Projeto de Intervenção
Projeto de Intervenção
Projeto de Intervenção
PSICOLOGIA
ESTÁGIO BÁSICO EM PROCESSOS EDUCATIVOS
PROJETO DE INTERVENÇÃO
Salvador
2022
1
Alanna Laine W. De Oliveira
Fernanda Mota Ribas
Lais Victoria Gomes de Almeida
Lorena Porciúncula Burgos
Michele Sousa dos Santos
Yasmin Checcucci Ribeiro Rangel
PROJETO DE INTERVENÇÃO
Salvador
2022
2
SUMÁRIO
1.Introdução ....................................................................................................... 4
2.Justificativa ...................................................................................................... 4
4.Objetivos ......................................................................................................... 9
4.1.Objetivos gerais.......................................................................................... 9
5.1.Metas ......................................................................................................... 9
5.2.Atividades ................................................................................................. 10
6.Recursos ...................................................................................................... 12
7.Cronograma .................................................................................................. 13
9.Referências ................................................................................................... 13
3
1. Introdução
2. Justificativa
4
prejudicial sobre a personalidade do encarcerado, pois leva à perda progressiva da
autoimagem, identidade e autoestima.
Para evitar a desumanização dos internos, o espaço prisional deve
proporcionar condições com o menor prejuízo possível à vida futura deles, é preciso
tornar as condições de vida no presídio menos precárias. Nesse sentido, quanto
melhores as condições de vida na prisão, melhor para o futuro do sujeito em privação
de liberdade. As pessoas encarceradas devem ter a oportunidade de se
redescobrirem como cidadãos com uma visão construtiva de seus deveres, direitos e
qualidades (BORBA, D. M; CORREIA, I. C. M., [s.d]).
Assim, é importante que se tenha uma prática profissional que respeite o
encarcerado como indíviduo, permitindo-lhe participar do processo de reintegração
como sujeito e não como objeto. Promovendo estratégias de intervenção onde eles
não devem ser tratados conforme os seus crimes, e sim, por quem são de fato
(BORBA, D. M; CORREIA, I. C. M., [s.d]).
Sabe - se que a autoestima é um conjunto de atitudes, visões avaliativas de si
mesmo, que podem ser positivas ou negativas e que a autoimagem é um termo
utilizado para a forma como um indivíduo se vê, seja relacionado à sua aparência ou
status social, podendo até ser uma combinação desses dois fatores. De acordo com
Coopersmith (1967) citado por Gobitta e Guzzo (2002 apud LAZANHA, T. R et al,
[s.d]), as pessoas que solicitam ajuda psicológica expressam com frequência
sentimentos de inadequação, pouco valor e ansiedade associada à baixa autoestima
(LAZANHA, T. R et al, [s.d]).
A baixa autoestima e autoimagem negativa podem ter um impacto na saúde
mental humana e podendo levar a um diagnóstico de doenças mentais.
Seguindo as palavras de Mosquera e Stobäus (2006 apud LAZANHA, T. R et
al, [s.d]) “não é uma regra, mas possuir autoimagem e autoestima mais
positivas nos deixa bastante mais livres de tensões, frustrações e
intranquilidades, portanto seríamos capazes de ir mais além.” (Mosquera e
Stobäus, 2006 apud LAZANHA, T. R. et al, [s.d]).
6
mesma forma, controlar a respiração pode trazer uma sensação de calma ao corpo e
consequentemente ao aspecto emocional do indivíduo.
A ansiedade pode tornar a respiração mais superficial, com uma maior
frequência e menor profundidade. Assim, trabalhar o padrão de respiração pode ser
uma ferramenta bastante útil e eficaz tanto para o aspecto fisiológico como o
emocional. Nos momentos em que a ansiedade se manifesta, controlar a inspiração
auxilia o corpo a voltar ao equilíbrio e ao focar no exercício da respiração o indivíduo
vive o momento presente. Desse modo, pode-se ver a importância de trabalhar o
padrão da respiração, como uma ferramenta para o controle do bem-estar,
principalmente em ambientes onde há inúmeros fatores que causam uma maior
predisposição a sintomas e transtornos de natureza ansiosa.
Levando em consideração esses efeitos adversos do sistema de privação de
liberdade sobre o sujeito que está sob pena, faz-se necessário trazer como pauta e
intervenção a tratativa desses temas (autoestima, autoimagem/autopercepção e
ansiedade), como forma de esclarecer para os mesmos a importância do autocuidado
para uma autoestima e autoimagem mais positivas e promoção de uma redução da
ansiedade.
Além disso, promover um diálogo e escuta sobre a autopercepção dos mesmos
e pedir que eles tragam como forma de desenho essa autoimagem, promovendo uma
troca de como eles se enxergam a partir desse autorretrato. Como ferramenta para
redução da ansiedade, será ensinado a eles exercícios de respiração para que eles
possam realizá-los no dia a dia e com o intuito de reduzir a ansiedade, no momento
da intervenção, será também utilizado a mandala. Dessa forma, pretende-se promover
um trabalho que enxergue os internos como sujeitos e não como infratores,
impulsionando uma autopercepção positiva e uma redução da ansiedade e tensões
vividas naquele ambiente e que podem ser levadas para além dele.
7
Para a compreensão do funcionamento de tal instituição recorremos ao Art.
96 do código penal que afirma que as medidas de segurança são: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em
outro estabelecimento adequado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - Sujeição a tratamento ambulatorial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança
nem subsiste a que tenha sido imposta. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984).
A partir do que foi observado nos dias antecedentes às intervenções e a base
de dados informados pela instituição é possível identificar a preponderância dos
transtornos psicóticos e neuróticos, sendo a esquizofrenia de maior aparição. Para
melhor compreensão dos transtornos informados, tivemos como base científica o
DSM-5, tal referencial nos direciona como principais sintomas os delírios, alucinações,
fala desorganizada e comportamento desorganizado ou catatônico.
Para a elaboração e desenvolvimento das estratégias e intervenções de
psicoeducação buscamos artigos como: “O uso da psicoeducação no tratamento do
transtorno de bipolaridade”.
Partindo de tal citação, foi de extrema necessidade para a compreensão da
importância de tal atividade e como a psicoeducação permite que o paciente seja
capaz de compreender as diferenças entre as suas características pessoais e as
características dos transtornos psicológicos.
Como forma do melhor cumprimento do cenário já relatado, o projeto de
intervenção teve como base o cumprimento da LEI FEDERAL 10.216, DE 06/04/2001.
Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos
mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Parágrafo único. São
direitos da pessoa portadora de transtorno mental:
I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas
necessidades;
II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de
beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no
trabalho e na comunidade;
8
III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;
IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas;
V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a
necessidade ou não de sua hospitalização involuntária;
VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;
VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de
seu tratamento;
VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos
possíveis;
IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.
4. Objetivos
5. Estratégia de operacionalização
5.1. Metas
9
autoestima positiva de cada paciente envolvido no trabalho. A temporalidade para
alcançarmos a meta é de 4 semanas.
Objetivo 2: Redução da ansiedade
Meta 2: Devido ao estresse de estar privado de liberdade, os internos
desenvolvem sintomas relacionados à ansiedade. Por conta disso, teremos como
meta estabelecer um vínculo de confiança com eles, para que assim aprendam a
controlar tais sinais de ansiedade por meio da respiração. A partir disso, teremos como
meta a realização de 1 oficina por semana, durante todo o período de estágio, voltadas
para estratégias de enfrentamento e de percepção dos sintomas pelos internos.
Objetivo 3: Identificação de demandas
Meta 3: Buscaremos, por meio da escuta ativa e da participação nas atividades
propostas, entender as demandas dos internos em relação aos objetivos citados
anteriormente, para que a partir dessa compreensão possamos compreender as
questões mais pertinentes que afligem os internos. A temporalidade para alcançarmos
a meta é de 4 semanas, durante as oficinas realizadas.
5.2. Atividades
10
de “Respiração labial”, pedimos para que eles relaxassem os ombros, pescoço e
tronco. Após isso orientamos os internos à:
1. Inspirassem pelo nariz por dois segundos;
2. Fechassem os lábios como se fossem assobiar.
3. Expirassem lentamente por quatro segundos
Orientamos a eles ao final desse exercício, que praticasse, de quatro a cinco
vezes por dia esse exercício para que o indivíduo comece a mudar de fato a sua forma
de respirar, ou seja, para que haja uma mudança efetiva no seu padrão de respiração.
O segundo exercício é chamado de “Respirar em uma palavra”. Pedimos aos
participantes da atividade que se sentassem na cadeira, onde estavam, de forma
confortável e fechassem seus olhos. E então os orientamos à:
1. Inspirar, pensando em "inspirar paz e calma".
2. Expirar, pensando em “expirar tensão e ansiedade”
3. Durante o processo, imaginar o estresse deixando o corpo e a paz
chegando.
Ao final dessa atividade, assim como a primeira, dêmos ênfase à necessidade
de ser realizada com frequência para ser eficaz. Orientamos dessa forma, que a sua
duração inicialmente é de 10 minutos e que deve ser estendida de forma gradual até
atingir o total de 20 minutos.
Logo após o exercício então abordamos como esse exercício pode ajudar a
melhorar a respiração, acalmando e aliviando os sintomas relacionados ao estresse e
ansiedade. Os internos demonstraram gostar bastante da atividade, ficaram
concentrados ao realizarmos o exercício e fizeram contribuições falando também
sobre como isso poderia ajudá-los no seu dia a dia no hospital nos momentos de maior
estresse.
Segundo momento: No segundo momento, entregamos uma folha de ofício
para cada interno e solicitamos a eles que desenhassem como eles se vêem, ou seja
pedimos que desenhassem seus autorretratos. Após desenharem pedimos para cada
um deles falar sobre o desenho e como eles se viam. Eles então se descreveram,
fisicamente e no que diz respeito à personalidade. Após esse exercício, fizemos uma
breve explicação sobre o modo de como as pessoas se vêem está diretamente
relacionado a sua autoestima. Relacionamos a questão da autoestima a autoimagem,
autocuidado e como isso pode impactar no modo de viver de cada pessoa, suas
11
escolhas, seu comportamento e consequentemente no seu bem-estar. E como no
exercício anterior, os internos também contribuíram para a explicação, relatando a
visão deles sobre o que é autoestima e a relação que tinham com ela em suas vidas.
Terceiro momento: No terceiro momento trabalhamos como eles através das
mandalas. Explicamos o que são mandalas e como elas podem ajudar no processo
de concentração ajudando a aliviar a ansiedade, além dos seus outros benefícios,
sendo uma boa ferramenta terapêutica. Entregamos para cada um deles uma folha
de papel impresso onde havia um desenho de mandala com espaços para colorir.
Todos demonstraram gostar muito da atividade, ficaram muito concentrados durante
a execução da atividade, usaram várias cores para pintar as mandalas e trabalharam
bem juntos trocando os gizes de cera que tinham cores diferentes. Alguns deles ainda
pediram outras mandalas para colorir. E enquanto a atividade era realizada,
perguntamos quais músicas eles gostavam e colocamos para eles escutarem
enquanto eles coloriam as mandalas.
Quarto momento: Lanche e Feedback. Conforme eles iam terminando de colorir
as mandalas, entregamos o lanche para eles e após essa breve pausa finalizamos
com o feedback. Concluímos a oficina então explicando o que queríamos trazer para
eles e pedimos a eles que relatassem o que acharam da experiência. Os internos
participantes da oficina mostraram-se bastante satisfeitos e felizes com a oficina,
relatando que haviam gostado das atividades e que iriam gostar muito se voltássemos
lá mais vezes.
6. Recursos
12
6.2. Recursos humanos
7.Cronograma
• Apresentação. • Apresentação.
• Primeiro momento: Oficina • Primeiro momento: Oficina
de respiração. de respiração.
• Segundo momento: Oficina • Segundo momento:
de autoestima e percepção. Oficina de autoestima e percepção.
• Terceiro momento: Pintura • Terceiro momento: Pintura
da mandala da mandala
• Quarto momento: Reflexão • Quarto momento: Reflexão
sobre o tema. sobre o tema.
• Encerramento com lanche. • Encerramento com lanche.
8. Avaliação e monitoramento
9. Referências
13
IBIPIANA,A.R.S. Oficinas Terapêuticas e as mudanças sociais em portadores
de transtorno mental. SciELO,2017. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ean/a/dkZ7r95JJwFwQHLnFSx5wmd/?lang=pt# . Acesso em:
19/05/2022
14
da reabilitação, Código Penal.
15