Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul Hospital de Clínicas de Porto Alegre - Hcpa Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas: Endocrinologia
Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul Hospital de Clínicas de Porto Alegre - Hcpa Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas: Endocrinologia
Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul Hospital de Clínicas de Porto Alegre - Hcpa Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas: Endocrinologia
Porto Alegre
Janeiro, 2009
1
Porto Alegre
Janeiro, 2009
2
AGRADECIMENTOS
aprendizado;
Nutricionista Jaqueline Vidor, pela grande dedicação em todas as etapas desse trabalho;
Aos colegas e amigos, com quem tenho tido a oportunidade de conviver e aprender, pela
Ao meu orientador, Prof. Dr. Rogério Friedman, por ter acreditado em mim como aluna
e profissional;
Às minhas irmãs, Cíntia e Thais, pelo incentivo constante, nunca me deixando esquecer
que “é possível”;
Aos meus pais, Denir e Tânia Regina, pelo amor e apoio incondicional, sem os quais eu
Aos meus filhos, Júlia, Gabriel e Rodrigo, pela compreensão e paciência nos vários
Ao meu marido, Ricardo, não só pelo auxílio técnico nas várias etapas desse trabalho,
em perceber a necessidade de apoio que a nossa família teve nesses últimos anos.
3
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS................................................................................................ 2
LISTA DE ABREVIATURAS.................................................................................... 4
LISTA DE TABELAS E FIGURAS........................................................................... 5
LISTA DE ABREVIATURAS
ARTIGO 1
Tabela 1. Características dos estudos de validação de Questionários
de Frequência Alimentar, conduzidos no Brasil.................................... 27
Tabela 2. Considerações na escolha do método de avaliação do consumo
em crianças e adolescentes.................................................................... 27
ARTIGO 2
Tabela 1. Características descritivas das crianças incluídas no estudo de validação
relativa do QFAC, residentes na cidade de Porto Alegre, Brasil.......... 48
Tabela 2A. Ingestão diária de energia e nutrientes conforme o QFAC e a média dos
R24h de crianças de 6 a 10 anos da cidade de Porto Alegre, Brasil..... 49
Tabela 2B. Ingestão de nutrientes, ajustados pela energia, conforme o QFAC e a média
dos R24h de crianças de 6 a 10 anos da cidade de Porto Alegre, Brasil. 49
Tabela 3. Coeficientes de correlação de Pearson do consumo de energia e nutrientes,
entre a média dos R24h e o QFAC de crianças de 6 a 10 anos da cidade
de Porto Alegre, Brasil........................................................................... 50
Tabela 4A. Classificação das crianças por quartis, para o consumo de energia e
nutrientes, entre o QFAC e a média dos R24h....................................... 51
Tabela 4B. Classificação das crianças por quartis, para o consumo de nutrientes
ajustados pela energia, entre QFAC e a média dos R24h...................... 51
Figura 1. Diferença entre as médias de consumo de proteína estimadas pelo
QFAC e os 3 R24h em relação à média de consumo de proteína
estimada pelos dois métodos.................................................................. 52
6
ARTIGO 1: para ser enviado para publicação na Revista Cadernos de Saúde Pública
RESUMO
ingeriram, tornando a avaliação dietética mais difícil. Não há um "melhor método", mas
sim um método adequado a uma determinada situação. Tal método necessita de acurácia
inquérito alimentar visa orientar sobre a tomada de decisão sobre o melhor tratamento
de ingestão alimentar é cada vez maior, o que permite o crescente conhecimento das
*
Nutricionista, aluna de Mestrado do Programa de Pós Graduação em Endocrinologia e Metabologia da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Porto Alegre, RS,
Brasil.
**
Professor Adjunto, Faculdade de Medicina, Departamento de Medicina Interna e Programa de Pós-
Graduação em Ciências Médicas: Endocrinologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS,
Porto Alegre, RS, Brasil.
8
ABSTRACT
Studies on eating habits employ different instruments, depending on the aims of the
protocol and the population being investigated. In the case of the pediatrics population,
inform what has been ingested. This makes the dietary assessment more difficult. There
is no “ the best method”, but a more adequate approach for each situation. When the
research involves many subjects, the method of choice has to show reasonable accuracy,
and be relatively inexpensive. Among the options, we find the food record, the 24-hour
dietary recall, the food-frequency questionnaire, and the diet history. In the clinic
setting, the dietary assessment aims at helping the health professionals to choose the
best approach to maintain or promote the patients’ health. There is growing interest in
the subject. This paper discusses several instruments, their characteristics, applications
and limitations.
INTRODUÇÃO
INQUÉRITOS ALIMENTARES
O ato de alimentar-se está presente todos os dias na vida dos indivíduos e, salvo
algumas exceções, todas as pessoas ingerem, por exemplo, gordura e fibras. Por isso,
torna-se difícil associar a dieta, ou algum nutriente contido nela, como fator causal de
alguma doença, já que a exposição a um ou vários nutrientes não se caracteriza como
algo presente ou ausente. Há de se considerar, ainda, que as pessoas raramente fazem
modificações claras nas suas dietas, a ponto de poderem identificar exatamente o
momento da mudança, além de, normalmente, não serem conscientes do conteúdo dos
alimentos que comem. Tais características demonstram as dificuldades das pesquisas
em epidemiologia nutricional, sendo que a limitação mais importante é a ausência de
um método prático para analisar a dieta 17.
Os estudos sobre padrão alimentar dependem do grupo populacional em estudo,
com informações sobre o nível socioeconômico, estágio de vida, sexo e tamanho
18
corporal dos indivíduos , bem como do conhecimento da área geográfica em estudo,
com dados sobre saúde, disponibilidade de alimentos e cultura da população 3. As
pesquisas sobre ingestão alimentar devem levar em conta, ainda, o tamanho e a
distribuição geográfica da amostra, além do desenvolvimento adequado do protocolo de
estudo e da comparação dos dados com os de outros países ou regiões 19.
12
Ingestão alimentar
Variabilidade alimentar
A dieta varia de indivíduo para indivíduo e de dia para dia, ou tem duas fontes
de variabilidade: a variabilidade interindivíduo, a qual é de interesse, e a variabilidade
intra-indivíduo 21, que ocorre dia-a-dia, semana a semana, de ano para ano 19, sofrendo
ainda, influência das estações do ano (sazonalidade alimentar). As grandezas relativas
de variabilidade de consumo dependem do nutriente em questão, do padrão alimentar e
do uso de suplementos alimentares regularmente. Para energia, presente em quase todos
os alimentos, a variância da relação entre variabilidade alimentar intraindividual e
interindividual é muito menor, do que, por exemplo, a variabilidade de ingestão de
vitamina A, presente em maior quantidade em algumas frutas e vegetais. Porém, se o
grupo de estudo consome suplementos de vitamina A, essa relação passa a ter um
comportamento semelhante ao da variabilidade de energia 21.
No caso das crianças, a variação intrapessoal é ainda maior, tornando a avaliação
dietética mais difícil. Há de se considerar, assim como no adulto, as influências do
ambiente sobre a criança, interferindo na sua escolha alimentar. À medida que as
crianças crescem, elas comem mais fora de casa, diminuindo a influência direta dos
pais, enquanto aumentam o peso da mídia e do ambiente escolar nas suas escolhas 11,22.
13
Registro alimentar
História alimentar
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(acessado em 18/Nov/2008).
27
Tabela 1
Tabela 2
Lactentes em uso de A alimentação usual varia mês-a-mês; considerar várias fórmulas e variações no preparo.
fórmulas
Pré-escolares A investigação do consumo alimentar deve ser feita por observador. Ingestão varia diariamente.
Escolares Podem ocorrer limitações no momento de recordar os alimentos ingeridos; o vocabulário pode
estar incompleto; o conhecimento dos ingredientes das preparações é precário; há grande
variação alimentar entre o período de aula e férias.
Adolescentes A ingestão alimentar muda com a maturação sexual; os padrões alimentares são variados; há
tendência de omissão alimentar pelas meninas.
Adaptado de Fisberg RM et al 3.
28
Artigo 2: Artigo original a ser enviado para publicação no periódico Public Health
Nutrition
Crianças de 6 a 10 Anos
29
Aim: To adapt and test the relative validity of an instrument measuring the usual food
intake of 6-10 years old children.
Design: A food-frequency questionnaire (FFQ) encompassing the preceding 6 months
was adapted and compared with the average of 3 24-hour recalls.
Study Population: children aged 6-10, living in Porto Alegre, Brazil, attending private
and public schools.
Results: 91 children were studied. The FFQ overestimated all variables. The correlations
with the values obtained by the 24-hour recalls were mostly above 0,50. The de-
attenuated correlations increased for all nutrients. The Kappa coefficients for the
adjusted variables varied from 0,12 (weak) to 0,34 (reasonable). Graphically, the FFQ is
shown to underestimate some of the parameters and to overestimate other, with a wide
confidence interval for all the variables.
Conclusion: The FFQ does not have the required reliability to classify the intake levels
of schoolchildren, and further investigation is required to understand the sources of
error.
KEYWORDS
Methods
Validity of Tests
Questionnaires
Child
31
INTRODUÇÃO
MATERIAIS E MÉTODOS
Aspectos éticos: O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital
de Clínicas de Porto Alegre. Os pais ou responsáveis assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e as crianças deram consentimento verbal.
VARIÁVEIS EM ESTUDO
LOGÍSTICA DO ESTUDO
Adaptação do QFAC
ESTATÍSTICA
RESULTADOS
DISCUSSÃO
O objetivo desse estudo foi validar um QFA para crianças de 6 a 10 anos para
ser utilizado como instrumento de investigação dos hábitos alimentares dessa
população. O número de crianças que vem apresentando patologias, como hipertensão,
dislipidemia e obesidade, é crescente. No entanto, são muito escassos os instrumentos
que avaliam a dieta usual de crianças dessa faixa etária. Assim, optou-se por adaptar um
QFA validado para adolescentes(10), eliminando uma etapa bastante complexa, que é o
desenvolvimento da lista de alimentos desse instrumento. Essa etapa foi realizada com a
cooperação de profissionais habituados com o universo infantil, que informalmente
contribuíram com sua experiência para a adaptação da lista original de alimentos(9). A
adaptação de questionários de frequência alimentar é um procedimento aceito, desde
que a validade do novo instrumento seja testada na população a que se destina. A
logística empregada no presente estudo de validação foi semelhante à do estudo de
validação do questionário de frequência original. Foram mantidos os três dias de
observação pelo R24h, já que aumentar o tempo de observação, em geral, não melhora a
eficácia do QFA(11); o método testado (QFAC) foi aplicado antes do método de
referência, para que as respostas não fossem influenciadas pelo R24h(14). Diferente do
questionário de frequência alimentar para adolescentes (QFAA), que é auto-aplicável, o
QFAC foi respondido pelo responsável pela criança, já que essa não estaria apta a auto-
relatar o que consome(8).
Apenas dois outros estudos procuraram validar um QFA para essa faixa etária
em nosso meio. O estudo de Assis(29) e colaboradores testou a validade de um QFA,
desenvolvido para uso em grupo, comparando-o com a observação direta das três
refeições escolares, ambos os métodos referindo-se ao dia anterior. Participaram 131
crianças de 8 a 10 anos de idade de uma escola pública de período integral, da cidade de
Balneário Camboriú, Santa Catarina, sendo elas as respondentes. Devido às
características muito diferentes, a comparação dos resultados entre o nosso estudo e o de
Assis e colaboradores torna-se muito difícil de ser feita. O outro estudo(30), realizou-se
com 151 crianças de 5 a 10 anos, residentes em uma cidade do interior de São Paulo. O
estudo de validação testou um QFA já existente para a população adulta, referente ao
mês anterior, comparando-o com a média de 3 registros alimentares, sendo as porções
alimentares estimadas. Os autores concluíram que são necessários mais estudos para
considerar o instrumento válido.
41
O presente estudo mostrou resultados diversos do estudo de validação do QFAA,
do qual se originou. Enquanto o QFAC, em relação ao R24h, superestimou todos os
nutrientes, o QFAA demonstrou valores similares para energia, lipídeos, vitamina C e
cálcio, superestimou carboidrato e fibras totais e subestimou proteína, ácidos graxos
poliinsaturados, colesterol, vitamina A e ferro. O QFAA não testou a validade para
sacarose, ácidos graxos monoinsaturados, ácidos graxos trans, sódio, potássio, zinco,
vitamina D e ácido fólico. Na média, o QFAC demonstrou valores maiores do que os
obtidos pelo QFAA, exceto para ácidos graxos poliinsaturados (20,95g e 25,74g,
respectivamente) e para a mediana de vitamina A (552,02µg ER e 581,04µg ER,
respectivamente). A superestimativa de energia e nutrientes, encontrada em nosso
trabalho, coincide com a maioria dos resultados de outros estudos(30,31,32,33). Os
resultados encontrados por Fumagalli e colaboradores não mostraram diferenças
significativas para carboidratos, proteína, cálcio e ferro, porém obtiveram
superestimativas maiores do que as nossas, para fibra, lipídeos, ácidos graxos saturados,
colesterol e zinco.
Em comparação com o QFAA, o QFAC apresentou menores correlações brutas
com o R24h para: energia, proteína, carboidratos, lipídeos e ferro; semelhantes para:
ácidos graxos poliinsaturados, fibra e colesterol e maiores para: vitamina A, vitamina C
e cálcio. Os estudos conduzidos por Fumagalli et al.(30), Field et al.(32) e Marshal et
al.(33) encontraram valores menores do que o presente estudo, enquanto Wilson et al.(34)
e Bertoli et al.(31) obtiveram correlações semelhantes aos nossos resultados.
Após o ajuste para o total de energia ingerida, a correlação diminuiu para parte
dos nutrientes, ao invés de aumentar, como seria esperado, já que a variabilidade de
consumo destes nutrientes está relacionada à ingestão de energia. O decréscimo da
correlação pode estar relacionado a uma superestimativa, ou a uma subestimativa de
consumo do nutriente(35). Em comparação com o QFAA, a diminuição da correlação
após o ajuste ocorreu para um número menor de nutrientes e em menor magnitude. Tal
fenômeno também ocorreu no estudo conduzido por Fumagalli et al.
Quando as correlações ajustadas foram corrigidas para a variabilidade intra-
individual, todos os valores aumentaram, assim como nos estudos de Slater et al.(10)
Fumagalli et al.(30) e Field et al.(32) , indicando grande variabilidade na dieta desses
indivíduos.
Em contraste com os coeficientes de correlação, que indicam associação de
regular a forte para a maioria das variáveis, a concordância entre os dois métodos se
mostra no máximo razoável, com um coeficiente de Kappa de, no máximo, 0,3. Nossos
42
(34,36,37,38)
resultados para quartis exatos são similares aos de alguns estudos , e superiores
a outros(10,30,39). Porém, o presente estudo mostrou que muitas crianças foram
classificadas em quartis opostos (12% a 24%), resultando num coeficiente de Kappa
mais baixo. A comparação com outros estudos é difícil, porque nem todos informam a
concordância em quartis opostos, ou mesmo o coeficiente de Kappa. Nossos resultados
são melhores do que os de Fumaggali et al, mas classificaram mais sujeitos em quartis
opostos do que Slater et al (10). Essa diferença entre o QFAA e o QFAC pode ser devido
à faixa etária estudada por nós, que se caracteriza pela gradativa diminuição da
dependência dos pais no que diz respeito à alimentação dos filhos. Embora as crianças
tenham sido questionadas sobre as refeições feitas fora de casa ou quando não estavam
na companhia dos pais, as crianças menores de 12 anos têm capacidade limitada para
recordar o tamanho da porção que ingerem(40,41).
A limitada concordância entre os dois métodos é bem ilustrada pelo intervalo de
confiança amplo para todas as variáveis, como indica a representação gráfica de Bland e
Altman.
O QFAC avalia os últimos seis meses de consumo da criança, o que limita a
concordância com o método de referência; o R24h estima a média dos últimos 45 dias
de ingestão alimentar. Embora a coleta dos dados tenha abrangido as quatro estações do
ano, a maior parte dos dados foi coletada entre julho e dezembro, representando o
consumo alimentar do inverno e da primavera, não captando, talvez, a sazonalidade
alimentar completa.
A utilização do R24h como método de referência pode ser um fator limitante do
nosso trabalho, pois este, assim como o QFAC, depende da memória dos
entrevistados(9,11). Tal escolha, no entanto, deve-se ao grau de motivação dos
respondentes, que, provavelmente, teriam menor adesão ao protocolo, caso
utilizássemos o registro alimentar como método de referência.
Ao adaptarmos o tamanho das porções médias para a nossa população de estudo,
acrescentamos mais três opções de tamanho de porção. Porém, mesmo essa
categorização ampliada pode não estar adequada à ingestão das crianças. A porção
extragrande, que tem o dobro da ingestão média, talvez não represente o consumo das
crianças, sendo irreal e por demais volumosa. É bem documentado o viés sistemático de
subestimar em até 25% a ingestão energética, entre adultos, em pesquisas que utilizam o
R24h. Apesar da utilização do método dos múltiplos passos, que minimiza o viés de
memória e padroniza as entrevistas(19), a subestimação de consumo em crianças e o
43
(42)
efeito do sub-relato de pais e responsáveis ainda não está claro . Tais especulações
não puderam ser testadas, em função do tamanho da amostra.
Embora a adaptação de questionários de frequência alimentar seja possível
(e recomendável) sempre que se vai utilizá-los em populações semelhantes,(11) tal
procedimento mostra-se bastante laborioso e sujeito a vieses. Neste cenário, adaptar o
questionário não nos pareceu vantajoso em relação ao desenvolvimento de um novo
instrumento, ainda que tal procedimento exigisse mais tempo.
As técnicas de validação de instrumentos de inquérito alimentar, ainda que
amplamente divulgadas e testadas, necessitariam levar em conta a acurácia dos
recordatórios ao longo das várias entrevistas, considerando os alimentos e tamanho de
porções que são omitidos, acrescidos ou que concordam com aqueles identificados pelo
método em teste(43). Tal abordagem precisa ser estudada com mais detalhes, resultando,
talvez, em níveis de concordância mais verdadeiros.
O QFAC mostrou correlacionar-se bem com o método de referência, ficando
claro que ele tende a superestimar as variáveis. No entanto, o instrumento carece de
exatidão e, a nosso ver, não tem a confiabilidade exigida para classificar os níveis de
consumo dos indivíduos em estudos epidemiológicos. Embora nossos resultados sejam
numericamente semelhantes aos de outros autores, tendemos a discordar destes na
afirmativa de que o QFAC é válido. São necessários mais estudos, que possibilitem a
identificação das principais fontes de erro desse instrumento e, idealmente, será
necessário desenvolver (e não adaptar) um questionário de frequência alimentar para a
população infantil local, a partir da identificação destas fontes de erro.
44
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48
Características n %
Idade (anos)
6 7 7,7
7 17 18,7
8 29 31,9
9 30 33,0
10 8 8,8
Sexo
Masculino 44 48,4
Feminino 47 51,6
Classificação econômica
A 36 39,6
B 41 45,1
C 14 15,4
IMC/I (kg/m2)a
Baixo peso 6 6,6
Eutrofia 50 54,9
Excesso de peso 34 37,4
QFAC, questionário de freqüência para crianças de 6 a 10
anos; IMC/I, Índice de Massa Corporal para a Idade,
conforme o sexo.
a
n = 90
49
Tabela 2A Ingestão diária de energia e nutrientes conforme o QFAC e os 3 R24h de crianças de 6 a 10 anos da cidade de Porto Alegre, Brasil
(n=91)
Tabela 2B Ingestão de nutrientes, ajustados pela energia, conforme o QFAC e os 3 R24h entre crianças de 6 a 10 anos da cidade de Porto
Alegre, Brasil (n=91)
Nutriente QFAC R24h Diferença %a p**
Tabela 4A Classificação das crianças por quartis, para consumo de energia e nutrientes, entre o QFAC e a
média dos R24h (n=91)
1º quartil R24h 4º quartil R24h Geral
1º quartil 4º quartil 4º quartil 1º quartil Exato Oposto
Nutrientes QFAC% QFAC% QFAC% QFAC% % % Kappa p
Energia (Kcal) 14 1 13 0 70 15 0,24 <0,0001
Proteína (g) 14 1 13 1 44 16 0,25 <0,0001
Carboidrato (g) 12 1 13 2 37 21 0,17 0,006
Sacarose (g) 9 8 9 4 36 24 0,15 0,013
Fibras Totais (g) 14 1 14 1 45 18 0,27 <0,0001
Lipídeos (g) 13 0 14 1 46 12 0,28 <0,0001
Ácidos Graxos Saturados (g) 14 0 17 0 48 14 0,31 <0,0001
Ácidos Graxos Monoinsaturados (g) 12 1 13 1 39 18 0,18 0,003
Ácidos Graxos Poliinsaturados (g) 11 1 13 2 35 21 0,14 0,025
Ácidos Graxos Trans (g) 8 6 11 3 32 20 0,10 0,126
Colesterol (mg) 14 2 10 0 41 13 0,21 0,001
Ferro (mg) 9 3 12 3 34 22 0,12 0,046
Cálcio (mg) 17 1 11 0 40 19 0,20 0,001
Sódio (mg) 15 1 10 4 43 20 0,24 <0,0001
Potássio (mg) 14 2 13 0 46 14 0,28 <0,0001
Zinco (mg) 12 3 11 3 32 29 0,10 0,131
Vitamina C (mg) 18 0 14 1 52 15 0,36 <0,0001
Vitamina D (UI) 17 0 15 0 51 14 0,34 <0,0001
Vitamina A (µg ER) 12 1 12 4 41 20 0,21 <0,001
Ácido Fólico (µg) 9 6 9 4 28 29 0,030 0,587
Tabela 4B Classificação das crianças por quartis, para consumo de nutrientes ajustados pela energia, entre o
QFAC e a média dos R24h (n=91)
1º quartil R24h 4º quartil R24h Geral
1º quartil 4º quartil 4º quartil 1º quartil Exato Oposto
Nutrientes QFAC% QFAC% QFAC% QFAC% % % Kappa p
Proteína (g) 11 4 9 3 35 21 0,14 0,025
Carboidrato (g) 13 1 13 2 40 21 0,19 0,001
Sacarose (g) 9 8 10 4 37 25 0,17 0,006
Fibras Totais (g) 15 2 12 1 43 20 0,24 <0,0001
Lipídeos (g) 12 1 15 2 43 19 0,24 <0,0001
Ácidos Graxos Saturados (g) 15 0 15 0 51 12 0,34 <0,0001
Ácidos Graxos Monoinsaturados (g) 9 1 13 1 35 14 0,14 0,025
Ácidos Graxos Poliinsaturados (g) 8 1 13 1 33 14 0,11 0,080
Ácidos Graxos Trans (g) 8 6 11 3 34 22 0,12 0,046
Colesterol (mg) 13 3 12 0 42 17 0,22 <0,0001
Ferro (mg) 8 4 8 3 29 19 0,05 0,433
Cálcio (mg) 15 1 13 1 44 19 0,25 <0,0001
Sódio (mg) 10 3 10 3 34 20 0,12 0,046
Potássio (mg) 14 1 14 0 48 12 0,31 <0,0001
Zinco (mg) 9 3 10 3 35 17 0,14 0,025
Vitamina C (mg) 17 1 14 1 51 17 0,34 <0,0001
Vitamina D (UI) 17 0 13 0 50 11 0,33 <0,0001
Vitamina A (µg ER) 14 1 11 3 55 20 0,21 0,001
Ácido Fólico (µg) 9 4 10 3 30 24 0,06 0,304
QFAC, questionário de frequência alimentar para crianças de 6 a 10 anos; R24h, recordatório alimentarde 24 horas; ER,
Equivalentes de Retinol; UI, Unidades Internacionais.
52
Figura 1 Diferença entre as médias de consumo de proteína estimadas pelo QFAC e os 3 R24h em relação
à média de consumo de proteína estimada pelos dois métodos. Linha, diferença das médias; Tracejado, +/- 2
desvios-padrão.
53
Preencha o formulário abaixo marcando um X na alternativa que mais se adequar a sua realidade.
Quantidade de Itens
0 1 2 3 4 ou +
Televisão em cores
Rádio
Banheiro
Automóvel
Empregada mensalista
Aspirador de pó
Máquina de lavar
Videocassete e/ou DVD
Geladeira
Freezer (aparelho independente
ou parte da geladeira duplex)
Quanto ao nível de instrução dos pais (assinale de acordo com o maior nível de escolaridade atingido):
Analfabeto
Nunca freqüentou a escola
1° Grau incompleto (estudou no máximo até a 4ª série)
1° Grau incompleto (estudou além da 4ª série)
1° Grau completo
2° Grau Incompleto
2° Grau Completo
Superior incompleto
Superior completo
Analfabeto
Nunca freqüentou a escola
1° Grau incompleto (estudou no máximo até a 4ª série)
1° Grau incompleto (estudou além da 4ª série)
1° Grau completo
2° Grau Incompleto
2° Grau Completo
Superior incompleto
Superior completo
57
Registro Nº_______
Nome da criança:________________________________________
Nome do responsável:_____________________________________
Telefones p/ contato:___________________________
Classificação sócio-econômica________________
1. Que dia da semana foi ontem? ("Atenção: o entrevistador deve responder esta
questão, não solicite a resposta ao entrevistado)
1. Segunda-feira
2. Terça-feira
3. Quarta-feira
4. Quinta-feira
5. Sexta-feira
6. Sábado
7. Domingo
59
Primeira Etapa
DESJEJUM
2. Ontem ele(a) comeu ou bebeu alguma coisa logo que acordou?
1. Sim
2. Não
3. Ontem ele(a) comeu ou bebeu alguma coisa entre essa primeira refeição e o almoço?
1. Sim
2. Não
ALMOÇO
4. Ontem ele(a) almoçou?
1. Sim
2. Não
5. Ontem ele(a) comeu ou bebeu alguma coisa entre o almoço e o jantar?
1. Sim
2. Não
JANTAR
6. Ontem ele(a) jantou?
1. Sim
2. Não
CEIA
7. Ontem ele(a) comeu ou bebeu alguma coisa depois do jantar (ou antes de dormir)?
1. Sim
2. Não
Segunda Etapa
DESJEJUM ( se fez o desjejum)
8. A que horas ele tomou o desjejum? _________
Terceira Etapa
DESJEJUM ( se fez o desjejum)
17. O que ele(a) comeu ou bebeu logo que acordou?
Desjejum
ALIMENTO/ BEBIDA QUANTIDADE (em medidas caseiras)
(b)
PERÍODO DA MANHÃ ( se comeu ou bebeu entre o desjejum e o almoço)
18. O que ele(a) comeu ou bebeu entre o desjejum e o almoço?
Período da manhã
ALIMENTO/ BEBIDA QUANTIDADE (em medidas caseiras)
Assinatura:________________________________________
64
19.Salgado assado
1 un. M V3
(Esfiha,Enroladinho salsicha)
20. Croissant
1 un. M V3
(presunto,queijo,calabresa)
21.Cachorro quente 1 un. M V3
48.Bisnaguinha 3 un. V3
1 un. P,
49.Pão integral V4
2 fatias
50.Cereal matinal 1 xíc. chá,
(Sucrilhos®,...) 1 caixa P
1
51.Batata frita palito L38 foto36
escumadeira
52.Batata 3 CS Ch,
V4
( purê / cozida) 1 un. M
53.Polenta cozida, 4 CS Ch,
V4
Aipim cozido 1 pedaço M
54.Polenta frita,
1 pedaço M V5
Aipim frito
68
57.Beterraba cozida 1 CS Ch
L31
58.Cenoura crua 1/2 pires 1/2foto22
59.Chuchu 1 CS Ch
4 CS Ch,
60.Milho verde
1 espiga
4 fatias M,
61.Tomate L30 P
1 un. P
62.Moranga 1 CS Ch
63.Vagem 1 CS Ch
64.Espinafre 1 CS Ch
65. Couve 1 CS Ch
Quantas porções de vegetais ele(a) come por semana?
VIII. Leguminosas:
<1 X/ 1-3X/ 1X / 2-4X/ ≥ 2X/
ALIMENTO Nunca 1X/ dia Porção P M G EG Fotos g/ml
mês mês sem sem dia
72.Feijão, Lentilha 1 concha G L43 foto45
73.Feijão mexido 2 CS Ch V5
IX. Carnes e Ovos 69
<1 X/ 1-3X/ 1X / 2-4X/ ≥ 2X/
ALIMENTO Nunca 1X/ dia Porção P M G EG Fotos g/ml
mês mês sem sem dia
74.Carne panela, assada, 1 pedaço G, V20 23C
Picadinho, 1/2porção, L33
Bife 1 un. M V16 22B
75.Guisado, 1 C servir, L34 foto27
Almôndega 2 un. M
76.Bife à milanesa 1 un. M
77.Frango 1 sobrecoxa
(refogado, assado), G, 1/2 peito, V15 25B
desfiado 4 CS
1 sobrecoxa
78.Frango frito M ou
1 coxa G L37 foto34
79.Carne suína
1 fatia P
(assada, refogada)
80.Ovo cozido 1 un. M
81.Omelete c/ 2 ovos
82.Frios
(presunto, Chester, 1 fatia M
mortadela, salame)
83.Salsicha 2 un. M
84.Salsichão, 1 un.,
Lingüiça 6 fatias
X. Bebidas:
<1 X/ 1-3X/ 1X / 2-4X/ ≥ 2X/
ALIMENTO Nunca 1X/ dia Porção P M G EG Fotos g/ml
mês mês sem sem dia
1 copo
85.Refrigerante V8 4B
requeijão
Que tipo de refrigerante ele(a) costuma beber? Normal Diet,/ Light
86.Suco natural 1 copo G V8 4A
1 copo
87.Suco industrializado V8 4B
requeijão
1 copo
88.Suco em pó V8 4B
requeijão
Que tipo de suco ele(a) costuma beber? Normal Diet,/ Light
1/3 de
89.Café (p/ diluir no leite) V9 6D
caneca
90.Água 1 garrafa P 500ml
NLM: GT
Catalogação Biblioteca FAMED/HCPA