Lab de BM - Legislação
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2. O QUE É O NAT?
Um sangue seguro é aspiração de médicos e doentes. Durante os anos 80 e 90 se
conseguiu uma segurança , então considerada máxima, para os vírus HBV (Hepatite
B), HCV (Hepatite C) e HIV (Imunodeficiência Humana Adquirida), eliminando os
doadores de sangue com anticorpos contra qualquer desses vírus. No entanto, o
período de soroconversão de 22 dias para o HIV e de 50 a 60 dias para o HCV, em que
há viremia sem anticorpos, conhecida como “fase da janela imunológica”, constituiu
um obstáculo importante para se poder considerar uma transfusão como isenta de
riscos, embora as probabilidades de transmissão nesse período sejam raras (PINHO et
all, 2000).
Nos últimos anos, tornou-se cada vez mais usual as técnicas de biologia molecular com
amplificação do material genético. Na década de 90, estas técnicas começaram a ser
utilizadas na rotina para diagnóstico e acompanhamento de doentes com Hepatite por
vírus B e C e, posteriormente, para HIV. Iniciou-se a prática de várias técnicas de
amplificação dos ácidos nucléicos (NAT): reação em cadeia da polimeraze (PCR),
amplificação baseada na seqüência de ácidos nucléicos (NASBA), DNA ramificado
(bDNA).
As NAT foram desenvolvidas, na área de rastreio das doações de sangue, para detecção
da infecção no período que precede o desenvolvimento de anticorpos, durante a fase
inicial da mesma. Devido ao elevado número de amostras que têm de ser processadas
num curto período de tempo, estas provas deverão ser realizadas em “pool”. É o limiar
de sensibilidade das provas e o tamanho do “pool” 5 das amostras que irá influenciar a
eficácia destas técnicas.
Para a utilização de tais práticas, é necessário admitir e formar pessoal qualificado,
criar espaços e estruturas adequados, ter os equipamentos necessários e criar rotinas.
Essas rotinas deverão contemplar: 1) a coleta do material e sua conservação; 2)
transporte das amostras; 3) extração do DNA; 4) preparação da amostra; 5)
amplificação do DNA/RNA; e, 5) armazenamento do plasma.
“Pools” são mistura de amostras, isto é, o laboratório reúne o plasma de uma certa quantidade de
doadores, cujo número depende do equipamento, em um único tubo e realiza os testes NAT para HIV e
HCV. Se o resultado for positivo, prepara-se uma nova mistura dos plasmas iniciais, dessa vez com uma
quantidade bem menor de doadores em cada tubo, e realiza novamente o teste. O tubo que apresentar
resultado positivo deve ser novamente dividido, agora em amostras individuais, e um novo teste será
realizado.
3. O LABORATÓRIO
3.1. Normas Específicas
Segundo a Portaria nº1.312/MS, de 30 de novembro de 2000, o laboratório de biologia
molecular, para fins de cadastramento no SUS, está classificado em Tipo II, “com
capacidade instalada e técnica apta a realizar procedimentos de histocompatibilidade
por meio de sorologia e biologia molecular de baixa e alta resolução”.
A mesma portaria, no item2.3, exige que as áreas físicas dos laboratórios se enquadrem
nos critérios e normas estabelecidos pela legislação em vigor . 6
3.2. Procedimentos a serem realizados
O procedimentos a seguir listados foram fornecidos pelo Hemoba, que se baseou nas
informações e referencias bibliográficas obtidas após pesquisa e consulta junto a
algumas empresas, além da RDC nº50/2002:
! receber amostras de doadores da Fundação Hemoba e outros Serviços Hemoterápicos
conveniados;
! fazer análise e procedimentos laboratoriais na amostras com finalidade de diagnóstico
e pesquisa;
! fazer o preparo de reagentes/soluções;
! emitir laudo das análises realizadas, em meio eletrônico;
! Acondicionamento e pré-tratamento de resíduos gerados;
! Preparação da Plasmateca.
7 PCR (Polymerase Chain Reaction) A Reação em Cadeia da Polimerase é uma técnica que amplifica o
número de moléculas de DNA em uma amostra, possibilitando a detecção, com alta especificidade, de
concentrações extremamente baixas de um determinado organismo.
Plasmateca 6,00m²
Sala de estoque de reagentes e materiais descartáveis 6,00m²
Sala de amplificação com antecâmara 20,00m²
Laboratório de Contingências com antecâmara 20,00m²
Total 123,00m²
3.7. Fluxograma
PRÉ-AMPLIFICAÇÃO
LABORATÓRIO DE
LABORATÓRIO DE
LABORATÓRIO DE
SEPARAÇÃO DE
DE AMOSTRAS
CONTIGÊNCIAS
AMPLIFICAÇÃO
AMOSTRAS
RECEPÇÃO
CAMARA
CAMARA
CAMARA
ANTE-
ANTE-
ANTE-
LAUDOS
FUNCIONÁRIO
AMOSTRA
3.8. Equipamentos
Para cada área existem os equipamentos específicos, que serão relacionados nas
tabelas abaixo. A quantidade de equipamentos será determinada em função do
número de amostras a serem analisadas pelo laboratório.
3.8.1. Área de separação de amostras:
DIMENSÕES (cm)
EQUIPAMENTO
Alt. Larg. Prof.
Agitador Eletrônico Vortex 15 15 25
Banho-maria 36 60 42
Micro-Computador 60 50 70
Frezer (–18ºC) 164 66 68
Luminômetro 29 60 50
Impressora 40 50 40
Cobas Amplicor 80 100 70
Geladeira Doméstica 164 66 68
4. CONSIDERAçõES FINAIS
Para a projetação de um laboratório de biologia molecular, o arquiteto deverá levar em
conta o número de amostras a serem analisadas e o tipo de técnica a ser utilizada.
Consequentemente, poderá obter a relação de equipamentos e número de funcionários,
elaborar pré-dimensionamentos, fluxogramas e, finalmente, o leiaute do laboratório.
Com uma metodologia de projeto correta, a possibilidade de erro na idealização dos
espaços torna-se remota, o que no caso de uma laboratório de biologia molecular,
resultará em fluxos que serão orientadores dos procedimentos.
5. BIBLIOGRAFIA
BRANDÃO, A.; FUCHS, S.; SILVA, M.; EMER, L. Diagnóstico da hepatite C na
prática médica: revisão da literatura. Disponível em:
http://www.paho.org/portuguese/DBI/es/06-Brandao.pdf. Acesso em jul. 2002.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Departamento de Normas Técnicas. Resolução RDC nº50, de 21 de fevereiro de
2002. Dispõe sobre o regulamento Técnico para planejamento, programação,
elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de
saúde. Brasília, 2002. Disponível em
http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2002/50_02rdc.pdf. Acesso em: mar.2002.
_______. Ministério da Saúde. Portaria nº1.313, de 30 de novembro de 2000.
Determina os laboratórios que poderão ser cadastrados para realização dos exames
de Histocompatibilidade relacionados na Portaria GM/MS nº1.314, de 30 de
novembro de 2000. Disponível em: http://www.saude.gov.br. Acesso em: abr. 2002.
_______. Ministério da Saúde. Portaria nº262, de 5 de fevereiro de 2002. Torna
obrigatório, no âmbito da Hemorrede Nacional a inclusão nos Serviços de
Hemoterapia públicos, filantrópicos e/ou privados contratados pelo SUS, e
privados, os testes de amplificação e detecção de ácidos nucléicos - NAT, para HIV
e HCV, em todas as amostras de sangue de doadores. Disponível em:
http://www.abto.com.br/legislacao/por262.htm . A c e s s o e m : m a r. 2 0 0 2 .
_______. Ministério da Saúde. Portaria nº1.312, de 30 de novembro de 2000. Normas de
Cadastramento dos Laboratórios de Histocompatibilidade, no âmbito do Sistema Único de
Saúde SUS. Disponível em: http://www.saude.gov.br. Acesso em: abr. 2002.
CAMACHO, R.; ARAÚJO, F.; SARGENTO, C.; QUEIRÓS, L.; PEREIRA, J.
Utilização de técnicas de ácidos nucleicos no rastreio das colheitas de sangue.
Disponível em: http://www.ipsangue.org/ABOn2.pdf. Acesso em jul.2002.
CBS. Nucleic Acid Amplification Testing for HIV. Disponível em:
http://www.bloodservices.ca/CentreApps/Internet/UW_V502_MainEngine.nsf/reso
urces/PDF/$file/scientific_document.pdf. Acesso em jul.2002.