Saude Materno Infantil
Saude Materno Infantil
Saude Materno Infantil
SÃO PAULO
2019
Ana Claudia Alves Pereira RA 2217112335
SÃO PAULO
2019
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 3
2.OBJETIVO.......................................................................................................................................... 6
3.JUSTIFICATIVA ................................................................................................................................ 6
4.MÉTODO ............................................................................................................................................ 6
5.ENTREVISTA .................................................................................................................................... 7
6.DISCUSSÃO .................................................................................................................................... 15
7.CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 19
8.REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 21
ANEXO I............................................................................................................................................... 23
ANEXO II ............................................................................................................................................. 24
ANEXO III ............................................................................................................................................ 25
3
1.INTRODUÇÃO
relacionados com o momento do parto, as dores, e pode até mesmo aparecer uma
angustia e medo sobre o luto da própria mãe e/ou do bebê.
Ele também aponta alguns fatores perturbadores desse período; como uma
gravidez não planejada, uma gravidez de alto risco, fatores de risco relacionados
com o contexto familiar e social do casal grávido, violência doméstica, relações
perturbadas com a família de origem entre outras. É essencial o suporte do pai do
bebê, de outros familiares e dos profissionais de saúde para que a mãe se sinta
cuidada, adquira confiança nas suas capacidades maternas, e ultrapasse as suas
ansiedades.
Para Moreira (2009) nesse início o narcisismo dos pais pode afetar a posição
narcísica da criança. Quando a idealizam como o filho perfeito que pode em um só
movimento representar aquilo que eles gostariam de ser, ou que já foram, ou que
ainda são, e também, representar a criança que se diferencia das outras por suas
qualidades incomparáveis.
desde o nascimento e, para que isso ocorra, algo tem que se somar às pulsões para
a constituição narcísica.
Para Brito (2009), a criança nasce com um equipamento neurofisiológico
programado, mas para que as suas potencialidades possam se desenvolver, elas
precisam ser estimuladas por experiências sensoriais e afetivas assim como ter suas
necessidades satisfeitas. Neste último caso, se não forem satisfeitas, ou ainda se
forem de forma irregular, o bebê poderá não encontrar nenhuma previsibilidade no
meio que o rodeia não adquirindo a capacidade de antecipar, o que prejudica o seu
desenvolvimento emocional e cognitivo.
2.OBJETIVO
3.JUSTIFICATIVA
4.MÉTODO
5.ENTREVISTA
Entrevistamos “J” que é mãe de 3 filhos, tem 33 anos e nos contou sua
experiência com o filho do meio que atualmente tem 3 anos de idade.
1.Nos conte sobre sua estrutura familiar, você conheceu seus pais? Tem irmãos?
Quantos homens e quantas mulheres?
Sim, conheço meus pais. Eles são divorciados há muitos anos, quando eu tinha 3
anos de idade meu pai foi preso por tráfico de drogas, cumpriu pena em reclusão
total por 5 anos, durante um bom tempo fui visita-lo nos finais de semana achando
que lá era o trabalho dele, Passados 3 anos percebi que aquilo era estranho e
perguntei para minha mãe que trabalho era aquele, que não deixava ele voltar pra
casa, pois os pais dos meus colegas trabalhavam mas voltavam pra casa em algum
horário do dia, então minha mãe me explicou que ele estava preso, não me deu
detalhes sobre o que ele tinha feito para estar lá, mas desde então eu já passei a ter
receio de ir visita-lo, sabia que ele não tinha sido uma pessoa “boa” e por isso
estava preso e que todos que estavam naquele lugar eram “ruins” como ele. Quando
eu tinha 8 anos ele foi começou a cumprir o regime semiaberto, só que para ter esse
benefício era preciso ter um emprego, foi quando meu avô abriu uma empresa de
entregas para ele e aí, ele trabalhava durante o dia e a noite ele voltava para o
presidio, nos finais de semana ele passava o dia conosco e ia dormir no presidio.
Desse período para frente o relacionamento dele com minha mãe já não era mais o
mesmo, vivam na mesma casa, mas já não eram um casal, quando eu tinha 12 anos
a pena dele com a justiça terminou. Nesse momento eu tive coragem de contar para
minha mãe que ele havia abusado de mim algumas vezes, ela o confrontou, mas ele
negou, fui inclusive fazer um exame de corpo e delito, mas nada foi constatado,
então para mantê-lo longe de casa durante o processo de divórcio minha mãe
inventou uma queixa de agressão, fez um Boletim de Ocorrência e conseguiu uma
medida protetiva, que o impedia de se aproximar de nossa casa. Não tenho contato
com meu pai desde esse período, as vezes o encontro em situações familiares como
velórios ou enterros. Já com minha mãe tenho um ótimo relacionamento, ela sempre
foi meu suporte e apoio. Tenho um irmão que é 1 ano mais novo do que eu, quando
ele tinha 18 anos acabou se desentendendo com minha mãe e resolveu ir morar
com meu pai, ficamos sem nos falar por alguns anos, só nos aproximamos
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novamente com o nascimento do Lucas (meu filho de 3 anos). Ele ainda é solteiro e
vive com meu pai até hoje.
Até os 7 anos vivi muito na casa dos meus avós paternos. Pelo fato do meu pai estar
preso meus avós nos assumiram como filhos, minha mãe nunca havia trabalhado na
vida e também não tinha feito uma faculdade, acabou entrando em depressão e eu e
meu irmão passávamos mais tempo com meus avós e tias e tios maternos. Nesse
aspecto fomos bastante mimados pois havia um desejo de todos nos compensarem
pelo que estávamos passando. Após o divórcio minha mãe não conseguia nos
manter apenas com a pensão alimentícia, então ela levou minha avó materna para
morar conosco e ajudar nas despesas, mas ainda assim era insuficiente para arcar
com tudo, foi aí que começaram muitas desavenças entre minha mãe e os meus
avós paternos. Minha mãe, inclusive, chegou a entrar na justiça solicitando que a
pensão fosse paga pelo meu avô visto que o salário do meu pai era muito baixo e
por isso insuficiente para o nosso sustento. Eu e meu irmão chegamos a participar
de algumas audiências confirmando inverdades na justiça para conseguirmos a
pensão de nosso avô. De alguma forma ela queria se vingar do meu pai, como ela
não conseguia atingi-lo diretamente, acabou descontando nos meus avós e aí
apesar dela conseguir o dinheiro que precisava acabamos nos afastando deles e
dos meus tios, pois haviam muitas mágoas de ambos os lados, só mesmo depois de
adulta é que me reconciliei com eles.
Meu marido foi meu primeiro namorado, começamos o namoro quando eu tinha 14
anos, nos conhecemos na escola. Quando eu tinha 19 anos fiquei gravida, quando
contei ele ficou desesperado, disse que não podia ser pai naquele momento que
precisava terminar a faculdade, que tinha que comprar uma casa, etc, enfim disse
que seria melhor que eu abortasse e aí tudo desandou, chegando ao ponto dele me
levar para fazer um aborto da nossa primeira filha sem eu saber. Me disse que me
levaria junto com a mãe dele para passar no obstetra dela e eu fui, só quando o
médico começou o procedimento me dei conta que havia algo errado e mandei que
parasse tudo, saí de lá arrasada, por saber que ele e a família dele tentaram tirar
minha filha de mim sem o meu consentimento. Recebi todo o suporte necessário da
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minha mãe que ficou comigo durante a gravidez e permitiu que eu continuasse
morando com ela depois do nascimento do bebê. No final da gravidez, ele se
arrependeu e pediu para registrá-la e conhece-la. Durante 7 anos há cada 15 dias
ele pegava nossa filha para passar o final de semana com ele. Durante todo esse
tempo tanto eu quanto ele tivemos outros relacionamentos, nunca passou pela
minha cabeça a possibilidade de voltarmos pois eu ainda não conseguia esquecer o
fato dele ter me enganado na tentativa de realizar o aborto sem o meu
consentimento e para piorar sabia que os pais dele estavam envolvidos naquela
trama ajudando ele. Quando nossa filha estava com seis anos, ela começou a
querer juntar nós dois. O tempo havia passado e nós estávamos numa fase boa em
que conseguíamos conversar como amigos, ele demonstrava que queria voltar, mas
eu não confiava. Depois de um ano de insistência eu resolvi dar mais uma chance e
resolvemos começar a vida em família indo morar juntos com a nossa filha. Passado
um ano juntos minha filha e meu marido me convenceram de que era hora de
aumentar a família, de início tive medo, mas depois achei que realmente era o
momento por questão da minha idade e também pela diferença de idade entre os
irmãos. Parei de tomar o remédio e logo no segundo mês, durante uma viagem de
férias engravidei do L.
4.Quando você ficou grávida, qual foi a reação dos seus familiares diante da notícia?
Minha mãe ficou muito feliz, ela sempre teve a ideia da casa cheia de netos, meu pai
e meu irmão, como não tínhamos convivência ficaram indiferentes. Recebi todo
apoio dos avós e tios paternos. O grande problema surgiu com os meus sogros, eles
nunca quiseram que nós voltássemos a formar uma família, minha sogra sempre
teve nos filhos o apoio que o marido dela não dava a ela, portanto ”perder” o filho
para outra mulher era demais. Ela sofria agressões do marido e muitas vezes os
filhos é que a defendiam. Ela chegou a inventar para meu marido uma estória de
traição da minha parte, dizendo que aquela gestação não era dele. Ele acabou
brigando com os pais e se afastou da mãe. Durante toda a gestação eu me
questionava se eu tinha tomado a decisão correta de estar me prendendo cada vez
mais àquela família, pedia a Deus que meu filho se parecesse comigo e não tivesse
nenhum traço físico e muito menos de temperamento do lado paterno, quando meu
filho nasceu, ele não tinha semelhança alguma com o pai, inclusive a cor era bem
diferente, foi então que eu e meu esposo fizemos questão de fazer o exame de DNA
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para dar um cala boca nessa intriga. Eu cheguei a dizer para os meus sogros que
apesar do meu filho ter o sangue deles, Deus tinha sido tão bom que ele não tinha
deixado ele herdar nenhum traço físico da família e que eu jamais ensinaria ele a
chamá-los de vô e vó.
5. Qual a idade da criança? É seu único filho? (Se não for o único, perguntar qual
deles é e quantos filhos a pessoa tem).
Ele está com 3 anos é o filho do meio, tem uma irmã mais velha com 12 anos e uma
irmã mais nova com 1 ano.
Assim que desconfiei da gravidez, procurei pelo mesmo obstetra que havia feito o
meu primeiro parto, ele acabou me tratando de forma geral da minha saúde. Me
orientou com relação a alimentação tendo em vista minimizar meus enjoos e
também me medicou quando tive as crises de asma. Não busquei outro tipo de
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ajuda profissional como um terapeuta ou algo semelhante visto que não me restava
muito tempo disponível tão pouco dinheiro para um tratamento.
8. Você se sentiu bem amparada pelas pessoas mais importantes para você ao seu
redor? Se sim, nos dê detalhes. Se não, nos dê detalhes.
Me senti bem amparada, minha mãe e meu esposo sempre me acompanhavam nas
consultas e exames, sempre estiveram por perto quando algo não saia como o
esperado! Minha família paterna também esteve comigo, nos dando apoio espiritual
e emocional. Com exceção dos meus sogros e do meu pai e irmão, não tive queixas
quanto ao amparo que recebi da minha família.
9.Como foi o parto? Você esteve acompanhada por quem no momento do parto?
O parto foi tranquilo, sem intercorrências. Fui acompanhada pela minha mãe, ela é
instrumentadora cirúrgica e fez questão de estar comigo no durante a cesárea, até
porque meu marido passa mal só com a ideia de entrar no centro cirúrgico.
Sim! Já tinha amamentado minha primeira filha e por isso sabia de todos os
benefícios da amamentação tanto para a mãe quanto para o bebê, ele mamou no
peito até os 2 anos, só parou, pois, engravidei novamente!
Sempre tive muito leite, nunca precisei complementar com fórmula, amamentar é
prazeroso, mas cansativo, principalmente quando a gente prioriza a saúde e o bem-
estar do filho. Nunca deixei de amamentar por estar em algum lugar público ou num
horário inadequado para mim ele sempre foi prioridade, cheguei a deixar de ir em
alguns lugares pois sabia que poderia ter problemas quanto aos horários da
amamentação dele.
O desmame foi difícil, até porque ele usava o peito como chupeta, ele nunca gostou
da “chupeta” mas adorava usar meu mamilo como uma. Eu precisei ser bastante
firme nesse processo pois ele tinha um paladar muito seletivo para a alimentação e
o aleitamento acabava sendo um complemento principalmente à noite. Foram uns 4
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13. Você trabalhava quando engravidou? Se sim ou não, retornou ao trabalho, após
o parto? Cumpriu o período legal da licença maternidade?
14. Como concilia sua vida profissional com os cuidados com a criança?
É difícil conciliar, mesmo trabalhando a maior parte do tempo em casa, afinal tenho
outra bebe, quando por algum motivo não podem ir para a escolinha, se minha mãe
estiver de folga do trabalho ela fica com as crianças, senão me viro com eles em
casa mesmo. A cada 15 dias tenho uma pessoa que limpa a casa e passa minha
roupa.
15. A criança está frequentando uma creche/escola? Em que momento da vida ele
passou a frequentar a escola? Como foi a adaptação na creche/escola?
Sim, ele frequenta a escola desde os 2 anos, no começo achei que seria muito difícil
a adaptação dele pois ele queria sempre estar grudado comigo, mesmo na casa de
familiares ele queria minha atenção exclusiva na hora de comer, ir ao banheiro, etc ,
no final a experiência foi super positiva, na primeira semana ele chorou todos os dias
na hora que chegávamos na escolinha, a cada dia ele chorava um pouco menos, na
segunda semana ele já estava ansioso no domingo perguntando se não ia para a
escola. Todos os dias ele vai feliz e volta animado contando das atividades e dos
amigos. Tivemos um pouco de problemas no período de desfralde. Como tive outra
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bebe quando ele fez 2 anos não conseguia dar a ele a atenção suficiente para
acompanha-lo ao banheiro todas as vezes que precisava fazer suas necessidades,
até por uma questão de comodidade minha acabei adiando o desfralde e na escola
as professoras não aceitavam que ele com quase 3 anos ainda não tinha iniciado o
processo, então tivemos uma reunião com a coordenadora e a professora e elas me
ajudaram muito para conseguir tirá-lo das fraldas.
Atualmente fui chamada pela coordenadora para uma reunião individual. Ela me
explicou que o “L”, tem apresentado um desenvolvimento para a sua faixa etária e
que como tem tido dificuldade em acompanhar os colegas acaba chorando e não
quer participar. Já passei com ele numa neurocientista que está iniciando uma série
de testes para verificar se é somente um atraso de desenvolvimento ou se ele tem
alguma síndrome. A coordenadora insinuou que ele tem características de uma
criança autista com grau baixo do transtorno.
16. Quando a criança começou a comer outras comidas além de leite? Como foi
esse processo para você e para a ela?
17. Quais são as coisas que mais frequentemente sua criança faz que você precisa
explicar para ela que não deve fazer? Nesse momento como ela reage?
18. Como é o comportamento da criança quando ela precisa ficar longe de você?
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Quando fica na escola, ou com a minha mãe, ou outro familiar fica muito bem, não
dá trabalho algum, até se alimenta melhor do que quando está comigo! Nunca
experimentei deixá-lo com alguém que não fosse do nosso convívio para saber a
reação.
19. Tem alguma coisa que você queira falar sobre a sua história como mãe desse
bebê que você ache importante e ainda não foi perguntado?
6.DISCUSSÃO
7.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nota-se de forma clara que a relação do ambiente com a grávida desde antes
desde a fecundação é primordial para o desenvolvimento global do feto, mantendo
essa importância depois do parto.
que sem o devido amparo profissional emocional pode ter levado as consequências
no desenvolvimento de seu filho.
8.REFERÊNCIAS
GRADVOHL, Silvia Mayumi Obana; OSIS, Maria José Duarte; MAKUCH, Maria
Yolanda. Maternidade e formas de maternagem desde a idade média à
atualidade. Pensando familias, v. 18, n. 1, p. 55-62, 2014.
LANGER, Marie. Maternidade e sexo. 2.ed. Porto Alegre, Editora ARTES MÉDICAS,
1981.
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-
42812009000100018&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 09 abr. 2019.
ANEXO I
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ANEXO II
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ANEXO III