública; instalar bancas de revista e jornal nos calçadões e nas praças etc.
Em provas do CESPE pode aparecer uso especial como sinônimo de uso privativo.
O uso privativo de bens públicos pode ser de bens afetados (uso comum e especial) ou de
Os bens afetados podem ser utilizados pelo particular mediante autorização, permissão ou
concessão de uso.
Bens não afetados podem ser utilizados mediante locação, arrendamento, comodato, enfi-
teuse, concessão de direito real de uso.
Uso normal
Uso anormal
Locação Autorização
Arrendamento Permissão
Comodato Concessão
Enfiteuse
Concessão de direito real de uso
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 21 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
a) autorização de uso de bem público, pois é instrumento bilateral, assinado por prazo deter-
Administração.
b) concessão de uso especial para fins de moradia e investimentos, pois é esse o instrumento
unilateral e precário adequado para a preservação dos interesses do particular na amortização
dos investimentos realizados.
c) concessão de uso de bem público, a qual formaliza-se por contrato administrativo, portanto,
instrumento bilateral, não sendo precário.
d) licença de uso de bem público, instrumento unilateral, assinado por prazo determinado, não
assegurando ao licenciado direito de indenização em caso de retomada do bem pela Adminis-
tração.
e) retrocessão, por ser esse o instrumento que permite, de forma gratuita, o uso de bem pú-
blico por empresas privadas, para a exploração de atividade econômica de interesse público.
Letra c.
A concessão de uso é o contrato administrativo pelo qual a Administração Pública faculta a
terceiros a utilização privativa de bem público, para que a exerça conforme a sua destinação.
Sua natureza é a de contrato de direito público, sinalagmático, oneroso ou gratuito, comutativo
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 22 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
e realizado intuitu personae. Tendo em vista que a empresa deseja utilizar bem público, de for-
ma privativa, e realizará investimentos relevantes para a exploração da sua atividade, privada,
mas de interesse público, estaremos diante da concessão de uso.
5.1. Competência
A intervenção na propriedade é estabelecida pela CF, que dispõe, em seu art. 22, I, II e III, que
a competência para legislar sobre o direito da propriedade, desapropriação e requisição é da
União Federal. Contudo, a competência para legislar sobre as restrições e o condicionamento
ao uso da propriedade divide-se entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
A competência para legislar sobre desapropriação é da União, mas para promover a desapro-
priação, a competência é comum.
Promover a desapropriação significa efetivá-la.
EXEMPLO
Entrar com a ação judicial; pagar a indenização.
5.2. Modalidades
Conforme aponta a doutrina, a intervenção do Estado na propriedade pode admitir duas
formas básicas: a intervenção restritiva e a intervenção supressiva.
A intervenção restritiva ocorre quando o Estado impõe restrições e condicionamentos ao
uso da propriedade sem retirá-la de seu dono. São modalidades: a servidão administrativa,
a requisição, a ocupação temporária, as limitações administrativas e o tombamento.
Já a intervenção supressiva ocorre quando o Estado, utilizando o princípio da supremacia
do interesse público, transfere coercitivamente para si a propriedade de terceiro, em nome do
interesse público. A modalidade dessa intervenção é a desapropriação.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 23 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Em regra, é permanente. Pode ser extinta, por exemplo, se a coisa gravada desaparece.
O Estado utiliza bens móveis, imóveis e serviços particulares em situação de perigo público imi-
nente. Ex.: requer carro de particular para captura de quadrilha em fuga.
Fundamento constitucional: arts. 5º, XXIII, e 170, III, da CF e também o inciso XXV do art. 5º da CF.
Requisição
Se houver direito à indenização, será posterior.
Ocorre quando o Poder Público deixam alocados, em algum terreno desocupado, máquinas, equi-
Ocupação pamentos, barracões de operários etc.
temporária Pode haver indenização quando a ocupação decorre de obras e serviços vinculados a processo de
desapropriação.
São determinações de caráter geral que o Poder Público impõe a pessoas indeterminadas. Pode
consistir em obrigações positivas (imposição da limpeza de terreno), negativas (impedimento de
construir além de determinado número de pavimentos) ou permissivas (ingresso de agentes da
vigilância sanitária), para o fim de condicionar as propriedades ao atendimento da função social.
Limitação
administrativa Instituída por leis ou por atos normativos.
É a forma de intervenção na propriedade, em que o Poder Público protege o patrimônio cultural brasileiro,
com a finalidade de preservar a memória nacional. Regulamentado pelo Decreto-Lei n. 25/1937.
É possível ser desfeito, mediante manifestação do Poder Público de ofício ou em razão de solicitação do
proprietário ou de outro interessado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 24 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Errado.
Não há, como regra, direito à indenização na servidão administrativa.
Errado.
Tombamento pode atingir bens públicos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 25 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
O art. 5º, inciso XXIV, determina que a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indeniza-
ção em dinheiro, ressalvados os casos previstos na Constituição.
Portanto, são três tipos diferentes de desapropriação:
• necessidade pública;
• utilidade pública;
• interesse social.
A utilidade pública ocorre nas situações em que é conveniente a transferência do bem para
o Estado.
O art. 5º do Decreto-Lei n. 3.365/1941 apresenta algumas situações em que ocorre neces-
sidade pública: criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento regu-
lar de meios de subsistência, criação e melhoramento de centros de população, seu
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 26 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
O interesse social consiste nas situações em que mais se destaca a função social da pro-
priedade. A Lei n. 4.132/1962 determina que a desapropriação por interesse social será decre-
tada para promover a justa distribuição da propriedade ou condicionar o seu uso ao bem-estar
social.
A desapropriação por interesse social comporta três espécies:
• desapropriação por interesse social genérica;
• desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária;
• desapropriação por interesse social – desapropriação urbanística.
Genérica
DESAPROPRIAÇÃO POR
Fins de reforma agrária
INTERESSE SOCIAL
Urbanística
Bem-estar social
Denominamos desapropriação genérica, uma vez que não terá disciplina própria, ao con-
trário do que ocorre com as demais: desapropriação para fins de reforma agrária e desapro-
priação urbanística. Essa forma de desapropriação é de competência de todos os entes fede-
rativos, União, Estados, DF e Municípios.
A desapropriação de terras rurais, para fins de reforma agrária, é caso típico de interesse
social, pois busca condicionar o uso da terra à sua função social, cuja competência é exclusiva
da União.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 27 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
A desapropriação de imóveis rurais para fins de reforma agrária, que tem como fundamen-
to o interesse social, é disciplinada pelos arts. 184 a 191 da CF, pela Lei n. 8.629/1993, arts. 18
a 23 do Estatuto da Terra (Lei n. 4.504/1964), e seu procedimento judicial, regido pela Lei Com-
plementar n. 76/1993.
A desapropriação urbanística tem como pano de fundo o interesse social, de competência
dos Municípios, originada pela Constituição de 1988, em seu art. 182:
§ 4º que possui o caráter de punir o proprietário que não utiliza a propriedade urbana conforme sua
função social.
Servidão administrativa
Requisição
INTERVENÇÃO Ocupação temporária
RESTRITIVA Limitações administrativas
Tombamento
INTERVENÇÃO Desapropriação
SUPRESSIVA
Necessidade pública
Utilidade pública
Interesse social
Por sanção ou confiscatória
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 28 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
5.6. Competência
A competência para legislar sobre desapropriação é privativa da União, nos termos do
art. 22, II, da Constituição.
A competência para declarar a utilidade pública ou o interesse social do bem, visando à fu-
tura desapropriação, é da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como
de pessoas administrativas que tenham recebido essa atribuição por lei (ex.: DNIT e ANEEL).
União, Estados, DF e Municípios podem desapropriar por interesse social, mas a desapro-
priação por interesse social para fins de reforma agrária é privativa da União.
Quanto à desapropriação de imóveis urbanos não aproveitados de forma adequada
(art. 182, CF), a competência é exclusiva do Município.
A competência executória se refere à atribuição para promover efetivamente a desapro-
priação, providenciando todas as medidas e exercendo as atividades que culminarão na trans-
ferência da propriedade, é mais ampla, alcançando, além das entidades da Administração
direta e indireta, os agentes delegados do Poder Público, como os concessionários e permis-
sionários.
Competências na desapropriação:
• Para legislar: somente a União;
• Para declarar: todos os entes federativos, eventualmente, demais pessoas administra-
tivas;
• Para executar: todos os entes federativos, eventualmente, demais pessoas administra-
tivas e particulares.
Entes políticos superiores1 podem desapropriar bens de outros entes da Federação, desde
que haja autorização legislativa. Desse modo, a União pode desapropriar bens dos Estados,
1
Utilizamos a expressão superiores em destaque porque, na verdade, não há uma hierarquia propriamente dita
entre os Entes Políticos (União, Estados, DF e Municípios).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 29 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
do Distrito Federal e dos Municípios; os Estados podem desapropriar bens dos Municípios; os
bens da União não são passíveis de expropriação; os Municípios e o Distrito Federal não têm
O sujeito passivo da desapropriação é a pessoa que terá o bem expropriado. Pode ser uma
Em regra, a desapropriação pode recair sobre qualquer espécie de bem com conteúdo
patrimonial, podendo ser móvel ou imóvel, corpóreo ou incorpóreo. Admite-se que a desapro-
priação incida sobre: o espaço aéreo; o subsolo; as ações, quotas ou direitos de qualquer so-
ciedade etc.
Contudo, existem bens que não podem ser desapropriados, como a moeda corrente do
País e os chamados direitos personalíssimos, tais como a honra, a liberdade, a cidadania etc.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 30 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 31 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Caducidade:
Necessidade ou utilidade pública: cinco anos – nova declaração – um ano;
Interesse social: dois anos – nova declaração – não é possível (STF).
Ocorre quando o expropriante passa a ter a posse provisória do bem antes da finalização
da ação de desapropriação. Para tanto, deve haver declaração de urgência e depósito prévio
(art. 15 do Decreto-Lei n. 3.365/1941).
A alegação de urgência, que não poderá ser renovada, obrigará o expropriante a requerer
a imissão provisória dentro do prazo improrrogável de 120 (cento e vinte) dias. Excedido este
4
Súmula n. 23 do STF.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 32 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
prazo não será concedida a imissão provisória. A imissão provisória na posse será registrada
no registro de imóveis competente. (§§ 2º, 3º e 4º do art. 15 do Decreto-Lei n. 3.365/1941).
O expropriante tem direito subjetivo à imissão provisória, não podendo o juiz denegar o
requerimento, desde que cumpridos os pressupostos acima indicados.
O desapropriado, ainda que discorde do preço oferecido, do arbitrado ou do fixado pela
sentença, poderá levantar até 80% (oitenta por cento) do depósito feito (§ 2º, art. 33, Decreto-Lei
n. 3.365/1941). Para tanto, exige-se prova de propriedade, de quitação de dívidas fiscais que
recaiam sobre o bem expropriado, e publicação de editais, com o prazo de 10 dias, para conhe-
cimento de terceiros. Se o juiz verificar que há dúvida fundada sobre o domínio, o preço ficará
em depósito, ressalvada aos interessados a ação própria para disputá-lo (art. 34, Decreto-Lei
n. 3.365/1941).
O direito ao levantamento independe da concordância do expropriado.
5.11. Indenização
Conforme o texto constitucional, a indenização deve ser prévia, justa e em dinheiro.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 33 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
ADI n. 2.332 MC/DF. O STF suspendeu a eficácia da expressão “não podendo os honorários
ultrapassar R$ 151.000,00 (cento e cinquenta e um mil reais)” do § 1º do art. 27 do Decreto-Lei
n. 3.365, em sua nova redação, mas manteve o percentual de meio e cinco por cento.
Se no bem desapropriado haver fundo de comércio, só haverá sua inclusão no valor da in-
denização se o expropriado também for o proprietário do fundo. Se for terceiro o proprietário
do fundo de comércio, deverá promover ação autônoma contra o expropriante (art. 26,
Decreto-Lei n. 3.365/1941) (REsp n. 704.726/RS, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma,
julg. em 15/12/2005).
Como dito anteriormente, a indenização deve ser prévia, justa e em dinheiro. No entanto,
essa regra comporta exceções:
5
Certo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 34 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel
rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos
da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos,
a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
Trata-se de desapropriação incidente sobre imóveis rurais que não estejam cumprindo sua
função social. O expropriante nesta hipótese é exclusivamente a União, e a indenização será
em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de
até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro (§ 1º, art. 184, CF).
Por determinação constitucional, são isentas de impostos federais, estaduais e municipais
as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária (§ 5º,
art. 185).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 35 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
I – a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não pos-
sua outra;
II – a propriedade produtiva.
Basta que qualquer desses requisitos se verifique para que a imunidade objetiva prevista
no art. 185 da Constituição atue plenamente, em ordem a pré-excluir a possibilidade jurídica de
a União Federal valer-se do instrumento extraordinário da desapropriação-sanção.
A pequena e a média propriedades rurais podem ser desapropriadas por interesse social para
reforma agrária, se o proprietário possuir outra propriedade rural. Também podem ser desapro-
priadas por outro fundamento (necessidade, utilidade ou interesse social).
Art. 182, § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutili-
zado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Tal hipótese de desapropriação possui caráter sancionatório e pode ser aplicada ao pro-
prietário de solo urbano que não atenda à exigência de promover o adequado aproveitamento
de sua propriedade, nos termos do plano diretor do Município.
O expropriante, nessa hipótese, será o Município, segundo as regras gerais de desapropria-
ção estabelecidas em lei federal. A indenização será paga mediante títulos da dívida pública de
emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 36 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas cul-
turas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão
expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que
couber, o disposto no art. 5º. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 81, de 2014)
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e re-
verterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 81, de 2014)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 37 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Ocorre quando o patrimônio particular passa para o domínio estatal sem a observância
dos procedimentos legais. O fundamento legal para a desapropriação indireta está previsto no
art. 35 do Decreto-Lei n. 3.365/1941:
Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de
reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação,
julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos.
Desse modo, se o Poder Público veio a incorporar determinado patrimônio privado, confe-
rindo-lhe destinação pública, restará apenas a propositura de ação judicial para a fixação da
indenização.
O STJ decidiu que, após a entrada em vigor do Código Civil de 2002, é de dez anos o prazo
de prescrição aplicável nas ações de desapropriação indireta. O Tribunal entendeu que incide
nessas hipóteses o mesmo prazo previsto para o usucapião extraordinário por posse-trabalho,
previsto no parágrafo único do art. 1.238 do Código, observadas as regras de transição previs-
tas no art. 2.028 da Lei.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 38 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
5.14. Tredestinação
A tredestinação ocorre quando o Poder Público confere destinação diversa da prevista ini-
cialmente ao bem desapropriado.
A tredestinação pode ser:
• Lícita: a tredestinação continua sendo uma destinação pública;
• Ilícita: a destinação é diversa e não visa o interesse público, cabendo retrocessão (direi-
to de preferência do ex-proprietário de reaver o bem objeto de tredestinação ilícita).
5.15. Retrocessão
Trata-se do direito conferido ao expropriado de reivindicar que o bem retorne ao seu patri-
mônio, caso a Administração não dê destinação pública ao bem desapropriado.
A retrocessão surge quando há desinteresse superveniente do Poder Público pelo bem que
desapropriou.
Muitos autores veem na retrocessão direito de natureza pessoal, na medida em que o caso
será resolvido em perdas e danos. Há profunda divergência doutrinária e jurisprudencial acerca
da natureza da retrocessão, se seria de direito real ou pessoal. Nessa corrente (direito pessoal)
está José dos Santos Carvalho Filho (2009).
Para Celso Antônio Bandeira de Mello (2007), trata-se de instituto de natureza de direito
real, não se podendo negar ao ex-proprietário o direito de reaver o bem. Destaca o autor que
esse é o entendimento majoritário da jurisprudência pátria.
Uma terceira corrente também ecoa em nossa doutrina. Para os que perfilham essa dire-
ção, a retrocessão teria natureza mista (pessoa e real), pois caberia ao expropriado a ação de
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 39 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
preempção ou preferência (de natureza real) ou, se preferir, perdas e danos. Maria Sylvia (2010)
é adepta dessa teoria, porém, afirma que, com o novo Código Civil e a redação de seu art. 519,
é provável que volte a prevalecer a tese da retrocessão como direito real.
Jurisprudência
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 40 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
RESUMO
Bens de uso comum do povo: são aqueles destinados ao uso comum e geral de toda a
comunidade. Dispensam consentimento individualizado por parte da Administração para que
possam ser utilizados.
Bens de uso especial: destinam-se à prestação do serviço administrativo, tais como os
edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da Administração.
Bens dominicais: compõem o patrimônio disponível das pessoas jurídicas de direito públi-
co, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
A afetação é o ato ou fato que transfere determinado bem da categoria do domínio privado
do Estado para a natureza de bem do domínio público e, concomitantemente, a essa transfe-
rência todo o ônus dos bens desta natureza. Os bens de uso comum e os de uso especial, por
terem destinação pública específica, são considerados bens afetados.
A desafetação é o ato ou fato pelo qual um bem, antes vinculado ao uso coletivo ou ao uso
especial, tem retirada a sua destinação pública.
A afetação e a desafetação podem ser expressas ou tácitas.
Características dos bens públicos: a) Inalienabilidade: impossibilidade de transferência
para terceiros. Não é absoluta, uma vez que é possível alienar bens públicos, desde que obe-
decidas certas formalidades legais; b) Impenhorabilidade: diante de execução promovida em
desfavor daqueles que são titulares de bens públicos, o juiz não poderá determinar a penhora
dos bens da entidade; c) Imprescritibilidade: os bens públicos são insuscetíveis de usucapião;
d) Impossibilidade de oneração: sobre eles não podem incidir hipoteca, anticrese, penhor etc.
No caso de bem público imóvel, a alienação dependerá de autorização legislativa (esta
exclusivamente para os bens imóveis pertencentes às entidades estatais, às autarquias e fun-
dações públicas); de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência (Lei n.
14.133/2021, art. 76, I, alíneas “a” a “j”). Porém, os bens imóveis adquiridos mediante procedi-
mentos judiciais ou dação em pagamento podem ser alienados também por leilão. Se o bem
imóvel pertencer a empresa pública ou a sociedade de economia mista, não é necessária a
autorização legislativa. Se for bem imóvel da União, é necessária ainda a autorização do presi-
dente da República (Lei n. 9.636/1998, art. 23).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 41 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Se o bem público for móvel, a alienação dependerá tão somente de avaliação prévia e de
licitação (Lei n. 14.133/2021, art. 76, II, alíneas “a” a “f”), cuja modalidade é o leilão.
O uso normal é o que se dá de acordo com a destinação principal do bem, por exemplo, rua
aberta à circulação. Já o uso anormal é o que ocorre em desconformidade com a destinação
principal.
O uso comum é aquele diante do qual todos podem igualmente utilizar o bem, dispensando
em regra manifestação prévia do Poder Público. O uso privativo é aquele em que somente o
particular legitimado para tanto, por prévio consentimento estatal, utilizará o bem.
Uso ordinário: é aquele para o qual o terceiro não precisa de qualquer manifestação prévia
(dispensa), concomitante ou posterior para exercê-lo.
Uso extraordinário: o particular faz uso do bem com os demais membros da coletividade,
mas sujeito a restrições ao uso do bem, impostas pelo poder de polícia administrativa que se
manifesta por meio de licenças ou autorização. Trata-se de uso comum, não privativo, mas em
caráter extraordinário.
Autorização: ato administrativo unilateral, discricionário e precário, por meio do qual o Es-
tado faculta a alguém o uso privativo de bens públicos para atender a interesse predominan-
temente particular. Utilizada para o uso de “bens públicos afetados” por particular.
Permissão de uso: ato discricionário e precário em virtude do qual se possibilita a alguém o
uso privativo de bens públicos. Em regra, exige licitação. Utilizada para o uso de “bens públicos
afetados” por particular, distingue-se da autorização, porque a permissão é empregada para
atender interesse predominantemente público.
Concessão de uso: contrato administrativo por meio do qual a Administração Pública, por
prazo determinado, faculta a terceiro interessado o uso privativo de determinado bem público
conforme sua destinação. Utilizada para o uso de “bens públicos afetados” por particular.
Uso de “bens públicos não afetados” por particular: locação, arrendamento, enfiteuse ou
aforamento, cessão de uso (cessão de uso não se confunde com a concessão de uso. Con-
cessão de uso em regra é um contrato oneroso. A cessão de uso é um contrato gratuito, salvo
quando destinada à execução de empreendimento de fim lucrativo, hipótese em que será one-
rosa e, sempre que houver condições de competitividade, deverão ser observados os procedi-
mentos licitatórios previstos em lei). Concessão de direito real de uso distingue-se da conces-
são de uso, por ser este contrato de natureza pessoal.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 42 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Terrenos de marinha e seus acrescidos: são todos aqueles que, banhados pelas águas do
mar ou dos rios e lagoas navegáveis (estes últimos, exclusivamente, se sofrerem a influência
das marés, porque senão serão terrenos reservados), vão até a distância de 33 metros para a
parte da terra contados da linha do preamar médio, medida em 1831 (este ponto refere-se ao
estado do lugar no tempo da execução do art. 15, § 4°, da Lei de 15 de novembro de 1831).
Terrenos reservados e seus acrescidos: são terrenos reservados (também chamados de
terrenos marginais) os que, banhados pelas correntes navegáveis, fora do alcance das marés,
vão até a distância de 15 metros, medidos horizontalmente para a parte da terra, contados
desde a linha média das enchentes ordinárias, também medida em 1831.
Terras tradicionalmente ocupadas pelos índios: são as por eles habitadas em caráter per-
manente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos
recursos ambientais necessários ao seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e
cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. Essas terras pertencem à União e são bens
de USO ESPECIAL.
Faixa de fronteira: área de 150 km de largura, paralela à linha divisória terrestre do território
nacional, considerada indispensável à segurança nacional.
Terras devolutas: as terras devolutas pertencem, em regra, desde a Constituição de 1891
(art. 64), aos ESTADOS-MEMBROS, excetuando-se aquelas indispensáveis à defesa das fron-
teiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preser-
vação ambiental, que são de propriedade da União (CF/88, art. 20, II). São bens DOMINICAIS.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 43 de 84
MAPA MENTAL
Federais Art. 20, CF
Quanto à titularidade Estaduais Art. 26, CF
Municipais
CLASSIFICAÇÃO
www.grancursosonline.com.br 44 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CESPE/2017/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR MUNICIPAL)
A respeito de bens públicos e responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item.
Situação hipotética: a associação de moradores de determinado bairro de uma capital brasi-
leira decidiu realizar os bailes de carnaval em uma praça pública da cidade. Nessa situação,
a referida associação poderá fazer uso da praça pública, independentemente de autorização,
mediante prévio aviso à autoridade competente.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 45 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
a) concessão de uso.
b) cessão de uso.
c) autorização de uso.
d) concessão de direito real de uso.
e) permissão de uso.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 46 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
É possível usucapir imóvel rural administrado pela Companhia Imobiliária de Brasília (TERRA-
CAP).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 47 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
público, independentemente de sua finalidade e do fato de esses bens estarem ou não afeta-
dos à prestação de serviço público.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 48 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
c) possui regime jurídico de direito público, aplicando-se, a essa modalidade de bem, institutos
regidos pelo direito privado.
d) possui regime jurídico de direito privado, portanto, passível de alienação.
e) está fora do comércio jurídico do direito privado, ainda que não mantenha essa afetação
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 49 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 50 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
e) concessão de uso com dispensa de licitação, tendo em vista que os atos e contratos que
autorizam o uso privativo de bens públicos prescindem de licitação.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 51 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
b) impede que os particulares adquiram a propriedade dos bens públicos por usucapião, in-
dependentemente do tempo de permanência no imóvel e da boa-fé da ocupação, mas não se
aplica a eventuais ocupantes que possuam natureza jurídica de direito público, pelo princípio
da reciprocidade.
c) impede a aquisição de bens públicos, independentemente de sua classificação, por usuca-
pião, o que se aplica a particulares e pessoas jurídicas de direito público e privado, mas tam-
bém se presta à proteção do patrimônio em face de qualquer instituto que venha a representar
a subtração dos poderes inerentes à propriedade pública.
d) determina que o poder público pode promover ações para ressarcimento de danos e res-
ponsabilização dos envolvidos indefinidamente, com base no ordenamento jurídico vigente, no
caso de ocupações multifamiliares irregulares, que gerem ou tenham gerado efeito favelizador
da área.
e) aplica-se reciprocamente à Administração pública e aos administrados, na medida em que
aquela também não pode regularizar suas ocupações por meio de usucapião de bens imóveis
pertencentes a pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 52 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 53 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
c) a empresa pública pode ocupar temporariamente o terreno, tendo em vista que é conces-
sionária de serviço público e, como tal, lhe foram delegados poderes inclusive para desapro-
priação, por meio da lei que rege as concessões públicas e do respectivo contrato firmado
com o titular do serviço.
d) a empresa pública deve desapropriar o imóvel, tendo em vista que é concessionária de
serviço público e, como tal, lhe foram delegados os poderes para tanto.
e) o Estado pode alienar onerosamente o imóvel para a empresa pública, independentemente
de autorização legal e dispensada a licitação, tendo em vista que se trata de negócio jurídico
firmado entre entes integrantes da Administração pública de qualquer esfera da Federação.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 54 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
e) aos bens públicos afetados formal ou informalmente a uma atividade de interesse público,
não se admitindo a compatibilização com usos voltados a interesses de natureza privada, em
razão da diversidade de regimes jurídicos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 55 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 56 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
região com grande fluxo de pessoas e de fácil acesso. Pretende, dessa forma, incentivar a
prática da sustentabilidade e da preservação do meio ambiente. Idealizou, assim, no espaço
destinado a atividades culturais do parque, a instalação de boxes de mesma dimensão. O Mi-
nistério Público instaurou inquérito civil para apurar o fato de o projeto ter sido idealizado em
um bem de uso comum do povo. Correta orientação jurídica é aquela que
a) opina pela ilegalidade do projeto municipal, tendo em vista que o uso privativo de bens públi-
cos está restrito às categorias de bens dominicais e bens de uso especial, sendo inviável, ainda
que por meio de licitação, restringir o uso de um bem de uso comum do povo.
b) se manifesta pela viabilidade do projeto, desde que o espaço destinado a essa finalidade
seja compatível com a finalidade principal do bem de uso comum do povo, podendo a outorga
de uso se dar por meio de permissão de uso precedida de licitação, diante da possibilidade de
competição entre diversos interessados.
c) opina pelo uso pretendido, desde que por meio de concessão de uso, em razão da finalidade
da outorga, qual seja, preservação do meio ambiente, ser preponderante em relação ao bem de
uso comum do povo.
d) recomenda o prosseguimento do projeto, com a outorga, mediante dispensa de licitação, de
contrato de permissão de uso com prazo indeterminado, que pode ser revogado a qualquer mo-
mento, garantido o livre acesso ao bem de uso comum do povo.
e) veda o projeto apenas e tão somente em razão da finalidade do uso privativo permitir retorno
financeiro aos utentes, característica que somente pode estar presente quando não se tratar
de bem de uso comum do povo, pois é premissa legal a gratuidade da frequência a bens públi-
cos dessa natureza.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 57 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
GABARITO
1. E 28. c
2. a 29. b
3. C 30. b
4. a 31. b
5. e 32. d
6. C 33. e
7. E 34. c
8. C 35. e
9. E 36. b
10. E 37. d
11. C
12. E
13. E
14. C
15. E
16. c
17. E
18. C
19. a
20. d
21. c
22. e
23. a
24. d
25. a
26. c
27. a
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 58 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CESPE/2017/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR MUNICIPAL)
A respeito de bens públicos e responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item.
Situação hipotética: a associação de moradores de determinado bairro de uma capital brasi-
leira decidiu realizar os bailes de carnaval em uma praça pública da cidade. Nessa situação,
a referida associação poderá fazer uso da praça pública, independentemente de autorização,
mediante prévio aviso à autoridade competente.
Errado.
Para fazer uso da praça (bem público), tem que ter a autorização do Estado.
Letra a.
Nada impede que nessas ilhas tenham bens de particulares.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 59 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Certo.
Entidades da Administração Pública podem fazer permuta (troca) de bens entre si.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 60 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Nessa situação, de acordo com a doutrina pertinente, o instituto legalmente adequado para se
disponibilizar o uso privativo do bem público por particular é a
a) concessão de uso.
b) cessão de uso.
c) autorização de uso.
d) concessão de direito real de uso.
e) permissão de uso.
Letra a.
Por ser CONTRATO, será concessão de uso. Não é o caso de concessão de direito real de uso,
pois esse contrato tem fim de fazer regularização fundiária (que não é o caso da questão).
Letra e.
Art. 17 da Lei n. 8.666/1993.
a) Errada. Trata-se de caso de licitação DISPENSADA, art. 17 da Lei n. 8.666/1993.
b) Errada. Os bens dominicais, se preenchidas as condições legais, podem ser alienados.
c) Errada. Estando desafetados, podem ser alienados.
d) Errada. Para alienar imóvel, deve haver autorização legislativa, avaliação prévia e licitação
pela modalidade concorrência.
Para alienar bem móvel, deve haver avaliação prévia e licitação.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 61 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Certo.
São bens que não têm destinação pública específica, lembrando que são bens pertencentes à
União.
Errado.
Bem dominical é aquele que não tem destinação pública específica.
Certo.
Esse ato administrativo pode ser autorização (se for para atender interesse do usuário) ou per-
missão (se for para atender interesse da coletividade).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 62 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Errado.
Apesar de a TERRACAP (empresa pública distrital) não cuidar da prestação de serviços públi-
cos, o STJ entende que os seus bens não podem ser penhorados.
Ementa: DIREITO CIVIL. IMÓVEIS PERTENCENTES À TERRACAP. BENS PÚBLICOS. USUCA-
PIÃO. IMPOSSIBILIDADE. “Os imóveis administrados pela Companhia Imobiliária de Brasília
(Terracap) são públicos, sendo insuscetíveis de usucapião” (EREsp n. 695.928/JOSÉ DELGA-
DO)
STJ – EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO RECURSO ESPECIAL EREsp n. 695928 DF
2005/0052227-8 (STJ)
Data de publicação: 18/12/2006
Ementa: ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. IMÓVEIS PERTENCENTES À TER-
RACAP. BENS PÚBLICOS. USUCAPIÃO. 1. Tratam os autos de embargos de divergência apre-
sentados por Maria Lúcia Pereira dos Santos em face de acórdão proferido em sede de recurso
especial que exarou entendimento no sentido de que, embora a TERRACAP possua natureza
jurídica privada, gere bens públicos pertencentes ao Distrito Federal, impassíveis de usuca-
pião. Colaciona a embargante julgados oriundos desta Casa em sentido oposto, onde se ex-
terna o posicionamento de que os imóveis da TERRACAP integram-se na categoria de bens
particulares. 2. Os imóveis administrados pela Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap)
são públicos, sendo insuscetíveis de usucapião. 3. Embargos de divergência não provido.
STJ – AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL AgRg no REsp 896662 DF 2006/0232792-
8 (STJ)
Data de publicação: 17/09/2007
Ementa: Direito civil. Recurso especial. Usucapião. Imóveis pertencentes à Terracap. Bens pú-
blicos. Consonância do acórdão recorrido com a mais recente jurisprudência do STJ. A matéria
jurídica trazida a debate foi pacificada recentemente pela Corte Especial do STJ, ao conferir
aos imóveis administrados pela Terracap condição de terra pública, o que os torna insuscetí-
veis de usucapião (EREsp n. 695.928/DF, Rel. Min. José Delgado, DJ de 18/12/2006). A deci-
são agravada, portanto, segue a mais nova linha de orientação estabelecida pelo STJ a respeito
do tema jurídico, o que mantém irretocável o julgado. Agravo no recurso especial não provido.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 63 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Errado.
O uso privativo de bem público pode ser conferido a pessoas físicas ou jurídicas.
Certo.
Olha só! Questão idêntica à 1!!!
O Estado pode, sim, adquirir bem do particular por usucapião. O contrário é que não é possível.
Mas, no caso da questão, houve uma desapropriação indireta, pois o Estado fez uma obra
pública do local e se apossou de uma terra sem observar os procedimentos legais da desapro-
priação (isso é desapropriação indireta). Ocorre que esta, com o passar do tempo, configura
usucapião. Tanto é que o prazo prescricional para se pleitear indenização por desapropriação
indireta é aquele previsto para usucapião extraordinário (REsp n. 1300442/SC), pois ultrapas-
sado este o Estado regulariza a posse do bem pelo usucapião.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 64 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Errado.
Todos os bens podem mudar de categoria. Assim, poderia a praça (bem de uso comum) se
tornar bem de uso especial.
Certo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 65 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Errado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 66 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Letra c.
São consideradas bens dominicais.
a) Errada. Os bens dominicais podem, se preenchidas as condições legais, ser alienados.
b) Errada. Será nos termos da Lei.
Art. 20, § 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de
petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros
recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica
exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 67 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Errado.
Se afetados aos serviços públicos, são considerados bens de USO ESPECIAL.
Letra a.
a) Certa. Nada impede que particulares usem bem de uso especial desde que não prejudique
sua finalidade essencial.
b) Errada. Estradas e praças são bens de uso comum do povo.
c) Errada. Aplicam-se as regras do direito público (impenhorabilidade, imprescritibilidade, ina-
lienabilidade, não onerabilidade)
d) Errada. Seguem as regras de direito público. Não podem ser alienados.
e) Errada. Se for desafetado, torna-se em dominical, passível, assim, de alienação se preencher
as condições que a lei exige.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 68 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Letra d.
Essa é uma questão muito excepcional. Veja a seguinte legislação:
MP n. 2.220/2001, Art. 1º Aquele que, até 22 de dezembro de 2016, possuiu como seu, por cinco
anos, ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e cinquenta metros quadrados de imóvel
público situado em área com características e finalidade urbana, e que o utilize para sua moradia
ou de sua família, tem o direito à concessão de uso especial para fins de moradia em relação ao
bem objeto da posse, desde que não seja proprietário ou concessionário, a qualquer título, de outro
imóvel urbano ou rural. (Redação dada pela Medida Provisória n. 759, de 2016)
Trata-se de uma legislação que criou esse direito de concessão de direito real de uso.
Fique tranquilo(a), isso só cairá no seu concurso se porventura o edital pedir (muito raro).
Resolvi manter essa questão na nossa lista só para você saber que existe essa hipótese na
legislação.
Vamos em frente.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 69 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Letra c.
a) Errada. Nada impede de o Estado conceder uso de bens de uso especial aos particulares.
b) Errada. Essa questão não está totalmente errada. Com efeito, trata-se de um caso de desa-
fetação.
Mas o conceito de desafetação significa quando um bem muda sua categoria, que não é ape-
nas nesse caso.
c) Certa.
Lei n. 8.666/1993, Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência
de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguin-
tes normas:
I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e en-
tidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá
de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes
casos:
d) investidura;
§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
I – a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra
pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avalia-
ção e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinquenta por cento) do valor constante da alínea “a”
do inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 70 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
II – a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis
para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que con-
siderados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens
reversíveis ao final da concessão. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 16. Ficam a União, seus fundos especiais, suas autarquias, suas fundações públicas e suas em-
presas estatais dependentes autorizadas a participar, no limite global de R$ 6.000.000.000,00 (seis
bilhões de reais), em Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas – FGP que terá por finalidade
prestar garantia de pagamento de obrigações pecuniárias assumidas pelos parceiros públicos fe-
derais, distritais, estaduais ou municipais em virtude das parcerias de que trata esta Lei. (Redação
dada pela Lei n. 12.766, de 2012)
§ 1º O FGP terá natureza privada e patrimônio próprio separado do patrimônio dos cotistas, e será
sujeito a direitos e obrigações próprios.
Mais uma questão bem fora do padrão, mas veja que é um concurso para procurador que exige
muito conhecimento de Direito Administrativo.
e) Errada. Os bens das duas empresas estatais são Privados. Mas...
Os bens das empresas públicas ou sociedades de economia mista prestadoras de serviço público
e que estejam afetados a essa finalidade são considerados bens públicos. Já os bens das estatais
exploradoras de atividade econômica são bens privados, pois, atuando nessa qualidade, sujeitam-se
ao regramento previsto no art. 173, da Carta Magna, que determina, em seu § 1º, II, a submissão ao
regime jurídico próprio das empresas privadas. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO, EM PARTE, PELA
DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL, MAS IMPROVIDO. (REsp 37.906/ES).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 71 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Letra e.
Nenhum bem público pode ser objeto de usucapião. Sem exceção.
Letra a.
Quando uma entidade privada, sem fins lucrativas, se qualifica como organização social, pode
receber bens públicos mediante permissão de uso. É o que prevê a Lei n. 9.637/1998:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 72 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Art. 12. Às organizações sociais poderão ser destinados recursos orçamentários e bens públicos
necessários ao cumprimento do contrato de gestão.
§ 3º Os bens de que trata este artigo serão destinados às organizações sociais, dispensada licita-
ção, mediante permissão de uso, consoante cláusula expressa do contrato de gestão.
Letra d.
a) Errada. A questão trocou os conceitos. Os bens de uso comum e especial são considerados
de domínio público e os dominicais é que são considerados de domínio privado.
b) Errada. Terras devolutas também são inalienáveis.
c) Errada. O conceito que a questão apresentou para bem de uso comum não está correto. Ser
um bem de uso comum não tem a ver com a forma de aquisição, mas, sim, com sua destina-
ção.
d) Certa. Os bens dominicais podem ser alienados se preencherem as condições legais.
e) Errada. Todos os bens públicos podem ser utilizados pelos particulares.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 73 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Letra a.
Os terrenos de marinha, segundo o art. 20 da CF/1988, pertencem à União. O regime de enfi-
teuse ou aforamento é o título jurídico que permite o particular fazer uso desses bens, pagando
um valor que se denomina foro ou laudêmio.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 74 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Letra c.
A proteção constitucional contra a figura da usucapião se refere a todos os bens públicos (de
uso comum, especial e dominicais), sem exceção. Uma pessoa administrava não pode usuca-
pir bem de outra pessoa estatal. Qualquer questão dizendo que bem público admite usucapião
está errada. Não importa qual o bem (natureza), de quem é o bem e qual o motivo (assenta-
mento rural, para pessoas de baixa renda etc.)
Letra a.
a) Certa. Sendo bens de uso comum ou especial, não podem ser alienados.
b) Errada. A questão trocou. Se for bem dominical e preencher as condições que a lei prevê,
poderá ser alienado.
c) Errada. Todos os bens públicos são impenhoráveis.
d) Errada. Todos os bens podem mudar de categoria. Um bem dominical (desafetado) pode se
tornar bem de uso comum ou especial (desafetado).
e) Errada. Podem ser utilizados em caráter não precário também, por exemplo, quando o uso
for concedido mediante concessão de uso.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 75 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Letra c.
A CF/1988 estabelece que nenhum bem público pode ser adquirido por usucapião.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados,
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Código Civil, Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 76 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
e, em razão de sua natureza jurídica de direito privado, não se submete ao regime da Lei n.
8.666/1993.
b) o Estado pode outorgar permissão de uso onerosa em favor da empresa pública e, como
contrapartida, estabelecer obrigação de fazer de modo que, ao invés de remuneração em espécie, a
permissionária fique responsável pela guarda e vigilância dos demais terrenos de titularidade
do Estado, o que representaria melhor custo-benefício do que a mera precificação do uso.
c) a empresa pública pode ocupar temporariamente o terreno, tendo em vista que é concessio-
nária de serviço público e, como tal, lhe foram delegados poderes inclusive para desapropria-
ção, por meio da lei que rege as concessões públicas e do respectivo contrato firmado com o
titular do serviço.
d) a empresa pública deve desapropriar o imóvel, tendo em vista que é concessionária de
serviço público e, como tal, lhe foram delegados os poderes para tanto.
e) o Estado pode alienar onerosamente o imóvel para a empresa pública, independentemente
de autorização legal e dispensada a licitação, tendo em vista que se trata de negócio jurídico
firmado entre entes integrantes da Administração pública de qualquer esfera da Federação.
Letra b.
a) Errada. O estado poderia até locar o imóvel, mas deveria observar o valor de mercado.
b) Certa. É a melhor opção entre as demais. Trata-se de contrapartida da empresa no lugar de
remuneração.
c) Errada. A empresa estatal concessionária não recebe poderes para declarar a desapropria-
ção. Quanto mais de entidades públicas.
d) Errada. A empresa estatal concessionária não recebe poderes para declarar a desapropria-
ção. Quanto mais de entidades públicas.
e) Errada. Se o Estado quisesse alienar o imóvel, deveria ter autorização legislativa (art. 17 da
Lei n. 8.666/1993).
tivo de Bem Público por Particular, assevera que “os bens públicos devem ser disponibilizados de
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 77 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
tal forma que permitam proporcionar o máximo de benefícios à coletividade, podendo desdo-
brar-se em tantas modalidades de uso quantas foram compatíveis com a destinação e conser-
vação do bem”.
Esse entendimento dirige-se
a) aos bens públicos da categoria de uso especial e aos dominicais, posto que os bens de uso
comum do povo já tem destinação intrínseca à sua natureza, não admitindo diversificações,
sob pena de ilegalidade.
b) a todos os bens públicos, importando a compatibilidade dos usos possíveis com a vocação
e utilização precípua de cada um dos bens, admitindo-se diversas modalidades de instrumen-
tos jurídicos relacionados ao mesmo substrato material.
c) aos bens de uso especial, posto que é essa categoria de bens que serve à coletivida-
de, abrigando serviços ou utilidades públicas, diversamente dos bens dominicais, que se
prestam ao atendimento de finalidades de interesses privados e dos bens de uso comum
do povo, que são de uso difuso e irrestrito a todos.
d) aos bens dominicais, que são os bens públicos sem destinação e, portanto, sujeitos ao re-
gime jurídico de direito privado, admitindo usos distintos daqueles precipuamente destinados
ao atendimento do interesse público.
e) aos bens públicos afetados formal ou informalmente a uma atividade de interesse público,
não se admitindo a compatibilização com usos voltados a interesses de natureza privada, em
razão da diversidade de regimes jurídicos.
Letra b.
a) Errada. Tais características são atribuídas a todos os bens públicos (dominicais, uso espe-
cial e uso comum).
b) Certa. O uso dos bens públicos deve ser disponibilizado de tal forma que permita proporcio-
nar o máximo de benefícios à coletividade.
c) Errada. Tais características são atribuídas a todos os bens públicos (dominicais, uso espe-
cial e uso comum).
d) Errada. Tais características são atribuídas a todos os bens públicos (dominicais, uso espe-
cial e uso comum).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 78 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
e) Errada. Mesmo que estejam afetados, os bens públicos podem ser usados por particulares,
desde que não prejudiquem o interesse coletivo.
Letra b.
Bens de uso especial são aqueles destinados à prestação dos serviços administrativos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 79 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
Letra d.
I. Errado. Com a desafetação, o bem não é incorporado ao domínio privado, quanto mais do
administrado. A desafetação é o bem mudar de categoria (uso comum ou especial para bem
dominical), continuando o bem a ser público.
III. Errado. Todos os bens podem mudar de categoria, inclusive bem de uso comum pode ser
desafetado.
Letra e.
a) Errada. Sendo um território criado, será pessoa jurídica de direito público, portanto, os
seus bens serão públicos.
b) Errada. Por ser a autarquia pessoa de direito público, os seus bens são considerados
públicos.
c) Errada. Bem de sociedade de economia mista é bem privado.
d) Errada. Por ser a autarquia pessoa de direito público, os seus bens são considerados
públicos.
e) Certa. As associações públicas são entidades que surgem para administrar um consórcio
público, que é a reunião de entes da Federação. Segundo o Código Civil, as associações públi-
cas terão natureza de autarquia, assim seus bens serão considerados públicos. Já os bens das
empresas públicas são considerados privados.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 80 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
do Bairro das Flores. Após 20 anos no mesmo local, o Município entendeu que a banca de
Asdrúbal atrapalhava o trânsito, tendo em vista o crescimento do comércio no bairro. Para
retirar a banca de Asdrúbal, o Município deve
a) revogar a permissão de uso de bem público, concedendo a Asdrúbal direito à indenização.
b) anular a permissão de uso de bem público, não tendo Asdrúbal direito à indenização.
c) revogar a permissão de uso de bem público, não tendo Asdrúbal direito à indenização.
d) anular a permissão de uso de bem público, concedendo a Asdrúbal direito à indenização.
e) proceder à cassação da permissão de uso de bem público, realizando uma apuração de
haveres para certificar-se de que Asdrúbal terá direito à indenização.
Letra c.
Por ser a permissão um ato administrativo precário, pode ser revogado a qualquer momento,
sem direito à indenização.
Letra e.
I. Certo. Para serem alienados, os bens públicos, imóveis, dependerão de autorização legis-
lativa.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 81 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
II. Errado. Imprescritibilidade significa que não podem ser adquiridos por usucapião.
III. Errado. Bens dominicais são aqueles que não estão afetados à finalidade pública.
IV. Errado. Os bens públicos, seja qual for a sua categoria, não estão sujeitos à penhora.
Letra b.
O fato de ser um bem de uso comum não impede que algumas áreas possam ser usadas em
caráter exclusivo pelo particular. No caso da questão, mediante permissão de uso, pois o uso
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 82 de 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino
é destinado a interesse da coletividade. E, havendo vários interessados, deve ser feita a lici-
tação.
Todos os bens públicos podem ser usados em caráter exclusivo pelos particulares, mediante
autorização, permissão ou concessão de uso.
Letra d.
a) Errada. Sendo os bens das empresas estatais, não estão protegidos quanto à impenhora-
bilidade.
b) Errada. Todos os bens das fundações são considerados bens públicos.
c) Errada. Se for afetado à prestação de serviço público, os bens das estatais poderão ser
penhorados.
d) Certa. Sendo os bens das autarquias públicos, não podem ser penhorados.
e) Errada. As pessoas políticas são a União, os estados, o DF e os municípios. Seus bens são
considerados bens públicos, assim, não podem ser penhorados.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 83 de 84
Gustavo Scatolino
Atualmente é procurador da Fazenda Nacional. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito
Administrativo e Processo Administrativo. Ex-assessor de ministro do STJ. Aprovado em vários concursos
públicos, dentre eles, analista judiciário do STJ, exercendo essa função durante cinco anos, e procurador
do Estado do Espírito Santo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.