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DIREITO

ADMINISTRATIVO
Bens Públicos

Livro Eletrônico
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bens Públicos
Gustavo Scatolino

Apresentação..................................................................................................................4
Bens Públicos..................................................................................................................5
1. Conceito.......................................................................................................................5
2. Classificação...............................................................................................................6
3. Características.......................................................................................................... 16
3.1. Inalienabilidade....................................................................................................... 16
3.2. Impenhorabilidade. ..................................................................................................17
3.3. Imprescritibilidade..................................................................................................17
3.4. Impossibilidade de Oneração.................................................................................. 18
4. Uso de Bens Públicos por Particular........................................................................ 20
4.1. Normal e Anormal................................................................................................. 20
4.2. Comum e Privativo................................................................................................ 20
5. Intervenção do Estado na Propriedade......................................................................23
5.1. Competência...........................................................................................................23
5.2. Modalidades...........................................................................................................23
5.3. Intervenção Restritiva............................................................................................24
5.4. Intervenção Supressiva: Desapropriação...............................................................25
5.5. Desapropriação por Sanção ou Confiscatória........................................................ 28
5.6. Competência..........................................................................................................29
5.7. Sujeitos Ativos da Desapropriação.........................................................................29
5.8. Sujeitos Passivos da Desapropriação.................................................................... 30
5.9. Bens Desapropriáveis. ........................................................................................... 30
5.10. Procedimento de Desapropriação......................................................................... 31
5.11. Indenização. ...........................................................................................................33

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5.12. Espécies de Desapropriação.................................................................................35


5.13. Direito de Extensão. ..............................................................................................39
5.14. Tredestinação.......................................................................................................39
5.15. Retrocessão. .........................................................................................................39
Resumo......................................................................................................................... 41
Mapa Mental..................................................................................................................44
Questões de Concurso...................................................................................................45
Gabarito....................................................................................................................... 58
Gabarito Comentado. .....................................................................................................59

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Apresentação
Olá, amigo(a)!
Hoje vamos ver um dos temas mais fáceis do Direito Administrativo.
É um tema que gosto bastante. Não é uma aula maçante!
Não temos muitos artigos de lei para analisar, nem tanta jurisprudência, igual a outros te-
mas.
Vamos ver alguns conceitos doutrinários. Isso é o mais importante.
É importante saber também o conceito de bens públicos e seu regime jurídico, bem como
quais são os bens que pertencem à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios.
Vamos juntos!

“ACREDITAR é essencial
Mas ter ATITUDE
é o que faz a DIFERENÇA.”

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BENS PÚBLICOS
1. Conceito
O que é um bem público? E qual a importância de saber a quem pertence o bem? É consi-
derado bem público ou de particular?
A importância está no regime jurídico a que o bem estará sujeito, pois se for considerado
bem público terá um regime especial.
Se você, por exemplo, bate seu carro em outro e não quer pagar o prejuízo, o dono do outro
carro poderá entrar com uma ação judicial. Uma vez que ganhe o processo, o juiz iniciará a
fase de cumprimento da sentença (“execução”); se não houver pagamento espontâneo, poderá
haver determinação de penhora de um bem que é seu para pagar o valor da condenação. Essa
penhora é uma espécie de “venda forçada” de um bem seu por ordem judicial. Já que há recusa
em cumprir a sentença, pode-se chegar a esse ponto.
De outro modo, se você tem um terreno e permite que alguém o ocupe durante um prazo, esse
terceiro poderá adquirir o bem pela usucapião, passando a ser o dono do terreno que era seu.
Se você quiser pegar um bem seu (casa ou carro) e dar como garantia de dívida junto ao
banco, poderá também.
No entanto, nada disso poderá acontecer com os bens públicos. Não há penhora, não há
usucapião e não podem ser dados em garantia de dívida.
Viu a importância de saber se o bem é público ou não? Mas, então, o que vem a ser bem
público?
Temos dois conceitos: da lei e da doutrina.
O Código Civil de 2002 apresenta o seguinte conceito:

Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito pú-
blico interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.

Para a doutrina, bem público são todos os bens vinculados à prestação de um serviço pú-
blico, seja o bem pertencente à pessoa de direito público ou privado.
Dessa forma, devemos fazer a observação de que o ordenamento jurídico brasileiro fixou
um conceito mais restrito, considerando bens públicos somente aqueles pertencentes às pessoas

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jurídicas de direito público, quais sejam: a União, os Estados, o DF, os Territórios, os Municípios
e suas respectivas autarquias e fundações de direito público.
Para a doutrina, o conceito é abrangente e se refere à destinação do bem. Se é destinado
à prestação de serviço público, o bem é público e estará sujeito ao regime jurídico especial.
Para concursos, na dúvida, a melhor opção é seguir o texto da lei. Porém, o conceito dado pela
doutrina também pode ser considerado correto, quando não confrontado com o conceito legal.

2. Classificação

Assim como vimos em outras matérias, por questão didática, é comum fazermos a classi-
ficação, isto é, a divisão sistemática do assunto.
Vamos lá!

Quanto à Titularidade

Federais (art. 20, CF)

QUANTO À
Estaduais (art. 26, CF)
TITULARIDADE

Municipais

Federais (da União) – Art. 20 da CF

I – os que atualmente lhe pertencem Significa que é um rol exemplificativo. União pode adquirir outros bens.
e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II – as terras devolutas indispensá- As terras devolutas, em regra, pertencem aos Estados. Somente estas
veis à defesa das fronteiras, das forti- previstas no art. 20 da CF são de titularidade da União.
ficações e construções militares, das Terra devoluta significa devolvida. Com a proclamação da República e o
vias federais de comunicação e à pre- modelo federativo, as terras da coroa portuguesa que não tiveram desti-
servação ambiental, definidas em lei; nação foram atribuídas, como regra, aos Estados.

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III – os lagos, rios e quaisquer cor- Lagos, rios e correntes de água (regras):
rentes de água em terrenos de seu – Banha mais de um Estado: é da União;
domínio, ou que banhem mais de um – Faz limite com outro país: é da União;
Estado, sirvam de limites com outros – Vai para outro país: é da União;
países, ou se estendam a território – Vem de outro país: é da União.
estrangeiro ou dele provenham, bem Praias fluviais: começa na área coberta e descoberta regularmente
como os terrenos marginais e as pelas águas do rio, e termina no limite com a vegetação natural ou no
praias fluviais; ponto em que há alteração do ecossistema. Praia fluvial de rio federal
pertence à União.
Terrenos marginais: porção de terra banhada pelas correntes nave-
gáveis, fora do alcance da influência das marés, que se estende até
a distância de 15 metros, medidos horizontalmente para a parte da
terra, contados a partir da Linha Média das Enchentes Ordinárias
(LMEO).
Se o rio é federal, as praias fluviais e os terrenos marginais pertencem
à União.

Terreno marginal ou reservado, que não se confunde com terreno de marinha, são os que
estão às margens dos rios. Vamos visualizar uma imagem para facilitar a compreensão:
• Em vermelho: linha média das enchentes ordinárias;
• Em amarelo: os terrenos marginais;

Em verde: o limite dos terrenos marginais. A partir da linha verde são terrenos particulares.
Se o rio é federal, sua praia e terrenos marginais pertencem à União.

Súmula n. 479, STF


As margens dos rios navegáveis são de domínio público, insuscetíveis de expropriação e,
por isso mesmo, excluídas de indenização.

Assim, o dono da propriedade não recebe indenização pela parcela correspondente ao ter-
reno marginal, pois pertencem ao Poder Público.
Praia fluvial é praia de rio. Praia é toda porção de terra, após a margem do rio, até o início
da vegetação.

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Veja, a seguir, uma linda praia fluvial:

IV – as ilhas fluviais e lacustres nas – ilhas fluviais (situadas em rios) e as ilhas lacustres (situadas em
zonas limítrofes com outros países; as lagos), quando estiverem nas zonas limítrofes com outros países,
praias marítimas; as ilhas oceânicas e pertencem à União. Fora dessa regra, as demais ilhas (fluviais e lacus-
as costeiras, excluídas, destas, as que tres) pertencem aos Estados (art. 26, III, CF);
contenham a sede de Municípios, – ilhas oceânicas (alto-mar) e costeiras (próximas ao continente),
exceto aquelas áreas afetadas ao ser- salvo as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas
viço público e a unidade ambiental fede- áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal
ral, e as referidas no art. 26, II; – praias marítimas: são da União.
Observação: mesmo nas ilhas oceânicas que tenham sede de muni-
cípio, as praias e terrenos de marinha são de propriedade da União.

Perceba que todas as PRAIAS MARÍTIMAS são da União. Não importa onde estejam.
Já as ilhas fluviais e lacustres serão da União se fizerem limites com outros países.

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Quanto às ilhas OCEÂNICAS e COSTEIRAS, via de regra, pertencem à União, salvo se a


ilha COSTEIRA for sede de município e, mesmo assim, nessa ilha de município, tendo área de
serviço público federal ou de preservação ambiental federal, continuará sendo da União. Por
exemplo, a ilha costeira de Florianópolis é sede de município. Então não é da União.
Porém, havendo, por exemplo, um parque nacional ou hospital/universidade federal nessa
ilha, o terreno continua de propriedade da União.
Veja, também, que as praias dessa ilha são da União, pois todas as praias marítimas são
de propriedade federal.

V – os recursos naturais da pla- – A plataforma continental do Brasil compreende o leito e o subsolo das
taforma continental e da zona áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial.
econômica exclusiva; – A Zona Econômica Exclusiva (ZEE) compreende uma faixa que se estende
das 12 às 200 milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que
servem para medir a largura do mar territorial.
VI – o mar territorial; – Faixa de 12 milhas marítimas.
VII – os terrenos de marinha e – São terrenos de marinha, em uma profundidade de 33 (trinta e três)
seus acrescidos; metros, medidos horizontalmente, para a parte da terra, da posição da
linha da preamar médio de 1831. Somente são definidos nos terrenos
onde se possa sentir a influência das marés.
– Os acrescidos de marinha são “Os que se tiverem formado, natural ou
artificialmente, para o lado do mar ou dos rios e lagoas, em seguimento
aos terrenos de marinha” (arts. 2º e 3º, Decreto-Lei n. 9.760/1946).

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Os recursos da Plataforma Continental e da Zona Econômica Exclusiva – ZEE, são da


UNIÃO. Os recursos que lá estão são federais.
Mas o que vem a ser essas áreas? Vamos ilustrar para facilitar:

A plataforma continental compreende o solo e subsolo. O que está ali depositado pertence
à União.
A ZEE compreende uma faixa de 12 às 200 milhas marítimas (aproximadamente 370 km):

Quanto ao mar territorial, é um território brasileiro. Compreende a extensão de 12 milhas


marítimas (aproximadamente 22 km). Tudo que acontecer no mar territorial está acontecendo

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em território brasileiro. Se, por exemplo, uma pessoa nasce nesse território, é brasileiro nato, pois

nasceu em “solo” brasileiro. Se um crime acontece em embarcação no mar territorial, ocorreu um

crime em território brasileiro. Em resumo, é uma porção do mar considerado território brasileiro.

São as fontes que produzem a energia por meio da água e pertencem à União.
VIII – os potenciais de energia
Sua utilização, para fins de exploração industrial, está sujeita ao sistema de
hidráulica;
autorizações e concessões.

Podem estar na superfície ou no subsolo. Nas duas hipóteses pertence à


IX – os recursos minerais,
União. A pesquisa, exploração ou aproveitamento necessitam de uma autori-
inclusive os do subsolo;
zação e concessão pela União mesmo em terras privadas.

X – as cavidades naturais sub- – cavernas e grutas;


terrâneas e os sítios arqueoló- –Os sítios arqueológicos e pré-históricos são locais onde se encontram ves-
gicos e pré-históricos; tígios de civilizações pré-históricas.

XI – as terras tradicional- Essas terras pertencem à União.


mente ocupadas pelos índios. Veja: art. 231, § 1º, da Constituição Federal.

Questão 1 (2019/CESPE/TJ-PA/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) As terras devolutas são

a) terras de propriedade da União que não têm afetação específica e que, portanto, são consi-

deradas disponíveis.
b) terras públicas que estão afetadas a um uso público, mas que ainda não foram arrecadadas
por ações discriminatórias.
c) terras públicas ou privadas localizadas em faixas de fronteira, reservas indígenas ou terre-
nos de marinha.
d) terras públicas ou privadas consideradas indispensáveis à defesa de fronteira e à preserva-
ção ambiental.
e) terras públicas não incorporadas a patrimônio particular e que não estejam afetadas a qual-
quer uso público.

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Letra e.
Bens dominicais ou dominiais são bens de domínio privado ou bens do patrimônio disponível
que não possuem uma destinação específica. É um bem público (União, Estado, DF ou muni-
cípio) mas que não são destinados para uso da coletividade, nem vinculados a prestação de
atividades administrativas. São exemplos: os terrenos de marinha e seus acrescidos; terras
devolutas; terrenos marginais.

Estaduais

São aqueles que estão previstos no art. 26 da CF.

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:


I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste
caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob
domínio da União, Municípios ou terceiros;
III – as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV – as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

A atribuição de bem estadual é praticamente por exclusão. O que não for da União ou de
município será do Estado.

Municipais

Bens municipais não tiveram capítulo específico na CF. Pertencem aos municípios aqueles
bens em suas linhas territoriais e que não sejam de titularidade da União ou dos Estados.

Quanto à Natureza

Bem de uso comum do povo

QUANTO À
Bens de uso especial
NATUREZA

Bens dominicais/dominiais

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Bem de uso Destinados ao uso comum e geral de Ex.: rios, os mares, as estradas, ruas
comum do povo toda a comunidade. e praças.
Ex.: os edifícios ou terrenos desti-
Destinam-se à prestação dos serviços nados a serviço ou estabelecimento
Bens de administrativos. da Administração, veículos oficiais,
uso especial São bens vinculados ao exercício de prédios públicos, bibliotecas públi-
alguma atividade administrativa. cas, terras tradicionalmente ocupa-
das pelos índios.
não possuem uma destinação especí- Ex.: terrenos de marinha e seus
fica. É um bem público (União, Estado, acrescidos; terras devolutas; terre-
Bens dominicais ou dominiais
DF ou município) mas que não são nos marginais; um lote que a União
(bens de domínio privado ou bens
destinados para uso da coletividade, tenha e não está usando para nada,
do patrimônio disponível).
nem vinculados a prestação de ativi- nem é para uso da sociedade (“um
dades administrativas. terreno ocioso”).

Os bens de uso comum do povo e os de uso especial são bens públicos com destinação pú-
blica específica (afetados) e, portanto, são inalienáveis enquanto conservarem essa qualifica-
ção, na forma em que a lei dispuser. Os bens dominicais, por não terem destinação específica,
podem ser alienados respeitadas as exigências legais. No caso de bens imóveis (art. 17, I, Lei
n. 8.666/1993).

A afetação é o ato ou fato por meio do qual um bem, não vinculado a um fim específico,
passa a sofrer destinação ao fim público, se tornando bem de uso comum do povo ou de uso
especial.
A desafetação ocorre por meio de ato em que um determinado bem vinculado ao uso cole-
tivo ou ao uso especial tem suprimida essa destinação pública.
Portanto, o ato de afetação significa dar destinação pública a um bem que não tinha tal
destinação. E a desafetação é retirar a destinação pública do bem.

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BENS DE USO COMUM DO POVO


E Afetados
BENS DE USO ESPECIAL

Inalienáveis enquanto
conservarem essa qualificação.

BENS
Sem destinação específica
DOMINICAIS

Podem ser alienados respeitadas


as exigências legais.

Afetação ou desafetação pode ser expressa ou tácita. Será expressa quando decorrer de lei
ou de ato administrativo. Será tácita quando resultar da atuação da Administração Pública,
porém sem manifestação expressa a respeito, ou de fato da natureza, o que pode ocorrer, por
exemplo, quando a Administração Pública determina a instalação de uma escola pública em
determinado prédio público desocupado ou quando determina a mudança dessa escola, dei-
xando o referido prédio novamente desocupado, sem nenhuma destinação, ou, ainda, quando
um terreno põe abaixo um prédio público que sediava uma Secretaria de Estado.

Tácita
Dar destinação pública
AFETAÇÃO a um bem que não
Expressa
tinha tal destinação

Tácita

Retirar a destinação
DESAFETAÇÃO Expressa
pública de um bem

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Questão 2 (2019/CESPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) O poder públi-


co estadual instalou escola em determinado imóvel público abandonado. Após a instalação e
o efetivo uso público do bem, o imóvel será caracterizado como bem público
a) dominical, tacitamente desafetado.
b) de uso especial, tacitamente afetado.
c) de uso comum do povo, tacitamente afetado.
d) de uso especial, expressamente desafetado.
e) de uso comum do povo, expressamente desafetado.

Letra b.
Segundo o Código Civil, a escola instalada em imóvel público constitui bem especial, que já
apresenta a natureza de bem afetado sem ter ocorrido nenhum ato formal ou lei para tal.

Art. 99. São bens públicos:


I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da
administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como ob-
jeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes
às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.

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3. Características

Impossibilidade de
Inalienabilidade
oneração

CARACTERÍSTICAS
DOS BENS PÚBLICOS

Imprescritibilidade Impenhorabilidade

3.1. Inalienabilidade

Impossibilidade de se transferir a terceiros. O Estado não tem a mesma liberdade do par-

ticular para alienar seus bens (ex.: vender, doar, fazer permuta). Ele está sujeito a várias restri-

ções legais.

Mas essa característica não é absoluta!

Quais são as condições para ocorrer a alienação? Tratando-se de bem afetado, ele precisa

ser previamente desafetado para que possa ser alienado. Isso significa que, enquanto afe-

tados, os bens públicos são absolutamente inalienáveis, ou seja, não poderá acontecer sua

transferência para terceiros. Nesse sentido, dispõe o art. 100 do Código Civil que os bens pú-

blicos de uso comum do povo e os de uso especial (bens afetados) são inalienáveis, enquanto

conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. Em termos mais claros, desafe-

tados esses bens – isto é, suprimindo sua destinação – eles podem ser alienados, desde que

sejam atendidas as exigências legais, conforme veremos mais adiante.

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3.2. Impenhorabilidade

A Administração Pública submete-se a um processo de execução especial, na forma do

CPC. Trata-se de um processo de execução próprio, via precatórios, regido pelo art. 100 da

Constituição Federal, não se admitindo a penhora de bens públicos.

Se o Poder Público tem uma condenação judicial que lhe impõe uma obrigação de pa-

gamento e não a realiza espontaneamente, não poderá ter os seus bens penhorados. O juiz

deve fazer um precatório (espécie de “título”), apresentar ao Presidente do Tribunal e este faz

constar na lei orçamentária para que ocorra o pagamento no prazo previsto no art. 100 da CF.
O Estado deve se programar para saber quais débitos deve pagar.

3.3. Imprescritibilidade
Não podem ser adquiridos mediante usucapião (arts. 183 da CF e 102 do CC).
Usucapião é a aquisição de uma propriedade em razão de ter ficado na posse de uma pro-
priedade como se dono fosse durante o prazo previsto em lei. Com isso, a pessoa passa a ser
proprietária mediante uma declaração judicial.
Porém, uma pessoa pode ocupar bem público por 5, 10, 50 anos ou mais e não poderá ad-
quirir esse bem por usucapião.

Questão 3 (2015/FCC/TRT-15ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO) O regime jurídico de direito


público que protege os bens públicos imóveis identifica-se, dentre outras características, pela
imprescritibilidade, que
a) guarnece os bens de uso comum e os bens de uso especial, mas é excepcionado dos bens
dominicais, pois estes são considerados os bens privados da Administração pública e, por-
tanto, não podem se eximir de se submeter ao regime jurídico comum, como expressão do

princípio da isonomia.

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b) impede que os particulares adquiram a propriedade dos bens públicos por usucapião, in-
dependentemente do tempo de permanência no imóvel e da boa-fé da ocupação, mas não se
aplica a eventuais ocupantes que possuam natureza jurídica de direito público, pelo princípio
da reciprocidade.
c) impede a aquisição de bens públicos, independentemente de sua classificação, por usuca-
pião, o que se aplica a particulares e pessoas jurídicas de direito público e privado, mas tam-
bém se presta à proteção do patrimônio em face de qualquer instituto que venha a representar
a subtração dos poderes inerentes à propriedade pública.
d) determina que o poder público pode promover ações para ressarcimento de danos e res-
ponsabilização dos envolvidos indefinidamente, com base no ordenamento jurídico vigente, no
caso de ocupações multifamiliares irregulares, que gerem ou tenham gerado efeito favelizador
da área.
e) aplica-se reciprocamente à Administração pública e aos administrados, na medida em que
aquela também não pode regularizar suas ocupações por meio de usucapião de bens imóveis
pertencentes a pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.

Letra c.
Comentários: A proteção constitucional contra a figura da usucapião se refere a todos os bens
públicos (de uso comum, especial e dominicais), sem exceção. Uma pessoa administrava não
pode usucapir bem de outra pessoa estatal. Qualquer questão dizendo que bem público admi-
te usucapião está errada. Não importa qual o bem (natureza), de quem é o bem e qual o motivo
(assentamento rural, para pessoas de baixa renda etc.)

3.4. Impossibilidade de Oneração


Não podem incidir direitos reais de garantia como, por exemplo, hipoteca e penhor.
Silvio Rodrigues (1980) ensina que a hipoteca é o direito real que recai sobre um imóvel, um
navio ou um avião, que, embora não entregues ao credor, o asseguram, preferentemente, do

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cumprimento da obrigação. Assim sendo, não paga a dívida, cabe ao credor o direito de excutir
o bem dado em garantia para que, com o produto apurado em praça, seja feito o pagamento,
preferentemente e com exclusão dos outros credores, que só terão direito às sobras, se houver.
O penhor é o direito real de garantia sobre coisa móvel alheia cuja posse, no penhor co-
mum, é transferida ao credor, que fica com o direito de promover a sua venda judicial e preferir
no pagamento a outros credores, caso a dívida não seja paga no vencimento.
Então, por exemplo, grosso modo, para ficar bem claro, a União não pode pegar um emprés-
timo com um banco e dar o prédio do Ministério da Fazenda em garantia. Não pode hipotecá-
-lo, pois se não pagar a dívida, o imóvel dado será transferido ao banco.
Em resumo, os direitos reais de garantia sobre bens existentes no Código Civil não podem
incidir nos bens públicos.

Questão 4 (2018/VUNESP/TJ-SP/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/


PROVIMENTO) Com relação aos bens públicos, assinale a alternativa correta.
a) Os móveis das instalações físicas destinadas à prestação do serviço delegado extrajudicial

de notas e registro são bens públicos.

b) Os bens públicos não comportam a possibilidade de uso privativo por particulares.

c) A inalienabilidade do bem público é absoluta.

d) Os bens públicos de uso especial não permitem oneração por meio de hipoteca.

Letra d.

a) Errada. Os móveis das instalações físicas destinadas à prestação do serviço delegado ex-

trajudicial de notas e registro são bens particulares destinados à prestação de serviço público.

b) Errada. São admitidas, pela legislação, algumas hipóteses em que particulares podem usu-

fruir privativamente de certo bem público, mediante remuneração ou não. A utilização do bem

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público pelo particular deve necessariamente ser reduzida a instrumento por escrito e é precá-
ria, em regra, pois o interesse público exige prerrogativas a favor da Administração, como, por
exemplo, a faculdade de revogar uma autorização previamente concedida.
c) Errada. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, en-
quanto conservarem a sua qualificação, na forma que a Lei determinar. Além do mais, os bens
públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da Lei.
d) Certa. São características dos bens das duas modalidades integrantes do domínio público
do Estado a inalienabilidade e, como decorrência desta, a imprescritibilidade, a impenhorabilidade e
a impossibilidade de oneração. Segundo o autor Hely Lopes Meirelles, “não importa, por igual,
o fim a que se destine a garantia real. Desde que os bens públicos das entidades estatais são

insuscetíveis de penhora, sendo a penhora consectário legal da execução para a satisfação do

crédito, objeto da garantia real, ressalta a impossibilidade de constituir-se penhor ou hipoteca

sobre bens e rendas públicas de qualquer natureza ou procedência (...)”.

4. Uso de Bens Públicos por Particular

4.1. Normal e Anormal


O uso normal é o que se dá de acordo com a destinação principal. Ex.: rua aberta à circu-
lação.
Já o uso anormal é o que ocorre em desconformidade com a destinação principal como,
por exemplo, ginásio esportivo para show musical; estacionamento usado para festa.

4.2. Comum e Privativo

O uso comum é aquele diante do qual todos podem, igualmente, utilizar o bem, dispensan-

do, em regra, manifestação prévia do Poder Público.

O uso privativo de bem público consiste na utilização, em caráter exclusivo, de um bem pú-

blico pelo particular, mediante consentimento estatal prévio. Assim ocorre quando o particular

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deseja utilizar um dos boxes em mercados municipais; colocar mesas de restaurante em via

pública; instalar bancas de revista e jornal nos calçadões e nas praças etc.

Em provas do CESPE pode aparecer uso especial como sinônimo de uso privativo.

O uso privativo de bens públicos pode ser de bens afetados (uso comum e especial) ou de

não afetados (dominicais).

Os bens afetados podem ser utilizados pelo particular mediante autorização, permissão ou

concessão de uso.

Autorização de USO Permissão de USO Concessão de USO


Ato discricionário e precário. Ato discricionário e precário. Contrato administrativo. Sendo contrato, terá
Pode ser condicionada (com Pode ser condicionada (com prazo determinado e não poder ser revogado
prazo). prazo). a critério da Administração Pública.
Interesse predominantemente Interesse Pode ser para interesse público ou do
particular. predominantemente público. particular.
Dispensa licitação. Em regra, exige licitação. Exige licitação porque é contrato.

Bens não afetados podem ser utilizados mediante locação, arrendamento, comodato, enfi-
teuse, concessão de direito real de uso.
Uso normal
Uso anormal

Uso de bens públicos


por particulares Uso comum
Uso privativo

Bens não afetados Bens afetados


(dominicais) (de uso comum e especial)

Locação Autorização
Arrendamento Permissão
Comodato Concessão
Enfiteuse
Concessão de direito real de uso

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Questão 5 (2018/VUNESP/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA) Os bens públicos podem ter


utilização especial ou privativa em algumas situações específicas. Suponha a situação em
que empresa regularmente em operação deseja utilizar bem público, de forma privativa, onde
realizará investimentos relevantes para a exploração da sua atividade, privada, mas de inte-
resse público. Nessa situação, o instrumento administrativo mais adequado para preservar os
interesses do particular investidor e da Administração é a

a) autorização de uso de bem público, pois é instrumento bilateral, assinado por prazo deter-

minado, assegurando ao autorizado direito de indenização em caso de retomada do bem pela

Administração.
b) concessão de uso especial para fins de moradia e investimentos, pois é esse o instrumento
unilateral e precário adequado para a preservação dos interesses do particular na amortização
dos investimentos realizados.
c) concessão de uso de bem público, a qual formaliza-se por contrato administrativo, portanto,
instrumento bilateral, não sendo precário.
d) licença de uso de bem público, instrumento unilateral, assinado por prazo determinado, não
assegurando ao licenciado direito de indenização em caso de retomada do bem pela Adminis-
tração.
e) retrocessão, por ser esse o instrumento que permite, de forma gratuita, o uso de bem pú-
blico por empresas privadas, para a exploração de atividade econômica de interesse público.

Letra c.
A concessão de uso é o contrato administrativo pelo qual a Administração Pública faculta a
terceiros a utilização privativa de bem público, para que a exerça conforme a sua destinação.
Sua natureza é a de contrato de direito público, sinalagmático, oneroso ou gratuito, comutativo

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e realizado intuitu personae. Tendo em vista que a empresa deseja utilizar bem público, de for-
ma privativa, e realizará investimentos relevantes para a exploração da sua atividade, privada,
mas de interesse público, estaremos diante da concessão de uso.

5. Intervenção do Estado na Propriedade

5.1. Competência
A intervenção na propriedade é estabelecida pela CF, que dispõe, em seu art. 22, I, II e III, que
a competência para legislar sobre o direito da propriedade, desapropriação e requisição é da
União Federal. Contudo, a competência para legislar sobre as restrições e o condicionamento
ao uso da propriedade divide-se entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

A competência para legislar sobre desapropriação é da União, mas para promover a desapro-
priação, a competência é comum.
Promover a desapropriação significa efetivá-la.

EXEMPLO
Entrar com a ação judicial; pagar a indenização.

5.2. Modalidades
Conforme aponta a doutrina, a intervenção do Estado na propriedade pode admitir duas
formas básicas: a intervenção restritiva e a intervenção supressiva.
A intervenção restritiva ocorre quando o Estado impõe restrições e condicionamentos ao
uso da propriedade sem retirá-la de seu dono. São modalidades: a servidão administrativa,
a requisição, a ocupação temporária, as limitações administrativas e o tombamento.
Já a intervenção supressiva ocorre quando o Estado, utilizando o princípio da supremacia
do interesse público, transfere coercitivamente para si a propriedade de terceiro, em nome do
interesse público. A modalidade dessa intervenção é a desapropriação.

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5.3. Intervenção Restritiva


Direito real que autoriza o Poder Público a usar a propriedade imóvel para permitir a execução de
obras e serviços de interesse coletivo. Ex.: instalação de redes elétricas e implementação de gaso-
dutos.

Servidão Pode incidir sobre bens públicos e particulares.


administrativa
Instituída por acordo ou sentença judicial. Não há autoexecutoriedade.

Em regra, é permanente. Pode ser extinta, por exemplo, se a coisa gravada desaparece.

Em regra, não há indenização.

O Estado utiliza bens móveis, imóveis e serviços particulares em situação de perigo público imi-
nente. Ex.: requer carro de particular para captura de quadrilha em fuga.

Fundamento constitucional: arts. 5º, XXIII, e 170, III, da CF e também o inciso XXV do art. 5º da CF.
Requisição
Se houver direito à indenização, será posterior.

Possui autoexecutoriedade, dispensando autorização prévia do Poder Judiciário.

É extinta depois que a situação de perigo desaparece.

Ocorre quando o Poder Público deixam alocados, em algum terreno desocupado, máquinas, equi-
Ocupação pamentos, barracões de operários etc.
temporária Pode haver indenização quando a ocupação decorre de obras e serviços vinculados a processo de
desapropriação.

São determinações de caráter geral que o Poder Público impõe a pessoas indeterminadas. Pode
consistir em obrigações positivas (imposição da limpeza de terreno), negativas (impedimento de
construir além de determinado número de pavimentos) ou permissivas (ingresso de agentes da
vigilância sanitária), para o fim de condicionar as propriedades ao atendimento da função social.
Limitação
administrativa Instituída por leis ou por atos normativos.

Fundamento constitucional: arts. 5º, XXIII, e 170, III, da CF.

Em regra, não há indenização.

É a forma de intervenção na propriedade, em que o Poder Público protege o patrimônio cultural brasileiro,
com a finalidade de preservar a memória nacional. Regulamentado pelo Decreto-Lei n. 25/1937.

Incide sobre bens móveis e imóveis.

Quanto à vontade o tombamento pode ser:


a) voluntário: quando o proprietário consente o tombamento, seja este por meio de pedido que ele mesmo formula
ou se concorda com a notificação que lhe é dirigida pelo Poder Público no sentido de tombamento do bem.
b) compulsório: quando o Poder Público inscreve o bem como tombado, apesar da resistência e do incon-
formismo do proprietário.
Tombamento
Quanto à eficácia:
a) provisório: quando estiver em curso o processo administrativo, instaurado pela notificação.
b) definitivo: depois de concluído o processo administrativo de inscrição no livro do tombo.

É possível ser desfeito, mediante manifestação do Poder Público de ofício ou em razão de solicitação do
proprietário ou de outro interessado.

– Deve haver inscrição no registro de imóveis.


– Proprietário deve conservar o bem tombado.
– Em regra, não há indenização.

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Questão 6 (CESPE/TJ-CE/JUIZ/2012) A servidão administrativa, direito real que autoriza o


Poder Público a usar propriedade alheia para permitir a execução de obras e serviços de inte-
resse público, gera, como regra, a obrigação de indenizar o proprietário.

Errado.
Não há, como regra, direito à indenização na servidão administrativa.

Questão 7 O tombamento, forma de intervenção do Estado na propriedade privada, tem por


objetivo a proteção do patrimônio histórico e artístico, podendo atingir bens móveis ou imó-
veis, materiais ou imateriais, mas não bens públicos.

Errado.
Tombamento pode atingir bens públicos.

5.4. Intervenção Supressiva: Desapropriação

Desapropriação é o procedimento pelo qual o Poder Público retira a propriedade do par-


ticular, transferindo-a para si, ou para terceiros, por razões de utilidade pública, necessidade
pública, ou de interesse social.
A Constituição garante o direito de propriedade em seu art. 5º, inciso XXII. Mais adiante,
estabelece que a propriedade atenderá a sua função social (inciso XXIII).

XXII – é garantido o direito de propriedade;


XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;

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A desapropriação é forma originária de aquisição de propriedade, porque não decorre


de nenhum título anterior, tornando-se o bem expropriado insuscetível de reivindicação, bem
como a liberação de quaisquer ônus que sobre ele incidissem (ex.: hipoteca), ficando eventuais
credores sub-rogados no preço.

5.4.1. Fundamentos da Desapropriação

O art. 5º, inciso XXIV, determina que a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indeniza-
ção em dinheiro, ressalvados os casos previstos na Constituição.
Portanto, são três tipos diferentes de desapropriação:
• necessidade pública;
• utilidade pública;
• interesse social.

5.4.2. Desapropriação por Necessidade Pública

A necessidade pública decorre de situações de emergência, em que é imprescindível a


intervenção imediata do Estado com a necessária transferência inadiável de bens de terceiros
para o Poder Público.
O art. 5º do Decreto-Lei n. 3.365/1941 apresenta algumas situações em que ocorre neces-
sidade pública: segurança nacional, defesa do Estado, socorro público em caso de calamidade,
salubridade pública, entre outras.

5.4.3. Desapropriação por Utilidade Pública

A utilidade pública ocorre nas situações em que é conveniente a transferência do bem para
o Estado.
O art. 5º do Decreto-Lei n. 3.365/1941 apresenta algumas situações em que ocorre neces-
sidade pública: criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento regu-
lar de meios de subsistência, criação e melhoramento de centros de população, seu

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abastecimento regular de meios de subsistência, abertura, conservação e melhoramento de


vias ou logradouros públicos; a execução de planos de urbanização; o parcelamento do solo,
com ou sem edificação, para sua melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a cons-
trução ou ampliação de distritos industriais, entre outras.

5.4.4. Desapropriação por Interesse Social

O interesse social consiste nas situações em que mais se destaca a função social da pro-
priedade. A Lei n. 4.132/1962 determina que a desapropriação por interesse social será decre-
tada para promover a justa distribuição da propriedade ou condicionar o seu uso ao bem-estar
social.
A desapropriação por interesse social comporta três espécies:
• desapropriação por interesse social genérica;
• desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária;
• desapropriação por interesse social – desapropriação urbanística.

Genérica

DESAPROPRIAÇÃO POR
Fins de reforma agrária
INTERESSE SOCIAL

Urbanística

Bem-estar social

Denominamos desapropriação genérica, uma vez que não terá disciplina própria, ao con-
trário do que ocorre com as demais: desapropriação para fins de reforma agrária e desapro-
priação urbanística. Essa forma de desapropriação é de competência de todos os entes fede-
rativos, União, Estados, DF e Municípios.
A desapropriação de terras rurais, para fins de reforma agrária, é caso típico de interesse
social, pois busca condicionar o uso da terra à sua função social, cuja competência é exclusiva
da União.

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Somente a União pode desapropriar imóveis rurais para reforma agrária.

A desapropriação de imóveis rurais para fins de reforma agrária, que tem como fundamen-
to o interesse social, é disciplinada pelos arts. 184 a 191 da CF, pela Lei n. 8.629/1993, arts. 18
a 23 do Estatuto da Terra (Lei n. 4.504/1964), e seu procedimento judicial, regido pela Lei Com-
plementar n. 76/1993.
A desapropriação urbanística tem como pano de fundo o interesse social, de competência
dos Municípios, originada pela Constituição de 1988, em seu art. 182:

§ 4º que possui o caráter de punir o proprietário que não utiliza a propriedade urbana conforme sua
função social.

5.5. Desapropriação por Sanção ou Confiscatória


Trata-se de modalidade de desapropriação com caráter punitivo ao proprietário que explo-
ra o cultivo de plantas psicotrópicas, não adequando o uso de sua propriedade à função social.
Sua fonte constitucional está no art. 243 da CF.

Intervenção do Estado na propriedade

Servidão administrativa
Requisição
INTERVENÇÃO Ocupação temporária
RESTRITIVA Limitações administrativas
Tombamento

INTERVENÇÃO Desapropriação
SUPRESSIVA
Necessidade pública
Utilidade pública
Interesse social
Por sanção ou confiscatória

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5.6. Competência
A competência para legislar sobre desapropriação é privativa da União, nos termos do
art. 22, II, da Constituição.
A competência para declarar a utilidade pública ou o interesse social do bem, visando à fu-
tura desapropriação, é da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como
de pessoas administrativas que tenham recebido essa atribuição por lei (ex.: DNIT e ANEEL).
União, Estados, DF e Municípios podem desapropriar por interesse social, mas a desapro-
priação por interesse social para fins de reforma agrária é privativa da União.
Quanto à desapropriação de imóveis urbanos não aproveitados de forma adequada
(art. 182, CF), a competência é exclusiva do Município.
A competência executória se refere à atribuição para promover efetivamente a desapro-
priação, providenciando todas as medidas e exercendo as atividades que culminarão na trans-
ferência da propriedade, é mais ampla, alcançando, além das entidades da Administração
direta e indireta, os agentes delegados do Poder Público, como os concessionários e permis-
sionários.

Competências na desapropriação:
• Para legislar: somente a União;
• Para declarar: todos os entes federativos, eventualmente, demais pessoas administra-
tivas;
• Para executar: todos os entes federativos, eventualmente, demais pessoas administra-
tivas e particulares.

5.7. Sujeitos Ativos da Desapropriação

Entes políticos superiores1 podem desapropriar bens de outros entes da Federação, desde
que haja autorização legislativa. Desse modo, a União pode desapropriar bens dos Estados,
1
Utilizamos a expressão superiores em destaque porque, na verdade, não há uma hierarquia propriamente dita
entre os Entes Políticos (União, Estados, DF e Municípios).

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do Distrito Federal e dos Municípios; os Estados podem desapropriar bens dos Municípios; os

bens da União não são passíveis de expropriação; os Municípios e o Distrito Federal não têm

poder de desapropriar os bens das demais entidades federativas.

5.8. Sujeitos Passivos da Desapropriação

O sujeito passivo da desapropriação é a pessoa que terá o bem expropriado. Pode ser uma

pessoa física ou jurídica, pública ou privada.


O art. 2º, § 2º, do Decreto-Lei n. 3.365/1941 prevê que os bens do domínio dos Estados,
dos Municípios, do Distrito Federal e dos Territórios poderão ser desapropriados pela União,
e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização
legislativa.
Percebe-se que os entes federativos menores não detêm competência para desapropriar
bens de outros entes federativos.

5.9. Bens Desapropriáveis

Em regra, a desapropriação pode recair sobre qualquer espécie de bem com conteúdo
patrimonial, podendo ser móvel ou imóvel, corpóreo ou incorpóreo. Admite-se que a desapro-
priação incida sobre: o espaço aéreo; o subsolo; as ações, quotas ou direitos de qualquer so-
ciedade etc.
Contudo, existem bens que não podem ser desapropriados, como a moeda corrente do
País e os chamados direitos personalíssimos, tais como a honra, a liberdade, a cidadania etc.

Questão 8 (CESPE/OAB/2009) A desapropriação, que consiste na transferência de proprie-


dade de terceiro ao Poder Público, tem por objeto bens móveis ou imóveis, corpóreos ou incor-
póreos, públicos ou privados2.
2
Certo.

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5.10. Procedimento de Desapropriação


O procedimento administrativo de desapropriação é composto de duas fases distintas:
fase declaratória e fase executória.
Na fase declaratória, o Poder Público expõe (declara) a existência de um dos pressupostos
constitucionais para a desapropriação (necessidade pública, utilidade pública ou interesse so-
cial); na fase executória, são adotadas as providências para consumar a transferência do bem
do patrimônio particular para o Poder Público.
José dos Santos aponta a divergência doutrinária sobre a possibilidade de desapropriação
do cadáver, inclinando-se para a corrente que admite a desapropriação para pesquisa científica
e proteção à sociedade.
É possível a desistência do processo de desapropriação, caso não persistam os motivos
que provocaram a sua iniciativa. A desistência pode ocorrer, inclusive, no decorrer da ação
judicial.
Com a desistência, terá direito o expropriado à indenização por todos os prejuízos causa-
dos pelo expropriante. No entanto, não pode se opor à desistência.3

5.10.1. Fase Declaratória/Prazo de Caducidade

Na declaração expropriatória devem constar: a) a descrição precisa do bem a ser desapro-


priado; b) a finalidade da desapropriação; c) o dispositivo legal da lei expropriatória que autori-
za tal hipótese de desapropriação.
Após o ato de declaração, a indenização somente abrange as benfeitorias necessárias.
As benfeitorias úteis serão indenizadas quando o proprietário for autorizado pelo Poder Pú-
blico. Não são passíveis de indenização as benfeitorias voluptuárias feitas após a referida
declaração.
Com a expedição do decreto, declarando a utilidade pública, necessidade pública ou o inte-
resse social, as autoridades competentes podem penetrar no prédio objeto da declaração, sen-
do possível o recurso à força policial no caso de resistência do proprietário. Ademais, inicia-se
a contagem do prazo para ocorrência da caducidade do ato, tendo ainda por efeito a indicação
do estado em que se encontra o bem objeto da desapropriação.
3
RE n. 99.528, Rel. Min. Néri da Silveira, julgamento em 29/11/1988, Primeira Turma, DJ 20/3/1992).

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No caso de declaração de utilidade ou necessidade pública, o decreto expropriatório cadu-


ca no prazo de cinco anos (art. 10, Decreto-Lei n. 3.365/1941)4, contado da data da expedição
do decreto, se a desapropriação não for efetivada mediante acordo ou sentença judicial nesse
prazo. Vale dizer, possui a Administração, desde o ato declaratório, cinco anos para dar início
à fase executória da desapropriação. Ocorrendo a caducidade, somente decorrido um ano po-
derá ser o mesmo bem objeto de nova declaração. Após esse período, o Poder Público poderá
expedir novo decreto declaratório da utilidade pública ou do interesse social na desapropria-
ção do mesmo bem.
Na hipótese de desapropriação por interesse social, o prazo de caducidade é de dois anos,
também contado a partir da expedição do decreto (art. 3º, Lei n. 4.132/1962). Não consta da
Lei n. 4.132/1962 a estipulação de prazo para nova declaração após a caducidade, quando o
motivo da desapropriação for por interesse social. Destaca a doutrina que esse prazo refere-se
não apenas à efetivação da desapropriação, mas também, às providências de aproveitamento
do bem expropriado, diferindo da desapropriação por utilidade ou necessidade pública pre-
vistas no Decreto-Lei n. 3.365/1941. No entanto, entende o STF que ocorre a caducidade do
próprio direito, sendo vedada nova declaração de interesse social sobre o mesmo bem.

Caducidade:
Necessidade ou utilidade pública: cinco anos – nova declaração – um ano;
Interesse social: dois anos – nova declaração – não é possível (STF).

5.10.2. Imissão Provisória na Posse

Ocorre quando o expropriante passa a ter a posse provisória do bem antes da finalização
da ação de desapropriação. Para tanto, deve haver declaração de urgência e depósito prévio
(art. 15 do Decreto-Lei n. 3.365/1941).
A alegação de urgência, que não poderá ser renovada, obrigará o expropriante a requerer
a imissão provisória dentro do prazo improrrogável de 120 (cento e vinte) dias. Excedido este
4
Súmula n. 23 do STF.

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prazo não será concedida a imissão provisória. A imissão provisória na posse será registrada
no registro de imóveis competente. (§§ 2º, 3º e 4º do art. 15 do Decreto-Lei n. 3.365/1941).
O expropriante tem direito subjetivo à imissão provisória, não podendo o juiz denegar o
requerimento, desde que cumpridos os pressupostos acima indicados.
O desapropriado, ainda que discorde do preço oferecido, do arbitrado ou do fixado pela
sentença, poderá levantar até 80% (oitenta por cento) do depósito feito (§ 2º, art. 33, Decreto-Lei
n. 3.365/1941). Para tanto, exige-se prova de propriedade, de quitação de dívidas fiscais que
recaiam sobre o bem expropriado, e publicação de editais, com o prazo de 10 dias, para conhe-
cimento de terceiros. Se o juiz verificar que há dúvida fundada sobre o domínio, o preço ficará
em depósito, ressalvada aos interessados a ação própria para disputá-lo (art. 34, Decreto-Lei
n. 3.365/1941).
O direito ao levantamento independe da concordância do expropriado.

5.11. Indenização
Conforme o texto constitucional, a indenização deve ser prévia, justa e em dinheiro.

Base de cálculo Percentual (%) Início do pagamento


Valor da indenização fixado na Até seis por cento ao A partir de 1º de janeiro
Juros sentença. ano. (Medida Provisória do exercício seguinte
moratórios n. 2.183-56/2001). àquele em que o paga-
mento deveria ser feito.
Diferença entre o valor ofertado 12% ao ano. Imissão provisória na
em juízo e o valor fixado na Até 6% ao ano. posse do bem pelo
sentença (Medida Provisória n. Teve eficácia sus- expropriante.
Juros compen- 2.183-56/2001). pensa pelo STF
satórios STF – diferença apurada entre (ADI n. 2.332).
80% do preço ofertado em juízo
e o valor do bem fixado na sen-
tença (ADI n. 2.332).
Diferença entre o valor ofertado Meio e cinco por cento
em juízo e o valor fixado na do valor da diferença
sentença (Medida Provisória n. entre o ofertado pelo
Honorários
2.183-56/2001). expropriante e o fixado -------
Advocatícios
na sentença. (Medida
Provisória n. 2.183 -
56/2001).

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ADI n. 2.332 MC/DF. O STF suspendeu a eficácia da expressão “não podendo os honorários
ultrapassar R$ 151.000,00 (cento e cinquenta e um mil reais)” do § 1º do art. 27 do Decreto-Lei
n. 3.365, em sua nova redação, mas manteve o percentual de meio e cinco por cento.
Se no bem desapropriado haver fundo de comércio, só haverá sua inclusão no valor da in-
denização se o expropriado também for o proprietário do fundo. Se for terceiro o proprietário
do fundo de comércio, deverá promover ação autônoma contra o expropriante (art. 26,
Decreto-Lei n. 3.365/1941) (REsp n. 704.726/RS, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma,
julg. em 15/12/2005).

5.11.1. Indenização Mediante Títulos da Dívida Agrária e Títulos da Dívida


Pública

Como dito anteriormente, a indenização deve ser prévia, justa e em dinheiro. No entanto,
essa regra comporta exceções:

Forma de desapropriação Indenização Resgate


Para fins de reforma agrária. – Títulos da dívida agrária, com cláu- – Resgatáveis no prazo de até vinte
Imóvel não cumpre função sula de preservação do valor real. anos, a partir do segundo ano de sua
social (CF, art. 184). emissão.
Para fins urbanísticos (CF, – Títulos da dívida pública; – Resgate de até dez anos, em par-
art. 182, § 4º, III). – Emissão anteriormente aprovada pelo celas iguais e sucessivas.
Senado Federal. – Assegurado o valor real da indeni-
zação e os juros legais.
Confiscatória (art. 243, CF). Não há indenização.

Questão 9 (MINISTÉRIO PÚBLICO/PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2011) São requisitos


constitucionais para proceder-se a desapropriação a prévia e justa indenização em dinheiro,
salvo dos casos de expropriação para reforma agrária e para urbanização, hipóteses em que a
indenização pode ser paga com títulos da dívida agrária e da dívida pública municipal5.

5
Certo.

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5.12. Espécies de Desapropriação

5.12.1. Desapropriação para fins de Reforma Agrária – Interesse Social

A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo


critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos (art. 186, CF):

I – aproveitamento racional e adequado;


II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

A desapropriação para fins de reforma agrária é modalidade de desapropriação por interes-


se social de competência da União e disciplinada pelos arts. 184 a 191 da CF.

Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel
rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos
da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos,
a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.

Trata-se de desapropriação incidente sobre imóveis rurais que não estejam cumprindo sua
função social. O expropriante nesta hipótese é exclusivamente a União, e a indenização será
em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de
até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.

As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro (§ 1º, art. 184, CF).
Por determinação constitucional, são isentas de impostos federais, estaduais e municipais
as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária (§ 5º,
art. 185).

Na esteira do comando constitucional que autoriza a desapropriação para fins de reforma


agrária, foi editada a Lei n. 8.629/1993, que regulamenta o dispositivo constitucional referente
ao assunto.

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Conforme a Constituição, são insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária


(art. 185, CF):

I – a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não pos-
sua outra;
II – a propriedade produtiva.

Basta que qualquer desses requisitos se verifique para que a imunidade objetiva prevista
no art. 185 da Constituição atue plenamente, em ordem a pré-excluir a possibilidade jurídica de
a União Federal valer-se do instrumento extraordinário da desapropriação-sanção.

A pequena e a média propriedades rurais podem ser desapropriadas por interesse social para
reforma agrária, se o proprietário possuir outra propriedade rural. Também podem ser desapro-
priadas por outro fundamento (necessidade, utilidade ou interesse social).

5.12.2. Desapropriação Urbanística – Interesse Social

Art. 182, § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutili-
zado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

Tal hipótese de desapropriação possui caráter sancionatório e pode ser aplicada ao pro-
prietário de solo urbano que não atenda à exigência de promover o adequado aproveitamento
de sua propriedade, nos termos do plano diretor do Município.
O expropriante, nessa hipótese, será o Município, segundo as regras gerais de desapropria-
ção estabelecidas em lei federal. A indenização será paga mediante títulos da dívida pública de
emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

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A Lei n. 10.257/1991 regulamenta os arts. 182 e 183 da CF.


Para essa modalidade de desapropriação exige-se que o Município tenha editado plano
diretor, destacando-se que ele é obrigatório para Municípios com mais de 20.000 habitantes
(§ 1º, art. 182, CF).
Nessa espécie de desapropriação, o Município procederá à aplicação do imposto sobre a
propriedade predial e territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo, mediante a majoração da
alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos (art. 7º, Lei n. 10.257/1991).
Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha
cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá proce-
der à desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública (art. 8º, Lei n.
10.257/1991).

5.12.3. Desapropriação por Sanção ou Confiscatória

O art. 243 da CF assim dispõe:

Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas cul-
turas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão
expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que
couber, o disposto no art. 5º. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 81, de 2014)
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e re-
verterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 81, de 2014)

Trata-se de modalidade de desapropriação com caráter punitivo ao proprietário que explo-


ra o cultivo de plantas psicotrópicas, desse modo, não se adequando o uso de sua propriedade
à função social.
O STF entende que a desapropriação deve ser estendida a toda a propriedade, mesmo que
o cultivo seja em apenas parte dela.6
6
O entendimento sufragado no acórdão recorrido não pode ser acolhido, conduzindo ao absurdo de expropriar-se 150 m2 de terra
rural para nesses mesmos 150 m2 assentar-se colonos, tendo em vista o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos. 6.
Não violação do preceito veiculado pelo art. 5º, LIV, da Constituição do Brasil e do chamado princípio da proporcionalidade.” (RE
n. 543.974, Rel. Min. Eros Grau, Tribunal Pleno, julg. 26/3/2009, DJe-99, divulg. 28/5/2009, publ. 29/5/2009, Ement. Vol. 2.362-
08, p. 1.477 RTJ, Vol. 209-01, p. 395)

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Essa forma de desapropriação é regida pela Lei n. 8.257/2001, sendo de competência da


União.

5.12.4. Desapropriação Indireta

Ocorre quando o patrimônio particular passa para o domínio estatal sem a observância
dos procedimentos legais. O fundamento legal para a desapropriação indireta está previsto no
art. 35 do Decreto-Lei n. 3.365/1941:
Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de
reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação,
julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos.
Desse modo, se o Poder Público veio a incorporar determinado patrimônio privado, confe-
rindo-lhe destinação pública, restará apenas a propositura de ação judicial para a fixação da
indenização.
O STJ decidiu que, após a entrada em vigor do Código Civil de 2002, é de dez anos o prazo
de prescrição aplicável nas ações de desapropriação indireta. O Tribunal entendeu que incide
nessas hipóteses o mesmo prazo previsto para o usucapião extraordinário por posse-trabalho,
previsto no parágrafo único do art. 1.238 do Código, observadas as regras de transição previs-
tas no art. 2.028 da Lei.

5.12.5. Desapropriação por Zona

Consiste na ampliação da expropriação às áreas que se valorizem extraordinariamente em


consequência da obra ou do serviço público. O Decreto-Lei n. 3.365/1941, no art. 4º, especifi-
ca que a desapropriação poderá abranger a área contínua necessária ao desenvolvimento da
obra a que se destina, e as zonas que se valorizam extraordinariamente, em consequência da
realização do serviço. Em qualquer caso, a declaração de utilidade pública deverá compreen-
dê-las, mencionando-se quais as indispensáveis à continuação da obra e as que se destinam
à revenda.
A presente forma de desapropriação visa auferir aproveitamento econômico decorrente de
obra pública anteriormente realizada. Trata-se de desapropriação que tem por fundamento a
utilidade pública.

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5.13. Direito de Extensão

O direito de extensão consiste no direito do expropriado de exigir que a desapropriação e a


respectiva indenização se estendam à totalidade do bem, quando o remanescente permanecer
sem aproveitamento econômico.
Tal direito deve ser manifestado pelo expropriado durante as fases administrativa ou judi-
cial do procedimento de desapropriação. Não se admite o pedido após o término da desapro-
priação.

5.14. Tredestinação
A tredestinação ocorre quando o Poder Público confere destinação diversa da prevista ini-
cialmente ao bem desapropriado.
A tredestinação pode ser:
• Lícita: a tredestinação continua sendo uma destinação pública;
• Ilícita: a destinação é diversa e não visa o interesse público, cabendo retrocessão (direi-
to de preferência do ex-proprietário de reaver o bem objeto de tredestinação ilícita).

5.15. Retrocessão
Trata-se do direito conferido ao expropriado de reivindicar que o bem retorne ao seu patri-
mônio, caso a Administração não dê destinação pública ao bem desapropriado.
A retrocessão surge quando há desinteresse superveniente do Poder Público pelo bem que
desapropriou.
Muitos autores veem na retrocessão direito de natureza pessoal, na medida em que o caso
será resolvido em perdas e danos. Há profunda divergência doutrinária e jurisprudencial acerca
da natureza da retrocessão, se seria de direito real ou pessoal. Nessa corrente (direito pessoal)
está José dos Santos Carvalho Filho (2009).
Para Celso Antônio Bandeira de Mello (2007), trata-se de instituto de natureza de direito
real, não se podendo negar ao ex-proprietário o direito de reaver o bem. Destaca o autor que
esse é o entendimento majoritário da jurisprudência pátria.
Uma terceira corrente também ecoa em nossa doutrina. Para os que perfilham essa dire-
ção, a retrocessão teria natureza mista (pessoa e real), pois caberia ao expropriado a ação de

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preempção ou preferência (de natureza real) ou, se preferir, perdas e danos. Maria Sylvia (2010)
é adepta dessa teoria, porém, afirma que, com o novo Código Civil e a redação de seu art. 519,
é provável que volte a prevalecer a tese da retrocessão como direito real.

 Obs.: só haverá direito à retrocessão no caso de tredestinação ilícita.

Jurisprudência

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. ENTE PÚBLICO.


RODOVIA. FAIXA DE DOMÍNIO. TENDA. USO POR PARTICULAR. SÚMULAS 5 E 83/STJ.
1. Cuida-se, na origem, de Ação de Reintegração de Posse proposta pelo DAER/RS, autar-
quia estadual, contra possuidor de tenda às margens da rodovia RS-040, Km 76-860, situ-
ada na faixa de domínio.
(...)
5. É inquestionável que, mesmo existindo concessão do serviço público a terceiros, tal
fato não retira a legitimidade do poder público concedente relativamente à utilização dos
instrumentos processuais para a retomada da posse do bem público, pois conserva os
direitos inerentes à propriedade.
6. Ademais, a jurisprudência do STJ afirma que, nos casos em que o imóvel objeto do
litígio é público, a discussão da posse em ação possessória decorre do próprio direito de
propriedade, razão pela qual deve-se permitir o manejo de institutos processuais de natu-
reza possessória pelos entes públicos.
(...)
7. Em casos como o apreciado nestes autos, é legítimo ao ente estatal propor demanda
para discutir a reintegração de posse de bem público ocupado por particulares, conside-
rando que o direito de posse do recorrido decorre do direito de propriedade do Estado
sobre a rodovia.
8. Exigir do poder público o exercício de poder de fato sobre a coisa para legitimar o
manejo de Ações Possessórias, especialmente nos casos da utilização das margens
de rodovias pelos particulares para fins privados, inviabilizaria a realização de política
pública relacionada à segurança e conservação das vias públicas.
(REsp 1766791/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
06/11/2018, DJe 19/11/2018)

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RESUMO
Bens de uso comum do povo: são aqueles destinados ao uso comum e geral de toda a
comunidade. Dispensam consentimento individualizado por parte da Administração para que
possam ser utilizados.
Bens de uso especial: destinam-se à prestação do serviço administrativo, tais como os
edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da Administração.
Bens dominicais: compõem o patrimônio disponível das pessoas jurídicas de direito públi-
co, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
A afetação é o ato ou fato que transfere determinado bem da categoria do domínio privado
do Estado para a natureza de bem do domínio público e, concomitantemente, a essa transfe-
rência todo o ônus dos bens desta natureza. Os bens de uso comum e os de uso especial, por
terem destinação pública específica, são considerados bens afetados.
A desafetação é o ato ou fato pelo qual um bem, antes vinculado ao uso coletivo ou ao uso
especial, tem retirada a sua destinação pública.
A afetação e a desafetação podem ser expressas ou tácitas.
Características dos bens públicos: a) Inalienabilidade: impossibilidade de transferência
para terceiros. Não é absoluta, uma vez que é possível alienar bens públicos, desde que obe-
decidas certas formalidades legais; b) Impenhorabilidade: diante de execução promovida em
desfavor daqueles que são titulares de bens públicos, o juiz não poderá determinar a penhora
dos bens da entidade; c) Imprescritibilidade: os bens públicos são insuscetíveis de usucapião;
d) Impossibilidade de oneração: sobre eles não podem incidir hipoteca, anticrese, penhor etc.
No caso de bem público imóvel, a alienação dependerá de autorização legislativa (esta
exclusivamente para os bens imóveis pertencentes às entidades estatais, às autarquias e fun-
dações públicas); de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência (Lei n.
14.133/2021, art. 76, I, alíneas “a” a “j”). Porém, os bens imóveis adquiridos mediante procedi-
mentos judiciais ou dação em pagamento podem ser alienados também por leilão. Se o bem
imóvel pertencer a empresa pública ou a sociedade de economia mista, não é necessária a
autorização legislativa. Se for bem imóvel da União, é necessária ainda a autorização do presi-
dente da República (Lei n. 9.636/1998, art. 23).

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Se o bem público for móvel, a alienação dependerá tão somente de avaliação prévia e de
licitação (Lei n. 14.133/2021, art. 76, II, alíneas “a” a “f”), cuja modalidade é o leilão.
O uso normal é o que se dá de acordo com a destinação principal do bem, por exemplo, rua
aberta à circulação. Já o uso anormal é o que ocorre em desconformidade com a destinação
principal.
O uso comum é aquele diante do qual todos podem igualmente utilizar o bem, dispensando
em regra manifestação prévia do Poder Público. O uso privativo é aquele em que somente o
particular legitimado para tanto, por prévio consentimento estatal, utilizará o bem.
Uso ordinário: é aquele para o qual o terceiro não precisa de qualquer manifestação prévia
(dispensa), concomitante ou posterior para exercê-lo.
Uso extraordinário: o particular faz uso do bem com os demais membros da coletividade,
mas sujeito a restrições ao uso do bem, impostas pelo poder de polícia administrativa que se
manifesta por meio de licenças ou autorização. Trata-se de uso comum, não privativo, mas em
caráter extraordinário.
Autorização: ato administrativo unilateral, discricionário e precário, por meio do qual o Es-
tado faculta a alguém o uso privativo de bens públicos para atender a interesse predominan-
temente particular. Utilizada para o uso de “bens públicos afetados” por particular.
Permissão de uso: ato discricionário e precário em virtude do qual se possibilita a alguém o
uso privativo de bens públicos. Em regra, exige licitação. Utilizada para o uso de “bens públicos
afetados” por particular, distingue-se da autorização, porque a permissão é empregada para
atender interesse predominantemente público.
Concessão de uso: contrato administrativo por meio do qual a Administração Pública, por
prazo determinado, faculta a terceiro interessado o uso privativo de determinado bem público
conforme sua destinação. Utilizada para o uso de “bens públicos afetados” por particular.
Uso de “bens públicos não afetados” por particular: locação, arrendamento, enfiteuse ou
aforamento, cessão de uso (cessão de uso não se confunde com a concessão de uso. Con-
cessão de uso em regra é um contrato oneroso. A cessão de uso é um contrato gratuito, salvo
quando destinada à execução de empreendimento de fim lucrativo, hipótese em que será one-
rosa e, sempre que houver condições de competitividade, deverão ser observados os procedi-
mentos licitatórios previstos em lei). Concessão de direito real de uso distingue-se da conces-
são de uso, por ser este contrato de natureza pessoal.

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Terrenos de marinha e seus acrescidos: são todos aqueles que, banhados pelas águas do
mar ou dos rios e lagoas navegáveis (estes últimos, exclusivamente, se sofrerem a influência
das marés, porque senão serão terrenos reservados), vão até a distância de 33 metros para a
parte da terra contados da linha do preamar médio, medida em 1831 (este ponto refere-se ao
estado do lugar no tempo da execução do art. 15, § 4°, da Lei de 15 de novembro de 1831).
Terrenos reservados e seus acrescidos: são terrenos reservados (também chamados de
terrenos marginais) os que, banhados pelas correntes navegáveis, fora do alcance das marés,
vão até a distância de 15 metros, medidos horizontalmente para a parte da terra, contados
desde a linha média das enchentes ordinárias, também medida em 1831.
Terras tradicionalmente ocupadas pelos índios: são as por eles habitadas em caráter per-
manente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos
recursos ambientais necessários ao seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e
cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. Essas terras pertencem à União e são bens
de USO ESPECIAL.
Faixa de fronteira: área de 150 km de largura, paralela à linha divisória terrestre do território
nacional, considerada indispensável à segurança nacional.
Terras devolutas: as terras devolutas pertencem, em regra, desde a Constituição de 1891
(art. 64), aos ESTADOS-MEMBROS, excetuando-se aquelas indispensáveis à defesa das fron-
teiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preser-
vação ambiental, que são de propriedade da União (CF/88, art. 20, II). São bens DOMINICAIS.

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MAPA MENTAL
Federais Art. 20, CF
Quanto à titularidade Estaduais Art. 26, CF
Municipais

CLASSIFICAÇÃO

Uso comum Todos podem usar


Quanto à natureza Uso especial Vinculação a serviço adm.
Dominicais Não tem destinação especial

Conforme destinação principal


Normal e anormal
Desacordo com destinação principal

BENS PÚBLICOS USO PELO PARTICULAR

Somente legitimado usa


Comum e privativo
Qualquer pessoa pode usar

Inalienáveis Não é absoluto Não “vender”

Imprescritíveis Não usocapião


CARACTERÍSTICAS
Impenhoráveis Não penhorar

Não oneráveis Não pode ser dado em garantia

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CESPE/2017/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR MUNICIPAL)
A respeito de bens públicos e responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item.
Situação hipotética: a associação de moradores de determinado bairro de uma capital brasi-
leira decidiu realizar os bailes de carnaval em uma praça pública da cidade. Nessa situação,
a referida associação poderá fazer uso da praça pública, independentemente de autorização,
mediante prévio aviso à autoridade competente.

Questão 2 (CESPE/2017/TJ-PR/JUIZ DE DIREITO) Em relação aos bens públicos, assinale


a opção correta.
a) O ordenamento jurídico brasileiro permite que pertençam a particulares algumas áreas nas
ilhas oceânicas e costeiras.
b) Por serem abertos a uma utilização universal, o mercado municipal e o cemitério público
são considerados bens de uso comum do povo.
c) Em face do atributo da inalienabilidade, os bens públicos dominicais não podem ser aliena-
dos.
d) Quando o tribunal de justiça consente o uso gratuito de determinada sala do prédio do foro
para uso institucional da defensoria pública local, efetiva-se o instituto da permissão de uso de
bem público.

Questão 3 (CESPE/2017/SE-DF/APOIO ADMINISTRATIVO) A respeito da gestão patrimo-


nial, julgue o item subsequente.
A alienação de um bem móvel pode ocorrer mediante permuta entre entidades da administra-
ção pública.

Questão 4 (CESPE/2016/TCE-PR/ANALISTA DE CONTROLE) Determinado órgão da ad-


ministração pública pretende disponibilizar, mediante contrato por prazo determinado, uma
área do prédio de sua sede — um bem público — para um particular instalar refeitório destinado
aos servidores desse órgão.
Nessa situação, de acordo com a doutrina pertinente, o instituto legalmente adequado para se
disponibilizar o uso privativo do bem público por particular é a

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a) concessão de uso.
b) cessão de uso.
c) autorização de uso.
d) concessão de direito real de uso.
e) permissão de uso.

Questão 5 (CESPE/2016/TCE-PR/ANALISTA DE CONTROLE) Acerca da alienação de


bens pela administração pública, assinale a alternativa correta.
a) A alienação de bens imóveis desafetados da administração pública direta para outro órgão
da administração pública far-se-á por contratação direta, uma vez que a licitação é inexigível.
b) Não é possível a alienação de bens da administração pública direta.
c) Não é possível a alienação de bens imóveis da administração pública direta, mesmo que
desafetados.
d) É possível a alienação de bens móveis e imóveis da administração pública direta, desde que
haja autorização legislativa.
e) É possível a alienação de bens móveis desafetados da administração pública direta se hou-
ver demonstração de interesse público, avaliação prévia do bem e prévia licitação.

Questão 6 (CESPE/2012/PC-AL/DELEGADO DE POLÍCIA) Os terrenos de marinha são


exemplos de bens dominicais.

Questão 7 (CESPE/2016/TJ-DFT/JUIZ DE DIREITO) Bens dominicais são aqueles que po-


dem ser utilizados por todos os indivíduos nas mesmas condições, por determinação de lei ou
pela própria natureza do bem.

Questão 8 (CESPE/2015/TCE-RN/ADMINISTRADOR) O ato mediante o qual a administra-


ção pública consente a utilização privativa de uso de bem público por um particular é ato uni-
lateral e, como regra, discricionário e precário.

Questão 9 (CESPE/2013/TC-DF/PROCURADOR) Julgue o item que se segue acerca de di-


reitos dos servidores públicos civis, aposentadorias e pensões, bens públicos e responsabili-
dade por atos legislativos.

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É possível usucapir imóvel rural administrado pela Companhia Imobiliária de Brasília (TERRA-
CAP).

Questão 10 O uso privativo, ou uso especial privado, consiste no direito de utilização de


bens públicos outorgado pela administração tão somente para determinadas pessoas jurídi-
cas, mediante instrumento jurídico próprio para tal finalidade.

Questão 11 (CESPE/2015/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) De acordo com a doutrina dominan-


te, caso uma universidade tenha sido construída sobre parte de uma propriedade particular,
a União, assim como ocorre com os particulares, poderá adquirir o referido bem imóvel por
meio da usucapião, desde que sejam obedecidos os requisitos legais.

Questão 12 (CESPE/2015/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) Situação hipotética: a União decidiu


construir um novo prédio para a Procuradoria Regional da União da 2ª Região para receber os
novos advogados da União. No entanto, foi constatado que a única área disponível, no centro
do Rio de Janeiro, para a realização da referida obra estava ocupada por uma praça pública.
Nessa situação, não há possibilidade de desafetação da área disponível por se tratar de um
bem de uso comum do povo, razão por que a administração deverá procurar por um bem do-
minical.

Questão 13 (CESPE/2015/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) Se os membros de uma comunidade


desejarem fechar uma rua para realizar uma festa comemorativa do aniversário de seu bairro,
será necessário obter da administração pública uma permissão de uso.

Questão 14 (CESPE/2015/TCU/PROCURADOR) Caso a administração pública tenha cele-


brado contrato de permissão de uso de imóvel com entidade sem fins lucrativos pelo prazo de
dez anos e promova a rescisão contratual antes do termo fixado, entende o STJ que a providên-
cia demanda prévio processo administrativo.

Questão 15 (CESPE/2015/TJ-PB/JUIZ DE DIREITO) Segundo a jurisprudência do STJ, são


impenhoráveis os bens pertencentes à sociedade de economia mista que presta serviço

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público, independentemente de sua finalidade e do fato de esses bens estarem ou não afeta-
dos à prestação de serviço público.

Questão 16 (CESPE/2015/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL) Com relação aos bens públicos,


assinale a opção correta.
a) A inalienabilidade é característica tanto dos bens de uso comum do povo como dos bens
dominicais e dos de uso especial.
b) A CF admite que os estados, o DF e os municípios, bem como os órgãos da administração
direta e indireta de todos os entes federativos, participem no resultado da exploração de recur-
sos minerais no âmbito de seu respectivo território.
c) As terras devolutas são bens públicos que não possuem afetação pública nem foram incor-
porados ao domínio privado.
d) Os terrenos de marinha são as áreas que, banhadas pelas águas de mar ou de rios navegá-
veis, integram o patrimônio dos diversos entes federativos e cuja utilização, por particulares,
somente é admitida mediante permissão de uso.
e) Devido ao fato de os bens públicos de uso comum se destinarem à utilização geral pelos
indivíduos, é vedada a cobrança de remuneração pela utilização desse tipo de bem.

Questão 17 (CESPE/2015/DPU/DEFENSOR PÚBLICO) São bens públicos de uso comum do


povo aqueles especialmente afetados aos serviços públicos, como, por exemplo, aeroportos,
escolas e hospitais públicos.

Questão 18 (CESPE/2015/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO) É juridicamente impossível a


prescrição aquisitiva de imóvel público rural por meio de usucapião constitucional pró-labore.

Questão 19 (2012/FCC/TRE-CE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) O bem públi-


co de uso especial
a) pode ser utilizado pelos indivíduos, mas essa utilização deverá observar as condições pre-
viamente estabelecidas pela pessoa jurídica interessada.
b) é destinado a fins públicos, sendo essa destinação inerente à própria natureza desse bem,
como ocorre, por exemplo, com as estradas e praças.

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c) possui regime jurídico de direito público, aplicando-se, a essa modalidade de bem, institutos
regidos pelo direito privado.
d) possui regime jurídico de direito privado, portanto, passível de alienação.
e) está fora do comércio jurídico do direito privado, ainda que não mantenha essa afetação

Questão 20 (2016/FCC/SEGEP-MA/PROCURADOR DO ESTADO) Em janeiro de 1993, Maurí-


cio Quevedo passou a residir em terreno urbano que lhe fora vendido “de boca” por outro pos-
seiro antigo, ali construindo sua residência, um barraco de aproximadamente setenta metros
quadrados, ocupando dois terços do terreno assim adquirido. Em janeiro deste ano, Maurício
procurou aconselhar-se com advogado, que verificou a situação dominial do terreno, cons-
tatando tratar-se de propriedade registrada em nome do Instituto Nacional de Seguridade
Social – INSS. Diante de tal situação, o referido posseiro
a) deve solicitar à Secretaria do Patrimônio da União – SPU a declaração de aforamento do
imóvel, passando a recolher o foro anual.
b) faz jus à usucapião do terreno, visto que se trata de imóvel particular da entidade autárqui-
ca.
c) não possui direito subjetivo de permanecer no imóvel, pois o princípio da boa-fé não é opo-
nível ao interesse público.
d) tem o direito à concessão de uso especial para fins de moradia em relação ao bem objeto
da posse, desde que comprove não ser proprietário ou concessionário, a qualquer título, de
outro imóvel urbano ou rural.
e) deve requerer ao INCRA a abertura de processo de legitimação de posse, visto tratar-se de
ocupante de terra devoluta.

Questão 21 (2016/FCC/PGE-MT/PROCURADOR) Acerca do regime jurídico dos bens públi-


cos, é correto afirmar:
a) Os bens de uso especial, dada a sua condição de inalienabilidade, não podem ser objeto de
concessão de uso.
b) Chama-se desafetação o processo pelo qual um bem de uso comum do povo é convertido
em bem de uso especial.
c) A investidura é hipótese legal de alienação de bens imóveis em que é dispensada a realiza-
ção do procedimento licitatório.

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d) Os bens pertencentes ao Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas (Lei Federal n.


11.079/2004), embora possam ser oferecidos em garantia dos créditos do parceiro privado,
mantém a qualidade de bens públicos.
e) Os bens pertencentes às empresas públicas são públicos, diferentemente dos bens perten-
centes às sociedades de economia mista.

Questão 22 (2016/FCC/PREFEITURA DE CAMPINAS-SP/PROCURADOR) Caio estabeleceu-


-se, com animus domini, em praça pública abandonada pelo Município. Decorridos mais de
20 anos, sem oposição das pessoas que frequentavam o local, requereu fosse declarada usu-
capida a área. Tal praça constitui bem
a) de uso comum do povo, suscetível de usucapião, em caso de abandono pelo poder público.
b) de uso especial, insuscetível de usucapião, assim como os de uso comum do povo e os
dominicais.
c) dominical, suscetível de usucapião, ainda que conserve tal qualificação.
d) de uso comum do povo, insuscetível de usucapião, diferentemente dos bens de uso espe-
cial e dos dominicais.
e) de uso comum do povo, insuscetível de usucapião, assim como os de uso especial e os
dominicais.

Questão 23 (2016/FCC/PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA/PROCURADOR MUNICIPAL) Uma or-


ganização social firmou contrato de gestão para prestação de serviços de saúde em uma de-
terminada unidade hospitalar. Não obstante a gestão das atividades, é necessário trespassar
à organização social o imóvel onde funciona o hospital, o que pode se dar mediante outorga
de
a) permissão de uso, ato que poderá viger por prazo indeterminado, mas que cessará conco-
mitantemente com a extinção do contrato de gestão, caso não tenha sido extinto antes.
b) concessão de direito real de uso, ato unilateral para o qual é inexigível a licitação, já
que inviável a competição, diante da prévia existência do contrato de gestão.
c) concessão de uso, ato que transmite a posse das dependências hospitalares por prazo
indeterminado, enquanto perdurar o contrato de gestão.
d) permissão de uso, contrato que transfere posse à organização social, dispensando-se
autorização legislativa em razão da vigência do contrato de gestão.

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e) concessão de uso com dispensa de licitação, tendo em vista que os atos e contratos que
autorizam o uso privativo de bens públicos prescindem de licitação.

Questão 24 (2012/FCC/TRT-20ª REGIÃO/SE/JUIZ DO TRABALHO) Os bens públicos são


classificados em
a) de uso especial e de uso comum do povo, considerados de domínio privado do Estado, e os
de domínio público, também denominados bens dominicais.
b) de uso comum do povo, de uso especial e dominicais, todos inalienáveis, imprescritíveis e
impenhoráveis, salvo as terras devolutas.
c) de uso comum do povo ou privativos do Estado, conforme a forma de aquisição da proprie-
dade pelo Poder Público.
d) de uso especial, de uso comum do povo e dominicais, estes últimos alienáveis observadas
as exigências da lei.
e) de uso especial e de uso comum do povo, sendo apenas os de uso especial passíveis de
utilização pelo particular sob a forma de concessão ou permissão de uso.

Questão 25 (2011/FCC/TCM-BA/PROCURADOR ESPECIAL DE CONTAS) Os denominados


terrenos de marinha são bens de
a) titularidade da União, de natureza dominial, passíveis de utilização pelo particular sob regi-
me de enfiteuse ou aforamento.
b) titularidade dos Estados-membros, insuscetíveis de utilização pelo particular.
c) titularidade da União, de uso especial, destinados à segurança de fronteiras.
d) propriedade particular, reservados, e objeto de servidão compulsória à União.
e) domínio dos Estados-membros, passíveis de utilização pelo particular mediante regime de
pagamento de foro ou laudêmio.

Questão 26 (2015/FCC/TRT-15ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO) O regime jurídico de direito


público que protege os bens públicos imóveis identifica-se, dentre outras características, pela
imprescritibilidade, que
a) guarnece os bens de uso comum e os bens de uso especial, mas é excepcionado dos bens
dominicais, pois estes são considerados os bens privados da Administração pública e, por-
tanto, não podem se eximir de se submeter ao regime jurídico comum, como expressão do
princípio da isonomia.

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b) impede que os particulares adquiram a propriedade dos bens públicos por usucapião, in-
dependentemente do tempo de permanência no imóvel e da boa-fé da ocupação, mas não se
aplica a eventuais ocupantes que possuam natureza jurídica de direito público, pelo princípio
da reciprocidade.
c) impede a aquisição de bens públicos, independentemente de sua classificação, por usuca-
pião, o que se aplica a particulares e pessoas jurídicas de direito público e privado, mas tam-
bém se presta à proteção do patrimônio em face de qualquer instituto que venha a representar
a subtração dos poderes inerentes à propriedade pública.
d) determina que o poder público pode promover ações para ressarcimento de danos e res-
ponsabilização dos envolvidos indefinidamente, com base no ordenamento jurídico vigente, no
caso de ocupações multifamiliares irregulares, que gerem ou tenham gerado efeito favelizador
da área.
e) aplica-se reciprocamente à Administração pública e aos administrados, na medida em que
aquela também não pode regularizar suas ocupações por meio de usucapião de bens imóveis
pertencentes a pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.

Questão 27 (2011/FCC/PGE-MT/PROCURADOR DO ESTADO) Os bens imóveis pertencentes


à Administração Pública
a) são inalienáveis, quando de uso comum do povo e de uso especial, enquanto mantida a
afetação ao serviço público.
b) podem ser alienados mediante autorização legal prévia, exceto os bens dominicais.
c) são impenhoráveis, exceto os de titularidade de autarquias e fundações.
d) não podem ser objeto de subsequente afetação a serviço público, quando anteriormente de
uso privativo da Administração.
e) podem ser objeto de utilização por particular, total ou parcial, desde que em caráter precá-
rio e a título oneroso.

Questão 28 (2015/FCC/TJ-AL/JUIZ DE DIREITO) No ano de 1963, o Supremo Tribunal Fede-


ral adotou, em sua Súmula, o seguinte enunciado, sob o n. 340: Desde a vigência do Código
Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usu-
capião.

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Independentemente de eventual opinião doutrinária minoritária em sentido contrário, tal con-


clusão, atualmente,
a) mostra-se superada, eis que a Constituição Federal prevê a não sujeição à usucapião dos
bens públicos imóveis, mas o Código Civil admite tal sujeição em relação aos bens públicos
dominicais móveis ou semoventes.
b) mostra-se superada, eis que vigora novo Código Civil.
c) resta compatível com o direito vigente, eis que a Constituição Federal prevê a não sujeição
à usucapião dos bens públicos imóveis, e o Código Civil prevê a mesma não sujeição quanto
aos bens públicos em geral, sem excepcionar os dominicais.
d) mostra-se superada, eis que a Constituição Federal excepciona os bens dominicais da não
sujeição à usucapião.
e) resta compatível com o direito vigente, eis que a Constituição Federal prevê a não sujeição
à usucapião dos bens públicos em geral, superando, nesse ponto, disposição do Código Civil
em sentido contrário.

Questão 29 (2015/FCC/TCE-AM/AUDITOR) O Estado é proprietário de quase duas dezenas


de terrenos localizados em determinado bairro onde a empresa pública responsável pelo sa-
neamento está promovendo inúmeras obras. Em razão disso, seu representante entrou em
contato com o Estado para solicitar a utilização de um dos imóveis, que é dos poucos de
grandes dimensões, como canteiro de obras. Considerando que não se trata de um bairro
muito valorizado, a avaliação do uso do referido imóvel não resultou significativa. Como alter-
nativa de otimização de gestão imobiliária,
a) o Estado pode locar o terreno pelo valor que entender pertinente, independentemente do
valor de mercado, tendo em vista que a empresa pública tem necessidade e urgência no uso
e, em razão de sua natureza jurídica de direito privado, não se submete ao regime da Lei n.
8.666/1993.
b) o Estado pode outorgar permissão de uso onerosa em favor da empresa pública e, como
contrapartida, estabelecer obrigação de fazer de modo que, ao invés de remuneração em espécie,
a permissionária fique responsável pela guarda e vigilância dos demais terrenos de titularida-
de do Estado, o que representaria melhor custo-benefício do que a mera precificação do uso.

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c) a empresa pública pode ocupar temporariamente o terreno, tendo em vista que é conces-
sionária de serviço público e, como tal, lhe foram delegados poderes inclusive para desapro-
priação, por meio da lei que rege as concessões públicas e do respectivo contrato firmado
com o titular do serviço.
d) a empresa pública deve desapropriar o imóvel, tendo em vista que é concessionária de
serviço público e, como tal, lhe foram delegados os poderes para tanto.
e) o Estado pode alienar onerosamente o imóvel para a empresa pública, independentemente
de autorização legal e dispensada a licitação, tendo em vista que se trata de negócio jurídico
firmado entre entes integrantes da Administração pública de qualquer esfera da Federação.

Questão 30 (2015/FCC/TCE-AM/AUDITOR) Maria Sylvia Zanella di Pietro, na obra Uso Priva-


tivo de Bem Público por Particular, assevera que “os bens públicos devem ser disponibiliza-
dos de tal forma que permitam proporcionar o máximo de benefícios à coletividade, podendo
desdobrar-se em tantas modalidades de uso quantas foram compatíveis com a destinação e
conservação do bem”.
Esse entendimento dirige-se
a) aos bens públicos da categoria de uso especial e aos dominicais, posto que os bens de uso
comum do povo já tem destinação intrínseca à sua natureza, não admitindo diversificações,
sob pena de ilegalidade.
b) a todos os bens públicos, importando a compatibilidade dos usos possíveis com a vocação
e utilização precípua de cada um dos bens, admitindo-se diversas modalidades de instru-
mentos jurídicos relacionados ao mesmo substrato material.
c) aos bens de uso especial, posto que é essa categoria de bens que serve à coletivida-
de, abrigando serviços ou utilidades públicas, diversamente dos bens dominicais, que se
prestam ao atendimento de finalidades de interesses privados e dos bens de uso comum
do povo, que são de uso difuso e irrestrito a todos.
d) aos bens dominicais, que são os bens públicos sem destinação e, portanto, sujeitos ao re-
gime jurídico de direito privado, admitindo usos distintos daqueles precipuamente destinados
ao atendimento do interesse público.

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e) aos bens públicos afetados formal ou informalmente a uma atividade de interesse público,
não se admitindo a compatibilização com usos voltados a interesses de natureza privada, em
razão da diversidade de regimes jurídicos.

Questão 31 (2010/FCC/MPE-RS/SECRETÁRIO DE DILIGÊNCIAS) Quando a Administração


Pública adquire um imóvel para ali ser instalado determinado órgão público, ele é classificado
como bem
a) de uso particular da Administração.
b) de uso especial.
c) de uso comum do povo.
d) dominical, ou dominial.
e) privado, da Administração.

Questão 32 (2015/FCC/MPE-PB/AUDITOR) O Ministério Público do Estado da Paraíba ajui-


zou ação civil pública contra a Prefeitura de Campina Grande, haja vista a desafetação irregu-
lar de bem público. A propósito do tema, considere as seguintes assertivas:
I – Na desafetação, o bem é subtraído à dominialidade pública para ser incorporado ao
domínio privado, do Estado ou do administrado.
II – Os bens dominicais são alienáveis, porém a alienabilidade não é absoluta, já que po-
dem perdê-la pelo instituto da afetação.
III – Os bens de uso comum do povo não comportam desafetação, pois, por sua própria
natureza, são insuscetíveis de valoração patrimonial.

Está correto o que se afirma em


a) II e III, apenas.
b) I, apenas.
c) II, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.

Questão 33 (2015/FCC/TJ-SC/JUIZ DE DIREITO) Pela perspectiva tão somente das de-


finições constantes do direito positivo brasileiro, consideram-se “bens públicos” os per-
tencentes a
a) um estado, mas não os pertencentes a um território.

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b) um município, mas não os pertencentes a uma autarquia.


c) uma sociedade de economia mista, mas não os pertencentes ao distrito federal.
d) uma fundação pública, mas não os pertencentes a uma autarquia.
e) uma associação pública, mas não os pertencentes a uma empresa pública.

Questão 34 (2015/FCC/TCE-CE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO) Asdrúbal havia re-


cebido permissão de uso de bem público para a instalação de banca de jornal em praça apra-
zível do Bairro das Flores. Após 20 anos no mesmo local, o Município entendeu que a banca
de Asdrúbal atrapalhava o trânsito, tendo em vista o crescimento do comércio no bairro. Para
retirar a banca de Asdrúbal, o Município deve
a) revogar a permissão de uso de bem público, concedendo a Asdrúbal direito à indenização.
b) anular a permissão de uso de bem público, não tendo Asdrúbal direito à indenização.
c) revogar a permissão de uso de bem público, não tendo Asdrúbal direito à indenização.
d) anular a permissão de uso de bem público, concedendo a Asdrúbal direito à indenização.
e) proceder à cassação da permissão de uso de bem público, realizando uma apuração de ha-
veres para certificar-se de que Asdrúbal terá direito à indenização.

Questão 35 (2015/FCC/TCE-CE/AUDITOR) De acordo com a Constituição Federal e a Lei n.


8.666/1993, os bens públicos
I – dependem, em regra, de prévia autorização legislativa para alienação.
II – são imprescritíveis, o que significa que não são alcançados em execuções por dívidas.
III – caracterizam-se como dominicais, quando afetados a finalidade pública.
IV – os de uso especial não estão protegidos pela impenhorabilidade.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) III e IV.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) I.

Questão 36 (2015/FCC/TCE-CE/PROCURADOR) O Município de Fortaleza decidiu instituir


uma feira de produtos orgânicos e sustentáveis em um parque urbano de lazer localizado em

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região com grande fluxo de pessoas e de fácil acesso. Pretende, dessa forma, incentivar a
prática da sustentabilidade e da preservação do meio ambiente. Idealizou, assim, no espaço
destinado a atividades culturais do parque, a instalação de boxes de mesma dimensão. O Mi-
nistério Público instaurou inquérito civil para apurar o fato de o projeto ter sido idealizado em
um bem de uso comum do povo. Correta orientação jurídica é aquela que
a) opina pela ilegalidade do projeto municipal, tendo em vista que o uso privativo de bens públi-
cos está restrito às categorias de bens dominicais e bens de uso especial, sendo inviável, ainda
que por meio de licitação, restringir o uso de um bem de uso comum do povo.
b) se manifesta pela viabilidade do projeto, desde que o espaço destinado a essa finalidade
seja compatível com a finalidade principal do bem de uso comum do povo, podendo a outorga
de uso se dar por meio de permissão de uso precedida de licitação, diante da possibilidade de
competição entre diversos interessados.
c) opina pelo uso pretendido, desde que por meio de concessão de uso, em razão da finalidade
da outorga, qual seja, preservação do meio ambiente, ser preponderante em relação ao bem de
uso comum do povo.
d) recomenda o prosseguimento do projeto, com a outorga, mediante dispensa de licitação, de
contrato de permissão de uso com prazo indeterminado, que pode ser revogado a qualquer mo-
mento, garantido o livre acesso ao bem de uso comum do povo.
e) veda o projeto apenas e tão somente em razão da finalidade do uso privativo permitir retorno
financeiro aos utentes, característica que somente pode estar presente quando não se tratar
de bem de uso comum do povo, pois é premissa legal a gratuidade da frequência a bens públi-
cos dessa natureza.

Questão 37 (2010/FCC/TCE-AP/PROCURADOR) A imprescritibilidade dos bens públicos


a) é aplicável aos bens das empresas públicas, em razão de sua natureza jurídica de direito
público.
b) não é aplicável aos bens de titularidade das fundações, independentemente do regime jurí-
dico das mesmas.
c) é aplicável aos bens das sociedades de economia mista, independentemente de sua afeta-
ção ao serviço público.
d) é aplicável aos bens das autarquias, porque sujeitos ao regime jurídico de direito público.
e) não é aplicável aos bens de titularidade das pessoas políticas, quando se tratar de usuca-
pião.

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GABARITO

1. E 28. c
2. a 29. b
3. C 30. b
4. a 31. b
5. e 32. d
6. C 33. e
7. E 34. c
8. C 35. e
9. E 36. b
10. E 37. d
11. C
12. E
13. E
14. C
15. E
16. c
17. E
18. C
19. a
20. d
21. c
22. e
23. a
24. d
25. a
26. c
27. a

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CESPE/2017/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR MUNICIPAL)
A respeito de bens públicos e responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item.
Situação hipotética: a associação de moradores de determinado bairro de uma capital brasi-
leira decidiu realizar os bailes de carnaval em uma praça pública da cidade. Nessa situação,
a referida associação poderá fazer uso da praça pública, independentemente de autorização,
mediante prévio aviso à autoridade competente.

Errado.
Para fazer uso da praça (bem público), tem que ter a autorização do Estado.

Questão 2 (CESPE/2017/TJ-PR/JUIZ DE DIREITO) Em relação aos bens públicos, assinale


a opção correta.
a) O ordenamento jurídico brasileiro permite que pertençam a particulares algumas áreas nas
ilhas oceânicas e costeiras.
b) Por serem abertos a uma utilização universal, o mercado municipal e o cemitério público
são considerados bens de uso comum do povo.
c) Em face do atributo da inalienabilidade, os bens públicos dominicais não podem ser aliena-
dos.
d) Quando o tribunal de justiça consente o uso gratuito de determinada sala do prédio do foro
para uso institucional da defensoria pública local, efetiva-se o instituto da permissão de uso de
bem público.

Letra a.
Nada impede que nessas ilhas tenham bens de particulares.

CF/88 – Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:


II – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob
domínio da União, Municípios ou terceiros;

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b) Errada. São considerados bem de uso especial.


c) Errada. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
d) Errada. O instrumento seria cessão de uso por ser um ato de colaboração entre repartições
públicas.
Cessão de uso é aquela em que o Poder Público consente o uso gratuito de bem público por
órgãos da mesma pessoa ou de pessoa diversa, incumbida de desenvolver atividade que, de
algum modo, traduza interesse para a coletividade.
Segundo Hely Lopes Meirelles:
Cessão de uso é a transferência gratuita da posse de um bem público de uma entidade ou ór-
gão para outro, a fim de que o cessionário o utilize nas condições estabelecidas no respectivo
termo, por tempo certo ou indeterminado. É ato de colaboração entre repartições públicas, em
que aquela que tem bens desnecessários aos seus serviços cede o uso a outra que deles está
precisando. (...) A cessão de uso entre órgãos da mesma entidade não exige autorização legis-
lativa e se faz por simples termo e anotação cadastral, pois é ato ordinário de administração
através do qual o Executivo distribui seus bens entre suas repartições para melhor aten-
dimento do serviço. (...) Em qualquer hipótese, a cessão de uso é ato de administração interna
que não opera a transferência de propriedade e, por isso, dispensa registros externos. [2]

Questão 3 (CESPE/2017/SE-DF/APOIO ADMINISTRATIVO) A respeito da gestão patrimo-


nial, julgue o item subsequente.
A alienação de um bem móvel pode ocorrer mediante permuta entre entidades da administra-
ção pública.

Certo.
Entidades da Administração Pública podem fazer permuta (troca) de bens entre si.

Questão 4 (CESPE/2016/TCE-PR/ANALISTA DE CONTROLE) Determinado órgão da ad-


ministração pública pretende disponibilizar, mediante contrato por prazo determinado, uma
área do prédio de sua sede — um bem público — para um particular instalar refeitório destinado
aos servidores desse órgão.

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Nessa situação, de acordo com a doutrina pertinente, o instituto legalmente adequado para se
disponibilizar o uso privativo do bem público por particular é a
a) concessão de uso.
b) cessão de uso.
c) autorização de uso.
d) concessão de direito real de uso.
e) permissão de uso.

Letra a.
Por ser CONTRATO, será concessão de uso. Não é o caso de concessão de direito real de uso,
pois esse contrato tem fim de fazer regularização fundiária (que não é o caso da questão).

Questão 5 (CESPE/2016/TCE-PR/ANALISTA DE CONTROLE) Acerca da alienação de bens


pela administração pública, assinale a alternativa correta.
a) A alienação de bens imóveis desafetados da administração pública direta para outro órgão
da administração pública far-se-á por contratação direta, uma vez que a licitação é inexigível.
b) Não é possível a alienação de bens da administração pública direta.
c) Não é possível a alienação de bens imóveis da administração pública direta, mesmo que
desafetados.
d) É possível a alienação de bens móveis e imóveis da administração pública direta, desde que
haja autorização legislativa.
e) É possível a alienação de bens móveis desafetados da administração pública direta se hou-
ver demonstração de interesse público, avaliação prévia do bem e prévia licitação.

Letra e.
Art. 17 da Lei n. 8.666/1993.
a) Errada. Trata-se de caso de licitação DISPENSADA, art. 17 da Lei n. 8.666/1993.
b) Errada. Os bens dominicais, se preenchidas as condições legais, podem ser alienados.
c) Errada. Estando desafetados, podem ser alienados.
d) Errada. Para alienar imóvel, deve haver autorização legislativa, avaliação prévia e licitação
pela modalidade concorrência.
Para alienar bem móvel, deve haver avaliação prévia e licitação.

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Questão 6 (CESPE/2012/PC-AL/DELEGADO DE POLÍCIA) Os terrenos de marinha são


exemplos de bens dominicais.

Certo.
São bens que não têm destinação pública específica, lembrando que são bens pertencentes à
União.

Questão 7 (CESPE/2016/TJ-DFT/JUIZ DE DIREITO) Bens dominicais são aqueles que po-


dem ser utilizados por todos os indivíduos nas mesmas condições, por determinação de lei ou
pela própria natureza do bem.

Errado.
Bem dominical é aquele que não tem destinação pública específica.

Questão 8 (CESPE/2015/TCE-RN/ADMINISTRADOR) O ato mediante o qual a administra-


ção pública consente a utilização privativa de uso de bem público por um particular é ato uni-
lateral e, como regra, discricionário e precário.

Certo.
Esse ato administrativo pode ser autorização (se for para atender interesse do usuário) ou per-
missão (se for para atender interesse da coletividade).

 Obs.: sendo concessão de uso, tem natureza de contrato administrativo.

Questão 9 (CESPE/2013/TC-DF/PROCURADOR) Julgue o item que se segue acerca de di-


reitos dos servidores públicos civis, aposentadorias e pensões, bens públicos e responsabili-
dade por atos legislativos.
É possível usucapir imóvel rural administrado pela Companhia Imobiliária de Brasília (TER-
RACAP).

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Errado.
Apesar de a TERRACAP (empresa pública distrital) não cuidar da prestação de serviços públi-
cos, o STJ entende que os seus bens não podem ser penhorados.
Ementa: DIREITO CIVIL. IMÓVEIS PERTENCENTES À TERRACAP. BENS PÚBLICOS. USUCA-
PIÃO. IMPOSSIBILIDADE. “Os imóveis administrados pela Companhia Imobiliária de Brasília
(Terracap) são públicos, sendo insuscetíveis de usucapião” (EREsp n. 695.928/JOSÉ DELGA-
DO)
STJ – EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO RECURSO ESPECIAL EREsp n. 695928 DF
2005/0052227-8 (STJ)
Data de publicação: 18/12/2006
Ementa: ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. IMÓVEIS PERTENCENTES À TER-
RACAP. BENS PÚBLICOS. USUCAPIÃO. 1. Tratam os autos de embargos de divergência apre-
sentados por Maria Lúcia Pereira dos Santos em face de acórdão proferido em sede de recurso
especial que exarou entendimento no sentido de que, embora a TERRACAP possua natureza
jurídica privada, gere bens públicos pertencentes ao Distrito Federal, impassíveis de usuca-
pião. Colaciona a embargante julgados oriundos desta Casa em sentido oposto, onde se ex-
terna o posicionamento de que os imóveis da TERRACAP integram-se na categoria de bens
particulares. 2. Os imóveis administrados pela Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap)
são públicos, sendo insuscetíveis de usucapião. 3. Embargos de divergência não provido.
STJ – AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL AgRg no REsp 896662 DF 2006/0232792-
8 (STJ)
Data de publicação: 17/09/2007
Ementa: Direito civil. Recurso especial. Usucapião. Imóveis pertencentes à Terracap. Bens pú-
blicos. Consonância do acórdão recorrido com a mais recente jurisprudência do STJ. A matéria
jurídica trazida a debate foi pacificada recentemente pela Corte Especial do STJ, ao conferir
aos imóveis administrados pela Terracap condição de terra pública, o que os torna insuscetí-
veis de usucapião (EREsp n. 695.928/DF, Rel. Min. José Delgado, DJ de 18/12/2006). A deci-
são agravada, portanto, segue a mais nova linha de orientação estabelecida pelo STJ a respeito
do tema jurídico, o que mantém irretocável o julgado. Agravo no recurso especial não provido.

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Questão 10 O uso privativo, ou uso especial privado, consiste no direito de utilização de


bens públicos outorgado pela administração tão somente para determinadas pessoas jurídi-
cas, mediante instrumento jurídico próprio para tal finalidade.

Errado.
O uso privativo de bem público pode ser conferido a pessoas físicas ou jurídicas.

Questão 11 (CESPE/2015/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) De acordo com a doutrina domi-


nante, caso uma universidade tenha sido construída sobre parte de uma propriedade particu-
lar, a União, assim como ocorre com os particulares, poderá adquirir o referido bem imóvel por
meio da usucapião, desde que sejam obedecidos os requisitos legais.

Certo.
Olha só! Questão idêntica à 1!!!
O Estado pode, sim, adquirir bem do particular por usucapião. O contrário é que não é possível.
Mas, no caso da questão, houve uma desapropriação indireta, pois o Estado fez uma obra
pública do local e se apossou de uma terra sem observar os procedimentos legais da desapro-
priação (isso é desapropriação indireta). Ocorre que esta, com o passar do tempo, configura
usucapião. Tanto é que o prazo prescricional para se pleitear indenização por desapropriação
indireta é aquele previsto para usucapião extraordinário (REsp n. 1300442/SC), pois ultrapas-
sado este o Estado regulariza a posse do bem pelo usucapião.

Questão 12 (CESPE/2015/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) Situação hipotética: a União deci-


diu construir um novo prédio para a Procuradoria Regional da União da 2ª Região para receber
os novos advogados da União. No entanto, foi constatado que a única área disponível, no
centro do Rio de Janeiro, para a realização da referida obra estava ocupada por uma praça pú-
blica. Nessa situação, não há possibilidade de desafetação da área disponível por se tratar de
um bem de uso comum do povo, razão por que a administração deverá procurar por um bem
dominical.

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Errado.
Todos os bens podem mudar de categoria. Assim, poderia a praça (bem de uso comum) se
tornar bem de uso especial.

Questão 13 (CESPE/2015/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) Se os membros de uma comunidade


desejarem fechar uma rua para realizar uma festa comemorativa do aniversário de seu bairro,
será necessário obter da administração pública uma permissão de uso.
Errado.
Será autorização de uso, pois o uso é para interesse próprio. Não há um interesse público
como “pano de fundo”.

Questão 14 (CESPE/2015/TCU/PROCURADOR) Caso a administração pública tenha cele-


brado contrato de permissão de uso de imóvel com entidade sem fins lucrativos pelo prazo
de dez anos e promova a rescisão contratual antes do termo fixado, entende o STJ que a pro-
vidência demanda prévio processo administrativo.

Certo.

ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. PERMISSÃO DE USO DE IMÓVEL POR ASSOCIA-


ÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS E DE UTILIDADE PÚBLICA. RESCISÃO QUALIFICADA PELA
FIXAÇÃO DE PRAZO. NECESSIDADE DE PROCESSO ADMINISTRATIVO PRÉVIO, MESMO
EM CASO DE RESCISÃO POR INTERESSE PÚBLICO. PRECEDENTE.
1. Cuida-se de recurso ordinário interposto contra acórdão que denegou o pleito man-
damental de anulação do termo unilateral de rescisão de permissão de uso de imóvel
público por associação; alega a recorrente que deveria ter havido a observância do devido
processo legal e da ampla defesa no caso.
2. As permissões de uso são, em geral, precárias, unilaterais e discricionárias, porém os
autos demonstram que o termo de permissão foi firmado com prazo determinado de 10
(dez) anos (fl. 28), condicionando-o, pois assim se induziu legítima expectativa da asso-
ciação de fruição do imóvel pelo prazo estabelecido. A situação enseja a aplicação do

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parágrafo único do art. 78 da Lei n. 8.666/1993, obrigando a Administração Pública a


ofertar processo administrativo prévio à rescisão, com a observância do contraditório e
da ampla defesa.
3. “Ao outorgar permissão qualificada ou condicionada de uso, a Administração tem que
ter em vista que a fixação de prazo reduz a precariedade do ato, constituindo, em con-
sequência, uma autolimitação ao seu poder de revogá-lo” (Maria Sylvia Zanella Di Pietro,
Direito Administrativo, 21 ed. São Paulo: Atlas, 2008, p. 657).
4. “Na hipótese de rescisão por interesse público (art. 78, XII, da Lei n. 8.666/1993), deve
haver oportunidade de manifestação ao contratado, motivação e caracterização do
interesse público, bem como a apuração de perdas e danos, se for do interesse do con-
tratado”. Precedente: RMS n. 27.759/SP, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma,
DJe 24.9.2010.
Recurso ordinário provido.
(RMS n. 43.300/MT, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em
22/10/2013, DJe 29/10/2013)

Questão 15 (CESPE/2015/TJ-PB/JUIZ DE DIREITO) Segundo a jurisprudência do STJ, são


impenhoráveis os bens pertencentes à sociedade de economia mista que presta serviço pú-
blico, independentemente de sua finalidade e do fato de esses bens estarem ou não afetados
à prestação de serviço público.

Errado.

PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. PENHORA EM BENS DE SOCIE-


DADE DE ECONOMIA MISTA QUE PRESTA SERVIÇO PÚBLICO. A sociedade de economia
mista tem personalidade jurídica de direito privado e está sujeita, quanto à cobrança de
seus débitos, ao regime comum das sociedades em geral, nada importando o fato de que
preste serviço público; só não lhe podem ser penhorados bens que estejam diretamente
comprometidos com a prestação do serviço público.
Recurso especial conhecido e provido.
(REsp n. 176.078/SP, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, SEGUNDA TURMA, julgado em
15/12/1998, DJ 08/03/1999, p. 200)

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Questão 16 (CESPE/2015/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL) Com relação aos bens públicos,


assinale a opção correta.
a) A inalienabilidade é característica tanto dos bens de uso comum do povo como dos bens
dominicais e dos de uso especial.
b) A CF admite que os estados, o DF e os municípios, bem como os órgãos da administração
direta e indireta de todos os entes federativos, participem no resultado da exploração de recur-
sos minerais no âmbito de seu respectivo território.
c) As terras devolutas são bens públicos que não possuem afetação pública nem foram incor-
porados ao domínio privado.
d) Os terrenos de marinha são as áreas que, banhadas pelas águas de mar ou de rios navegá-
veis, integram o patrimônio dos diversos entes federativos e cuja utilização, por particulares,
somente é admitida mediante permissão de uso.
e) Devido ao fato de os bens públicos de uso comum se destinarem à utilização geral pelos
indivíduos, é vedada a cobrança de remuneração pela utilização desse tipo de bem.

Letra c.
São consideradas bens dominicais.
a) Errada. Os bens dominicais podem, se preenchidas as condições legais, ser alienados.
b) Errada. Será nos termos da Lei.

Art. 20, § 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de
petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros
recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica
exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.

d) Errada. São bens da União.


e) Errada. O uso pode ser gratuito ou remunerado.

Questão 17 (CESPE/2015/DPU/DEFENSOR PÚBLICO) São bens públicos de uso comum do


povo aqueles especialmente afetados aos serviços públicos, como, por exemplo, aeroportos,
escolas e hospitais públicos.

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Errado.
Se afetados aos serviços públicos, são considerados bens de USO ESPECIAL.

Questão 18 (CESPE/2015/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO) É juridicamente impossível a pres-


crição aquisitiva de imóvel público rural por meio de usucapião constitucional pró-labore.
Certo.
Não se admite qualquer forma de usucapião sobre bens públicos.

Questão 19 (2012/FCC/TRE-CE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) O bem público


de uso especial
a) pode ser utilizado pelos indivíduos, mas essa utilização deverá observar as condições pre-
viamente estabelecidas pela pessoa jurídica interessada.
b) é destinado a fins públicos, sendo essa destinação inerente à própria natureza desse bem,
como ocorre, por exemplo, com as estradas e praças.
c) possui regime jurídico de direito público, aplicando-se, a essa modalidade de bem, institu-
tos regidos pelo direito privado.
d) possui regime jurídico de direito privado, portanto, passível de alienação.
e) está fora do comércio jurídico do direito privado, ainda que não mantenha essa afetação

Letra a.
a) Certa. Nada impede que particulares usem bem de uso especial desde que não prejudique
sua finalidade essencial.
b) Errada. Estradas e praças são bens de uso comum do povo.
c) Errada. Aplicam-se as regras do direito público (impenhorabilidade, imprescritibilidade, ina-
lienabilidade, não onerabilidade)
d) Errada. Seguem as regras de direito público. Não podem ser alienados.
e) Errada. Se for desafetado, torna-se em dominical, passível, assim, de alienação se preencher
as condições que a lei exige.

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Questão 20 (2016/FCC/SEGEP-MA/PROCURADOR DO ESTADO) Em janeiro de 1993, Maurí-


cio Quevedo passou a residir em terreno urbano que lhe fora vendido “de boca” por outro pos-
seiro antigo, ali construindo sua residência, um barraco de aproximadamente setenta metros
quadrados, ocupando dois terços do terreno assim adquirido. Em janeiro deste ano, Maurício
procurou aconselhar-se com advogado, que verificou a situação dominial do terreno, constatando
tratar-se de propriedade registrada em nome do Instituto Nacional de Seguridade Social –
INSS. Diante de tal situação, o referido posseiro
a) deve solicitar à Secretaria do Patrimônio da União – SPU a declaração de aforamento do
imóvel, passando a recolher o foro anual.
b) faz jus à usucapião do terreno, visto que se trata de imóvel particular da entidade autárqui-
ca.
c) não possui direito subjetivo de permanecer no imóvel, pois o princípio da boa-fé não é opo-
nível ao interesse público.
d) tem o direito à concessão de uso especial para fins de moradia em relação ao bem objeto
da posse, desde que comprove não ser proprietário ou concessionário, a qualquer título, de
outro imóvel urbano ou rural.
e) deve requerer ao INCRA a abertura de processo de legitimação de posse, visto tratar-se de
ocupante de terra devoluta.

Letra d.
Essa é uma questão muito excepcional. Veja a seguinte legislação:

MP n. 2.220/2001, Art. 1º Aquele que, até 22 de dezembro de 2016, possuiu como seu, por cinco
anos, ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e cinquenta metros quadrados de imóvel
público situado em área com características e finalidade urbana, e que o utilize para sua moradia
ou de sua família, tem o direito à concessão de uso especial para fins de moradia em relação ao
bem objeto da posse, desde que não seja proprietário ou concessionário, a qualquer título, de outro
imóvel urbano ou rural. (Redação dada pela Medida Provisória n. 759, de 2016)

Trata-se de uma legislação que criou esse direito de concessão de direito real de uso.
Fique tranquilo(a), isso só cairá no seu concurso se porventura o edital pedir (muito raro).
Resolvi manter essa questão na nossa lista só para você saber que existe essa hipótese na
legislação.
Vamos em frente.

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Questão 21 (2016/FCC/PGE-MT/PROCURADOR) Acerca do regime jurídico dos bens públi-


cos, é correto afirmar:
a) Os bens de uso especial, dada a sua condição de inalienabilidade, não podem ser objeto de
concessão de uso.
b) Chama-se desafetação o processo pelo qual um bem de uso comum do povo é convertido
em bem de uso especial.
c) A investidura é hipótese legal de alienação de bens imóveis em que é dispensada a realiza-
ção do procedimento licitatório.
d) Os bens pertencentes ao Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas (Lei Federal n.
11.079/2004), embora possam ser oferecidos em garantia dos créditos do parceiro privado,
mantém a qualidade de bens públicos.
e) Os bens pertencentes às empresas públicas são públicos, diferentemente dos bens perten-
centes às sociedades de economia mista.

Letra c.
a) Errada. Nada impede de o Estado conceder uso de bens de uso especial aos particulares.
b) Errada. Essa questão não está totalmente errada. Com efeito, trata-se de um caso de desa-
fetação.
Mas o conceito de desafetação significa quando um bem muda sua categoria, que não é ape-
nas nesse caso.
c) Certa.

Lei n. 8.666/1993, Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência
de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguin-
tes normas:
I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e en-
tidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá
de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes
casos:
d) investidura;
§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
I – a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra
pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avalia-
ção e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinquenta por cento) do valor constante da alínea “a”
do inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)

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II – a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis
para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que con-
siderados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens
reversíveis ao final da concessão. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)

d) Errada. A resposta está na Lei das PPPs, Lei n. 11.079/2005.


A fim de dar garantia nos contratos de parceria público privada, a citada lei permite a cria-
ção de um fundo garantidor; bens que eram públicos são transferidos a esse fundo, que
tem natureza privada. Lembre-se que, de acordo com o Código Civil, se a pessoa é de direi-
to privado, os bens são privados. Lembre-se também de que, para o Estado transferir bens
públicos a pessoas de direito privado, tem que preencher todos os requisitos previstos em
lei (bem desafetado, autorização legislativa etc.)

Art. 16. Ficam a União, seus fundos especiais, suas autarquias, suas fundações públicas e suas em-
presas estatais dependentes autorizadas a participar, no limite global de R$ 6.000.000.000,00 (seis
bilhões de reais), em Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas – FGP que terá por finalidade
prestar garantia de pagamento de obrigações pecuniárias assumidas pelos parceiros públicos fe-
derais, distritais, estaduais ou municipais em virtude das parcerias de que trata esta Lei. (Redação
dada pela Lei n. 12.766, de 2012)
§ 1º O FGP terá natureza privada e patrimônio próprio separado do patrimônio dos cotistas, e será
sujeito a direitos e obrigações próprios.

Mais uma questão bem fora do padrão, mas veja que é um concurso para procurador que exige
muito conhecimento de Direito Administrativo.
e) Errada. Os bens das duas empresas estatais são Privados. Mas...

Os bens das empresas públicas ou sociedades de economia mista prestadoras de serviço público
e que estejam afetados a essa finalidade são considerados bens públicos. Já os bens das estatais
exploradoras de atividade econômica são bens privados, pois, atuando nessa qualidade, sujeitam-se
ao regramento previsto no art. 173, da Carta Magna, que determina, em seu § 1º, II, a submissão ao
regime jurídico próprio das empresas privadas. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO, EM PARTE, PELA
DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL, MAS IMPROVIDO. (REsp 37.906/ES).

Questão 22 (2016/FCC/PREFEITURA DE CAMPINAS-SP/PROCURADOR) Caio estabele-


ceu-se, com animus domini, em praça pública abandonada pelo Município. Decorridos mais
de 20 anos, sem oposição das pessoas que frequentavam o local, requereu fosse declarada
usucapida a área. Tal praça constitui bem
a) de uso comum do povo, suscetível de usucapião, em caso de abandono pelo poder público.

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b) de uso especial, insuscetível de usucapião, assim como os de uso comum do povo e os


dominicais.
c) dominical, suscetível de usucapião, ainda que conserve tal qualificação.
d) de uso comum do povo, insuscetível de usucapião, diferentemente dos bens de uso especial
e dos dominicais.
e) de uso comum do povo, insuscetível de usucapião, assim como os de uso especial e os
dominicais.

Letra e.
Nenhum bem público pode ser objeto de usucapião. Sem exceção.

Questão 23 (2016/FCC/PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA/PROCURADOR MUNICIPAL) Uma


organização social firmou contrato de gestão para prestação de serviços de saúde em uma de-
terminada unidade hospitalar. Não obstante a gestão das atividades, é necessário trespassar à
organização social o imóvel onde funciona o hospital, o que pode se dar mediante outorga de
a) permissão de uso, ato que poderá viger por prazo indeterminado, mas que cessará concomi-
tantemente com a extinção do contrato de gestão, caso não tenha sido extinto antes.
b) concessão de direito real de uso, ato unilateral para o qual é inexigível a licitação, já que
inviável a competição, diante da prévia existência do contrato de gestão.
c) concessão de uso, ato que transmite a posse das dependências hospitalares por prazo inde-
terminado, enquanto perdurar o contrato de gestão.
d) permissão de uso, contrato que transfere posse à organização social, dispensando-se
autorização legislativa em razão da vigência do contrato de gestão.
e) concessão de uso com dispensa de licitação, tendo em vista que os atos e contratos que
autorizam o uso privativo de bens públicos prescindem de licitação.

Letra a.
Quando uma entidade privada, sem fins lucrativas, se qualifica como organização social, pode
receber bens públicos mediante permissão de uso. É o que prevê a Lei n. 9.637/1998:

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Art. 12. Às organizações sociais poderão ser destinados recursos orçamentários e bens públicos
necessários ao cumprimento do contrato de gestão.
§ 3º Os bens de que trata este artigo serão destinados às organizações sociais, dispensada licita-
ção, mediante permissão de uso, consoante cláusula expressa do contrato de gestão.

Questão 24 (2012/FCC/TRT-20ª REGIÃO/SE/JUIZ DO TRABALHO) Os bens públicos são


classificados em
a) de uso especial e de uso comum do povo, considerados de domínio privado do Estado, e os

de domínio público, também denominados bens dominicais.

b) de uso comum do povo, de uso especial e dominicais, todos inalienáveis, imprescritíveis e

impenhoráveis, salvo as terras devolutas.


c) de uso comum do povo ou privativos do Estado, conforme a forma de aquisição da proprie-
dade pelo Poder Público.
d) de uso especial, de uso comum do povo e dominicais, estes últimos alienáveis observadas
as exigências da lei.
e) de uso especial e de uso comum do povo, sendo apenas os de uso especial passíveis de
utilização pelo particular sob a forma de concessão ou permissão de uso.

Letra d.
a) Errada. A questão trocou os conceitos. Os bens de uso comum e especial são considerados
de domínio público e os dominicais é que são considerados de domínio privado.
b) Errada. Terras devolutas também são inalienáveis.
c) Errada. O conceito que a questão apresentou para bem de uso comum não está correto. Ser
um bem de uso comum não tem a ver com a forma de aquisição, mas, sim, com sua destina-
ção.
d) Certa. Os bens dominicais podem ser alienados se preencherem as condições legais.
e) Errada. Todos os bens públicos podem ser utilizados pelos particulares.

Questão 25 (2011/FCC/TCM-BA/PROCURADOR ESPECIAL DE CONTAS) Os denominados


terrenos de marinha são bens de
a) titularidade da União, de natureza dominial, passíveis de utilização pelo particular sob regi-
me de enfiteuse ou aforamento.

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b) titularidade dos Estados-membros, insuscetíveis de utilização pelo particular.


c) titularidade da União, de uso especial, destinados à segurança de fronteiras.
d) propriedade particular, reservados, e objeto de servidão compulsória à União.
e) domínio dos Estados-membros, passíveis de utilização pelo particular mediante regime de
pagamento de foro ou laudêmio.

Letra a.
Os terrenos de marinha, segundo o art. 20 da CF/1988, pertencem à União. O regime de enfi-
teuse ou aforamento é o título jurídico que permite o particular fazer uso desses bens, pagando
um valor que se denomina foro ou laudêmio.

Questão 26 (2015/FCC/TRT-15ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO) O regime jurídico de direito


público que protege os bens públicos imóveis identifica-se, dentre outras características, pela
imprescritibilidade, que
a) guarnece os bens de uso comum e os bens de uso especial, mas é excepcionado dos bens
dominicais, pois estes são considerados os bens privados da Administração pública e, por-
tanto, não podem se eximir de se submeter ao regime jurídico comum, como expressão do
princípio da isonomia.
b) impede que os particulares adquiram a propriedade dos bens públicos por usucapião, in-
dependentemente do tempo de permanência no imóvel e da boa-fé da ocupação, mas não se
aplica a eventuais ocupantes que possuam natureza jurídica de direito público, pelo princípio
da reciprocidade.
c) impede a aquisição de bens públicos, independentemente de sua classificação, por usuca-
pião, o que se aplica a particulares e pessoas jurídicas de direito público e privado, mas tam-
bém se presta à proteção do patrimônio em face de qualquer instituto que venha a representar
a subtração dos poderes inerentes à propriedade pública.
d) determina que o poder público pode promover ações para ressarcimento de danos e responsa-
bilização dos envolvidos indefinidamente, com base no ordenamento jurídico vigente, no caso de
ocupações multifamiliares irregulares, que gerem ou tenham gerado efeito favelizador da área.
e) aplica-se reciprocamente à Administração pública e aos administrados, na medida em que
aquela também não pode regularizar suas ocupações por meio de usucapião de bens imóveis
pertencentes a pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.

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Letra c.
A proteção constitucional contra a figura da usucapião se refere a todos os bens públicos (de
uso comum, especial e dominicais), sem exceção. Uma pessoa administrava não pode usuca-
pir bem de outra pessoa estatal. Qualquer questão dizendo que bem público admite usucapião
está errada. Não importa qual o bem (natureza), de quem é o bem e qual o motivo (assenta-
mento rural, para pessoas de baixa renda etc.)

Questão 27 (2011/FCC/PGE-MT/PROCURADOR DO ESTADO) Os bens imóveis pertencen-


tes à Administração Pública
a) são inalienáveis, quando de uso comum do povo e de uso especial, enquanto mantida a
afetação ao serviço público.
b) podem ser alienados mediante autorização legal prévia, exceto os bens dominicais.
c) são impenhoráveis, exceto os de titularidade de autarquias e fundações.
d) não podem ser objeto de subsequente afetação a serviço público, quando anteriormente de
uso privativo da Administração.
e) podem ser objeto de utilização por particular, total ou parcial, desde que em caráter precário
e a título oneroso.

Letra a.
a) Certa. Sendo bens de uso comum ou especial, não podem ser alienados.
b) Errada. A questão trocou. Se for bem dominical e preencher as condições que a lei prevê,
poderá ser alienado.
c) Errada. Todos os bens públicos são impenhoráveis.
d) Errada. Todos os bens podem mudar de categoria. Um bem dominical (desafetado) pode se
tornar bem de uso comum ou especial (desafetado).
e) Errada. Podem ser utilizados em caráter não precário também, por exemplo, quando o uso
for concedido mediante concessão de uso.

Questão 28 (2015/FCC/TJ-AL/JUIZ DE DIREITO) No ano de 1963, o Supremo Tribunal Fe-


deral adotou, em sua Súmula, o seguinte enunciado, sob o n. 340: Desde a vigência do Código
Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usu-
capião.

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Independentemente de eventual opinião doutrinária minoritária em sentido contrário, tal con-


clusão, atualmente,
a) mostra-se superada, eis que a Constituição Federal prevê a não sujeição à usucapião dos
bens públicos imóveis, mas o Código Civil admite tal sujeição em relação aos bens públicos
dominicais móveis ou semoventes.
b) mostra-se superada, eis que vigora novo Código Civil.
c) resta compatível com o direito vigente, eis que a Constituição Federal prevê a não sujeição
à usucapião dos bens públicos imóveis, e o Código Civil prevê a mesma não sujeição quanto
aos bens públicos em geral, sem excepcionar os dominicais.
d) mostra-se superada, eis que a Constituição Federal excepciona os bens dominicais da não
sujeição à usucapião.
e) resta compatível com o direito vigente, eis que a Constituição Federal prevê a não sujeição
à usucapião dos bens públicos em geral, superando, nesse ponto, disposição do Código Civil
em sentido contrário.

Letra c.
A CF/1988 estabelece que nenhum bem público pode ser adquirido por usucapião.

Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados,
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

Código Civil, Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

Questão 29 (2015/FCC/TCE-AM/AUDITOR) O Estado é proprietário de quase duas dezenas


de terrenos localizados em determinado bairro onde a empresa pública responsável pelo sa-
neamento está promovendo inúmeras obras. Em razão disso, seu representante entrou em
contato com o Estado para solicitar a utilização de um dos imóveis, que é dos poucos de gran-
des dimensões, como canteiro de obras. Considerando que não se trata de um bairro muito
valorizado, a avaliação do uso do referido imóvel não resultou significativa. Como alternativa
de otimização de gestão imobiliária,
a) o Estado pode locar o terreno pelo valor que entender pertinente, independentemente do
valor de mercado, tendo em vista que a empresa pública tem necessidade e urgência no uso

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e, em razão de sua natureza jurídica de direito privado, não se submete ao regime da Lei n.
8.666/1993.
b) o Estado pode outorgar permissão de uso onerosa em favor da empresa pública e, como
contrapartida, estabelecer obrigação de fazer de modo que, ao invés de remuneração em espécie, a
permissionária fique responsável pela guarda e vigilância dos demais terrenos de titularidade
do Estado, o que representaria melhor custo-benefício do que a mera precificação do uso.
c) a empresa pública pode ocupar temporariamente o terreno, tendo em vista que é concessio-
nária de serviço público e, como tal, lhe foram delegados poderes inclusive para desapropria-
ção, por meio da lei que rege as concessões públicas e do respectivo contrato firmado com o
titular do serviço.
d) a empresa pública deve desapropriar o imóvel, tendo em vista que é concessionária de
serviço público e, como tal, lhe foram delegados os poderes para tanto.
e) o Estado pode alienar onerosamente o imóvel para a empresa pública, independentemente
de autorização legal e dispensada a licitação, tendo em vista que se trata de negócio jurídico
firmado entre entes integrantes da Administração pública de qualquer esfera da Federação.

Letra b.
a) Errada. O estado poderia até locar o imóvel, mas deveria observar o valor de mercado.
b) Certa. É a melhor opção entre as demais. Trata-se de contrapartida da empresa no lugar de
remuneração.
c) Errada. A empresa estatal concessionária não recebe poderes para declarar a desapropria-
ção. Quanto mais de entidades públicas.
d) Errada. A empresa estatal concessionária não recebe poderes para declarar a desapropria-
ção. Quanto mais de entidades públicas.
e) Errada. Se o Estado quisesse alienar o imóvel, deveria ter autorização legislativa (art. 17 da
Lei n. 8.666/1993).

Questão 30 (2015/FCC/TCE-AM/AUDITOR) Maria Sylvia Zanella di Pietro, na obra Uso Priva-

tivo de Bem Público por Particular, assevera que “os bens públicos devem ser disponibilizados de

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tal forma que permitam proporcionar o máximo de benefícios à coletividade, podendo desdo-

brar-se em tantas modalidades de uso quantas foram compatíveis com a destinação e conser-
vação do bem”.
Esse entendimento dirige-se
a) aos bens públicos da categoria de uso especial e aos dominicais, posto que os bens de uso
comum do povo já tem destinação intrínseca à sua natureza, não admitindo diversificações,
sob pena de ilegalidade.
b) a todos os bens públicos, importando a compatibilidade dos usos possíveis com a vocação
e utilização precípua de cada um dos bens, admitindo-se diversas modalidades de instrumen-
tos jurídicos relacionados ao mesmo substrato material.
c) aos bens de uso especial, posto que é essa categoria de bens que serve à coletivida-
de, abrigando serviços ou utilidades públicas, diversamente dos bens dominicais, que se
prestam ao atendimento de finalidades de interesses privados e dos bens de uso comum
do povo, que são de uso difuso e irrestrito a todos.
d) aos bens dominicais, que são os bens públicos sem destinação e, portanto, sujeitos ao re-
gime jurídico de direito privado, admitindo usos distintos daqueles precipuamente destinados
ao atendimento do interesse público.
e) aos bens públicos afetados formal ou informalmente a uma atividade de interesse público,
não se admitindo a compatibilização com usos voltados a interesses de natureza privada, em
razão da diversidade de regimes jurídicos.

Letra b.
a) Errada. Tais características são atribuídas a todos os bens públicos (dominicais, uso espe-
cial e uso comum).
b) Certa. O uso dos bens públicos deve ser disponibilizado de tal forma que permita proporcio-
nar o máximo de benefícios à coletividade.
c) Errada. Tais características são atribuídas a todos os bens públicos (dominicais, uso espe-
cial e uso comum).
d) Errada. Tais características são atribuídas a todos os bens públicos (dominicais, uso espe-
cial e uso comum).

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e) Errada. Mesmo que estejam afetados, os bens públicos podem ser usados por particulares,
desde que não prejudiquem o interesse coletivo.

Questão 31 (2010/FCC/MPE-RS/SECRETÁRIO DE DILIGÊNCIAS) Quando a Administração


Pública adquire um imóvel para ali ser instalado determinado órgão público, ele é classificado
como bem
a) de uso particular da Administração.
b) de uso especial.
c) de uso comum do povo.
d) dominical, ou dominial.
e) privado, da Administração.

Letra b.
Bens de uso especial são aqueles destinados à prestação dos serviços administrativos.

Questão 32 (2015/FCC/MPE-PB/AUDITOR) O Ministério Público do Estado da Paraíba ajui-


zou ação civil pública contra a Prefeitura de Campina Grande, haja vista a desafetação irregular
de bem público. A propósito do tema, considere as seguintes assertivas:
I – Na desafetação, o bem é subtraído à dominialidade pública para ser incorporado ao
domínio privado, do Estado ou do administrado.
II – Os bens dominicais são alienáveis, porém a alienabilidade não é absoluta, já que po-
dem perdê-la pelo instituto da afetação.
III – Os bens de uso comum do povo não comportam desafetação, pois, por sua própria
natureza, são insuscetíveis de valoração patrimonial.

Está correto o que se afirma em


a) II e III, apenas.
b) I, apenas.
c) II, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.

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Letra d.
I. Errado. Com a desafetação, o bem não é incorporado ao domínio privado, quanto mais do
administrado. A desafetação é o bem mudar de categoria (uso comum ou especial para bem
dominical), continuando o bem a ser público.
III. Errado. Todos os bens podem mudar de categoria, inclusive bem de uso comum pode ser
desafetado.

Questão 33 (2015/FCC/TJ-SC/JUIZ DE DIREITO) Pela perspectiva tão somente das de-


finições constantes do direito positivo brasileiro, consideram-se “bens públicos” os per-
tencentes a
a) um estado, mas não os pertencentes a um território.
b) um município, mas não os pertencentes a uma autarquia.
c) uma sociedade de economia mista, mas não os pertencentes ao distrito federal.
d) uma fundação pública, mas não os pertencentes a uma autarquia.
e) uma associação pública, mas não os pertencentes a uma empresa pública.

Letra e.
a) Errada. Sendo um território criado, será pessoa jurídica de direito público, portanto, os
seus bens serão públicos.
b) Errada. Por ser a autarquia pessoa de direito público, os seus bens são considerados
públicos.
c) Errada. Bem de sociedade de economia mista é bem privado.
d) Errada. Por ser a autarquia pessoa de direito público, os seus bens são considerados
públicos.
e) Certa. As associações públicas são entidades que surgem para administrar um consórcio
público, que é a reunião de entes da Federação. Segundo o Código Civil, as associações públi-
cas terão natureza de autarquia, assim seus bens serão considerados públicos. Já os bens das
empresas públicas são considerados privados.

Questão 34 (2015/FCC/TCE-CE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO) Asdrúbal havia recebi-


do permissão de uso de bem público para a instalação de banca de jornal em praça aprazível

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do Bairro das Flores. Após 20 anos no mesmo local, o Município entendeu que a banca de
Asdrúbal atrapalhava o trânsito, tendo em vista o crescimento do comércio no bairro. Para
retirar a banca de Asdrúbal, o Município deve
a) revogar a permissão de uso de bem público, concedendo a Asdrúbal direito à indenização.
b) anular a permissão de uso de bem público, não tendo Asdrúbal direito à indenização.
c) revogar a permissão de uso de bem público, não tendo Asdrúbal direito à indenização.
d) anular a permissão de uso de bem público, concedendo a Asdrúbal direito à indenização.
e) proceder à cassação da permissão de uso de bem público, realizando uma apuração de
haveres para certificar-se de que Asdrúbal terá direito à indenização.

Letra c.
Por ser a permissão um ato administrativo precário, pode ser revogado a qualquer momento,
sem direito à indenização.

Questão 35 (2015/FCC/TCE-CE/AUDITOR) De acordo com a Constituição Federal e a Lei n.


8.666/1993, os bens públicos
I – dependem, em regra, de prévia autorização legislativa para alienação.
II – são imprescritíveis, o que significa que não são alcançados em execuções por dívidas.
III – caracterizam-se como dominicais, quando afetados a finalidade pública.
IV – os de uso especial não estão protegidos pela impenhorabilidade.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) III e IV.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) I.

Letra e.
I. Certo. Para serem alienados, os bens públicos, imóveis, dependerão de autorização legis-
lativa.

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II. Errado. Imprescritibilidade significa que não podem ser adquiridos por usucapião.
III. Errado. Bens dominicais são aqueles que não estão afetados à finalidade pública.
IV. Errado. Os bens públicos, seja qual for a sua categoria, não estão sujeitos à penhora.

Questão 36 (2015/FCC/TCE-CE/PROCURADOR) O Município de Fortaleza decidiu instituir


uma feira de produtos orgânicos e sustentáveis em um parque urbano de lazer localizado em
região com grande fluxo de pessoas e de fácil acesso. Pretende, dessa forma, incentivar a
prática da sustentabilidade e da preservação do meio ambiente. Idealizou, assim, no espaço
destinado a atividades culturais do parque, a instalação de boxes de mesma dimensão. O Mi-
nistério Público instaurou inquérito civil para apurar o fato de o projeto ter sido idealizado em
um bem de uso comum do povo. Correta orientação jurídica é aquela que
a) opina pela ilegalidade do projeto municipal, tendo em vista que o uso privativo de bens pú-
blicos está restrito às categorias de bens dominicais e bens de uso especial, sendo inviável,
ainda que por meio de licitação, restringir o uso de um bem de uso comum do povo.
b) se manifesta pela viabilidade do projeto, desde que o espaço destinado a essa finalidade
seja compatível com a finalidade principal do bem de uso comum do povo, podendo a outorga
de uso se dar por meio de permissão de uso precedida de licitação, diante da possibilidade de
competição entre diversos interessados.
c) opina pelo uso pretendido, desde que por meio de concessão de uso, em razão da finalidade
da outorga, qual seja, preservação do meio ambiente, ser preponderante em relação ao bem
de uso comum do povo.
d) recomenda o prosseguimento do projeto, com a outorga, mediante dispensa de licitação, de
contrato de permissão de uso com prazo indeterminado, que pode ser revogado a qualquer mo-
mento, garantido o livre acesso ao bem de uso comum do povo.
e) veda o projeto apenas e tão somente em razão da finalidade do uso privativo permitir retorno
financeiro aos utentes, característica que somente pode estar presente quando não se tratar
de bem de uso comum do povo, pois é premissa legal a gratuidade da frequência a bens públi-
cos dessa natureza.

Letra b.
O fato de ser um bem de uso comum não impede que algumas áreas possam ser usadas em
caráter exclusivo pelo particular. No caso da questão, mediante permissão de uso, pois o uso

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é destinado a interesse da coletividade. E, havendo vários interessados, deve ser feita a lici-
tação.
Todos os bens públicos podem ser usados em caráter exclusivo pelos particulares, mediante
autorização, permissão ou concessão de uso.

Questão 37 (2010/FCC/TCE-AP/PROCURADOR) A imprescritibilidade dos bens públicos


a) é aplicável aos bens das empresas públicas, em razão de sua natureza jurídica de direito
público.
b) não é aplicável aos bens de titularidade das fundações, independentemente do regime ju-
rídico das mesmas.
c) é aplicável aos bens das sociedades de economia mista, independentemente de sua afeta-
ção ao serviço público.
d) é aplicável aos bens das autarquias, porque sujeitos ao regime jurídico de direito público.
e) não é aplicável aos bens de titularidade das pessoas políticas, quando se tratar de usuca-
pião.

Letra d.
a) Errada. Sendo os bens das empresas estatais, não estão protegidos quanto à impenhora-
bilidade.
b) Errada. Todos os bens das fundações são considerados bens públicos.
c) Errada. Se for afetado à prestação de serviço público, os bens das estatais poderão ser
penhorados.
d) Certa. Sendo os bens das autarquias públicos, não podem ser penhorados.
e) Errada. As pessoas políticas são a União, os estados, o DF e os municípios. Seus bens são
considerados bens públicos, assim, não podem ser penhorados.

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Gustavo Scatolino
Atualmente é procurador da Fazenda Nacional. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito
Administrativo e Processo Administrativo. Ex-assessor de ministro do STJ. Aprovado em vários concursos
públicos, dentre eles, analista judiciário do STJ, exercendo essa função durante cinco anos, e procurador
do Estado do Espírito Santo.

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