Relatório7 Energia

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Física Experimental 1 – Mecânica Universidade de São Paulo

Profa. Dra. Patrícia Nicolucci

André Avanzine
Número USP: 11811951
Relatório Nº7

Título
Energia e trabalho em sistemas conservativos e não-conservativos

2020
Resumo:

A conservação de energia é a lei mais importante de toda a ciência física. Dentro de seus

vislumbres, é importante observar diferentes sistemas em nosso cotidiano para caracterizá-los como

conservativos ou não-conservativos. Portanto, o experimento contemplou verificar matematicamente

equações que provam a conservação de energia em importantes teoremas conhecidos, com resultados

obtidos de maneira satisfatória e com respectivo cuidado em seus cálculos.

Introdução:

Quando se realiza uma ação, por mais simples que seja, uma força está envolvida em seu

movimento, desse modo, há um gasto de energia ou trabalho, podendo ser conservativo ou não, que é

proporcional ao deslocamento. O objetivo desse experimento é analisar em diferentes situações como

se comporta a conservação de energia.

Para mostrar como a energia conservativa funciona, toma-se como exemplo um sistema massa-

mola: pendurada uma certa massa em uma mola de constante elástica k, percebe-se que ao mudar a

elongação da mesma, provoca-se um movimento harmônico que oscila de maneira conservativa, pois

a energia que foi transferida ao puxar a mesma, é transferida como força elástica para restituir sua

posição inicial, e vice-versa, mantendo o movimento.

Já para sistemas não conservativos, é fácil ver ao soltar um objeto no chão, como essa energia

é dissipada. Toma-se como exemplo uma bola de “ping-pong”: Ao soltá-la de uma certa altura h, há

energia gravitacional acumulada, porém, quanto mais se desloca, mais dessa energia é transformada

em cinética pelo aumento de velocidade, desse modo, quando toca o chão, o atrito com o mesmo, o

som de toque, e outros fatores como o calor dissipam a energia antes acumulada e, portanto, fazem

com que a bola volte a subir em uma altura h’ menor que a anterior h, provando que a energia não se

conserva.

O trabalho de um corpo W, pode ser calculado de várias formas, pela variação da energia

cinética do mesmo, pela integral das forças, ou pelo deslocamento aplicado, todas as formas abaixo:
onde F é o módulo da força aplicada, (x2 – x1) é a variação da distância, m é a massa do corpo, (V f –

Vo) é a variação da velocidade e F(x) a função da força aplicada em uma integral que vai de x 1 até x2.

Materiais e métodos:

O início do procedimento experimental baseou-se em analisar um sistema massa-mola para

comprovar sua conservação de energia. O sistema massa-mola foi encontrado no simulador

https://phet.colorado.edu/sims/html/masses-and-springs/latest/masses-and-springs_en.html, em que

duas molas, uma com constante elástica na marcação três (3) e outra na marcação oito (8) foram

penduradas massas de 50, 100 e 250 gramas. Desse modo, anotou-se em duas tabelas quanto a força

peso das massas deslocavam cada uma das molas de sua posição inicial yo até a posição ye, como

esquematizado abaixo:

Depois, calculou-se graficamente as constantes elásticas K para cada uma das molas utilizadas,

a partir da função abaixo relacionada com a tangente da reta do gráfico expresso, onde p é o módulo

da força peso, Fel é o módulo da força elástica, m é a massa pendurada, g é a aceleração da gravidade

e y a variação de deslocamento vertical das molas:


Considerando o erro presente entre o cálculo de todas as constantes elásticas, utilizou-se as

fórmulas abaixo de desvio padrão σ e média 𝐾


̅ entre todas as constantes, n é o número de medidas:

Por fim, utilizando a massa de 50 gramas e uma régua de um metro, anotou-se em outra tabela

a posição y2 mais baixa que a mola atingiu comprimindo-a até a posição máxima y1, como o esquema:

Feito isso, verificou-se a validade do teorema trabalho-energia cinética abaixo:

A segunda parte do procedimento experimental baseou-se em analisar um sistema não-

conservativo de energia, utilizando os simuladores presentes nos links https://bit.ly/35I4EL3 (primeiro

simulador), e https://ophysics.com/f3.html (segundo simulador).

No primeiro simulador, posicionou-se um objeto de madeira na posição de 8 metros da rampa,

e foi-se aumentando suavemente o ângulo de inclinação da rampa, a fim de encontrar o ângulo crítico

que faria o objeto deslizar pela rampa. Com esse ângulo crítico calculou-se o coeficiente de atrito

estático e, através da relação:


Então, buscou-se calcular o coeficiente de atrito cinético c do objeto misterioso, aumentando

o ângulo para um maior que o anterior, fazendo com que o objeto deslize oito metros em um

determinado tempo, anotado cinco vezes, e obtendo c pela relação, onde x é o deslocamento, t o tempo

do movimento e g a aceleração da gravidade:

Por último, no segundo simulador, utilizando os coeficientes antes encontrados, e uma massa

convenientemente maior para o objeto pendurado, anotou-se em uma tabela o tempo de queda desse

objeto e seu deslocamento vertical, para verificar matematicamente a igualdade do teorema trabalho-

energia cinética abaixo:

Onde M é a maior massa do sistema, m é a menor massa do sistema,  será igual a 20 graus de

inclinação, d é o deslocamento e t o tempo de deslocamento, medido com um cronômetro de celular.

Resultados e discussões:

Para a primeira parte do experimento, referente ao sistema conservativo, os dados obtidos para

as duas molas foram expressos nas tabelas a seguir:


Foi então expresso dois gráficos, um para cada mola, relacionando a força peso presente e seu

deslocamento vertical, onde a partir de todas as constantes elásticas anteriores, obteve-se K1 e K2 pela

média das constantes, junto de seu desvio padrão:

Mola 1: Força x Deslocamento Mola 2: Força x Deslocamento


3 3
2.5 2.5
2 2
mg = [N]

mg = [N]
1.5 1.5
1 1
0.5 0.5
0 0
0 0.2 0.4 0.6 0 0.1 0.2 0.3
y = [m] y = [m]

Depois, comprimindo cada mola na sua posição máxima e anotando seu deslocamento vertical

máximo, enquanto oscilavam, os resultados foram expressos na tabela abaixo:

Feito isso, através do teorema trabalho-energia cinética verificou-se a igualdade:

Para mola (1):

Para mola (2):

Para a segunda parte do experimento, verificou-se que o ângulo crítico do objeto utilizado foi

de = 26,6º, então calculou-se seu coeficiente de atrito estático:


Depois, utilizando um ângulo = 45º, ligeiramente maior que o anterior, anotou-se o tempo de

deslocamento cinco vezes e presente na seguinte tabela:

Desse modo, utilizando o tempo médio 𝑡̅, obteve-se o coeficiente de atrito cinético:

Agora, no segundo simulador com o plano inclinado em 20º, obteve-se os seguintes dados a

partir de 2 massas, repetidas duas vezes e mudando a massa do objeto superior:

Com todos os dados reunidos, novamente se verificou matematicamente a igualdade entre os

dois lados do teorema trabalho-energia cinética abaixo:


Conclusão:

Em relação ao sistema conservativo da oscilação de uma massa-mola, concluiu-se que

considerando os erros presentes nas medidas experimentais tomadas, a igualdade do teorema trabalho-

energia cinética resultou em um valor substancialmente próximo de zero, portanto garante que a

validade do teorema aconteça.

Analogamente à primeira situação, para o sistema não-conservativo do plano inclinado, fica

claro que o teorema também é verdadeiro, ao observar que ambos os valores obtidos dos dois lados da

equação, para cada situação, foram muito próximos um do outro. Isso também se deve por conta dos

erros presentes em cada medida, onde foram tomados com o devido cuidado para a qualidade dos

resultados finais.

Referências:

(1) – Esquematização de um sistema massa-mola: https://bit.ly/37SWd1W

(2) – Fórmulas, gráficos e cálculos: Algumas fórmulas foram retiradas do ambiente de estudos e-

disciplinas, outras desenvolvidas por mim no Paint, enquanto os gráficos e respectivos cálculos foram

desenvolvidos no Excel.

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