Aula 02 FUNDAÇÕES

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Fundações e obras de Terra

Apresentação
Ementa
Investigação no subsolo. Fundações Diretas. Sapatas. Fundações
profundas. Estacas e tubulões. Escolha do tipo de fundação.
Rebaixamento do lençol freático. Projeto. Estabilidade de Taludes.
Barragens de terra. Empuxos de terra. Estruturas de arrimo.
Aterros. Compactação. Terraplenagem.
Objetivo
• Estudar os tipos de fundações e dimensioná-los de acordo com os critérios das normas
técnicas brasileiras.
• 1. Conhecer os tipos usuais de fundações e os cuidados práticos necessários para a
execução desses.
• 2. Dominar os conceitos básicos para a compreensão da interação solo-estrutura.
• 3. Dominar os processos teóricos e semiempíricos para a determinação da capacidade de
carga e para a estimativa dos recalques.
• 4. Dimensionar os elementos estruturais das fundações.
• 5. Desenvolver as partes principais dos projetos de sapatas, tubulões e estacas
(dimensionamentos geotécnico e estrutural, detalhamento e apresentação
gráfica)
• 6. Enfatizar métodos e processos apropriados à realidade regional e local.
Acordos Acadêmicos
1. Chamada início da aula;
2. Frequência: De acordo com regulamento da Instituição, o requisito mínimo é
de 75% de frequência, sendo nesta disciplina a carga horária de 60 horas,
equivalente a 15 aulas a frequência mínima é de 12 aulas fora os dias de
avaliação.
3. Os exercícios são compostos por: Atividade em sala de aula e Atividade extra
sala de aula
Bibliografia
ALBUQUERQUE, Paulo José Rocha de. Engenharia de fundações. Rio de Janeiro: LTC,
2020. E-book. ISBN 9788521636977. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521636977.
Bibliografia
Datas importantes
DI- 03/10
DII- 21/11
Período de solicitação de 2° chamada- 01/12 – 02/12
Substitutiva - 06/12
DIII- 11/12
1 . Processos e técnicas construtivas de fundações
Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os
seguintes aprendizados:
• Caracterizar as etapas de execução de fundações rasas.
• Descrever as etapas de execução de fundações profundas com estacas
escavadas.
• Listar as etapas de execução de fundações profundas com estacas cravadas.
1 . Processos e técnicas construtivas de fundações
Fundações são elementos estruturais cuja
função é transmitir as cargas atuantes sobre a
superestrutura da edificação para o maciço
de solo. Portanto, o tipo de fundação utilizado
depende das cargas transmitidas pela estrutura e
das características geotécnicas do maciço de
solo. A topografia do terreno e as características
das construções vizinhas também influenciam
no projeto de fundações.
1 . Processos e técnicas construtivas de fundações
1 . Processos e técnicas construtivas de fundações
Assim, as fundações podem ser classificadas em rasas ou profundas. Nas fundações
rasas, a transmissão de cargas se dá nas primeiras camadas do maciço de solo. Nas
fundações profundas, por outro lado, a capacidade de suporte necessária para resistir às
cargas transmitidas pela edificação somente é obtida em camadas mais profundas do
maciço de solo.
I. Fundações rasas
As fundações rasas — também denominadas superfi ciais — são aquelas em que a
transmissão de cargas ocorre logo nas primeiras camadas do maciço de solo. De modo
geral, considera-se como fundação rasa aquela executada com até 2 m de profundidade.
Fundações executadas com profundidades superiores a 2 m são consideradas profundas.
Nas fundações rasas, as cargas são transmitidas diretamente ao terreno pelas pressões
distribuídas sob a base da fundação. Isso resulta na mobilização de esforços resistentes
exclusivamente na superfície de contato entre a base da fundação e o solo. Desse modo, as
fundações rasas são classificadas como fundações diretas.
I. Fundações rasas
O projeto de fundações rasas deve satisfazer os seguintes critérios:

a. As camadas superficiais do maciço de solo devem possuir resistência suficiente para


resistir às cargas transmitidas pelos elementos de fundação;
b. Os elementos de fundação devem ser executados com profundidade máxima de 2 m,
visto que profundidades superiores elevariam os custos de escavação e reaterro.
I. Fundações rasas

As fundações rasas podem ser divididas, de acordo com as suas características estruturais,
em quatro grupos principais: blocos, sapatas, vigas de fundação e radiers. As principais
características de cada grupo.
a. Bloco- Os blocos de fundação são elementos de base quadrada ou retangular,
executados em concreto simples, dimensionados de modo que o concreto resista às
tensões de tração a ele submetidas. O bloco de fundação normalmente possui faces
verticais, mas pode ser executado com faces escalonadas.
I. Fundações rasas

b. Sapata- As sapatas são elementos de fundação executados em concreto armado, de


modo que as tensões de tração sejam resistidas pelas armaduras de aço. Em geral,
possuem base quadrada ou retangular. A altura do elemento pode ser constante ou
variável.
b1. Sapatas isoladas- Cada elemento de fundação recebe e transmite o carregamento de
um único pilar.
b2. Sapatas associadas- Cada elemento de fundação recebe e transmite o carregamento
de dois ou mais pilares não alinhados. As sapatas associadas são o resultado da
sobreposição de duas ou mais sapatas isoladas.
b3. Sapatas corridas ou baldrames- Consiste em um elemento linear que recebe o
carregamento linearmente distribuído das paredes da construção
I. Fundações rasas

b1. Sapatas isoladas-


I. Fundações rasas

b2. Sapatas associadas-


I. Fundações rasas

b3. Sapatas corridas ou baldrames-


I. Fundações rasas
c. Vigas de fundação - As vigas de fundação são elementos de fundação lineares,
formados por vigas de concreto armado, que recebem vários pilares situados no mesmo
alinhamento. O cruzamento de várias vigas de fundação resulta em uma estrutura
denominada grelha de fundação.
I. Fundações rasas
d. Radier - O radier consiste em um elemento de fundação em forma de placa, executado
em concreto armado, que recebe o carregamento de todos os pilares e paredes da
construção. A utilização do radier é recomendada quando a área das sapatas projetada em
planta for superior a 50% da área total projetada em planta da construção.
I. Fundações rasas
d. Radier – Execução
Escavação
O radier geralmente tem a área meio metro maior que a área da casa, assim a primeira
coisa que você deve observar na sua obra é se a posição onde foi feita a escavação esta
com as medidas iguais ao projeto estrutural.
I. Fundações rasas
d. Radier – Execução
Manta impermeabilizante
A manta impermeabilizante, plástica ou asfáltica, deve ser alocada sobre o solo
compactado. Ela é responsável por impedir que as armaduras entrem em contato com o
solo, que o concreto perca água e que a umidade do solo suba pelo concreto
prejudicando a fundação.
I. Fundações rasas
d. Radier – Execução
Outro ponto importante é verificar se o fundo foi devidamente compactado e se foram
colocadas as tábuas de madeira (caixarias) para delimitação da área.
I. Fundações rasas
d. Radier – Execução
Instalações hidráulicas e elétricas
Verifique também se as instalações hidráulicas e elétricas foram feitas conforme
especificadas no projeto. Confira também se as tubulações foram fechadas para impedir a
entrada do concreto e outros materiais indesejados.
I. Fundações rasas
d. Radier – Execução
Posicionamento armação de aço
Tanto as telas de aço, quanto a armadura protendida devem ser posicionadas após a
implantação da manta impermeabilizante.
I. Fundações rasas
d. Radier – Execução
Após dispor as armaduras ou as telas de aço, são fixadas as colunas de aço do arranque.
Certifique-se que as colunas dos arranques estão perpendiculares (aprumadas) e no centro
da coluna.
I. Fundações rasas
d. Radier – Execução
Concretagem
Após posicionar as armações de aço e caixarias, é colocado o concreto. Este pode ser
comprado pronto ou pode ser feito na obra. Durante a aplicação observe se o concreto
está pastoso e homogêneo.
I. Fundações rasas
d. Radier – Execução
Após a secagem, em cerca de 7 dias, o concreto deverá ter uma cor homogênea e não
possuir furos que permitam ver as estruturas de aço.
I. Fundações rasas
d. Radier – Execução
Após a secagem, em cerca de 7 dias, o concreto deverá ter uma cor homogênea e não
possuir furos que permitam ver as estruturas de aço.
I. Fundações rasas
Traço
O traço é uma forma de representar a proporção dos ingredientes do concreto. Ele é
exibido através de números separados por “:”. Cada número indica o volume de cimento,
areia e pedra necessários para fazer o concreto, por exemplo:

No traço ao lado, para cada 1 litro de cimento, devemos misturar 2 litros e areia e 3
litros de pedra para fazer o concreto. Neste exemplo usamos o litro, mas poderíamos
usar qualquer outra medida de volume. Por exemplo, poderíamos ter usado balde, lata,
carriolas, e assim vai.
I. Fundações rasas
Traço
II. Execução de fundações rasas

Antes de iniciar a execução das fundações, o profissional responsável deve verificar se os


seguintes serviços foram realizados:
a. estudo geotécnico do maciço de solo, determinando o tipo de solo, a sua resistência e
a existência e posição do lençol freático;
b. projeto arquitetônico e estrutural, indicando as dimensões, posições e alinhamentos
dos elementos de fundação;
c. limpeza do terreno, de modo a retirar a cobertura vegetal, resíduos e dejetos
orgânicos e não orgânicos da área onde a obra será executada.
II. Execução de fundações rasas

A locação consiste na demarcação, no terreno, da posição dos elementos de fundação, de


acordo com as informações constantes no projeto arquitetônico e estrutural. Os
procedimentos de locação variam de acordo com a complexidade da obra e da
disponibilidade de recursos humanos, materiais e financeiros. A locação das fundações
pode ser realizada por meio dos seguintes procedimentos:
a) Métodos dos cavaletes – nesse processo, os elementos construtivos são locados por
meio de fios de náilon amarrados a pregos fixados em cavaletes opostos. Os cavaletes
são formados por uma travessa pregada a duas estacas fixadas ao solo. A principal
desvantagem do método, de acordo com Borges (2009), reside na facilidade de
deslocamento dos cavaletes, devido a choques de carrinhos de mão e pontapés. O
método dos cavaletes é recomendado para obras simples ou de pequeno porte.
II. Execução de fundações rasas

b) Método das tábuas corridas – nesse processo, são fixados ao solo pontaletes de pinho
afastados 1,50 m entre si e 1,20 m em relação à face externa do elemento de fundação.
Nos pontaletes, são fixadas tábuas sucessivas, delimitando a área a ser construída e
permitindo a locação dos elementos de fundação. A locação por tábuas corridas implica
maior gasto que o processo por cavaletes, mas confere maior precisão e segurança à
locação das fundações, devido à impossibilidade de deslocamento dos pontos marcados
(BORGES, 2009). O método é utilizado em construções de pequeno e médio porte.
c) Equipamentos topográficos – em obras de maior complexidade e com maior
disponibilidade de recursos financeiros, a locação pode ser realizada com o auxílio de
equipamentos topográficos eletrônicos, por exemplo, a estação total. A utilização desse
processo demanda a contratação de empresa especializada.
II. Execução de fundações rasas
Após a locação dos elementos de fundação, providencia-se a escavação do terreno. Nota-
se que a escavação resultará em maior ou menor volume, dependendo do tipo de fundação
a ser executado. Na execução de blocos e sapatas isoladas ou associadas, é necessária
apenas a abertura de uma cava; já na execução de sapatas corridas e vigas de fundação, é
necessária a abertura de valas lineares. Para a execução de radier, todo o solo sobre a
construção deverá ser escavado, visto que o elemento de fundação consiste em uma laje
que recebe toda a estrutura da construção
II. Execução de fundações rasas
A escavação deve ser realizada até a cota de apoio da fundação, respeitando uma folga de
20 cm na abertura, em relação à dimensão de projeto, de modo a permitir a execução
posterior das fôrmas de concretagem. A cota de apoio não deve ser inferior a 70 cm, a fim
de garantir a proteção do elemento de fundação aos agentes atmosféricos e ao fluxo de
água. A escavação é iniciada a partir do elemento de fundação mais profundo (YAZIGI,
2009).
II. Execução de fundações rasas

Borges (2009) alerta que a escavação em terrenos inclinados deve ser realizada de forma
escalonada, conforme apresentado na Figura 1a. A abertura de valas inclinadas, conforme
Figura 1b, resulta em um plano de escorregamento, que pode acarretar patologias e risco
de ruptura para a construção.
II. Execução de fundações rasas

A escavação deve ser realizada de modo a garantir o nivelamento do fundo da vala. O


nivelamento pode ser verificado por meio de nível a laser ou nível de mangueira. Em
seguida, o fundo da vala deve ser compactado e regularizado, até 5 cm abaixo da cota de
apoio, com um soquete de 5 kg ou com um compactador mecânico do tipo sapo (YAZIGI,
2009). Durante a escavação, o profissional deve sempre atentar para a existência de
formigueiros ou a presença de matéria orgânica. Formigueiros consistem em vazios no
maciço de solo que podem causar recalques imediatos e danificar a estrutura. Solos com
matéria orgânica tendem a apresentar menor resistência mecânica e maior
deformabilidade, prejudicando a segurança e estabilidade da estrutura.
II. Execução de fundações rasas

Após a regularização, deve-se executar um lastro de concreto simples, com 5 cm de


espessura, no fundo da vala. O lastro de concreto tem por objetivo regularizar a superfície
onde o elemento de fundação será executado e uniformizar a transmissão das cargas que
descarregam na fundação. Para a execução do elemento de fundação, confeccionam-se
fôrmas de madeira, que são construídas com sarrafos e tábuas de madeira. Yazigi (2009)
destaca que essas fôrmas devem ser escoradas em estacas de madeira apoiadas no fundo e
nas laterais da vala. O alinhamento, nivelamento e esquadro das fôrmas deve ser
verificado durante e após o seu posicionamento na vala.
II. Execução de fundações rasas

Após o posicionamento das fôrmas, insere-se a armadura de aço, quando necessário. Em


geral, as sapatas possuem apenas armadura inferior e armadura de cisalhamento, enquanto
o radier e as vigas de fundação possuem armadura inferior e superior, além da armadura
de cisalhamento. A definição do diâmetro e da disposição das armaduras de aço depende
de projeto estrutural prévio. Na Figura 2, você pode observar como é feita a disposição
das armaduras na sapata e como é realizada a amarração entre o pilar e o elemento de
fundação.
II. Execução de fundações rasas
II. Execução de fundações rasas

O concreto utilizado deve apresentar resistência compatível com as necessidades do


projeto. De acordo com a complexidade da obra e disponibilidade de recursos, o concreto
utilizado poderá ser produzido in loco ou em central, sendo lançado por meio de
bombeamento.
III. Fundações profundas com estacas escavadas

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