Escala EBAI - Dra Patricia Diniz
Escala EBAI - Dra Patricia Diniz
Escala EBAI - Dra Patricia Diniz
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS PNEUMOLÓGICAS
TESE DE DOUTORADO
PORTO ALEGRE
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS PNEUMOLÓGICAS
Orientadora:
Profª. Dra. Simone Chaves Fagondes
PORTO ALEGRE
2019
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 16
2.1 Processo de alimentação ................................................................................ 16
2.2 Dificuldades alimentares ................................................................................. 17
2.3 Instrumentos de avaliação das dificuldades alimentares.............................. 19
3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 33
4 OBJETIVOS .......................................................................................................... 34
4.1 Objetivo geral ................................................................................................... 34
4.2 Objetivos específicos ....................................................................................... 34
5 HIPÓTESE ............................................................................................................ 35
6 MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 36
6.1 Validação do instrumento ................................................................................ 36
6.2 Tradução ........................................................................................................... 36
6.3 Montagem de versão unificada ....................................................................... 36
6.4 Equivalência versão original e versão unificada em português .................. 36
6.5 Retrotradução .................................................................................................... 37
6.6 Análise por experts e autores originais da escala ........................................ 37
6.7 Verificação da aplicabilidade .......................................................................... 37
6.8 Grupo controle ................................................................................................. 38
6.9 Grupo dos casos .............................................................................................. 38
6.10 Análise estatística .......................................................................................... 39
6.11 Aspectos éticos .............................................................................................. 40
7 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 41
8 ARTIGO CIENTÍFICO ........................................................................................... 49
9 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 69
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 70
ANEXOS .................................................................................................................. 71
Anexo 1 - Questionário MCH-FS em inglês .......................................................... 71
Anexo 2 - Questionário MCH-FS versão Brasil .................................................... 73
Anexo 3 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) ....................... 75
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
PC Paralisia Cerebral
IA Introdução Alimentar
AE Atresia Esôfago
IG Idade Gestacional
Gráfico - Curva ROC do Raw escore para discriminar casos e controles ................. 65
RESUMO
Introdução
A alimentação consiste em uma habilidade que amadurece durante os dois primeiros
anos de vida e mediante um processo sensório-motor altamente complexo, com
estágios de desenvolvimento baseados na maturação neurológica e no aprendizado
experiencial. É um processo amplo e que exige interações complexas entre fatores
genéticos, biológicos, psicológicos, socioculturais, familiares e ambientais que
podem interferir no desenvolvimento de hábitos e comportamentos alimentares
saudáveis. Devido a essas relações serem complexas e se inter-relacionarem,
modelos biopsicossociais têm prevalecido nos esforços para entender a conexão
entre esses componentes. As dificuldades alimentares na infância são um problema
que pode ser grave e resultar em consequências orgânicas, nutricionais e
emocionais importantes. Caracterizam-se por comportamentos específicos e
disfuncionais durante a alimentação, não incluindo, necessariamente, problemas de
deglutição. Conforme já estabelecido na literatura, dificuldades alimentares em
crianças são um problema clínico de alto impacto e têm consequências
extremamente negativas para a criança e a família. A interferência na alimentação
infantil está associada a efeitos nocivos no desenvolvimento social, emocional, físico
e cognitivo da criança e afeta significativamente o bem-estar e a vida familiar dos
pais. Os problemas alimentares encontram-se presentes em 20 a 35% da população
pediátrica em geral. Quando tal população é composta por crianças com atrasos no
desenvolvimento, nascimento prematuro e condições médicas complexas, a
frequência dos problemas alimentares pode ocorrer em até 80% dos casos. Devido
à prevalência e às consequências negativas das dificuldades alimentares na
infância, os profissionais da saúde que trabalham com essa população precisam ter
acesso a um instrumento de rastreamento, de aplicabilidade clínica, válido e
confiável, que possa verificar rapidamente as queixas dos pais sobre as dificuldades
alimentares de seus filhos, identificando a criança em risco e verificando a
necessidade de mais profunda avaliação e posterior tratamento. Ainda que na
literatura sejam encontrados instrumentos validados e com medidas psicométricas
estabelecidas, que têm como objetivo identificar as dificuldades alimentares na
infância, como por exemplo o Inventário de Comportamento Alimentar de Crianças
(Children’s Eating Behavior Inventory – CEBI) e a Escala de Avaliação
Comportamental de Alimentação Pediátrica (Behavioral Pediatrics Feeding
Assessment Scale – BPFAS), a rápida identificação dos problemas não é por eles
favorecida. No Brasil não existem questionários validados para identificação de
dificuldades alimentares na infância. Desse modo, em face da ausência de
instrumentos deste tipo e considerando a dimensão do problema e o impacto
negativo das dificuldades alimentares na criança e em seus pais, é que se faz
necessária a validação de um instrumento de rastreio de aplicação pelos
profissionais de saúde que permita detectar tais problemas o mais cedo possível.
Objetivos
Realizar a validação e adaptação transcultural da escala Montreal Children´s
Hospital Feeding Scale – MCH-FS para língua portuguesa falada no Brasil.
Métodos
A versão brasileira da escala, originalmente validada e testada no Canadá, foi
desenvolvida a partir das seguintes etapas: (a) tradução, (b) montagem de versão
unificada, (c) teste da versão em inglês e da versão unificada em português, (d)
retrotradução, (e) análise por experts e autora do questionário original, e (f)
aplicação da versão final em estudo. A escala foi aplicada em 242 pais/cuidadores
responsáveis pela alimentação de crianças, de 06 meses a 06 anos e 11 meses de
idade, no período compreendido entre de fevereiro a maio de 2018, sendo 174 no
grupo controle e 68 no grupo dos casos. As propriedades psicométricas avaliadas
foram: validade e confiabilidade.
Resultados
No grupo dos casos, 79% dos pais relataram dificuldades alimentares, e no grupo
controle, 13%. A versão brasileira da escala MCH-FS apresenta consistência interna
com Alpha de Cronbach de 0,79, com o ponto de corte sugerido, que é de 45,
sensibilidade do Raw escore foi de 79,4%, especificidade de 86,8%, e a área sob a
curva ROC do Raw escore foi de 0,87.
Conclusão
Os dados obtidos na validação da escala de triagem MCH-FS para o português
falado no Brasil evidenciaram medidas psicométricas adequadas podendo neste
contexto ser utilizada para auxiliar a identificação das dificuldades alimentares em
crianças brasileiras.
Palavras-chave: Comportamento Alimentar. Estudos de Validação. Criança. Curva
ROC.
ABSTRACT
Introduction
Feeding consist in an ability that matures during the first two years of life and in a
highly complex sensory-motor process, with development stages based on the
neurologic maturation and in the experiential learning. It’s a broad process and
requires complex interactions between some factors, genetics, biological,
psychological, sociocultural, familiar and environmental, that can interfere in the
development of healthy feeding habits and behaviors. Due to these relations being
complex and interact among each other, biopsychosocial models have prevailed in
the efforts to understand the connection between this components. The feeding
difficulties in childhood are a problem that can be severe and result in important
organic, nutritional and emotional consequences. It is characterized by specific and
dysfunctional behaviors during feeding, not including, necessarily, swallowing
problems. As already established in literature, feeding difficulties in children are a
clinic problem of high impact and extremely negative consequences to the children
and the family. The interference in children feeding is associated to harmful effects in
the social, emotional, physical and cognitive development of the child, and affects
significantly the well being and the familiar life of the parents. Feeding Problems are
found present in 20 to 35% of the general pediatric population. When this population
is composed of children with developmental delay, that are prematurely born and
have complex medical conditions, the frequency of feeding problems may occur in up
to 80% of the cases. Due to the prevalence and the negative consequences of the
feeding difficulties in children, health professionals that work with this population
need to have access to a screening tool, of clinical applicability, valid and reliable,
that can verify quickly the parents complaints about feeding difficulties in their
children, identifying the child at risk and verifying the necessity of a deeper evaluation
and subsequent treatment. Although in researches validated tools with establish
psychometric measures can still be found, that has the aim to identify pediatric
Behavioral Pediatrics Feeding Assessment Scale (BPFAS), the quick identification of
the problems are not favored by those. In Brazil there isn’t a validated questionnaire
to identify the feeding difficulties in children. This way, in the absence of a tool of this
type and considering the dimension of the problem and the negative impact of the
feeding difficulties in children and their parents, it is necessary the validation of a
screening tool applicable by health professionals that allow detecting this problems
as earlier as possible.
Objective
Conduct the validation and transcultural adaptation of the Montreal Children’s
Hospital Feeding Scale – MCH-FS to the Portuguese spoken in Brazil.
Methods
The Brazilian version of the scale, which was originally validated and tested in
Canada, was developed from the following steps: (a) translation, (b) assembly of the
unified version, (c) tests of the English version and of the unified Brazilian
Portuguese version, (d) back translation (e) analysis by experts and the original
questionnaire author, and (f) application of the final version in study. The scale was
used in 242 parents/caregivers responsible for the children’s feeding, from 6 months
to 6 years and 11 months old, in the period between February to May 2018, 174 in
the control group and 68 in the case group. The psychometric properties evaluated
were: validity and reliability.
Results
In the case group, 79% of the parents reported feeding difficulties, and in the control
group, 13%. The Brazilian version of the MCH-FS presents internal consistency with
Alpha Cronbach in 0,79, with the cutoff point suggested, which is 45, the sensitivity of
the Raw score was of 79,4%, specificity of 86,8% and the area under the ROC curve
of the Raw score was of 0,87.
Conclusion
The data obtained in the validation of the screening scale MCH-FS to the Portuguese
spoken in Brazil demonstrated appropriated psychometric measures, which in this
context can be used to assist in identifying feeding difficulties in Brazilian children.
Keywords: Feeding Behavior. Validation Studies. Child. ROC Curve.
12
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
observação de uma única refeição em um ambiente não familiar, que a criança pode
tomar por ameaçador ou mesmo inóspito, não se mostra tão eficaz. 23 É mais
provável que os pais, ao invés de um observador externo, sejam capazes de relatar
a frequência de uma gama mais ampla de comportamentos alimentares que ocorrem
na rotina em que a criança naturalmente se encontra.43
Questionários voltados para as experiências dos pais/cuidadores são
importantes, porque esses informantes oferecem uma visão mais abrangente do
comportamento da criança, além de levantar qualquer estresse que o cuidador
possa ter vivenciado.30
Ferramentas psicométricas padronizadas foram desenvolvidas nos últimos
vinte e cinco anos para avaliar as dificuldades alimentares. No entanto, essas
ferramentas referem-se a escalas observacionais da interação mãe-criança durante
uma refeição,59-60 enquanto escalas mais recentes usam o relato parental para
avaliar os comportamentos alimentares das crianças, considerando vários
domínios.27,35-36,38-43
A literatura fornece poucos questionários de autopreenchimento, aplicados
aos pais/cuidadores (responsáveis pela alimentação), que sejam validados e com
medidas psicométricas padronizadas. Visando o estabelecimento de um referencial
teórico mais direcionado que promova real conhecimento da construção dos
questionários para rastreio de crianças com dificuldades alimentares, foram
estabelecidos critérios de inclusão na revisão de literatura realizada. Tal medida foi
necessária uma vez que se encontram questionários relacionados a outras
dificuldades no processo de alimentação, como por exemplo transtornos alimentares
de obesidade. Dessa forma, o foco desta revisão de literatura é identificar
instrumentos de avaliação de risco de dificuldade alimentar na infância, ao invés de
transtornos alimentares, como anorexia nervosa, bulimia nervosa, e compulsão
alimentar, que são geralmente associados mais fortemente com adolescentes e
adultos, estando a utilização de instrumentos relacionados a transtornos alimentares
descartada.
Foram selecionados, portanto, como referencial teórico sob o qual se norteou
o presente estudo, questionários que atendiam aos seguintes critérios de inclusão:
ser discriminativo, avaliativo ou preditivo de dificuldade alimentar; ter dados
psicométricos disponíveis; incluir 50% ou mais das perguntas sobre a alimentação
da criança ou comportamentos alimentares; averiguar disfagia ou atraso motor oral;
21
contabilizar pelo menos um padrão de seletividade – por tipo, por textura, ou recusa
de alimentos; ser apropriado para usar com crianças de 2 a 5 anos; e não ser
exclusivamente desenvolvidos para populações especiais (por exemplo crianças
com PC, sem um grupo de comparação). Questionários que tinham sido usados
apenas com populações especiais ou gerais foram considerados menos relevantes,
por não incluir os dados necessários para diferenciar as crianças que demonstram
dificuladade alimentar das que não demostram.23
Em 1991, Archer, Rosenbaum e Streiner descreveram o questionário
denominado Inventário de Comportamento Alimentar de Crianças (Children’s Eating
Behavior Inventory - CEBI), com objetivo de avaliar, a partir do relato dos pais, as
dificuldades alimentares ao longo de uma ampla faixa etária de crianças e em uma
extensa variedade de distúrbios médicos ou de desenvolvimento.35 Este instrumento
aborda as dificuldades alimentares sob uma perspectiva sistêmica, considerando
fatores intrínsecos e extrínsecos, e a interação entre estes, na explicação das
causas das dificuldades alimentares. Nele as dificuldades alimentares na infância
são consideradas como uma entidade clínica isolada, independentemente do
diagnóstico médico. Em seu processo de desenvolvimento, o questionário foi
aplicado a 316 pais/cuidadores. Desses, 206 eram responsáveis por crianças
pertencentes ao grupo não clínico, ou seja, crianças com desenvolvimento típico, e
110 eram responsáveis por crianças do grupo clínico, encaminhadas para avaliação
e tratamento de problema alimentar previamente identificado com transtornos
médicos ou de desenvolvimento que pudessem colocá-las em risco para
dificuldades alimentares, conforme determinado pela experiência clínica dos autores
ou relatos na literatura específica. Tais crianças encontravam-se na faixa etária de 2
a 12 anos e 11 meses de idade.23, 35
O CEBI possui 40 itens com padrão de série de questões, cuja inclusão é
condicionada a uma resposta anterior: 28 questões avaliando a criança, 12
avaliando os pais e a família e duas questões que pulam os padrões e são incluídas
para as famílias monoparentais e famílias com não mais de um filho. Durante a
aplicação do instrumento, os pais avaliam a frequência de cada comportamento em
uma escala Likert de 5 pontos e fornecem uma resposta dicotômica em relação ao
comportamento ser considerado um problema.23,35
Os 28 itens no domínio da criança são destinados a avaliar preferências
alimentares, habilidades motoras e conformidade comportamental. Os 12 itens no
22
composto por 78 questões, foi validado para ser utilizado em crianças a partir de 06
meses. Identificar problemas de alimentação precocemente, antes do
estabelecimento de padrões comportamentais evitativos, faz-se necessário para a
seleção de intervenções otimizadas e direcionadas para os problemas subjacentes.
O período de 6 a 18 meses é particularmente crítico para a avaliação da transição
da criança para alimentos que aumentam a complexidade do sabor e da textura,
pois esse processo contribui para o desenvolvimento de habilidades motoras orais e,
quando atrasado, pode ser associado com mais problemas de alimentação.12-13 A
importância da detecção das dificuldades alimentares na infância é validada pela
literatura também quanto ao fato de ser relatado retrospectivamente o início precoce
de problemas alimentares com amostras derivadas de clínicas especializadas em
alimentação. Rommel et al73 relataram que 50% de sua amostra apresentava
dificuldades alimentares antes do primeiro ano de vida. Williams et al74 relataram que
75% de sua amostra teve o início do problema alimentar antes dos 18 meses de
idade.
Em 2011, Ramsay et al, desenvolveram a Escala de Alimentação do
Hospital Pediátrico de Montreal (Montreal Children´s Hospital Feeding Scale – MCH-
FS).37 O objetivo foi validar uma ferramenta desenvolvida para identificar
dificuldades alimentares, bilíngue, breve, aplicável em crianças de 6 meses a 6 anos
e 11 meses de idade, e que fizesse uso do relato dos pais.
Foram testadas a validade e a confiabilidade da escala original em uma
amostra de 372 crianças com idades entre 6 meses e 6 anos e 11 meses de idade.37
Destas, uma amostra de 174 crianças que frequentavam a clínica de alimentação do
Hospital Infantil e outra de 198 crianças recrutados de consultórios de pediatras da
comunidade para o grupo controle. Diferenças estatisticamente significativas foram
mostradas entre os dois grupos. Os resultados de validação da versão original
demonstraram a excelente validade de constructo, confirmada quando os escores
médios [± DP] das amostras grupo controle e clínico foram comparados (32,65 ±
12,73 versus 60,48 ± 13,04, respectivamente; P <0,01, tanto excelente sensibilidade
(87,3%) e especificidade (82,3%), como uma boa confiabilidade teste-reteste,
demonstrando uma forte consistência interna, com boa acurácia, determinada pela
Curva ROC (a área sob a curva ROC foi de 0,845, sugerindo boa acurácia para
37
discriminar casos e controles), bem como, comparação favorável às escalas de
29
6,7% (n=2) eram maiores que dois desvios padrões acima dos valores normativos.
Pacientes típicos de AE (tipo C que não haviam nascidos com menos de 30
semanas) tinham média de escores da escala MCH-FS na média subclínica,
enquanto uma criança prematura extrema e pacientes não com tipo C de AE (n=4)
todos tiveram escores na média de severidade. Tais autores através desses
resultados verificaram que dificuldades de alimentação de pacientes com AE típica
parecem leves. No entanto, foi encontrado que pacientes com AE complicadas (não
tipo C) e seus cuidadores tendem a experienciar dificuldades alimentares
significativas.75
Em 2016, Nieuwenhuis e col. utilizaram a Lista de Triagem do
Comportamento Alimentar de Crianças Pequenas (Screening List Eating Behavior
Toddlers – SEP), que é a versão Holandesa da escala MCH-FS, com o objetivo de
determinar a prevalência de problemas alimentares e sua associação com fatores de
risco perinatais em 35 crianças de 3 anos de idade, nascidas prematuras,
comparados os dados existentes de 248 crianças nascidas a termo e sem fatores
médicos de risco para problemas de alimentação na idade de 3 anos de vida.76 Não
foram encontradas diferença nos escores do SEP entre as crianças pré-termo e o
grupo de referência, e não foram identificados nenhum fator de risco perinatal para o
desenvolvimento de problemas alimentares. Constatou-se que apenas 23% dos pais
de crianças prematuras ou a termo com problemas alimentares de espectro
moderado a grave consultaram um profissional médico. Segundo os autores, o uso
de um instrumento de relato parental mostrou que a prevalência de problemas
alimentares em crianças pré-termo de 3 anos de idade foi baixa e semelhante a de
crianças nascidas a termo.76
Ainda em 2016, van Dijk, Bruinsma e Hauser, neste estudo piloto, pretendiam
explorar a validade concorrente de um instrumento de triagem curto a escala SEP
(versão Holandesa da escala MCH-FS) em um grupo de crianças prematuras
comparando o escore total com o comportamento observado da criança e de seu
cuidador durante uma refeição regular no domicílio.77 Vinte e oito crianças (com
idade entre 9 e 18 meses) e seus cuidadores participaram do estudo. As
observações em vídeo das refeições foram codificadas para categorias de
comportamento alimentar e interação entre pais e filhos. Os resultados mostram que
o escore total do SEP se correlacionam com a recusa alimentar, eficiência alimentar
e autoalimentação, mas não com influência negativa e instruções parentais.
31
3 JUSTIFICATIVA
4 OBJETIVOS
5 HIPÓTESE
6 MATERIAL E MÉTODOS
6.2 Tradução
cuidadores foram escolhidos por terem o domínio suficiente das duas línguas e por
não terem conhecimento prévio sobre a escala. Não ocorreram divergências
significativas no escore total nas escalas respondidas em inglês, e posteriormente
em português.
6.5 Retrotradução
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6 CONCLUSÕES
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXOS
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Assinatura do Responsável Assinatura do Pesquisador
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Nome do Responsável Nome do Pesquisador
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