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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO CATÓLICO DE BENGUELA

TEMA:

ACÚSTICA

Elaborado pelo grupo n*

Anderson Tavares. A. Joaquim

Edonil Manuel Ernesto

Henriques Diogo António

Lidjane Elmana. A. Pereira

Rafael Ngonga C. José

CATUMBELA,2023

1
Anderson. T. A. Joaquim

Edonil Manuel Ernesto

Henriques Diogo António

Lidjane Elmana. A. Pereira

Rafael. Ng. Ch. José

ACÚSTICA

Trabalho investigativo de
Engenharia de construção como
parte para a obtenção de maior
conhecimento da acústica. Instituto
Superior Católico de Benguela

Orientador:

2
Epigafre
``O mais competente não discute, domina a sua ciência e cala-se``
(Voltaire)

3
Índice
CAPITULO I ....................................................................................................... 7
Acústica ............................................................................................................ 7
Áreas de estudo da Acústica .......................................................................... 7
1. Propagação e medição de som ................................................................ 7
2. Acústica Geométrica ................................................................................. 9
3. Campos Sonoros em recintos fechados ................................................. 9
4. Absorção sonora e tempo de reverberação .......................................... 10
5. Isolamento Sonoro .................................................................................. 11
CAPITULO II .................................................................................................... 14
Absorção Sonora ........................................................................................... 14
Tempo de Reverberação ................................................................................ 15
Isolamento sonoro ......................................................................................... 16
CONCLUSÃO .................................................................................................. 18

4
Índice de Figuras
Figura 1 – Fontes de ruído interno e de equipamento ...................................... 10
Figura 2 – Transmissão dos ruídos de condução aérea ....................................11
Figura 3 – Transmissão dos ruídos de percussão ............................................ 12
Figura 4- Caminhos do ruído ............................................................................ 13
Figura 5– Comportamento dos três tipos de materiais e sistemas absorventes
em função da frequência .................................................................................. 14
Figura 6 – Campo directo (azul) e campo reverberado (laranja) em diferentes
pontos de uma sala .......................................................................................... 15

Figura 7 – Propagação do ruído por via directa (TD) e por via marginal
(TM)...................................................................................................................16

5
INTRODUÇÃO

A acústica, é a área que se dedica ao estudo do som, suas propriedades,


comportamentos e aplicações. O som, uma forma de energia mecânica que se
propaga através de meios materiais, é uma experiência universal que
desempenha um papel crucial em diversas áreas da vida humana, desde a
comunicação até a apreciação estética. A compreensão aprofundada da
acústica é vital para a concepção e otimização de espaços acústicos, o design
de instrumentos musicais, a criação de sistemas de comunicação eficientes e
até mesmo para abordar questões relacionadas ao isolamento sonoro.
No primeiro capítulo, mergulharemos nos fundamentos da acústica,
abordando diversos tópicos essenciais para a compreensão do comportamento
do som em diferentes contextos.
A propagação do som é um fenômeno complexo que envolve a
transmissão de ondas sonoras através de diferentes meios.
A acústica geométrica concentra-se na modelagem da propagação do
som em ambientes complexos, como salas de concerto, auditórios e teatros.
Ao entrar nos campos sonoros em recintos fechados, investigaremos
como as características do ambiente afetam a distribuição espacial e a qualidade
acústica do som. Compreenderemos como os reflexos, difrações e interferências
contribuem para a formação do campo sonoro em diferentes contextos
arquitetônicos.
A absorção sonora desempenha um papel vital na manipulação da
qualidade acústica de um espaço.
Finalmente, exploraremos o conceito de isolamento sonoro, investigando
métodos e técnicas para minimizar a transmissão indesejada de som entre
diferentes espaços.
Este capítulo inaugural busca estabelecer uma base sólida para a jornada
à frente, proporcionando uma visão abrangente dos elementos essenciais da
acústica. Ao desvendar os mistérios do som, estaremos preparados para
explorar mais profundamente as aplicações específicas e desafios que a
acústica oferece em diversos campos.

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CAPITULO I
Acústica

A acústica é o ramo da física que estuda o som: sua produção,


transmissão, propagação e recepção. Ela abrange uma ampla gama de
fenômenos, desde ondas sonoras e vibrações até a percepção auditiva. A
acústica não se limita apenas ao estudo científico do som, mas também tem
aplicações práticas em diversos campos, como música, engenharia, medicina,
arquitetura e psicologia.
Ela investiga como o som se move através de diferentes meios, como ar,
água e sólidos, e como interage com objetos e ambientes. Além disso, a acústica
explora como o ser humano percebe, interpreta e responde ao som, incluindo a
sensação de audição, a compreensão da linguagem e a relação emocional com
diferentes sons
A acústica na construção é um campo essencial que se concentra no
controle e na manipulação do som em ambientes construídos. Ela busca criar
espaços que ofereçam conforto acústico, controlando a propagação do som para
garantir ambientes agradáveis e funcionais. Através do uso de materiais
específicos, técnicas de design e planejamento cuidadoso, a acústica na
construção visa minimizar o ruído indesejado, maximizar a qualidade sonora e
garantir a adequada inteligibilidade da fala em diferentes espaços, como salas
de concerto, escritórios, residências, teatros, estúdios de gravação e ambientes
industriais. A compreensão dos princípios acústicos e o emprego de soluções
adequadas são fundamentais para criar ambientes acusticamente confortáveis
e funcionais.

Áreas de estudo da Acústica

• Propagação e medição de som;


• Acústica Geométrica;
• Campos Sonoros em recintos fechados;
• Absorção sonora e tempo de reverberação;
• Isolamento Sonoro.

1. Propagação e medição de som

O som e a sensação auditiva produzida por uma variação da pressão


atmosférica a partir de vibração mecânica, que se propaga em forma de ondas,
através de meio elástico e denso. Portanto, para que haja propagação de som,
é necessário que haja um meio, um canal de transmissão.

7
O mais comum dos meios de propagação é o ar. No vacúo não existe
som. O som também pode se propagar em meios sólidos como a estrutura dos
edificios, a terra, etc., e até mesmo em meios líquidos como a água, por exemplo.
Para que se produza som é preciso que uma superfície qualquer saia do
repouso através de estímulo mecânico e vibre. A superfície vibrante é chamada
de fonte sonora. A vibração é transmitida pelo ar na forma de ondas esfericas,
que produzem uma pequena variacao periodica da pressao atmosferica.
A propagacao, variacao periodica em forma de ondas, tem caracteristicas
determinadas:
• Frequencia F
O numero de ciclos que a onda sonora completa em um segundo chama-se
de cps ou Hertz, abreviatura Hz.
• Velocidade de propagacao c
No Ar, c  340 m/s (metros por segundo)
• Comprimento de onda 
Distancia entre frentes de maxima energia c/F= 
Existem diversas formas de medir o som, e a mais comum é utilizando o
decibel (dB) como unidade de medida da intensidade sonora. Os níveis de
decibéis são baseados em uma escala logarítmica, o que significa que um
aumento de 10 dB representa um aumento de 10 vezes na intensidade sonora
percebida.
Essa medição pode ser feita por medidores de som, que captam a pressão
das ondas sonoras e convertem essa informação em níveis de decibéis. A
medição do som é fundamental em diversas áreas, desde a regulamentação de
ruídos em ambientes urbanos até a avaliação dos níveis de som em locais de
trabalho para garantir a saúde auditiva dos trabalhadores.Velocidade de
propagacao c depende principalmente do meio em que o som se produz. Quanto
mais rigido o material maior a velocidade de propagacao, como se observa na
tabela 1

Tab.1 Velocidade de propagação so som em diversos meios de em m/s


Fonte: Adaptado de Carvalho (1967)

8
2. Acústica Geométrica

A acústica geométrica é um ramo da acústica que se concentra na


compreensão e na descrição do comportamento das ondas sonoras em
ambientes específicos, especialmente em relação à propagação do som em
espaços abertos e fechados.
Diferentemente de outras áreas da acústica que lidam com o
comportamento detalhado das ondas sonoras, como a acústica física, a acústica
geométrica simplifica o estudo das ondas sonoras ao considerar a trajetória dos
raios sonoros em vez de analisar as complexidades das ondas.
Ela se baseia em princípios de ótica geométrica, utilizando conceitos
como reflexão, refração, difração e absorção para prever como o som se
comporta em diferentes ambientes. É particularmente útil para entender como o
som se propaga em salas, auditórios, estádios e outros espaços arquitetônicos,
ajudando a otimizar a acústica desses ambientes para proporcionar uma melhor
experiência auditiva aos ocupantes.
Ao considerar a trajetória dos raios sonoros e como eles interagem com
superfícies, obstáculos e geometria do ambiente, a acústica geométrica oferece
uma maneira simplificada de prever e controlar o comportamento do som em
determinados espaços, embora seu escopo seja limitado em algumas situações
onde as características das ondas sonoras se tornam mais complexas.

3. Campos Sonoros em recintos fechados

Campos sonoros em recintos fechados referem-se à distribuição e


comportamento das ondas sonoras dentro de espaços delimitados, como salas,
auditórios, teatros ou qualquer ambiente fechado. Esses campos sonoros são
influenciados pela interação complexa entre o som e as características físicas do
ambiente, incluindo tamanho, formato, materiais de construção, absorção
sonora, reflexões e difrações.

9
Os recintos fechados podem criar diversos fenômenos acústicos
interessantes. Por exemplo, ressonâncias podem ocorrer em determinadas
frequências devido às dimensões específicas da sala, amplificando ou
atenuando certos tons. Reflexões múltiplas das ondas sonoras podem resultar
em fenômenos como o eco, interferência construtiva ou destrutiva, afetando a
qualidade e a clareza do som em diferentes regiões do recinto.

Figura 1 – Fontes de ruído interno e de equipamento

A compreensão dos campos sonoros em recintos fechados é essencial


para projetar ambientes acusticamente confortáveis e adequados para seus
propósitos. Engenheiros acústicos e designers de interiores frequentemente
utilizam simulações computacionais, modelos matemáticos e técnicas de design
específicas para otimizar a qualidade do som em espaços fechados, buscando
minimizar problemas como a reverberação excessiva, pontos de eco
indesejados e desequilíbrio na distribuição sonora.

4. Absorção sonora e tempo de reverberação

A absorção sonora e o tempo de reverberação são conceitos importantes


na acústica que influenciam diretamente a qualidade do som em um ambiente
fechado.
Absorção Sonora Refere-se à capacidade de um material ou superfície
de converter a energia sonora em outras formas de energia (como calor) em vez
de refleti-la. Materiais porosos, como tecidos, painéis acústicos, tapetes e
10
cortinas, tendem a absorver melhor o som do que superfícies duras, como
paredes de concreto ou vidro. A quantidade de absorção sonora de um material
é medida pela sua classificação de coeficiente de absorção, que varia de 0 (total
reflexão) a 1 (total absorção). Esses materiais são fundamentais para controlar
a reverberação e melhorar a qualidade sonora de um espaço, especialmente em
salas de concerto, estúdios de gravação ou salas de reunião.
Tempo de Reverberação é o tempo que leva para o som de uma fonte
diminuir em 60 dB após a fonte ter sido desligada em um ambiente fechado. Um
tempo de reverberação curto indica uma rápida dissipação do som, enquanto um
tempo mais longo sugere uma reverberação prolongada. Este parâmetro é
crucial para determinar a clareza do som, especialmente em espaços onde a
inteligibilidade da fala é importante.
O controle adequado da absorção sonora por meio de materiais
específicos e a gestão do tempo de reverberação são estratégias-chave para
criar ambientes acusticamente confortáveis e adaptados às necessidades
específicas de cada espaço.

5. Isolamento Sonoro

O isolamento sonoro é a capacidade de um ambiente ou estrutura impedir


a transmissão de som de um espaço para outro. Ele é essencial para reduzir a
transferência de ruídos indesejados entre ambientes, proporcionando conforto
acústico e privacidade.
Existem duas formas principais de isolamento sonoro:
1. Isolamento de ruídos de condução aérea
Os ruídos de condução aérea são ruídos cuja transmissão se deve apenas
à vibração do ar. Não existe qualquer solicitação mecânica sobre a estrutura do
edifício e a propagação do som é feita através do ar e dos elementos construtivos
da envolvente.

Figura 2 – Transmissão dos ruídos de condução aérea

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2. Isolamento de ruídos de percussão
Os ruídos de percussão têm origem na solicitação mecânica directa da
fonte sonora sobre os elementos construtivos. A sua capacidade de propagação
é maior uma vez que os elementos se encontram rigidamente ligados.

Figura 3 – Transmissão dos ruídos de percussão

Uma boa estratégia de isolamento sonoro contribui significativamente


para o conforto e bem-estar das pessoas ao reduzir a interferência de ruídos
externos indesejados, melhorando a qualidade de vida e a eficiência dos
espaços.
Quando uma onda sonora transmitida pelo ar incide sobre uma parede,
parte do som é refletida e parte é transmitida a parede. A energia incidente faz
com que a parede entre em vibracao, fazendo com que uma parte da energia
seja dissipada como calor, e outra parte seja transmitida como som ao outro lado
da parede, propagando-se pelo ar do outro ambiente.
Para evitar a reverberação excessiva, deve-se fazer uso de materiais
absorventes, porosos e elásticos, que impeçam a reflexão sonora; mas, para
evitar a transmissão, e necessário que se faça uso de materiais com elevada
massa, que dissipem a enérgia, sem vibrar com ela. Além de o ruído ser
transmitido pelas paredes e tetos, também é transmitido por pequenas frestas
em esquadrias, divisórias e instalações. A transmissão pelos flancos e difí cil de
equacionar e deve ser considerada.

12
Figura 4- Caminhos do ruído

Não sendo viável o enclausuramento das fontes, como o ruído de trafégo,


por exemplo, o controle do ruído poderá ser desenvolvido no canal de
transmissão, no caso o edifício, fazendo-se uso de técnicas construtivas
apropriadas, antes de a poluíção sonora invadir o ambiente.
O conhecimento da capacidade de isolamento (em dB) dos materiais de
construção permite que se desenvolvam projetos de adequação acústica
específicos para cada situação e local.

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CAPITULO II
A determinação da acústica de uma área fechada envolve a análise das
propriedades do som dentro desse espaço. Existem várias técnicas e
considerações importantes para avaliar e melhorar a acústica de um ambiente
fechado. Aqui estão alguns passos e considerações gerais:

Absorção Sonora

Uma das formas de actuação no âmbito da Acústica de Edifícios é fazer


a correcção acústica dos espaços, ou seja, tratar um dado compartimento para
o som aí emitido. Este modo de procedimento tira partido de uma propriedade
dos materiais designada por absorção sonora.
A absorção sonora é a capacidade que um determinado material possui
de transformar a energia sonora que em si incide noutra energia. Esta
propriedade depende da densidade e espessura do material assim como da
frequência e do ângulo de incidência do som.
O parâmetro que permite quantificar esta propriedade é o coeficiente de
absorção sonora (α). Este traduz a relação entre a energia absorvida e a energia
incidente e o seu valor varia entre 0 e 1.

Existem dois métodos de determinação deste coeficiente: método do tubo


de ondas estacionárias e o método da câmara reverberante. O segundo método
é mais eficaz uma vez que permite vários ângulos de incidência ao contrário do
tubo de ondas estacionárias. No entanto, pode conduzir a valores superiores a
1 devido à difracção do som nos bordos do material.
Um material é considerado “absorvente” quando α é superior a 0,5,
havendo três categorias de materiais e sistemas absorventes: porosos e fibrosos
(mais eficazes nas altas frequências), ressoadores (que actuam
predominantemente nas médias frequências) e as membranas (que estão
associadas às baixas frequências).

Figura 5– Comportamento dos três tipos de materiais e sistemas absorventes em função da


frequência

14
Uma vez que os níveis de pressão sonora em qualquer ponto de uma sala são
resultado do campo directo e do campo reverberado (figura 2.5), é necessário estudar
devidamente a localização deste tipo de materiais para não tornar o som demasiado
“seco” e proporcionar o adequado prolongamento das ondas sonoras. O campo
reverberado tem origem nas ondas reflectidas e como tal o excesso ou a má localização
de materiais absorventes pode ser prejudicial para a qualidade acústica da sala,
principalmente nos locais mais afastados da fonte sonora. No entanto, existem reflexões
maléficas como os ecos que devem ser evitadas. Estas reflexões atingem o receptor
com uma diferença temporal superior a 50 ms em relação ao som original e dificultam a
compreensão da mensagem.

Figura 6 – Campo directo (azul) e campo reverberado (laranja) em diferentes pontos de uma sala

Em termos práticos, um dos parâmetros utilizados para caracterizar a absorção


sonora de um material é o NRC (Noise Reduction Coefficient). Consiste na média
aritmética dos valores de α nas bandas de oitava dos 250 aos 2000 Hz arredondada
para o múltiplo mais próximo de 0,05.

Tempo de Reverberação

Tal como foi anteriormente referido, as ondas sonoras podem ter origem
directa ou reflectida sendo que, dependendo da geometria da sala e dos seus
materiais constituintes, o som demora mais ou menos tempo a anular-se.
O tempo de reverberação é o tempo que um som demora a extinguir-se
após a fonte sonora parar de emitir. Também pode ser definido como o tempo
que o nível de pressão sonora demora a decair 60 dB. Na prática determina-se
o tempo que o som demora a decair 30 dB e posteriormente obtém-se o tempo
de reverberação por extrapolação.

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Uma das fórmulas mais conhecidas para calcular este parâmetro é a
fórmula de Sabine, cujo nome advém do seu autor Wallace Clement Sabine.

em que,
TR – tempo de reverberação (s);
3
V – volume do compartimento (m );
2
A – absorção sonora equivalente (m ) ;

α – coeficiente de absorção sonora do material;


2
S – superfície real do material (m ).

Isolamento sonoro

A acústica de Edifícios também tem como domínio de análise o isolamento


sonoro dos locais, ou seja, tratar da envolvente de um local para os sons daí
propagados ou para aí emitidos. Este conceito é amplamente utilizado, por vezes
erradamente quando se fala em problemas acústicos, uma vez que o incómodo
do ruído exterior afecta mais as pessoas, principalmente se o local em causa
estiver perto de vias de comunicação ou ruas muito movimentadas. No entanto,
quando se fala em isolamento sonoro não se refere apenas a ruído exterior mas
também a ruído produzido num compartimento contíguo que se pode propagar
através de portas, janelas ou paredes para outra sala.
Existem dois casos de isolamento sonoro: a ruídos de condução aérea e
a ruídos de percussão. Estes dois ruídos podem ser transmitidos por via directa
e/ou por via marginal.

Figura 7 – Propagação do ruído por via directa (TD) e por via marginal (TM)

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Qualquer ponto singular da envolvente que não seja devidamente
concebido e tratado é uma fragilidade que diminui o isolamento sonoro, como é
o caso das caixas eléctricas, caixas de estore e o remate das portas.
O isolamento sonoro a ruídos de condução aérea pode ser quantificado
como sendo a diferença entre o nível de pressão sonora no emissor e o nível de
pressão sonora no receptor, designando-se por isolamento sonoro bruto (D).
Todavia, para efeitos regulamentares, calcula-se o isolamento sonoro
padronizado (DnT) que se obtém corrigindo D para o tempo de reverberação do
compartimento receptor, usando um tempo de referência T0.

em que,
DnT – isolamento sonoro a ruídos de condução aérea padronizado (dB);
L1 – nível médio de pressão sonora no local emissor (dB);
L2 – nível médio de pressão sonora no local receptor (dB);
T – tempo de reverberação do local receptor (s);
T0 – tempo de reverberação de referência, 0,5 s.

A medição do isolamento sonoro a ruídos de percussão é feita recorrendo


a uma máquina de impactos normalizada e avalia-se o ruído no piso inferior. Tal
como nos ruídos de condução aérea, também se calcula o isolamento sonoro
padronizado (L’nT) e, por ajuste a uma curva de referência para ruídos de
percussão definida na norma NP EN ISO 717-2, o índice de isolamento sonoro
a ruídos de percussão (L’nT,w).

em que:
L’nT – isolamento sonoro a ruídos de percussão padronizado (dB);
Li – nível médio de pressão sonora no local receptor (dB);
T – tempo de reverberação do local receptor (s);
T0 – tempo de reverberação de referência, 0,5 s.

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CONCLUSÃO

Ao explorar os fundamentos da acústica, mergulhamos em um mundo de


fenômenos sonoros complexos e fascinantes, revelando a natureza dinâmica e
diversificada do som em diferentes contextos. A propagação e medição do som
nos permitiram compreender a maneira como as ondas sonoras se movem e
como podemos quantificar sua intensidade, essencial para garantir ambientes
acusticamente confortáveis.
A acústica geométrica nos apresentou uma abordagem simplificada, mas
poderosa, ao analisar a propagação do som em ambientes fechados, explorando
como os raios sonoros interagem com o espaço e suas características físicas.
A compreensão dos campos sonoros em recintos fechados nos mostrou
a importância de projetar espaços que não apenas acomodem, mas também
otimizem a qualidade sonora, considerando aspectos como reflexões,
ressonâncias e interferências para garantir uma experiência auditiva
excepcional.
A absorção sonora e o tempo de reverberação emergiram como
ferramentas fundamentais para controlar a qualidade acústica dos ambientes,
permitindo-nos modular a clareza do som, minimizando a reverberação
excessiva e promovendo espaços onde a voz humana e a música possam ser
apreciadas com máxima fidelidade.
Por fim, o isolamento sonoro se mostrou crucial na criação de ambientes
tranquilos e privados, protegendo-nos dos ruídos indesejados externos e
internos, garantindo conforto acústico e privacidade em nossos espaços
pessoais e profissionais.
Unindo esses conhecimentos, torna-se evidente que a acústica
desempenha um papel vital na nossa interação com o ambiente sonoro ao nosso
redor. Seja na busca por salas de concerto imersivas, ambientes de trabalho
produtivos ou espaços residenciais tranquilos, a compreensão dos princípios
acústicos nos capacita a criar ambientes que promovem o bem-estar e a
excelência sonora.

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