Acústica, Masterização e Engenharia Do Som

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ACÚSTICA,

MASTERIZAÇÃO E
ENGENHARIA DO
SOM

JANAINA DE ANDRADE
EXPEDIENTE

Coordenador(a) de Conteúdo Revisão Textual


Rafaela Haddad Costa Ribas Salen Nascimento Silva
Projeto Gráfico e Capa Ilustração
Arthur Cantareli Silva Andre Luis Azevedo da Silva
Editoração Geison Ferreira da Silva
Lucas Pinna Silveira Lima Fotos
Design Educacional Shutterstock
Bárbara Neves

FICHA CATALOGRÁFICA

U58 Universidade Cesumar - UniCesumar.


Núcleo de Educação a Distância. ANDRADE, Janaina de.
Acústica, Masterização e Engenharia do Som / Janaina de Andrade.
- Indaial, SC: Arqué, 2023.

104 p.

“Graduação - EaD”.
1. Acústica 2. Masterização 3. Engenharia do Som 4. EaD. I. Título.

CDD - 781

Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.

Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Impresso por:
RECURSOS DE IMERSÃO

A P RO F UN DANDO E U INDICO

Utilizado para temas, assuntos Utilizado para agregar


ou conceitos avançados, levando um conteúdo externo.
ao aprofundamento do que Utilizando o QR-code você
está sendo trabalhado naquele poderá acessar links de
momento do texto. vídeos, artigos, sites, etc.
Acrescentando muito
aprendizado em toda a sua trajetória.

P E N SA N D O JU NTO S

Este item corresponde a uma PL AY NO CONHECIMENTO

proposta de reflexão que pode


ser apresentada por meio de uma Professores especialistas e
frase, um trecho breve ou uma convidados, ampliando as
pergunta. discussões sobre os temas
por meio de fantásticos
podcasts.

ZO O M N O CO N HEC I M ENTO

I N DICAÇÃO DE FIL ME
Utilizado para desmistificar
pontos que possam gerar
confusão sobre o tema. Após o Uma dose extra de
texto trazer a explicação, essa conhecimento é sempre
interlocução pode trazer pontos bem-vinda. Aqui você terá
adicionais que contribuam para indicações de filmes que se
que o estudante não fique com conectam com o tema do
dúvidas sobre o tema. conteúdo.

E M FO CO I N DICAÇÃO DE L IVRO

Utilizado para aprofundar o Uma dose extra de


conhecimento em conteúdos conhecimento é sempre
relevantes utilizando uma bem-vinda. Aqui você terá
linguagem audiovisual. indicações de livros que
Disponibilizado por meio de QR- agregarão muito na sua vida
code. profissional.

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CAMINHOS DE APRENDIZAGEM

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UNIDADE 1

ENGENHARIA DO SOM: VELOCIDADE, DIRECIONAMENTOS E TRATAMENTOS . . . . . . 8

31
UNIDADE 2

SISTEMA DE SOM: A EQUALIZAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

49
UNIDADE 3

TIMBRE, CICLOS HARMÔNICOS, AMPLITUDE E OUTRAS


CARACTERÍSTICAS SONORAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

71
UNIDADE 4

FASES DE UMA GRAVAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

89
UNIDADE 5

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90

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UNIDADE 1
TEMA DE APRENDIZAGEM 1

ENGENHARIA DO SOM:
VELOCIDADE, DIRECIONAMENTOS E
TRATAMENTOS

MINHAS METAS

Elucidar o conceito de som.

Compreender a relação entre som e ruído na percepção humana.

Apresentar os conceitos de acústica musical.

Distinguir os conceitos de acústica e emissão sonora.

Analisar as características de reflexão do som em acústica.

Observar os materiais com capacidade acústica utilizados em locais para emissão sonora.

Descrever os sistemas de sonorização com base na acústica.

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UN I C ES UMA R

INICIE SUA JORNADA


O mercado musical atual nos fornece inúmeras formas de atuação, nas quais
a base do conhecimento reflete a qualidade de produção do que elaboramos,
apresentando-nos a problemática sobre qual conhecimento precisamos dominar
para mostrarmos nosso lugar no mercado profissional.
Quando pensamos em engenharia de áudio, passamos por conceitos de diver-
sas áreas correlatas, entre elas, a física, que nos auxilia na compreensão de conceitos,
como a acústica, que norteiam a compreensão de som e suas possíveis utilizações,
seja em produção de áudios, em reproduções em teatros, musicais, entre vários
formatos de disponibilização de som. Para isso, dependemos do conhecimento
a respeito das formas de utilização do som, de suas propriedades e de como nos
relacionamos com as propriedades acústicas, visando a nossa atuação como pro-
fissionais que atuam com o elemento sonoro, com música e seus elementos.
Dessa forma, vamos compreender como a engenharia de áudio, as proprie-
dades do som e a acústica nos fortalecem no domínio de conhecimentos e con-
sequentemente da atuação profissional.

VAMOS RECORDAR?
Também lhe convido a assistir a este vídeo sobre a acústi-
ca dos instrumentos musicais, para iniciarmos nossa
jornada nas propriedades acústicas.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 1

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

O QUE É SOM?

Iniciamos a compreensão sobre a existência do som, conforme apresenta Siqueira


(2020), pela necessidade de apresentar elementos que o envolvem, como a fonte
emissora, o meio elástico e o receptor. Assim, vamos começar nossa conversa
pela fonte emissora e meio elástico.
O som é considerado como um “fenômeno físico”, representado pela energia
transmitida pela forma de ondas sonoras; ele é uma forma de propagação que se
inicia como ondas elásticas por meio de oscilação (mecânica) que ocorre em um
meio de consistência sólida, líquida ou gasosa (LALIS, 2021).

A P RO F UNDA NDO

É importante lembrar que o som não se propaga apenas em um meio. Além do ar, o
som também é capaz de se propagar na água e em objetos de diversos materiais.

O som é a interpretação, pelo cérebro, das vibrações geradas por meio dos movi-
mentos de um objeto, que são transmitidas pelo meio elástico (SIQUEIRA, 2020).
A velocidade da transmissão do som depende da proximidade das moléculas do
meio em que está se propagando. Dessa forma, quanto mais próximas as molécu-
las, mais rápida a propagação do som. O som, segundo Schafer (2011), é aquele
com capacidade de interromper o silêncio; independentemente de sua força, ele
ilumina a interrupção do silêncio, do vazio.


Sabemos que o som é onda, que os corpos vibram, que essa vibração
se transmite para a atmosfera sob a forma de uma propagação ondu-
latória, que o nosso ouvido é capaz de captá-la e que o cérebro a in-
terpreta, dando-lhe configurações e sentidos (WISNIK, 2004, p. 19).

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UN I C ES UMA R

Assim, independentemente da fonte de emissão, o som sempre terá a produção


de vibrações sonoras, que serão interpretadas pelo nosso cérebro, que os com-
preende de acordo com suas frequências.

A P RO F UNDA NDO

Com base nos estudos das Leis de Newton, por meio da terceira lei, que diz que
“dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço”, compreendemos que
estamos sempre cercados de outros objetos, seres vivos; todos estão no espa-
ço. Junto a eles, temos o ar, que também ocupa os espaços que não consegui-
mos ver a olho nu. Dessa forma, o que se movimenta ocupa um novo lugar que
antes era ocupado pelo próprio ar, que será deslocado e terá que se posicionar
novamente em outro local (SIQUEIRA, 2020).

Já sabemos que para ter um som, precisamos também do receptor. Nesse caso,
falamos sobre os seres humanos e sua capacidade auditiva, em que os órgãos ou-
vidos (formados por várias estruturas em três partes: ouvido externo, médio e in-
terno) são capazes de captar vibrações do ar, atuando na ampliação das vibrações,
transformando-as em mensagem nervosa com atuação do sistema nervoso central.


O fenômeno sonoro físico é percebido pelo aparelho auditivo,
composto pelas orelhas e pelo córtex auditivo. De forma geral,
todo o processo do som chegar ao nosso sistema e passar pelas
orelhas antes de chegar ao cérebro, é chamado de “sensação auditi-
va”, pois está relacionada à forma como o indivíduo a compreende
(BRANDÃO, 2018, p. 58).

Nosso ouvido é capaz de captar variações entre 20 a 20.000 Hz, ou seja, entre 20
e 20.000 vezes por segundo; abaixo ou acima desses valores, nosso ouvido não
terá a percepção do som que é emitido nas frequências fora de nosso alcance.

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E U IN D ICO

Para compreender a atuação das estruturas anatômicas do


ouvido em relação ao som, assista a este breve vídeo que ilus-
tra todo o mecanismo de funcionamento do ouvido e compre-
ensão do som.

RUÍDO

O ruído pode confundir, muitas vezes, nossa percepção. Iniciamos nossa fala
sobre o ruído conforme a defesa de Schafer (2011, p. 56-57): “Ruído é som inde-
sejável, [...] é qualquer som que interfere. É o destruidor do que queremos ouvir”.

VOCÊ SABE RESPONDER?


Se identificamos o ruído enquanto um som, como podemos compreender o
ruído? Para você, estudante, o que é ruído em sua percepção sonora?

Ruído, conforme os estudos de psicoacústica, é


“Para o homem
uma sensação que pode ser desagradável ou rejei-
sensível aos sons, o
mundo está repleto tada por um indivíduo (DREOSSI, 2003). Com base
de ruídos” nesse conceito, podemos, então, compreender que
um ruído não é considerado ruído para todas as
pessoas. É uma concepção subjetiva, que envolve a percepção e sensibilidade
auditiva de cada indivíduo, em que algumas vibrações podem gerar incômo-
do no processo de compreensão sonora. “Para o homem sensível aos sons, o
mundo está repleto de ruídos” (SCHAFER, 2011, p. 57).

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Figura 1 – Tipos de ruídos

Descrição da Imagem: a figura apresenta uma ilustração com fundo em cor rosa-salmão. Ao fundo, na parte
superior à esquerda, temos a imagem de um avião em posição lateral, com o bico apontando para cima e para a
direita, na cor branca, com asas e cauda rosa e roxo. Ao seu redor, nuvens em tonalidade de rosa com transparência
aparecem até a metade da figura. No plano seguinte, temos a imagem de um megafone, de tamanho duas vezes
maior que o avião, nas cores branca e rosa. A sua frente, saindo de sua abertura de som, há três raios, em amarelo,
com a mesma distância entre si em direção ao lado esquerdo da figura. No centro da imagem, logo ao lado do
megafone, há um carro, em posição lateral, com carcaça rosa e pneus na cor roxa. Em seu capô, na parte superior,
há um balão, com bordas irregulares e pontiagudas, rosa-claro, com a palavra “HONK”. Na frente do carro, temos a
representação de uma pessoa; um homem, de frente, com camiseta de manga comprida branca e bermuda acima
do joelho em azul-escuro, com as mãos sobre sua cabeça. Ao lado do carro, próximo ao capô, há duas pessoas;
na sequência, há uma mulher ao lado de um homem, ambos com a mão na cabeça. A mulher está vestindo uma
camiseta azul e calça rosa e o homem uma camiseta rosa e calça azul-escuro. Do lado do carro, próximo ao porta-
-malas, temos um homem todo vestido de azul, de frente, apontando sua mão direita para o carro, bem próximo à
parte superior traseira. Logo ao seu lado, posicionada mais à frente, temos uma mulher vestida de azul, com a mão
esquerda na cintura, a mão direita no rosto e com três pontos amarelos acima de sua cabeça. Fim da descrição.

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Conceitualmente, podemos identificar tipos diferentes de ruídos e suas fontes


emissoras, com base na norma técnica ISO (2017):

RUÍDO ESPECÍFICO

Sob investigação; indicado a uma fonte específica.

RUÍDO AMBIENTAL

Qualquer fonte sonora próxima ou distante da medição sonora, como meios de


transporte, obras, pássaros, entre outros.

RUÍDO RESIDUAL

Sons e ruídos do ambiente sem a presença do ruído específico.

RUÍDO INICIAL

Ruído de ambiente sem a interferência de uma fonte sonora.

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CONCEITOS EM ACÚSTICA: REFLEXÃO DO SOM

Os fundamentos de acústica nos auxiliam a compreender como funciona a


propagação do som e as propriedades envolvidas em sua emissão e recep-
ção. O som, na atmosfera, consegue passar por meio de sua forma de onda,
gerando pulsações de ar, que refletem em sua velocidade, considerando sua
propriedade: altura (sons graves e sons agudos). Além da altura, as ondas so-
frem influência da temperatura e umidade. “Notamos que, em geral, quanto
mais quente for o clima, (quanto maior a temperatura), mais rápido o som se
propaga, e que quanto maior a umidade relativa do ar, mais lenta a velocidade
de propagação do som” (MENEZES, 2003, p. 48).
Por meio de experimentos sobre a influência da maior umidade relativa do
ar em relação à temperatura acima de 38° C, identificou-se que a velocidade
será maior, alterando a relação inicial (SIQUEIRA, 2020). Portanto, em acústica,
consideramos o som e sua emissão em relação ao espaço que o envolve.

FENÔMENO REFLEXÃO

Compreendendo como o som se move através das ondas, reconhecemos o mo-


vimento de reflexão, refletindo sobre um ambiente que a envolve e se propaga.
A seguinte ação é descrita, por Siqueira (2020), como exemplo do fenômeno:
um objeto é arremessado em uma superfície (seja qual for sua composição, o ma-
terial que o compõe). Esse objeto atinge a parede com uma certa velocidade. Seu
retorno não apresentará a mesma velocidade do arremesso, considerando a queda
de energia que sofrerá após o impacto com a superfície. Portanto, quando a propa-
gação de uma sequência de ondas é interrompida por uma superfície delimitadora
do meio elástico, ele volta ao meio primitivo, mudando sua direção.
Todos os objetos, ao sofrerem o contato com a onda sonora, terão uma par-
cela de absorção dessa energia e uma parcela de reflexão da energia, o que difere
de material para material que compõe esse objeto. “Ao atingir um obstáculo, parte
da energia se dissipa, outra parte é transmitida ao lado oposto, outra é absorvida
pelo obstáculo e uma quarta parcela é refletida, devolvida ao meio de propagação”
(SIQUEIRA, 2020, p. 67).

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Nesse sentido, é preciso considerar os tipos de materiais que estão envolvidos


nesse fenômeno:

MATERIAIS LISOS E PESADOS

São capazes de refletir mais ondas sonoras, gerando a impressão de um som


mais extenso e mais nítido.

MATERIAIS RUGOSOS E LEVES

Apresentam menor capacidade de refletir as ondas sonoras, gerando impressão


de som menos extenso e menos nítido.

Figura 2 – Estruturas com propriedades acústicas

Descrição da Imagem: a figura apresenta cinco quadrados vistos de forma superior e lateralizada. Há na base da
imagem, três dos quadrados, na cor cinza, um ao lado do outro; e mais acima, os outros dois quadrados, posicionados
de forma intercalada entre os três que estão abaixo. Da esquerda para a direita, o primeiro quadrado apresenta
textura no formato de 16 pirâmides. Na sequência, o segundo quadrado apresenta 16 quadrados menores em relevo
como textura. O terceiro apresenta quatro quadrados de relevo com quatro linhas paralelas, produzindo efeito de
sobe e desce. Superiormente, o primeiro quadrado da esquerda apresenta textura com quatro formatos ondulados.
O quinto quadrado, na sequência, apresenta textura de quatro retângulos mais elevados. Fim da descrição.

A partir desse conhecimento, teremos a capacidade de compreender e interpretar


como podemos utilizar a nosso favor os materiais para construção de locais com
acústica sonora adequada a emissão sonora.

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Eco

O eco é uma consequência imediata da reflexão sonora. Compreendida pela re-


petição de um som que chega ao ouvido por reflexão. É considerado o resultado
de uma ou mais reflexões sonoras que chegarão ao espectador, ao ouvinte, com
tempo de atraso, após recepção do som direto, sendo percebidos, portanto, de
formas distintas. É preciso considerar a velocidade do som e a distância com o
objeto que participa da reflexão.

Reverberação

Em espaços fechados, é considerado enquanto um fenômeno que ocorre quando


o som permanece no ambiente ao refletir nas superfícies do local. A emissão do
som, quando produzido dentro de um ambiente fechado, será percebida, primei-
ro, de forma direta; em seguida, esse mesmo som é percebido de forma refletida.
Ao se sobrepor, acabamos confundindo o som direto e o refletido, gerando, assim,
a impressão de uma audição mais prolongada, ou seja, a reverberação. Esse efeito
sonoro também depende do tipo de estrutura envolvida no local de emissão do
som. Se as paredes do local forem muito absorventes (pouco reflexivas), por
exemplo, o tempo de reverberação será muito pequeno; caso contrário, ocorrerão
muitas reflexões e o tempo de reverberação será grande.

A P RO F UNDA NDO

Define-se como tempo de reverberação o tempo necessário para que, depois de


cessada a fonte, a intensidade do som se reduza em 60 dB.

Portanto, o tempo de reverberação vai interferir na nitidez do som e na inteligi-


bilidade da fala.

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Ressonância acústica

É o fenômeno pelo qual um corpo em movimento vibratório induz outros corpos,


nas proximidades, a vibrarem em concordância com ele. Essa concordância cor-
responde a frequência e fase. Reflete a capacidade que objetos apresentam por
meio da vibração quando são atingidos por onda sonora, em que apresentam a
mesma frequência, a frequência natural de vibração. Uma fonte emite um som de
frequência igual à frequência de vibração natural de um receptor, no qual ocorre
uma amplificação do som, aumentando sua intensidade (SIQUEIRA, 2020).

A P RO F UNDA NDO

Sabemos que todo corpo capaz de vibrar, o faz em sua frequência natural. Quando
temos um corpo vibrando na frequência natural de um segundo corpo, o primeiro
induz o segundo a vibrar. Dizemos, então, que eles estão em ressonância.

Efeito Doppler

O conceito de efeito Doppler “ocorre quando o emissor ou o receptor do som


estão em movimento” (SIQUEIRA, 2020, p. 91). Quando a fonte ou o observador
se movem (com velocidade menor que a do som), é observada uma diferença
entre a frequência do som emitido e recebido.

Essa característica, que é conhecida como Efeito Doppler-Fizeau, torna o som mais
agudo quando as fontes se aproximam, e mais grave no caso de se afastarem.

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CONDICIONAMENTO E ISOLAMENTO ACÚSTICO

Os termos refletem as abordagens que são utilizadas para desenvolver a acústica


de ambientes:

■ Condicionamento: pode ser compreendido como a elaboração de uma


qualidade acústica interna dos ambientes, por meio do trabalho na mo-
delagem das propriedades acústicas do som, como: absorção, reflexão e
difusão, com base nos materiais utilizados. Os materiais que podem ser
utilizados devem ser analisados e comparados por meio da relação com
o ambiente que estamos condicionando.

■ Isolamento: é a capacidade que os elementos de construção possuem


para reduzir a transmissão sonora entre os ambientes. Esses elementos
auxiliam na qualidade sonora, evitando interferências sonoras externas.

■ Principais tipos de materiais não convencionais e técnicas: são con-


siderados os tipos de materiais que são desenvolvidos, como forma de
inovação, para isolar acusticamente diferentes ambientes. Podem, tam-
bém, possuir vantagens térmicas (CATAI; PENTEADO; DALBELLO,
2006). São eles:

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Lã de vidro é um componente formado a partir de


sílica e sódio aglomerados por resinas sintéticas em
alto forno. Possui ótimo coeficiente de absorção so-
nora em função da porosidade da lã, ou seja, a onda
entra em contato com a lã e é rapidamente absorvida.
É um tipo de isolante térmico. O mercado oferece em
forma de manta. Vantagens: é leve e de fácil manipu-
lação; incombustível; não deteriora; sem proliferação
de fungos ou bactérias; sem prejuízos quando exposto
à maresia; não atrai animais.

Lã de rocha é composta de fibras originadas de ba-


salto aglomerado com resina sintética. Pode ser apli-
cada em forros, divisórias, em dutos de ares-condi-
cionados, em tubulações com baixas, médias e altas
temperaturas de 50° C a 750° C. Vantagens: isolante
acústico; térmico; incomburente; pH neutro; antipa-
rasitário; não corrosivo e imputrescível; não nocivo à
saúde, não poluente; de favorável custo/benefício. O
cuidado com esse material deve ocorrer no manuseio e
aplicação, que deverão ser feitos com vestuário e luvas
adequadas. O mercado brasileiro possui lã de rocha em
forma de painéis e mantas com ou sem revestimento.

Vermiculita é um mineral constituído pela super-


posição de finas lamínulas que ao se submeter a altas
temperaturas (cerca de 1.000° C) se expande até vinte
vezes do seu volume original, deixando um grande
vazio em seu interior. Pode ser utilizado para enchi-
mento de pisos; isolamento termoacústico em divisóri-
as, forros, lajes e paredes; corta-fogo; câmaras à prova
de som; câmaras à prova de fogo e rebocos isolantes.
Vantagens: baixa densidade, que varia de 80 a 120 kg/
m³; baixa condutibilidade; incomburente; insolúvel em
água; não é tóxico; não abrasivo; inodoro; não se de-
compõe, deteriora ou apodrece. O mercado oferece a
vermiculita em forma de placas e blocos ou em forma
de concreto leve de vermiculita expandida.

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Espuma elastomérica é uma espuma do poliuretano


poliéster, autoextinguível. Indicada para acústicas em
escritórios, auditórios, salas de treinamento, salas de
som. Vantagens: tratada com retardante a chama, evi-
ta mofos, fungos e bactérias. Oferecida no mercado em
forma de placas de diversas espessuras e dimensões.

Fibra de coco é um material versátil e indicado para


isolamento térmico e acústico; utiliza uma matéria-pri-
ma natural e renovável. Instalada junto ao aglomerado
de cortiça expandido, apresenta excelentes resultados
na absorção de ondas de baixa frequência, dificilmente
alcançadas por outros materiais. Vantagens: apresenta
resistência e durabilidade.

Dry-wal: gesso acartonado é composto por placas


de gesso acartonado que são fixadas a uma leve estru-
tura metálica, podendo ser utilizadas para acabamen-
to sobre a alvenaria ou para estruturar paredes e for-
ros com espessuras menores. O tratamento acústico
é fundamental, pois trata apenas de duas placas de
gesso. Vantagens: elevada produtividade, pequena es-
pessura, menor peso, desmontabilidade, precisão di-
mensional, permite que as instalações elétricas sejam
embutidas. Desvantagens: baixa resistência mecâni-
ca a cargas potenciais superiores a 35 kg e baixa re-
sistência à umidade.

Conhecendo os principais materiais para a construção e ajustes de estúdios, será


possível estabelecer planos e organizações que melhorem a qualidade sonora dos
espaços musicais e de gravação.

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SISTEMA DE SONORIZAÇÃO

Somente a organização e construção acústica de um local não poderão garantir


que os emissores de som, por exemplo, a voz de atores, cantores, sejam mantidos
com inteligibilidade por longos períodos. Dessa forma, a organização de um
sistema de sonorização permitirá que as emissões sonoras, em conjunto com a
elaboração acústica do local, sejam realizadas e compreendidas com qualidade
por longos períodos. Para essa construção, é preciso considerar a estrutura e
construção do local com tratamento acústico:

Forro – no forro de construções, podemos utilizar


essa superfície enquanto forma de direcionar a ener-
gia sonora para o receptor. Esse recurso fortalece o
som direto e cria difusão sonora. Superfícies convexas
em forros podem melhorar o espalhamento sonoro,
enquanto superfícies côncavas podem concentrar a
energia sonora em apenas um ponto, dependendo do
raio. No forro, podemos utilizar tanto materiais absor-
ventes quanto refletores.

Paredes – em auditórios e teatros, por exemplo, te-


mos paredes que ficam laterais ao palco. Essas paredes
podem ser utilizadas de forma inclinada, melhorando a
reflexão do som para a plateia.

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Revestimento e volumetria – a geometria, a volume-


tria e o revestimento dos ambientes e objetos, que vão
compor o local, devem ser considerados em conjunto
no planejamento das estruturas do isolamento acústi-
co de um ambiente.

Ar-condicionado – a instalação de ar-condicionado,


nesses ambientes, é muito importante para o conforto
térmico do local, entretanto, seu sistema pode gerar
ruídos e vibrações no local, sendo necessário conside-
rar essa instalação no programa de isolamento.

Compreendendo os equipamentos e estruturas que compõem os locais e espa-


ços de estúdios, será possível estabelecer como ocorre a acústica em ambientes
fechados, com emissão de objetos sonoros.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 1

NOVOS DESAFIOS
Identificamos parâmetros e elementos do áudio que são de extrema importância
para a relação com a composição acústica. Determinamos as diferenças entre o
condicionamento e o isolamento acústico, compreendendo os equipamentos e
composições estruturais, que podem influenciar na qualidade sonora e emissão no
local. Assim, conhecer os parâmetros da engenharia de áudio e dos fundamentos
da acústica possibilitará a atuação profissional e compreensão dos fenômenos que
envolvem a emissão sonora, seja para construção de estruturas acústicas, trabalhos
em estúdios, gravação, captação e edição de áudio, organização de eventos e atuação
com grupos musicais, como a organização de coros, em que ocorre a emissão de
inúmeras vozes, com timbres, alturas e intensidades diferentes, que são captadas
em locais fechados e ambientes abertos. A compreensão de cada elemento sonoro
e ação da acústica irá refletir na qualidade de captação sonora no ambiente.

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VAMOS PRATICAR

1. A ondulatória é a parte da física que estuda os fenômenos, que se apresentam em


formas de ondas. Existem dois tipos básicos de fenômenos que se comportam dessa
maneira: ondas mecânicas, que atuam no nível das moléculas, cujo fenômeno per-
ceptivo associado é o som; e ondas eletromagnéticas, causadas pelo movimento de
partículas subatômicas, cujos fenômenos perceptivos associados são, principalmente,
a luz e as cores. Sobre o som e os tipos de ondas, indique a alternativa correta:

a) O som é onda que os corpos vibram; essa vibração se transmite para a atmosfera sob
a forma de uma propagação ondulatória que o nosso ouvido é capaz de captar e o
cérebro interpreta.
b) Dependente da fonte de emissão, o som sempre terá a produção de vibrações sonoras
que serão interpretadas pelo nosso cérebro.
c) Por meio da primeira lei de Newton, que diz que “dois corpos não ocupam o mesmo
lugar no espaço”, compreendemos que estamos sempre cercados de outros objetos,
seres vivos; todos estão no espaço.
d) O órgão ouvido (formado por várias estruturas, divididas em duas partes: ouvido exter-
no e interno) é capaz de captar vibrações do ar, atuando na ampliação das vibrações.
e) O fenômeno sonoro químico é percebido pelo aparelho auditivo, composto pelas ore-
lhas e pelo córtex auditivo.

2. O som é uma qualidade perceptiva, que é resultado da percepção de distúrbios das


moléculas de um meio em um certo espaço de tempo. Sobre o som e ruído, observe
as afirmativas a seguir:

I - O ruído pode confundir, muitas vezes, nossa percepção.


II - Conforme os estudos de psicoacústica, é uma sensação que pode ser desagradável
ou rejeitada por um indivíduo.
III - É uma concepção subjetiva, que envolve a percepção e sensibilidade auditiva de
cada indivíduo, em que algumas vibrações podem gerar incômodo no processo de
compreensão sonora.

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

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VAMOS PRATICAR

3. O emissor tem a função de produzir um distúrbio no meio, que será percebido pelo
receptor. É importante notar que o meio tem influência na qualidade do distúrbio, pois
afeta a maneira como este se propaga. Observe as alternativas e indique a correta
sobre o ruído:

a) Ruído ambiental: sob investigação; indicado a uma fonte específica.


b) Ruído específico: qualquer fonte sonora próxima ou distante da medição sonora, como
meios de transporte, obras, pássaros, entre outros.
c) Ruído residual: sons e ruídos do ambiente sem a presença do ruído específico.
d) Ruído ambiental: ruído de ambiente sem a interferência de uma fonte sonora.
e) Ruído residual: sob investigação; indicado a uma fonte específica.

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REFERÊNCIAS

BRANDÃO, E. Acústica de sala e projetos de modelagem. São Paulo: Blucher, 2018.


CATAI, R. E.; PENTEADO, A. P.; DALBELLO, P. F. Materiais, técnicas e processos para isola-
mento acústico. In: CBECIMAT – CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS
MATERIAIS, 17., 2006, Foz do Iguaçu. Anais [...]. Foz do Iguaçu: Associação Brasileira de Ce-
râmica: Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração: Associação Brasileira de
Polímeros, 2006.
DREOSSI, R. C. F. Ruído e reconhecimento de fala em crianças da 4ª série do ensino
fundamental. 2003. Dissertação (Mestrado em Fonoaudiologia) – Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, São Paulo, 2003.
ISO – INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 1996-2: acoustics: des-
cription, measurement and assessment of environmental noise: part 2: determination of
sound pressure levels. Geneva: ISO, 2017.
LALIS, G. M. Acústica e óptica. Curitiba: InterSaberes, 2021.
MENEZES, F. A acústica musical em palavras e sons. Cotia: Ateliê, 2003.
SCHAFER, M. O ouvido pensante. 2. ed. São Paulo: Editora Unesp, 2011.
SIQUEIRA, A. Acústica. Curitiba: InterSaberes, 2020.
WISNIK, J. M. O som e o sentido: uma outra história das músicas. São Paulo: Companhia das
Letras, 2004.

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CONFIRA SUAS RESPOSTAS

1. Opção A. O som é onda que os corpos vibram; essa vibração se transmite para a atmosfera
sob a forma de uma propagação ondulatória, que o nosso ouvido é capaz de captar e que
o cérebro interpreta. Para estarem corretas, as demais alternativas deveriam apresentar
a seguinte redação: b) Independentemente da fonte de emissão, o som sempre terá a
produção de vibrações sonoras que serão interpretadas pelo nosso cérebro; c) Por meio
da terceira lei de Newton, que diz que “dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço”,
compreendemos que estamos sempre cercados de outros objetos, seres vivos – todos
estão no espaço; d) O órgão ouvido (formado por várias estruturas, divididos em três par-
tes: ouvido externo, médio e interno) são capazes de captar vibrações do ar, atuando na
ampliação das vibrações; e) O fenômeno sonoro físico é percebido pelo aparelho auditivo,
composto pelas orelhas e pelo córtex auditivo.

2. Opção E. Estão corretas as afirmações I, II e III, pois ruído, conforme os estudos de psi-
coacústica, é uma sensação que pode ser desagradável ou rejeitada por um indivíduo.
Com base nesse conceito, podemos, então, compreender que um ruído não é considerado
ruído para todas as pessoas. É uma concepção subjetiva que envolve a percepção e sen-
sibilidade auditiva de cada indivíduo, em que algumas vibrações podem gerar incômodo
no processo de compreensão sonora.

3. Opção C. Ruído residual: sons e ruídos do ambiente sem a presença do ruído específico. Para
estarem corretas, as demais alternativas deveriam apresentar a seguinte redação: a) Ruído
específico: sob investigação; indicado a uma fonte específica; b) Ruído ambiental: qualquer
fonte sonora próxima ou distante da medição sonora, como meios de transporte, obras,
pássaros, entre outros; d) Ruído inicial: ruído de ambiente sem a interferência de uma fonte
sonora; e) Ruído residual: sons e ruídos do ambiente sem a presença do ruído específico.

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MEU ESPAÇO

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UNIDADE 2
TEMA DE APRENDIZAGEM 2

SISTEMA DE SOM: A EQUALIZAÇÃO

MINHAS METAS

Compreender como se estabelece o processo de equalização sonora.

Descrever as técnicas mais utilizadas na equalização.

Diferenciar as técnicas na equalização.

Indicar as características de composição de alto-falantes.

Observar a utilização de filtros para equalização.

Ilustrar os tipos de estrutura dos alto-falantes e utilização.

Citar a forma de utilização dos equipamentos sonoros.

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UN I C ES UMA R

INICIE SUA JORNADA


Uma produção de áudio exige compreensão e audibilidade necessárias para
compor um processo de produção, evitando sons que não sejam audíveis pelo
espectador e que sejam agradáveis a maioria deles. Por isso, refletir sobre as ca-
racterísticas dos sons e suas particularidades, compreender como elaborar as
produções de áudio e ter domínio das técnicas necessárias para realizar os ajustes
necessários são tão importantes.
O áudio, que advém do som e suas ondas sonoras, pode sofrer influência do
emissor e do local que é emitido, sendo necessário o ajuste de frequências, de
equalização. Assim, a compreensão das estruturas que emitem e recebem esse
som deve ser considerada como um dos principais fatores de qualidade.
Dessa forma, o domínio de habilidades em produção de áudio exige a
reflexão sobre o que temos como meio de emissão e como podemos ajustar
ou adequar esse processo.

VAMOS RECORDAR?
Que tal desenvolver seu conhecimento e relembrar o
conceito de ruído e suas implicações na saúde de nossa
audição? Convido-lhe a assistir ao vídeo.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 2

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

EQUALIZAÇÃO

Quando tratamos sobre áudio, estamos falando também sobre o som. Reconhe-
cemos o som enquanto um tipo de onda emitida, por algo ou alguém, que se
propaga em um meio.

E U IN D ICO

Vamos relembrar o conceito de som e seus componentes.

A emissão sonora que advém do emissor pode sofrer com frequências que pre-
cisam de ajuste, considerando a equalização. Segundo Filgueira (2006), a equali-
zação se resume em ajustar o áudio emitido com o objetivo de alcançar um som
agradável ao receptor.


O processo de equalização consiste em alterar a curva de resposta
de um equipamento, por exemplo, uma caixa de som, por meio de
filtros seletivos em frequência, com o objetivo de obter uma respos-
ta final plana ou com efeitos especiais, como realçar o grave e/ou o
agudo do som” (FILGUEIRA, 2006, p. 22).

Dessa forma, pode ser considerado como uma qualidade sonora positiva, com
alta fidelidade, a capacidade que o emissor ou um sistema possui ao reproduzir
os sons nas frequências audíveis de forma igualmente distribuída (KADAM;
SHINDE, 2016).

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UN I C ES UMA R


Aspectos relacionados à estrutura fisiológica da audição sugerem
que o sistema auditivo se comporta segundo mecanismos seletivos
de frequência. A membrana basilar, com as células ciliadas ressoan-
do frequências diferentes ao longo de sua disposição na membrana,
é responsável pela resolução de frequências e capacidade de discer-
nir sons da cóclea (CONCEIÇÃO, 2020, p. 13).

Em suma, com base nos estudos de Fletcher de 1940, por meio do termo auditory
filters e bandas críticas de audição, estabeleceu-se a percepção de que o sistema
auditivo funciona como um banco de filtros seletivos superpostos, com uma
forma e largura dependentes da frequência.

A P RO F UNDA NDO

A seletividade, a resposta em frequência de cada célula sensorial e de suas res-


pectivas terminações nervosas, é variável conforme a sua posição em relação
à estrutura cóclea. A seletividade do órgão ouvido é da ordem de 100 Hz para
frequências até 500 Hz, e entre 1/6 e 1/3 de oitava para frequências superiores.
Essas faixas de seletividade são denominadas de Bandas Críticas. São relacio-
nadas indiretamente com a capacidade do ouvido de reconhecer e diferenciar
sons de amplitudes e frequências diferentes.

Em outras palavras, o sujeito receptor rejeita ruídos que passam fora da faixa de
frequência da largura da banda crítica. Assim, a audibilidade vai depender da
relação entre sinal e ruído dentro dessa faixa (CONCEIÇÃO, 2020).

E U IN D ICO

Vamos relembrar como ocorre o processo de captação e com-


preensão sonora pelo nosso sistema auditivo.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 2

A técnica de equalização, considerando a audibilidade do receptor, consiste no


processo de alterar a curva de resposta de um equipamento, utilizando filtros se-
letivos em frequência com o objetivo de alcançar uma resposta final plana ou com
efeitos especiais, como realçar o grave e/ou o agudo do som (FILGUEIRA, 2006).
No processo de equalização, podemos destacar três tipos de equipamentos
que são responsáveis pela equalização de áudio.

Equalizadores

O equalizador é uma ferramenta que atua diretamente nas frequências. Dessa


forma, podemos utilizá-lo para corrigir determinadas regiões ou ressaltá-las,
por exemplo. Para cada uso, é necessário compreender os tipos de equalizadores.

Equalizadores de controle tonal (banda tonal)

Controlam uma faixa de frequências e apresentam pouca resolução por traba-


lharem basicamente com três bandas: grave, médio e agudo.

Figura 1 – Equalizador paramétrico / Fonte: https://www.flickr.


com/photos/licha/9115922723/in/photolist-eTxuer. Acesso em:
13 set. 2023.

Descrição da Imagem: fotografia em cores de um equalizador pa-


ramétrico nas cores preta, em sua parte superior, e amarela, numa
faixa horizontal inferior. Nessa faixa, há 11 botões redondos com
marcação e, na faixa preta do equipamento, há um botão redondo
maior e um botão quadrado ao lado. Fim da descrição.

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UN I C ES UMA R

Atuam sobre todos os parâmetros da equalização. Possuem um potenciômetro para


acentuação e atenuação, um potenciômetro para escolha de uma banda de frequên-
cia e um potenciômetro para controle do fator Q, que ajusta a largura de banda.
Geralmente, existe um botão de giro para ganho (volume), frequência e Q ou BW.

Equalizador gráfico

Figura 2 – Equalizador gráfico / Fonte: https://br.depositphotos.com/171008098/stock-photo-graphic-e-


qualizer-isolated-on-white.html. Acesso em: 13 set. 2023.

Descrição da Imagem: a figura apresenta um equipamento de áudio, na cor preta, formato retangular, estreito
em altura e maior em comprimento. Está posicionado de frente. Possui, do lado esquerdo, um botão retangular na
parte superior do objeto, em preto, com uma escrita em branco centralizada. Ao lado, temos um painel em preto,
com um display de minirretângulos na posição vertical, na cor vermelho-rosado, um ao lado do outro, num total de
oito retângulos. Ao lado, na sequência, chegando ao meio do objeto, há minibotões de deslizar para cima e para
baixo no espaço. Temos 14 botões nesse modelo, com riscos verticais paralelos brancos em toda sua extensão. Na
sequência, temos dois botões pretos, quase em formato quadrado, um ao lado do outro, encostados. Finalizando,
há dois pés redondos em grafite nos cantos do objeto. Fim da descrição.

Apresenta uma maneira gráfica de equalização de áudio. Ele possui frequências


já definidas, em que o usuário atua somente no ganho ou na atenuação da cada
banda de frequência. O equalizador gráfico é o mais utilizado em shows e espe-
táculos que ocorrem ao vivo, pois divide as frequências em frações de oitava. É
construído por filtros nomeados shelving, possui Q fixo e uma região já determi-
nada em que o usuário interage, aumentando ou diminuindo a amplitude (dB).
Vejamos alguns exemplos:

Uma oitava: divide o espectro em dez bandas de frequência.


Dois terços de oitava: divide o espectro em 15 bandas de frequência.
Um terço de oitava: divide o espectro em 21 bandas de frequência.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 2

Ao conhecer os recursos que cada tipo de equalizador oferece para o músico, será
possível desenvolver os áudios e suas qualidades sonoras com ajustes adequados
a cada objetivo de trabalho.

TÉCNICAS DE EQUALIZAÇÃO

Identifica-se que os sistemas de reprodução sonora utilizam transdutores (maior


parte eletromecânicos), como nos alto-falantes, porém apresentam limitações
físicas que impõem restrições na reprodução dos sons, sendo passíveis de ca-
racterização em frequência. A utilização dos sistemas precisará de ajustes, que
ocorrerão com o uso da equalização.

E U IN D ICO

Vamos refletir sobre a forma como a equalização pode ser de-


senvolvida no processo de edição de áudio? Assista ao vídeo
para compreender mais.

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UN I C ES UMA R

Dessa forma, o processo de correção é dependente da ação do transdutor e do


ambiente em que é reproduzido o som (CONCEIÇÃO, 2020).

Filtros

São considerados os dispositivos eletrônicos que irão tratar as frequências com


ajustes diferenciados. Os filtros mais utilizados são:

FILTRO PASSA-ALTAS

Permite a passagem exclusiva de frequência a partir de um determinado limite,


permitindo a passagem de sinais de alta frequência e reduzindo a intensidade de
sinais de baixa frequência. Assim, através de uma frequência de referência, ele
permite que frequências mais altas que elas passem livremente e frequências
mais baixas sejam atenuadas. Exemplo: Driver, Tweeter, Low cut.

FILTRO PASSA-BAIXAS

Permite exclusivamente a passagem de frequências abaixo de um certo limite.


Preservam os componentes de baixa frequência para reduzir os de alta frequên-
cia. Exemplo: Woofer, Hi cut.

BAND PASS FILTER

É uma junção dos filtros de passa-altas e passa-baixas.

SHELVING – EQUALIZADOR

Responsável por aumentar ou diminuir o conjunto de frequências predetermi-


nadas pelo filtro, todas com a mesma energia. Muito utilizado para tirar algum
excesso de sinal em alguma região específica. O filtro shelving tende a não cortar
totalmente as frequências baixas.

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PEAKING – FILTRO DE PICO

A frequência central determinada é a que sofre mais alterações de amplitude,


ou seja, o filtro tem como objetivo trabalhar a partir de uma frequência centrada,
aquela em que o filtro é sintonizado. Ele atenua ou aumenta essa frequência, que
pode ser escolhida, ou predeterminada, dependendo do equalizador.

CROSSOVER

Filtro responsável pela divisão de um sinal. Divide o sinal em bandas de fre-


quência diferentes. Por exemplo, um sistema de som é composto por três com-
ponentes, alto-falante para subgrave, alto-falante para médio-grave e agudos.
Quando o sinal chega ao crossover, ele o dividirá em três vias, nas quais cada
uma possui uma faixa de frequência. Assim, dividimos o sinal em três partes en-
dereçadas à faixa de trabalho de cada componente eletroacústico.

Os filtros contribuem para os objetivos de áudio de cada editor, produtor e enge-


nheiro de áudio. Dessa forma, compreender como funcionam e em que momento
podem e devem ser utilizados são de grande valia.

E U IN D ICO

Para ampliar seus conhecimentos, convido-lhe a assistir ao


vídeo sobre os filtros e suas utilizações.

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UN I C ES UMA R

ALTO-FALANTES

O alto-falante é um componente considerado eletromecânico-acústico, que


possui, geralmente, em sua estrutura uma bobina móvel, com um fio condutor
(geralmente de cobre), imersa em campo magnético de polaridade permanente.
Ao circular a corrente alternada pela bobina, gera-se uma força dinâmica, provo-
cando o deslocamento do conjunto móvel (bobina e cone), que originam pressões
e depressões no ar, chegando aos nossos ouvidos – tímpanos: um dos elementos
que transmitem ondas sonoras transformadas em respostas no nervo auricular.


São três os principais sistemas para o funcionamento de um al-
to-falante: o sistema motor, que é composto pelo imã, peça polar,
entreferro e a bobina móvel; o diafragma (cone); e a suspensão,
que é composta pela aranha ou centragem e o anel de suspensão.
O sistema motor é responsável pela movimentação (vibração) do
diafragma. Ao se aplicar uma corrente à bobina móvel, gera-se um
campo eletromagnético perpendicular ao fluxo da corrente. Esta,
ao interagir com o campo do imã permanente, resulta em um des-
locamento do diafragma que, por sua vez, gera uma onda mecânica
(CONCEIÇÃO, 2020, p. 23).

Tavares (2010) descreve a construção de sua estrutura enquanto um diafragma


em movimento, devido ao campo eletromagnético, modulado em amplitude, que
está em conjunto com um imã permanente.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 2

diafragma proteção
contra pó

espiral de voz

suspensão

cesta ímã
tripé

Figura 3 – Alto-falante básico

Descrição da Imagem: a figura apresenta um alto-falante em posição lateral separado por peças, uma ao lado da
outra. Da esquerda para a direita, temos a peça polar traseira apresentada por um círculo de metal, com furos em
formato circular com seu centro. A próxima peça à frente é a peça armação, em formato de cone aberto para a direita,
em sua porção maior, de metal, somente a armação, com vãos vazios em sua estrutura lateral. A próxima peça é a
bobina móvel em metal, em formato cilíndrico fechado. A próxima peça é a aranha (centragem), em amarelo, uma
peça circular, com textura de linhas paralelas da extremidade para o centro. A próxima peça é um cone com sus-
pensão, um novo círculo em formato de cone com as bordas pretas de borracha e a estrutura lateral amarelo-claro.
A última peça é o guarda-pó, em metal e formato de cilindro com a ponta em direção à direita. Fim da descrição.

Alto-falantes de frequências baixas apresentam estruturas de maior diâmetro e


requerem elevados níveis de potência para sofrer excitação, deslocando grandes
volumes de ar. Já os alto-falantes de frequências altas possuem pequenos diâ-
metros para menor potência e deslocamento com menor volume de ar.

E U IN D ICO

Neste vídeo, veja como identificar e compreender as estruturas


dos alto-falantes.

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UN I C ES UMA R

Conhecer as estruturas e funcionamento dos equipamentos de emissão de som,


como os alto-falantes, é importante para a utilização em estúdios, acompanha-
mento de gravações e produções musicais.

NOVOS DESAFIOS
Identificamos que o processo de equalização sonora não se resume apenas à uti-
lização de filtros na produção de áudio. Compreendemos que a qualidade sonora
da produção advém de itens e objetos que estão fora do campo dos filtros. Envol-
vemos na produção de um áudio, com qualidade sonora ideal ao ouvido humano e
agradável, os equipamentos que são utilizados na emissão do som, da onda sonora
e os recursos aos quais podemos recorrer no processo de ajuste e edição do som.
Tratamos, portanto, de conhecer mais sobre os equipamentos que envolvem
a emissão do áudio, considerando o local, a acústica do espaço em que a emis-
são sonora ocorre e como o receptor interpretará esse som, refletindo de forma
agradável à audição ou como um possível ruído. Por exemplo, ao realizar o pro-
cesso de conferência das gravações de diferentes áudios, utilizamos monitores de
referência, que são construídos basicamente nos modelos de alto-falantes, para
compreendermos como é sua estrutura e funções, e termos um parâmetro de sua
qualidade sonora. Dessa forma, para atuar no mercado, é preciso dominar não
somente as técnicas de edição sonora, mas, principalmente, os objetos emissores,
conhecendo as estruturas, suas funções e formas de utilização corretas, conse-
guindo, frente a problemas, identificá-los e reconhecer os ajustes necessários e
possíveis, visando a um resultado com qualidade.

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VAMOS PRATICAR

1. “A membrana basilar, com as células ciliadas, ressoando frequências diferentes ao


longo de sua disposição na membrana, é responsável pela resolução de frequências e
capacidade de discernir sons da cóclea" (CONCEIÇÃO, 2020, p. 13).

Fonte: CONCEIÇÃO, F. C. Equalização de sistemas sonoros baseadas em filtros in-


versos: metodologia de projeto e implementação em tempo real em plataforma DSP.
2020. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Escola Politécnica, Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2020. p. 13.

Sobre audição e equalização, observe as afirmativas:

I - A emissão sonora que advém do emissor pode sofrer com frequências que precisam
de ajuste, considerando a equalização.
II - Um sistema sonoro é dependente do ambiente em que o som é reproduzido.
III - A equalização se resume a ajustar o áudio emitido com o objetivo de alcançar um som
agradável ao receptor.

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

2. “O processo de equalização consiste em alterar a curva de resposta de um equipamen-


to, por exemplo, uma caixa de som, por meio de filtros seletivos em frequência, com
o objetivo de obter uma resposta final plana ou com efeitos especiais, como realçar o
grave e/ou o agudo do som" (FILGUEIRA, 2006, p. 22).

Fonte: FILGUEIRA, J. de O. Equalizador automático de áudio. 2006. Trabalho de Con-


clusão de Curso (Graduação em Engenharia da Computação) – Faculdade de Ciências
Exatas e de Tecnologia, Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2006. p. 22.

Sobre os tipos de equalizadores, observe as alternativas:

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VAMOS PRATICAR

a) Equalizadores de controle tonal (banda tonal): controlam uma faixa de frequência.


Possuem pouca resolução, pois trabalham basicamente com três bandas: grave, mé-
dio e agudo.
b) Equalizadores de controle tonal (banda tonal): atuam sobre todos os parâmetros da
equalização. Possuem um potenciômetro para acentuação e atenuação, um poten-
ciômetro para escolha de uma banda de frequência e um potenciômetro para controle
do fator Q, que ajusta a largura de banda.
c) Equalizadores de controle tonal (banda tonal): apresenta uma maneira gráfica de
equalização de áudio. Apresenta frequências já definidas nas quais o usuário atua
somente no ganho ou na atenuação da cada banda de frequência.
d) Equalizadores paramétricos: mais utilizados, por exemplo, em shows e espetáculos
que ocorrem ao vivo, pois dividem as frequências em frações de oitava. São compos-
tos por vários filtros tipo shelving, possuem um Q fixo e região já determinada, em que
o usuário interage, aumentando ou diminuindo a amplitude (dB).
e) Equalizadores paramétricos: controlam uma faixa de frequência e possuem pouca
resolução, pois trabalham basicamente com três bandas: grave, médio e agudo.

3. Equalização pode ser considerada como uma qualidade sonora positiva. Trata-se da
capacidade que o emissor ou um sistema possui ao reproduzir os sons nas frequências
audíveis de forma igualmente distribuída. Sobre a equalização, observe as alternativas:

a) A técnica de equalização, considerando a audibilidade do receptor, consiste no processo


de alterar a curva de resposta de um equipamento, utilizando filtros seletivos em fre-
quência, com o objetivo de alcançar uma resposta final plana ou com efeitos especiais.
b) No processo de equalização, podemos destacar somente um equipamento que é
responsável pela equalização de áudio.
c) Por meio do termo auditory filters e bandas críticas de audição, estabeleceu-se a
percepção de que o sistema auditivo funciona como um banco de filtros não seletivos
superpostos, com uma forma e largura dependentes da frequência.
d) O sujeito receptor não rejeita ruídos que que passam fora da faixa de frequência da
largura da banda crítica.
e) A audibilidade vai depender da relação entre sinal e ruído fora dessa faixa de frequên-
cia da largura da banda crítica.

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REFERÊNCIAS

CONCEIÇÃO, F. C. Equalização de sistemas sonoros baseadas em filtros inversos: me-


todologia de projeto e implementação em tempo real em plataforma DSP. 2020. Dissertação
(Mestrado em Ciências) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020.
FILGUEIRA, J. de O. Equalizador automático de áudio. 2006. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Engenharia da Computação) – Faculdade de Ciências Exatas e de
Tecnologia, Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2006.
KADAM; G. S.; SHINDE, A. S. Review of loudspeaker equalization. International Journal of
Innovations in Engineering Research and Technology, [s. l.], p. 1–4, 2021. Disponível em:
https://repo.ijiert.org/index.php/ijiert/article/view/1086. Acesso em: 13 set. 2023.
TAVARES, C. A. P. Interface do amplificador classe D com alto-falante: estudo e mode-
lagem: forma de interação destas unidades para integração em caixas ativas. 2010. Disser-
tação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Escola de Engenharia, Universidade Federal de
Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010.

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CONFIRA SUAS RESPOSTAS

1. Opção E. Todas as afirmativas estão corretas.

2. Opção A. Os equalizadores de controle tonal (banda tonal) controlam uma faixa de fre-
quência e possuem pouca resolução, pois trabalham basicamente com três bandas: grave,
médio e agudo. Para estarem corretas, as alternativas deveriam ter a seguinte redação:
b) Os equalizadores paramétricos atuam sobre todos os parâmetros da equalização. Eles
contêm um potenciômetro para acentuação e atenuação, um potenciômetro para escolha
de uma banda de frequência e um potenciômetro para controle do fator Q, que ajusta a
largura de banda; c) O equalizador gráfico apresenta uma maneira gráfica de equalização
de áudio. Ele apresenta frequências já definidas em que o usuário atua somente no ganho
ou na atenuação da cada banda de frequência; d) O equalizador gráfico é o mais utilizado,
por exemplo, em shows e espetáculos que ocorrem ao vivo, pois divide as frequências
em frações de oitava. É composto por vários filtros tipo shelving, tem um Q fixo e região
já determinada, em que o usuário interage, aumentando ou diminuindo a amplitude (dB);
e) Os equalizadores de banda tonal controlam uma faixa de frequência e possuem pouca
resolução, pois trabalham basicamente com três bandas: grave, médio e agudo.

3. Opção A. A técnica de equalização, considerando a audibilidade do receptor, consiste no


processo de alterar a curva de resposta de um equipamento, utilizando filtros seletivos em
frequência, com o objetivo de alcançar uma resposta final plana ou com efeitos especiais.
Para estarem corretas, as alternativas deveriam ter a seguinte redação: b) No processo
de equalização, podemos destacar três tipos de equipamentos que são responsáveis pela
equalização de áudio; c) Por meio do termo auditory filters e bandas críticas de audição,
estabeleceu-se a percepção de que o sistema auditivo funciona como um banco de filtros
seletivos superpostos, com uma forma e largura dependentes da frequência; d) O sujeito
receptor rejeita ruídos que que passam fora da faixa de frequência da largura da banda
crítica; e) A audibilidade vai depender da relação entre sinal e ruído dentro dessa faixa.

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UNIDADE 3
TEMA DE APRENDIZAGEM 3

TIMBRE, CICLOS HARMÔNICOS,


AMPLITUDE E OUTRAS
CARACTERÍSTICAS SONORAS

MINHAS METAS

Compreender os fundamentos do som.

Diferenciar os parâmetros de altura.

Observar as características do timbre e densidade sonora.

Apresentar os movimentos harmônicos.

Distinguir os movimentos harmônicos simples e compostos.

Descrever a série harmônica e o espectro de frequências.

Elucidar as características sonoras.

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UN I C ES UMA R

INICIE SUA JORNADA


Você já parou para pensar como a acústica nos possibilita inúmeras compreen-
sões em relação ao estudo do áudio e suas fontes emissoras, considerando a
atuação profissional?
Compreender e diferenciar os parâmetros do áudio, do som é de extrema
importância para a tomada de decisões, equilíbrio de composições, e inú-
meras ações que envolvem a produção de áudio. Assim, a compreensão dos
harmônicos pode ser de extrema importância, para que sejam tomadas me-
didas cabíveis nos projetos e instalação do sistema, evitando perturbações e
garantindo a fidelidade do som.
Assim como a observação dos parâmetros sonoros e suas características da
emissão sonora, é preciso identificar possíveis problemas e ajustes que precisam
ser realizados ao longo da execução e trabalho com o som.

VAMOS RECORDAR?
Para iniciar nossa jornada de conhecimento, vamos
acompanhar um vídeo sobre acústica do som e quali-
dades sonoras.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 3

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

FUNDAMENTOS DO SOM

O som é um fenômeno vibratório, estudado pela fí-


Um tipo de variação
sica, que resulta da variação da pressão do ar. Um
da pressão ambiente
fenômeno que possa causar ondas de pressão no ar que é perceptível ao
é considerado uma fonte sonora, que, ao ser emitido, sistema auditivo
necessita de um meio para se propagar, indiferente-
mente de ser gasoso, líquido ou sólido (REMORINI, 2018). O som é construído
por uma série de elementos, como graves e agudos, timbres que definem e ilus-
tram a sua forma e tipo de emissão (RICHENE, 2021).
O som, segundo Bistafa (2018), é considerado um tipo de variação da pressão
ambiente que é perceptível ao sistema auditivo. Em acústica, utiliza-se a frequên-
cia, com unidade de ciclos por segundo, ou hertz (Hz). Nesse sentido, nosso
sistema auditivo percebe o som em frequências de grave e agudo.

A P RO F UNDA NDO

Essa faixa de frequências é denominada de faixa de áudio, em que sons com


frequência abaixo de 20 Hz são chamados de infrassons, e sons com fre-
quência acima de 20 kHz, de ultrassons. Reforçando que o sistema auditivo
humano consegue identificar as frequências de 20 Hz e 20 kHz.

Além de sua compreensão enquanto fenômeno, temos o som enquanto forma


de comunicação, como linguagem, que depende de sua forma de emissão, fonte
emissora. “O som de fato tem uma comunicação semiótica, ou seja, ele conversa
com o ouvinte por meio de signos – uma vez em que ele não está agregado a
imagens” (RICHENE, 2021, p. 7).
Independentemente de imagens, do apoio visual, a sonoridade alcança seu pú-
blico através de suas frequências, iniciando pelo emissor, que propaga por um meio
ondas que atingem não somente o audível do espectador, mas também suas emoções.

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Considerando, portanto, a emissão sonora enquanto uma vibra-


ção – frequência –, Tavares e Cit (2013, p. 19) o definem enquanto
fenômeno sonoro: “todo som tem como origem um movimento num
local que denominamos de fonte sonora”. A fonte sonora, também
nomeada de fonte emissora, será a responsável pela difusão inicial
do som, de suas ondas sonoras, que ao encontrar o meio adequado
será propagada, considerando os aspectos acústicos que o envolvem.
Podemos, portanto, definir, segundo Bistafa (2018, p. 18), o
som enquanto:


[...] vibrações das partículas do ar que se propagam
a partir de estruturas vibrantes; mas nem toda estru-
tura que vibra gera som. A corda de um instrumento
musical, colocada com as mãos em vibração, não gera
som. Para que haja som, a corda precisa estar presa
e as vibrações serem induzidas de forma adequada.
Por exemplo, as cordas de violinos não produzem
sons quando seguramos uma de suas extremidades
e as movimentamos para baixo e para cima. Elas pre-
cisam, é claro, ser instaladas de forma adequada no
violino. Quando as cordas do violino são colocadas
em vibração com o arco (de preferência) por alguém
que não é músico, surgem sons, mas provavelmente
sem harmonia; diferentemente do violinista, que irá
produzir sons musicais harmônicos. Dessa forma,
ruído pode ser também definido como um som sem
harmonia (BISTAFA, 2018, p. 18).

Dessa forma, quando ouvimos, detectamos uma vibração. A vibração,


que detectamos pelo sistema auditivo, vai chegar em nosso sistema
nervoso central para ser reconhecida, mas, dependendo da intensi-
dade, pode ser sentida pelo corpo em geral. Quem nunca sentiu o
coração palpitar enquanto presenciava uma vibração de sons muito
graves em um show, dentro de um local fechado? Esse é um exemplo.

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Altura e frequência sonora

O som tem a sua frequência dividida entre dois opostos. A altura seria a inten-
sidade do som, e não a altura em si, como muitos ainda se confundem, trocando
altura por intensidade, ou seja, volume: mais alto e mais baixo. A altura poderia
ser compreendida pela medida do comprimento de onda, uma vez que o som é
uma frequência vibracional em movimento (RICHENE, 2021). Em outras pala-
vras: “Quanto maior for a quantidade de movimentos gerados pela fonte sonora
num determinado período de tempo, ou seja, quanto maior a frequência da onda
sonora, mais agudo será o som. Quanto menor a frequência, mais grave ele será”
(TAVARES; CIT, 2013, p. 19).

Considerando a grandiosidade da utilização de softwares de áudio, podemos en-


contrar nos programas as palavras, em inglês, bass e treble. Em tradução livre,
representam as palavras grave e agudo, respectivamente.

Dessa forma, a altura de um som é dependente da frequência, ou seja, quanto


maior a frequência, mais agudo será o som e, quanto menor a frequência, mais
grave será o som.

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UN I C ES UMA R

ZO O M N O CO NHEC I M ENTO

Podem ser considerados sons graves com frequência inferior a 200 Hz; os
sons médios encontram-se nos valores entre 200 e 2.000 Hz; e os agudos
geralmente acima de 2.000 Hz. Lembrando que essa divisão não é rigorosa,
mas auxilia na separação e compreensão das diferentes frequências.

Quanto às frequências dos sons, considera-se em uma única frequência os tons


puros. Entretanto, os sons que nosso ouvido é capaz de captar e compreender
quase nunca são tons puros, pois os sons que escutamos são quase sempre uma
combinação de tons puros em diversas frequências (BISTAFA, 2018).
A representação do som, enquanto a altura é realizada por meio de gráficos. “A
forma mais usual de representação gráfica do som é por meio de uma onda. A onda
não representa o formato do caminho do som pelo espaço, mas a série de impulsos e
repousos gerados por um movimento da fonte sonora” (TAVARES; CIT, 2013, p. 20).
Se utilizássemos um registrador gráfico para registrar um sinal gerado para
um som de diferentes frequências, teríamos a alteração das ondas, com diferentes
conformidades/formatos e movimentos.
Se captarmos o mesmo processo de registro em um som considerado como
ruído (lembrando que o ruído pode ser variável, considerando a audição de cada
indivíduo e limiar), obteremos uma onda como apresentada na Figura 1. A repre-
sentação gráfica desse ruído é composta de várias frequências. Os ruídos apre-
sentam espectros sonoros que cobrem uma ampla faixa de frequências. Podemos
reconhecer os ruídos como: contínuos, intermitentes e de impacto.

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Ruído contínuo

Ruído intermitente

Ruído de impacto

Figura 1 – Gráfico de forma de onda de ruídos / Fonte: https://www.newtoncbraga.com.br/images/stories/


instrumentacao2/ins0149_04.jpg. Acesso em: 15 set. 2023.

Descrição da Imagem: a figura apresenta três gráficos em linha de frequência sonora de três tipos diferentes
de ruído. A primeira linha, na parte superior, apresenta uma frequência de ruído contínuo com ondas pontiagu-
das, longas na vertical, estreitas na horizontal e com vários picos evidentes, tanto superiores quanto inferiores.
Abaixo dela, temos as palavras “ruído contínuo”. O segundo gráfico apresenta um ruído intermitente, logo abaixo
do primeiro. Apresenta cinco evidências de ondas de ruído, com picos que iniciam baixos, aumentam no meio e
finalizam baixo novamente em todas as ondas. Abaixo, temos as palavras “ruído intermitente”. O último gráfico
apresenta o ruído de impacto. O gráfico possui duas evidências de ondas somente com picos de ruído, sendo eles
curtos, iniciando baixo e finalizando baixo, menores em extensão horizontal quando comparados com o gráfico
anterior. Abaixo, temos as palavras “ruído de impacto”. Fim da descrição.

Ao considerar os sons puros enquanto não tão puros, seremos capazes de com-
preender como se dá a conjunção das frequências.
A frequência mais baixa é a frequência fundamental e os sobretons são os
harmônicos do fundamental.

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UN I C ES UMA R

FUNDAMENTAL

Do conjunto de sons simultâneos, é mais bem identificado o som da nota princi-


pal, chamada de nota fundamental.

HARMÔNICOS

Os demais sons que compõem o conjunto de sons simultâneos são chamados de


sons harmônicos ou de sobretons. Os sons harmônicos são os múltiplos inteiros
obtidos a partir do som correspondente à nota fundamental. Por exemplo, uma
nota “L” emitida tem como harmônicos: 2L, 3L, 4L, e assim sucessivamente. O
harmônico 1L é fundamental. O som da nota fundamental (L) é o som mais audí-
vel desse conjunto e os sons harmônicos possuem intensidade menor, diminuin-
do gradativamente à medida que o fator de obtenção dos múltiplos aumenta.

“O padrão de um som harmônico consiste na superposição do fundamental e de


tons puros harmonicamente relacionados, em que cada frequência harmônica é
um múltiplo da frequência fundamental” (BISTAFA, 2018, p. 35). Dessa forma,
o conjunto de sons harmônicos produzidos por um instrumento ou pela voz, por
exemplo, serão responsáveis pelo timbre. O timbre é dependente da extensão das
séries harmônicas dos sons fundamentais emitidos e também dos harmônicos
que mais se sobressaem nas séries harmônicas.

E U IN D ICO

Para compreender na prática, convido-lhe a ouvir, no vídeo, a


seguir, a emissão de sons e frequências.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 3

É possível identificar na emissão do som, nas frequências dos instrumentos, qual


sua classificação. Instrumentos musicais, como os de sopro, de cordas ou me-
tais, produzem sons harmônicos. Entretanto, outros instrumentos, como os
percussivos, poderão ser compostos de sobretons, que não são múltiplos do
fundamental, ou seja, as frequências fundamentais de ressonância de diversos
instrumentos são características de cada um e dependem das suas peculiarida-
des. Identificamos, portanto, que um instrumento de cordas, como o violão, por
exemplo, produzirá mais harmônicos como consequência de sua corda, tensão e
comprimento. Já instrumentos percussivos, que apresentam membranas vibran-
tes e discos metálicos, possuem um padrão de frequência fundamental parecida
uma com a outra, dependendo também da tensão e densidade da membrana,
gerando, assim, menor quantidade de harmônicos (BISTAFA, 2018).

Ainda temos os chamados sons de curta duração, sons impulsivos ou sons de


impacto (BISTAFA, 2018). Esses sons se diferenciam quanto ao espectro sonoro,
expondo formas de ondas moderadas. Esse espectro irá alcançar uma faixa de
frequências mais longa do que sons contínuos de vasta duração.

Pressão sonora

A pressão sonora enquanto grandeza física é relacionada com a sensação


subjetiva de intensidade do som, por exemplo, como escutamos a intensidade
de um som emitido.
Reflita sobre qual sua reação frente a um som gerado por violinos afinados,
executando uma canção suave, com tonalidades médio-agudas, em um teatro
com acústica excelente. Agora, imagine-se em um local pequeno, fechado, com os
mesmos violinos, mas desafinados, cada um emitindo notas em uma tonalidade
diferente, fora de ritmo e sem dinâmica. Sua percepção e sensação foi a mesma
para ambas as situações hipotéticas descritas? Provavelmente, não. Dessa forma,
a pressão sonora é uma grandeza também utilizada para avaliação de perigo, de
prejuízo auditivo, que pode ser causada por fontes sonoras, por exemplo (BIS-
TAFA, 2018).

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UN I C ES UMA R

A P RO F UNDA NDO

A medição da intensidade sonora requer a utilização de equipamento específico,


como as sondas de intensimetria e de procedimentos adequados de medição.

Não é possível medir diretamente a potência sonora de uma fonte emissora, en-
tretanto, ela pode ser calculada por meio de medidas de pressão em laboratório
ou de medidas de intensidade em ambientes.


A amplitude da pressão sonora sofre redução à medida que a
distância da fonte até o receptor é aumentada devido à perda da
transmissão do som em um meio. Um nível de ruído medido será
sempre um valor de acordo com a distância entre a fonte e o me-
didor de nível de pressão sonora e qualquer variação na distância
(REMORINI, 2018, p. 32).

Em outras palavras, quando tratamos de pressão, é preciso considerar o espaço, a


distância que possui da fonte emissora, do objeto que propaga o som, das ondas
até o seu receptor. A distância implica a percepção da pressão, a forma como
compreendemos o som e sua frequência. Assim, portanto, quanto mais longe da
fonte emissora, menos intensa será a percepção da pressão sonora.

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No Brasil, a norma regulamentadora NR15, estabelece que o nível de pressão so-


nora é de 85 dB (BRASIL, 1978).

Os elementos formais auxiliarão na compreensão da emissão sonora, conside-


rando suas principais características.

Intensidade

A intensidade do som é compreendida pela amplitude de uma onda sonora na


potente vibração que ela emite durante um determinado tempo. “Quanto maior
o tamanho da onda, mais forte é o som que ouvimos. Da mesma forma, um som
fraco é produto de uma onda de menor tamanho” (TAVARES; CIT, 2013, p. 24).
A medição dessa intensidade se dá pela seguinte observação: “Quanto maior a
amplitude da onda sonora, mais forte será o som. Quanto menor a amplitude da onda
sonora, mais fraco será o som” (TAVARES; CIT, 2013, p. 25). Nesse sentido, é necessário
compreender como utilizar esse recurso sonoro no processo de criação, sendo possível
o trabalho de dinâmicas e ajustes, seja no processo de captação ou edição de um áudio.

E U IN D ICO

Entenda como ocorre um processo de cancelamento de ruído.

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Timbre

Mais uma característica atribuída ao som é chamada de timbre: “determinada


pela complexidade de uma onda sonora” (TAVARES; CIT, 2013, p. 25). Ele mis-
tura qualidades sonoras, como os sons agudos e graves, intensidades maiores e
menores, formando frequências de ondas diferentes em um mesmo som. “Di-
ferentemente de uma onda de som, o timbre oscila para cima e para baixo, de-
monstrando a intensidade do som, e as distâncias entre as ondas simbolizam as
frequências entre agudo e grave” (RICHENE, 2021, p. 13).
Ao observar a emissão sonora de dois ou mais instrumentos musicais di-
ferentes, por exemplo, mesmo executando a mesma nota, eles não produzirão
a mesma impressão sonora. Uma nota no piano não provoca igual impressão
quando essa mesma nota é produzida na voz, embora ambas tenham a mesma
frequência fundamental. Essa é a característica da qualidade que distingue os
sons, o timbre, ou seja, é uma composição de diversas ondas com determinada
densidade (BISTAFA, 2018).
O nível da pressão sonora das harmônicas é, em geral, diferente do nível de pres-
são sonora do fundamental. O número de harmônicas e os níveis de pressão sonora
a elas associados é que dão ao som o seu timbre característico (BISTAFA, 2018).

A P RO F UNDA NDO

A densidade é mais uma característica do som. Ela é compreendida, por exem-


plo, como trechos de composições executadas por uma banda completa (alta
densidade) ou um solo de um instrumento apenas (baixa densidade). Entretan-
to, a densidade não está diretamente relacionada com a intensidade sonora. É
preciso considerar os elementos envolvidos na emissão sonora e seus timbres.

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Figura 2 – Exemplos de timbres sonoros

Descrição da Imagem: a figura apresenta, na parte superior do centro, em preto, a palavra “timbre”. Logo abaixo no
canto esquerdo, há uma imagem representativa de um “diapasão”. Em sua frente, na sequência em direção à direita da
figura, temos a palavra “tuning fork” e logo à frente, na sequência, temos a onda sonora que representa seu timbre.
Há uma linha reta na horizontal e, sobre ela, uma linha ondulatória com quatro picos. Abaixo da figura do diapasão,
temos a figura de uma flauta, em cor marrom, com quatro orifícios. Em sua frente, a palavra “flute”, e na sequência
seu gráfico de timbre, com uma linha reta horizontal e uma linha com ondulações pequenas e picos marcantes de
três em três, formando quatro picos gerais. Abaixo da flauta, temos a imagem de uma pessoa em perfil, uma mulher,
com cabelos marrons presos em rabo de cavalo. Em sua frente, temos a palavra “voice”, representando a emissão de
voz humana. Na sequência, um gráfico de seu timbre, mostrando uma linha reta horizontal com uma linha ondulatória
com picos bem pequenos, quase três vezes menores que os picos da flauta e do diapasão. Apresenta quatro pontos
de picos maiores. E na última imagem, abaixo da representação humana, temos a imagem de um violão de madeira
marrom-claro. Em sua frente, a palavra “guitar”. Na sequência, o gráfico de seu timbre, bem parecido com o movimento
do gráfico de timbre da voz, porém com picos maiores em toda sua extensão e seis picos de destaque. Fim da descrição.

Assim, o timbre é relacionado à maneira individual e característica de vibrar de


cada instrumento.

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E U IN D ICO

Convido-lhe a conhecer mais sobre o harmônico fundamental.

O timbre é determinado pelo número e intensidade


O timbre é
das harmônicas que acompanham o som fundamen-
relacionado à
tal emitido pelo instrumento. maneira individual
e característica
de vibrar de cada
MOVIMENTOS HARMÔNICOS instrumento

Harmônicos são imaterializações matemáticas que determinam uma distorção


cíclica em uma rede, utilizando a transformada de Fourier (HERRERA; DONO-
SO-GARCIA; GUIMARÃES, 2005). Quando uma tensão ou corrente é alterada
de forma inesperada dentro de um sistema, as suas derivadas, em relação ao
tempo, demonstram o espectro harmônico, o que é de origem magnética ou
elétrica (LIZ, 2003).

E U IN D ICO

Vamos compreender como funcionam as cordas vibrantes e


tubos sonoros? Convido-lhe a assistir ao vídeo.


A amplitude e frequência de cada uma das componentes harmônicas
presentes em um sinal é informação valiosa em diversos processos
cognitivos relacionados a áudio, como a estimação da frequência

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 3

fundamental de uma série harmônica ou a estimação do número de


fontes presentes em um sinal. Apesar disso, é sabido que, quando sons
provenientes de diferentes fontes (ou seja, diferentes notas musicais)
se misturam, torna-se mais difícil estimar quais são as frequências das
parciais harmônicas existentes (TAVARES et al., 2010, p. 4).

Algumas medidas para controle de harmônicos em um sistema são a utilização de


filtros que são classificados em dois grupos: os filtros passivos e os filtros ativos.
Os principais aparelhos de filtragem utilizados são os filtros de linha (normal-
mente filtros passa-baixas), nobreaks e estabilizadores de tensão (transforma-
dores isoladores, menos utilizados, pois injetam mais harmônicos ao sistema do
que os filtros), geradores AC e condicionadores de energia (KNIRSCH, 2004).

NOVOS DESAFIOS
Reconhecer e conhecer as características do som nos
auxilia em nossa atuação profissional, como técnicos
de som, músicos performers e várias outras ativida-
des que envolvem a compreensão da emissão sonora.
Dessa forma, nosso papel envolve a separação de in-
formações e classificação de atuação, frente a possíveis
dificuldades e problemas que podemos enfrentar em
nosso dia a dia, trabalhando com áudio.

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VAMOS PRATICAR

1. O som é construído por uma série de elementos, como graves e agudos, timbres que
definem e ilustram a sua forma e tipo de emissão (RICHENE, 2021).

Fonte: RICHENE, G. D. C. Efeitos especiais e áudio. São Paulo: Saraiva, 2021.

Sobre áudio, indique a alternativa correta.

a) Sons com frequência abaixo de 20 Hz chamam-se infrassons, e sons com frequência


acima de 20 kHz, ultrassons.
b) Sons com frequência abaixo de 50 Hz chamam-se infrassons, e sons com frequência
acima de 20 kHz, ultrassons.
c) Sons com frequência abaixo de 20 Hz chamam-se infrassons, e sons com frequência
acima de 5 kHz, ultrassons.
d) Sons com frequência abaixo de 20 Hz chamam-se sons, e sons com frequência acima
de 20 kHz, ultrassons.
e) Sons com frequência abaixo de 2 Hz chamam-se ultrassons, e sons com frequência
acima de 2 kHz, infrassons.

2. Em acústica, utiliza-se a frequência, com unidade de ciclos por segundo ou hertz (Hz).
Nesse sentido, nosso sistema auditivo percebe o som de frequência f1 e de frequência
f2 como grave e como agudo. Assim, indique a alternativa correta:

a) Além de sua compreensão enquanto fenômeno, temos o som enquanto forma de co-
municação, como linguagem, que depende de sua forma de emissão, fonte emissora.
b) Além de sua compreensão enquanto fenômeno, o som enquanto forma de comuni-
cação não pode ser considerado, nem como linguagem.
c) Além de sua compreensão enquanto fenômeno, temos o som enquanto forma de
comunicação, como linguagem, mas que não depende de sua forma de emissão,
fonte emissora.
d) Além de sua compreensão enquanto sistema, temos o som enquanto forma de co-
municação, como linguagem, que depende de sua forma de emissão, fonte emissora.
e) Além de sua compreensão enquanto fenômeno, temos o som enquanto forma de
comunicação, como linguagem, que depende de sua forma de emissão, que não pode
ser chamada de fonte emissora.

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VAMOS PRATICAR

3. A faixa de frequências é denominada como faixa de áudio. Assim, indique a alternativa


correta:

a) Todo som tem como origem um movimento num local que denominamos de fonte
sonora.
b) O som não tem como origem um movimento num local que denominamos de fonte
sonora.
c) Todo som tem como origem um movimento num local que denominamos de recurso.
d) Nem todo som tem como origem um movimento num local que denominamos de
fonte sonora.
e) Todo som tem como origem um movimento num local sempre igual, que denomina-
mos de fonte sonora.

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REFERÊNCIAS

BISTAFA, S. R. Acústica aplicada ao controle do ruído. São Paulo: Blucher, 2018.


BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 15: atividades e operações insalubres. Brasília,
DF: MTE, 1978. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-in-
formacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-parti-
taria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-15-atualizada-2022.pdf. Acesso
em: 15 set. 2023.
HERRERA, C. G.; DONOSO-GARCIA, P. F.; GUIMARÃES, G. P. Qualidade da energia em sistemas
de sonorização: harmônicos na rede. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ÁUDIO DA AES BRASIL
– SOCIEDADE DE ENGENHARIA DE ÁUDIO, 3., 2005, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: AES
Brasil, 2005.
KNIRSCH, J. Os harmônicos da energia Elétrica no Áudio. In: SEMINÁRIO MÚSICA CIÊNCIA
TECNOLOGIA: ACÚSTICA MUSICAL, 1., 2004, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: Universidade
de São Paulo, 2005.
LIZ, M. B. de. Contribuição para a redução da interferência eletromagnética em fon-
tes chaveadas. 2003. Tese (Doutorado em Engenharia Elétrica) – Programa de Pós-Gra-
duação em Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003.
REMORINI, S. L. Acústica arquitetônica. Porto Alegre: Grupo A, 2018.
RICHENE, G, D. C. Efeitos especiais e áudio. São Paulo: Saraiva, 2021.
TAVARES, I. M.; CIT, S. Linguagem da música. Curitiba: InterSaberes, 2013.
TAVARES, T. F. et al. Estimação de parciais em sinais acústicos harmônicos. In: SIMPÓSIO DE
PROCESSAMENTO DE SINAIS DA UNICAMP – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, 1.,
2010, Campinas. Anais [...]. Campinas: Unicamp, 2010.

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CONFIRA SUAS RESPOSTAS

1. Opção A. Sons com frequência abaixo de 20 Hz são chamados de infrassons, e sons com
frequência acima de 20 kHz, de ultrassons.

2. Opção A. Além de sua compreensão enquanto fenômeno, temos o som enquanto forma de
comunicação, como linguagem, que depende de sua forma de emissão, fonte emissora.

3. Opção A. Todo som tem como origem um movimento num local que denominamos de
fonte sonora.

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MEU ESPAÇO

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UNIDADE 4
TEMA DE APRENDIZAGEM 4

FASES DE UMA GRAVAÇÃO

MINHAS METAS

Compreender o papel da acústica no processo de gravação.

Apresentar os equipamentos envolvidos no processo de gravação de áudio.

Elucidar a montagem e a instalação de conexões.

Observar os diferentes tipos de microfones.

Destacar a utilização de equipamentos, como placas de áudio, em gravações.

Indicar programas de gravação.

Reconhecer a totalidade do processo de gravação e etapas.

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UN I C ES UMA R

INICIE SUA JORNADA


Sabemos que a qualidade de um produto sonoro reflete todo seu processo de
elaboração e todos os envolvidos em sua realização. Isso reforça que cada objeto,
equipamento ou indivíduo atuante possui o seu papel e deve ser utilizado da
melhor forma possível.
Ao pensar em gravação de áudio, portanto, reconhecemos os equipamentos,
espaço, acústica, músicos, produtores como integrantes de um processo, que preci-
sam estar interligados, conectados e atuando de forma síncrona para que o desen-
volvimento da produção, captação e gravação do áudio seja fiel e de boa qualidade.
Dessa forma, para obter bons resultados, o conhecimento sobre os equipa-
mentos, programas de gravação e a compreensão da acústica no local de gravação
devem ser considerados a todo momento, evitando desgastes no processo de
gravação, de todos os envolvidos.

VAMOS RECORDAR?
Vamos compreender e retomar a importância do processo
de gravação de áudio? Convido-lhe a acompanhar o
vídeo.

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DESENVOLVA SEU POTENCIAL

AMBIENTES DE GRAVAÇÃO: ESTÚDIOS

Os estúdios de gravação, conhecidos como espaços que desenvolvem o processo


de captação e gravação de áudio, podem ser compostos e projetados por um ou
mais espaços acústicos, visando à melhor captação de áudio possível para aquele
ambiente. Apresentam estrutura com isolamentos, impedindo que sons exter-
nos adentrem o ambiente de gravação e que sons do próprio estúdio escapem,
gerando incômodos aos locais vizinhos (HUBER, 2011).
Esses espaços podem variar de tamanho, forma e, principalmente, design
acústico, pois podem refletir a maneira com a qual o proprietário do local quer
apresentar seu espaço ao público e aos envolvidos, considerando um ambiente
apto para gravações de áudio e até gravações visuais.
Sobre os estúdios, Huber (2011, p. 6) descreve que:


Na verdade, não existe uma fórmula secreta para determinar um
design perfeito de estúdio. Cada design de estúdio tem sua própria
personalidade sonora, layout, clima e decoração que se baseiam nos
gostos pessoais dos seus proprietários, do designer (se houver um)
e custos de locação do estúdio (HUBER, 2011, p. 6).

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UN I C ES UMA R

Para a elaboração dos estúdios, contamos com itens essenciais, como a equipe
profissional atuante, da organização física do espaço até o processo de produção
e pós-produção; equipamentos de áudio, desde os cabeamentos até os compu-
tadores com programas de áudio; espaço considerado adequado ao processo de
captação e gravação do áudio e confortável aos participantes envolvidos, além de
acusticamente tratado, assim, considerando o áudio, que advém de emissões
sonoras pelo meio em que é propagado, para passar pelo processo de captação
(SCHAFER, 2011).
Todos esses itens fazem parte do resultado final da produção do áudio, du-
rante o qual a organização do espaço e a compreensão dos recursos exprimem a
forma de ação dos profissionais envolvidos.

Sala de controle

Um espaço que pode ser delimitado dentro do estúdio é a sala de controle. Ela
poderá ser desenvolvida, elaborada com uma estrutura acústica que inibirá os
sons que são produzidos externamente a ela, pois funciona como um espaço de
escuta do trabalho desenvolvido no processo de gravação, por meio da utilização
de equipamentos, como monitores de áudio de alto-falantes e também de fones
de ouvido, além da presença de painel ou mesa de gravação (HUBER, 2011).

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PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS NO PROCESSO DE GRAVAÇÃO

Os envolvidos no processo de gravação refletem o processo e a qualidade final


do trabalho em áudio. Entre eles, destacamos:

Músicos e arranjadores: são os profissionais atu-


antes desde o processo de pré-produção e produção
em sua maioria. Podem envolver apenas um músico
ou um grupo musical. Os músicos e arranjadores nem
sempre são os artistas que estão gravando suas músi-
cas, eles podem ser o suporte ao artista no momento da
gravação de instrumentos, orquestração, por exemplo.

Produtor: o produtor musical envolvido no processo


de gravação em estúdio é responsável desde a orga-
nização orçamentária da produção até o resultado final
esperado. Ele trabalha em conjunto com a equipe en-
volvida, artista e grupo musical, auxiliando na seleção
de músicas, visando aos objetivos artísticos com fina-
lidade de mercado.

Engenheiro: a partir da gravação, ele consegue tra-


balhar tecnicamente a música, o áudio que é de in-
tenção do produtor, do artista. Ele atua com os músi-
cos, organizando posições, equipamentos, realizando
ajustes de captação e posicionando microfones. Atua
também na pós-produção, no processo de mixagem
do áudio.

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UN I C ES UMA R

Conhecendo os profissionais envolvidos no processo de gravação e de produ-


ção musical, reconhecemos suas particularidades, características e formas de
atuação no mercado.

PROCESSO DE GRAVAÇÃO

O ato de gravar um áudio exige, além da atuação de profissionais na área, a com-


preensão das fases de gravação. Vamos conhecê-las um pouco mais.

Preparação

O processo de preparação envolve a ação que ocorre antes dos integrantes da


gravação estarem presentes no ambiente do estúdio. Nesse momento, deve ser
considerada a organização do projeto, visando ao objetivo do artista e produtor
e quais os recursos autorizados e necessários para essa realização.

A identificação de falhas ou intercorrências antes da gravação é de extrema im-


portância, evitando problemas no momento da gravação. Nesse momento, é fun-
damental envolver os participantes, como o próprio artista e os músicos (princi-
palmente de contratações externas).

A preparação reflete a próxima fase, de gravação. O preparo para essa etapa do


processo é de extrema importância para resultados claros e de qualidade.

Gravação

É a fase de captação e registro dos áudios das fontes sonoras envolvidas no processo
de gravação. Envolve a utilização de equipamentos de captação e edição de áudio,
como microfones, instrumentos musicais, programas de gravação – DAW (Digital
Audio Workstation) –, de acordo com a tecnologia de gravação multipista.
Essa possibilidade de gravação multipista flexibiliza a forma de gravação, pois
vários canais podem ser utilizados, captados sem que se prejudique ou altere uns
aos outros. Além disso, a possibilidade do isolamento dessas pistas de gravação

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auxilia na utilização de efeitos, ajustes no processo de edição, sem afetar as pistas


gravadas de outros instrumentos, por exemplo.

EQUIPAMENTOS DE GRAVAÇÃO: MICROFONES

Os microfones são tipos de transdutores capazes de transformar um tipo de


energia em outro tipo correspondente de energia, em que as ondas no microfo-
ne, da pressão sonora, agirão na estrutura diafragma, convertendo em tensões
elétricas correspondentes.
Para identificar a melhor forma de captação e gravação para os diferentes instru-
mentos e vozes, é preciso compreender os tipos de microfones existentes e suas funções:

Microfone dinâmico: são melhor utilizados para cap-


tação e gravação de fontes sonoras com maiores potên-
cias (PINTO, 2021). Eles não precisam de alimentação ex-
terna, nem pilhas. Em relação a sua estrutura, conforme
apresenta Valle (2015), eles possuem uma membrana/
diafragma (leve e rígida) conectada a uma bobina móvel,
trabalhando com forte campo magnético, que advém do
imã circular com seção em “E”. Com sensibilidade baixa
a média-dura, ou seja, elimina os sons mais fracos e re-
produz os sons mais fortes (VALLE, 2015).

Microfone condensador: são microfones considerados


sensíveis e com maior capacidade de captação quando
comparados aos dinâmicos. Contêm estrutura de duas
placas em paralelo com um capacitor entre elas. Pos-
suem alta sensibilidade pela leveza e flexibilidade da sua
membrana; reagindo bem aos sons de pequena inten-
sidade. Gera sons mais naturais e sem irregularidades
mais graves (VALLE, 2015). Apresentam como carac-
terística um sistema elétrico que precisa de alimentação
de +48 volts (V) – Phantom Power (PINTO, 2021).

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UN I C ES UMA R

Microfone de fita: sua estrutura apresenta uma fina


fita de metal ou plástico revestido com metal, suspen-
sa pelas pontas no campo de um imã bem forte. Com
qualidade de som mais suave com baixa distorção em
condições normais de captação. Entre suas desvanta-
gens, está o fato de que são frágeis e com fácil satu-
ração (VALLE, 2015).

Tipos de diretividade dos microfones:


Omnidirecionais: é o modelo de microfone que capta em todas as direções.
Unidirecionais: da família de cardioides, são microfones que captam apenas uma
direção.
Cardioides: são os microfones unidirecionais.
Supercardioides: tornam o microfone mais direcional que os cardioides.
Hipercardioides: é uma versão dos cardioides. Eles têm a área de captação ainda
mais reduzida que os cardioides.
Bidirecionais: captam o áudio em duas posições no microfone.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 4

Cabeamento e conexões

Os tipos de conexões interferem drasticamente na capacidade de captação de


sinal e gravação dos sons.
Vamos compreender os tipos de cabeamentos e conexões que podemos encon-
trar em estúdios de gravação, sejam eles profissionais ou caseiros – home studios.

RCA

Cabo conhecido por sua cor. Possui três pontas com um pino colorido em cada: ama-
relo, branco e vermelho. São separados por cada tipo de conector e nomeados com
base no padrão TS (tip-sleeve), TRS (tip-ring-sleeve) e TRRS (tip-ring-ring-sleeve).

Tip significa ponta; ring é o anel metálico dividido pelas faixas pretas em cada
conector; e sleeve é a base ou corpo do conector (a parte metálica acoplada ao
cabo, na qual, geralmente, é ligado o aterramento, com exceção dos cabos P3). A
principal diferença entre eles está no número de anéis e na distância entre eles
(listras pretas que dividem os canais do aterramento).

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São conhecidos como:

P1

Conector tip-sleeve (TS) mono, antigo, já em desuso, e com diâmetro menos


calibroso (2,5 mm). Era utilizado para receber ou enviar áudio (fones e microfones
antigos de um canal só).

P2 MONO

Conector tip-ring-sleeve (TRS) mono, com 3,5 mm de diâmetro. Utilizado em


fones de ouvido de um canal só ou em microfones básicos de computador.

P2 ESTÉREO

Conector tip-ring-sleeve (TRRS) estéreo, 3,5 mm, e largamente utilizado em


fones de ouvido com dois canais (direita e esquerda) e microfones estéreo, que
dividem o sinal também em dois canais.

P3

Conector tip-ring-ring-sleeve (TRRS), também com 3,5 mm, conhecido por inte-
grar headsets compatíveis com telefones celulares com capacidade de receber
áudio para os drivers do fone e, ao mesmo tempo, de enviar áudio captado pelo
microfone integrado a um computador ou celular.

P10 MONO

É o maior conector, com 6,35 mm. Geralmente, é utilizado em cabos para conec-
tar instrumentos musicais a mesas de som, amplificadores, pedais e placas de
áudio, em um só canal.

P10 ESTÉREO

É o conector utilizado em fones de ouvido profissionais.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 4

Além da conexão RCA, podemos encon-


trar também os modelos de cabo MIDI e
cabo XLR/Cannon.

Cabo MIDI

Conhecidos como Musical Instrument


Digital Interface, o cabo e entrada MIDI
são usados para conectar instrumentos
musicais. É um protocolo de comunica-
ção que permite a interação de instru-
mentos num ambiente digital. O cabo
MIDI cria uma série de sinais e contro-
les, que são traduzidos em som por meio
de tradução de sinais e controles.

Cabo XLR/Cannon

Utilizado para conectar microfones e


mesas de som. Ele pode ter 3, 4, 5, 6 ou 7
pinos, com ou sem trava de segurança, os
quais evitam desconexões. O XLR é um
tipo de conector utilizado para o tráfego
de sinal balanceado. O inventor foi James
H. Cannon e, por isso, recebeu também
o nome de Conector Cannon.

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UN I C ES UMA R

NOVOS DESAFIOS
Compreender o processo de gravação de áu-
dio, atualmente, reflete na qualidade de pro-
dutos sonoros que o mercado exige e necessi-
ta. O mercado sonoro passa por atualizações
constantes, que definem as formas de venda
e, consequentemente, de produção dos sons.
Imagine-se atuando em um estúdio de
gravação ou em um estúdio de rádio. Você faz
parte da equipe audiovisual e de organização
do local para a execução de gravações. Será
preciso compreender sobre o local, os equipa-
mentos disponíveis, suas funções e formas de
conexões, para que a produção desenvolvida
esteja nos padrões solicitados e adequados ao
trabalho que realizará.
Aqui, identificamos que a produção so-
nora é decorrente do processo de captação e
gravação do áudio, e que esses processos de-
pendem de uma equipe e parceiros envolvidos
desde a organização do projeto até sua entre-
ga para o mercado, passando por processos e
ajustes na trajetória.
Dessa forma, a gravação deve ser conside-
rada uma das principais fases da produção em
áudio, considerando o domínio e compreen-
são dos equipamentos envolvidos e o trabalho
em equipe.

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VAMOS PRATICAR

1. Os estúdios de gravação, conhecidos como espaços que desenvolvem o processo de


captação e gravação de áudio, podem ser compostos e projetados por um ou mais es-
paços acústicos, visando à melhor captação de áudio possível para aquele ambiente.
Sobre os estúdios de gravação, assinale a alternativa correta:

a) Esses espaços podem variar de tamanho, forma e, principalmente, no design acús-


tico, pois podem refletir a forma com que o proprietário do local quer apresentar seu
espaço ao público e aos envolvidos, considerando um local apto para gravações de
áudio e até gravações visuais.
b) Esses espaços não podem variar de tamanho, forma e, principalmente, no design
acústico, pois podem refletir a forma com que o proprietário do local quer apresentar
seu espaço ao público e aos envolvidos, considerando um local apto para gravações
de áudio e até gravações visuais.
c) Esses espaços podem variar de tamanho, forma e, principalmente, no design acústico,
mas não podem refletir a forma com que o proprietário do local quer apresentar seu
espaço ao público e aos envolvidos, considerando um local apto para gravações de
áudio e até gravações visuais.
d) Esses espaços podem variar de tamanho, forma e, principalmente, no design acús-
tico, pois podem refletir a forma com que o proprietário do local quer apresentar seu
espaço ao público e aos envolvidos, considerando um local apto para gravações de
áudio somente.
e) Esses espaços podem variar de tamanho, forma e, principalmente, no design acústico,
pois podem refletir a forma com que o público deseja apresentar o espaço, conside-
rando um local apto para gravações de áudio e até gravações visuais.

2. Sobre os estúdios, Huber (2011, p. 6) descreve que: “na verdade, não existe uma fór-
mula secreta para determinar um design perfeito de estúdio. Cada design de estúdio
tem sua própria personalidade sonora, layout, clima e decoração que se baseiam nos
gostos pessoais dos seus proprietários, do designer (se houver um) e custos de locação
do estúdio”.

Fonte: HUBER, D. M. Técnicas modernas de gravação de áudio. Rio de Janeiro: Elsevier,


2011. p. 6.

Observe as afirmativas a seguir:

I - Para elaboração dos estúdios, contamos com itens essenciais como a equipe pro-
fissional atuante, desde a organização física do espaço até o processo de produção
e pós-produção.

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VAMOS PRATICAR

II - Equipamentos de áudio, desde os cabeamentos até os computadores com programas


de áudio; um espaço considerado adequado ao processo de captação e gravação do
áudio e confortável aos participantes envolvidos, além de acusticamente tratado.
III - Considerando que o áudio, o som que será captado advém de emissões sonoras pelo
meio em que é propagado.

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

3. Um espaço que pode ser delimitado dentro do estúdio é a sala de controle. Ela pode
apresentar uma estrutura acústica que evite os sons que são produzidos externamente
a ela, pois funciona como um espaço de escuta do trabalho desenvolvido no processo
de gravação, por meio da utilização de equipamentos, como monitores de áudio de
alto-falantes, e também da utilização de fones de ouvido, além da presença de painel
ou mesa de gravação (HUBER, 2011).

Fonte: HUBER, D. M. Técnicas modernas de gravação de áudio. Rio de Janeiro: Else-


vier, 2011.

Diante do exposto, indique a alternativa correta:

a) Os envolvidos no processo de gravação refletem o processo e qualidade final do tra-


balho em áudio.
b) Os envolvidos no processo de gravação não refletem o processo e qualidade final do
trabalho em áudio.
c) Os envolvidos no processo de gravação refletem o processo e qualidade final do tra-
balho apenas na fase de pré-produção.
d) Os envolvidos no processo de gravação refletem o processo e qualidade final do tra-
balho apenas na fase de pós-produção.
e) Os envolvidos no processo de gravação refletem o processo e qualidade final do tra-
balho apenas na fase de produção.

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REFERÊNCIAS

HUBER, D. M. Técnicas modernas de gravação de áudio. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.


PINTO, B. H. L. Desenho de som. Curitiba: InterSaberes, 2021.
SCHAFER, M. O ouvido pensante. 2. ed. São Paulo: Editora Unesp, 2011.
VALLE, S. Microfones. Rio de Janeiro: Editora Música & Tecnologia, 2015.

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CONFIRA SUAS RESPOSTAS

1. Opção A. Esses espaços podem variar de tamanho, forma e principalmente no design


acústico, pois podem refletir a forma com que o proprietário do local quer apresentar seu
espaço ao público e aos envolvidos, considerando um local apto para gravações de áudio
e até gravações visuais.

2. Opção E. As afirmativas I, II e III estão corretas.

3. Opção A. Os envolvidos no processo de gravação refletem o processo e a qualidade final


do trabalho em áudio.

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UNIDADE 5
TEMA DE APRENDIZAGEM 5

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS

MINHAS METAS

Discutir sobre ambientes acústicos.

Observar o comportamento sonoro.

Descrever o papel dos ambientes acústicos em relação ao som e seu comportamento.

Apresentar o conforto acústico.

Indicar materiais acústicos.

Compreender o papel dos materiais e equipamentos utilizados em acústica.

Desenvolver a percepção sobre os conceitos de acústica do som.

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INICIE SUA JORNADA


Enquanto futuro profissional, você já pensou em atuar em projetos de acústica mu-
sical? Dependendo do objetivo final, do tipo de construção e tratamento acústico,
é necessário compreender e elucidar o papel da acústica sonora e a relação com
os possíveis materiais indicados para cada tipo de projeto que poderá ser criado.
Dessa forma, o objetivo do conhecimento sobre conceitos de acústica, estuda-
dos pela física e pelo campo musical, são as construções, adaptações, ajustes e cor-
reções em ambientes que necessitam de aplicação de materiais acústicos, visando
à produção sonora de qualidade e conforto dos envolvidos. Assim, compreender
cada tipo de material e sua utilização em projetos é extremamente importante e
refletirá na característica do trabalho do profissional em áudio.

VAMOS RECORDAR?
Neste momento, vamos conhecer um projeto de acústica
de um estúdio através do vídeo.

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

AMBIENTES ACÚSTICOS

Reconhecemos locais com tratamento acústico


Qualidade sonora
através de sua qualidade sonora e exclusão de sons
e exclusão de sons
ruidosos, principalmente sons externos. Ambientes ruidosos
afetados por campos sonoros acima dos limites de
aceitabilidade afetam o conforto acústico de indivíduos expostos, podendo ter
como consequência desde o simples desconforto até a redução de produtividade
ou, até mesmo, o prejuízo à saúde dos receptores (BISTAFA, 2006).

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Considerando esse aspecto da exclusão dos ruídos, é necessário o uso de


equipamentos acústicos que contribuam para a diminuição desses sons acima
do limiar de aceitação humana, de modo que sua utilização impeça e/ou reduza
o volume dos sons que estão sendo produzidos em determinado local, sejam eles
internos ou externos.
Para isso, consideram-se três variantes como forma de solucionar os proble-
mas ocasionados pelos ruídos:

Na fonte: ajustar a emissão do som na sua fonte, por exemplo, alto-falantes, instru-
mentos, entre outros.

Na trajetória: ajustar o local em que essa emissão sonora vai ser repassada, consi-
derando a estrutura acústica.

No receptor: ajustar o sinal de recepção ou o local em que o receptor receberá a


emissão.

Assim, a ação acústica irá contribuir com a qualidade sonora de emissão, traje-
tória e recepção.

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COMPORTAMENTO SONORO E MATERIAIS ACÚSTICOS

Considerando a propagação sonora com a presença de obstáculos, é necessário


relembrar o papel da acústica nos ambientes e em relação à onda sonora emitida.
Ao interpor uma superfície em direção a uma onda sonora, esta se divide
em várias partes:
■ uma quantidade é refletida;
■ outra é absorvida e outra atravessa a superfície (transmitida).

Energia dissipada
En
er
gi
a
re
fle
tid
a

Energia transmitida
e
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de
ci
in
a
gi
er
En

Figura 1 – Energias / Fonte: https://portalacustica.info/materiais-acusticos-o-que-sao/. Acesso em: 19 set. 2023.

Descrição da Imagem: a figura apresenta um alto-falante em metal no canto inferior esquerdo. Dele, é emitida
uma onda sonora com quatro picos, representada por uma linha preta ondulada. Na frente do alto-falante, antes de
iniciar a onda, temos as palavras “energia incidente”. No segundo pico dessa onda, temos um contorno retangular,
do azul-claro para o azul-escuro, formando três flechas. Uma flecha é direcionada ao canto superior esquerdo
da imagem, com as palavras “energia refletida”. A segunda flecha é direcionada para cima, para a borda superior
central da imagem, com as palavras “energia dissipada”. A última flecha, direcionada para a lateral central direita
da imagem, com a palavra “energia transmitida”. Finalizando, temos um retângulo cinza na vertical que envolve
a segunda e terceira flechas. Fim da descrição.

Dessa forma, vamos compreender algumas propriedades acústicas envolvidas


nesse processo:

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 5

Mascaramento: na audição simultânea de dois sons de frequências distintas, pode


ocorrer que o som de maior intensidade supere o de menor, tornando-o inaudível ou
não inteligível. Ocorre mascaramento do som de maior intensidade sobre o de menor
intensidade (CATAI; PENTEADO; DALLBELO, 2006).

Ondas estacionárias: é um fenômeno que ocorre em locais fechados. Consiste na


superposição de duas ondas de igual frequência que se propagam em sentido opos-
to. Ao se sobreporem, a coincidência dos comprimentos de onda faz com que os nós
e os ventres ocupem alternadamente as mesmas posições, produzindo a impressão
de uma onda estacionária. Em locais fechados, o som refletido em uma parede plana
e o som direto podem criar esse efeito, causando graves problemas acústicos para o
ambiente (CATAI; PENTEADO; DALLBELO, 2006).

E U IN D ICO

Convido-lhe a conhecer mais sobre as ondas estacionárias


neste vídeo.

É muito importante compreender a distribuição de energia sonora, porque, a


partir do seu entendimento e do posicionamento certo de materiais acústicos,
podemos adequar um espaço a sua qualidade sonora (FERNANDES, 2002).

Materiais
O objetivo de
Os materiais de reflexão têm o objetivo de ampliar
ampliar o som
o som produzido, deixando o ambiente mais vivo. O produzido, deixando
tempo de reverberação fica mais longo, com o som o ambiente mais
preenchendo o ambiente (VIANNA; RAMOS, 2005). vivo

As superfícies normalmente já são reflexivas por sua rigidez e dureza, como pare-
des de alvenaria ou pisos cerâmicos, fazendo com que grande parte da energia
incidente seja refletida.

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Os materiais de absorção têm função de deixar o som do ambiente mais seco, re-
duzindo o número de reflexões por meio da absorção de energia sonora. Resulta
no tempo de reverberação mais curto, dependendo da capacidade de absorção
do material e da metragem de área aplicada (VIANNA; RAMOS, 2005).

Como são materiais porosos ou fibrosos, geralmente, os materiais acústicos de


absorção são flexíveis. Eles contêm em seu interior espaços de ar que, quando
há passagem do som em seu interior, fazem com que o som se “perca” lá dentro.

No caso dos difusores, quando o som encontrar uma superfície, ele será refle-
tido e redirecionado para um melhor espalhamento sonoro no ambiente. Esse
fenômeno não altera o tempo de reverberação do ambiente, mas tem função
fundamental na qualidade sonora.

Os difusores são materiais acústicos reflexivos muito importantes em ambientes em


que o som deve ser ouvido o mais uniformemente possível (VIANNA; RAMOS, 2005).

Dessa forma, o uso de materiais acústicos é imprescindível para um bom projeto.


Cada material possui características para controlar a acústica do ambiente seja
absorvendo, refletindo ou difundindo a energia sonora. Dependendo do tipo de
ambiente, esses fenômenos bem administrados promovem a qualidade sonora.

Conforto acústico

Segundo Vianna e Ramos (2005), o conforto está presente quando há um mínimo


de esforço fisiológico em relação ao som (e à luz, ao calor e à ventilação) para
cumprir uma determinada tarefa.
As principais variáveis do conforto acústico são:

■ Entorno (tráfego).
■ Arquitetura.
■ Clima (ventilação, pluviosidade).
■ Orientação/implantação (materiais, mobiliário).

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Os autores apontam que, na natureza, tudo possui propriedades acústicas, entre-


tanto, a capacidade de absorção varia em função do material.
Sobre as capacidades acústicas dos materiais:

CAPACIDADE DE ABSORÇÃO

É quando, por meio da transformação vibratória em energia térmica, o material


pode dissipar a energia sonora que incide sobre ele. A escolha e a maneira da
disposição do material dependem da intenção do projeto: se é corrigir, reduzir
ou eliminar o ruído. Forros e paredes recheadas com lãs minerais, como lã de
rocha e de vidro, podem corrigir o tempo de reverberação do som. A escolha do
forro ou revestimento precisa levar em conta a taxa de ocupação do ambiente de
manutenção, durabilidade, estabilidade e resistência ao fogo.

REVESTIMENTOS PARA REDUÇÃO DE RUÍDOS

O uso de revestimentos que reduzem a transmissão de ruídos entre ambientes


pode amenizar esse incômodo. Para cada tipo de situação e intensidade de ruído,
será indicado um material específico.

MATERIAIS

Forros e paredes estruturados em perfis metálicos, com placas cimentícias ou de


gesso acartonado duplo e camadas intermediárias de lã mineral, reforçam a pro-
teção contra ruídos aéreos: transmitidos pelo ar, provenientes de fontes diversas,
como aviões, carros e motos.

REDUÇÃO RUÍDOS EM ANDARES – PISOS

Em pisos, em que o principal problema é a geração de ruídos de impacto, é


recomendado a instalação de mantas acústicas diretamente entre a laje e o
revestimento escolhido.

ABSORÇÃO DE RUÍDOS – INTERIOR DE AMBIENTES

A absorção de ruídos gerados no interior do próprio ambiente é feita por placas


de fibra mineral fixadas às paredes, forros perfurados de gesso ou madeira, e
espumas acústicas colocadas no forro ou na laje.

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Dessa forma, conhecer as propriedades acústicas para absorção dos sons será de
extrema relevância para a elaboração de projetos.

Materiais acústicos

Os materiais utilizados na elaboração de projetos acústicos podem ser divididos


em três tipos:

Materiais difusores: a difusão acontece quando ondas sonoras, ao incidirem sobre


um material refletor e rugoso, são refletidas em diversas direções. O material difusor
promove maior espalhamento sonoro no ambiente, garantindo melhor qualidade e
uniformidade sonora. Também, mantém a acústica do ambiente viva e evita o eco.
Por exemplo: pedras e lambris de madeira.

Materiais isolantes: quando uma onda sonora entra em contato com uma super-
fície, ela gera vibrações nesse material. Consequentemente, essa superfície passa a
atuar como uma fonte emissora de som, transmitindo-o ao longo de sua estrutura.
Ocorre a transmissão sonora, ou seja, a passagem de som de um ambiente para
outro. Os materiais isolantes, por serem rígidos e com alta densidade, impedem essa
transmissão. Por exemplo: tijolo maciço, pedra lisa, gesso, madeira e vidro.

Materiais de absorção: os materiais acústicos de absorção diminuem a reflexão e


a transmissão do som, absorvendo energia sonora. Eles transformando energia me-
cânica vibracional em energia térmica, diminuindo o tempo de reverberação interna
e tornando o som do ambiente mais seco. Esses materiais são fibrosos e tendem
a ser flexíveis; são porosos e o ar presente em seu interior dificulta a passagem
do som. Quanto maior a superfície e espessura do material absorvedor, maior sua
capacidade de absorção. Por exemplo: lã de vidro revestido, manta de poliuretano,
forrações com cortiças, carpetes grossos e cortinas pesadas.

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Vamos observar, a seguir, as características dos materiais:

LÃ DE VIDRO

Produzida a partir de sílica e sódio a altas temperaturas, aglomerados por resinas


sintéticas. Possui boa eficiência termoacústica e alta resistência ao fogo. É co-
mercializada em rolos ou em painéis, de densidades e espessuras variadas. Entre
suas características, estão: leveza e facilidade de manuseio e de corte. Além
disso, ela é incombustível (não queima), o que evita riscos de incêndio. É indicada
para aplicação nos forros, paredes de drywall (gesso acartonado) e contrapisos.

LÃ DE ROCHA

Produzida a partir de rochas vulcânicas chamadas diábase, é resistente ao fogo.


Considerada um excelente isolante térmico, permite elevado índice de absorção
acústica. É indicada para forros, paredes de drywall, pisos flutuantes, coberturas
e para revestir dutos de ar-condicionado. O material flexível está disponível nos
formatos: manta, painel, feltro, flocos e tubo.

LÃ DE PET

Produzida a partir da reciclagem de garrafas plásticas, com forte apelo sus-


tentável. Possui resistência ao fogo aceitável para áreas comerciais e residên-
cias. Tem bom desempenho termoacústico. É fabricada em diferentes den-
sidades, formatos e dimensões, e associa-se a estruturas metálicas e pisos de
escritórios, indústrias, galpões, teatros, auditórios, residências, hospitais, escolas
e universidades.

ESPUMAS ACÚSTICAS

Há espumas de poliuretano, que recebem aditivos para retardar o alastramento


do fogo e reduzir a produção de fumaça tóxica.

BORRACHAS SINTÉTICAS

As borrachas sintéticas são utilizadas nos pisos para absorver ruídos de impacto.
Fabricadas a partir de pneus reciclados, têm apelo sustentável.

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PAINEL WALL

É composto por duas camadas de placas cimentícias, sem adição de amianto, com
miolo em madeira. Apresenta excelente desempenho acústico, e é normalmente
aplicado nos pisos de mezaninos de lojas e combinado com borrachas sintéticas,
nos flutuantes. Também é usado para isolamentos acústicos de máquinas.

Dessa forma, a compreensão dos conceitos acústicos e dos materiais indicados


para cada necessidade sonora é essencial para o desenvolvimento de espaços com
acústica confortável e direcionada aos objetivos sonoros.

NOVOS DESAFIOS
Compreender as características da acústica propicia o desenvolvimento de pro-
jetos acústicos, que podem ser utilizados na elaboração de estúdios musicais,
escolas de músicas, igrejas e estúdios de gravação, por exemplo.
Reflita sobre sua atuação no mercado de trabalho de projetos acústicos, em
que você deverá selecionar e optar pelos materiais mais adequados na construção
de um estúdio em home. Esse estúdio será produzido em uma sobreloja, em uma
área comercial, próximo a um mercado, escola, igreja e avenida principal na rota.
Seu conhecimento sobre acústica deverá ser a base essencial para produzir um
local sem ruídos externos, de baixo custo e aproveitando ao máximo o espaço
disponível, pensando no conforto e praticidade do estúdio. Como você se posi-
cionaria diante desse projeto? Dessa forma, o conhecimento sobre os materiais
e suas funcionalidades na aplicação acústica auxiliam no domínio de elaboração
de projetos acústicos e objetivos musicais.

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VAMOS PRATICAR

1. Ambientes afetados por campos sonoros acima dos limites de aceitabilidade afetam o
conforto acústico de indivíduos expostos. Assim, assinale a alternativa correta:

a) Fonte: ajustar a emissão do som na sua fonte, por exemplo, em alto-falantes, instru-
mentos, entre outros.
b) Fonte: ajustar o local em que essa emissão sonora vai ser repassada, considerando
a estrutura acústica.
c) Receptor: ajustar o local em que essa emissão sonora vai ser repassada, considerando
a estrutura acústica.
d) Fonte: ajustar o sinal de recepção, ou o local em que o receptor receberá a emissão.
e) Receptor: ajustar a emissão do som na sua fonte, por exemplo, em alto-falantes,
instrumentos, entre outros.

2. O não tratamento acústico pode ter como consequência desde o simples desconforto
até a redução de produtividade ou, até mesmo, o prejuízo à saúde dos receptores.
Diante disso, observe as afirmativas:

I - Ao interpor uma superfície em direção a uma onda sonora, esta se divide em várias partes.
II - Uma quantidade é refletida.
III - Outra é absorvida e outra atravessa a superfície (transmitida).

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

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VAMOS PRATICAR

3. Considerando o aspecto da exclusão dos ruídos, é necessário o uso de equipamentos


acústicos que contribuam para a diminuição desses sons acima do limiar de aceitação
humana. Sobre propriedades acústicas, considere a alternativa correta:

a) Mascaramento: na audição simultânea de dois sons de frequências distintas, pode


ocorrer que o som de maior intensidade supere o de menor, tornando-o inaudível ou
não inteligível.
b) Mascaramento estacionário: ocorre mascaramento do som de maior intensidade sobre
o de menor intensidade.
c) Onda estacionária: na audição simultânea de dois sons de frequências distintas, pode
ocorrer que o som de maior intensidade supere o de menor, tornando-o inaudível ou
não inteligível.
d) Mascaramento: é um fenômeno que ocorre em locais fechados.
e) Mascaramento: consiste na superposição de duas ondas de igual frequência, que se
propagam em sentido oposto.

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REFERÊNCIAS

BISTAFA, S. R. Acústica aplicada ao controle do ruído. São Paulo: Blucher, 2018.


CATAI, R. E.; PENTEADO, A. P.; DALBELLO, P. F. Materiais, técnicas e processos para isola-
mento acústico. In: CBECIMAT – CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS
MATERIAIS, 17., 2006, Foz do Iguaçu. Anais [...]. Foz do Iguaçu: ABC – Associação Brasileira
de Cerâmica: ABM – Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração: ABPol – As-
sociação Brasileira de Polímeros, 2006.
FERNANDES, J. C. Acústica e ruídos. Bauru: Unesp – Universidade Estadual Paulista, 2002.
(Apostila desenvolvida para as disciplinas: Acústica e Ruídos, Ruídos e Ruídos Urbanos).
VIANNA, N. S.; RAMOS, J. O. Acústica arquitetônica e urbana. São Paulo: Ycon Formação
Continuada, 2005. (Apostila do Curso de Extensão em Arquitetura e Urbanismo).

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CONFIRA SUAS RESPOSTAS

1. Opção A. Para estarem corretas, as alternativas deveriam possuir a seguinte redação: b)


na trajetória: ajustar o local em que essa emissão sonora vai ser repassada, considerando
a estrutura acústica; c) receptor: ajustar o sinal de recepção, ou o local em que o receptor
estará recebendo a emissão; d) receptor: ajustar o sinal de recepção, ou o local em que o
receptor receberá a emissão; e) fonte: ajustar a emissão do som na sua fonte, por exemplo,
em alto-falantes, instrumentos, entre outros.

2. Opção E. Todas as afirmativas estão corretas.

3. Opção A. Para estarem corretas, as alternativas deveriam possuir a seguinte redação: b)


onda estacionária: ocorre mascaramento do som de maior intensidade sobre o de menor
intensidade; c) mascaramento: na audição simultânea de dois sons de frequências distin-
tas, pode ocorrer que o som de maior intensidade supere o de menor, tornando-o inaudível
ou não inteligível; d) onda estacionária: é um fenômeno que ocorre em locais fechados;
e) onda estacionária: consiste na superposição de duas ondas de igual frequência que
se propagam em sentido oposto.

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MEU ESPAÇO

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