Ventilaç Ão

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 266

ENNIO CRUZ DA COSTA

- J

i i j 9 . ____n m ^
7 ) 'XpO

kt J G ^ „_ _ _ _ _ _
ifO IM P ti-
En n io C ruz da Costa

f^ id iy v rv U
• . v,. ...•.!• ■*«-*1
; 1ti!
ihHoteca v
L T X

fV
E D ITO R A ED G A R D B L Ü C H E R
m

© 2005 Ennio Cruz da Costa

1- edição - 2005

É proibida a reprodução total ou parcial


por quaisquer meios
sem autorização escrita da editora

EDITORA EDGARD BLÜCHER LTDA.


Rua Pedroso Alvarenga, 1245 - cj. 22
04531-012 - São Paulo, SP - Brasil
Fax: (Oxxl1)3079-2707
e-mail: [email protected]
site: www.blucher.com.br

Impresso no Brasil Printed in Brazil

ISBN 8 5 -2 1 2-0 3 53 -5

FICHA CATALOGRÁFICA

Costa, Ennio Cruz da, 1923-


Ventilação / Ennio Cruz da Costa - São Paulo: Edgard
Blücher, 2005.

Bibliografia
ISBN 85-212-0353-5
1. Calor - Transmissão 2. Construção 3. Mecânica dos
fluidos 4. Termodinâmica 5. Ventilação I. Título.

04-7835 CDD-697.92
índices para catálogo sistem ático:
1. Construções: Ventilação: Tecnologia 697.92
2. Ventilação: Construções: Tecnologia 697.92
0 atual conhecimento sobre ventilação permitiu o desenvolvimento de processos da
engenharia que se tornaram indispensáveis na moderna técnica das construções, visando
sempre o necessário conforto ambiental, especialmente nas construções de caráter indus­
trial, onde é comum o surgimento de desconfortos adicionais, provocados pela produção de
calor e de contaminantes.
O estudo mais completo da ventilação se baseia nos princípios da Termodinâmica e nos
conhecimentos dos fenômenos de transporte, de calor, de massa e de quantidades de movi­
mento (Mecânica dos Fluidos). Levando em conta tal dependência - embora o objetivo deste
trabalho seja eminentemente prático, buscando a solução direta de problemas e projetos
que ocorrem na área - e tendo em vista o aspecto didático, é dado um embasamento teórico
em Termodinâmica, transmissão de calor e Mecânica dos Fluidos a todos os elementos de
cálculo que serviram de ponto partida ao desenvolvimento do texto.
São analisadas com detalhes as técnicas para a ventilação natural por termossifão - tão
negligenciada por nossos engenheiros -, a ventilação mecânica geral e a ventilação local
exaustora, muito solicitada pela nossa legislação ambiental. E, enquanto técnica relaciona­
da com a ventilação, há também um capítulo especialmente elaborado sobre o transporte
pneumático, matéria atual de grande interesse técnico. Face ao tratamento bastante objeti­
vo dessa matéria - que inclui 56 tabelas e 27 exemplos - estamos certos de que a presente
publicação será de grande valia para os engenheiros que se dedicam à higiene ambiental e
áreas técnicas afins.
biblioteca

N i f) c

Sis t e m a de u n id a d e s ......................................................................................................... xi

Sím b o lo s a d o t a d o s ........................................................................................................xm

1 G e n e r a l id a d e s ............................................................................................. l
1.1 Definições............................................................................................................... 1
1.2 Modificações físicas e químicas do ar ambiente........................................ 2
1.2.1 Pressão....................................................................................................... 2
1.2.2 Temperatura, umidade e deslocamento................................................... 6
Energia e vida..............................................................................................6
Metabolismo humano................................................................................. 6
Regulação térm ica..................................................................................... 8
Temperatura efetiva.................................................................................11
1.2.3 Oxigênio....................................................................................................14
1.2.4 Contaminantes e suas fontes...................................................................14
Partículas sólidas......................................................................................14
Partículas líquidas - ?nist e fo g ...............................................................14
Gases e vapores.........................................................................................14
Organismos vivos......................................................................................15
Fontes de contaminação..........................................................................15
1.3 Quantidade de ar necessária à ventilação........................................................... 23
1.3.1 índice de C02 ........................................................................................... 24
1.3.2 Conceito de ração de a r........................................................................... 31
1.3.3 Temperatura do ambiente....................................................................... 32
1.3.4 índice de renovação do a r ....................................................................... 33
1.4 Classificação dos sistemas de ventilação............................................................. 34

2 VENTILAÇÃO NATURAL.............................................................................................35
2.1 Ventilação por ação dos ventos............................................................................ 35
2.2 Ventilação por diferenças de temperatura.......................................................... 38
2.2.1 Cálculo da ventilação por termossifão................................................... 43
2.2.2 Termossifão para diluição do calor ambiente........................................ 44
2.2.3 Termossifão para arrasto do calor das coberturas............................... 49
Transmissão de calor............................................................................... 49
Insolação................................................................................................... 54
Proteção contra insolação....................................................................... 57
Cálculo de aberturas para ventilação de forros......................................61
2.2.4 Termossifão para diluir o calor ambiente e arrastar o calor de insola­
ção da cobertura...................................................................................... 65
wm
3 VENTILAÇÃO MECÂNICA DILUIDORA................................................................... 75
3.1. Generalidades....................................................................................................... 75
3.1.1 Distribuição para baixo........................................................................... 77
3.1.2 Distribuição do ar para baixo e para cima..............................................78
3.1.3 Distribuição para cim a............................................................................ 79
3.1.4 Distribuição cruzada............................................................................... 79
3.1.5 Distribuição mista.................................................................................... 80
3.1.6 Distribuição em minas............................................................................. 80
Exaustão........................... 80
Insuflamento............................................................................................ 80
Modo misto............................................................................................... 80
Insuflamento pela entrada...................................................................... 80
3.2 Cálculo de instalações de ventilação mecânica....................................................81
3.2.1 Bocas de insuflamento............................................................................ 83
3.2.2 Canalizações.........................•..................................................................90
3.2.3 Bocas de saída e tomadas de ar exterior.......................................:.... 115
3.2.4 Filtros......................................................................................................116
3.2.5 Ventiladores............................................................................................. 117

4 VENTILAÇÃO LOCAL EXAUSTORA..........................................................................139


4.1 Generalidades........................................................................................................139
4.2 Captores..............................................................................................................140
4.2.1 Generalidades.........................................................................................140
4.2.2 Tipos de captores....................................................................................141
4.2.3 Velocidade de captura............................................................................145
4.2.4 Vazão de ar nos captores........................................................................148
4.2.5 Perda de carga nos captores..................................................................149
4.3 Canalizações.......................................................................................................152
4.3.1 Generalidades.........................................................................................152
4.3.2 Velocidade do ar nas canalizações........................................................153
4.3.3 Cálculo de canalizações de exaustão....................................................154
4.4 Coletores............................................................................................................158
4.4.1 Generalidades................................................... 158
4.4.2 Câmaras gravitacionais..........................................................................159
4.4.3 Câmaras inerciais...................................................................................165
4.4.4 Ciclones....................................................................................................167
4.4.5 Coletores úmidos....................................................................................178
Lavadores de a r .......................................................................................178
Torres com enchimento..........................................................................179
Ciclones úmidos......................................................................................179
Rotoclones úmidos..................................................................................180
Tipo orifício.............................................................................................180
Misturadores tipo ventúri......................................................................180
Misturadores mecânicos........................................................................181
Lavadores de espum a.............................................................................181
4.4.6 Filtros de tecidos....................................................................................182
4.4.7 Filtros eletrostáticos...............................................................................183
4.4.8 Filtros de materiais absorventes...........................................................185
4.4.9 Filtros de materiais adsorventes...........................................................185
4.4.10 Eliminadores de combustão...................................................................186
4.4.11 Coletores de condensação......................................................................187
4.4.12 Seleção dos coletores..............................................................................188
4.5 Ventiladores e e.jetores.......................................................................................190

5 TRANSPORTE PNEUMÁTICO....................................................................................213
5.1 Generalidades.................................................................................................... 213
5.2 Elementos de cálculo............................................................................. 216
5.2.1 Relação em p eso .....................................................................................216
5.2.2 Velocidades..............................................................................................217
5.2.3 Vazão de a r ................................................................. 21S
5.2.4 Perdas de carga...................................................................................... 219
Entrada do ar no sistema........................................................................ 219
Inércia do material................................................................................. 220
Desnível.................................................................................................. 220
Condutos de transporte......................................................................... 220
Canalizações de ar puro........................................................................ 221
Separador ............................................................................................. .222
Ventúri.................................................................................................... 223
5.2.5 Potência da instalação........................................................................... 223
5.3 Ventiladores e compressores............................................................................. 224
5.3.1 Ventiladores com pás voltadas para trás.............................................. 224
5.3.2 Ventiladores com pás radiais ................................................................. 224
5.3.3 Compressor de engrenagens................................................................. 225
5.4 Ventúri............................................................................................................... 226
5.5 P rojeto de instalações de transporte pneumático............................................ 229

ÍNDICE DOS EXEMPLOS................................. 249


ÍNDICE DAS TABELAS............................................................................................. 251
ÍNDICE REAMSSIVO................................................................................................................253
Bibliografia ................................................................................................................ 256

Biblioteca 0
m

Ao desenvolver o formulário básico deste volume, tínhamos em mente o Sistema Inter­


nacional de Unidades de Medida (SI), do qual empregamos as seguintes unidades funda­
mentais:
• comprimento - metro (m);
• tempo - segundo (s);
• massa - quilograma (kg)
• força - newton (N), kg*m/s2;
• energia - joule (J), N»m;
• potência - watt (W), J/s,
juntamente com suas unidades derivadas de velocidade (m/s), de aceleração (m/s2), de
pressão (N/m2), etc.

Na realidade, todas fórmulas deduzidas neste compêndio são dimensionalmente ho­


mogêneas, podendo, portanto, ser usadas com qualquer sistema de unidades. Entretanto
equações empíricas contendo não-adimensionais - assim como tabelas e diagramas, que
foram mantidas em seu aspecto original - só podem ser usadas com o sistema de unidades
para os quais foram elaboradas.
Desses sistemas de unidades, o mais arraigado na técnica da engenharia é o MKfS,
cujas unidades fundamentais comumente empregadas são:
• comprimento - metro (m);
• tempo - segundo (s);
• força - quilograma-força (kgf);
• energia - quilograma-força-metro (kgfm);
- quilocaloria (kcal);
• potência - quilograma-força«metro por segundo (kgfm/s);
- cavalo vapor (75 kgfm/s),
juntamente com suas unidades derivadas de velocidade (m/s), de aceleração (m/s2), de
pressão (kgf/m2), etc.

As únicas divergências desse sistema em relação ao SI está na adoção da unidade de


força vinculada ao peso - e portanto à atração da gravidade - e da unidade de energia ca­
lorífica vinculada ao aquecimento da água. Surgem daí dois fatores de transformação que
identificam todas as unidades desses sistemas:
• a aceleração da gravidade normal - g = 9,80665 m/s2;
• o equivalente calorífico do trabalho mecânico - A = 426,935 kgfm/kcal = 4.186,8
J/kcal.
Assim, com base nas relações entre grandezas definidas pela Física:
• força = massa X aceleração;
• trabalho = força X deslocamento;
• potência = trabalho/tempo,
podemos estabelecer a correlação entre todas as unidades dos dois sistemas apresentados:
• kgf = kg«g = kg X 9,80665 m/s2 = 9,80665 N;
• kgfm = 9,80665 Nm = 9,80665 J;
• kgf/s = 9,80665 Nm/s = 9,80665 J/s = 9,80665 W;
• cv = 75 kgfm/s = 75 X 9,80665 Nm/s = 735,5 W = 0,7355 kW;
• kcal = 426,935 kgfm = 426,935 X 9,80665 Nm = 4.186,8 J;
• kcal/h = 4.186,8 J/h = 1,163 J/s = 1,163 W;
• W = 0,86 kcal/h;
• kW = 860 kcal/h.

A unidade de massa do sistema MKfS é a unidade técnica de massa (utm = 0,102 kg),
muito pouco usada. Assim, nas aplicações desse sistema em que aparece a unidade massa, é
preferível substituí-la pela relação entre o peso ou a força e a aceleração da gravidade. Desse
modo, substituiremos:
• a massa por m = G/g\ e
• a massa específica por p = m /V = y/g.

Nas operações com ar úmido e psicrometria de uma maneira geral, é usual ainda a
unidade de pressão em coluna de m ercúrio (mm Hg), que, por coerência com a tecnologia
vigente nessa área, ainda aparece no presente trabalho:
• mm Hg = 13,595 mm H20 = 13,595 kgf/m2 = 133,3 N/m2,
de modo que a pressão atmosférica normal seria:
• p 0 = 760 mm Hg = 10.332,3 mm H20 = 10.332,3 kgf/m2 = 101.324,3 N/m2.
j
A Equivalente calorífico do trabalho mecânico
A xB Dimensões da seção retangular de um ventúri íbUoiecã Cpnfrii
Cv Calor específico a volume constante
CP Calor específico a pressão constante
D Diâmetro
De Diâmetro equivalente
Dh Diâmetro hidráulico
E Empuxo
F Força
G Peso, descarga em peso
H Altura
J Perda de carga no escoamento do ar
K Coeficiente geral da transmissão de calor, constante
Kv Coeficiente de vazão de um ventilador
D-m. Coeficiente de potência de um ventilador
KP Coeficiente de pressão de um ventilador
L Lado, largura de um ventilador centrífugo, comprimento
LxH Dimensões da seção retangular de uma canalização
N Número, número de rotações por minuto
p1 m Potência mecânica
Q Quantidade de calor, calor liberado por hora, carga térmica
Q, Calor latente
Qs Calor sensível
R Constante dos gases, raio
Re Número de Reynolds
Re Raio externo
Ri Raio interno
Rt Resistência térmica
s Superfície
T Temperatura absoluta, em kelvins çK)
T0 Temperatura absoluta correspondente a 0°C
1/ Volume, vazão
Vazão em m3/s
Volume de um ambiente em m3
a Coeficiente de absorção do calor
ai Coeficiente de área livre de uma abertura
ae Coeficiente de área efetiva de uma abertura
Velocidade, velocidade equivalente a uma diferença de pressão total (ventila­
dores)
c' Velocidade de captura
car Velocidade do ar
Cj Velocidade de flutuação
cm Velocidade do material no transporte pneumático
c2m Velocidade meridiana de saída de um ventilador centrífugo
d Dimensão de uma partícula
dm Dimensão das partículas do material no transporte pneumático
Dimensão das partículas em micrometros.
e Base dos logaritmos neperianos
g Aceleração da gravidade (9,80665 m/s2)
g Componente gravimétrica do ar
h Dimensão, altura
i Perda de carga por unidade de comprimento de uma canalização
k Coeficiente de transmissão de calor por condutividade interna, índice de C02
k Coeficiente de Poisson dos gases
1 Comprimento, espessura
le Comprimento equivalente de um acessório de canalização
l2 Largura na periferia do rotor de um ventilador centrifugo
m Massa, massa molecular
n índice de renovação do ar, índice politrópico da transformação de um gás
p Pressão
pc Pressão dinâmica devido à velocidade, pressão dos ventos
pr Pressão parcial do vapor de água no ar
ps Pressão de saturação do vapor de água
r Calor latente de vaporização da água, coeficiente de reflexão do calor
rp Relação em peso
í Temperatura em °C, coeficiente de transparência ao calor
f0 Temperatura a 0°C
te Temperatura externa
tr Temperatura interna, temperatura do recinto
ts Temperatura do bulbo seco
tu Temperatura do bulbo úmido
tun Temperatura de bulbo úmido natural
tg Temperatura de globo
tp Temperatura da parede
tm Temperatura média
u2 Velocidade periférica do rotor de um ventilador centrífugo
v Volume específico
Aí Diferença de temperatura
Ap Diferença de pressão
Ap t Diferença de pressão total
fl Seção
O' Seção da área de captura
O0 Seção da boca do captor
2 Somatório
E\ Somatório dos coeficientes de atrito de vários acessórios
a Coeficiente de transmissão de calor por condutividade externa
ac Coeficiente de transmissão de calor por convecção
iW
ctj Coeficiente de transmissão de calor por irradiação
jS2 Ângulo de saída das pás de um ventilador centrífugo
y Peso específico
8 Densidade
r; Rendimento
rja Rendimento adiabático
rfr, Rendimento hidráulico
r\m Rendimento mecânico
171 Rendimento total
T)e Rendimento estático
À Coeficiente de atrito
Coeficiente de atrito de um acessório
Àc Coeficiente de atrito do conduto
Coeficiente de atrito do ar com o material em suspensão
Tí Pi (3,1416)
6 Componente volumétrica do ar
p Massa específica
an Constante de irradiação do corpo negro
£ Coeficiente de evaporação

iversidsde Federai do Para


Biblioteca CpcM
GENERALIDADES

1.1 D efinições
Dá-se o nome de ventilação ao processo de renovação do ar de um re­
cinto. O objetivo fundamental da ventilação é controlar a pureza e o
deslocamento do ar em um ambiente fechado, embora, dentro de certos
limites, a substituição do ar também possa controlar a temperatura e a
umidade do ambiente.
O ar constitui a atmosfera, massa gasosa que envolve nosso planeta,
que tem uma espessura superior a 500 km.
Recebe o nome de ar respirável aquele próximo ao nível do mar,
numa camada correspondente a 1 ou 2% da espessura total da atmos­
fera.

Biblioteca
a Generalidades •

A composição média aproximada do ar atmosférico respirável (ar puro), em condições


normais, é, em volume (composição volumétrica), importante por caracterizar a proporção
das pressões parciais dos diversos componentes da mistura:
0N2, 78,03%;
0O2, 20,99%;
6 C02, 0,03%;
0H 2Ó, 0,47%;
6 outros gases, 0,48%.
Ou, ainda, em peso (composição gravimétrica):
pN2, 76,45%;
g 0 2, 22,72%;
pC02, 0,05%;
pHaO, 0,30%;
g outros gases, 0,49%,
além dos inevitáveis odores, poeiras e bactérias.

O peso da camada de ar, que circunda o globo terrestre, exerce pressão sobre as ca­
madas inferiores da atmosfera, e toma o nome de pressão atmosférica. Ao nível do mar, a
pressão atmosférica em média normalmente vale 101.322 N/m2 (10.332 kgf/m2).
É para a pressão atmosférica ao nível do mar que são definidas as características do ar
atmosférico, ditas “normais”, as quais, para a temperatura de referência de 0°C, valem:
• constante, R = 287,02 Nm/kg*K (29,27 m/K);
• massa molecular, m = 28,96 kg/mol;
• massa específica, p = 1,2928 kg/m3 (0,1318 utm/m3);
• peso específico, y = 12,6780 N/m3 (1,2928 kgf/m3);
• calor específico a pressão constante, Cp = 1,00902 kJ/kg»°C (0,241 kcal/kgf °C);
• calor específico a volume constante, Cv = 0,72013 kJ/kg°C (0,172 kcal/kgf °C);
• coeficiente de Poisson, k = Cp/Cv = 1,4.

O ar contido em recintos fechados destinados à habitação toma o nome de ar am bien­


te. Este, naturalmente, não tem a mesma composição do ar puro, podendo em muitos casos
apresentar alterações substanciais que o tornam inadequado para a respiração.
Diz-se que um ambiente é salubre quando o ar nele contido apresenta propriedades
físicas (pressão, temperatura, umidade e movimentação) e químicas tais que possibilitam
favoravelmente a vida em seu meio.

1.2 M odificações físicas e químicas do ar ambiente

1.2.1 Pressão
Modificações sensíveis da pressão atmosférica normal ocorrem quando nos afastamos verti­
calmente do nível tomado como referência, que é o nível do mar.
ições físicas e químicas do ar ambiente §

Como a pressão atmosférica é uma decorrência do peso da camada de ar que envolve


nosso planeta, ela sofre uma redução ou um aumento quando nos elevamos ou baixamos em
relação à superfície da Terra.
A pressão atmosférica em um ponto qualquer (p), com referência à pressão atmosférica
normal (p 0 = 10.332 mm de coluna de água), pode ser calculada com boa aproximação por
meio da antiga/drmwto de Laplace:

H km
log p mm c.a. = log p 0
18,4 + 0,067ím ’
[1.1]
sendo:
a temperatura média do ar na zona compreendida entre o nível do mar e o ponto consi­
derado; e
H a altura, em quilômetros, do ponto considerado em relação ao nível do mar.

Por outro lado, com a variação da pressão atmosférica segundo a altitude, a temperatu­
ra do ar também sofre uma variação de mesmo sentido. Dá-se o nome de grau aerotérmico
a variação de altitude, em metros, que ocasiona a variação de um grau centígrado (1°C) na
temperatura do ar atmosférico ÇdH/áT m/°C).
Lembremos que, na atmosfera, a energia envolvida na variação da pressão do ar em
relação à altitude deve ser igual ao trabalho da gravidade. Isto é:
• no sistema MKfS, por quilograma-força de peso,

dp
- d H,
7 [ 1. 2 ]
sendo y o peso específico;
• ou, no Sistema Internacional (SI), por quilograma de massa,

v dp = — = - g dH,
P [1.31
sendo p a massa específica e v (=l/p) o volume específico.
Assim, podemos calcular tanto a variação da pressão como da temperatura, conforme
a altitude, considerando que essas variações se dêem de acordo com uma transformação
politrópica de índice n, tal que [para maiores detalhes, ver Costa (9), Termodinâmica I]:

« P
pv - — = constante,
[1.4]
de modo que podemos escrever:

dp , rr n R d T
— = - p d t f = ------ - ;
p n -1
;>niversídadc federal do Pan
Ribiioteca Cent^
$ Generalidades

(R é a constante dos gases) ou, ainda:


dH nR
dT g ( n - 1) [1.5]
O grau aerotérmico, determinado experimentalmente, vale, com boa aproximação:

— = -154 m / ° C (6,5°C / km),


dT
de modo que podemos calcular o expoente politrópico n , que caracteriza a compressão das
camadas de ar que constituem a atmosfera. Isto é, segundo a equação anterior:
n = 1,236.
Fazendo n=1,236 na Eq. [1.4],

P
.n
P

podemos calcular:

Esse valor, substituído na Eq. [1.3], nos fornece:

equação cuja integral, entre os limites p 0, H0 (correspondentes ao nível do mar) e p ,H (cor­


respondentes a uma altitude qualquer), fornece a expressão:
-i5,2356

p = p 0 1-0,191 g - ( H - H Q
[ 1.6 ]

que, para as condições t = 15°C,po = 101.322 N/m2, pn = 1,226 kg/m3 e nível do mar (H0 = 0 m),
reproduz com boa aproximação os valores que constam da atmosfera padrão da Agência
Espacial Norte-Americana, Nasa (Tab. 1.1).
Quando a pressão atmosférica atinge valores muito inferiores à normal (101.322 N/m2
= 10.332 kgf/m2), a pressão parcial do oxigênio do ar (que é diretamente proporcional à
pressão total da mistura e à componente volumétrica do oxigênio, isto é, po2= ®o2P) torna-
se insuficiente para oxigenar a hemoglobina sangüínea nos pulmões. A respiração torna-se
difícil e começam a se manifestar os transtornos conhecidos como “mal-das-montanhas”.
Assim, a cerca de 3.300 m de altitude, a pressão atmosférica cai para dois terços de seu
valor ao nível do mar, e pessoas não-habituadas a essas alturas podem se sentir mal.
codificações físicas e químicas do ar ambiente §

T abela 1.1
Atmosfera padrão segundo a Nasa
H T P P P P c'-'som
(m) (°C) (N/m2) (kgf/m2) (mm Hg) (kg/m3) (m/s)

-1.000 21,5 113.934 11.618 854,5 1,3474 344,2

0 15,0 101.322 10.332 760,0 1,2249 340,4

1.000 8,5 89.878 9.165 674,1 1,1121 336,6

2.000 2,0 79.493 8.106 596,3 1,0062 332,7

3.000 -4 ,5 70.108 7.149 525,9 0,9091 328,7

4.000 -11,0 61.645 6.286 462,3 0,8189 324,7

5.000 -17,5 54.015 5.508 405,2 0,7365 320,7

6.000 -24,0 47.180 4.811 353,9 0,6600 316,6

7.000 -3 0 ,5 41.060 4.187 308,0 0,5894 312,4

8.000 -37,0 35.598 3.630 267,0 0,5256 308,2

9.000 -4 3 ,5 30.744 3.135 230,6 0,4668 303,9

10.000 -5 0 ,0 26.439 2.696 198,3 0,4129 . 299,6

11.000 -5 6 ,5 22.634 2.308 169,7 0,3638 295,2

J-címa de 11.000 m, a temperatura da atmosfera se mantém praticamente constante, até altitudes


suoeriores a 20 km.

Casos especiais de variação da pressão do ar que respiramos são aqueles em que a ati­
vidade humana transcorre com auxílio de ar comprimido (atividades hiperbáricas), como
as realizadas em câmaras pressurizadas ou com equipamentos de mergulho. Em tais situ­
ações, embora cuidados especiais devam ser tomados com relação à qualidade do ar, que
deve ser puro e conter um mínimo de 20% de oxigênio em volume, o aspecto mais impor­
tante diz respeito à variação da pressão.
Desse modo, o limite máximo de 333.426 N/m2 (3,4 kgf/cm2, ou seja, 34 m de coluna de
água) para a pressão deve ser respeitado. A compressão deve ser progressiva e não exceder
68.647 N/m2 (0,7 kgf/cm2, ou seja, 7 m de coluna de água) por minuto, e não se realizará
mais do que uma compressão a cada 24 horas. Maiores cuidados são exigidos pela descom-
zressão, que deve ser lenta, sem jamais exceder 39.227 N/m2 (0,4 kgf/cm2, ou seja, 4 m de
coluna de água) por minuto.
ê Generalidades

1.2.2 Temperatura, umidade e deslocamento


Esses três fatores do meio externo são os responsáveis pelas trocas de calor efetuadas pelo
corpo humano com o ambiente, e somente em conjunto podem caracterizar a verdadeira
receptividade térmica deste, conforme analisaremos a seguir.

E n e r g ia e v id a

Os vegetais transformam a energia solar em energia química latente (fotossíntese), a qual é


facilmente assimilada pelos organismos animais. A matéria viva (protoplasma) é, portanto,
um reservatório de energia química latente que, sob certos efeitos excitantes, é libertada
sob a forma de energia cinética (mecânica, calorífica ou mesmo elétrica ou luminosa), ve­
rificando-se nesse processo a perfeita equivalência entre a energia química consumida e a
soma das energias liberadas.
Dessa forma, a vida vegetal e a vida animal se completam, estabelecendo-se entre a
matéria viva e o meio externo uma verdadeira circulação da energia solar, a qual é, assim, a
responsável por toda a dinâmica da vida terrestre
Seja qual for o modo pelo qual os organismos animais transformam a energia química
dos alimentos, o que sabemos ao certo é que tudo se passa como se houvesse a combustão
das substâncias ingeridas, e que o resultado final é a excreção dos produtos da oxidação e,
no domínio energético, uma produção de trabalho e de calor. Resulta daí que os organismos
animais são verdadeiras fontes de calor, necessitando, para desenvolver sua atividade vital,
um desnível térmico em relação ao meio externo, como qualquer máquina térmica.

M e t a b o lis m o h u m a n o

Ao conjunto de transformações de matéria e energia que se relacionam com os processos


vitais, dá-se a designação geral de metabolismo.
A energia produzida pelo organismo humano na unidade de tempo, a qual pode ser
avaliada facilmente em função do oxigênio consumido na respiração (1 kg 0 2^ 13.649 kJ =
3.260 kcal), depende de vários fatores:
• natureza, constituição, raça, sexo, idade, massa, altura;
• clima, habitação, vestuário;
• saúde, nutrição, atividade.

A energia mínima consumida pelo organismo humano por metro quadrado de super­
fície do corpo - obtida com o indivíduo em jejum a 12 h, deitado, em repouso absoluto, nor­
malmente vestido, sem agasalhos, num ambiente a uma temperatura tal que não sinta frio
nem calor - recebe o nome de metabolismo básico.
O metabolismo básico corresponde às despesas do serviço fisiológico puro ou despesas
de fundo, e vale em média, para um indivíduo adulto, de 150 a 167,5 kJ/m2*h (36 a 40 kcal
m2«h). Nessas condições, calculando a superfície do corpo humano por meio da fórmula
prática de D u b o is :
0,4255 _j_^0,7246
5 „ = 0,203G,kg
[1.7;
Modificações físicas e químicas do ar ambiente ¥
podemos considerar, para um indivíduo normal, de 1,80 m de altura e 75 kg de massa, com
uma superfície corporal de 1,98 m2, um consumo de energia mínimo entre 300 e 330 kJ/h
(de 70 a 80 kcal/h), ou seja, cerca de 4,2 kJ/h (1 kcal/h) para cada quilograma de massa.
Além disso, o metabolismo humano, em kcal/h-kg, varia:
• Com a idade: é o dobro para uma criança de 5 anos, mantendo-se praticamente
constante dos 20 aos 40 anos.
• Durante a digestão: sofre um acréscimo apreciável, dependendo da substância in­
gerida (é pequeno para os açúcares e gorduras, e elevado para as proteínas).
• Nos estados de desnutrição: diminui.
• Nos estados patológicos: de uma maneira geral aumenta, o que constitui indicação
clínica valiosa para a medicina.
• Em condições ambientes adversas, tanto de frio como de calor: aumenta em virtu­
de da entrada em operação do mecanismo de regulação térmica do organismo.
• Com a atividade: aumenta com qualquer esforço físico (trabalho mecânico), já que
os üsiologistas são acordes em que o trabalho intelectual não influi praticamente
sobre o consumo da energia.

Assim, no Brasil, a Consolidação das leis do trabalho (Título II, Capítulo V, Normas
Regulamentadoras NR-15, aprovadas em 08/06/78) estabelece (Anexo 3, Quadro 3) as taxas
de metabolismo a serem consideradas por tipo de atividade e por pessoa, que são as repro­
duzidas na Tab. 1.2.

T abela 1.2
Taxas de metabolismo humano, segundo a ABNT
Tipo de atividade kcal/h
• =m repouso
I enfado 100
* "-abalho leve
Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (datilografia) 125
Tentado, movimentos moderados com braços e pernas (dirigir) 150
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com os braços 150
• Aabalho moderado
Tentado, movimentos vigorosos com braços e pernas 180
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com movimentação 175
De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com movimentação 220
Em movimento, trabalho moderado de empurrar ou levantar 300
• “'abalho pesado
“'abalho intermitente de levantar; ou arrastar pesos (remoção com pá) 440
"'abalho fatigante 550
Generalidades

Regulação térm ica


Uma vez que não só a atividade dos organismos animais (e, portanto, suas trocas de calor),
mas também as condições climáticas do meio externo são altamente variáveis, é interessan­
te analisar o mecanismo pelo qual eles conseguem manter o equilíbrio energético de seus
metabolismos praticamente independente tanto de sua própria atividade como da tempera­
tura externa.
Atendendo à adaptabilidade dos animais às condições do meio em que vivem, eles po­
dem ser classificados quanto à temperatura corporal em:
• animais de temperatura variável (poikilotermos), impropriamente chamados de
“animais de sangue frio” (peixes, répteis, etc.), nos quais a temperatura do corpo é
sempre levemente superior à do meio ambiente, cujas alterações eles acompanham
integralmente;
• animais de temperatura constante ([homeotermos), impropriamente chamados de
“animais de sangue quente” (mamíferos, aves, etc.), nos quais a temperatura do
corpo é bem mais elevada do que a do meio ambiente e independe das variações
deste.

O organismo humano pertence à segunda categoria, visto que sua temperatura corpó-
rea — praticamente independente de raça, idade, clima e da própria atividade —é da ordem
de 37°C.
Nessas condições, as trocas de calor efetuadas pelo corpo humano com o exterior não
podem ser feitas exclusivamente na forma de calor sensível; transferido ao meio por condu-
tividade externa (condutividade, convecção e radiação) e pelo aquecimento dos alimentos,
bebidas e ar inspirado, o que depende unicamente da diferença de temperatura entre o
corpo e o exterior:

Qs - A S ( t c £ j,

em que A é um coeficiente que depende da temperatura e da velocidade do ar, da natureza,


da cor da pele e do vestuário.
Para temperaturas entre 18 e 30°C, podemos tomar, com boa aproximação:

A = /c(l + 0,13cni/s) ^ gj

onde k, para pessoas de pele branca, vestidas normalmente, vale de 8,4 a 12,6 kJ/h*m2*°c
(de 2 a 3 kcal/h«m2«°C). Para pessoas agasalhadas, o coeficiente A independe praticamente
da velocidade do ar, podendo seu valor ser inferior a 4,2 kJ/h-m2»°C (1 kcal/h»m2*°C).
Afortunadamente, além do calor sensível equacionado em [1.8], o organismo humano é
capaz de liberar quantidades apreciáveis de calor na forma latente, pelas funções de exala­
ção (vapor de água expirado pelos pulmões) e exsudação (evaporação do suor na superfície
do corpo).
Essa parcela de calor, entretanto, depende essencialmente da disponibilidade de água
a evaporar (que é controlada pelo mecanismo de regulação térmica do organismo) e da
possibilidade de evaporação, a qual depende da diferença entre as pressões de saturação
'■todificações físicas e químicas do ar ambiente

ia água que está à temperatura do corpo e a pressão parcial do vapor de águá contido no ar
j>ara maiores detalhes sobre o ar úmido, ver Costa (4)]:

Ql = B rÇ S(p s - p v) kcal/h, ^

vendo:
3 um coeficiente de limitação da possibilidade de evaporação que varia, teoricamente, de
0 a 1, definido pelo vestuário e pelo mecanismo de regulação térmica do organismo;
o calor latente de vaporização da água (cerca de 600 kcal/kg);
•ON

o coeficiente de evaporação, que depende da velocidade do ar;


5 a superfície do corpo humano (em m2);
a pressão de saturação da água (suor) à temperatura do corpo dada pela carta psicro-
métrica (para a temperatura de 37°C, ela vale 47 mm Hg); e
a pressão parcial do vapor de água no ar, dada também pela carta psicrométrica, em
mmHg, em função da temperatura e da umidade relativa do ar.

Adotando a medida da pressão em milímetros de mercúrio (mm Hg), como é usual na


técnica do ar úmido, £ nos será dado por:

£ = 0,0229 + 0,0174 cm/s. (1 n ]

Dispondo assim de dois meios para transmitir seu calor para o exterior, o organismo
humano pode conseguir seu equilíbrio homeotérmico, mesmo sob condições excepcionais
tanto de seu metabolismo como do meio ambiente, como está esclarecido nos exemplos a
seguir, onde foram usadas as unidades usuais, na técnica, quilocaloria (kcal) e mm Hg.

r . ........................................................ .......... ....... .............................. \


EXEM PLO 1.1

Calcular a quantidade de calor máxima que um indivíduo normalmente vestido, de


1,8 m2 de superfície corporal, pode trocar com o ar ambiente em repouso, nas condi­
ções:
t = 26,5°C e (p = 52%.

Solução
A quantidade de calor sensível trocado será dada pela Eq. [1.9]:
Qs = AS(tc - Q = 3.1,8(37 - 26,5) = 56,5 kcal/h.
E o calor latente máximo compatível com as condições do meio será dado pela Eq.
[ 1. 10] :

Ql = BÇrS(ps - p v) = 1 X 600 X 0,0229 X 1,8(47 - 14) = 816 kcal/h.


Podemos concluir que, no caso, um indivíduo em atividade leve (Q = 150 kcal/h, de
acordo com a Tab. 1.2) aproveitaria para o metabolismo apenas 11,5% de sua possibi­
lidade de evaporação (B = 0,115), o que resulta numa situação bastante confortável.
m Generalidades

f ............................ ... .
EXEM PLO 1 .2

Que quantidades de calor um indivíduo, normalmente vestido, com 1,80 m2 de super­


fície corporal, pode trocar com o ar ambiente, em repouso, a 37°C ou a 70°C?

Solução
1. As trocas de calor que o organismo humano pode efetuar com o ambiente a 37°C e
çp = 100% são nulas, o que nos permite afirmar que tais condições são impróprias
para a vida humana.
2. Já as trocas máximas de calor que o organismo humano podería efetuar com o ar
em repouso, a 70°C e <p= 10%, seriam:
Qs = 3 X 1,8 X (37 - 70) = -149 kcal/h;
Ql = I X 0,0229 X 600 X 1,8 X (47 - 30) = 422 kcal/h;
Qtotal = 422 - 149 = 273 kcal/h.

Podemos concluir que o ambiente em consideração possibilitaria a vida humana mes­


mo sob atividade apreciável (classificação conforme a Tab. 1.2, de trabalho em mo­
vimento moderado), embora com um grande desconforto, pois aproveitaria toda sua
possibilidade de evaporação (B = 1).

Com base nas considerações e nos exemplos anteriores, podemos facilmente compre­
ender o mecanismo pelo qual, com as modificações naturais das condições ambientes e do
metabolismo que influem sobre as suas trocas de calor, consegue o organismo humano au­
tomaticamente por meio do sistema nervoso muito sensível às influências do meio ambiente,
efetuar sua regulação térmica. Na luta contra o frio, essa auto-regulação é obtida por dois
processos, a regulação termoquímica e a regulação termofísica.
A regulação term oquím ica comanda a produção interna de calor, fenômeno no qual
provavelmente o fígado desempenhe um papel importante. Assim, o organismo humano é
capaz de acomodar automaticamente a produção interna de calor, mantendo sua tempera­
tura constante, independentemente da temperatura do ambiente, entre os limites corres­
pondentes a um metabolismo básico e um metabolismo máximo, dito de ápice, e que é cerca
de cinco vezes superior ao básico.
Essa regulação, que naturalmente exige grande consumo de alimentos, por si só, já da­
ria ao organismo uma extraordinária capacidade de luta contra o frio, a qual com treinamen­
to adequado, permite sua adaptação a ambientes com temperaturas inferiores a -40°C.
A regulação termofísica consiste na redução das perdas de calor, a qual é conseguida
por constrição vascular cutânea. Esta reduz a umidade do tecido epitelial, diminuindo sua
condutibilidade, que cai para metade quando a temperatura exterior desce de 30 para 5°C.
Na luta contra o calor, a regulação térmica é apenas de natureza física, já que, ao elevar-
se a temperatura, a produção interna de calor, em vez de diminuir, aumenta, o que se expli­
ca pela entrada em ação do sistema de regulação térmica, que também consome energia.
Codificações físicas e químicas do ar ambiente JJUs

Assim, para temperaturas ambientes elevadas, a transmissão de calor, que tende a di­
minuir, é compensada, em pequena parte pela redução da resistência térmica da pele, cuja
circulação sangüínea se ativa; e em grande parte pelo aparecimento do suor, que ao evapo­
rar arrasta grandes quantidades de calor.

T e m p e r a tu r a e f e t i v a

Embora o equilíbrio homeotérmico possa ser obtido para varias condições de receptividade
térmica do ambiente, nem sempre estas oferecem a mesma sensação de bem-estar ao orga­
nismo humano. Para caracterizar a sensação de maior ou menor bem-estar ocasionada por
■jm ambiente, em função de sua temperatura, umidade e deslocamento do ar, adota-se o
conceito de temperatura efetiva.
A temperatura efetiva de um ambiente qualquer pode ser definida como aquela que,
em um recinto contendo ar praticamente em repouso (velocidades entre 0,1 e 0,15 m/s) e
completamente saturado de umidade, proporciona a mesma sensação de frio ou calor que o
ambiente em consideração.
O gráfico da Fig. 1.1, determinado experimentalmente com o auxílio de um grande
número de pessoas, fornece as temperaturas efetivas correspondentes a diversas condições
ambientais, caracterizadas pelas temperaturas ts e t.u e o deslocamento do ar, para pessoas
normalmente vestidas e em repouso (ASHRAE).
Experiências mais recentes sobre conforto térmico [Gagge(6) e Fanger (5)] permitiram
mcluir na avaliação da temperatura efetiva a influência das trocas de calor por radiação, das
vestimentas e também da atividade.

• Trocas de calor por radiação


Da influência das trocas de calor por radiação com as paredes que envolvem o ambiente
decorre a definição de uma temperatura mais significativa, caracterizando a noção de con­
forto do ambiente, que é a temperatura equivalente em meio seco (TEMS):

a í +a t
TEMS = -----—
a, + a„ [ 1. 12]

onde:
tg é a temperatura radiante média medida por um termômetro de globo (termômetro
seco, no interior de uma esfera oca com diâmetro de ~10 cm, pintada de preto);
ts a temperatura de bulbo seco do ambiente;
a, o coeficiente de transmissão de calor por radiação;
ac o coeficiente de transmissão de calor por convecção;•

• Influência da vestimenta
Definida por sua resistência térmica, cuja unidade é o CLO:
1 CLO = 0,18 m2h.°C/kcal = 0,043 m2h.°C/kJ = 0,15^« ^ u r ./w r
Generalidades

• Influência da atividade
Definida em função do metabolismo, cuja unidade é fixada no MET:
1 MET = 50 kcal/m2h = 58,2 W/m2.

Nessas condições, foi possível definir uma nova temperatura efetiva, que por comodida­
de foi vinculada à umidade relativa de 50% (próxima à de conforto): a temperatura efetiva
de um ambiente qualquer, onde são definidas a temperatura equivalente em meio seco
TEMS, a umidade, a velocidade de deslocamento do ar, o tipo de atividade e a vestimenta
das pessoas. Trata-se da temperatura uniforme de um ambiente (umidade relativa de 50%
e ar em repouso), em que uma pessoa, nas mesmas condições de vestiário e atividade, teria
a mesma sensação de conforto térmico que o ambiente em consideração.
Tal conceituação possibilitou a publicação, em 1981, pela ASHRAE (normas 55-74), de
cartas de conforto para as mais diversas condições de vestuário e de atividade, importantes
para o projeto de instalações de ar condicionado, onde as condições de conforto são primor­
diais.
edificações físicas e químicas do ar ambiente

Por outro lado a legislação brasileira sobre segurança e medicina do trabalho, nas suas
normas regulamentadoras NR-15, Anexo-3, estabelece os limites de tolerância para expo­
sição ao calor, através do índice de bulbo vm ido, termômetro de globo, IBUTG, definido
pelas equações que seguem:

• Ambientes internos ou externos sem carga solar:


IBUTG = 0,7íun + 0,3tg.

• Ambientes externos com carga solar:


IBUTG = 0,7íun + 0,líg + 0,2fg,
:nde:
r-j, é a temperatura de bulbo úmido natural;
a temperatura de globo; e
a temperatura de bulbo seco.

Nessas condições, os limites de tolerância para exposição ao calor, em regime de tra­


balho intermitente com períodos de descanso no mesmo local de trabalho, são dados pela
Tab. 1.3 em IBUTG:

T abela 1.3
Limites de tolerância para exposição ao calor
: egime de trabalho Intermitente, com Atividade Atividade Atividade
descanso por hora no próprio local Leve Moderada Pesada
''abalho contínuo 30,0 26,7 25,0
-5 min de trabalho
30,1 a 30,6 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9
5 min de descanso
30 min de trabalho
30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9
30 min de descanso
5 min de trabalho
> 32,2 >31,1 > 30,0
45 min de descanso

Por outro lado, os limites de tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho
intermitente com períodos de descanso em local mais ameno, são dados pela Tab. 1.4, em
função do metabolismo (M).

Tabela 1.4
Limites de tolerância para exposição ao calor sob
trabalho intermitente
M (kcal/h) Máximo IBUTG M (kcal/h) Máximo IBUTG
175 30,5 350 26,5
200 30,0 400 26,0
250 28,5 450 25,5
300 27,5 500 25,0
Generalidades

Tanto M como IBtJTG são as taxas de metabolismo e de índice de bulbo úmido-tempe-


ratura de globo, médias ponderadas ao longo das horas de trabalho e descanso. As taxas de
metabolismo de trabalho e descanso devem ser as que constam da Tab. 1.2.

1.2.3 Oxigênio
Nem todo o oxigênio que inspiramos é aproveitado para a respiração, pois o ar expirado
contém ainda cerca de 15,4% de oxigênio em volume (p 0.. = 0,154p). Podemos então tomar
14% (cerca de 2/3 da porcentagem normal) como o índice mínimo de oxigênio aconselhável
para o ar destinado à respiração.
Experiências têm demonstrado que, ao nível do mar, para uma porcentagem de oxigê­
nio de 10% ocorre a asfixia e, para 7%, a morte.

1.2.4 Contaminantes e suas fontes


Os contaminantes do ar podem ser classificados em partículas sólidas, líquidas, gases e
vapores, e organismos vivos.

P a r t íc u la s s ó l i d a s

Partículas sólidas são as poeiras, as fumaças e os fumos.


As poeiras são partículas sólidas inferiores a 100 pm, projetadas no ar por ação mecâni­
ca dos ventos e de processos industriais.
As fumaças, por sua vez, são partículas sólidas finíssimas, resultantes da combustão
incompleta dos combustíveis que contêm carbono.
Já os fumos são partículas sólidas resultantes da oxidação de vapores (como, por exem­
plo, o óxido cie chumbo (PbO), que se forma sobre o chumbo em fusão).

P a r t íc u la s líq u id a s - m is t e f o g

O m ist são partículas líquidas produzidas por borrifadores, atomizadores, etc. O espirro de
uma pessoa é acompanhado da emissão de partículas líquidas que podem ser classificadas
como mist.
Já ofog é formado por partículas líquidas de menor tamanho, resultantes da condensa­
ção de vapores como, por exemplo, a cerração, o orvalho, etc.

G ases e v ap ores

Quando estranhos à composição normal do ar, os gases e vapores são considerados conta­
minantes. Nessa condição estão incluídos, o dióxido de carbono (C02), quando em excesso,
gases como o monóxido de carbono (CO), o dióxido de enxofre (S02), o metano (CH4), gases
industriais diversos, miasmas, odores de uma maneira geral, grisu, etc.
Modificações físicas e químicas do ac ambiente

O r g a n is m o s v iv o s

Nessa categoria de contaminante estão o pólen dos vegetais (5 a 150 pm), os esporos dos
fungos (1 a 10 pm) e as bactérias mais diversas (0,2 a 5 pm).

F o n t e s d e c o n t a m in a ç ã o

As fontes de contaminação do ar são variadas e inúmeras: pessoas, animais, queima (com­


bustão) de materiais, motores a explosão, gases, vapores, minas, etc.
As pessoas e anim ais, além de reduzir a porcentagem de oxigênio (0 2), aumentando
a percentagem de C02 e vapor d água (H20), exalam substâncias nauseabundas (miasmas)
e microorganismos.
As substâncias nauseabundas emitidas pelo corpo humano, em parte pela respiração e
em parte através da pele, são constituídas de compostos orgânicos complexos, cuja presen­
ça, embora perceptível ao olfato, e de difícil verificação por análises diretas. Por essa razão,
nas contaminações do ar exclusivamente por respiração, é usual a sua verificação indireta
pela porcentagem de C0 2
A combustão para fins de aquecimento ou iluminação consome o oxigênio do ar e pro-
luz gases nocivos.
Os motores de combustão inter na, de veículos e indústrias, igualmente, consomem o
zxigênio do ar e lançam no ambiente os gases e vapores de seu escapamento.
Os gases, vapores e mesmo as partículas produzidas pelas indústrias, pela rodagem
de veículose outras atividades humanas, constituem na maioria das vezes elementos alta­
mente nocivos à saúde.
Nas minas, as partículas de carvão e de outros minerais, os produtos da decomposição
ie rochas cuja natureza química muitas vezes dá origem a gases deletérios (rochas mercu-
riais, betuminosas, arseniacais, etc.), os gases provenientes das explosões e mesmo gases
explosivos como o grisu.

A caracterização da contaminação normalmente é feita por avaliaçao do contaminante,


de uma das seguintes maneiras:
• em partes de contaminante por milhão de partes (ppm) do ar contaminado em.
volume, isto é, 10‘6 m3/m3;
• em porcentagem de volume - 1% em volume = 10.000 ppm;
• em gramas de contaminante por metro cúbico (g/m3) de ar a 25°C e 760 mm Hg;
• em miligramas de contaminante por metro cúbico (mg/rn3) de ar a 25°C e 760 mm
Hg;
• em milhões de partículas contaminant.es (sólidos) por metro cúbico (mppmc) de
ar a 25°C e 760 mm Hg.

Quanto aos limites higiênicos admissíveis para os diversos contaminantes, depende


fundamentalmente, do ambiente considerado, da natureza do contaminante e do tempo de
exposição das pessoas a ele.
Generalidades

Quanto ao C02i embora não seja um gás tóxico, além de ser talvez o maior responsá­
vel pelo efeito estufa em nosso planeta, a sua presença no ar indica redução do oxigênio e
mesmo a presença de miasma. Assim, admitindo-se que a porcentagem de C02 no ar cresça
proporcionalmente à porcentagem de miasma, aceita-se universalmente 0,1% como índice
máximo aconselhável para o anidrido carbônico ou dióxido de carbono contido no ar de
ambientes destinados unicamente à habitação.
Na realidade o organismo humano suporta quantidades elevadas de C02, sucumbindc
mais pela falta de oxigênio que ocasiona (anorexia). Em ambientes destinados unicamente
à habitação, para uma porcentagem de C02 igual a 10%, verifica-se a asfixia e, para cerca
de 15%, a morte.
A legislação brasileira relativa à segurança e medicina do trabalho (Consolidação daí
leis do trabalho I, Título II, Capítulo V - normas regulamentadoras NR-15, Anexo 11, de
08/06/78) estabelece, para uma atividade de 48 h semanais, os limites de tolerância de
agentes químicos industriais em ppm e mg/m3 (Tab. 1.5).
Por outro lado, registramos, da American Conference of Governamental Industrial Hy-
gienists (1966), os valores provisórios dos limites de tolerância dos contaminantes que nãc
constavam da legislação brasileira até 1994 (Tab. 1.5a), assim como os limites de contami­
nação das poeiras minerais, em milhões de partículas por metro cúbico de ar (mppmc), a
25°C e 760 mm Hg, que constam da Tab. 1.6.

T abela 1.5
Lim ite s de to le râ n c ia a c o n ta m in a n te s
Limites de tolerância
Agente químico
(ppm) (mg/m3)
Acetaldeído 78 140
Acetato de éter monoetílico de etileno-glicol (pele) 78 420
Acetato de etila 310 1.090
Acetato de 2-etoxi-etila 78 420
Acetileno Asfixiante
Aceta 780 1.870
Acetitrila 30 55
Ácido acético - 8 20
Ácido cianídrico 8 9
Ácido clorídrico 4 5,5
Ácido crômico (névoa) - 0,04
Ácido fluorídrico 2,5 1,5
Ácido térmico 4 7
Acrilato de metila (pele) 8 27
Acrilonitrila (pele) 16 36
Álcool isoamílico 78 280
Modificações físicas e químicas do ar ambiente

T abela 1.5
Limites de tolerância a contaminantes (continuação)
Limites de tolerância
Agente químico
(ppm) (mg/m3)
Álcool n-butílico-(pele) 40 115
Álcool isobutílico 40 115
Álcool sec-butílico (2-butanolj 115 350
Álcool terc-butílico 78 235
Álcool etílico 780 1.480
Álcool furfurílico (pele) 4 15,5
Álcool metílico (pele) 156 200
Álcool n-propílico (pele) 156 390
Álcool isopropílico (pele) 310 365
Amônia 20 14
Anilina-(pele) 4 15
Argônio Asfixia nte
Arsenamina 0,04 0,16
Brometo de etila 156 695
Brometo de metila (pele) 12 47
Bromofórmio-(pele) 0,4 4
1,3-Butadieno 780 1.720
n-Butano 470 1090
n-Butilamina (pele) 4 12
Butil-cellosolve (pele) 39 190
n-Butil-mercaptana 0,4 1,2
Chumbo - 0,1
Cianogênio 8 16
Cíclo-hexano 235 820
Ciclo-hexanol 40 160
Ciclo-hexilamina-(pele) 8 32
Cloreto de etila 780 2.030
Cloreto de metila 78 165
Cloreto de metileno 156 560
Cloreto de vinila (pele) 156 398
Cloreto de vinidileno 8 31
Cloro 0,8 2,3
Cloro-benzeno 59 275
Generalidades

T a b e l a 1.5
Lim ite s de to le râ n c ia a c o n ta m in a n te s (c o n tin u a ç ã o )

Limites de tolerância
Agente químico
(ppm) (mg/nm)
Cloro-bromometano 156 820
Clorodifluormetano (Freon 22) 760 2.730
Clorofórmio 20 94
1-Cloro-l-nitropropano 16 78
Cloroprene-(pele) 20 70
Cumeno (pele) 39 190
Decaborano (pele) 0,04 0,25
Demet (pele) 0,008 0,08
Diborano 0,08 0,08
1,2-Dibromoetano (pele) 16 110
O-Diclorobenzeno 39 235
Diclorodifluormetano (Freon 12) 780 3.860
1,1-Dicloroetano 156 640
1,2-Dicloroetano 39 156
1,2-Dicloroetileno 155 615
1,1-Dicloro-l-nitroetano 8 47
1,2-Dicloropropano 59 275
Diclorotetrafluoretano (Freon 114) 780 5.460
Dietilamina 20 59
2,4-Diisocianato de tolueno (TDI) 0,016 0,11
Diisopropilamina-(pele) 4 16
Dimetilacetamida 8 28
Dimetilamina-(pele) 8 14
Dimetilformamida 8 24
1,1-Dimetil-hidrazina (pele) 0,4 0,8
Dióxido de carbono 3.900 7.020
Dióxido de cloro 0,08 0,25
Dióxido de enxofre 4 10
Dióxido de nitrogênio 4 7
Dissulfeto de carbono-(pele) 16 47
Estibina 0,08 0,4
Estireno 78 328
Etano Asfixiante
Modificações físicas e químicas do ar ambiente

T abela 1.5
Limites de tolerância a contaminantes (continuação)
Limites de tolerância
Agente químico
(ppm) (mg/m3)
Éter dicloroetílico (pele) 4 24
Éter etílico 310 940
Etilamina 8 14
Etilbenzeno 78 340
Etileno Asfixiante
Etilenoimina (pele) 0,4 0,8
Etil-mercaptana 0,4 0,8
n-Etil-morfolina (pele) 16 74
2-Etoxietano! (pele) 78 290
Fenol (pele) 4 15
Fluortriclorometano (Freon 11) 780 4.370
Formaldeído (formol) 1,6 2,3
Fosfamina 0,23 0,3
Fosgênio 0,08 0,3
Gás sulfídrico 8 12
Hélio Asfixiante
Hidrazina (pele) 0,08 0,08
Hidrogênio Asfixiante
Isopropilamina 4 9,5
Mercúrio - 0,04
Metacrilato de metila 78 320
Metano Asfixiante
Metilamina 8 9,5
Metil-cellosolve (pele) 20 60
Metil-ciclo-hexanol 39 180
Metil-clorofórmio 275 1.480
Metil-demet (pele) - 0,4
Metil-etil-ceta 155 460
Metil-isobutilcarbinol-(pele) 20 78
Metil-mercaptana (metanotiol) 0,4 0,8
Monometil-hidrazina-(pele) 0,16 0,27
Monóxido de carbono 39 43
Negro-de-fumo
----------------------- .......................... Y
Generalidades

T abela 1.5
Limites de tolerância a contaminantes (continuação)
Limites de tolerância
Agente químico
(ppm) (mg/m3)

Neóbio Asfixia nte


Níquel tetracarbonila 0,04 0,28

Nitrato de n-propila 20 85

Nitroetano 78 245
Nitrometano 78 195
1-Nitropropano 20 70
2-Nitropropano 20 70
Óxido de etileno 39 70
Óxido nítrico 20 23

Óxido nitroso Asfixiante


Ozona 0,08 0,16
Pentaborato 0,004 0,008
n-Pentano (pele) 470 1.400
Percloroetileno 78 525
Piridina 4 12
n-Propano Asfixiante
Propileno (pele) Asfixiante
Propileno imina (pele) 1,6 4
Sulfato de dimetila 0,08 0,4

1,1,2,2-Tetrabromoetano (pele) 0,8 11


Tetracloreto de carbono 8 50
Tetracloroetano (pele) 4 27

Tetra-hidrofurano 156 460


Tolueno (toiuol) 78 290
Tricloroetileno 8 35

Triclorometano 78 420
1,1,3-Tricloropropano 40 235
l,l,2-TrÍGloro-1,2,2-trifluoretano (Freon 113) 780 5.930

Trietilamina 20 78
Trifluormonobromometano 780 4.760
Xileno (xilol) (pele) 78 340
Modificações físicas e químicas tio ar ambiente

T abela 1.5a
Limites de tolerância a Contaminantes (Valores provisórios)
Limites de tolerância
Contaminantes
(ppm) (mg/m3)
Acetato de amila 125 650
Acetato de n-butila 150 710
Acetato de butila sec. 200 950
Acetato de hexila séc. 50 300
Acetato de isoamila 100 525
Acetato de isobutila 150 700
Acetato de isopropila 250 950
Ácido nítrico 2 5
Ácido oxáiico 1
Alcatrão, produtos voláteis - 0,2
Algodão, pó de - 1
Amino-piridina 0,5 2
Anidrido ftálico 2 12
Anidrido maléico - 8
Anisidina (pele) - 0,5
Azinfos, metil (pele) - 0,2
3enzoíia, peróxido de - 5
Cádmio - 0,2
Carboril (sevin) - 5
Chumbo tetraetila (pele) - 0,075
Ciclopentadieno 75 200
Compostos de selênio - 0,2
Crotaldeído 2 ó
Diazometano 0,2 0,4
Dibutil-fosfato 2 10
Dibutilftalato - 10
l,3-DicIoro-5,5-dim etil-hidantoin - 0,2
Dimetilamino-etanol 10 50
C'metil-l,2-dibromo-2,2-dicloroetilfosfato - 3
T-sec-octilftalato - 5
E-er fenílico 1 7
E":hséc-amil-ceta 25 130

universidade Federa! do Para


Generalidades

T abela 1.5a
Lim ite s de to le râ n c ia a c o n ta m in a n te s (Valores p ro v isó rio s) (continua ção)
Limites de tolerância
Contaminantes
(ppm) (mg/m3)

Etil-butil-ceta 50 230
p-Fenileno-diamina (pele) - 0,1
Ferro, óxido de - fumos - 10

Fibras de vidro - ‘ 5

2-Heptanona (metil-n-amil-ceta) 100 475


3-Fleptanona (etil-butil-ceta) 50 230
Hexacloroetano-(pele) 1 10
Hexafluoreto de selênio 0,05 0,4

Hexafluoreto de telúrio 0,02 0,2


lodeto de metila-(pele) 5 28
Isoamila, acetato de 100 525
Isobutila, acetato de 150 700
Isociamato de metila (pele) 0,02 0,05
Isopropila, acetato de 250 950
ítrio - 1
GLP (gás liquefeito de petróleo) 1.000 1.800
Maléico, anidrido - 8
Metil-n-amil-ceta (2 heptanona) 100 465
Morfolina (pele) 20 70
Níquel - 1
Nítrico, ácido 2 5
p-Nitro-cloro-benzeno (pele) - 1
Oxálico, ácido - 1
Oxigênio, difluoreto de 0,05 0,1
Peróxido de benzoíla - 5
Pival (2-pivalil-1,3-indadione) - 0,1
Prata - 0,01
Ródio - 0,1
Selênio, compostos de - 0,2
Telúrio, hexafluoreto de 0,02 0,2
Tetrametil-sucinonitrila-(pele) 0,5 3
Trifluoreto de nitrogênio 10 29
Quantidade de ar necessária à ventilação

T abela 1.6
Limites de tolerância a poeiras minerais
Limites de tolerância
Poeiras minerais
(mppmc)

Óxido de alumínio 1.770

Asbesto 177

Cimento Portland 1.770

Poeira (sem sílica livre) 1.770

Mica (com menos de 5% de S i0 2 livre) 700

Sílica (com mais de 50% de S i0 2 livre) 177

Sílica (com 5% a 50% de S i0 2 livre) 700

Sílica (com menos de 5% de S i0 2 livre) 1.770

Carboneto de sílica 1.770

Pedra-sabão (com menos de 5% d e S i0 2 livre) 700

Talco 700

1.3 Quantidade de ar necessária à ventilação


0 e s t u d o d a c o m b u s tã o n o s m o s t r a q u e n a q u e im a d e u m c o m b u s tív e l c o n v e n c io n a l q u a l­
q u e r ( c o m p o s to d e c a r b o n o e h id r o g ê n io ) , c a d a q u ilo g r a m a d e o x ig ê n io c o n s u m id o p r o d u z
c e r c a d e 3 .2 6 0 k c a l.

C o m o a r e s p i r a ç ã o é o p r o c e s s o q u e f o r n e c e o o x ig ê n io n e c e s s á r i o à c o m b u s tã o d o s
h i d r a t o s d e c a r b o n o , f o n te d e e n e r g i a d e n o s s o o r g a n is m o , p o d e m o s d i z e r q u e u m a p e s s o a
n o r m a l, e m r e p o u s o , p a r a d e m a n t e r s u a s f u n ç õ e s fis io ló g ic a s in v o l u n t á r i a s (m e ta b o lis m o
b á s ic o = 75 k c a l/h ) , c o n s o m e e m m é d ia :

75 kcal/h
----------------- = 0,023 kg/h = 0,017 m 3/h de CL a 20° C e 760 mm Hg.
3,160 kcal/kg

M as n e m to d o o o x ig ê n io d o a r é a p r o v e ita d o n o p r o c e s s o d a r e s p i r a ç ã o , p o is , c o n f o r m e
v im o s , o a r i n s p i r a d o c o n té m 2 0 ,9 9 % d e o x ig ê n io , e n q u a n t o q u e a q u e le e x p i r a d o a p r e s e n t a
a in d a u m a p a r c e l a m é d i a d e 15,4% e m v o lu m e d e s s e e le m e n to . N e s s a s c o n d iç õ e s , a p e n a s
5,5% d o v o lu m e d o a r é r e a l m e n t e a p r o v e ita d o p a r a o m e ta b o lis m o h u m a n o . D e s s e m o d o ,
p o d e m o s d i z e r q u e o a r r e a l m e n t e n e c e s s á r i o p a r a a .r e s p i r a ç ã o , n a s c o n d iç õ e s i n d i c a d a s ,
é:

0,017 m3/h de 0 2
= 0,31m 3/h d e a r.
0,055
Generalidades

Se o ar expirado fosse imediatamente substituído e, portanto, não voltasse aos pul­


mões, o ar necessário à ventilação por pessoa em repouso seria apenas 0,31 m3/h. O proble­
ma, entretanto, não é de substituição e sim de diluição, já que o ar de ventilação é misturado
com o do ambiente, o qual, embora já utilizado, volta novamente a ser respirado.
Nessas condições, dependendo da atividade das pessoas (que aumenta o seu metabo­
lismo e, portanto, o seu consumo de oxigênio) e do tipo de ambiente (produção de conta-
minantes), a quantidade de ar necessária à ventilação poderá ser de 25 até cerca de 200 ou
mais vezes a anterior.
Na prática, a determinação da quantidade de ar necessária à ventilação, baseada na di­
luição dos diversos elementos nocivos à vida, é feita por meio de certos critérios, discutidos
a seguir, como o índice de C02, do conceito de ração de ar, da temperatura do ambiente e do
índice de renovação do ar.

1.3.1 índice de C 02
Para a ventilação permanente de um ambiente destinado unicamente à habitação, onde se
pretende manter uma porcentagem máxima de C02 igual a kj, adotando-se ar exterior com
um índice de C02 igual a /q, o volume de ar a utilizar será dado por:

100Nc 3 „
V = --------- m r/h,
kf - k i
[1.13]
em que N é o número de pessoas ou elementos produtores de C02 e c a respectiva produção,
em m3/h.
Assim, considerando que uma pessoa em repouso, sentada, cujo metabolismo é 100
kcal/h e cuja produção de C02 é cerca de 20 L/h, para os índices de C02 de /q = 0,03 e /q =
0,1 indicados, podemos calcular:

100 x 1 x 0,020
0,1-0,03

No caso de ventilação intermitente de ambientes cuja ocupação é limitada a t horas,


como o aumento da concentração de C02 é progressiva, partindo de um índice inicial kh até
atingir o limite máximo admissível kf, a quantidade de ar de ventilação será tanto menor
quanto menor for o tempo de ocupação do recinto.
Com efeito, chamando de £ o índice de C02 num instante qualquer, podemos dizer que
o aumento da quantidade de C02, num tempo elementar dr, nos será dado por:

Vki dr
Nc d r +
100 ’
enquanto que o C02 retirado será:

Vk dr
100 ’
Quantidade de ar necessária à ventilação

o que acarretará uma variação dk no índice de C02 do ambiente, cujo volume Va, sofrerá um
aumento na sua quantidade de C02 igual a:

100

Nessas condições, podemos escrever:

Vkxlz V kdz Y a^l


Ncdz + -
100 100 100

E, fazendo dk = d(/c - /q) por ser /q constante:

d r_ d (fc-fc^)
T; “ 100N c - V Ç k - k i) '

A equação diferencial cuja integral entre os limites inicial kt e máximo admissível kf


para o índice de C02, que devem verificar-se durante o tempo de ocupação total t , nos for­
nece:

ln [lOOAfc - V { k - k i f*
va

onde a relação n = V/Va recebe o nome de índice de renovação de ar do ambiente consi­


derado.

Desse modo, podemos igualmente escrever:

l0 N c - V ( kIf -fc .)
e~ni _________^
lOOAfc

ou, ainda,

lONc
V= ( l- e ~ nT) md/h,
kf ~ ki
[1.14]

A Eq. [1.14] nos mostra que o volume de ar necessário à ventilação intermitente pode
ser reduzido, em relação àquele correspondente à ventilação permanente, por meio do mul­
tiplicador (1 - e~nT), o qual depende do tempo de ocupação do recinto ( t) e do índice de
renovação de ar adotado.
Assim, para tempos de permanência superiores a 1 h, mesmo com baixos índices de
renovação de ar (n < 4), a citada redução é inferior a 2% e pode ser desprezada.
Para o caso de outros contaminantes que não o C02, o cálculo da quantidade de ar ne­
cessária à ventilação é o mesmo, bastando conhecer deles a produção (ver a Tab. 1.7) e os
iimites de tolerância a serem adotados de acordo com a legislação (ver as Tabs. 1.5, 1.5a e
1.6), como nos mostra o Exemplo 1.3.

/íuveísidade Federal
Generalidades

T abela 1.7
Produção de contaminantes segundo a operação
Operação Contaminante Purificador Produção

Trituração

Moinho de alfafa Pó de alfafa Ciclone e câmara (85%) 13,4 kg/

Moinho de cevada Pó de cevada Ciclone (85%) 10,4 kg/

Moinho de cimento Pó de cimento Eletrostático (95% a 99%) 12 g/m3

Peneiração de carvão Pó de carvão Lavador ventúri (99%) 2 g/m3

Desbaste de granito Pó de granito Filtro de pano (99%) 0,07 g/m3

Moinho, polpa de papel Fumo de barrilha Eletrostático (90% a 95%) 1 a 4,5 g/m3

Purificador de arde
Palha cortada Ciclone (85%) 0,65 kg/
alimentador de trigo

Destilação

Fornalha recuperação, Fumo de


Lavador ventúri (90%) 2 a 6 g/m3
licor preto substância química

Forno de coque Alcatrão Eletrostático (955 a 99%) 0,2 a 2 g/m3

Caldeira recuperação, Gás de dióxido de 0,029%


Lavador ventúri (90%)
polpa de papel enxofre em volume

Alcatrão Lavador ventúri (95%) 38 g/m3


Destilação, madeira e Lavador ventúri e ciclone
Ácido acético (99%) 3,3 g/m3

Secagem, cozimento

Secador rotativo de
Pó de carvão Lavador ventúri (98%) 4,3 g/m3
carvão ativado

Secadora vapor de Lavador de gás de tambor


Pó de alumínio 1,2 g/m3
alumina de ar (76%)

Ciclone + eletrostático
Regenerador de Pó de 0,2 g/t
(95%)
catalisador (petróleo) catalisador 0,25-57 g/m3
Eletrostático (90% a 99%)

Secador de cimento Pó de cimento Eletrostático (95% a 99%) 2-35 g/m3

Forno de cimento Pó de cimento Eletrostático (85% a 99%) 1-35 g/m3

Forno de ustulação de Névoa de ácido


Lavador ventúri (99%) 7 g/m3
caparrosa (minério) sulfúrico

Cozimento de caroço Acroleína (óleo) 0,75 kg/L

Secador de pó
Pó de detergente Ciclone (85%) 30 kg/t
detergente
uarrtidade de ar necessária à ventilação

T abela 1.7
Produção de contam inantes segundo a operação (continuação)

Operação Contaminante Purificador Produção

: : " o de cal de lodo Pó de cal Lavador ciclônico (97%) 17,5 g/m3

: :mo de cal bruta Pó de cal Lavador ventúri (99%) 16 g/m3

. fcador de polpa
Pó de polpa Ciclone (85%) 38 kg/t
i : 'anja

-:m o de secagem de
Pó de sílica Ciclone (78%) 43 g/m3
areia

íecagem de areia e
Pó de sílica Coletor inercial (50%) 50 g/m3
saibro

Íecagem de areia e Lavador de torre (73-92%) 8-15 g/m3


Pó de sílica
:edra Ciclone (74%) 13 g/m3

Íecagem de pedra Pó de sílica Ciclone (86%) 38 g/m3

-orno de secagem de Pó de amido de


Filtro de pano (99%) 7,2 g/m3
amido de tapioca tapioca

7ratamento térmico, recozimento


Consumo
'êmpera por óleo Névoa de óleo
óleo

Misturas
Mistura de asfalto Pó de areia e saibro Ciclone (50% a 86%) 13-87 g/m3

Mistura de concreto Pó de areia e pedra Ciclone e lavador (95%) 9 g/m3

Dosagem de cimento Pó de cimento 2,6 kg/t

Manipulação de materiais fundidos


Forno de ressudação Fumo de óxido de
35,5 kg/t
de alumínio alumínio

Fumo de óxido de 12,6 kg/t


Fundição de latão
zinco e de cobre

Fornalha de Fumo de óxido de


Lavador de torre (75%) 2,2 g/m3
w o silício ferro

"orno rotativo para


Fumo 8,5 kg/t
-undição

"ornalha de reverbero de
Fumo 1,5 kg/t
vidro

Cadinho de fundição de Fumo de óxido de


Filtros de manga (99%) 7,3 kg/t
ferro cinzento ferro, pó de coque

/íiiy ê ísid a o e fs è ía lá ü F a íí

Biblioteca C p n M
Generalidades

T abela 1.7
Produção de contaminantes segundo a operação (continuação)

Operação Contaminante Purificador Produção

Fumo de óxido de
Forno de ferro cinzento 9,6 kg/t
ferro

Pó de minério e
Alto-forno de ferro Lavador ciclônico (99%) 7-55 g/m3
coque

Fumo de óxido de
Alto-forno de chumbo Lavador ventúri (95%) 4,5-13,5 g/m3
chumbo

Fornalha de reverbero Fumo de óxido de Lavador ciclônico (98%) 1-4,5 g/m3


de chumbo chumbo e Estanho Lavador ventúri (91%) 2,3-7 g/m3

Fumo de óxido de
Fundição de chumbo 18 kg/t
chumbo

Fumo de óxido de
Fundição de magnésio 50 kg/t
magnésio

Conversor Bessemer Pó de óxido de ferro


5 kg/t
de aço e pó de carvão

Forno a arco elétrico de Fumo de óxido de 16,5 kg/t


aço ferro Eletrostático (90%-99%) 0,11-7 g/m3

Fumo de óxido de
Forno elétrico de aço Lavador de deflexão (60%) 4,5 kg/t
ferro

Eletrostático (98%) 8,9 kg/t


Forno Siemens-Martin Fumo de óxido de
Eletrostático (90-99%) 0,11 g/m3
de aço ferro
Lavador ventúri (95%) 2,3-14 g/m3

Processo de jato de Pó de minério e de


Desintegrador (99%) 23 kg/t
oxigênio, de aço óxido de ferro

Forno de redução de Fumo de óxido de


43,5 kg/t
óxido de zinco zinco

Polimento e raspagem Pó e limalha de ferro Filtro de pano (98%) 0,022 g/m3

Esmerilhamento (Al) Pó de alumínio Ciclone (89%) 1,6 g/m3

Escama de ferro e
Esmerilhamento (Fe) Ciclone (56%) 3,3 g/m3
areia

Esmerilhamento (oficina) Pó Precipitadorinercial(91%) 0,025 g/m3

Reações químicas

Reator e misturador de
Pó de fertilizantes Lavador (80%) 17,5 kg/t
fertilizantes

Amoniador de
Gás de amônia 2 kg/t
fertilizantes (tipo TVA)
aantidade de ar necessária à ventilação

Tabela 1.7
Produção de contam inantes segundo a operação (con tin u ação )

Operação Contaminante Purificador Produção

I : 'centrador de H2S 0 4 Névoa de H2S 0 4 Lavador ventúri (99%) 5 g/m3

M rjradorsuperfosfatos Compostos de flúor Lavador ciclônico (98%) 11 g/m3

' rolamentos superficiais

60% do
: evestimento por
Solventes orgânicos material
frsão e por pincel
consumido

. Ihamentode Estearato de zinco Prec. inercial (78%-88%) 1,4-4 g/m3


: : "acha Pó de talco Filtro de pano (99%) 10 g/m3

"oeza abrasiva Pó de talco Ciclone (93%) 5 g/m3

Carbeto de silício e
: rbarbação e
pó de óxido de Ciclone (51%) 4 g/m3
'■ sdelagem abrasiva
alumínio

. oeza de peças Pó de bronze e sílica Filtro de pano (99%) 1 g/m3


*. ~didas Escamas Fe e areia Filtro de Pano (97-99%) 0,23-1,5 g/m3
. mpeza por jato-de Pó metálico e de
Prec. inercial (97-99%) 1,7-16 g/m3
ronalha ou de areia sílica

: ezapagem em tambor Pó Prec. inercial (99%) 0,65 g/m3


Inanfragem de aço Pó de óxido de ferro 14,5 kg/t

Pó de óxido de
alumínio e sílica
Filtro de pano (99%) 0,23-8,3 g/m3
; eíificação e Pó de carbeto de
Filtro de pano (97%) 0,17 g/m3
-odelagem de produtos boro
Ciclone (58%) 0,82 g/m3
abrasivos Pó de carbeto
Filtro de pano (99%) 0,3-5,2 g/m3
Pó de silício e óxido
de alumínio

Solda

Fumo de óxido de
: : da a arco elétrico 10-20 g/kg
ferro

Fumo de óxido de
5olda fraca 5 g/kg
chumbo

Carpintaria

Pó e cavaco de
-plainamento em fresa Ciclone (97%)
madeira

abela extraída do “Inventory of air contaminant emissions”, do New York States Air Pollution Con-
Board e publicada na revista A ir E n g in e e r in g de dezembro de 1966.
to I
Generalidades

EXEM PLO 1 .3

Uma serralheria consome em soldas elétricas cerca de 40 kg de eletrodos por dia de


8 h de trabalho. Calcular as condições mínimas de ventilação a serem adotadas para
o recinto.
Para o caso, as Tabs. 1.5a e 1.7 indicam:
• limite de tolerância, 10 mg/m3,
• produção de contaminante, 10 a 20 mg/kg de eletrodo.

Nessas condições, tomando por medida de segurança a produção máxima, podemos


calcular a quantidade de ar necessária para uma perfeita diluição do contaminante:
Produção de contaminante (mg/h) __ 5 kg/h x 20 g/kg _ ^ m3/h
V--
limite de tolerância (mg/m ) 0,010 g/m

Para evitar velocidades excessivas no deslocamento do ar de ventilação, o ambiente


em consideração deveria ter um volume da ordem de 500 m3, o que caracterizaria um
índice de renovação de ar n = 20.
Caso, em vez de uma ventilação geral diluidora, se adote uma ventilação local exaus-
tora por meio de campânulas ou coifas, os números apontados poderão ser ampla­
mente reduzidos (ver o Cap. 4).

r ^
EXEM PLO 1 .4

Calcular a ventilação geral diluidora (por exaustão) a ser adotada numa fundição
cuja capacidade é de 1 1. de ferro cinzento a cada 8 h.
De acordo com a Tab. 1.7, a produção de contaminantes no caso é de 9,6 kg de fumo
de oxido de ferro para cada tonelada de ferro cinzento. Ora, como a máxima con­
centração recomendada para os fumos de óxido de ferro é de 10 mg/m3 (Tab. 1.5a),
podemos calcular:
V _ 0,125 t/h x 9,6 kg/t _ 12 0q0 m3/h
0,000010 kg/nr

Por outro lado, como o índice de renovação de ar do ambiente em consideração deve


ser da ordem de n = 20, o volume recomendado será:

V. = 1 (iU./h) = 60.000 m3.


n
Tal como no exemplo anterior, para reduzir os valores encontrados, a solução seria
uma ventilação local exaustora (ver o Cap. 4).
.............-::V; ■V............... ............M _ ' ; . M.MMMM■M..................... ^
antidade de ar necessária à ventilação

1.3.2 Conceito de ração de ar


Para lo c a is o n d e a c o n ta m in a ç ã o do a r se d e v e u n ic a m e n te à s p e s s o a s q u e os o c u p a m , p o ­
d e m o s c a l c u l a r a q u a n t i d a d e d e a r n e c e s s á r i a à v e n t i l a ç ã o p o r m e io d e u m a q u a n t i d a d e cie
i r r e c o m e n d a d a p o r p e s s o a , e m f u n ç ã o d a f in a lid a d e d o a m b i e n t e a v e n tila r , a q u a l t o m a o
nome d e ração de ar.
A s s im , d e a c o r d o c o m a N B -1 0 , d a A s s o c ia ç ã o B r a s ile ir a d e N o r m a s T é c n ic a s (A B N T ),
a r e s p e i t o d o a s s u n t o , p o d e m o s r e l a c i o n a r o s v a lo r e s q u e c o n s t a m d a T a b . 1.8.

Tabela 1.8
Ração de ar segundo a ABNT
m3/h por pessoa Concentração
Local
Recomendável Mínimo de fumantes

5 ancos 17 13 Ocasional

: arbearias 25 17 Considerável

1 aiões de beleza 17 13 Ocasional

5 ares 68 42 -

Eassinos, g r i l l - r o o m 45 35 -

Escritórios públicos 25 17 Alguns

Escritórios privados 42 25 Nenhum

Escritórios privados 51 42 Considerável

Estúdios 35 25 Nenhum

_ojas 17 13 Ocasional

: alas de hotéis 51 42 Grande

: esidências 35 17 Alguns

: estaurantes 25 20 Considerável

1alas de diretores 85 50 Muito grande

“eatros, cinemas e auditórios 13 8 Nenhum

Teatros, cinemas e auditórios 25 17 Alguns

Salas de aula 50 40 Nenhum

Ealas de reuniões 85 50 Muito grande

Aplicações gerais

por pessoa fumando 68 42

Por pessoa não fumando 13 8

/fi/vens/tíadt' Fedsraí do Pan


Biblioteca
Generalidades

Quando, além da ventilação necessária à respiração higiênica, se cogita melhorar as


condições de conforto térmico do ambiente, agravadas no verão pelo metabolismo das pes­
soas, é preferível adotar uma ração de ar maior. Assim, para instalações de ventilação pura
em teatros, cinemas, auditórios e demais locais sujeitos a uma grande concentração de pes­
soas, o código de obras da prefeitura municipal de Porto Alegre exige uma ração de ar de,
no mínimo, 50 m3/hpessoa.

f ............................ ............. A
EXEM PLO 1 .5

Calcular a quantidade de ar necessária para a ventilação pura de um auditório de


12.000 m3, destinado a 1.500 pessoas.
Considerando que essa ventilação se destina não apenas a fornecer o ar necessário
a uma boa diluição do ar ambiente contaminado pela respiração das pessoas, mas
também a minorar as desfavoráveis condições de conforto térmico durante o verão,
adotaremos a ração de ar exigida pelo Código de Obras da prefeitura municipal de
Porto Alegre (50 m3/h*pessoa):
V = 1.500 pessoas x 50 m3/h»pessoa = 75.000 m'Vh.
Lembrando que o calor sensível liberado por uma pessoa sentada, em repouso, é da
ordem de 50 kcal/h, podemos dizer que essa ração de ar arrastaria o calor com uma
diferença de temperatura de 3,5°C (ver o item 1.3.3).
Por outro lado, considerando que o ambiente tem um volume de 12.000 m3, o índice
de renovação de ar da instalação em questão será:

V 75.000 m3/h „ „
n = — = ------------ — = 6,25 renovações por hora.
Va 12.000 m3
V______________________________________
1.3.3 Temperatura do ambiente
Quando se trata da ventilação permanente de ambientes onde são produzidas grandes quan­
tidades de calor, mas sem grande poluição, como salas de máquinas, de caldeiras, de fornos,
cozinhas, churrascarias, etc., ou mesmo ambientes sujeitos a grandes cargas de insolação,
nos quais se deseja manter uma temperatura interna (ír) pouco superior à do exterior (fe),
a quantidade de ar necessária nos será dada por:

Q
V= m3/h,
P C p G r-V [1.15]
onde:
p é a massa específica do ar, que em condições ambientes médias vale 1,2 kg/m3;
Cp o calor específico à pressão constante do ar, que igualmente vale 1,009 kJ/kg*°C (0,241
kcal/kg*°C);
Q o calor a ser arrastado do ambiente, por meio da renovação do ar (em kJ/h ou kcal/h).
.antidade de ar necessária à ventilação

0 c a lo r Q é ig u a l à d i f e r e n ç a e n t r e a q u a n t i d a d e d e c a lo r p r o d u z i d a n o r e c i n t o p o r
todos o s e le m e n to s q u e r e p r e s e n t a m f o n te s d e c a lo r (c o m o o c u p a n t e s , m á q u i n a s , fo rn o s ,
a p a r e lh o s d e ilu m in a ç ã o , in s o la ç ã o , e tc .) e a q u a n t i d a d e d e c a lo r t r o c a d a c o m o e x t e r i o r
p o r t r a n s m i s s ã o , e m v i s t a d a d i f e r e n ç a d e t e m p e r a t u r a r e c i n t o / e x t e r i o r (v e r m a is d e t a l h e s
G ap. 2 ).

1.3.4 índice de renovação do ar


C o n fo rm e j á c ita d o , a r e la ç ã o e n t r e o v o lu m e d o a r d e v e n tila ç ã o q u e p e n e t r a n o a m b ie n te
:á h ) e o v o lu m e d e s t e (m 3) r e p r e s e n t a o n ú m e r o d e v e z e s q u e o a r d o r e c i n t o é r e n o v a d o
o n . u m a h o r a e t o m a o n o m e d e índice de renovação do ar (rí).

N o r m a lm e n te a v e n tila ç ã o n a t u r a l t e m u m ín d ic e d e r e n o v a ç ã o d o a r d a o r d e m d e 1 a
_ e m b o ra , c o m o v e r e m o s , d is p o s iç õ e s a d e q u a d a s d a s a b e r t u r a s d e v e n tila ç ã o p o s s a m a u -
x e n t a r m u ito e s s e v a lo r. N a v e n t i l a ç ã o a r tif ic ia l, o ín d ic e d e r e n o v a ç ã o d o a r a t i n g e v a lo r e s
: e 6 a 20.

P a r a v a lo r e s d e n s u p e r i o r e s a 2 0 , q u e p o d e m s e r c o n s i d e r a d o s e x c e p c io n a is , d e v e m
ser to m a d o s c u id a d o s e s p e c ia is , a fim d e s e e v i t a r e m d e s lo c a m e n to s d e a r c o m v e lo c id a d e s
e x c e s s iv a s . D e a c o r d o c o m a A B N T (N B -1 0 ), a v e lo c id a d e d o a r n a z o n a d e o c u p a ç ã o , is to
é.no e s p a ç o c o m p r e e n d id o e n t r e o p is o e o n ív e l d e 1,5 m , d e v e f ic a r e n t r e 0 ,0 2 5 e 0 ,2 5 m /s .
E x c e p c io n a lm e n te s e r á p e r m i t i d o u l t r a p a s s a r o s li m i t e s a p o n ta d o s , n a v i z i n h a n ç a d e g r a ­
f e s d e in s u f l a m e n t o o u d e r e t o r n o q u e , p o r n e c e s s i d a d e d e c o n s t r u ç ã o , f o r e m lo c a liz a d a s
jc -a ix o d o n ív e l d e 1,5 m e n o e s p a ç o n o r m a l m e n t e o c u p a d o p o r p e s s o a s .

P a r a f a c i l i t a r a s e le ç ã o d o s í n d i c e s d e r e n o v a ç ã o d o a r a a d o t a r e m c a d a c a s o , a f á b r ic a
d e v e n t i l a d o r e s C la r a g e (E U A ) r e c o m e n d a o s v a lo r e s d a T a b . 1.9, e m q u e n é d a d o e m f u n ­
ç ã o d o tip o d e a m b ie n te a v e n tila r .

Tabela 1.9
ín d ic e s de re no va ç ã o de a r

Ambiente n

-uditórios, igrejas, túneis, estaleiros 6

; abricas, oficinas, escritórios, lojas, salas de diversões 10

: estaurantes, clubes, garagens, cozinhas 12

.avanderias, padarias, fundições, sanitários 20

| UNIVERSIDADE FEDERAL 1)0 PARÁ


IBIBLIOTECA CENTRAL)
Generalidades

1.4 C lassificação dos sistemas de ventilação


De um modo geral, os sistemas de renovação do ar de um ambiente, podem ser classificados
em:
• ventilação natural, ou espontânea;
• ventilação artificial ou forçada.

A ventilação natural ou espontânea é aquela que se verifica em virtude das diferen­


ças de pressão naturais, ocasionadas pelos ventos e gradientes de temperaturas existentes,
através das superfícies que delimitam o ambiente considerado. E a ventilação artificial,
ou forçada, é aquela em que a movimentação do ar se faz por meios mecânicos. A ventilação
forçada pode ser geral diluidora ou local exaustora.
A ventilação é geral diluidora, quando o ar novo se mistura com o ar ambiente, diluin­
do seus contaminantes, antes de estes serem retirados do recinto.
Quando o ambiente é limpo e se deseja mantê-lo a uma pressão superior à do exterior
para evitar infiltrações indesejadas, o sistema de ventilação diluidora adotado é o de insu-
flamento com possibilidade de filtragem do ar.
Já quando o ambiente é sujo (fundições, oficinas, etc.) ou excessivamente quente (ca­
sas de máquinas, fornos, etc.), dá-se preferência à extração do ar do recinto, deixando-se
que o ar exterior penetre por suas aberturas naturais. Nesse caso, classifica-se a ventilação
em geral, diluidora por exaustão.
Quando, entretanto, nos sistemas de insuflamento de ar puro, devido à restrição da
saída do ar, a sobrepressão no ambiente se torna muito elevada (chegando até a dificultar
a abertura das portas externas), é interessante adotar-se uma solução mista de ventilação
geral diluidora por insuflamento e exaustão simultaneamente.
Finalmente, para os casos em que os contaminantes são localizados e podem ser re­
tirados (captados) antes que se espalhem pelo ambiente, como ocorre na maior parte das
operações industriais, a ventilação mais indicada, por ser mais eficiente e econômica, é a
ventilação local exaustora.
VENTILAÇÃO
NATURAL

2.1 V entilação por ação dos ventos


A ventilação natural pode ser provocada pela ação dos ventos. Esta, em­
bora intermitente, ocasiona escalonamento das pressões externas no
sentido horizontal, por vezes apreciável (Fig. 2.1).
Diferenças de pressão da ordem de 0,5 N/m2 (0,05 mm H20) já são
suficientes para obtermos correntes de ar satisfatórias, do ponto de vis­
ta da ventilação, desde que haja caminho adequado para elas.
JÊ ffm m Ê Ê m Ê iÊ Ê Ê Ê m iÊ Ê Ê m Ê Ê Ê m Ê Ê Ê Ê Ê Ê Ê Ê Ê Ê Ê itÊ m m Ê Ê Ê Ê Ê itÊ Ê Ê Ê Ê Ê Ê Ê Ê Ê Ê m aÊ K Ê m m Ê tm m M Ê m m m m m m tÊ A ^U Iihi9& m m turai

Figura 2.1 A ação dos ventos provoca diferenças de pressão, que podem ser utilizadas
na ventilação natural.

Assim, lembrando que a diferença de pressão devido ao deslocamento do ar (pressão


dinâmica) é dada pela energia acumulada por este por unidade de volume, ao passar do
repouso para a velocidade correspondente c, podemos calcular:

c2 c2
PC= Y P ou Pc" 2 ^ r ' [2'1]

Com efeito, considerando que uma massa m de ar passe do repouso para uma velocida­
de c , num tempo t podemos dizer que a energia cinética adquirida é dada por:

, C C T C2
mal = m ----- = m — .
t 2 2

Ou, ainda, conforme definido, por unidade de volume, a pressão dinâmica é:

mc 2 c2
Pc ----- = — P-
27 2K

Nessas condições, podemos registrar para os ventos comuns, na prática, ao nível do


mar e a uma temperatura de 20°C (p = 1,2 kg/m3), as pressões dinâmicas que constam da
Tab. 2.1.
*entitação pela ação dos ventos

Tabela 2 .1
Pressão d in âm ica d a veioG idade dos ventos

Velocidade V elocidade Pressão dinâm ica Pressão dinâm ica


(km/hj (m/s) (N/m2) (kgf/m2)

5 1,39 1,16 0,118

10 2,78 4,63 0,472

20 5,56 18,50 1,887

30 8,33 41,70 4,252

40 11,11 74,10 7,556

50 13,89 115,80 11,808

60 16,67 166,70 17,000

70 19,45 226,90 23,140

80 22,22 296,30 30,210

90 25,00 375,00 38,240

100 27,78 463,00 47,210

110 30,56 560,19 57,123

120 33,33 666,67 67,980

130 36,11 782,41 79,783

140 38,89 907,41 92,530

Z cservação: velocidades superiores a 140 km/h podem erguer uma pessoa do solo.

A ventilação provocada pela ação dos ventos pode ser intensificada por meio de aber-
rras dispostas convenientemente. Assim, portas e janelas colocadas em paredes opostas
na direção dos ventos dominantes têm um importante papel na ventilação de certos am-
tentes.
Infelizmente, em certas regiões de clima tropical, os ventos não são permanentes e é na
aa ausência que a ventilação se torna mais necessária, devido à intensificação das cargas
e insolação. Nesses casos, não podemos contar com a ação dos ventos como recurso único
ara uma ventilação contínua e eficiente.
Ventilação naturai

2.2 V entilação por diferenças de temperatura


0 aquecimento do ar de um ambiente provoca redução de sua massa específica, com a
conseqüente formação de diferenças de pressão, em relação ao exterior, que se escalonam
verticalmente, apresentando seu maior valor na parte superior (Fig. 2.2).

(M

Figura 2.2 Escalonam ento das diferenças de pressões no inte rio r de um a m biente por
aquecim ento do ar.

Assim, a diferença de pressão criada por uma coluna de ar quente em um ambiente a


uma temperatura t2, superior à temperatura exterior tlt depende dessas temperaturas e da
altura da coluna. Trata-se do efeito de termossifão (ou de chaminé'), que nada mais é do
que o 'princípio cie Arquimedes aplicado ao caso, o qual afirma que a massa de ar aquecida
recebe um impulso, de baixo para cima, igual ao peso da massa de ar frio deslocada.

/N E

Ar

N/

Ar

_NA____
Figura 2.3 A d iferença de pressão criada por uma coluna de a r quente em um
am biente gera o efeito tem ossifão.
ilação por diferenças de temperatura

Assim, de acordo com a Fig. 2.3, podemos escrever:


empuxo E = ílHgp+ N = ElHy1 kgf;
peso G = ClHgp-2 N = ílHy2 kgf;

Ap = 6mPlIX° ~ PeS0 - HgQPl - p2) N/m2 = H (7l - y2) kgfim2. [2.2]

E lembrando que, de acordo com a lei de Gay Lussac [para maiores detalhes, ver Costa
. Termodinâmica I], os pesos específicos ou as massas específicas dos gases são inversa-
nte proporcionais às suas temperaturas absolutas, temos:

I l = ZL R =
r 0 Ti ’ Y<) T2 '
E podemos fazer:
T,\ 273 273
Ap = Hgp0 N/m2 = Hy0 kgfim2 [2.3]
VT
1i '2 7 Vu 12 7
«-.•ie. p0 = 1,2928 kg/m3 e y0 = 1,2928 kgf/m3.
Assim, para as variações de temperaturas e desníveis usuais, na prática, a partir de
rr_a temperatura exterior G = 32°C, que consideraremos como a mais desfavorável do verão,
rolemos calcular os valores que constam da Tab. 2.2.

Ta b ela 2 .2
D iferenças d e pressão o b tidas por term ossifão
Diferença de H Ap Ap
temperatura (m) (N/m2) (kgf/m2)
3 2 0,2211 0,02255
4 0,4422 0,04509
10 1,1055 0,11273
20 2,2109 0,22545
30 3,3164 0,33818
6 2 0,4380 0,04466
4 0,8759 0,08932
u 10 2,1896 0,22328
20 4,3793 0,44656
30 6,5689 0,66984
10 2 0,7206 0,07348
4 1,4412 0,14696
VAA .:U . :U PA
10 3,6031 0,36741
| 20 7,2061 0,73482
30 10,8092 1,10223

Biblioteca
m Ventilação natural

Os valores da Tab. 2.2 mostram que as diferenças de pressão conseguidas com as varia­
ções de temperatura dos ambientes, em relação à temperatura exterior, são bem menores
do que aquelas causadas pelos ventos. Mesmo assim, a característica de permanência dos
fenômenos de aquecimento, que ocorre no primeiro caso, faz da solução do termossifão.
enquanto sistema de ventilação natural, uma técnica muito mais segura do que aquela que
aproveita os ventos.
Além disso, a ventilação natural provocada pelo efeito de tiragem pode-*.ser intensifi­
cada jogando-se com os elementos que ocasionam a diferença de pressão estudada. Assim,
aberturas dispostas como em A e B da Fig. 2.2, com o maior desnível possível, podem tornar
adequada a ventilação do ambiente em consideração por simples diferença de temperatura
(ver o Exemplo 2.2).
Como a diferença de nível entre as aberturas de entrada e saída do ar é importante, ela
pode ser aumentada por meio de canais adicionais (chaminés de ventilação), técnica usual
na ventilação de minas, túneis e mesmo ambientes industriais (Fig. 2.4).

Figura 2.4 Chaminés de ventilação aumentam a diferença de nível entre a entrada


e a saída do ar.

Solução semelhante consiste em colocar aberturas em coberturas (de residências, de


pavilhões industriais, etc.), as quais além de ocasionar substancial acréscimo da ventilação
natural, permitem o arrasto do calor de insolação das coberturas, causa de grande descon­
forto no verão, na maior parte dos nossos ambientes habitados. Para tanto, é indispensável o
uso de um forro que permita o deslocamento de uma camada de ar entre este e a cobertura
(Figs. 2.5), conforme analisaremos no item 2.2.2.
No caso de grandes ambientes industriais (fundições, siderúrgicas, etc.), onde o aque­
cimento preponderante é a carga térmica gerada no próprio ambiente, tornando-se a insola­
ção da cobertura pouco significativa, ou o forro, por questões econômicas ou de segurança
não for aceitável, a solução será uma cobertura com disposição shed, ou com lanternins
providos de proteção fixa ou mesmo com regulagem (Figs. 2.6). Essa regulagem pode ser
feita de uma maneira mais prática, nas aberturas inferiores, adotando-se venezianas móveis
ou mesmo janelas do tipo basculante.
Figura 2.5 Aberturas no forro e no telhado melhoram substancialmente a ventilação
natural.

.imversiadde Fedsrai do Fan


^ihljoteCfí O n M
Ventilação natum

coberturas tipo shed ou com lanternins solucionam a ventilação.


Ventilação por ãiferenças de temperatura

Figura 2.6 (continuação) Em grandes ambientes industriais, que geram elevada carga
térmica, coberturas tipo shed ou com lanternins solucionam a ventilação.

2.2.1 Cálculo da ventilação por termossifão


0 cálculo cia ventilação natural por diferenças de temperatura consiste em identificar a
pressão disponível devido ao termossifão, dada pela Ecp [2.3]:
T -T
Ap = 273Hgp0 273Hy0 _2__l i [2,3]
T,TX T
i 2ITi
com as perdas de carga que se verificam no deslocamento do ar quente.
Tais perdas se devem em geral às aberturas de entrada e saída por onde obrigatoria­
mente passa o ar, como janelas, venezianas, lanternins, etc. E, de acordo com estudos da
Mecânica dos Fluidos (Costa 8), elas são diretamente proporcionais à pressão dinâmica do
ar relativa à velocidade deste pela abertura.
Desse modo, lembrando a Eq. [2.1], podemos escrever que essas perdas de pressão nos
serão dadas, para uma velocidade de referência c, pela equação:

J = lLA.^p9 = Z Ã - ^ y 0, [2.4]
2 H2 2a'1

biblioteca
Ventilação natura

em que:.
J é a perda global de pressão na passagem do ar pelas referidas aberturas; e
£A o somatório dos coeficientes de atrito À das diversas aberturas dispostas em série m l
passagem do ar.

Quando, por comodidade de projeto, as seções das passagens do ar em série não sãJ
pré-estabelecidas no mesmo tamanho (íl, ílj, fl2) criando nelas diferentes velocidades de]
escoamento (c, c2), podemos tomar a velocidade maior (c) como referência, e fazer sim-l
plesmente:
cf „ Q2 C2 D2

Qt

de modo que,

Q2 Q2
E/i = A + A, + Aq = A + A——+ A——.
£22 Q2

Assim, fazendo ainda


T
Ío_
P2 ~ Po Tn

a igualdade entre a diferença de pressão disponível e a perda de carga fornece

T o -T _ . c2 Tr
h 9PoTo' = EA — pn — ,
To7; 1 2 Fo T2

donde

12gH(T2 —Ty)
c= [2.5;
EAT

Observação: no caso de seções de passagem diferentes, de acordo com o que foi exposto, a
velocidade c encontrada será a de referência (menor seção), sendo as demais uma decorrên­
cia das proporções 0 / ^ e Íl/ÍL, pré-estabelecidas para as demais seções.

2.2.2 Termossifão para diluição do calor ambiente


Na ventilação natural por termossifão em ambientes cuja carga térmica de aquecimento é
elevada devido a grandes concentrações de pessoas, ou à presença de máquinas e equipa­
mentos que dissipam grandes quantidades de calor, a vazão do ar de ventilação é fixada pelr
elevação de temperatura aceitável para 0 local, como ficou esclarecido no item 1.3.3.
Assim, de acordo com a Eq. [1.15], para a vazão que passa pela seção Í1 com uma velo­
cidade c m/s, podemos escrever:
ão por diferenças de temperatura

Q
V = 3.600cQ = [ 2 .6 ]
pCp(T2 - 7] y

Mr :nde decorre uma nova expressão para a velocidade de deslocamento do ar pelas aber-
■nras de ventilação, causa das perdas de cargas citadas inicialmente:

V m3/h Q
c = --------- = —--------- —----------- m/s. [2 7]
3.600Q 3.600QpCpÇT2 - 7j) 11

Zssa equação, juntamente com a Eq. [2.5], nos permite calcular:

a = J -------------7 --------- 2H — 7 [2-8]


\H (T 2 - T { f 2 g 3 .m 2p 2Cp2 1 1

_ finda, como verificação, para instalações já projetadas cujas características Q,H, O e XA


á: conhecidas, determinar qual a diferença de temperatura entre o ambiente e 0 exterior:

AT = T2 - T í =t2 [2.9]
| HQ.22g3.600z p2Cp2

Os valores de À a adotar para as diversas aberturas são os que se seguem:


aberturas livres, 1,5;
aberturas protegidas por telas ou venezianas com 70% de área livre, 3,0;
aberturas protegidas por telas ou venezianas com 50% de área livre, 6,0;
lanternins, pode-se usar 0 somatório dos À correspondentes às passagens que os
caracterizam.

Na prática é preferível calcular a área livre da seção de passagem Í1 a ser adotada e cor-
■gbla no final, de acordo com 0 coeficiente de área livre ou as características construtivas
forem adotadas na sua elaboração.
Na realidade, nos problemas que mais ocorrem, a carga térmica de aquecimento do
ir ciente ( 0 pode ser calculada facilmente, e os valores de H, XÀ e ATpodem ser estipula-
ács em projeto, de modo que a orientação de cálculo mais simples seria (ver também o item
1 -4 ):

a) calcular o volume de ar (V) necessário para a diluição da carga térmica do ambien­


te, de acordo com a Eq. [1.15] ou a [2.6];
b) calcular a velocidade c disponível pelo termossifão, dada pela Eq. [2.5];
c) calcular a área livre í) de referência para as diversas passagens do ar;
d) corrigir as diversas áreas de passagem, de acordo com 0 tipo de construção (co­
eficiente de área livre) adotado para cada uma delas, respeitando a área livre de
referência calculada no item anterior.
Ventilação natural

EXEM PLO 2 .1

Dimensionar as aberturas para a ventilação natural por termossifão do pavilhao de


uma aeiaria (Aços Finos Piratini S.A.), cujas características são:
• entradas de ar pela parte inferior, por venezianas, com 70% de área livre;
• saídas de ar na parte superior por lanternins venezianados, com 70% de área li­
vre;
• dimensões do pavilhão
- comprimento, 163 m,
- largura, 107 m,
- altura média, 26 m,
- volume do ambiente, Va = 453.500 m3;
• desnível centro a centro entre as venezianas inferiores e as venezianas dos lanter­
nins superiores, 28,6 m;
• carga térmica global do ambiente, incluindo insolação, ocupantes, iluminação e
equipamentos, 50.240.000 kJ/h (12.000.000 kcal/h).

Solução
Arbitraremos a temperatura externa mais desfavorável como t\ = 32°G e, em vista da
magnitude da carga térmica do ambiente, consideraremos para uma solução racional,
em termos de dimensões, uma elevação da temperatura do ambiente em relação à do
exterior como 8°G, de modo que fy, será igual a 40°C.
Nessas condições, de uma maneira direta, podemos calcular:
'J' rp Q
Ap = HgOr.Tr, -2--- i- = 28,6 x 9,80665 x 1,2928 x 273----- ------= 8,2954 N/m2.
1 JH° 0 r 2Tj 313x305
Ou, igualmente:

Ap = HynTn 7Í —I± = 28.6 x 1,2928 x 273-----------= 0,8459 kgPm2.


/0 u T2Tt 313x305
E, considerando as aberturas pelas suas áreas livres (2À = 1,5 + 1,5 = 3), podemos
definir a velocidade de referência:
ro por diferenças de temperatura

: lemos calcular a área livre das aberturas de passagem do ar de ventilação, direta-


n ente ou por meio da equação geral [2.8]:

V q 2y.x t
Q= = 672.9 m2.
3.600c ]l H(T2 - T1f3.60022gp2Cp2

:mo verificação da exatidão do dimensionamento feito, podemos ainda calcular:

at = J ■■ 1 8 oC.
I HCí2 •3.6002 ■2gp2Cp2

j bservações
a Como a área calculada define a área livre das aberturas, para 70% de área livre, o
valor achado anteriormente deverá ser dividido por 0,7. Assim, tanto as venezia­
nas de entrada do ar como os lanternins de saída deverão ter uma área global de
961,3 m2 cada um.
: Na saída, o ar assume uma temperatura 8°C maior e, portanto, um volume leve­
mente superior, de modo que exigiria uma abertura também maior; mas, como a
perda de carga nesse caso também sofre uma redução, tal correção foi negligen­
ciada.
Como o ambiente mantém uma temperatura superior à do exterior, sua carga tér­
mica sofre uma redução em virtude das perdas de calor através das superfícies
que o delimitam, perdas essas que não foram levadas em conta, em favor da segu­
rança do projeto.
: i A solução correspondente a esse projeto é a da Fig. 2.6(a).
V s

f ............................. 1
EXEM PLO 2 .2

falcular as aberturas para ventilação natural por termossifão de um sanitário indivi­


dual com 2 m2 de área piso e pé-direito de 2,5 m.

Solução
domo índice de renovação de ar do sanitário adotaremos o valor recomendado pela
Cab. 1.9, isto é, n = 20 e, portanto, V= 20 X 5 m3 = 100 m3/h. Consideraremos, ainda,
::ue uma pessoa em atividade moderada libera pelo seu metabolismo cerca de 210
k.J/h (50 kcal/h) de calor sensível.
Xessas condições, para a temperatura tx = 32°C, podemos calcular:

V
íniveíSKiade Federal do Para
biblioteca O n M
Ventilação natura

Q kJ/h _ Q kcal _______210 50


_______ ______________
AT = : 1,79°C,
pCpV ~ yCpV ~ 1,16 x 1,009 x 100 " 1,16 x 0,241 x 100
2gHàT 2 x 9,80665 x 2 x 1,79
c= =0,277 m/s,
XXT-, 3x305

De onde, finalmente, obtemos as áreas livres para as aberturas de ventilação:


V 100
Q= =0,100 m2.
3.600c 3.600x0,277

Adotando aberturas venezianadas de alumínio com 60% de área livre, a área global
para a passagem do ar desse sistema de ventilação, tanto na entrada como na saída,
deverá ser de 0,168 m2.
A abertura de entrada pode ser localizada na parte de baixo da porta do sanitário,
enquanto que a de saída deve ser em parede de divisa com uma área externa ou poço
de ventilação, mantendo-se obrigatoriamente entre as duas uma distância centro a
centro de, no mínimo, H = 2 m, que serviu de base para os cálculos anteriores.

EXEM PLO 2 .3 *•

Calcular o sistema de ventilação natural por termossifão básico para as antecâmaras


de proteção contra incêndios.
Este problema é idêntico ao anterior e serviu de orientação para a elaboração das
normas NBR 9077 da ABNT. A antecâmara foi fixada em 10 m2 de piso com um pé-
direito de 2,5 m (Va = 25 m3) para uma lotação de cinco pessoas. Os dados registrados
são os que seguem:
• As antecâmaras devem ter aberturas de entrada de ar junto ao piso e de saída de
ar junto ao forro, com área global mínima de 5 X 0,168 = 0,84 m2 com 60% de área
livre e na proporção máxima de 1:4 quando retangulares.
• Entre as aberturas de entrada e saída de ar das antecâmaras deve haver uma dis­
tância vertical mínima de 2 m, medida eixo a eixo.
• As aberturas das antecâmaras serão interligadas por dutos verticais, ao longo dos
N pavimentos a serem ventilados, um para as entradas e outro para as saídas, com
seção mínima de flv= 0,21 N-m2, e não inferior a 0,84 m2.
• O duto vertical com as entradas de ar puro será aberto unicamente na parte infe­
rior, preferentemente no subsolo, em zona protegida de eventual incêndio.
• O duto vertical com as saídas de ar usado será aberto unicamente na parte supe­
rior, devendo seu topo ultrapassar em altura, no mínimo, 1 m qualquer elemento
construtivo existente na cobertura; e sua abertura de saída efetiva, quando prote­
gida da chuva, deve ser 1,5 vezes a área da seção do duto.
:ão por diferenças de temperatura

2.2.3 T e r m o s s if ã o p a r a a r r a s t o d o c a lo r d a s c o b e r t u r a s

- m s m i s s ã o d e c a lo r

n o objetivo de caracterizar bem os elementos estritamente necessários para resolver os


arrclemas relacionados com o arrasto do calor de insolação, faremos a seguir uma rápida
. .-.nação sobre transmissão de calor.
Transmissão de calor é o processo através qual o calor, pelo efeito de gradientes de
mperatura, passa de um corpo para outro. Quando o fluxo é contínuo, o calor transmitido
* imetamente proporcional à superfície de contato entre os corpos e à diferença de tempe-
n u r a , de modo que, de uma maneira geral, podemos escrever:
Q = KSAt k.l/h (kcal/h), [2.10]

ade K é o coeficiente geral de transmissão de calor, dado em kJ/m2«°Oh (kcal/m2»°C*h).


A relação entre a diferença de potencial térmico (At) e a intensidade do fluxo térmico
T . à semelhança do que ocorre em eletricidade, recebe o nome de resistência térmica:

Rt = à í = J L h -° C/kJ (h -° C/kcal). [2.11]


V IAU

A passagem de calor de um corpo para outro pode acontecer por condução, por convec­
ção ou por irradiação.

idução
condução é a passagem do calor no interior dos corpos em geral sólidos, devendo-se a
msmissão unicamente ao movimento microscópico de suas moléculas, sem deslocamento,
ã matéria.
Nesse caso, a transmissão de calor é inversamente proporcional à espessura dos cor-
pos. de modo que a equação geral [2.10], toma a forma:

Q - j S At kJ/h (kcal/h), [2.12]

:nde:
é a espessura citada; e
o coeficiente de condutividade interna, cuja unidade é kJ*m/m2»h*°C (kcal*m/m2 h«°C).

Os valores de k dependem essencialmente da natureza do material, sobretudo de sua


massa específica ou porosidade e da temperatura. A Tab. 2.3 registra os valores médios de
t que interessam para o estudo que nos propomos.

.«niversidâdê federai dô Pan


Biblioteca C e n M
Ventilação natural

T abela 2 .3
V a lo re s m é d io s de k para d iv e rso s m a te ria is

k
Material
(kJm/m2 h°C) (kcalm/m2h°C)
Concreto 5,02 1,20

Cimento-amianto 1,47 0,35

Duratex ou madeira aglomerada rígida 0,63 0,15

Lã de vidro 0,19 0,045

Eucatex isolante ou madeira aglomerada leve 0,18 0,043

Poliestireno expandido 0,13 0,03

Poliuretano em espuma rígida 0,11 0,025

Vidro 2,72 0,65

Ferro 250,00 60,00

Alumínio 728,00 174,00

Convecção
A transmissão de calor por convecção está diretamente relacionada ao movimento dos flui­
dos, que são os corpos nos quais se verifica esse tipo de transmissão.
Entretanto como, junto às superfícies (subcamada laminar) com as quais os fluidos
estão em contato, a transmissão de calor vai depender também de sua condutividade, nor­
malmente esse tipo de transmissão de calor é caracterizado por um coeficiente de propor­
cionalidade, dito de película ac que nos permite escrever:
Q = a cSAt kJ/h (kcal/h), [2.13]

R = — = — h -° C/kJ (h -° C/kcal). [2.14]


f Q acS

O valor de ac depende do fluido, das temperaturas deste e da parede, da natureza e


dimensões da parede, da natureza e da velocidade do movimento e eventualmente da mu­
dança de fase do fiuido se for o caso.

Irradiação
Na irradiação, por sua vez, o calor é transmitido por meio de ondas eletromagnéticas seme­
lhantes às da luz, mas com comprimentos compreendidos entre 0,1 e 100 p . Quando uma
radiação calorífica atinge uma superfície, uma parcela (a) desse calor pode ser absorvida,
outra (r) pode ser refletida, e a parcela restante (Y), que depende da transparência da super­
fície, pode se transmitir através desta.
Ventilação por ãiferenças ãe temperatura

A avaliação do calor transmitido por radiação pode se feita pelo chamado coeficiente de
p-ansmissão de calor por radiação (a,), o qual depende dos seguintes fatores:
Fa fator de forma ou configuração, que caracteriza a disposição da superfície envol­
vente em relação à superfície envolvida, e que usualmente vale 1;
Fe fator de emissividade, caracterizado pelas emissividades das superfícies (£ = ~d) e
suas respectivas dimensões;
(Tn constante de irradiação de um corpo negro;
d fator de temperatura, que depende do cubo da diferença das temperaturas absolu­
tas das superfícies, podendo ser tanto superior como inferior a 1.

Na prática, os processos de transmissão de calor por convecção e radiação criam fluxos


de calor em paralelo que podem ser somados, de modo que podemos adotar um coeficiente
de transmissão de calor global, entre o fluido e a superfície, misto de película e radiação,
que é designado como de condutividade externa, dado simplesmente por:
a = a c + a,kJ/m 2*h*°C (kcal/m2-h*°C).

No nosso caso, são particularmente importantes os valores de a que se verificam nas


coberturas e forros das habitações.
É interessante salientar que, numa superfície horizontal, quando a transmissão de
calor se dá para cima, ela é auxiliada pelo movimento convectivo, de modo que o valor
de a é maior do que aquele correspondente a uma transmissão de calor para baixo (Tab.
2.4).

T abela 2 .4
Coeficientes de condutividade externa do calor

a = a.c + a,-
Situação
kJ/m2 h °C kcal/m2 h °C

Ar contra superfícies horizontais, internamente


37,68 9
para cima

Ar contra superfícies horizontais, internamente


20,93 5
para baixo

Ar contra superfícies horizontais, externamente


62,80 a 104,67 15 a 25
para cima

Ar contra superfícies horizontais, externamente


29,31 a 54,43 7 a 13
para baixo

Rihiioísca CenM
Ventilação natural

Figura 2.7 Condução, convecção e irradiação estão presentes simultaneamente na


maioria dos processos de transmissão de calor.

Na maior parte dos casos que se verificam na prática, intervém os três processos de
transmissão de calor simultaneamente (Fig. 2.7). Assim, de acordo com o conceito de resis­
tência térmica podemos fazer:
R 1 1 ;
a xS («j +OÍJ ~)S’
1 1
R, =
Í2 a 2S (a 2 + a2 ) S ’

R, = — .
*2 kS
E a resistência térmica global - que será a soma das resistências parciais em série - será
dada por:
R. - R, + R. + R. ——-—i-------1----- . [2.15]
*2 *3 a 2S kS
Isto é:
1
Q = KSAt = S(T x- T 2), [2.16]
1 1 l
— +— + -
a1 a2 k
de onde obtemos o coeficiente geral de transmissão:
1
K =- [2.17]
1 1 l
— +— +—
ax a 2 k
Ventilação por diferenças de temperatura

Tratando-se, ainda, de uma parede composta, a mesma equação pode ser usada, subs­
tituindo-se apenas o valor I/k pelo somatório £ l/k. Os valores de K que nos interessam para
resolver os problemas de arrasto do calor de insolação sobre as coberturas estão resumidos
na Tab. 2.5.

T abela 2.5
C o e fic ie n te g e ra l de tra n sm issã o de c a lo r

K
Coberturas e forros
kJ/m2h °C kcal/m2h °C

Clarabóias de vidro simples de 4 mm 15,07 3,60

Clarabóias de dois vidros de 4 mm 6,20 1,48

Coberturas de telhas de cimento de 2 cm 14,26 3,40

Coberturas de telhas de barro de 2 cm 13,92' 3,33

Coberturas de telhas de metal 15,12 3,61

Coberturas de telhas cimento amianto de 6 mm 14,24 3,40

Coberturas de telhas em sanduíche de 25 mm, de 3,27 0,78


poliuretano

Coberturas de telhas em sanduíche de 40 mm, de 2,22 0,53


poliuretano

Forros de Duratex ou madeira aglomerada rígida, 9,50 2,27


de 6 mm

Forros de Eucatex ou madeira aglomerada, de 25 4,40 1,05


mm

Forros de espuma rígida de poliuretano, de 25mm 2,97 0,71

Forros de espuma rígida de poliuretano, de 50 mm 1,83 0,44

Forro de espuma rígida de poliuretano, de 75 mm 1,26 0,30

Forros de poliestireno expandido, de 25 mm 3,39 0,81

Forros de poliestireno expandido, de 50 mm 2,03 0,48

Forros de poliestireno expandido, de 75 mm 1,44 0,35


Ventilação natural

I n s o la ç ã o

0 Sol emite radiações cujo espectro corresponde aproximadamente à emissão de um corpo


negro a 6.000 K. Essas radiações atingem a camada externa de nossa atmosfera com uma
intensidade bastante reduzida - 4.865,9 kJ/m2»h (1.162,2 kcal/m2*h ) -, intensidade essa
chamada de constante solar.
Ao atravessar a atmosfera, mesmo perpendicularmente (o que só pode ocorrer às 12
horas e em certas épocas do ano, na zona tropical), a intensidade das radiações solares
sofre ainda uma redução adicional devido à transparência do ar, a qual, em dias comple­
tamente límpidos e sem poluição, é em média de 25%. Portanto a radiação solar máxi­
ma sobre a superfície horizontal cie nosso planeta, ao nível do mar, é de 3.649,2 kJ/nr »h
(871,65 kcal/ m2«h).
Na cidade de Porto Alegre, situada a 30° de latitude sul (portanto levemente afastada
da zona tropical), essa radiação solar máxima sobre as superfícies horizontais (coberturas)
verifica-se às 12 horas no solstício cie verão (declinação do Sol igual a 23°27’) e vale 3.617,4
k J/nr.h (864 kcal/m2*h).
O calor de radiação do Sol que atravessa uma superfície horizontal (coberturas das
habitações) pode ser avaliado, de uma maneira bastante prática, considerando-se uma di­
ferença de temperatura adicional hipotética devido à radiação Àth que chamaremos de dife­
rença de temperatura de insolação.
Assim, devido à insolação imaginaremos que, para efeito de cálculo da transmissão de
calor, a temperatura ext erna (tf) assuma um valor t'e tal que:
t'e = te + Atj.
Chamando de A a intensidade do calor recebido por radiação solar e de a o coeficiente
de absorção da superfície que, aquecida, assume a temperatura tp, devolvendo para o meio
externo a temperatura ç,,por condutividade externa (convecção + irradiação), uma parcela
desse calor dada pelo coeficiente ae, podemos escrever que o calor realmente transmitido
pela superfície horizontal será dado por (Fig. 2.8):

F ig ura 2.8 A parcela Q é o calor de fato transmitido pela superfície horizontal.


Ventilação por diferenças de temperatura

Q = a E - aeÇtp - Q. [2.18]
Esse calor, de acordo com a hipótese acima de temperatura adicional devida à radiação,
para uma superfície opaca, também deve ser igual a:
Q ~ Oí-e(j e ~ tp),
de onde podemos concluir que:

-jf- n i9 i

O valor do coeficiente de condutividade externa do calor ae varia muito com a tempe­


ratura e a velocidade de deslocamento do ar. Mas, para a transmissão de calor de superfí­
cies planas horizontais para cima, podemos tomar como valor médio 83,74 kJ/m2*°C»h (20
kcal/m2*°C*h).
A Eq. [2.18] permite calcular a temperatura máxima assumida por uma superfície pla­
na, horizontal ao Sol, a qual se verifica para Q= 0, isto é:

t máxima = — + í [2.20]
p n e

que vai depender essencialmente de a e de ae.

Assim, para um terraço de cor média (a = 0,75), a temperatura máxima que pode ser
atingida, num ambiente a 32°C, é 64°C. Para o caso de painéis pretos Ça = 0,95) de captação
de energia solar, protegidos por uma camada de vidro (t = 0,85), o valor de aqda Eq. [2.20]
assume a grandeza de um coeficiente geral de transmissão de calor K.
Embora teoricamente o valor de K para a proteção de um vidro de 4 mm seja 9,2 kJ/
m2*h*°C (2,2 kcal/m2*h»°C) e para dois vidros de 4 mm seja 5,0 kJ/m2-h-°C (1,2 kcal/
m2*h-°C), na realidade, devido à grande elevação de temperatura que intensifica a radiação
para o exterior do calor recebido pela superfície preta, a expectativa é de que esses valores
sejam da ordem de 25 a 37 kJ/m2«h*°C (6 a 9 kcal/m2.h.°C), para o caso de vidro simples, e
da ordem de 17 a 25 kJ/m2-h.°C (4 a 6 kcal/m2.h.°C) para o caso de vidros duplos. Nessas
condições, podemos calcular, para uma proteção de uma placa de vidro, uma temperatura
máxima de:

0,95x864x0,85
t máxima = + 32 = 110 a 165° C.
6a9

O mesmo painel, protegido com duas placas de vidro, separadas por um espaço de ar,
permitiría atingir uma temperatura de 131 a 196°C.
No caso de superfícies transparentes (clarabóias), além do calor transmitido para o
interior à temperatura th que obedece a expressão geral da transmissão de calor:

aE
Q = KSAt = KS(te - t i ) = KS - + h —t-
a„

ríüversioaüô reoeidi 0\
siMioteca OnM
Ventilação natural

Devemos levar em conta o calor que passa em função da transparência. Assim, consi­
derando para uma clarabóia os coeficientes:
de transparência, t = -0,85;
de absorção, a = -0,07
de reflexão, r =~0,08,
podemos escrever (Fig. 2.9):
Q" = E„
de modo que, no total, teremos, por metro quadrado de superfície:

aE Ka
Q = Q'+Q« = K + te~ h + E t - K (t - f - ) + -+ t E, [ 2 .2 1 ]

em que (Ka/ae) + t recebe o nome de fator solar da clarabóia.

\
\
\
Figura 2.9 Parte do calor que incide sobre uma superfície transparente penetra no
ambiente.

Realmente, observando a Eq. [2.21], notamos que o fator solar representa um acrés­
cimo na penetração de calor (devida unicamente à insolação), além daquela que ocorre
normalmente sem a radiação solar. Como esse acréscimo na transmissão de calor devido à
insolação pode ser calculado pela diferença de temperatura de insolação Aí, definida ante­
riormente, podemos fazer:
Ventilação por diferenças de temperatura

de onde:
( a t
Mi = E, [ 2 . 22]

Assim, considerando o coeficiente total de transmissão de calor através do vidro como


K - 3,6 kcal/m2»°Oh (Tab. 2.5), podemos calcular para a mesma:

/ 0,07 0,85^
Aí, = + 864 = 207° C.
20 3,6 ,

Para as demais superfícies opacas, comuns em coberturas, os valores de At,- em função


de a, e para um valor médio de a e=20 kcal/ m2*°C»h, constam da Tab. 2.6.
Observação: para maiores detalhes sobre os coeficientes de transmissão de calor K e a
usados neste capitulo ver Costa (1 e 12).

Tabela 2.6
D ife re n ç a s de te m p e ra tu ra p o r ra d ia ç ã o so la r

Cobertura a At.

Telhas de cimento amianto enegrecidas pelo tempo 0,88 38°C

Telhas de cimento amianto vermelhas 0,82 35

Telhas de cimento amianto normais 0,70 30

Telhas de cimento amianto pintadas de branco 0,50 22

Telhas de barro vermelhas 0,82 35

Telhas de alumínio polidas 0,50 22

Telhas de alumínio oxidadas 0,82 35

P r o te ç ã o c o n tr a in s o la ç ã o

A principal causa do desconforto térmico das habitações no verão é a insolação, sobretudo


aquela que incide sobre as coberturas. Embora a proteção contra a insolação das coberturas
possa ser feita por meio de isolamento térmico - e de outras técnicas que não recomenda­
mos por sua pouca praticidade, como o uso de materiais reflexivos, lâminas de água e mes­
mo materiais de grande inércia térmica -, a solução mais econômica e permanente consiste
sem dúvida no emprego de uma camada de ar móvel junto à cobertura, o que se consegue
com um forro adequadamente projetado.
É o que se depreende do estudo comparativo da penetração de calor por insolação que
ocorre nas diversas coberturas, que faremos a seguir.
m m \ú

Biblioteca O n M
Ventilação natural

Considerando a temperatura interna da habitaçao igual à temperatura externa de 32°C,


para coberturas simples, a penetração de calor será dada simplesmente por (Fig. 2.10):
Q = -^ c o b e rtu ra Aí;, [2.23]
de modo que as Tabs. 2.5 e 2.6 nos permitem calcular os valores que constam da Tab. 2.7.
Para o caso de coberturas com forro sem ventilação, por sua vez. teremos (Fig. 2.11):

F ig ura 2.11 Cálculo do calor que penetra em uma residência com forro sem ventilação.

<9 = KAh = T ^~T Aí,. [2.24]

y x +y 2
Ventilação por ãiferenças de temperatura

E, igualmente, com os dados das Tabs. 2.5 e 2.6, podemos calcular os valores que estão
registrados na Tab. 2.7.

Por outro lado, se o ar contido entre o forro e a cobertura for deslocado numa proporção
de V m3/h por metro quadrado de habitação, poderemos estabelecer o seguinte equaciona-
mento (Fig. 2.12):

©1 — ©2 ©3 ’

onde:
[2.25]

Q z ^ p C p th -V ’ [2.26]

Q-3 = K3(tm - í e), [2.27]

K1(h + Ah ~ fm) = VPCPtts - V + K3 - V - [2.28]

A temperatura média do forro (í,„) vale:

t - ^ +\ [2.29]

de modo que podemos chegar à expressão:

[2.30]
's K,+K„
1 3 + VpC
2 p
E podemos igualmente calcular tm, Qj, Q2 e Q3
Ventilação natural

Na Tab. 2.7 aparecem os valores das penetrações de calor devidas unicamente à insola­
ção para diversos tipos de coberturas sem forro, com forros não-ventilados e ventilados com
quantidades de ar variáveis entre zero (forro sem ventilação) e 40 n r/h-m 2.
A observação da Tab. 2.7 mostra quão econômica é a solução do arrasto do calor de
insolação das coberturas por meio de uma camada de ar móvel, a qual pode ser facilmente
obtida pelo efeito do termossifâo.

Tabela 2.7
c a lo r de in so la ç ã o
Calor de insolação
Cobertura
kJ/hm 2 kcal/hm2
Sol direto (12 h, solstício de verão.. POA - 30°S) 3.617,40 864

Clarabóias de vidros simples de 4 mm 3.120,00 745

Clarabóias de dois vidros de 4 mm 3.098,23 740

Telhas de cimento amianto enegrecidas pelo tempo 540,94 129,2

Telhas de cimento amianto vermelhas 498,23 119,0

Telhas de cimento amianto novas 427,05 102,0

Telhas de cimento amianto pintadas de branco 313,17 74,8

Telhas de alumínio polidas 332,43 79,4

Telhas de alumínio oxidadas 529,21 126,4

Coberturas metálicas com 25 mm de poliuretano 114,30 27,3

Coberturas metálicas com 40 mm de poliuretano 77,88 18,6

Telhas cimento amianto, 6 mm, forro de M.A. rígida


216,46 51,7
de 6 mm
Telhas de cimento amianto, 6 mm, forro de M.A. de
124,77 29,8
25 mm
Telhas de cimento amianto, 6 mm, forro de
93,37 22,3
poliuretano de 25 mm
Telhas de cimento amianto, 6 mm, forro de
59,45 14,2
poliuretano de 50 mm
Telhas de cimento amianto, 6 mm, forro de M.A.
108,98 26,0
rígida de 6 mm, com ventilação de 10 m3/h m2

Com ventilação de 20 m3/h m2 72,81 17,4

Com ventilação de 30 m3/h m2 54,64 13,1

Com ventilação de 40 m3/h m2 43,71 10,44

Telhas de cimento amianto, 6 mm, forro de


poliuretano de 25 mm, com ventilação de 14,49 3,46
40 m3/h m 2
MA: madeira aglomerada.
Ventilação por diferenças de temperatura

C á lc u lo d e a b e r t u r a s p a r a v e n t i l a ç ã o d e f o r r o s

A ventilação dos forros citada no item anterior é obtida por meio do efeito de termossifão.
Este se caracteriza pela velocidade de deslocamento do ar, que, conforme vimos, depende
do caminho percorrido pelo ar (XÁ), do desnível entre as aberturas de entrada e saída do
ar (H) , da diferença de temperatura entre o ar em movimento e o exterior. A velocidade de
deslocamento do ar é dada pela Eq. [2.5]:

2gH(T0- T .)
c=
EA71

que, para o caso, assume a forma:

2gH(tm - t )
c m/s.
[2.5a]
Desse modo, conhecendo a quantidade de ar de ventilação Vm3/h-m2, obtemos as aber­
turas de ventilação:

^ V m3/h ■m2 o / 2 i i , •
il = ---------------m / m" de habitaçao.
3.600c m/s

Quando o tipo de cobertura e de forro são definidos, a elevação de temperatura do for­


ro (tm) e, portanto, a penetração de calor por insolação (Q3), vai depender unicamente da
quantidade de ar de ventilação (V) adotada, e podemos calcular as áreas livres das abertu­
ras de ventilação em função unicamente de H.
Ventilação natural
Ventilação por diferenças de temperatura

r \
T abela 2.8
A b e rtu ra s para ve n tila ç ã o p o r te rm o ssifã o

Desnível, H (m) Velocidade c (m/s) Í1 (m2)

0,3 0,192 0,0433

0,4 0,221 0,0375

0,5 0,247 0,0335

0,6 0,271 0,0305

0,7 0,293 0,0282

0,8 0,313 0,0264

0,9 0,332 0,0249

1,0 0,350 0,0236

1,5 0,429 0,0193

2,0 0,495 0,0167

2,5 0,553 0,0150

3,0 0.606 0,0137

3,5 0,655 0,0126

4,0 0,700 0,0118

4,5 0,742 0,0111

5,0 0,782 0,0106

Por outro lado, o desnível entre as aberturas de entrada e saída do ar deve ser medido
centro a centro. Assim, para um pavilhão de 10 m por 6 m com cobertura e com forro
como especificado acima, em água única com uma inclinação de telhado mínima de
15%, poderia dispor, para colocação das aberturas de saída, de uma parede vertical
acima do forro de 0,9 m.
Então, usando aberturas com 50% de área livre ao longo de todo o comprimento do
pavilhão, poderiamos dispor, como desnível entre essas aberturas, um H superior a
70 cm. Isto é, a abertura de saída, de acordo com a Tab. 2.8, teria uma área total de
0,0282 X 6 X 10 = 0,34 m X 10 m, e o desnível até o centro da abertura seria de até
90 cm - 34 cm2=73 cm.

.■(íiversíOàds Federal do Pan


Rihiiníprs fanW
<§& Ventilação natural

Situação diversa da anterior é a dos telhados planos (telhas tipo canal ). Nesse caso,
por segurança, imaginaremos um termossifão transversal (Fig. 2.13), de modo que, por me­
tro de comprimento (dimensão maior) do ambiente, a área total das aberturas será:

F ig ura 2.13 Cálculo da área áas aberturas em telhados planos, com termossifão
transversal.

^ to ta l -Q L-h-H.

E, de acordo com o equacionamento anterior, podemos fazer:


0,0237
Q.total -L = H ,
H
ou, ainda:
H = 0,1539 L1/2,
expressão que nos permite elaborar a Tab. 2.9 com os valores d eZ = 2H em função do lado
menor L da cobertura.

T abeia 2.9
Esp a ç o s para ve n tila ç ã o de c o b e rtu ra s p la n a s p o r te rm o ssifã o

Lado menor da cobertura, L (m) X = 2H (m)

2 0,4353

4 0,6156

6 0,7540

8 0,8706

10 0,97334

15 1,1921

20 1,3765
Ventilação por diferenças ãe temperatura

2.2.4 Termossifão para diluir o calor ambiente e arrastar o


calor de insolação da cobertura
Quando, numa ventilação natural por termossifão, em um ambiente com elevada carga tér­
mica (ver o item 2.2.2), o calor de insolação é significativo, a solução consiste em prover o
ambiente com um forro e passar o ar de ventilação entre este e a cobertura, a fim de arrastar
o excessivo calor de insolação que incide sobre o telhado.
Desse modo, o calor de insolação de uma cobertura simples, que, conforme vimos (Tab.
2.7), é de 540,93 kJ/h*m2 (129,2 kcal/ h*m2), pode ser reduzido, mesmo por meio de forros
de simples sombreamento (lençol de plástico opaco), a valores inferiores a 54,43 kJ/h«m2
(13 kcal/h»m2). Isso porque a vazão do ar de ventilação adotada nos ambientes aquecidos
é normalmente muito superior àquela adotada na ventilação destinada a arrastar apenas o
calor de insolação das coberturas (ver “Proteção contra insolação”, pág. 49).
Nesse caso, naturalmente, a carga térmica de insolação da cobertura assim reduzida é
que deve ser adicionada à carga térmica restante do ambiente. E a passagem do ar de venti­
lação se fará pelas aberturas de entrada junto ao piso, por rasgos no forro que obriguem o ar
a criar uma camada móvel junto à cobertura, e por aberturas de saída localizadas na parte
mais alta do telhado (Fig. 2.14).

O formulário a adotar será o mesmo do item 2.2.2, e os cálculos correspondentes podem


ser facilitados com o uso da planilha de cálculo que segue.

.« r a a a d e Federai do Para
biblioteca Onfr'»*
Ventilação na tura l

f .................... ------------------------- \
D im ensões
0 comprimento A e a largura B do ambiente em estudo, dados em metros.

Superfície
A área S do ambiente, em metros quadrados, que servirá para apropriar a penetração
do calor de insolação e a carga térmica devida à iluminação.

Pé-direito
A altura C, média, do forro que limita o ambiente na vertical, em metros.

Volume
O volume V do ambiente em estudo, em metros cúbicos, que servirá para caracterizar
o coeficiente de renovação de ar da ventilação adotada.

Periferia externa
Dada em metros, que mostra o comprimento em planta das paredes limítrofes do am­
biente passível de uso para locação de aberturas de entrada do ar de ventilação.

Periferia bloqueada
Dada em metros, que mostra o comprimento em planta das paredes limítrofes do
ambiente que não permitem aberturas para o exterior ou mesmo tomadas de ar do
exterior.

Lanternins ou sheds
Caracterizados pelo comprimento total em metros de sua possível instalação, longitu­
dinal ou transversalmente, em uma ou mais linhas na cobertura.

A bertu ras tipo domo


Caracterizados pelo seu número e área livre de saída, se for o tipo de abertura de
saída do ar de ventilação a ser adotado.

V
Ventilação por ãiferenças de temperatura

Forro de proteção da cobertura


Definido pelo seu coeficiente geral de transmissão de calor K kJ/h*m2«°C (kcal/
h-m2.°C). De acordo com a Tab. 2.5, seu valor pode variar de 15,12 kJ/h«m2»°C (3,61
kcal/h*m2*°C), correspondente a um simples sombreamento (lençol de plástico opa­
co ou lâmina metálica), passando a 9,5 kJ/h«m2»°C (2,27 kcal/h»m2»°C), como num
forro simples de madeira aglomerada rígida, de 6 mm, que analisamos em “Prote­
ção contra insolação” (pág. 49), até valores de 1,26 kJ/h*m2«°C (0,30 kcal/h«m2«°C),
como ocorre num forro de 75 mm de poliuretano.

Diferença de tem peratura


Entre o recinto à temperatura tr e o exterior, à temperatura te, diferença responsável
pela velocidade de deslocamento do ar por efeito de termossifão, c.
Normalmente essa diferença de temperatura é uma premissa do projeto de ventila­
ção por termossifão, sendo arbitrada em valores de preferência inferiores a 5°C. Só
excepcionalmente se aceitam valores superiores a esse (ver o Exemplo 2.1).

Coeficientes de a trito
Correspondem às passagens do ar de ventilação pelas aberturas de entrada, rasgos
no forro e aberturas de saída.
A orientação mais prática nesse caso, como já ficou esclarecido no item 2.2.2, con­
siste em tomar um valor À = 1,5 para cada uma das aberturas citadas, as quais
devem ser corrigidas no final de acordo com seus respectivos coeficientes de área
livre (a,).
No caso de defiexões de 90° na circulação do ar, pode-se adotar um coeficiente de
atrito À = 0,75 (para maiores detalhes, ver o Cap. 3).
Excepcionalmente, para melhorar as condições de ventilação por vezes dificultadas
pela exigüidade das aberturas de entrada ou de saída do ar, os rasgos no forro podem
ser aumentados, de modo que, nesse caso, o coeficiente de atrito destes deverá ser
corrigido como ficou esclarecido no item 2.2.1:

Assim, fazendo-se os rasgos no forro com uma área duas vezes maior que a das de­
mais aberturas, o valor À a adotar para eles será 1,5/4 = 0,375.

V 7777

níM-:
híOÍGCa
Ventilação natural

......................................
D esnível entre a s abertu ras de en trada e sa íd a (Hni)
É a diferença de nível, medida centro a centro, das aberturas de entrada e saída do ar
de ventilação, as quais devem, preferentemente, apresentar um desnível único e, ao
mesmo tempo, o maior possível, já que a diferença de pressão criada pelo termossifão
é diretamente proporcional a esse valor.

Carga térm ica am biente

• Equipamento
A carga térmica dos equipamentos situados no interior do recinto sob análise é ava­
liada quanto a sua produção contínua de calor ou média horária ou, ainda, adotando-
se um coeficiente de utilização ao longo do dia no caso de funcionamentos intermi­
tentes.
No caso de geradores diretos de calor, como fornos, estufas, motores de combustão,
etc., a avaliação dessa carga térmica é feita diretamente em kJ/h (kcal/h).
Já no caso de motores elétricos, essa carga térmica pode ser avaliada em função da
potência elétrica (P kW) realmente absorvida pelos equipamentos, fazendo-se:

Q = 3.600 P kW (kJ/h) = 860P kW (kcal/h).


• Pessoas
A carga térmica, na forma de calor sensível, produzida pelas pessoas varia de acordo
com a atividade destas, de modo que em média podemos adotar valores de 210 kJ/hp
(50 kcal/hp) para pessoas em atividade moderada e até 420 kJ/hp (100 kcal/hp) para
pessoas em atividade mediana.

• Ilum inação
A carga térmica da iluminação é calculada em função da potência elétrica das lâmpa­
das. Assim, para pavilhões industriais é normal uma iluminação de 20 a 30 W/m2, de
modo que essa carga térmica seria de 72 a 108 kJ/h-m2 (17,2 a 25,8 kcal/h*m2).

• Insolação
A carga de insolação com cobertura protegida por forro vai depender das caracte­
rísticas de isolamento deste (AT) e da vazão de ar de ventilação adotada. O cálculo
exato da insolação deve seguir a orientação dada no iten “Proteção contra insola­
ção” (pág. 57).
Entretanto, como as vazões adotadas para a ventilação geral do ambiente é muito
superior àquela normalmente adotada para arrasto do calor de insolação (~30 m3/
h«m2), a temperatura média atingida acima do forro (tm) será apenas 2 ou 3°C supe­
rior à temperatura do recinto (tr), de modo que, na pior das hipóteses, o calor residual
de insolação da cobertura protegida por forro será ainda inferior a 42 kJ/h»m2 (10
kcal/h»m2), valor que podemos adotar com segurança.
V______________________ ___ ______________________ J
Ventilação por diferenças de temperatura

( ---------------------- --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------\
Vazão
Calculada a carga térmica total do ambiente, podemos calcular a vazão de ar necessá­
ria para a diluição desse calor, a fim de que a temperatura do recinto sofra no máximo
uma elevação definida em projeto.
Assim, para as condições do ambiente externo de 32°C, de acordo com a Eq. [2.6],
podemos fazer:
Q _ Q kJ/h _ Q kcal/h
pCpAt 1,17Aí 0,28 Aí

ín dice de renovação de a r
Será dado por:

V m3/h
n = ------- T-.
Er m3

Velocidade do a r de ventilação n as abertu ras


Esta, por sua vez, será dada pela expressão geral [2.5], que para o caso toma a for­
ma:

2gH(tr - t e) _ 12x9,806g(ír - ^ ) _ Q
ix r 9 y 4 ,5 x 305

Seção total d a s abertu ras de ventilação ( f l to(aí)


Trata-se da seção de área livre, de cálculo direto, corrigida pelo coeficiente de área
livre (aj), nos será dada por:

_ V m3/h 2
total ~ 3.600 ca, m '

D im ensões d a s a b ertu ra s de en trada


Conhecida a área total das aberturas de circulação do ar, o dimensionamento destas
é feito em função do comprimento disponível para a sua instalação, o qual será uma
parcela de 2A (para atender aos apoios da paredq externa) ou mesmo, eventualmen­
te, parte de 2B e parte de 2A.

federai do Para
Rihiintocs fcnfr-n)
Ventilação natural

f
D im ensões d a s abertu ras de sa íd a
Tal como nas aberturas de entrada, conhecido fttotal, podemos definir a altura das
aberturas dos lanternins ou aberturas nos sheds para atender a área total necessá­
ria.

Dim ensões dos rasgos no fo r r o


Da mesma forma que as aberturas, serão dimensionados os rasgos no forro, tendo-se
cuidado com sua localização, a fim de garantir uma perfeita varredura da cobertura
com o objetivo de arrastar o calor de insolação que sobre ela incide.
Eventualmente para desonerar a perda de carga da circulação do ar, esses rasgos
podem ser duplicados, reduzindo-se assim o valor XA.
V. y

r “\
EX EM PLO 2 .5

Projetar um sistema de ventilação natural por termossifão para uma fábrica de calça­
dos, cujas características são:
• pavilhão industrial de 70 X 30 m, pé-direito de 6 m até o forro, cobertura de te ­
lhas metálicas em duas águas com 15° de inclinação, lanternim central duplo com
proteção contra chuva de vento;
• os comprimentos 70 m das laterais podem ser utilizados na proporção de 80%
para a colocação de janelas tipo basculante com 50% de área livre para a entrada
do ar de ventilação;
• como proteção contra a insolação da cobertura será usado forro simples, a fim de
garantir perfeito sombreamento da área de trabalho;
• rasgos no forro permitirão a circulação adequada do ar de ventilação junto às
telhas, para garantir o arrasto de grande parte do calor de insolação que incide
sobre a cobertura (> 90%);
® carga térmica do ambiente constituída, além da carga térmica residual de insola­
ção da cobertura, que arbitraremos com segurança em 42 kJ/h**m2 (10 kcal/h-m2),
pelas seguintes fontes de calor:
equipam entos
- estufas de 80 kW com 10% de utilização = 28.800 kj/h (6.880 kcal/h);
- estufas de 60 kW com 100% de utilização = 216.000 kJ/h (51.600 kcal/h);
- motores, total de 250 kW com 80% de utilização = 720.000 kJ/h (172.000 kcal/h);
- total, 964.800 kJ/h (230.480 kcal/h);
ilum inação
20 W/m2 - 72 X 2.100 - 151.200 kJ/h (36.120 kcal/h);
v J
Ventilação por diferenças de temperatura

/ --------------------------------------------------------------------
p esso a s em a tivid a d e m édia
(400) - 400 X 420 = 168.000 kJ/h (40.000 kcal/h).

Solução
Adotaremos como diferença de temperatura máxima entre a ambiente da fábrica e
a exterior 5°C, valor praticamente igual à diferença de temperatura de globo do am­
biente da fábrica e o exterior, já que a carga de radiação da cobertura será pratica­
mente eliminada com a proteção do forro ventilado.
Como diferença de nível H entre as aberturas de entrada e saída do ar de ventilação,
podemos tomar com segurança 6m + 4 m - 2 m = 8m.

Os coeficientes de atrito correspondentes às passagens do ar pelas aberturas de en­


trada, rasgos no forro e lanternins estão apropriados com referencia à velocidade real
c de circulação pelas aberturas citadas, conforme segue:
- aberturas de entrada, À = 1,5;
- rasgos no forro, À = 1,5;
- lanternins, duas deflexões de 90° com velocidade c/2, A = 0,75/4 + 0,75/4 = 0,375;
- veneziana vertical do lanternim com velocidade c, À = 1,5;
- duas passagens horizontais com velocidade c/2, À = 1,5/4 + 1,5/4 = 0,75;
Total, 2À = 5,625.

De modo que podemos calcular:

2gHAt 2x9,806 x 8 x 5
c= = 0,68 m/s.
iat ; 5,625x305

E, igualmente:

1.372.200 kJ/h 327.60 kcal/h


V =- Q 234.000 m3/h.
pCpAt 1,17x5 0,28x5

Vazão que garante um índice de renovação do ar do ambiente de:

V m3/h 234.000 m3/h


n■ : 18,6 vezes por hora.
Fr m3 12.600 m3

E a área livre das aberturas de circulação do ar de ventilação será:

„ —---------
Q V m3/h = _____________
234.000 m3/h —G0 A
„ a
3.600c 3.600x0,68 m/s

Assim, as passagens do ar de ventilação, deverão ter as dimensões que seguem:


Ventilação natural

• Entrada
Janelas do tipo báscula com 50% de área livre, num total de 191,2 m3 assim dis­
tribuídas: largura total de cada lado 56m com uma altura de 1,7 m localizadas de
modo a não dificultar a colocação do maquinário a uma altura de 2 m do piso.
No inverno, a fim de controlar a temperatura interna, essas janelas poderão ser
parcialmente fechadas.
• Rasgos no forro
Poderão ser protegidos por telas, com 50% de área livre e em número de três ao
longo de todo comprimento da fábrica; deverão ter, para atender a área total de
191,2 m2, uma largura mínima de 0,91 m (adotaremos 1 m).
A localização desses rasgos deve ser preferentemente como registrado na Fig.
2.15, sendo os rasgos das bordas afastados das partes baixas do telhado por no
mínimo 2 m, a fim de permitir uma fácil circulação do ar contra a cobertura.
Como esses rasgos representam cerca de 10% da área do forro, eles devem ser
protegidos por forro local adicional para se evitar insolação direta da cobertura
através deles.
• Lanternins
As duas venezianas longitudinais do lanternim do tipo convencional, com 50% de
área livre deverão ter, como as janelas de entrada, uma largura total de 56 m com
uma altura de 1,7 m.
Entre essas venezianas deverá ser previsto espaço horizontal por onde o ar circu­
lará com metade da velocidade de referência (0,68 m/s), ou seja, 70 m X 2,72 m.
Como medida de segurança, adotaremos as dimensões 70 m X 4 m, que sem one­
rar o projeto vão melhorar o desempenho.
Como afastamento do protetor contra chuva de vento, igualmente, embora se re­
comende a dimensão 1,36 m (ver a seleção do À correspondente), adotaremos o
valor de 2 m.

1,7 m

2m

30 m

F ig ura 2.15 Esquema e valores para cálculo dos lanternins.


Ventilação por diferenças de temperatura

------------------------------------------------------------------------------------------------------------- \
Todos os valores acima relacionados constam da Fig. 2.15 e da “Planilha de cálculo”
a seguir.

Pla nilha de c á lc u lo de ve n tila ç ã o g e ra l p or te rm o ssifã o

Quantidade
Ambiente Características Valor
número

Dimensões A x 8 (m) 70 x 30

Superfície S (m2) 2.100

Pé-direito C (m) 6

Volume Va (m3) 12.600

Periferia externa (m) 200

Periferia bloqueada (m) —

Lanternins ou sheds (m) 70

Aberturas no telhado, tipo domo (m2) —

Forro de proteção da cobertura (K kJ/h-m2) 15,12

Diferença de temperatura At = tr - t e (°C) 5

Coeficientes de atrito 2\ 5,625

Desnível aberturas de entrada e saída H (m) 8

• Carga térm ica ambiente


Fquipamentos 268 kW 964.800 kJ/h
Pessoas 400 p 168.000 kJ/h
Iluminação 20 W/m2 151.200 kJ/h
Insolação 42 kJ/h-m2 88.200 kJ/h
• Total 1.372.200 kJ/h

Vazão do ar de ventilação, V (m3/h) 234.000

índice de renovação do a rn (p/h) 18,6

Velocidade do ar de ventilação nas aberturas


0,86
c (m/s)

Seção das aberturas de ventilação íítotai (m2) 95,6

Dimensões das aberturas de entrada m x m 2 x 54 x 1,70

Dimensões das aberturas de saída m x m 2 X 54 X 1,70

Dimensões dos rasgos no forro m x m 3 X 70 X 1,00

V J
m
Observações
n
Ventilação natural

Nos lanternins está prevista um a e ntrad a horizontal de 70 m x 4 m.


Nos lanternins estão previstas saídas horizontais entre estes e os protetores c o n ­
tra chuva com ventos de 2 x 70 m x 2 m.

C om o solução alternativa , ao em vez de janelas tipo basculante, p oderiam ser


usadas duas paredes d esencontra da s de 0,85 m para a entrad a do ar. Nesse
caso, as eventuais janelas serviriam a penas para ilum inação natural, seriam
fixas e pod eriam ficar situadas a um a altura maior.

v
VENTILAÇÃO

Í MECÂNICA

DILUIDORA
3.1 G eneralidades
Quando a movimentação do ar de ventilação é obtida por diferenças de
pressão criadas mecanicamente, diz-se que a ventilação é artificial, for­
çada ou mecânica. Adota-se a ventilação mecânica sempre que os meios
naturais não proporcionam o índice de renovação de ar desejado, ou,
ainda, como elemento de segurança nas condições de funcionamento
precário da circulação natural do ar.
A ventilação mecânica além de ser independente das condições
atmosféricas, apresenta a grande vantagem de possibilitar o tratamen­
to do ar, como filtragem, humidificação, secagem, etc., assim como sua
melhor distribuição. Essas operações geralmente acarretam perdas de
carga elevadas na movimentação do ar.
De acordo com o tipo de contaminação do recinto, a ventilação me­
cânica pode ser local exaustora ou geral diluidora.
Na ventilação local exaustora, o ar contaminado é capturado antes
de se espalhar pelo recinto, verificando-se, pela sua retirada, a entra­
da do ar exterior de ventilação. Trata-se de uma ventilação altamente
especializada, que só é adotada quando as fontes de contaminação são
locais, como ocorre comument.e em ambientes industriais, e que anali­
saremos em detalhe no Cap. 4.

« M â d e Federal do Pan
Biblioteca O n * " 1
Ventilação mecânica diluidora

Na ventilação mecânica do tipo geral diluidora, o ar exterior de ventilação é mistura­


do com o ar viciado do ambiente. Consegue-se com isso uma diluição dos contaminantes até
limites higienicamente admissíveis. É o tipo de ventilação normalmente adotado quando da
impossibilidade de se capturar o contaminante antes que ele se espalhe pelo recinto, como
ocorre nos ambientes onde a poluição é causada por pessoas ou fontes esparsas de calor ou
poluentes.
A ventilação mecânica geral diluidora será feita por insuflamento se o ambiente for
limpo (auditórios, lojas, etc.), pois nesse caso o ar exterior poderá ser facilmente filtrado e
uniformemente distribuído pelo ambiente, mantendo-o a uma pressão superior à do exte­
rior, o que evitará a infiltração de ar não-tratado.
Quando a contaminação do ambiente é elevada, torna-se preferível por vezes adotar
o processo de exaustão geral (casas de máquinas, ambientes com pó, etc.). Nesse caso,
embora o ambiente fique a uma pressão inferior à do exterior, permitindo infiltrações de ar
não-tratado, a extração dos contaminantes é mais intensa e a quantidade de ar necessária
para a diluição é menor.
Finalmente, quando se deseja extrair o contaminante principal (sala de fumantes) e,
ao mesmo tempo, manter o ambiente suprido com ar filtrado e estanque ao ar exterior,
adota-se o sistema misto de ventilação geral diluidora, com insuflamento e aspiração com­
binados.
Nos recintos habitados, a instalação de ventilação mecânica mais adotada é a geral di­
luidora por insuflamento. Usa-se a aspiração parcial do ar só excepcionalmente, quando, por
restrição da saída do ar, a sobrepressão do ambiente se torna muito elevada (dificultando
até a abertura das portas) ou quando a concentração de fumos é localizada. Os componen­
tes que constituem esse tipo de ventilação podem ser vistos na Fig.3.1.

3.1 Em locais habitados, a instalação de ventilação mecânica mais adotada


F ig ura
é a geral diluidora por insuflamento. (1) Tomada de ar exterior; (2) dutos de ar
exterior; (3) casa de máquinas; (4) filtros; (5) ventilador de insuflamento com motor de
acionamento; (6) dutos de insuflamento; (7) bocas de insuflamento; (8) bocas de saída;
(9) dutos de saída; (10) ventilador de aspiração com motor de acionamento;
(11) descarga do ar para o exterior.
Generalidades

Observação: em grande parte dos casos, as frestas ou aberturas normais do ambiente -


como portas e janelas - desempenham o papel das bocas de saída.
Ventilações mecânicas do tipo geral diluidora por insuflamento se destinam normal­
mente ao conforto, de modo que o ar de renovação dève ser distribuído de modo uniforme
sobre a totalidade da superfície ocupada do local. Devem-se evitai correntes de ar desagra­
dáveis, zonas de estagnação e os curtos circuitos.
A ASHRAE fixa em 0,075 m/s e 0,2 m/s os limites inferior e superior das velocidades do
ar para recintos com pessoas em trabalho sedentário. Velocidades acima de 0,2 m/s, só são
toleráveis quando a temperatura efetiva é superior à de conforto, podendo se tornar, caso
contrário, causa de desconfortos ou mesmo doenças.
Quando o ar insuflado apresenta, em relação ao ar ambiente, uma diferença de tempe­
ratura superior a 3°C, não deve ser insuflado diretamente sobre as pessoas, e sim afastado
da zona ocupada, onde pode ser misturado previamente com o ar do recinto. A direção mais
conveniente para o movimento do ar é a de frente para as pessoas, sendo aceitável a de cima
e desaconselhável a de trás ou de baixo.
Com base nas considerações anteriores, podemos imaginar os seguintes sistemas de
distribuição do ar:
• distribuição para baixo;
• distribuição para baixo e para cima;
• distribuição de baixo para cima;
• distribuição cruzada;
• distribuição mista;
• *distribuição especial em minas.

3.1.1 Distribuição para baixo


Nesse sistema de distribuição, o ar é introduzido no recinto pela parte superior e retirado
pela parte inferior (Fig. 3.2). Esse método apresenta inúmeras vantagens, pois o ar é insu­
flado longe da zona de ocupação, não levanta poeiras normalmente depositadas nos pisos;
misturado com o ar ambiente antes de entrar em contato com as pessoas, funciona como um
pistão, empurrando o ar viciado para as aberturas de saída, e evita curtos circuitos entre a
entrada e saída do ar.

F igura 3.2 Distribuição do ar para baixo.


Ventilação mecânica ãiluiâora

Pelas razões apontadas, que garantem sua aplicabilidade tanto no verão como no in­
verno, esse sistema é atualmente o processo de distribuição do ar de ventilação por insufla-
mento mais adotado. O insuflamento nesse caso pode ser feito por meio de bocas, colocadas
tanto lateralmente (grades de insuflamento) como no forro (aerofusos).

3.1.2 Distribuição do ar para baixo e para cima


O ar é introduzido e retirado pela parte superior do recinto. Quando as bocas de insufla­
mento são laterais (grades), a injeção lo ar se faz com velocidade adequada (jato), de modo
a atingir todo o recinto, para depois sair por grades situadas próximas à grade de insufla­
mento (Fig. 3.3).

Figura 3.3 Circulação do ar na distribuição para baixo e para cima. Os bocais de


entrada e de saída ficam próximos.

Quando as bocas de insuflamento se localizam no teto (aerofusos), elas são duplas, com
insuflamento pela periferia e saída pela parte central (Fig. 3.4).

Figura 3.4 Bocas de insuflamento de teto.


Generalidades

3.1.3 Distribuição para cima


No sistema de distribuição para cima, o ar é insuflado no ambiente lateralmente, logo aci­
ma dos ocupantes, com saída pela parte superior (Fig. 3>§). Essa solução é adotada em
ambientes com carga térmica elevada e no qual se deseja manter uma sobrepressão para
evitar a entrada de ar não-tratado, o que impossibilitaria o uso de uma ventilação natural
por termossifão.

As sobrepressões adotadas são da ordem de 10 N/m2 (1 kgf/m2), a fim de não criar


dificuldades na abertura de portas. Esse sistema de ventilação mecânica é o que melhor se
presta para efetuar, juntamente com a ventilação do ambiente, o arrasto do calor de insola­
ção das coberturas (ver os itens 2.2.3 e 2.2.4).
É o que acontece em ambientes como bares, restaurantes, cozinhas e pavilhões indus­
triais como os de beneficiamento de cereais e outros.

3.1.4 Distribuição cruzada


O sistema de distribuição cruzada consiste no insuflamento horizontal do ar a velocidades
elevadas pela parte superior do recinto, o que origina correntes de ar secundárias que ar­
rastam o ar viciado dos níveis inferiores.
Este processo é aceitável apenas para pequenos ambientes. A saída ocorre pelo lado
oposto, por meio de grelhas situadas à mesma altura do insuflamento (Fig. 3.6).

Figura 3.6 Sistema de distribuição cruzada.


Ventilação mecânica ãíluiüora

3.1.5 Distribuição mista


Nesse tipo de distribuição, o ar insuflado apresenta movimento tanto para baixo como para
cima. É o processo de distribuição do ar de ventilação por insuflamefito ideal para grandes
ambientes e locais onde é permitido fumar.
O insuflamento se faz a meia altura, enquanto que a saída do ar, junto com os fumos,
verifica-se por cima, eventualmente mediante uso de um exaustor especial, e por baixo,
após entrar em contato com os acupantes (Fig. 3.1).

3.1.6 Distribuição em minas


Técnica especial de ventilação mecânica é aquela adotada na renovação do ar de galerias
de minas. Nesses casos, a ventilação pode ser feita de diversas maneiras: exaustão, insufla­
mento, misto e insuflamento pela galeria de acesso.

E x a u stã o

O ar é retirado das frentes de trabalho por meio de ventiladores instalados na boca da mina
e ligados ao interior dela por condutos de aspiração, geralmente executados em lona estru­
turada, chapa soldada ou mesmo madeira.
Esse procedimento apresenta o inconveniente de levar para a frente de trabalho um ar
exterior parcialmente viciado, visto que passa pela galeria de acesso.

I n s u f la m e n t o

O ar é levado até as frentes de trabalho por meio de ventiladores colocados na boca da mina
e ligados ao interior por condutos de insuflamento executados com os mesmos materiais
que os de aspiração.
Essa solução, a par da vantagem de insuflar ar puro diretamente na frente de trabalho,
apresenta o inconveniente de efetuar a saída do ar de ventilação pela galeria de acesso, tra­
zendo poeiras e fumaças que prejudicam o tráfego por ela.

M o d o m is t o

Processo mais racional, consiste em reunir os dois processos anteriores. Faz-se a exaustão
após as detonações de dinamite e demolições intensas, e insuflamento nas horas de traba­
lho normal durante as quais não se verificam formação de poeiras e fumaças em excesso.

I n s u f la m e n t o p e l a e n t r a d a

O insuflamento do ar se dá pela própria galeria de acesso, por meio de ventiladores adapta­


dos à boca da mina, cuja entrada é estanque. Para isso, o avanço da mineração deve ocorrer
por duas galerias paralelas, simultaneamente, fazendo-se o insuflamento por uma e a saída
pela outra.
Cálculo áe instalações áe ventilação mecânica

Figura 3.7 Ventilação de galerias pelo sistema de insuflamento pela entrada.

Essas galerias vão sendo interligadas à medida que o avanço progride, fechando-se as
interligações anteriores, como esclarece a Fig. 3.7. Nas galerias mortas, não-atingidas pela
ventilação geral, seja qual for o processo adotado, é feita uma ventilação secundária com
o auxílio de pequenos ventiladores. Estes tomam o ar da ventilação geral e o colocam na
frente de trabalho por meio de ramais especiais de insuflamento.

3.2 C álculo de instalações de ventilação mecânica


Os cálculos referentes às instalações de ventilação mecânica consistem essencialmente no
dimensionamento de seus elementos e na determinação das perdas de carga corresponden­
tes, a fim de se estabelecer a potência mecânica necessária para o motor de acionamento
do ventilador.
O dimensionamento dos diversos elementos por onde circula o ar é feito por meio da
equação geral:

V m3/h 2
-------------irr [3.1]
3.600c m/s

Nessa expressão, normalmente a vazão é calculada em função das necessidades da


ventilação, enquanto que a velocidade, embora possa obedecer a valores recomendados;
atendendo às perdas de carga criadas, nível de ruído, arrasto de pós e gotas; em grande
parte dos casos, como ramificações de canalizações, bocas de insuflamento e outros, deve
ser objeto de estudo especial.
O mesmo acontece com as perdas de carga nos dutos e acessórios, que devem ser objeto
de cálculo específico.
Quanto às velocidades recomendadas, de acordo com a ABNT (PNB 10, de 1972) para
instalações de ventilação e condicionamento de ar de baixa pressão, devem ser respeitadas
as velocidades básicas, que constam da Tab. 3.1.

Mais detalhes, em alguns aspectos, encontram-se na Tab. 3.2, recomendada pela Car-
rier.
Quanto às bocas de insuflamento, além de seu racional dimensionamento, que estuda­
remos a seguir, a fim de se evitarem ruídos indesejáveis, as velocidades máximas recomen­
dadas constam na Tab. 3.3.
Ventilação mecânica ãiluiàora

T abela 3.1
V e lo c id a d e s re c o m e n d a d a s para ve n tila ç ã o m e c â n ic a g e ra l c^lluidora (ABNT)

Recomendadas (m/s) Máximas (m/s)

Escolas, Escolas,
Designação Prédios Prédios
Residên­ teatros, Residên­ teatros,
indus­ indus­
cias edifícios cias edifícios
triais triais
públicos públicos

Tomadas de ar exterior 2,50 2,50 2,50 4,00 4,50 6,00

Serpentinas de resfriamento 2.25 2.50 3.00 2,25 2,50 3,60


de aquecimento 2.25 2.50 3.00 2,50 3,00 7,50

Lavadores borrifadores 2,50 2,50 2,50 3,50 3,50 3,50


de alta velocidade 9,00 9,00

Descarga ventilador min. 5.00 6,50 8,00


max. 8.00 10,00 12,00 8,50 11,00 14,00

Dutos principais min. 3.50 5,00 6,00


max. 4.50 6,50 9,00 6,00 8,00 10,00

Ramais horizontais min. 3,00 4.00


max. 3,00 4,50 5.00 5,00 6,50 9,00

Ramais verticais min. 2,50 3,00


max. 3,50 4,00 4,00 6,00 8,00

Observação: velocidades relacionadas com as áreas de face e não com a área livre.

T abela 3.2
V e lo c id a d e s re c o m e n d a d a s para ve n tila ç ã o m e c â n ic a g e ra l d ilu id o ra (C arrier)

Velocidades máximas (m/s)


Aplicações
Dutos
Ramais Dutos de saída
Principais

Residências 4,00 3,00 3,00

Dormitórios de hotéis 7,50 5,50 5,00

Teatros 8,00 6,00 6,00 -

Escritórios particulares - 5,50-6,50 4,00-5,00

Escritórios públicos 11,00 7,00 6,00

Restaurantes 9,00 7,00 6,00

Lojas (pisos inferiores) 10,50 8,00 6,00

Lojas (pisos superiores) 9,00 7,00 6,00


Cálculo áe instalações áe ventilação mecânica

T abela 3.3
V e lo c id a d e s m á xim a s re c o m e n d a d a s para b oc a s de in su fla m e n to

Velocidade máxima
Aplicações
de insuflamento (m/s)
Estúdios 1,50 a 2,50

Residências 2,50 a 3,80

Igrejas 2,50 a 3,80

Dormitórios de hotel 2,50 a 3,80

Teatros 2,50 a 3,80

Cinemas 5,00

Escritórios particulares 2,50 a 3,80

Escritórios públicos 5,00 a 6,30

Lojas (pisos inferiores) 10,00

Lojas (pisos superiores) 7,50

Para as bocas de saída do ar de ventilação, embora a velocidade diminua muito rapida­


mente à medida que nos afastamos delas, é importante respeitar as velocidades aparentes
(relativas à área de face) máximas, dadas pela Tab. 3.4, em função da proximidade dos
ocupantes.

Tabela 3.4
Velocidades máximas recomendadas para bocas de saída

Situação da grade Velocidade máxima (m/s)


Sobre a zona ocupada pelas pessoas > 4 ,0 0

Dentro da zona ocupada (longe dos assentos) 3,00 a 4,00

Dentro da zona ocupada (perto dos assentos) 2,50 a 3,50

3.2.1 Bocas de insuflamento


Bocas de insuflamento ou difusores são as aberturas através das quais se introduz o ar no
ambiente. Podem ser de parede ou de teto.
As bocas de insuflamento de parede são as grades, que se classificam em:
• grades de palhetas horizontais e verticais fixas;
• grades de palhetas horizontais ou verticais de simples deflexão (horizontal ou ver­
tical) como a da Fig. 3.8;
• grades de palhetas horizontais e verticais de dupla deflexão (horizontal e vertical),
como a da Fig. 3.9.

^büotecs CphW
m * Ventilação mecânica üiluiüora

Figura 3.8 Grades ae palhetas verticais, de simples deflexão.

Figura 3.9 Grades de palhetas horizontais e verticais, de dupla deflexão.

O b s e r v a ç ã o : essas grades de insuflamento, quando providas de regulagem, recebem usual­


mente o nome de “registros de insuflamento”.

A s b o c a s d e in s u f la m e n to de teto, p o r s u a v e z , p o d e m t a m b é m s e r d e d iv e r s o s tip o s :

• d i f u s o r e s d e p la c a s p e r f u r a d a s ;

• g r a d e s q u e jo g a m o a r h o r i z o n t a l m e n t e ;

• d i f u s o r e s c o m a n é is o u p a l h e t a s e m b u tid a s , s e m i n d u ç ã o i n t e r n a , c o m o n a F ig .
3.10 (aerofusos tipo S);
• d i f u s o r e s c o m a n é is o u p a l h e t a s e m d e g r a u , s e m i n d u ç ã o i n t e r n a , c o m o n a F ig .
3.11 ( a e r o f u s o s tip o E S );

• d i f u s o r e s c o m a n é is o u p a l h e t a s e m b u tid a s , c o m i n d u ç ã o i n t e r n a , c o m o n a F ig .
3.12 (anemostato tipo AC);
• d i f u s o r e s c o m a n é is o u p a l h e t a s e m d e g r a u s , c c m i n d u ç ã o i n t e r n a , c o m o n a F ig .
3.13 ( a n e m o s t a t o tip o A R );

• d i f u s o r e s c o m o o s a n t e r i o r e s , m a s c o m s a íd a c e n t r a l o u c o m l u m i n á r i a n o c e n tr o .
Cálculo áe instalações de ventilação mecânica

Figura 3.10 Difusor com anéis ou palhetas embutidas, sem indução interna.

Figura 3.11 Difusor com anéis ou palhetas em degrau, sem indução interna.

Figura 3.12 Difusor com anéis ou palhetas embutidas, com indução interna.
Ventilação mecânica ãiluiãora

Figura 3.13 Difusor com anéis ou palhetas em degraus, com indução interna.

O s d i f u s o r e s d e t e t o p o d e m s e r q u a d r a d o s o u r e t a n g u l a r e s ( m u l t id ir e c io n a is ) , s e m i-
q u a d r a d o s , s e m i - r e t a n g u l a r e s e s e m ic ir c u la r e s .

A s b o c a s d e in s u f l a m e n t o a p r e s e n t a m a s s e g u i n t e s c a r a c t e r í s t i c a s d e f u n c io n a m e n to :
in d u ç ã o , d iv e r g ê n c ia , j a t o o u im p u ls ã o , q u e d a o u a s c e n s ã o , d i f u s ã o o u d i s p e r s ã o e p e r d a d e
c a rg a .

Indução é o f e n ô m e n o p e lo q u a l o a r in s u f la d o ( a r p r i m á r i o ) p e r d e v e lo c id a d e a o se
c h o c a r c o m o a r a m b ie n te , o q u a l e m p a r t e ( a r s e c u n d á r i o ) e n t r a e m m o v im e n to . A in d u ç ã o
p o d e o c o r r e r t a n t o n o i n t e r i o r c o m o n o e x t e r i o r d a b o c a d e i n s u f l a m e n t o (v e ja o s d iv e r s o s
tip o s d e b o c a s d e i n s u f l a m e n t o d e t e t o n a s F ig s . 3.10 a 3 .1 3 ).

Divergência é o â n g u lo f o r m a d o p e lo flu x o d e a r q u e a b a n d o n a a b o c a d e in s u f la m e n to ,
t a n t o n o p la n o h o r i z o n t a l c o m o n o p la n o v e r tic a l, o q u a l, d e v id o a o fe n ô m e n o d a in d u ç ã o ,
a u m e n t a a o a f a s t a r - s e d a fo n te .

Jato o u impulsão c a d i s t â n c i a h o r i z o n t a l p e r c o r r i d a p e lo flu x o d e a r, d e s d e s u a o r i­


g e m , a t é q u e s u a v e lo c id a d e se r e d u z a a u m v a lo r s u f ic ie n te m e n te b a ix o ( v e lo c id a d e t e r m i ­
n a l) p a r a q u e o c h o q u e c o n t r a o b s tá c u lo s ( p a r e d e s , c o lu n a s o u flu x o d e a r d e o u tr o d if u s o r )
n ã o p r o d u z a c o r r e n t e s d e a r d e s a g r a d á v e is n a z o n a d e o c u p a ç ã o (F ig . 3 .1 4 ).

P a r a n ã o c r i a r d e s c o n f o r to , a s v e lo c id a d e s t e r m i n a i s d e v e m s e r b e m b a ix a s . A s s im , d e
a c o r d o c o m o tip o d e a tiv id a d e , a s v e lo c id a d e s t e r m i n a i s r e c o m e n d a d a s s ã o a s q u e c o n s t a m
d a T a b . 3.5.

O j a t o d e p e n d e d a v e lo c id a d e r e a l d e in s u f l a m e n t o (o ), d a v e lo c id a d e t e r m i n a l , d o tip o
d e b o c a e d a d iv e r g ê n c ia d e s t a , e d e u m m o d o g e r a l p o d e s e r c a lc u la d o p e la e x p r e s s ã o :

V m 3 /h
J a to (m ) = K [3.2]
Cálculo üe Instalações tie ventilação mecânica

e m q u e í l e, a á r e a e fe tiv a ( á r e a c o n t r a í d a d a v e ia f lu id a ) , é u m p o u c o m e n o r d o q u e a á r e a
liv r e e q u e p o d e s e r c a l c u l a d a e m f u n ç ã o d a á r e a d e f a c e (ftf) p o r m e io d o c o e f ic ie n te
d e á r e a e f e tiv a ae:

cig = —- = / ( f o n n a d a g ra d e , b o rd o s ). [3.3]
Q /

/ J a to \
\ ----------------------------------7

T abela 3.5
V e lo c id a d e s te rm in a is re c o m e n d a d a s

Velocidade
Ambiente
terminai (m/s)

Indústrias, corredores, áreas de acesso, etc. 1

Escritórios públicos, lojas, teatros, igrejas, restaurantes, etc. 0,75

Escritórios particulares, residências, hospitais,quartos de hotel, etc. 0,50

Mínimo 0,25

O v a lo r d e K d e p e n d e d o tip o d e b o c a , d a d iv e r g ê n c ia e d a v e lo c id a d e t e r m i n a l . O s v a ­
lo r e s m é d io s d e ae e o s v a lo r e s d e K p a r a o s tip o s m a is c o m u n s d e g r a d e e a e r o f u s o e s t ã o
r e g i s t r a d o s n a T a b . 3.6.
iiveíSidaoôFetel doPafi
Ventilação mecânica diluidora

T abela 3.6
Velocidades de K e ae de grades e aerofusos
Divergência Velocidade
Tipo Palhetas ae K
do jato terminal
Grade Paralelas 1 8 °a 20° 0,78 0,25 m/s 10,3a 11,7

Os co
o 0
Grade Divergentes 0,68 0,25 m/s 8,2 a 9,5

o o
Grade Divergentes 0,62 0,25 m/s 5,2 a 6,5

Grade Divergentes 90° 0,58 0,25 m/s 3,8 a 5,0

Grade A Paralelas 15° 0,78 0,25 m/s 12,05


Grade C Divergentes 23,4° 0,70 0,25 m/s 9,7

Grade E Divergentes 45,2° 0,62 0,25 m/s 7,6

Grade G Divergentes 73,2° 0,58 0,25 m/s 5,6

Aerofusos S Embutidas - 0,32 0,50 m/s «2,36

Aerofusos S Embutidas - 0,32 0,75 m/s 1,98

Aerofusos S Embutidas - 0,32 1,00 m/s 1,50


Aerofusos ES Em degrau - 0,80 0,50 m/s 2,36
Aerofusos ES Em degrau - 0,80 0,75 m/s 1,98
Aerofusos ES Em degrau - 0,80 0,50 m/s 1,50
Grade Barber Colman Regulável 0,7-0,85 Ver dados
acima

Queda ou ascensão é o deslocamento, para baixo ou para cima, que se verifica ao longo do
jato,devido à divergência ou a diferenças de temperaturas.
Difusão ou dispersão é o fenômeno que ocorre no fim do jato ou em suas bordas, onde ve­
locidades inferiores a 1 m/s possibilitam a formação de correntes de convecção.
Perda de carga n a boca é a queda de pressão que se verifica no fluxo do ar ao atravessá-
la.
De um modo geral, as perdas de carga podem ser calculadas pela expressão:

-c [2.4]
J = X— p
2F 2g
onde c é a velocidade real na boca, dada por:

V nV3/h cf
c —------------- = — , [3.4
3.600aen jf a6 ’ 1 J

sendo Cf a velocidade de face na boca, ou velocidade aparente, e À seu coeficiente de resis­


tência, cujos valores, que dependem basicamente do tipo de boca, estão relacionados na
Tab. 3.7.
Cálculo üe instalações de ventilação mecânica

T abela 3.7
Coeficientes de atrito das bocas de insuflamento
Tipo de boca Divergência A
Grades paralelas tipo A 1 8 °a 20° 1,2

00
O
O
Grades divergentes tipo C 1,0

Grades divergentes tipo E 60° 0,8

Grades divergentes tipo G 90° 0,7

Aerofusos tipo S — 1,0

Aerofusos tipo ES * 1,0

Grades Barber Colman De acordo com a regulagem 1,5 a 2,5

A seleção e o dimensionamento das bocas de insuflamento devem obedecer a seguinte


ordem:
a) escolha dos pontos de insuflamento;
b) escolha do tipo de boca;
c) dimensionamento do difusor;
d) cálculo das perdas de carga nos difusores.

Na escolha dos pontos de insuflam ento para uma distribuição uniforme do ar, define-
se a área de atendimento de cada boca (quadrada para difusores de forro multidirecionais
e retangular para grades ou difusores de forro unidirecionais).
A escolha do tipo de boca obedece à localização desta, à forma e dimensões da área a
atender (fixando-se a divergência das grades ou o tipo de difusor de forro a usar).
Essa escolha deve levar em conta que grades paralelas (tipo A) apresentam pequena
divergência horizontal e são indicadas para grandes jatos, atendendo áreas retangulares
alongadas. Já as grades com divergências de 30° a 90° (dos tipos C, E e G) são aplicáveis a
áreas com proporções próximas da quadrada, como mostra a Fig. 3.15.
Os aerofusos do tipo S servem para grandes jatos com pequena indução, sendo em­
pregados em peças de pequeno pé-direito, pois insufla o ar praticamente na horizontal. Os
aerofusos do tipo ES têm menor impulsão, mas maior indução, de modo que são adequados
para peças de pé-direito elevado, uma vez que jogam o ar para baixo.
Os anemostatos AC e AR com indução interna permitem o insuflamento do ar com
elevadas diferenças de temperatura, sem perigo de chegar às pessoas antes de estar devi­
damente misturado com o ar ambiente.
As grades do tipo Barber Colman, além de ter um belo aspecto, são de palhetas verti­
cais orientáveis, atendendo a todas as aplicações citadas para as grades A, C, E e G.
O dim ensionam ento do difusor é feito a partir do tipo escolhido, do jato, da velocida­
de terminal recomendada e da vazão (Eqs. [3.2] e [3.3] e Tabs. 3.5 e 3.6).
.«reidade F e ta l do Pare
Ventilação mecânica âiluidora

Grade paralela Grade divergente

Figura 3.15 Grades com divergência entre 30 e 90° aplicam-se a áreas


aproximadamente quadradas.

É i m p o r t a n t e v e r if ic a r s e a s v e lo c id a d e s d e i n s u f l a m e n t o s e le c io n a d a s n ã o e x c e d e m a s
m á x i m a s r e c o m e n d a d a s , e m v i s t a d e p o s s ív e is p r o b le m a s d e r u í d o (T a b . 3 .4 ). C a s o c o n t r á ­
rio , o tip o d e b o c a o u a d i s t r i b u i ç ã o d o s p o n t o s d e in s u f l a m e n t o d e v e s e r o b je to d e r e e s t u -
do.

O d im e n s io n a m e n to d o s d i f u s o r e s p o d e s e r f e ito d e m a n e i r a b a s t a n t e r á p id a , p o r m e io
d e d ia g r a m a s d e c á lc u lo c o m o o s d a s p á g i n a s 91, 92 e 9 3 , e l a b o r a d o s p a r a o s a e r o f u s o s tip o
S e E S , c o m v e lo c id a d e s t e r m i n a i s d e 0 ,5 m /s , 0 ,7 5 m / s e 1,0 m /s , e p a r a a s g r a d e s d o tip o A ,
C, E e G, c o m v e lo c id a d e s t e r m i n a i s d e 0 ,2 5 m /s (v e r E x e m p lo 3 .1 ).

O cálculo das perdas de carga nos difusores é r e a liz a d o p o r m e io d a E q . [2.4] e d a


T a b . 3.7, p a r a f u t u r o d im e n s i o n a m e n t o d a c a n a l i z a ç ã o e s e le ç ã o d o v e n t i l a d o r c o m s e u r e s ­
p e c tiv o m o to r d e a c io n a m e n to .

3.2.2 Canalizações
A s c a n a liz a ç õ e s d e u m a in s ta la ç ã o d e v e n tila ç ã o m e c â n ic a , ta n to d e to m a d a d e a r e x te rio r
c o m o d e i n s u f l a m e n t o o u e x a u s t ã o , p o d e m s e r c o n s t i t u í d a s p o r p le n o s e p o r d u to s d e b a i x a
o u d e a lta p re ssã o .

O s plenos s ã o e x e c u t a d o s n a p r ó p r i a e s t r u t u r a d a s c o n s t r u ç õ e s e c o n s t i t u í d o s p o r r e ­
b a ix o s d e f o r r o s o u v ã o s d e p a r e d e s , n o s q u a is o a r s e d e s lo c a c o m v e lo c id a d e s in f e r i o r e s a
1,7 m /s , d e m o d o q u e a s p e r d a s d e c a r g a a o lo n g o d e le s p o d e m s e r n e g lig e n c ia d a s .

O s dutos de alta pressão c o n s i s t e m e m c o n d u to s d e s e ç ã o c i r c u l a r o n d e o a r a tin g e


v e lo c id a d e s s u p e r i o r e s a 10 m /s . T r a t a - s e d e t é c n i c a e s p e c ia l, p o u c o u s a d a , e m v i r t u d e d a
g r a n d e p o t ê n c i a m e c â n i c a c o n s u m i d a n a m o v im e n ta ç ã o d o a r e d a n e c e s s i d a d e d e s e u s a ­
r e m a b a f a d o r e s , g e r a l m e n t e c o lo c a d o s e m c a d a b o c a d e in s u f la m e n to , p a r a e l i m i n a r o s e l e ­
v a d o s r u í d o s q u e s e f o r m a m d e v id o à s a l t a s v e lo c id a d e s d e d e s lo c a m e n to d o a r a d o ta d a s .
Cálculo áe instalações de ventilação mecânica

Diagrama para o cálculo de aerofusos tipo S


Velocidades

•Já os chutos de baixa pressão, de uso corrente, são condutos geralmente de seção re­
tangular, onde as velocidades são inferiores a 10 m/s.
De uma maneira geral, os dutos podem ser executados com os mais diversos mate­
riais:
chapas de aço galvanizado;
chapas de aço inoxidável;
chapas de alumínio semiduro;
chapas de cobre;
.•mvorsidade Federa! do Pan
biblioteca O n M
Ventilação mecânica tiiluiãora

Diagrama para o cálculo de aerofusos tipo ES


Velocidades M r
Jato (m)

chapas de aço recobertas com chumbo;


chapas de chumbo;
placas de cimento amianto;
placas de madeira ou madeira aglomerada;
placas de plástico ou fibra de vidro;
alvenaria de tijolos, pedras ou mesmo concreto.
Cálculo de instalações de ventilação mecânica

Diagrama para o cálculo de grades

18,0 -

16,5 -
18,0 -
15,0 -
13.5 - 16.5- 18,0"
15.0 -
12,0- 16.5-
13.5 -
15,0-
10.5-
12.0 - 13.5-
9.0- 10,5 -
12,0-

7,5- 9,0- 10,5-

9,0
4.8- 6,0- 7,5-

4,2- 5,4- 7,5


6, 0 -
4, 8 -
36- 5, 4 -
4, 2 -
4,8 -
5, 4-
3, 6 -
4 , 2 - 4, 8-

3, 0 - 3, 6- 4, 2-

3 , 6-
3, 0 -
2 ,4 -
Jato (m)

2 , 4-
1, 8 -
Altura

24 30 36

I 24 30 34

Largura das grades


Dimensões (pol)

As peças que formam a canalização, quando de chapas metálicas, geralmente medem


1 m de comprimento e são confeccionadas com juntas executadas com o próprio material
(Fig. 3.16). As diversas peças, por sua vez, são interligadas por meio de uniões sem solda
(Fig. 3.17).
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), os parâmetros
básicos para projetos de instalações de ventilação (NBR 6401, dezembro de 1980) estabele­
cem as bitolas das chapas para a fabricação de dutos rígidos para sistemas de baixa pressão
[pressão estática de até 500 N/m2 (50 kgf/m2) e velocidades de até 10 m/s], Esses valores
constam da Tab. 3.8.
Ventilação mecânica tiiluitiom

h
-_________ ■ c

União plana com chaveta União em esquadro União interior

Figura 3.17 Uniões sem solda ligam as peças das canalizações metáiicas.

T abela 3.8
Bito la s d a s c h a p a s para fa b ric a ç ã o de duto s de ve ntila ç ã o

Espessuras Circular Retangular

Alumínio Aço galvanizado Calandrado


Helicoidal Lado maior
com costura
bitola mm bitola mm (mm) (mm)
long (mm)

24 0,64 26 0,50 Até 225 Até 450 Até 300

22 0,79 24 0,64 250 a 600 460 a 750 310 a 750

20 0,95 22 0,79 650 a 900 760 a 1.150 760 a 1.400

18 1,27 20 0,95 950 a 1.250 1.160 a 1.500 1.410 a 2.100

16 1,59 18 1,27 1.300 a 1.500 1.510a 2.300 2.110 a 3.000

Um bom projeto das canalizações de uma instalação de ventilação mecânica deve obe­
decer à seguinte orientação:

r 0 momento de transporte do ar, ou seja, o produto vazão-distância, deve ser o


menor possível para se obter uma instalação econômica tanto do ponto de vista
da instalação como do consumo de energia.
Cálculo de instalações de ventilação mecânica

Atendendo a esse objetivo, a rede de distribuição do ar, deve obedecer aos seguintes
traçados (Fig. 3.18):
em linha;
palmada;
mista.

Figura 3.18 Traçados de redes de distribuição de ar.


(a) Em linha; (b) palmada; (c) mista.

Além disso, devem ser tomadas medidas para reduzir as perdas de carga nos acessórios
como, por exemplo, guias nos joelhos e nas curvas (Fig. 3.19). Para a colocação de guias tipo
(a) nos joelhos, adota-se o processo da linha-base, descrito a seguir.
Ventilação mecânica üiluiãora

• Linha-base
a) Para joelhos sem redução, traçar uma linha diagonal do canto interno ao canto ex­
terno [Fig. 3.20(a)].
b) Para joelhos com redução, marcar um ponto O à distância R de ambos os lados do
canto externo do joelho e traçar uma linha diagonal desse ponto ao canto interno
[Fig. 3.20(b)].

(a) (b)
Canto externo Canto externo

• Locaçao cias veias


a) As veias devem ser executadas de acordo com o gabarito da Fig. 3.21.
b) Arredonda-se o canto externo com o raio R correspondente (Tab. 3.9).
c) Coloca-se a primeira veia, à distância R do canto interno, sobre a linha-base.
d) A partir dessa veia, marcam-se sobre a linha-base as distâncias R para as veias
intermediárias.
e) Se a distância entre o canto externo arredondado e a última veia for superior a
1,5R, colocar uma veia intermediária, dividindo esse espaço ao meio.•

• Colocação do gabarito para fixação das veias


a) Colocar o gabarito (Fig. 3.22) no canto interno, coincidindo sua linha-base de 40°
com a linha-base traçada no joelho (Fig. 3.20), e marcar os furos corresponden­
tes.
b) Colocar o gabarito nas demais distâncias R e marcar os furos de fixação das de­
mais veias.
Cálculo de instalações de ventilação mecânica

,12,5.12,5. C .12,5. ,12,5,12,5.12,5.


M M ----------- * * * i

< 3- -O -
~-*<r
Dobre no esquadro Dobre no esquadro tj
Dobre total

Dobre
total

CN
-Q~ -e - -e - 3 (-

Figura 3.21 Gabarito para execução das veias.

Figura 3.22 Posicionamento do gabarito para fixação das veias.


Ventilação mecânica diluidora

As cotas representadas por letras nas Figs. 3.20, 3.21 e 3.22 estão registradas na Tab. 3.9
ena função do lado maior W do joelho. As chapas usadas na confecção das veias devem ser
iguais às adotadas para a execução do joelho correspondente, de acordo com a Tab. 3.8.

T abela 3.9
C otas de g a b a rito para e xe c uç ã o de ve ia s em c u rv a s de d u to s de ve ntila ç ã o

W (mm) R (mm) A (mm) 8 (mm) C (mm) D (mm) E (mm)

120 a 600 75 175 100 50 95 220

610 a 900 125 275 150 100 175 350

910 a 1.200 175 375 200 150 255 480

1.210a < 255 535 280 230 375 680

Para a colocação das guias nas curvas [Fig. 3.19(b)], adotam-se relações de raios iguais,
isto é:

R4 _ R3 _ R2 __ ^
R3 R2 R1

Dessa forma, chamando de n o número de guias, podemos fazer:

^4 n+1
R,

donde:

Da mesma forma, nos aumentos de seção, devem ser adotados pequenos ângulos de
divergência (a < 8o) ou mesmo veias para reduzi-los (Fig. 3.23).

F ig ura 3 .2 3 Nos aumentos de seção, adotam-se pequenos ângulos de divergência.


Cálculo áe instalações áe ventilação mecânica

A colocação das bocas de insuflamento (aerofusos e grades) é executada como mos­


tram as vistas da Fig. 3.24, evitando-se a pressão dinâmica do escoamento, para o insufla­
mento do ar no ambiente.

í I
Figura 3.24 Colocação de bocas de insuflamento.

O fluxo de ar nas bocas de insuflamento deve ser orientado por meio de captores apro­
priados (Fig. 3.25), dispostos perpendicularmente à veia fluida. Normalmente, esses capto­
res têm comprimento de 75 mm e são espaçados de 50 em 50 mm.

Figura 3.25 Captores adequados orientam o fluxo de ar nas bocas de insuflamento.


Ventilação mecânica ãiluidora

0 dimensionamento da canalização deve prever que, além das velocidades-limite re­


comendadas, as pressões estáticas em todas as bocas de insuflamento sejam praticamente
iguais aquelas necessárias para vencer a perda de carga própria de cada uma. Para isso são
adotados os seguintes métodos de cálculo:
arbitragem de velocidades;
igual perda de carga;
recuperação da pressão estática.

O processo de arbitragem de velocidades consiste em adotar as velocidades recomen­


dadas, não prevendo o equilíbrio das pressões estáticas nas bocas de insuflamento, o que
exigirá uma posterior regulagem das mesmas. Esse processo só é aceitável como avaliação
inicial ou para o dimensionamento dos dutos principais, que, por serem geralmente comuns
a todas as bocas de insuflamento, não serão causa de desequilíbrio de pressão entre elas.
O método de igual perda de carga consiste em adotar uma perda, por unidade de
comprimento de conduto, igual para toda a canalização. Embora isso simplifique os cálcu­
los, não atinge também o desejado equilíbrio de pressões estáticas citado.
Quando a distribuição é palmada, esse processo pode ser melhorado adotando-se, para
cada tramo, uma perda de carga por metro inversamente proporcional ao comprimento do
tramo.
A recuperação de pressão estática consiste em reduzir a velocidade de distribuição
do ar ao longo da rede, de tal forma que a diminuição da pressão dinâmica seja transfor­
mada em pressão estática suficiente para vencer as perdas de carga do percurso. Nessas
condições, a pressão estática de cada boca de insuflamento seria igual à pressão estática
inicial e, portanto, igual à das demais.
Tal processo baseia-se na equação do equilíbrio dinâmico de um fluido em escoamento
unidirecional e sem atrito [ver Costa (8)]:

dh + vdp + d = 0.
2g

Para o caso de fluidos incompressíveis, ou mesmo compressíveis, como o ar, quando a


variação de pressão é muito pequena (escoamentos isométricos), a expressão anterior pode
ser facilmente integrada, assumindo a forma da conhecida equação das alturas ou energias
por unidade de peso de Daniel Bernoulli:

h + v p -1---- = constante,
2<7
sendo:
h a energia potencial devido à posição ocupada pela massa fluida no campo gravitacio-
nal;
vp = p /y =p/pg a energia devido à pressão (estática) suportada pelo fluido; e
c2/2g a energia devido à velocidade (energia cinética).
Cálculo de instalações de ventilação mecânica

A equação de Bernoulli pode ser expressa em função das pressões ou energias por uni­
dade de volume da massa fluida em J/m3 (kgf*m/m3), multiplicando-se por y = l / v = pg:

c2 c2
hpg + p + — p - h y + p + — y = constante.

Essa equação, para o ar a baixa pressão escoando em nosso meio - caso em que a varia­
ção de energia no campo gravitacional é praticamente nula pode ser simplificada para:
c2 c2
p H----p = p H----- y = constante. [3.5]
2 2g '

Isto é, nas canalizações de ar de ventilação, a soma das pressões estáticas e dinâmicas


(devido à velocidade), desde que não haja perdas, é uma constante.

Assim, numa mudança de seção como a da Fig. 3.26 , como a velocidade cx>c2, resulta
um aumento da pressão estática:

Ap = p 2 - pj

Na realidade, os atritos na variação de seção fazem com que essa recuperação de pres­
são não seja integral, podendo-se considerar na prática um aproveitamento de 75%, de
modo que:

Ap = p 2- p ^ 0 , 7 5 Cl p = 0,75C l2~ C2 y. [3.6]

Essa recuperação de pressão pode ser aproveitada para vencer a perda de carga do
trecho de canalização que vai até a próxima boca de insuflamento, a qual passará a ter a
mesma pressão estática que a boca de insuflamento anterior. Assim, considerando os du-
tos como circulares e lembrando que a perda de carga nos mesmos pode ser expressa por
(Costa 8):

J: 2 2 ^12C2
D2 P = D2g 7,
Ventilação mecânica ãUuiãora

de modo que, fazendo:

_ V m3/h _ Vs m3/s
" 3.600Q “ jiJJ2
~T~
obtemos:
r 0,81]Aí12I /2 0,0827 Xl0V 2
[3.7]
D'J p = ------ ^ r ^ r ’

onde o coeficiente de atrito À é uma função do número de Reynolds e da rugosidade relativa


do duto circular:
À = / (Re, k/D),
e pode ser obtido por meio do diagrama de Stanton.
Mais prática, entretanto, é a fórmula empírica para o cálculo das perdas de carga de
canalizações de ventilação executadas em chapas galvanizadas, da ASHRAE:
1,9
V 1,9 2,51
,J N/m2 = 0,01178í,o —
12 ^1,22 ■0,01844/ -*■
12 jrj5,02
= 0,01006712 y 0,61 '
[3.8]
Vs

Ou, ainda, no sistema técnico de unidades MKfS, onde J é dado em kgf/m2:


1,9 1,9 2,51
J kgfim2 = 0,001199/ =0,00188112 5,02
■0,001026112 y 0,61 '
[3.9]
12 D1-22 vs

Identificando a recuperação de pressão estática em kgf/m2 dada pela Eq. [3.6], para a
condições ambientes médias Qy = 1,2 kgf/m3), com a perda de carga em kgf/m2 dada pela
última equação registrada em [3.9], obtemos a expressão:
C 2,51
0, 045 9 ( c2 - Cj) = 0 ,001026/12 [3.10]

A partir da Eq. [3.10] podemos elaborar um diagrama de cálculo das canalizações de


ventilação pelo método da recuperação da pressão estática. Para isso, vamos decompor a
expressão anterior em três equações:

‘12 _ A.
V 0,61
s

Perda de carga J - 0,001026Ac|’51;


Recuperação de pressão = 0,0459 (cf - c|).
As dependências expressas por essas equações podem ser traduzidas graficamente por
três famílias de linhas, como as representadas na Fig. 3.27.
Cálculo de instalações de ventilação mecânica

Figura 3.27 Â direita, valor de A em função de Vs e l ]2- À esquerda, valor de J


em função de c2 e A.

No diagrama, à direita, estão representadas as retas que fornecem o valor de A (orde­


nadas) em função da vazão Vs do ar (abscissas), e o comprimento Z12 do trecho cuja perda de
carga é objeto da recuperação. À esquerda, uma família de curvas fornece a perda de carga
em função da velocidade do trecho c2 (abscissas) e do valor já definido por A (ordenadas).
Sobre essas curvas, podem ser registradas as velocidades ch em função de c2 (abs­
cissas), necessárias para obter uma recuperação de pressão igual à perda de carga nela
registrada.
A interligação dos pontos de igual valor de cx fornece uma nova serie de linhas curvas
que completam o diagrama. Como os valores de Vs, Z12 e cx são dados do projeto, jogando com
c2podemos facilmente determinar, com auxílio do diagrama, a recuperação de pressão e a
perda de carga, identificando-as se possível. Assim, a partir de Vs (ponto 1) e Z12 (ponto 2),
determinamos A (ponto 3).
Selecionada a velocidade c2 menor do que cx (ponto 5', 5 ou 5"), a perda de carga será
dada a partir de A (ponto 3), pelos pontos 4', 4 ou 4". A recuperação de pressão, por sua vez,
será dada pela interseção de cx com a abscissa c2, dependendo de qual ponto (5', 5 ou 5")
poderá ser menor (ponto 6'), igual (ponto 6) ou maior (ponto 6") que a perda de carga no
trecho Z12. Desse modo, selecionada a velocidade c2 no trecho, podemos calcular a seção a
adotar nele, e assim sucessivamente para os demais trechos.
O diagrama de dimensionamento das canalizações de ventilação pelo processo de recu­
peração da pressão estática em unidades do sistema técnico (MKfS) encontra-se na página
110. Entretanto a aplicação desse diagrama para o dimensionamento das canalizações de
ventilação de baixa pressão, que usualmente, na prática, são constituídas de dutos de seção
retangular e apresentam assessórios como joelhos, curvas, mudanças de seção, etc., exige
dois tipos de correção, discutidos a seguir.
m M M

biblioteca Ont™*
Ventilação mecânica üiluiãora

P r im e ir a c o r r e ç ã o

Como as fórmulas adotadas para a elaboração do diagrama estão relacionadas com dutos de
seção circular, quando adotamos dutos de seção retangular de altura H e largura L = aH.
com a mesma velocidade selecionada c2 e, portanto, mesma seção íl, as perdas de carga na
realidade resultam maiores do que as indicadas nos pontos 4', 4 ou 4".
Para obter os valores corretos das perdas de carga nos condutos de seção retangular,
podemos adotar o conceito de diâmetro hidráulico (ver bibliografia). Diâmetro hidráulico
(D/j) de um conduto de seção retangular íl = HL = aH2 é o diâmetro de um conduto circular
que, para a mesma velocidade, sofre a mesma perda de carga que o conduto retangular em
estudo.
De acordo com o estudo do escoamento em canalizações da mecânica dos fluidos, o
diâmetro hidráulico nos é dado por:

Dh = = = H J íL . [3.11]
Perímetro 2 (H + L) 2H(l + a) 1+a

Nessas condições, considerando uma canalização de seção retangular, podemos dizer


que, para uma velocidade c2, caso sua seção fosse circular:

Q = HL = aH2 =
4
de onde vem:

D = J ——— -
V K
1 ,1 2 8 # Vã. [3.12]

A perda de carga, de acordo com a fórmula empírica da ASHRAE, em que J=f(c2, D),
seria dada por:

O c u l a r = 0 , 0 0 1 1 9 9 /1 2 - ^ .

Entretanto, na realidade, como se trata de uma seção retangular, para a mesma veloci­
dade c2, a perda de carga será maior:

1,9

^retangular “ 0 , 0 0 1 1 9 9 ^
Dh 1,22 ’

De modo que podemos calcular:

^ ..... ^retangular l,1 2 8 i7 ( l + a ) V ã (1 + a )”


í Y ' 22 = 0 ,4 9 7 4 [3.13]
^circular [D h ) 2 aH yfã

Os valores dessa correção em função de a = L/H estão relacionados na Tab. 3.10.


Cálculo áe instalações de ventilação mecânica

Ta b ela 3.10
C o e fic ie n te de c o rre ç ã o das p e rd a s de carg a em d u to s re ta n g u la re s

L/H - a D/H = 1,13a Dh/H = 2a/(1 + a) (D/Dh)122 = b

1 1,13 1,00 1,16

1,5 1,38 1,20 1,19

2 1,60 1,33 1,25

2,5 1,78 1,43 1,31

3 1,95 1,50 1,38

3,5 2,11 1,56 1,44

4 2,26 1,60 1,52

Observação: como a perda de carga é diretamente proporcional ao comprimento da canaliza­


ção, ou trecho em dimensionamento, a maneira mais prática de se fazer essa correção, caso o
duto seja retangular, consistem em adotar um comprimento para este multiplicado por 6:
l\2 corrigido = l12 X b.

f ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- \
EXEM PLO 3 .1 *•

Sabendo que:
• f12=5 m;
• Vs=l m3/s;
• Cj=5 m/s;
calcular c2para um duto retangular de a=L/H~ 2.
No diagrama da página 110, para uma seção circular, podemos ler:
A = 5;
c2 = 4,48 m/s.
Entretanto, ao adotar uma seção retangular, devemos corrigir:
6 = 1,25;
liz corrigido = 5 X 1,25 = 6,25 m;
A - 6,25;
c2 = 4,37 m/s;
J = recuperação = 0,266 kgf/m2.

Como se pode notar, a variação da velocidade c2 para obter a recuperação desejada foi
inferior a 3%. Na prática, embora essa correção chegue a atingir 10%, pode-se, sem
grandes erros, calcular os dutos de seção retangular de proporção LIH no máximo
de dois, como dutos de seção circular, empregando-se diretamente o diagrama da
página 110.
Ventilação mecânica ãHuiãora

S egu n d a correção

Como as canalizações de ventilação são constituídas não apenas por dutos, mas também por
acessórios como joelhos, curvas, transformações, etc., que também contribuem com perdas
de pressão, é importante incluir essas quedas de carga adicionais no equacionamento do
cálculo da seção de seus diversos trechos.
A maneira mais simples de fazer essa inclusão é através do conceito de comprimento
equivalente do acessório correspondente. O comprimento equivalente de um acessório de
canalização de diâmetro D é o comprimento do duto que, colocado no lugar uo acessório em
consideração, acarreta a mesma perda de carga.
Normalmente o comprimento equivalente é expresso por meio de um múltiplo do diâ­
metro da canalização. Quando, no processamento dos cálculos de uma canalização, o diâ­
metro não for inicialmente conhecido, ele deverá ser arbitrado para o cáiculo preliminar dos
comprimentos equivalentes dos diversos acessórios.
Assim, chamando de Àa o coeficiente de atrito do acessório correspondente e tomando
para o cálculo de sua perda de carga a Eq. [2.4], obtemos:
C
J.acssono. —Xa —
o rp —Xa o—- . 'y.
2~g
E como, de acordo com o estudo da dinâmica dos fluidos viscosos (Costa 1 ou 8), a
perda de carga nos condutos, além de depender da pressão dinâmica, é diretamente propor­
ciona] à área de contato do fluido com a parede ( ttDI) e inversamente proporcional à seção
de passagem Í1 = ttD2/4, podemos escrever que:

T/r nDl c
J.conduto
~k TP ~2
4
Ou, ainda, na forma mais conhecida, em que À6,recebe o nome de coeficiente de atrito
dos condutos:
l c l cr
Conduto K D 2 P ^ D 2 g Y’-
[3.14]
de modo que, identificando essas duas grandezas, o comprimento do conduto - que passa a
se chamar comprimento equivalente (/,,,) do acessório em consideração - vale:

( [3.15]
O valor do coeficiente de atrito de um conduto depende do número de Reynolds do
escoamento (Re) e da rugosidade relativa do conduto, podendo ser calculado por fórmulas
empíricas ou pelo diagrama de Stanton. Entretanto, para canalizações de ventilação de
baixa pressão executadas em chapas de aço galvanizado de baixa rugosidade, é aceitável o
valor médio de 0,02.
O diâmetro a considerar no cálculo dos comprimentos equivalentes dos diversos aces­
sórios das canalizações é o diâmetro hidráulico, já que a equação de equivalência analisada
foi estabelecida para velocidades iguais. A Tab. 3.11 fornece os valores aproximados de Àa e le
para os acessórios mais comuns das instalações de ventilação mecânica de baixa pressão.
Cálculo áe instalações de ventilação mecânica

T abela 3.11
V a lo re s de Ag e le para a c e ssó rio s de c a n a liza ç õ e s de ve n tila ç ã o m e c â nic a
Acessório Aa
Curvas de seção circular - Ver Fig. 3.28 f 0,50 0,73 36,5D
0,75 0,38 19,0D
R/D 1,00 0,26 13,0D
1,50 0,17 8,5D
2,00 0,15 7,5D
Curvas de seção retangular H/L = 0,5 - Ver Fig. 3.29 [0,50 1,30 65,0D
0,75 0,47 23,5D
R/L 0,28 14,0D
1,00
1,50 0,18 9,0D
Curvas de seção retangular Fi/L = 1 a 3 - Ver [0,50 0,95 47,5D
Fig.3.29 0,75 0,33 16,5D
R/L 10,0D
1,00 0,20
í 1,50 0,13 6,5D
Curvas de seção retangular com um defletor - Ver [0,50 0,70 35,0 D
Figs. 3.30 e 3.19b 0,75 0,16 8,0D
, R/L 6,5D
1,00 0,13
1,50 0,12 6,0D
Curva de seção retangular com dois defletores [0,50 0,45 22,5D
- Ver Figs. 3.30 e 3.19b 0,75 0,12 6,0D
R/L
1,00 0,10 5,0D
1,50 0,15 7,5D
Joelho de seção circular - (ver Fig. 3.31) 0,87 43,5D
Joelho de seção retangular - (ver Fig. 3.32 ) 1,25 62,5D
Com veias simples - (ver Figs. 3.33 e 3.19a ) 0,35 17,5D
Com veias duplas - (ver Fig.3.33) 0,10 5,0D
Lona de adaptação do ventilador 0,1 a 0,2 5,0 a 10,0D
Transformação de seção retangular - (ver Figs. 3.34
e 3.23). Para a < 8 ° (a//< 1/7) 0,15 7,5D
Aumentos de seção a
Coeficientes de atrito referidos à variação da 5o 0,17
2 2 10° 0,28
c f - CÍ
pressão cinetica: —------ - p 20° 0,45
2 30° 0,59
Ver Fig. 3.35 40° 0,73
Redução de seção a
Coeficiente de atrito referido à seção estrangulada 30° 0,02 1D2
45° 0,04 2D2
60° 0,07 3,5D2

Observação: para curvas e joelhos de ângulo inferior a 90°, reduzir os valores tabelados na
proporção:

« . a
---- A ou -----1.
90° 90°
Ventilação mecânica ãiluiãora

Curvas de seção circular

Figura 3.28 Curvas de seçao circular.

C urvas de seção retangular

Figura 3.29 Curvas de seçao retangular.

Curvas de seção reta ngular com defletores

Figura 3.30 Curvas de seção retangular com defletores.

Joelho de seção circular

F igura 3.31 Joelho de seçao circular.


Cálculo tie instalações de ventilação mecânica

Joelho de seção reta ngular

Figura 3.32 Joelho de seção retangular.

Joelho de seção reta ngular com veias

Figura 3.33 Joelhos de seção retangular com veias.

Transform ação de seção retangular


n

Figura 3.34 Transformação de seçao retangular.

M udanças de seção
ÍI2

F igura 3.35 Mudanças de seção.


Ventilação mecânica ãiluitiora

Vazão no trecho (rr)3/s)

Diagrama para o cálculo de canalizações de ventilação pelo método de recuperação


de pressão e de igual atrito.
No final do livro encontra-se encartado este diagrama no formato natural.
Cálculo üe instalações áe ventilação mecânica

0 diagrama de cálculo de canalizações de ventilação pelo processo de recuperação de


pressão estática, permite ainda:
• Calcular a perda de carga dos dutos dimensionados pelo processo de arbitragem de
velocidades.
Nesse caso, J é dado em função de c2, Vs e í12, acrescido dos comprimentos equivalen­
tes dos acessórios e corrigido, se o duto for de seção retangular, de acordo com a Tab.
3.10.
• Calcular os dutos pelo processo de igual perda de carga unitária i, caso em que o valor
j - i ‘l\2 Pode ser calculado arbitrando-se inicialmente um diâmetro para a avaliação
dos comprimentos equivalentes dos acessórios.

A ordem de entrada dos valores em jogo é:

Vs ^ l 12^ c 2^ C l ^ D h ^ H X L .
Orientação semelhante pode ser adotada, usando-se uma das equações empíricas [3.9],
sugeridas pela ASHRAE, mas tendo-se o cuidado de, no caso de tratar-se de uma seção re­
tangular, fazer as devidas correções.
Assim, na equação

c 1>9
J = 0,01199i12 kgf / m2,

no caso de dutos com seção retangular, o diâmetro a ser usado deve ser o hidráulico (D^,
já que o cálculo de j é feito em função de c2.
Já na equação

V 1,9
J = 0,0188/12 kgf / m2,

em que J é calculado em função de Vs, o diâmetro a usar deve ser o equivalente (De).
Diâmetro equivalente de um conduto de seção retangular é o diâmetro de um conduto
de seção circular que, para a mesma vazão, acarreta a mesma perda de carga do conduto
considerado.

Assim, fazendo nesse caso uma análise semelhante à já realizada para o diâmetro hi­
dráulico, podemos estabelecer que:

ÍHL) 0,6219
D =1,297
CH + l )'0,243

valor que pode ser obtido diretamente da Tab. 3.12.


Ventilação mecânica üiluiãora

T a b e l a 3 .1 2
D iâ m e tro e q u iva le n te de um c o n d u to de se ç ã o re ta n g u la r

H/L L/De H/De

1,0 0,915 0,915

1,5 1,122 0,749

2,0 1,308 0,654

2,5 1,479 0,592

3,0 1,635 0,545

3,5 1,788 0,512

4,0 1,930 0,483

Mais prática é a solução apresentada pelo diagrama da pág. 114, destinado ao cálculo di­
reto dos condutos de ventilação, que, baseado nas equações propostas pela ASHRAE, fornece
a dependência entre a perda de carga unitária dos condutos (i) e as grandezas Vs, c2 e A
Como no uso direto das equações da ASHRAE, para o caso de dutos de seção retan­
gular, o valor de D obtido por meio desse diagrama em função de Vs e c2 será o diâmetro
hidráulico do conduto retangular considerado; e, caso a determinação de i for feita a partir
de Vs e D, o diâmetro a ser usado para caracterizar o conduto retangular, deverá ser o diâ­
metro equivalente De.
O Exemplo 3.2 mostra o uso das soluções apontadas e, ao mesmo tempo, a exatidão das
equações e seus respectivos diagramas de cálculo.

r ..................................................... '...'................ ............................


EXEM PLO 3 .2

Uma canalização de ventilação de seção retangular tem as seguintes característi­


cas:
• seção, H X L - 0,2 m X 0,8 m = 0,16 m2;
• vazão, Vs = 1,6 m3/s;
• comprimento total incluindo acessórios, i12 = 10 m.
Calcular a perda de carga (J), em kgf/m2 (mm H20).

Solução
1. Adotando a equação de J em função de c2 e D, o diâmetro a ser usado será o diâ­
metro hidráulico, dado por:
4Q 4x0,16
A = 0,32 m.
P 2(0,2+ 0,8)
V*
Diagrama para cálculo de condutos de ar condicionado e ventilação

(s/pw) SA
Cálculo áe instalações de ventilação mecânica

3.2.3 Bocas de saída e tomadas de ar exterior


As bocas de saída do ar dos sistemas de ventilação podem ser de diversos tipos:
venezianas comuns de chapa ou madeira;
grades com palhetas retas;
grades com palhetas em V;
telas perfuradas;
cogumelos.

Com exceção dos cogumelos, qualquer um desses tipos pode servir como tomada de ar
exterior.
A localização das bocas de saída, por outro lado, pode estar:
• no teto, para extração de fumos e odores, caso em que se devem tomar cuidados
especiais, para evitar curtos circuitos insuflamento-saída do ar (Fig. 3.36);

F ig ura 3.36 Colocação das bocas de saída para extração de fumos e odores.
(a) Correta; (b) errada.

• nas paredes, a 20 cm do piso ou junto ao forro, com os cuidados da disposição in­


dicada na Fig. 3.36;
• na parte inferior das portas, no rodapé de estrados de madeira ou mesmo armários
embutidos;
• no piso, caso em que são usados cogumelos, normalmente situados sob as cadeiras,
que deflexionam o ar, evitando o arrasto de pó do chão (Fig. 3.37).

■Aíüade Fedsra! dc Para


' W in ta n a O n M
Ventilação mecânica üiluiâora

As velocidades de face Cj (velocidade aparente relacionada à área total da boca) adota­


das, devem ser as que constam das Tabs. 3.1 e 3.4. Assim, para os cogumelos que geralmente
têm uma área da ordem de 0.03 m2, seria admitida uma vazão máxima de:
Vs = CfílfA 3 m/s X 0,03 m2 = 0,09 m3/s (324 m3/h),
o que exigiria, para a ventilação de cinemas, teatros, etc., onde a ração de ar mínima reco­
mendada é de 50 m3/h«pessoa, pelo menos um cogumelo para cada 6,5 pessoas.
A perda de carga nas bocas de saída podem ser calculadas, tal como para o caso das
bocas de insuflamento, pela Eq. [2.4]:

c2 c2
J = X — p = A— y,
2g ‘

onde, no caso, a velocidade real c será dada por:

c=
a
Os valores de À e a para os diversos tipos de boca de saída estão registrados na Tab.
3.13:

Ta b e l a 3.13
C o e fic ie n te de a trito de b ocas de sa íd a

Boca de saída a À

Venezianas de madeira 0,5 a 0,6 1a 3

Venezianas de chapa prensada 0,5 a 0,6 1a 3

Venezianas de chapa soldada 0,7 a 0,8 1a 3

Grades de palhetas retas 0,7 a 0,8 1a5

Grades de palhetas em V 0,7 4a8

Cogumelos - 2a4

Tela perfurada 0,3 a 0,5 2

3.2.4 Filtros
Os filtros de ar normalmente adotados nas instalações de ventilação mecânica são:
de tela galvanizada impregnada de óleo (Fig. 3.38);
de tela de alumínio obtida por estiramento de chapa;
de lã de vidro (descartável);
de pano;
de espuma de plástico (poliuretano).
Cálculo üe instalações de ventilação mecânica

F igura 3.38 Filtro de tela galvanizada impregnada com óleo.

Em casos especiais, também podem ser usados, para a retenção de impurezas, filtros
úmidos, lavadores de ar ou mesmo filtros eletrostáticos (para maiores detalhes, ver Cap. 4).
Nos filtros secos, as velocidades de face a adotar para uma boa filtragem devem ser no
máximo de 2 m/s, sendo que, nos filtros de pano (ver detalhes no Cap. 4), esse valor varia de
0,15 a 2,5 m/min, para que as perdas de carga não excedam os 125 kgf/m2.
Para os modelos mais comuns de plástico ou tela galvanizada, as perdas de carga po­
dem ser calculadas a partir dos coeficientes de atrito À relativos às velocidades de face,
que constam da Tab. 3.14. Para os filtros mais sofisticados, é necessário usar os dados que
constam no Cap. 4.

T abela 3.14
C o e fic ie n te de a trito de filtros

Filtro A = f(cf )

Espuma de poliuretano de 12,5 mm de espessura (10 poros/centímetro) 6 a 10

Tela galvanizada múltipla de 50 mm de espessura 10a 15

Tela de chapas de alumínio estiradas, com 15 mm de espessura 10a 15

3.2.5 Ventiladores
Os ventiladores adotados na ventilação mecânica geral diluidora são geralmente do tipo
centrífugo de pás voltadas para a frente (Siroco), que atingem as pressões necessárias com
menores velocidades periféricas (m2), que constituem a principal causa de ruídos dos ven­
tiladores, conforme classificação da Tab. 3.15. Em casos excepcionais, usam-se também
ventiladores axiais, especialmente para extração do ar, em que as diferenças de pressão
necessárias são pequenas.

dê Fídíral do Para
n-'H%>teca C en?™
Ventilação mecânica ãiluidora

T abela 3.15
V e lo c id a d e p e rifé ric a de v e n tila d o re s e c la sse de ruíd o

Velocidade Nível de ruído Velocidade de


Classe de ruído Aplicações
periférica (u2) (dB) descarga

1 Residências < 20 m/s Baixo < 60 < 7 m/s

Edifícios
II 20 m/s a 30 m/s Médio 60 a 80 7 m/s a 10 m/s
públicos

III Indústrias > 30 m/s Alto > 80 > 10 m/s

Observação: a v e lo c id a d e p e r i f é r i c a é d a d a p o r:

kD N rp m
u 0 = ----------------------- IT l/ S .
60

O s v e n t i l a d o r e s c e n t r í f u g o s tip o S iro c o p o d e m s e r d e s im p le s a s p i r a ç ã o o u d e d u p la
a s p i r a ç ã o (F ig . 3 .3 9 ), e s u a s d i m e n s õ e s b á s ic a s r e l a c i o n a d a s a o d i â m e t r o e x t e r n o d o r o t o r
CD) e s t ã o n a T a b . 3.16.

F ig ura 3.39 V entilador tipo Siroco de dupla aspiração.

T abela 3.16
C a ra c te rístic a s d im e n sio n a is de v e n tila d o re s tip o Siroc o

Ventilador Ventilador
Grandeza
de simples aspiração de dupla aspiração

L 0,8D 1,5D

h bODou 1,25D l,0D -ou-l,25D

^max 2,2D 2,2D

I2 0,5D D
Cálculo áe instalações de ventilação mecânica

Ao aplicar o primeiro princípio da termodinâmica ao escoamento dos fluidos que se


verifica nas máquinas de fluxo, podemos estabelecer parâmetros de cálculo que permitem
determinar as características de funcionamento dos ventiladores centrífugos, como sua
pressão, sua vazão e a sua potência (ver C osta (4)]. Assim, supondo a diferença de pressão
total gerada pelo ventilador igual a uma energia cinética por unidade de volume, correspon­
dente a uma velocidade teórica c, podemos escrever:

Aí « = <7, j P = % j : r .

onde T)a caracteriza o rendimento adiabático da compressão.


Dividindo e multiplicando o segundo termo da equação por uf= (7TÍW/60)2, obtemos:

\2
Apí = rjn ~ JL M,
\ U2 ) 2g \ U2 )

Ou seja, podemos calcular a diferença de pressão total da compressão em função uni­


camente do parâmetro (c/w2) 2 que tem 0 nome de coeficiente de pressão (Kp),

Apt = ria ^ u 22Kp = T1a ^ u 22Kp.

Isso nos mostra, ao mesmo tempo, que a pressão criada por ventiladores do mesmo
tipo, funcionando em condições equivalentes a suas características, cresce com 0 qua­
drado de sua rotação N, com 0 quadrado de sua dimensão D e com o peso específico y
ou massa específica p do fluido aspirado, isto é:

pn2D2N 2 _ yK2D2N
2x 602 p 71,1 2 x 602 p

Da mesma forma, podemos calcular a vazão do ventilador a partir da velocidade meri-


diana c2m t de saída do ar do rotor:
Ds = r)híl-c 2m = 7}hTTDl2c2m m3/s,
em que l2 é a largura na periferia do rotor, a qual pode ser tomada como uma fração a do
diâmetro- do mesmo l2 = aD.
Por outro lado, multiplicando e dividindo a expressão acima por u 2, obtemos:

V = i), naD' u 2
V U2

Isto é, podemos calcular a vazão do ventilador em função do parâmetro 7ra(c2m/w2),


que recebe 0 nome de coeficiente de vazão Kv:

= % D2u 2K„,
.'nrvçfssdads federa! do PaR
biblioteca
Ventilação mecânica üiluiãom

o que nos mostra, ao mesmo tempo, que a vazão de ventiladores do mesmo tipo, .fun­
cionando em condições equivalentes a suas características, cresce com o cubo de sua
dimensão D e com a rotação N, isto é:

Da mesma forma, a relação VJc, que caracteriza a condição de funcionamento do ven­


tilador, ílp (abertura equivalente do circuito, caracterizada pela vazão que admite para a
diferença de pressão aplicada), nos será dada por:

Q ^ = % D 2 u 2K v = % K v C 2

e ' 2M ' % u{K p %Kp ’


P

o que nos mostra ser a abertura: equi valente (Oe), que caracteriza as condições de fu n cio ­
namento de um ventilador, diretamente propo rcional ao quadrado de sua dimensão D.

Com relação à potência de acionamento (P,„), que só é dada em função da vazão Vs e da


diferença de pressão total Apt, podemos fazer:

Vsàpt VsApt kgfim2


P W (Nm/s), ou ainda, em cv,
fiM n f i M n 75

Desse modo, podemos concluir que a potência Pm de ventiladores de mesmo tipo,


funcionando em. condições equivalentes de sua características, cresce com a massa
específica p ou peso específico y, com a, quinta potência de sua dimensão D e com: o cubo
dü: rotação N. Isto é:

pn D X" y fiL fN 2
~õZT~u 22K pD2u 2Kv K PKV K PKV’
V O3

onde:
rjm é o rendimento mecânico do ventilador;
V/iVaVm = Pt o rendimento total do ventilador; e
KpKv = Km o coeficiente de potência mecânica do ventilador.

As leis dos ventiladores estabelecidas anteriormente permitem a adequação de ven­


tiladores já instalados em circuitos definidos ( í\) , pela modificação de seu tamanho (D)
ou simplesmente de sua rotação (Nfi Além disso, pelo conhecimento das relações carac­
terísticas c/u2, c2m/u 2 e dos rendimentos, podemos fazer um dimensionamento prévio dos
ventiladores (ver o Exemplo 3.3).
Assim, tratando-se de ventiladores do tipo Siroco, podemos considerar que, para equi­
pamentos bem-projetados são válidos as seguintes características básicas:
Cálculo áe instalações de ventilação mecânica

Tabela 3.17
C a ra c te rístic a s o p e ra c io n a is de ve n tila d o re s tip o Siro c o

Grandeza Ventiladores pequenos Ventiladores grandes


Rendimento adiabático rja 0,8 C,9

Rendimento hidráulico rjh 0,8 0,9

Rendimento mecânico tjm 0,85 0,95

Relação de pressão c/u2 1,5 1.68

Relação de vazão c2rn/u2 0,3 a 0,6 0.3 a 0,6

Observação: os altos rendimentos se verificam para os valores de c/u2 mais elevados.

r \
EXEM PLO 3 .3 *•

Selecionar um ventilador tipo Siroco que atenda à movimentação do ar em condições


ambientes, normais com as seguintes características:
• vazão, Vs = 10.000 m3/h;
• diferença de pressão total, A:pt = 40 mm H20 (40 kgf/m2);
• Velocidade de descarga, 8 m/s.

Solução
Para a velocidade de descarga dada, teríamos:

Cs 10.000 m3/h
0,3472 m2.
cs 3.600 x 8 m/s

Nessas condições, para um ventilador de simples aspiração, o diâmetro correspon­


dente seria (ver Tab. 3.15):
O = 0,8D X 1,25.0 = 0,3472 m2 (D = 0,589 m).
Adotaremos ventilador de fabricação padronizada, que mais se aproxima desse diâ­
metro, que éO = 0,560 m.

Por outro lado, a diferença de pressão total nos permite calcular o salto de velocidade
teórica c:

{2gíspt 12 x 9,806 x 40
c= = 26,95 m/s.
%7 y 0,9x1,2

V /
Ventilação mecânica diluidora

f ...........................""................ .......""...... ................ .......... ................... ... .............. ........................


Adotando, para um rendimento máximo, a relação d u 2 = 1,65, podemos calcular a
velocidade periférica u 2:
nDN rpm 26,95
— = 1,65 A 6,33 m/s
u2 60 1,65

de onde obtemos a velocidade de rotação:


60u2 60x16,33
N rpm = = 557 rpm.
kD 7tx 0,560

Apenas como verificação podemos calcular ainda a relação c2m/u 2, fazendo l2 = 0 ,5 D


(Tab. 3 .1 5 ):

q
Vs —----------z
—--------- 2 ,7 7 8 m3/s
-------------------—0. 04„. m/s,
Zm TinJtDl2 0 ,8 5 X7TX 0 , 5 6 0 x 0 , 2 8 0 ’

E c2m/u 2seria igual a 0,406, portanto dentro dos limites esperados.


A potência mecânica do ventilador poderia igualmente ser apropriada arbitrando-se,
de acordo com a Tab. 3.16, os rendimentos adiabático (90%), hidráulico já utilizado
anteriormente (85%) e mecânico (90%):

V m3/s Apt N/m2 _ 2,778 m3/s 392,3Apt N/m2


Pm = 1.548 W.
0,688

Ou, ainda:

2,778 m3/s 40 kgffm2


P =2,154 cv.
0,688x75

Da mesma forma, poderiamos selecionar um ventilador tipo Siroco, mas de dupla


aspiração, caso em que obteríamos os seguintes valores:
- seção de saída, ü = 0,3472 m2;
- diâmetro do rotor D = 0,430 m (adotaremos o diâmetro mais próximo, D = 0,400 m);
- velocidade correspondente ao salto de pressão, c = 26,95 m/s;
- velocidade periférica, u 2 = 16,33 m/s;
- rotação, N = 780 rpm;
- velocidade meridiana de saída do rotor, c2m = 5,53 m/s;
- relação característica da vazão c2m/u 2 = 0,36;
- potência mecânica provável igual à anterior, Pm = 1.584 W (2,154 cv).

Na realidade, a solução ideal para a escolha de um ventilador é obtida a partir de


digramas de suas características de desempenho, elaborados pelos próprios fabrican­
tes. Esses diagramas fornecem as diferenças de pressão criadas pelos ventiladores,
em função de suas vazões, para as rotações N mais usuais e para cada tamanho D.
Cálculo áe instalações de ventilação mecânica

r . '.......... .
1111 \
Geralmente as características são determinadas para condições ambientes médias
(p = 1,2 kg/m3) e devem ser corrigidas para condições diversas, de acordo com as leis
de funcionamento dos ventiladores centrífugos, analisadas anteriormente. É normal
incluir nos diagramas, para facilitar a seleção, as velocidades de descarga, o rendi­
mento global e a potência mecânica absorvida.
O diagrama mostrado na Fig. 3.40, da fábrica Otam Ventiladores Industriais Ltda.,
de Porto Alegre (RS), é do ventilador tipo Siroco de dupla aspiração RSD 400, e foi
obtido como uma das soluções do Exemplo 3.3.

Nos projetos de ventilação mecânica, a diferença de pressão total dos ventiladores, que
serve para calcular a poi ência mecânica por eles absorvida, é a pressão necessária para ven­
cer as perdas de carga cie todo o circuito de ventilação, entre as quais devem estar incluídas
aquelas devido:
à tomada de ar exterior;
à canalização de tomada de ar exterior;
ao filtro de ar;
a um eventual tratamento adicional do ar;
à pressão cinética de descarga do ventilador (descontadas as recuperações de
pressão que por meio dela eventualmente foram obtidas);
ao cluto principal e seus acessórios;
aos ramais e seus acessórios;
às bocas de insuflamento;
à canalização de descarga caso houver;
às bocas de descarga.

Como orientação prática para cálculos preliminares, podemos relacionar os valores de


Apt usuais em instalações de ventilação mecânica diluidora, que constam na Tab. 3.18.

Ta b e l a 3 . 1 8

D ife re n ç a s usu a is de p re ssã o em ve n tila ç ã o g e ra l d ilu id o ra

T ipo d e i n s t a l a ç ã o Apt ( k g f / m 2)

Ventilação pura 5 a 15

Ventilação com filtragem simples 10 a 20

Ventilação com filtragem especial 30 até 100

Ventilação com filtragem simples e tratamento adicional do ar 30 a 50


Ventilação mecânica üiluidora

r 20

-1 8

O
J
Pressão total p> kgf/rrv

- 14

(s/ lu) r.uj u u o u y j u o d s p D p p o | B A


-12

- 10

-9

-8

-7

-6

2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 10.000 15.000 20.000


Vazão de ar V m3/h
------1------I----- 1---- .-----t--- ,-------------------1--------------- 1----- t------1-----.-----1-------- r------- .------ 1------I----- .-----T--- ,--- 1--- ,----■— i--- ■— I -

2 3 4 5 6 7 10 15 20
Velocidade de descarga V m3/h1
1 ' I 1 I ' T1 1 I 1 1 1 I 1 I ' I ' 1 ' ' 1' I
0,2 0,3 0,5 1 2 3 5 15 20 30
Pressão dinâmica V m3/h (mm CA)

Figura 3.40 Características operacionais do ventilador tipo Siroco, de dupla


aspiração, modelo RSD 400, da Otam Ventiladores Industriais Ltda.
Cálculo üe instalações de ventilação mecânica

Os ventiladores dos sistemas de ventilação mecânica diluidora devem ser instalados


em casas de máquinas apropriadas, com espaço suficiente para o tratamento de ar previsto,
além daquele necessário à localização dos equipamentos calculados e da facilidade de aces­
so para sua manutenção.
As casas de máquinas devem ter ligação com o exterior para a tomada de ar e, ao mes­
mo tempo, permitir a eventual remoção dos equipamentos. Devem ser previstas, também,
tomadas de força com a potência necessária e tubulações de água e esgoto para limpeza.
A seguir estão relacionados alguns exemplos de ventilação mecânica geral diluidora:

f .............. ........ ................. ... \


EX EM PLO 3 .4

Projetar a instalação de ventilação do conjunto de escritórios esquematizado na Fig.


3.41. Trata-se de 100 m2 de escritórios, com pé-direito de 3,6 m (360 m2).

4 m ^ .. 4 m 4 m ,|
, 4m

Figura 3.41 Esquema do conjunto de escritórios do Exemplo 3-4.

Solução
Como o ambiente é limpo, adotaremos a ventilação mecânica geral diluidora por insu-
flamento de ar filtrado. Embora a ração de ar recomendada no caso seja, no máximo,

............. ” ............. ’ ' ^ .. . . . . . . . J /v ü r ia o e redetâ;


•?1 rr'Hoí(»C3
Ventilação mecânica âiluidora

42 m3/h (Tab. 3.8), para escritórios privados sem fumantes, para melhor diluição
do calor eventualmente liberado pelas pessoas, vamos adotar o índice de renovação
máximo recomendado na Tab. 3.9, que é d e n = 10.
Nessas condições, a quantidade de ar de ventilação a ser adotada, será:
V = 10 X 360 = 3.600 m3/h (Vs = 1 m3/s),
o que permitirá uma concentração de pessoas da ordem de 85 (a lotação máxima dos
escritórios, prevista pelas normas é de uma pessoa para cada 6,0 m2). Como os es­
critórios têm iguais dimensões, essa quantidade de ar se distribuirá uniformemente
pelos cinco ambientes, tocando a cada um 0,2 m3/s.
Aproveitando o rebaixo de 0,4 m (0,3 m úteis) do corredor, foi projetada uma distri­
buição de ar cruzada, com insuflamento por meio de grades com 45° de divergência
de jato (tipo E), colocadas como mostra a Fig. 3.41. Nessas condições, atendendo
às velocidades recomendadas nas Tabs. 3.1, 3.2, 3.3 e 3.4, e aos dados obtidos no
diagrama de cálculo de canalizações de ventilação pelo processo de recuperação de
pressão estática, podemos elaborar a planilha de cálculos deste exemplo, cujos itens
passamos a comentar.

Planilha de cálculo (Ex. 3.4)

D im e n ­ Recup.
Ite m E le m e n t o
le c a sõ e s
J
d e p re s ­
( m 3/s ) (m ) (m /s) (m2) ( m m H 20 )
(c m ) sã o

1 T o m a d a d e a r e x te rio r, c f 1 ,0 - 4 ,5 0 ,2 2 0 40x55 4 ,4 -

2 F iltro 1 ,0 - 1 ,8 0 ,5 5 5x100 2 ,9 7 -

3 V e n tila d o r (p re s. d in â m ic a ) 1 ,0 - 1 0 ,8 2 x 0 ,0 4 6 3 0 25 7,1 5 -

4 L o n a d e i i g a ç ã o d o v e n til. 1 ,0 - 1 0 ,8 0 ,0 9 2 5 36x25 1 ,4 3 -

5 T ra n sfo rm a ç ã o 1 ,0 - 1 1 1 - 2 ,9 8

ó D u to p r in c ip a l 1 ,0 7 ,5 0 7 ,2 0 ,1 4 0 47x30 2 ,3 -

7 D u a s c u rv a s , d u to p rin c ip a l 1 ,0 8 ,1 6 7 ,2 0 ,1 4 0 47x30 2 ,3 -

8 R a m a l , t r e c h o 1-2 0 ,8 4 ,0 0 6 ,3 5 0 ,1 2 6 42x30 0 ,5 0 ,5

9 R a m a l, t r e c h o 2 -3 0 ,6 4 ,0 0 5 ,5 0 ,1 0 9 36x30 0 ,4 0 ,4

10 R a m a l, t r e c h o 3 -4 0 ,4 4 ,0 0 4 ,7 0 ,0 8 5 28x30 0 ,3 5 0 ,3 5

11 R a m a l, t r e c h o 4 -5 0 ,2 4 ,0 0 3 ,9 0 ,0 5 1 17x30 0 ,3 5 0 ,3 5

12 B o c a s d e in s u fla m e n to 0 ,2 - 2 ,1 5 0 ,1 5 75x20 0 ,2 8 -

13 S a íd a (ja n e la s ) 1 ,0 - 4 ,7 0 ,2 1 3 - 2 ,0 0 -

V /
Cálculo áe instalações de ventilação mecânica m

r
I t e m 1: A tomada de ar exterior será uma veneziana executada em chapa de aço e
terá uma área de face de:

Cf 4,5 m/s

De acordo com a Tab. 3.13, a perda de carga da tomada de ar exterior é dada por:

onde a velocidade real c vale:

já que a velocidade dada pela Tab. 3.1 se refere à área de face.

O filtro deverá ser de tela galvanizada com 2 polegadas de espessura, com


I t e m 2:
uma velocidade de face de 1,8 m/s, o que nos permite calcular a seção:

íl = - m ^ = 0,556 m2 (55 cm x 100 cm),


1,8 m/s

com uma perda de carga que, de acordo com a Tab. 3.14, vale:

J = A ^ r = 1 5 ^ 1 , 2 = 4,97 kgtfm2
2g 19,6

Ite m 3: O ventilador escolhido foi um Siroco de dupla aspiração, cuja dimensão para
a velocidade máxima recomendada na Tab. 3.1 (10,8 m/s ) deverá ser no mínimo D =
0,25 m.
A pressão dinâmica do ventilador será, portanto, y c2/2g = 7,15 kgf/m2, a qual em
parte se transformará em pressão estática, para vencer as perdas de carga dos dutos
situados entre as diversas bocas de insuflamento.

Item 4: A perda de carga da lona de ligação do ventilador é dada por (Tab. 3.11):

J = A | - y = 2x7,15 = 1,43kgf/m2.
2g
V
Ventilação mecânica diluiâora

..:...... A
I t e m 5 : A transformação (aumento de seção que reduz a velocidade para 7,2 m/s),
descontadas as perdas, apresenta uma recuperação de pressão de (Tab. 3.11):

0,75 — r - — y = 0,75(7,15 - 3,18) = 2,98 kgjfóm“.


' ^9 J

I t e n s 6 e 7: O comprimento equivalente é fornecido por (Tab. 3.11):


le = 7,5 m + 10D + 10D = 7,5 m + 20 X 0,408 m = 15,66 m.
Desse modo, com a vazão Vs e a velocidade c2no trecho, podemos calcular a perda de
carga no trecho (diagrama de recuperação de pressão estática): J = 2,3 kgf/m2.

I t e n s 8 , 9 , 1 0 e 11: As velocidades c2 nos diversos trechos foram determinadas para


uma recuperação de pressão integral a partir da velocidade <q do trecho anterior e
vazão e comprimento do trecho em consideração.

I t e m 1 2 : As bocas de insuflamento foram dimensionadas através da Eq. [3.2] e da


Tab. 3.6 (grade tipo E):

1 KYi. 7,6x0,2 i o,15ma (20cm x75cm ),


Q=
a Jato 0,62

resultado que confere com o obtido no diagrama de cálculo de grades anexo, de onde
se obtém as dimensões 8 x 30 polegadas.
Portanto as velocidades nas bocas de insuflamento serão:

—- -1 ,3 3 m/s =2,15 m/s.


1 ü. 0,15 o 0,62

Ou seja, a velocidade real de insuflamento é inferior ao valor indicado pela Tab. 3.3.
A perda de carga, igual para todas as bocas de insuflamento dispostas em paralelo,
é dada por:
r2 o 1 q2
J = A— 7 = 0,8-^— -1,2-0,23 kgPm2.
2g r 19,6

I t e m 13 : Foi prevista uma perda de carga de saída do ar, através das frestas das ja­
nelas, de 2,0 kgf/m2, a fim de manter o ambiente pressurizado em relação ao exterior,
para evitar a entrada de poeiras.
Cálculo tie instalações tie ventilação mecânica

( ----------------------------------------------- -----------------------------------------------
Consegue-se tal perda de carga pela redução da abertura das janelas ou, de preferên­
cia, para um melhor controle, pela adoção de abertura de valor prefixado, indepen­
dente das janelas, a qual poderia ser calculada como segue:
2 2
Aj) = J = \S — y = 1,5-^—1,2 = 2,0 kgfirn2,
2 g 19,6

de onde c = 4,7 m/s e, igualmente, Q = = 0,0426 m2 (20 cm X 20 cm).

Observando a planilha de cálculos, notamos que a pressão dinâmica fornecida pelo


ventilador (7,15 kgf/m2) é em grande parte transformada em pressão estática (4,58
kgf/m2), a qual é aproveitada para vencer parte das perdas de carga, principalmente
aquelas que se verificam entre as bocas de insuflamento, mantendo-se assim a dese­
jada igualdade de suas pressões estáticas.
A diferença de pressão total a ser fornecida pelo ventilador portanto será:

Ap. = U + — y - recuperação = 14,98 + 7,15 - 4,58 = 17,55 kgf/m2.


2g

E a potência do ventilador, considerando-se um rendimento total de Tjf = 50%, seria:

p APt 1, Qm3/s 17,55 kgf/m2 Q^ _


75m 75x0,5

Para a casa de máquinas, previu-se um amplo local, disponível ao lado dos escritórios,
embora na realidade a área necessária seja de apenas 2 m2, com pé-direito da ordem
de 1 m, o que permitiría perfeitamente a colocação do conjunto de ventilação num
rebaixo de forro, aproveitando-se a parte inferior, que ficaria ainda com 2,5 m de pé-
direito para depósito.
V /

EXEM PLO 3 .5

Projetar a instalação de ventilação de um cinema com 12.000 m3, para 1.500 pessoas,
esquematizado na Fig. 3.42.

Solução
A quantidade de ar de ventilação, de acordo com o Código de Obras da prefeitura de
Porto Alegre, será:
V = 1.500 X 50 m3/h*pessoa = 75.000 m3/h (20,8 m3/s),

Ribtiotec 3 Coqfrní
Ventilação mecânica üUuiãora
Cálculo üe instalações de ventilação mecânica

r ....... ........................ ....


0 sistema escolhido foi o de ventilação geral diiuidora por insuflamento de ar filtrado.
A casa de máquinas ficou localizada no porão, na parte anterior do prédio, com distri­
buição do ar de cima para baixo, com bocas de insuflamento localizadas no forro, do
tipo aerofuso ES e com saídas de ar tipo cogumelo localizados embaixo das cadeiras.
Um pleno de descarga ligando o mezanino ao piso inferior, que dispõe de porão, per­
mite a saída do ar até o exterior.
Nessas condições, atendendo às velocidades recomendadas nas Tabs. 3.1, 3.2, 3.3 e
3.4, e aos dados obtidos no diagrama de cálculo das canalizações de ventilação pelo
processo de recuperação da pressão estática, podemos elaborar a planilha de cálculo
deste exemplo, cujos diversos itens esclarecemos em seguida:

Planilha de cálculo (Ex. 3.5)

vs le c a Dimensões J Recup. de
Ite m E le m e n to
( m 3/ s ) (m ) (m /s) (m2) (c m ) (mm H20 ) pressão

1 Tomada de ar exterior, cf 20,8 - 4,5 4,62 200x231 4,4 -

2 Filtro 20,8 - 1,8 11,6 300x400 2,97 -

3 Ventilador (pres. dinâmica) 20,8 - 10,8 2x0,965 116 7,15 -

4 Lona de ligação do ventil. 20,8 - 10,8 1,93 166x116 1,43 -

5 Transformação 20,8 - 1 i 1 - 2,98

6 Duto principal (trecho 0-1) 20,8 4 7,2 2,9 166x175 0,95 -

7 Ramal A, trecho 1-2 4,16 7+15 5,9 0,705 166x42,5 0,78 0,78

8 Ramal A, trecho 2-3 2,08 12 4,9 0,425 100x42.5 0,45 0,45

9 Ramal B, trecho 1-4 16,64 13+30 6,0 2,78 166x168 0,7 0,7

10 Ramal C, trecho 4-5 8,32 4+8 5,5 1,51 166x91 0,25 0,25

11 Ramal C, trecho 5-6 6,24 11,2 5,0 1.25 166x76 0,28 0,28

12 Ramal C, trecho 6-7 4,16 11,2 0,925 0,925 166x56 0,22 0,22

13 Ramal C, trecho 7-8 2,08 11,2 0,54 0,54 97x56 0,23 0,23

14 Ramal D, trecho 4-9 8,32 16+8 1,6 1,6 166x96 0,4 0,4

15 Ramal D, trecho 9-10 6,24 11,2 1,31 1,31 166x79 0,2 0,2

16 Ramal D, trecho 10-11 4,16 11,2 0,98 0,98 166x59 0,19 0,19

17 Ramal D, trecho 11-12 2,08 11,2 0,56 0,56 95x59 0,2 0,2

18 Bocas de insuflamento 2,08 - 0,715 0,715 096,5 0,84 -

19 Cogumelos 20,8 - 8,32 8,32 280020 1,14 -

20 Saída 20,8 - 10,4 10,4 1.300x80 0,9 -

V /
Ventilação mecânica ãiluiãora

I t e n s 1, 2 , 4 e 5: Calculados como no Exemplo 3.4

I t e m 3: Escolheu-se um ventilador Siroco de dupla aspiração, cujo tamanho, a fim de


se respeitar a velocidade de descarga de 11 m/s máxima recomendada na Tab. 3.1, foi
fixado (para 10,8 m/s) em D = 1,16 m.
Nessas condições, a pressão dinâmica de descarga do ventilador, que será em parte
transformada em pressão estática para vencer perdas de carga ao longo da canaliza­
ção de insuflamento, vale:
«2 in o2
2 ^ 7 = T 9 6 ’2 = 7,15kgf/m2 (7’15mmH2°)-

O dimensionamento do duto principal foi executado respeitando-se a veloci­


I t e m 6:
dade máxima que consta na Tab. 3.1, que é 8,0 m/s.
Assim, escolhida a velocidade de 7,2 m/s, podemos calcular a sua seção O = 2,9 m2
(166 cm X 175 cm) e sua perda de carga J, com o auxílio do diagrama indicado, em
função de Vs, l01 e c2.

O dimensionamento dos dutos intermediários entre as diversas bocas


I t e n s 7 a 17:
de insuflamento foi executado a partir da velocidade inicial Ci no trecho correspon­
dente, em função da vazão Vs e de seu comprimento equivalente le, com auxílio do
diagrama de cálculo citado.
Nos trechos 1-2,1-4, 4-5 e 4-9, foram incluídos, no cálculo do comprimento do trecho,
os comprimentos equivalentes correspondentes às curvas (em número de duas nos
trechos 1-2 e 1-4) de 7,5D para cada uma. Gomo os diâmetros não eram inicialmente
conhecidos, eles foram arbitrados, calculados para o comprimento equivalente assim
achado e recalculados para um dimensionamento mais exato.

As bocas de insuflamento foram dimensionadas pela Eq. [3.2] com auxílio


I t e m 18:
da Tab. 3.6. Assim, para uma vazão de 20,8 m3/s/10 = 2,08 m3/s e um jato de 6 m, num
aerofuso tipo ES, teríamos:
\2
^b g sx ao s^ 2
Q= = 0,59 m2 (O = 87 cm).
a Jato 0,8

Entretanto, para esse tamanho, a velocidade real atingida seria:

Vs 2,08 m3/s
: 4,42 m/s.
an 0,8 X 0,59 m2
Cálculo de instalações de ventilação mecânica

f ----------------- A
Ou seja, superior à recomendada como limite para o caso, em virtude de problemas
de ruído (Tab. 3.3). Por essa razão, resolvemos adotar o aerofuso padrão de dimensão
imediatamente superior ( 0 = 38 polegadas = 96,5 cm), que fornece o mesmo jato,
com uma velocidade terminal da ordem de 0,6 m/s (superior ao mínimo indicado pela
Tab. 3.5) e uma velocidade de insuflamento aceitável de:

2,08 m3/s
= 3,64 m/s.
0,8 x 0,715 m2

A perda de carga no aerofuso escolhido, por sua vez, será dada por (Tab. 3.7):
„2 q gaZ
J = A— 7 = 1-^— 1,2 = 0,81 kgPm2 (m m H ,0).
2g 19,6 4

Todos esses valores calculados podem ser obtidos diretamente por meio do diagrama
de seleção dos aerofusos do tipo ES anexo. Para facilitar a ligação dos aerofusos, fo­
ram previstas tomadas laterais nos dutos, todas de mesmo comprimento (1,5 m), com
velocidade igual à de insuflamento, cujas dimensões são:
í! = 0,57 m2 (110 cm X 52 cm),
as quais acarretam uma perda de carga adicional nas bocas de insuflamento da or­
dem de 0,03 kgf/m2 (ver o diagrama de cálculo de canalizações pelo processo de
recuperação de pressão estática).

I t e m 19:Para a seleção dos cogumelos de saída do ar do recinto, adotamos a veloci­


dade mínima recomendada pela Tab. 3.4, que é de 2,5 m/s. Nessas condições, a área
total de saída necessária será de 20,8 m3/s/2,5 m/s = 8,32 m2.
Assim, considerando que os cogumelos de 0 = 20 cm, têm em média 0,03 m2 de área
livre de passagem, o número de cogumelos a usar será da ordem de 280. Esses cogu­
melos serão distribuídos na mesma proporção que o público, ou seja, 56 no mezanino
e 224 no piso inferior.
A perda de carga a considerar para o caso, de acordo com a Tab. 3.13, será:
2 9
J = 7 = 3 ^ - 1 , 2 = 1,14 kgPm2 (mm H-,,0).
2g 19,6 ' 2

Item 2 0 :A fim de evitar pressões elevadas demais no ambiente, as canalizações de


descarga do ar foram lançadas em pleno (c < lm/s), sendo a veneziana, de chapa, de
saída para o exterior, calculada com uma velocidade de face reduzida de 2 m/s.
Daí, de acordo com a Tab. 3.13, temos uma velocidade real de c = c/a = 2/0,75 = 2,67 m/s,
e a perda na veneziana de saída, será:
l . ... J
Ventilação mecânica üHuiãora

r a
2
j = 1,2 = 0,9 kgf/m2 (mm H20),

perda que, juntamente com a do cogumelo e a do pleno de saída (praticamente nula),


é aproximadamente igual a 2,0 kgf/m2, sobrepressão-limite a tolerar para o ambien­
te.
Observando a planilha de cálculo, nota-se que a pressão dinâmica fornecida pelo ven­
tilador (7,15 kgf/m2), dependendo do percurso do ar, é mais ou menos aproveitada.
Assim:
- no percurso 0-1-2-3, são recuperados 4,21 kgf/m2;
- no percurso 0-1-4-5-6-7-8 são recuperados 4,66 kgf/m2;
- no percurso 0-1-4-9-10-11-12 são recuperados 4,67 kgf/m2.

As pressões assim recuperadas são aproveitadas para vencer parte das perdas de
carga, principalmente aquelas que se verificam entre as bocas de insuflamento, man­
tendo-se o desejado equilíbrio das pressões estáticas entre elas.
A pressão dinâmica não-recuperada, que varia de percurso para percurso, se perde
no final da canalização, já que a tomada na mesma para a ligação do aerofuso é feita
perpendicularmente ao fluxo do ar.
É importante ressaltar que tanto as perdas de carga como as recuperações de pres­
são dos percursos em paralelo não se somam. Desse modo, a diferença de pressão
total a ser fornecida pelo ventilador:

Ápt = U + y - recuperação
2g

será calculada apenas para um percurso do ar (desde a tomada de ar exterior, pas­


sando por qualquer uma das bocas de insuflamento, até a saída novamente para o
exterior).
Como no nosso caso todas as bocas de insuflamento têm igual pressão estática, natu­
ralmente o valor de âpt, calculado para qualquer percurso do ar, será igual. A fim de
deixar isso bem claro, elaboramos, para os três percursos do ar que compõem o nosso
projeto, o seguinte quadro de valores:

c2
Xi Recuperação AP t
Percurso
(kgf/m2) (kgf/m2) (kgf/m2)
(kgf/m2)

Tomada 0-1-2-3 saída 13,005 7,150 4,210 15,945

Tomada 0-1-4-5-6-7-8 saída 13,455 7,150 4,660 15,945

Tomada 0-1-4- 9 a 12 saída 13,465 7,150 4,670 15,945

^ .-........... .......................................................................................................... J
Cálculo de instalações de ventilação mecânica

Nessas condições, considerando um rendimento total de ventilador pt = 50%, a po­


tência necessária para seu acionamento será:

p _ Vs**P t 20,8 m3/s 15,945 kgfim2


■8,9 cv.
m 7577, 75x0,5

A casa de máquinas, que deve dispor de fonte adequada de energia elétrica, tomada
de água para limpeza e canalização de esgoto, ficou localizada no porão, onde o filtro
e o ventilador ocupam uma área de 12 m2, com pé-direito de 4,0 m, conforme mostra
o esquema geral da instalação da Fig. 3.42.

EXEM PLO 3 .6

Projeto de ventilação do conjunto industrial da Jojapar, em Pelotas (RS). Trata-se do


maior complexo industrial de beneficiamento de cereais do sul do país, constituído
de vários pavilhões:
• subestações de 11.500 kVA, com uma área de 300 m2;
• expedição, com uma área de 7.000 m2;
• parbolização, com uma área coberta de 740 m2 e dois pavimentos;
• beneficiamento do parbolizado, com uma área coberta de 475 m2 e com dois pavi­
mentos;
• limpeza do branco, com uma área coberta de 935 m2 e dois pavimentos;
• beneficiamento do branco, com uma área coberta de 1.256 m2 e dois pavimentos.

O total de área útil soma mais de 14.000 m2. De uma maneira geral, as coberturas
são de concreto protendido, e os forros de proteção contra insolação são de chapas
de alumínio, como medida adicional contra incêndios, montadas 2 m abaixo da co­
bertura.
A fim de manter maior proteção contra a entrada de poeiras e insetos, a ventilação
ideal, para a maior parte dos pavilhões, seria a mecânica geral diluidora por insufla-
mento de ar filtrado, que manteria os ambientes a uma pressão superior à exterior.
Entretanto uma analise prévia mostrou que a potência mecânica envolvida numa
solução desse tipo seria da ordem de 650 cv. Diante dos valores envolvidos, optou-se
por uma solução mista, sendo escolhidos os seguintes sistemas de ventilação:
• subestações - ventilação natural por termossifão intensificado por chaminé ao
longo do comprimento de uma das paredes (n = 55).
• expedição - ventilação natural por termossifão, com arrasto do calor de insola­
ção (n = 7,5).
• parbolização - ventilação mecânica geral diluidora por exaustão (n = 25).
Ventilação mecânica diluidora

• beneficiamento do parbolizado - ventilação mecânica geral diluidora por insu-


flamento de ar filtrado, com arrasto do calor de insolação (n = 51).
• limpeza do branco - ventilação mecânica geral diluidora por exaustão (n = 25).
• beneficiamento do branco - ventilação mecânica geral diluidora por insuflamen-
to de ar filtrado, com arrasto do calor de insolação (n = 51,6).

Nessas condições, a demanda de potência mecânica ficou reduzida para cerca de 280
cv. Naturalmente, nos pavilhões onde se adotará a solução de ventilação mecânica
geral diluidora por exaustão, os forros deverão ser completamente vedados e a movi­
mentação da camada de ar acima deles, feita por termossifão, independentemente da
ventilação do pavilhão.

Solução
Dos ambientes em que a opção recaiu sobre a solução de ventilação mecânica geral
diluidora por insuflamento de ar filtrado com arrasto do calor de insolação, o caso
mais significativo é o do beneficiamento do branco, cujas características, como exem­
plo de instalações de ventilação desse tipo, relacionamos a seguir (em unidades do
sistema técnico MKfS):
• o pavilhão do beneficiamento do branco tem área coberta de 1.256 m2, com dois
pavimento;
• o pavimento superior tem um vazio de metade de sua área coberta, de modo que
sua área de piso é de apenas 628 m2;
• o pé-direito do piso inferior é de 6,75 m, e o do piso superior 9 m, perfazendo um
volume total de 19.782 m3;
• a carga térmica do ambiente se deve a:
- motores de máquinas com captação de ar - 2.810 cv, a cerca de 1 kW de consumo
por cavalo (860 kcal/cvh), com uma utilização de 90% e uma dissipação no am­
biente de apenas 60%,
2.810 cv X 860 kcal/cvh X 0,9 X 0,6 = 1.304.964 kcal/h;
- motores de máquinas sem captação de ar - 630 cv, a cerca de 1 kW de consumo
por cavalo (860 kcal/cvh), com utilização de 90% e saída de calor com o material
de 20%,
630 cv X 860 kcal/cv h X 0,9 X 0,8 = 390.096 k cal/h ;
- pessoas,
18p X 100 kcal/p*h = 1.800 kcal/h;
- ilum inação, 30 W/m2,
(1.256 m2 + 628 m2) 25,8 kcal/h-m2= 48.607 kcal/h;

V. /
Cálculo de instalações de ventilação mecânica

- insolação residual da cobertura,


1.256 m2 X 10 kcal/hm2 - 12.560 kcal/h;
- total, 1.758.027 kcal/h.

Desse modo, para uma elevação máxima da temperatura ambiente de 5°G em relação
ao exterior, a vazão do ar de ventilação deveria ser:

Q kcal/h _______ 1.758.027 kcal/h_______


= 1.220.852 m3/h.
yCpÁt 1,2 kgfim3 x 0,24 kcal/kgf -° C x 5°C

Adotaram-se, entretanto, para essa movimentação, devido à exigüidade de espaço,


doze ventiladores do tipo Siroco de dupla aspiração, com diâmetro de rotor de 1.250
mm, motor de 15 cv cada um -(Apt=17 kgf/m2), que, no limite de sua utilização (cs =
10 m/s), fornecem 85.000 m3/h.
Nessas condições, a vazão do ar de insuflamento passa a ser 12 X 85.000 m8/h =
1.020.000 m3/h, garantindo uma renovação do ar do ambiente de n = 51,6, com uma
elevação de temperatura de 5,99°C em relação ao exterior.
Como, do ar insuflado, 194.160 m3/h são captados pelas máquinas que possuem ven­
tilação própria, a vazão restante (825.840 m3/h) deve abandonar o ambiente através
do forro, arrastando o calor de insolação da cobertura. Para tanto, estão previstas
no forro aberturas, com seção de passagem (área livre) de 72 m2, as quais, para a
velocidade de 3,2 m/s adotada para o cálculo, acarretarão uma perda de carga de no
máximo 1 kgf/m2. Se forem usadas venezianas ou mesmo telas de proteção com 50%
de área livre, essa seção deverá ser duplicada.
A saída do ar da cobertura se dará pela periferia desta, a qual, embora tenha uma
área disponível de 141,8 X 2 m = 283,6 m2, caso seja reduzida por obstáculos de apoio
ou telas de proteção contra aves, deve manter um mínimo de 72 X 2 m = 140 m2 de
área livre, a fim de que a perda de carga adicional por ela criada seja no máximo 25%
da calculada para a passagem do forro, limitando-se assim a sobrepressão do ambien­
te a cerca de 1,25 kgf/m2 (1,25 mm H20).
O insuflamento do ar no ambiente será feito a uma altura de cerca de 4 m do piso, ex­
cepcionalmente a uma velocidade de 6,3 m/s, por meio de transformação com joelho
veiados que constam das Figs. 3.43 e 3.44.

V J
Ventilação mecânica diluidora
VENTILAÇÃO
LOCAL
EXAUSTORA

4.1 G eneralidades
De acordo com a classificação geral inicialmente apresentada, ventila­
ção local exaustora é aquela que extrai o contaminante mecanicamente
no próprio local em que ele é produzido, antes mesmo de se espalhar
pelo ambiente. Exceção a essa definição encontramos na ventilação de
capelas de laboratórios, a qual pode eventualmente ser feita por meio de
termossifão, de modo que os elementos mecânicos para a movimentação
do ar podem ser dispensados.
Para efetuar a extração dos contaminantes de um determinado am­
biente, a ventilação local exaustora atua capturando os poluentes por
meio de uma corrente de ar com velocidade adequada (velocidade de
captura), criada por meio de dispositivos especiais chamados capto­
res. Além disso, a ventilação local exaustora se caracteriza também por
transportar pelo ar detritos como poeiras, fumos e vapores, que atingem
em peso uma parcela mínima da mistura (< 0,15%).
O ar extraído do recinto é substituído naturalmente por igual quan­
tidade de ar exterior, contribuindo assim para a ventilação por diluição
do ar viciado do ambiente geral. Na maior parte dos casos, entretan­
to, a quantidade de ar movimentada pelos sistemas de ventilação local
exaustora é insuficiente para a ventilação geral diluidora do ambiente,
de forma que uma ventilação adicional - seja por exaustão ou por in-
suflamento - deverá ser providenciada. De uma forma ou de outra, nos
ambientes dotados de ventilação local exaustora, a quantidade de ar
necessária para a ventilação geral diluidora é bem menor, já que grande
parte dos contaminantes não é disseminada no mesmo.

Feãeral do Para
Ventilação local exaustora

Uma instalação de ventilação local exaustora é constituída normalmente de captores,


que envolvem o elemento poluidor extraindo os contaminantes; de separadores ou coleto­
res, que separam os contaminantes do ar que os arrasta; do elemento mecânico, que garante
a movimentação desejada do ar; e das canalizações necessárias para a circulação do ar ao
longo de todo o sistema (Fig. 4.1).
Trata-se, portanto, de um sistema de ventilação bastante especializado, adotado so­
mente quando as fontes de contaminação são bem localizadas, como ocorre em ambientes
industriais com cabines de pintura, de jato de areia ou granalha, aparelhos de solda, forjas,
fogões, tanques para tratamento químico, esmeris, máquinas de beneüciamento de madei­
ra, transporte de materiais pulverulentos, misturadores, ensacadores, britadores, peneiras,
silos, etc.

4.1 Componentes de uma instalação de ventilação local exaustora:


F ig ura
1, captores; 2, coletor (ciclone): 3, ventilador; 4, motor de acionamento:
5, canalizações de exaustão do ar com os contaminantes;
6, canalizações de saída do ar puro.

4.2 C aptores
4.2.1 Generalidades
O captor de um sistema de ventilação local exaustora é um dispositivo que, colocado junto à
fonte de contaminação, em muitos casos envolvendo-a, tem a finalidade de criar uma velo­
cidade de captação (c') para o ar de ventilação aspirado, velocidade essa capaz de arrastar
o contaminante para o seu interior.
Captores m

o
Figura 4.2 Num sistema de ventilação local exaustora, a determinação da velocidade
do ar no captor é fundamental para o correto arrasto do contaminante.

A velocidade c' deve verificar-se até uma distância x da boca do captor, que limita a
chamada zona de captação, dentro da qual as velocidades são superiores ac'. Para que isso
ocorra, é necessário que a velocidade c0, na boca de seção O0 do captor, mantenha com a
seção íl', que limita a zona de captação, a seguinte relação (Fig. 4.2):

F = Q0 -c0 =Q' -c . [4.1]

A relação K, entre a velocidade na boca do captor (c0) e a velocidade de captura (c’),

[4.2]

depende da forma da boca, da seçao íl0 e da distância a; de atuação do captor:

K = f (forma da boca, Í20, x^).

4.2.2 Tipos de captores


Um bom captor deve apresentar as seguintes qualidades:
envolver ao máximo a fonte de contaminantes (menor c');
ter a mínima seção de boca possível (menor íl0);
aproveitar em seu desempenho o movimento inicial das partículas ao serem gera­
das (menor c');
não atrapalhar o trabalho dos operários;
ser de fácil manutenção e limpeza.
Ventilação local exaustora

As três primeiras qualidades respondem pela maior ou menor vazão de ar do sistema e,


portanto, são fundamentais para a redução da potência mecânica consumida pelo mesmo.
Os principais tipos de captores atualmente em uso são:
as capelas;
as coifas;
as fendas;
os captores de politrizes e esmeris;
as campânulas;
as simples bocas.

As capelas são armários, montados sobre mesas de laboratórios, colocados no centro


das salas (tipo dossel) ou contra as paredes (tipo lateral) que dispõem de entrada de ar na
parte inferior da porta; são geralmente de deslocamento vertical, para a execução de en­
saios com produção de gases ou vapores contaminantes no seu interior.
O arrasto do contaminante no interior da capela se dá por cima, quando se trata de
gases leves, ou por baixo, no caso de gases pesados (Fig. 4.3).

Figura 4.3 Arrasto de gases no interior de capelas.

As coifas são captores adotados para arrastar gases quentes ou vapores produzidos
por fogões, tanques, fornos, forjas, etc. Para tanto, consistem num anteparo de forma cônica
ou piramidal, colocado na vertical do equipamento gerador do contaminante, mas afastado
deste a fim de não dificultar sua operação.
As coifas podem ser simples ou duplas. As duplas dispõem de anteparo interno adicio­
nal, cônico ou piramidal, de acordo com seu exterior, a fim de criar velocidades de captura
mais acentuadas em sua periferia (Fig. 4.4).
Captores

As fendas são captores para gases ou vapores emitidos por tanques nos quais a movi­
mentação do material se verifica verticalmente. Para isso, são colocadas lateralmente, perto
da superfície do banho, como se vê na Fig. 4.5.
Os captores de politrizes e esm eris são dispositivos que envolvem os rotores dessas
máquinas, deixando acessível cerca de apenas um quarto de sua circunferência. Um captor
padrão desse tipo obedece à disposição mostrada na Fig. 4.6, em que a movimentação das
partículas do contaminante auxilia na sua captura.
A maior parte dos captores, entretanto, é constituída por recintos ou simples caixas
(cam pânulas) que envolvem o equipamento, mantendo apenas uma abertura para a capta­
ção (boca'), por onde entra o ar do ambiente. São usados em instalações de contaminantes
de moinhos, peneiras, fornalhas, fornos, secadores, dosadores de pó, misturadores, ensa-
cadores, limpadores, jatos de areia, solda, cepilhadeiras, aplainadeiras, lixadeiras, correias
transportadoras, etc.
Esses captores são projetados especificamente para cada tipo de máquina, de modo
que, com uma abertura mínima para a operação, todo o equipamento fique protegido contra
a saída de pós ou outros elementos contaminantes, de uma maneira geral.
m Ventilação local exaustora

Figura 4.5 Disposição das fendas, para captura de gases e vapores.

D_

1 3

maiores

Figura 4.6 Captor para politriz ou esmeril.


Captores m

4.2.3 Velocidade de captura


A velocidade de captura c', depende do peso específico real ym, das dimensões dm e das
condições de geração do contaminante, que determinam para este um deslocamento inicial
que pode dificultar ou mesmo facilitar sua captura. Por isso, no projeto do captor, deve-se
levar em conta a movimentação inicial das partículas ou o deslocamento do ar no ambiente
de captação.
Assim, no caso de processos que desprendem gases quentes ou vapores, os contami-
nantes apresentam um movimento ascendente, arrastando com eles o ar. O captor funciona
então, na realidade, como um simples receptor, podendo a movimentação do ar eventual­
mente ser feita de maneira natural por termossifão.
Quando, por outro lado, o captor envolve completamente o equipamento gerador dos
contaminantes, a velocidade de captura deverá ser aquela suficiente tão-somente para im­
pedir a fuga destes pela abertura do captor.
A Tab. 4.1 fornece os pesos específicos reais dos pós contaminantes mais comuns nas
indústrias. E as Tabs. 4.2 e 4.3 fornecem, respectivamente, o tamanho médio em microme-
tros e a distribuição granulométrica em peso das partículas de alguns contaminantes.

Ta b e l a 4.1 Peso e sp e c ífic o dos c o n ta m in a n te s m a is c o m un s nas in d ú stria s

Ym Ym
T ip o d e p ó P ro c e d ê n c ia
( N / m 2) ( k g f / m 2)

Ferro Usinagem 70.235 7.162

Cobre Serralheria 81.130 8.273

Aço Usinagem 80.738 8.233

Zarcão 91.359 9.316

Litargírio 84.788 8.646

Alvaiade 73.079 7.452

Oxido de zinco 70.549 7.194

Areia Moagem 26.468 2.699

Argila Moagem 26.233 2.675

Refratário Moagem 25.105 2.560

Gesso Moagem 23.330 2.379

Esmeril 30.862 3.147

Pinho Serra 15.181 1.548

/H w io a É federa! do Para
HsN!;r ^ nfr^í
/ exaustara

T abela 4 .2 Tamanho médio das partículas contaminantes mais comuns

Tamanho médio das partículas


Tipo de pó
ÍM-m)

Pó do ar exterior 0,5

Jato de areia 1,4

Corte de granito 1,4

Separação de produtos de fundição 1,4

Ar geral de fundição 1,2

Moagem de talco 1,5

Moagem de ardósia 1,7

Corte de mármore 1,5

Pedra-sabão 2,4

Pó de alumínio 2,2

Pó de bronze 1,5

Mineração de carvão (antracito) 0,8 a 1,0

T abela 4 .3 G ra n u lo m e tria das p a rtíc u la s c o n ta m in a n te s m a is c om un s

Tipo de pó <2(jim 3-5p,m 6-20|xm 21-25|j.m 26-50fj.m 51-100(xm >100(jim

Areia 11,7 22,7 28,0 29,3 7,1 1,2 -

Esmeril seco 52,2 16,0 9,8 15,4 5,0 1,4 0,2

Cânhamo(seleção) 2,9 15,1 29,2 35,8 11,3 3,9 1,2

Antracito (em pó) 28,5 22,1 19,3 23,6 5,3 1,2 -

Gusa (torneamento) 73,0 8,8 6,6 8,1 2,3 1,0 0,2

Cobre (torneamento) 59,6 18,1 10,5 10,1 1,3 0,4 -

Chumbo (linotipo) 59,7 14,0 14,4 9,9 1,8 - 0,2

Óxido de zinco 6,0 16,6 27,5 30,8 13,4 4,7 1,0

As Tabs. 4.4 e 4.5, apresentam as velocidades c ' de captura recomendadas pela ASHRAE,
respectivamente em função das condições de geração e em função da operação específica.
Captores

T abela 4 .4 V e lo c id a d e s de ca p tura em fu n ç ã o das c o n d iç õ e s de g e ra ç ã o

Condição de geração c'


Exemplos
(m/s)
Sem velocidade inicial no ar Evaporação de tanques, soldas
parado Desengraxamento, eletrodeposição 0,25 a 0,5
Geração no interior de cabines Velocidade na abertura da cabine 0,25 a 1,0
Geração com velocidade inicial Cabines de pinturas, misturadores
baixa Enchimento de barris, escolha
Transferência de transporte (<1 m/s)
Pesagens e embalagens 0,5 a 1,0
Geração ativa Britadores, peneiras
Limpeza de peças por trepidação
Transferência de transporte (>1 m/s) 1,0 a 2,5
Geração com grande força Esmerilhameto
Jatos abrasivos 2,5 a 10,0

T abela 4 .5 V e lo c id a d e s de ca p tura em fu nç ã o da o p e ra ç ã o esp e c ífic a

Operação c' (m/s) Observações


Jatos abrasivos 2,5 Em cabines (envolvimento total)
0,3 a 0,5 Em salas (fluxo descendente)
Ensacamento 0,5 Em cabines (sacos de papel)
1,0 Em cabines (sacos de pano)
2,0 Areia no ponto de operação
Enchimento de barris 0,4 a 0,5 No ponto de operação
Silo de funil 0,75 a 1,0 Face da coifa

Levantamento de garrafas 0,75 a 1,25 Face da cabine

Transferência de correias transport. 0,75 a 1,00 Face da coifa

Jato abrasivo de núcleos 0,5 No ponto de operação

Forja manual 1,0 Face do envoltório


Telas de fundição 1,0 a 2,0 Face do envoltório
Limpeza de fundição 1,0 Face do envoltório
Elevadores de grãos 2,5 Face da coifa

Corte manual de granito 1,0 No ponto de operação


Corte de granito plano 7,5 No ponto de operação

Esmerilhamento 1,0 a 2,0 Grelha de fluxo descendente

0,5 a 0,75 Em cabines (na face)


Ventilação local exaustora

Ta b e l a 4.5 (continua ção)


Operação c' (m/s) Observações
Fogão de cozinha 0,5 a 0,75 Face da coifa

Coifa de laboratório 0,5 a 1,0 Face da coifa

Metalização
Tóxicos (Pb, Cd, etc.) 1 ,0 Face da cabine
Não-tóxicos (aço, Al, etc.) 0,6 Face da cabine
Não-tóxicos (aço, Al, etc.) 1 ,0 Face da coifa local

Misturadores (areia, etc.) 0,5 a 1,0 Face do envoltório

Empacotamento 0,25 a 0,5 Face da cabine


0,35 a 0,75 Fluxo descendente
0,5 a 2,0 Face do envoltório

Pintura à pistola 0,5 a 1,0 Face da cabine

Cerâmicas
Misturadores 2,5 No ponto de operação
Quebradores 3,75 No ponto de operação
Gravadores 0,5 a 0,75 Face da cabine

Fusão de quartzo 0,75 a 1,0 Face da cabine

Calandras 0,35 a 0,5 Face da coifa

Solda de prata 0,5 Face da coifa

Banhos desengraxantes 0,25 No ponto de operação


Banhos de benzol 0,75 Na face do envoltório
Banhos de decapagem 0,35 a 0,5 No ponto de operação
Banhos de eletrodeposição 0,25 a 0,5 No ponto de operação
Banhos de têmpera 0,5 Face da coifa
Banhos de vapor 0,35 a 0,5 No ponto de operação

Solda elétrica 0,5-1,0 No ponto de operação

4 .2 .4 Vazão de ar nos captores


0 cálculo da vazão de ar dos captores é feito a partir das Eqs. [4.1] e [4.2]:

V = c0Q0 = cO = KcQ0 m3/s,

onde, conforme vimos,

K = f (forma da boca, Q0, x).

A Tab. 4.6 nos fornece os valores de K e da vazão V dos principais tipos de captores.
Captores

T abela 4.6 Vazão do a r nos c a p tore s

Tipo de captor K V (m3/s)

Boca circular plana 0,1Q0 + x 2 ( T 2''l


a , + — c'
Boca retangular plana de H/L > 0,1 0,lQo l ° ° .ij

0,1Q0 + x 2 í 0,1Í20 + x 2
Bocas circulares com flange de largura igual a D c'
0,133Qo 0,133

3,7 xL
Fenda de H/L < 0,1 (3,7 x L )c'
Q0

2,8 xL
Fenda de H/L < 0,1 com flange de largura igual a H (2,8 x L)c'

Coitas simples: 1,25P H


Pequenas (1,2 m a 1,5 m) l,25PHc'
no
1,35P H
Médias (1,5 m a 2,5 m) l,35PHc'
f i0

1,45P H
Grandes (2,5 m a 5,0 m) l,45PHc '
Q,0

Polifrizes:
Rotor de 9 x 1,5 pol 0,10 a 0,15
Rotor de 12,5 x 2 pol 0,20 a 0,30
Rotor de 17,5 x 3 pol 0,25 a 0,38
Rotor de 21,5 x 4 pol 0,30 a 0,45
Rotor de 27,0 x 5 pol 0,45 a 0,65
Rotor de 33,0 x 6 pol 0,60 a 0,80

4.2.5 Perda de carga nos captores


A p e r d a d e c a r g a n o s c a p t o r e s é c a l c u l a d a p e la E q . [2 .4 ], j á a p r e s e n t a d a p a r a o c á lc u lo
g e r a l d a s p e r d a s n a s p a s s a g e n s d e a r e n o s a c e s s ó r io s d a s c a n a l i z a ç õ e s d e v e n tila ç ã o (F ig .
4 .7 ).
Ventilação local exaustora

/
o

F ig ura 4.7 Cdicuío da perda de carga no captor.

V .P,„ = r | p = A ^ 7, [4.3]

onde céa v e lo c id a d e r e a l n o cluto, is to é:

( c2 "1
J captor =P0~ P +~ P [4.3a]
V “ )

D esse m odo,

2 2 2
Ap = P 0 - p = J captor + C
— p = ( l + Acaptor)■j p = (1 + Acaptor) 7; [4.4]

2Ap ' 2 g ■Ap


[4.5]
(1 + A)p“ (l + A)7’

V
r ni c ioCd 2AP —àr,íd 2 9 ' Ap .
'— [4.6]
(1 + K)p (1 + X)y

D a í fa z e m o s :

[4.7]

s e n d o o c o e f ic ie n te d e flu x o p p r a t i c a m e n t e ig u a l a o c o e f ic ie n te d e v e lo c id a d e tp a d o t a d o n a
M e c â n ic a d o s F lu id o s ( p a r a m a io r e s d e t a l h e s , C o s ta 8 ). A T a b . 4 .7 f o r n e c e o s v a lo r e s d e y e
/x p a r a o s d iv e r s o s tip o s d e c a p to r .
Captores

Tabela 4.7 Coeficiente de atrito nos captores

Tipo de captor Descrição

Extremidade plana de duto 0,93 0,72

Extremidade de duto flangeaaa 0,49 0,82

Boca bem arredondada 0,04 0,98

Orifício de cantos vivos 1,78 0,60

Captor direto no duto 0,50 0,82

Orifício mais duto flangeado


2,30 0,55
(C orificio — Cduto)

Captor ligado ao duto por peça


cônica:
circular 0,15 0,93
retangular 0,25 0,89

Captor ligado ao duto por peça 0,06-0,10 0,97


erredondada
Ventilação local exaustora

4.3 C analizações
4.3.1 Generalidades
A s c a n a l i z a ç õ e s d o s s is t e m a s d e v e n tila ç ã o lo c a l e x a u s t o r a d e v e m , s e m p r e q u e p o s s ív e l,
t e r s e ç ã o c ir c u la r , p a r a e v i t a r a r e s t a s o u z o n a s d e v e lo c id a d e r e d u z i d a , q u e p o s s i b i l i t a m a
e s ta g n a ç ã o dos c o n ta m in a n te s .

O m a t e r i a l d o s d u t o s n o r m a l m e n t e é a c h a p a d e a ç o p r e t a , s o ld a d a , o u c h a p a d e a ç o
g a lv a n iz a d a , r e l a t a d a , q u a n d o se t r a t a d e t r a b a l h o s o b t e m p e r a t u r a s in f e r i o r e s a 2 0 0 °C . A s
b ito la s a d o t a d a s p a r a o c a s o d e c o n t a m i n a n t e s n ã o - c o r r o s iv o s s ã o s e le c io n a d a s d e a c o r d o
c o m o d i â m e t r o d a c a n a l i z a ç ã o e a c la s s if ic a ç ã o d o s s e r v iç o s (T a b . 4 .8 ).

O s tip o s d e s e r v iç o s ã o c la s s if ic a d o s d e a c o r d o c o m o m a t e r i a l c o n t a m i n a n t e a t r a n s ­
p o r t a r . A s s im , te m o s : •

• c la s s e I - m a t e r i a i s n ã o - a b r a s iv o s , c o m o p i n t u r a s , s e r r a g e n s , e tc .;
• c la s s e II - m a t e r i a i s a b r a s iv o s e m p e q u e n a s q u a n t i d a d e s , c o m o p o litr iz e s , e s m e r is ,
e tc .;
• c la s s e III - m a t e r i a i s a b r a s iv o s e m g r a n d e c o n c e n t r a ç ã o , c o m o b r i t a d o r e s d e r o c h a ,
j a t o s d e a r e ia , d e g r a n a l h a , e tc .
Canalizações

Tabela 4.8 Bitola da cha p a dos duto s em fu n ç ã o do d iâ m e tro

Diâmetro Classe do serviço


(cm) 1 II III
20 24 22 20

20 a 45 22 20 18

45 a 75 20 18 16

>75 18 16 14

C u r v a s , â n g u lo s , r e u n i õ e s e c a p t o r e s d e v e m s e r p r o d u z id o s c o m c h a p a d e b ito la d o is
p o n t o s m a is e s p e s s a q u e a d o d u to c o r r e s p o n d e n t e . A s c u r v a s d e v e m s e r e x e c u t a d a s e m
g o m o s ; n o m ín im o c in c o p a r a a q u e la s c o m d i â m e t r o ig u a l o u i n f e r i o r a 15 c m , e s e t e p a r a o s
d i â m e t r o s s u p e r i o r e s a 15 c m . O r a io m é d io d a s c u r v a s , d e v e t e r n o m ín im o d o is d iâ m e tr o s ,
c u jo c o m p r im e n to e q u i v a l e n t e é n o m á x im o 7,5 D (F ig . 4 .9 e T a b s . 3.11 e 4 .1 0 ).

A s r e u n i õ e s d e v e m s e r p r o j e t a d a s c o m â n g u lo s d e , n o m á x im o , 4 5 °, e m p e ç a s c o m fo r­
m a t r o n c ô n i c a (F ig . 4 .1 0 e T a b . 4 .1 1 ). E , n o c a s o d e t r a n s p o r t e d e p a r t í c u l a s , é p r e c is o p r e ­
v e r a b e r t u r a s p a r a i n s p e ç ã o e lim p e z a , p r e f e r e n c i a l m e n t e n a s c u r v a s e a c a d a 3 m d e d u to
r e to .

O s d u t o s d e v e m s e r a p o ia d o s a c a d a 2 0 -3 0 d i â m e t r o s e a f a s t a d o s d a s p a r e d e s e d o s
f o r r o s p o r n o m ín im o 2 0 c m p a r a s u a m a n u t e n ç ã o . E v i t a r o s r e g i s t r o s tip o b o r b o le ta .

4.3.2 Velocidade do ar nas canalizações


A v e lo c id a d e d o a r n a s c a n a l i z a ç õ e s d e v e n tila ç ã o lo c a l e x a u s t o r a d e v e s e r s u f ic ie n te p a r a
m a n t e r a s p a r t í c u l a s d o c o n t a m i n a n t e e m s u s p e n s ã o ( v e lo c id a d e d e f lu tu a ç ã o , cj) e, a o m e s ­
m o te m p o , p a r a t r a n s p o r t á - l a s ( v e lo c id a d e d o m a t e r i a l c,„ ).

A v e lo c id a d e d e f l u tu a ç ã o d e p e n d e d o p e s o e s p e c íf ic o d o m a t e r i a l (ym~) e d e s u a g r a n u -
l o m e t r i a (<im) . A s s im , o e q u ilíb r io e n t r e o p e s o d o m a t e r i a l e a r e s i s t ê n c i a o p o s t a a o d e s lo ­
c a m e n to do a r p e la p a r tíc u la n o s p e r m ite e sc re v e r:

Sdmr m = Kds T ^ r ai
I s to é :

29 d mr m
c/ = . = 4. dmy n = 0 ,0 0 4 , —
d uTm
[4.8]
I r* -K d ka Kr,
em que:
dm é o d i â m e t r o m é d io d a s p a r t í c u l a s (m );
d^ o d i â m e t r o m é d io d a s p a r t í c u l a s (/x m );
ym o p e s o e s p e c íf ic o d o m a t e r i a l ( k g f /m 3) ;
Kd o c o e f ic ie n te d e e m p u x o , q u e c a r a c t e r i z a a re s is tê n c ia o p o s ta p e la s p a r tíc u la s ao d e s lo ­
c a m e n t o d o ar.
Ventilação local exaustora

Para um escoamento turbulento em torno de uma esfera com número de Reynolds (Re
= pcD/fx) compreendido entre 103 e 104, Kd = 0,44. Na realidade. Kd será tanto menor, quan­
to maior for o valor de Re (para mais detalhes, veja Costa 8).
A velocidade do material (cTO), por sua vez, depende do peso específico real deste, e
será da ordem de 10 a 25 m/s. Na prática, é preferível selecionar diretamente velocidades
globais, que garantem simultaneamente a flutuação e o transporte adequado das partículas,
como as recomendadas pela ASHRAE e que constam da Tab. 4.9.

Ta b e l a 4 . 9 V e lo c id a d e do a r em c a n a liza ç õ e s se g u n d o a A SH R A E

M ate ria l c (m /s)

Vapores, gases, fumos, poeiras muito finas ( < 0,5 p,m) 10

Poeiras secas finas 15

Poeiras industriais médias 17,5

Partículas grossas 17,5 a 22,5

Partículas grandes, material úmido > 22,5

4.3.3 Cálculo de canalizações de exaustão


Nos sistemas de exaustão, a perda de carga nos captores é dada pela Eq. [4.3] (Fig. 4.7),
isto é:

c
^ptor = A^ r = p0 -Ci4 + R7r)-
2~g

Portanto a pressão nos dutos que cria a depressão necessária para vencer a perda de
carga dos captores é a pressão total

razão pela qual, uma recuperação da pressão estática não serviria, no caso, para eliminar
possíveis desequilíbrios na aspiração das diversas bocas, como acontece nos sistemas de
insuflamento, onde apenas a pressão estática é aproveitada para a saída do ar.
A orientação de cálculo dos sistemas de ventilação local exaustora, portanto, deve ser
diferente daquela apresentada para cálculo dos dutos do sistema de ventilação por insufla­
mento (recuperação da pressão estática). Consiste em tornar todas as velocidades dos du­
tos iguais àquelas indicadas na Tab. 4.9, de tal forma que, de acordo com a Fig. 4.8, podemos
escrever para cada captor:
Canalizações

Figura 4.8 Numa ventilação local exaustora, as perdas de carga nos dutos
de exaustão dos vários captores são compensadas progressivamente.

Po = Pl + 2 ^ 7 + Jcaptor1’
C22
Po = P2 + ^ Y + J captor2,

Ou seja, sendo C ] = c 2 , para obter

^ captor 1 ^captor 2 ~ ~ P 2’

devemos necessariamente fazer:

^captor 1 ^captor 2 — P \ (-P í '^registro ^ ~

Isto é, o desejado equilíbrio de pressão entre as diversas bocas só pode ser obtido com­
pensando-se progressivamente (por meio de registros de gaveta) as perdas de carga nos
dutos de exaustão dos diversos captores, as quais diminuem à proporção que eles se apro­
ximam do ventilador. Nessas condições, as perdas de carga de todos os dutos de aspiração,
mesmo dimensionados para uma mesma velocidade e compensados por essa perda de carga
adicional (registro), terão a mesma pressão total de aspiração nas suas bocas. Portanto
captores iguais, instalados nos dutos de aspiração, terão a mesma vazão.
O cálculo da perda de carga dos dutos pode ser realizado pelas Eqs. [3.8] ou [3.9], re­
comendadas pela ASHRAE. Para facilitar a apropriação acima, foi elaborado o diagrama de
cálculo da pág. 156, onde a perda de carga por unidade de comprimento do conduto é dada
em função da vazão e da velocidade ou do diâmetro. Na realidade, esse diagrama é igual
ao apresentado para o cálculo de condutos de ventilação de uma maneira geral; apenas se
aumentaram os limites das velocidades para atender às velocidades recomendadas para o
caso específico das instalações locais exaustoras.
Naturalmente o comprimento (l) a considerar no cálculo das perdas de carga deve ser
aquele dos condutos, adicionado dos comprimentos equivalentes dos acessórios da canali-

■h •• f ' anfr-d
Ventilação local exaustora
kgf/m

Este diagrama encontra-se no final do livro em formato grande para maior facilidade na
leitura.

zação. São acessórios normais nas instalações de ventilação local exaustora as reuniões e as
curvas, cujas perdas de carga são dadas pela expressão geral:

T n ’-y
acessório — 2g ^ ’

cujos comprimentos equivalentes, conforme vimos, podem ser tomados como:

X
/Lacessório jj
X
^ ^acessório jj
acessono
X.'conduto 0,02

Os valores de À das curvas adotadas nos sistemas de ventilação local exaustora (Fig.
4.9) estão registrados na Tab. 4.10.
Canalizações

Figura 4.9 No cálculo das perdas de carga, as curvas somam-se


ao comprimento dos dutos.

Ta b e l a 4.10 Coeficiente de atrito nas curvas das canalizações

R/D 0 0,5 0,75 1,0 1,5 2,0 3,0 4,0 5,0

X 0,87 0,73 0,38 0,26 0,17 0,15 0,14 0,14 0,16

Já os valores de À das reuniões adotadas nas instalações de ventilação local exaustora,


com um ângulo de deflexão de 45°, dependem da proporção dos fluxos de entrada e saída no
acessório (Fig. 4.10) e estão registrados na Tab. 4.11

Figura 4.10 Na ventilação local exaustora, reuniões a 45° funcionam como


um ventúri, arrastando o fluxo do ramal.
Ventilação local exaustora

Ta b ela 4.11 Coeficiente de atrito nos captores nas reuniões das canalizações

V"/V 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

V 0,05 0,17 0,18 0,05 -0,20 -0,57

A" -0,9 -0.37 0 0,22 0,37 0,38

Como se pode ver na Tab. 4.11, com a preponderância da vazão do ramal direto V, o
fluxo do ramal em derivação é arrastado, funcionando o dispositivo como um ventúri. O
mesmo acontecendo com a preponderância da vazão do ramal em derivação V", embora
numa proporção menor.

4.4 C oletores
4.4.1 Generalidades
Coletores ou separadores são equipamentos utilizados nas instalações de ventilação local
exaustora para separar os contaminantes do ar que os arrasta, seja para aproveitamento,
seja para evitar a poluição da atmosfera.
Os coletores se caracterizam fundamentalmente por sua eficiência ou rendimento. O
rendimento de um coletor consiste na relação entre o peso do material coletado e o peso
total do material contaminante arrastado pelo ar que por ele circula:

_
c jmaterial coletado
^coletor —
't o t a l do material contaminante

Conforme veremos, a eficiência dos coletores depende essencialmente do tipo de se­


parador adotado, bem como das dimensões, da granulometria e do peso específico real do
material a ser separado. Na prática, são empregados vários recursos, naturais ou artificiais,
para facilitar ou mesmo efetuar a separação desejada. Entre esses recursos podemos citar:
a gravidade; a atração elétrica;
a inércia; a absorção;
a centrífugação; a adsorção;
o som; a combustão;
a termoforese; a catálise;
a umidificação; a condensação;
a filtragem.

Desses recursos, o som funciona apenas como um fioculante para as partículas de gra­
nulometria inferior a 10 | x m . Adotam-se para isso sons de alta intensidade (superiores a 150
dB) e de altas freqüências (de 2 a 15 kHz).
Embora a instalação de sistemas sonoros não seja muito cara, os custos de operação e
de manutenção mostram-se muito elevados, o que restringe bastante seu emprego. O mes-
Coletores

mo se pode dizer da utilização da termoforese, fenômeno pelo qual partículas sujeitas a um


meio de temperatura superior tendem a migrar da zona mais quente para a zona mais fria,
num movimento contrário ao do termossifão, acompanhando o fluxo térmico, que obedece
às leis da transmissão de calor.
Todos os demais recursos são usados atualmente na separação tanto de partículas
sólidas como de gases e vapores, de acordo com suas respectivas peculiaridades. Daí os
diversos tipos de coletor existentes; entre os quais podemos citar:
as câmaras gravitacionais;
as câmaras inerciais;
os ciclones;
os ciclones associados a ventiladores (rotoclones);
os lavadores de ar;
as torres de borrifadores com enchimento;
os ciclones úmidos;
os rotoclones úmidos;
os separadores úmidos tipo orifício;
os filtros de tela, de pano ou de plástico;
os filtros eletrostáticos;
as torres de absorção;
os absorvedores tipo ventúri;
os leitos de adsorção;
os incineradores;
os pós queimadores de chama direta;
os pós queimadores catalíticos;
os condensadores de mistura ou de superfície

4.4.2 Câmaras gravitacionais


As câmaras gravitacionais são grandes caixas (depósitos) de decantação natural, onde o ar
com o contaminante assume uma velocidade tão reduzida que as partículas por ele arrasta­
das têm tempo para cair no fundo do recipiente por ação da gravidade unicamente.
Embora o cálculo teórico tanto das câmaras de gravidade como das câmaras inerciais
- e mesmo dos ciclones - seja pouco confiável em função do imprevisível turbilhonamento
do ar, adotaremos como orientação básica para sua seleção a dinâmica da partícula no cam­
po gravitacional [para maiores esclarecimentos, ver C osta (8)].
Assim, na queda das partículas microscópicas, a ação da gravidade é equilibrada pela
resistência oposta pelo ar ao seu deslocamento:
G = F,
atingindo-se em tal situação de equilíbrio uma velocidade c de queda máxima, que toma o
nome de velocidade terminal.
O peso G da partícula - supostamente esférica e de diâmetro d imersa no ar, vale:

ndr
G= " /a r)'
íüiversidade Federai« Par*
; í,.
[m
:\-r■’ ''ÚÍVVÍ • »'
m Ventilação local exaustora

E a resistência oposta ao deslocamento ou empuxo (F), conforme vimos em 4.3.2 ao


analisar a velocidade de flutuação dos contaminantes, vale:
nd2 c2
\K. Par'
F s K * % 7" -
Na situaçao de equilíbrio, devemos considerar três regimes de escoamento, de acordo
com o número de Reynolds:
regime laminar, Re < 3;
regime intermediário, 3 < Re < 103;
regime turbulento, Re > 103.
O número de Reynolds vale
d
Re = 5
v
sendo:

v a viscosidade cinemática em m2/s; e


r ,
|x a viscosidade ou viscosidade dinâmica, em Ns/m2 (kgfs/m2).
No primeiro caso, quando Re < 3, podemos fazer, segundo Stokes:
. 24 24p
d Re cdpw ’
de modo que o empuxo seria dado por:

r, 24p -nd2 •c2 0


F = ——---------- por = 3npcd.
c d Par-4 - 2 ^

Na situação de equilíbrio em que o empuxo é igual ao peso da partícula, teríamos:

p-cr
F = Snpcd = G ■ m y ar')’
6
e a velocidade terminal no caso seria:

- d (r»-rar) [4.9]
18fi

No segundo caso, para valores de Re situados entre 3 e 1.000, podemos fazer:


14
K,

de modo que:
14-nd2 -c2
Par = jndcjpdcpK
^cdpw ! p4-2
Coletores

E a velocidade terminal no caso nos seria dada por::

nd
F =—
a
ndcjudcp
v“ r ar =G = 1
G— (y m - y• a r 7).
n w

Isto é:

c = 0,21d ?! 0(rm~ r m-f [4.10]


War
Finalmente, no caso de escoamentos turbulentos (Re > 1.000), podemos simplesmente
fazer Kd = 0,44, de modo que obtemos:

nd2, ■c2
F = 0,44
4 ■2g - Y a r'

E a velocidade terminal pode ser calculada a partir da expressão de equilíbrio:

Kd2 ■c2 ;rd


F = 0,44
4-2 cg •7ar=- m 7ar-[’

isto é:

3,03gÇym - y ar)d
c= [4.11]
y ar

Nessas condições, fazendo


g = 9,80665 m/s2;
d m = 106d (m);
t= 20°C;
yar = 1,205 kgf/m3; e
/V = 1,856 kgf s/m2,
obteremos os valores mais práticos que seguem.

• P a r a u m m o v im e n t o l a m in a r (Re<3)

Cterminal = °-03 X ~ /„ )• [4.9a]

De acordo com o número de Reynolds, essas velocidades só se verificam para partículas


de
1.150
dUm < [4.9b]
'^ y m - y J

P a r a u m m o v im e n t o c a r a c t e r iz a d o c o m o in t e r m e d iá r io (3<Re<1.000)

< W .l = °,34 x l O ^ d ^ Y m - r F - UlOal

.WéfSiffidí fe to ' do Para


Çví *ip.*p f**
Ventilação local exaustora

De acordo com os limites do número de Reynolds, essas velocidades só se verificam


para partículas de
? 1,150 a 21.000
[4.10b]
m ^ y,n - ra r)

P a r a u m m o v im e n t o t u r b u l e n t o ( Re > 1000)

^terminal : 0,00498
, — f3[d
f i n U(y B - y/ ar-'). [4.11a]

De acordo com o valor-limite do número de Reynolds, essas velocidades só se verificam


para:
21.000
[4.11b]
Mm > \I(-Y
V m ~7• a r 7) '

A Tab. 4.12 relaciona, para os tipos de pós contaminantes mais comuns na indústria,
caracterizados por seus respectivos pesos específicos, as granulometrias que delimitam o
tipo de escoamento a que estarão sujeitos e que nos permitirá calcular a velocidade terminal
correspondente.

Ta b e l a 4 . 1 2 Granulometria de pós contaminantes de


acordo com o peso específico

“Vm Re < 3 3 < Re < 103 Re >103


Tipo de pó
(kgf/m3) í^ixm) (^ixm)
Ferro 7.165 <60 60 a 1.090 > 1.090

Cobre 8.273 <57 57 a 1.038 > 1.038

Aço 8.233 <57 57 a 1.040 > 1.040

Zarcão 9.316 <55 55 a 998 > 998

Litargírio 8.646 <56 56 a 1.023 > 1.023

Alvaiade 7.452 <59 59 a 1.075 > 1.075

Óxido de zinco 7.194 < 60 60 a 1.088 > 1.088

Areia 2.699 <83 83 a 1.508 > 1.508

Argila 2.675 <83 83 a 1.513 > 1.513

Refratário 2.560 <84 84 a 1.535 > 1.535

Gesso 2.374 <86 86 a 1.573 > 1.573

Esmeril 3.147 <78 78 a 1.433 > 1.433

Madeira de pinho 1.548 < 100 100 a 1.816 > 1.816


Coletores

0 projeto de uma câmara gravitacional consiste em dimensioná-la de tal forma que os


componentes da velocidade do ar (car) e de queda das partículas (cterminal) permitam a se­
paração dos contaminantes; isto é, que se verifique ao longo da caixa a relação:
cterminai _ Profundidade A da caixa
c Comprimento L da caixa

A solução mais simples consiste em fazer a caixa com seção quadrada, de modo que:
o V
Cl = A x B = A" = — ,

e de tal forma que seu volume será dado por:

V = QL = A 3 Car =
^terminal V Car J “'terminal

Ou seja, o volume da câmara vai depender da vazão de ar (Fs), das características do


contaminante a separar (cterminai) e da velocidade do ar escolhida.
Na prática, para evitar turbilhonamentos imprevisíveis (componentes verticais, no des­
locamento do ar, que poderíam prejudicar a decantação), as velocidades adotadas para o
ar são bastante baixas, recomendando-se valores inferiores a 1,0 m/s. Nessas condições, as
perdas de carga das câmaras gravitacionais são muito pequenas, restringindo-se pratica­
mente só àquelas correspondentes à entrada e saída do ar.

t ..................................................".... .......................... >


\ EXEM PLO 4 .1

Calcular as dimensões de uma câmara gravitacional para separação de partículas de


madeira em uma instalação de ventilação local exaustora com as seguintes caracte­
rísticas:
• V= 3.600 m3/h (1 m3/s);
• ym = 1.500 kgf/m3;
• d > 50 |jim.

Solução
De acordo com a Tab. 4.12, o regime de deslocamento do contaminante em queda
livre no ar é o de um movimento laminar. Sua velocidade terminal será dada pela Eq.
[4.9a]:

^terminal = 03 X 10"6 ~ 7 ar ) = 1124 n V s >

de modo que podemos adotar qualquer uma das soluções que constam da tabela des­
te exemplo. Naturalmente, do ponto de vista técnico, a melhor solução é a de menor
velocidade, embora do ponto de vista do custo seja a mais cara.
^ ............................ .................................... ^
m Ventilação local exaustora

/ -----------------------------------------------------------------------------------------------\
Ta b e l a Ex. 4.1

Solução C ar íl A 8 L V
( m 3/ s) (m / s ) (m2) (m ) (m ) (m ) (m3)
1 1 0,25 4 2 2 4,45 17,80
II 1 0,50 2 1,414 1,414 6,28 12,58
III 1 0,75 1,333 1,155 1,155 7,70 10,27
IV 1 1,00 1 1 1 8,90 8,90

Para evitar o efeito do jato na entrada e garantir ao longo desta a velocidade projetada,
o conduto de chegada deve ser provido de aumento de seção adequado. Uma mudan­
ça de direção com entrada lateral, telas ou mesmo defletores, desde que mantenham
a velocidade programada para o ar, também são soluções aceitáveis (Fig. 4.11).
Coletores

4.4.3 Câmaras inerciais


Nas câmaras inerciais, a separação das partículas é feita aproveitando-se a maior inércia
destas em relação à do ar. Basta uma rápida mudança na direção do escoamento da massa
fluida, que pode passar de uma velocidade +c para uma velocidade -c. Isso vai acarretar
nas partículas arrastadas uma variação da energia cinética de até mc2, energia essa que,
apesar de instantânea, é muito superior àquela em jogo quando uma partícula cai unica­
mente por ação da gravidade. Ainda assim, as câmaras inerciais só se mostram eficientes
para a separação de partículas de maior tamanho (50 a 200 |xm), que garantem uma
inércia razoável.
A disposição construtiva das câmaras inerciais varia bastante. As Figs. 4.12, 4.13 e 4.14
dão uma idéia dos modelos mais usados desse tipo de separador.

O separador da Fig. 4.15 é constituído de uma série de pratos cônicos (25 a 100), sem
fundo, com 20 mm de altura e com 6 mm de separação entre eles. Esse tipo de separador é
instalado normalmente na descarga do ventilador e tem uma perda de carga da ordem de:

c2
^separador ~ ^ g Y ar •

As velocidades adotadas são as mesmas dos ciclones (15 m/s a 30 m/s), daí as perdas de
carga que variam de 30 a 120 kgf/m2.
Ventilação local exaustora

Figura 4.14 Separador de câmara inercial.


Coletores

Figura 4.15 Separador inercial de pratos cônicos.

4.4.4 Ciclones
Normalmente os ciclones apresentam formato cilíndrico na parte superior e troncônico na
parte inferior, onde a separação das partículas sólidas dos contaminantes é obtida por meio
de uma forte aceleração centrífuga do ar. Este, entrando tangencialmente pelo topo do
equipamento, desloca-se num fluxo espiral descendente entre a parede externa e o duto de
saída.
Na parte inferior, troncônica, do ciclone, o fluxo espiral desloca-se para a parte central
do equipamento e torna-se ascendente, deslocando-se pelo tubo de saída para o exterior
(Fig. 4.16). É fácil observar na figura que, no topo dos ciclones mais simples, surgem zonas
de turbulências secundárias e indesejáveis, as quais podem ser em parte contornadas, dan­
do origem a ciclones de diversos tipos. Alguns são citados a seguir.
Os ciclones comuns são constituídos apenas por uma parte cilíndrica, por onde o ar
entra tangencialmente, e uma parte troncônica, por onde o contaminante é recolhido (Fig.
4.16).
Ventilação local exaustora

Zona de
interferência
da entrada

Figura 4.16 Ciclone comum.

Nos ciclones com tampa helicoidal, esta obriga o fluxo espiral a passar por baixo da
entrada, a fim de evitar a zona de interferência citada (Fig. 4.17).

Figura 4.17 Ciclone com tampa helicoidal.


Coletores

Nos ciclones com defletor de entrada ou de entrada envolvente, igualmente, a fim de


contornar em parte os turbilhonamentos desfavoráveis na primeira rotação do fluxo do ar, a
entrada é tangencial e a saída, excêntrica (Fig. 4.18).

Os ciclones com guias internas têm a finalidade de reduzir a perda de carga do sis­
tema. Para tanto, têm a parte superior também troncônica, aumentando de diâmetro para
baixo, onde estão situadas as guias que orientam o ar para o centro, posição em que o fluxo
do ar passa a ser ascendente (Fig. 4.19).
Ventilação local exaustora

No ciclone do tipo tangencial, tanto a entrada do ar como a saída do contaminante são


racionalmente tangenciais. E a saída do ar se dá pelo centro, tanto para baixo como para
cima, reduzindo significativamente as perdas por mudanças na direção principal do fluxo
de ambos.
Esse ciclone pode ainda ser simples ou com guias inerciais, com entrada envolvente ou
com defletor de entrada. É o modelo que apresenta menor perda de carga entre os diversos
tipos de ciclone até aqui citados (Figs. 4.20 e 4.21).

Figura 4.21 Ciclone tangencial com guias inerciais.

Os ciclones m inia tu ra , com diâmetros inferiores a 30 cm, de tipo comum, com entrada
envolvente ou mesmo com saída de ar tangengial, caracterizam-se pela sua alta eficiência
(Fig. 4.22).
Coletores

Figura 4.22 Ciclone miniatura.

Os ciclones associados a ventiladores, os chamados rotoclones, com o rotor provido


de pás que não são paralelas ao seu eixo, além de aumentar a aceleração centrífuga das par­
tículas também as lançam contra o disco do rotor, orientando-as no sentido da saída do pó,
que é separada da saída do ar puro (Fig. 4.23). Essa associação é bastante vantajosa, pois
alia as vantagens da centrifugação a uma perda de carga da ordem de 25 kgf/m2, bastante
inferior, portanto, à dos ciclones.

Depósito

Vista
lateral
do rotor

Figura 4.23 Ciclone associado a ventilador, ou rotoclone.

-ibiiOÍOfm O n írn í
Ventilação local exaustora

Como a força centrífuga aplicada às partículas (mc2/i?) é bastante superior àquela pro­
porcionada unicamente pela ação da gravidade (mg), a eficiência dos ciclones é muito su­
perior à das câmaras gravitacionais. Assim, dá-se o nome de fa to r de separação da força
centrífuga, em relação àquela devida à gravidade, ao quociente entre a aceleração centri­
fuga e a aceleração da gravidade:

Q
Fator de separação = — . [4.1.2]
Rg

Fica portanto evidente que o poder de separação ou mesmo a eficiência dos separado­
res centrífugos é diretamente proporcional ao quadrado da velocidade criada para o ar e
inversamente proporcional ao raio de rotação gerado pelo fluxo do ar.

Segundo C. N. Davies (Separation of air borne dust an particles, Institute of Meca-


nical Engineers, Londres, 1952), o tempo necessário para que uma partícula de diâmetro d
se desloque do raio interno (R.J para o raio externo (Rf) de um ciclone é dado pela expres­
são:

d g g Ç R ^-R ^ _ 9p g R f
1- K [4.13]
2d2c2( r m - r J R e3 2d2cti (Ym - Y ar') KRe J

Na realidade, esse tempo t é o de permanência do fluxo do ar em deslocamento heli-


coidal descendente ao longo da altura H do ciclone, durante o qual ocorre a separação das
partículas. Na pior das hipóteses podemos considerar que a componente descendente da
velocidade desse deslocamento seja igual à própria velocidade c de entrada do ar no ciclone.
Isto é:

__H_
c

Assim considerando, a menor partícula que pode ser removida do fluxo do ar seria dada
com segurança pela expressão:

9ggRp
dm i.rum
. o [4.14]
2c( y m - kr ' j

De acordo com a Eq. [4.14], fazendo construtivamente (Fig. 4.24);

H = D = 2Re

e ainda, a favor da segurança,


Coletores

~7K-

Figura 4.24 Cálculo da menor partícula a ser removida.

Obtemos então:

9naD
cL
8C7™-7ar)C [4.15]
E podemos calcular facilmente o diâmetro do ciclone para uma determinada separa­
ção:

D .8^ m - r ^ c d 2
9fig [4.16]
Assim, fazendo:
ym em kgf/m3;
yar em 1,205 kgf/m3;
d em |xm;
c em m/s;
/xar= 1,-856 X 10“6 kgf s/m2;
g = 9,80665 m/s2; e
D em m,
obtemos a fórmula prática de uso imediato: :;!•IV|(j3(jÇ fgHgrâl do P^ni
m Ventilação local exaustora

D = 0,0488 x IO-6 ■(ym - Y ^ c d ^ . [4.17]

Para facilitar mais ainda a seleção dos ciclones, elaboramos a Tab. 4.13 , que nos forne­
ce os valores de
106£>
ym - r «
em função de e c m/s.

T abela 4.13 Seleção dos ciclones em função de car e a1um

CQZ 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
fjim fxm jjini fim |xm |xm fjim |xm jjLin jxm

10 m/s - 195 439 781 1.220 1.757 2.391 3.123 3.953 4.880

15 m/s - 293 659 1.171 1.830 2.635 3.587 4.685 5.929 7.320

20 m/s - 390 878 1.562 2.440 3.514 4.782 6.246 7.906 9.760

25 m/s 122 488 1.098 1.952 3.050 4.392 5.978 7.808 9.882 12.200

30 m/s 147 586 1.318 2.342 3.660 5.270 7.174 9.370 11.858 14.640

35 m/s 171 683 1.537 2.733 4.270 6.149 8.369 10.931 13.835 17.080

Mais prático ainda é o diagrama anexo, que nos fornece 106D/(yra - yar) em função de
d m e c m/s
Além de garantir a separação desejada, os ciclones devem permitir a passagem da va­
zão de ar (4Q prevista para o sistema de captação, com a velocidade de entrada c seleciona­
da. Nessas condições, de acordo com a Fig. 4.24, fazendo:
h = e = 2b.
devemos ter, no mínimo,
D > 2b + e > 46,
de modo que, necessariamente,

Vs = cbh = c2b2 < c2 [4.18]

expressão que nos permite estabelecer as vazões máximas dos ciclones em função de seu
diâmetro e da velocidade de entrada do ar (Tab. 4.14).
Coletores

O diagrama original encontra-se encartado no final do livro.

Ta b e l a 4.14 Vazão máxima de ciclones em função de car e D


D

C
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
c m c m c m c m c m c m c m c m c m c m

10 m/s 0,050 0,200 0,450 0,800 1,250 1,800 2,450 3,200 4,050 5,000
15 m/s 0,075 0,300 0,675 1,200 1,875 2,700 3,675 4,800 6,075 7,500
20 m/s 0,100 0,400 0,900 1,600 2,500 3,600 4,900 6,400 8,100 10,00
25 m/s 0,125 0,500 1,125 2,000 3,125 4,500 6,125 8,000 10,12 12,50
30 m/s 0,150 0,600 1,350 2,400 3,750 5,400 7,350 9,600 12,15 15,00
35 m/s 0,175 0,700 1,575 2,800 4,375 6,300 8,575 11,20 14,17 17,50

Assim, selecionado o ciclone (D, c) para atender uma determinada separação (dpm, 7ni),
podemos verificar se ele tem tamanho adequado para atender à vazão de ar (Ys) requerida
ou eventualmente determinar o número de ciclones em paralelo a adotar para poder atender
a essa vazão.
Por outro lado, a perda de carga dos ciclones depende fundamentalmente da pressão
dinâmica de entrada, de suas dimensões (seção de entrada, seção de saída, diâmetro e altu­
ras) e do tipo de construção (comum, com entrada helicoidal, com defletor de entrada, etc.).
Ventilação local exaustora

Assim, de acordo com a expressão geral das perdas de carga:

j/ = a3 —
c2 y
ciclone 2g 3x5

podemos fazer, segundo First:


bh
A= K [4.19]
kne2
4
onde K é um coeficiente experimental que varia de 5 a 10, e k depende do tipo de ciclone,
podendo-se adotar:
para ciclones comuns, k = 0,5;
para ciclones com entrada helicoidal, A; —1,0;
para ciclones com defletores de entrada, k = 2,0.

EX EM PLO 4 .2

Selecionar os ciclones para separação de partículas de madeira de um sistema de


ventilação local exaustora cujas características que interessam são:
• Vs = 3 m3/s;
• ym = 1.600 kgf/m3;
• d m > 20.

Solução
A orientação a ser obedecida é a que segue:

a) Com o tamanho da menor partícula a ser separada, podemos calcular, com auxílio
da Eq. [4.17] e da Tab. 4.13, ou mesmo do diagrama anexo, os valores de l06D/(ym-
yar) 106D/ym em função de cada uma das velocidades recomendadas, os quais
estão registrados na segunda coluna da tabela deste exemplo.
b) Com os valores acima definidos podemos calcular os diâmetros D corresponden­
tes, que estão registrados na terceira coluna da tabela deste exemplo.
c) A partir dos diâmetros calculados e das velocidades correspondentes, podemos
determinar, com auxílio da Eq. [4.18] ou da Tab. 4.14, a vazão máxima admissível
para cada ciclone selecionado, de onde vem o número inteiro N de ciclones neces­
sários para atender à vazão de 3 m3/s de ar, constantes da quarta coluna da tabela
deste exemplo.
d) A partir do número de ciclones de cada uma das soluções registradas, podemos
calcular simplesmente a vazão individual correspondente a cada um deles, as
quais constam da quinta coluna da tabela deste exemplo.
Coletores

( ----------------------------------------------------------------------------------------------- \
e) Com a vazão individual de cada ciclone, podemos calcular sua seção de entrada íl,
que consta da sexta coluna da tabela deste exemplo.
f) A partir da seção de entrada, podemos definir as dimensões de entrada (bx/i) e
de saída (é), para as quais faremos h = e = 2b. Na sétima coluna da tabela deste
exemplo estão registrados os valores de b, ponto de partida para o cálculo dos
demais.
g) Finalmente com auxílio da equação de First, onde faremos D = L - H, podemos
calcular a perda de carga ocasionada pelos ciclones, para cada uma das soluções
apresentadas:

bh J d 2 c 2 _ 4K c2
dclone " \ H L 2 Ü Yai ~ toT 2gYar
4

Assim, para um coeficiente experimental mínimo K = 5 e um valor de k = 0,5 corres­


pondente a um ciclone comum, teremos:

'^ciclone ~ 0,39c
valores que constam na oitava coluna da tabela deste exemplo.
Analisando as soluções apresentadas na tabela, concluímos que a de menor investi­
mento é a V, a qual, entretanto, apresenta elevado custo operacional. O contrário se
verifica na solução I, que é a de menor custo operacional, mas de implantação carís­
sima.
Como solução mais adequada, optaríamos pela V, de um único ciclone ou, atendendo
a uma melhoria operacional, pela solução IV, de dois ciclones, cujo custo não seria
muito elevado.

Ta b e l a E x . 4.2

Solução 106D/7m D (m) N Vs/ciclone í l (m2) b (m ) J(kgf/m2)

1-10 m/s 195 0,31 25 0,12 0,012 0,077 39

11-15 m/s 293 0,47 8 0,375 0,025 0,112 88

ill - 20 m/s 390 0,62 4 0,750 0,0375 0,137 156

IV - 25m/s 488 0,78 2 1,500 0,060 0,173 244

V - 30 m/s 586 0,94 1 3,000 0,100 0,224 341

VI - 35m/s 683 1,09 1 3,000 0,0857 0,207 478

........................................................................ - ---..................
Ventilação local exaustora

4.4.5 Coletores úmidos


Trata-se de equipamentos para eliminação de contaminantes sólidos, que adotam a umidi-
ücação do ar a fim de aglomerar as partículas contaminantes. Isso aumenta suas dimensões
e facilita a separação, seja por precipitação seja por centrifugação, ou mesmo por impacto
contra obstáculos como enchimentos, pratos, anteparos, defletores, captores de gotas, etc.
Embora a perda de carga nesses coletores não seja alterada significativamente pelo ume-
decimento dos contaminantes, o aumento de sua eficiência no processo de separação é
apreciável.
A água movimentada varia bastante, conforme o tipo de equipamento empregado. Po-
dem-se registrar valores de 3% até cerca de 200% em relação ao peso do ar, embora para
as condições ambientes normais apenas 1 ou 2% sejam arrastados, porém mais devido à
evaporação. A água restante pode ser recuperada por filtragem ou por decantação, tratada
com sulfato de alumínio e um corretivo do pH (carbonato de sódio).
Os coletores citados a seguir estão entre os mais usados, comumente.

L avad ores d e ar

Nesses equipamentos, o ar com os contaminantes é colocado em contato com água atomiza-


da, por meio de borrifadores, que funcionam com pressão de 1 a 2 kgf/cm2.
Os lavadores de ar mais simples são os horizontais, onde o ar entra em contato com uma
ou mais baterias de borrifadores em contracorrente para, em seguida, passar por captores
de gotas, que retêm a água juntamente com o contaminante (Fig. 4.25). A quantidade de
água empregada nesses casos é normalmente elevada, podendo atingir até 200% em relação
ao peso do ar.
Em grandes instalações, a disposição adotada para os lavadores de ar é cilíndrica, ver­
tical, com os borrifadores dispostos perifericamente a diversas alturas. As câmaras de
borrifadores, como também são chamados os lavadores de ar, adotam velocidades de des­
locamento do ar da ordem de 1,5 m/s; daí o fato de sua perda de carga - que depende mais
de seus captores de gotas - só excepcionamente exceder os 25 kgf/m2 (mm H20).
O maior inconveniente desse tipo de coletor está no elevado custo, devido às suas gran­
des dimensões.

m Captores
í■Jc q
Borrifadores _ de gotas

i
m
fm
m
m
ü
------- *7-
Água limpa ■Lama

Figura 4.25 Lavador de ar horizontal, o tipo mais simples.


Coletores

T o r r e s c o m e n c h im e n t o

Trata-se de equipamentos em forma de torre, sendo a água borrifada a baixa pressão sobre
obstáculos de madeira, de plástico ou mesmo de fibrocimento, onde o ar circula em contra-
corrente a velocidades de 1 1,5 m/s, acarretando perdas de carga da ordem de 40 a 90 kgf/m2
(Fig. 4 26).

Ar

Água Borrifadores

Enchimento

Ar + pó

D =
Lama

Figura 4.26 Torre com enchimento.

Como enchimento mais comum, essas torres adotam os anéis de Rasching, e são mais
usadas em processos de retenção de gases e vapores nos coletores ditos de absorção (ver
item 4.4.8).

Ciclones úmidos

São coletores basicamente iguais aos ciclones, porém providos de borrifadores no interior
com o objetivo de aglomerar as partículas contaminantes e assim facilitar sua separação
(Fig. 4.27).
Uma variante desse tipo de coletor são as torres cilíndricas providas de borrifadores
na periferia, nas quais o ar contaminado é injetado tangencialmente pela parte inferior,
percorrendo, à semelhança dos ciclones, em movimento helicoidal ascendente, toda a altura
da torre até sair pela parte superior.
Como, em virtude da maior granulometria das partículas, a velocidade de deslocamento
do ar pode ser menor em comparação à dos ciclones secos, o consumo de energia e mesmo
a eficiência da separação podem ser muito melhorados.
m Ventilação local exaustora

R o t o c lo n e s ú m id o s

Nos rotoclones úmidos, a água é injetada na aspiração do ventilador, na proporção de apro­


ximadamente 10%. em peso do ar em circulação, aumentando assim o efeito de separação
do rotoclone seco.

T ip o o r i f í c i o

Nos coletores úmidos tipo orifício - ou misturadores auto-induzidos o ar é forçado a pas­


sar dentro da água, vencendo um desnível da ordem de 60 a 150 mm. A disposição adotada
varia muito, mas em princípio todos os modelos têm como objetivo a passagem do fluxo do
ar através da massa de água, repartindo-a em gotas de tamanhos maiores ou menores, de
acordo com a velocidade adotada, a qual varia normalmente de 15 a 60 m/s, dando origem a
perdas de carga que vão de 50 a 250 kgf/m2 (Fig. 4.28).

M istu r a d o r e s tip o v e n tú r i

Esses misturadores servem apenas para adicionar água ao fluxo do ar com contaminantes.
A adição é feita normalmente na seção estrangulada do ventúri, onde a pressão estática efe­
tiva é nula ou mesmo negativa (ver Sec. 4.5). A quantidade de água adotada vai de 6 a 30%
do peso do ar com contaminante em circulação.
Coletores

Após a mistura, o ar é injetado tangencialmente num corpo cilíndrico, que separa por
centrifugação os contaminantes aglutinados e a água. A perda de carga desses equipamen­
tos é da ordem de 250 a 750 kgf/m2, mas a eficiência é elevadíssima, chegando a 98% para
partículas da ordem de 1 fim.

Figura 4.28 Coletor úmido tipo orifício, ou misturador auto-induzido.

M i s t u r a d o r e s m e c â n ic o s

Esses misturadores são equipados com aspersores rotativos tipo disco, semelhantes aos
usados nos spray driers, ou do tipo cilíndrico semi-imersos, que diferem dos rotoclones por
ser a separação feita após a mistura, por sedimentação ou mesmo por impacto, que ocorrem
fora do elemento móvel (Fig. 4.29).

L avad ores d e esp u m a

Como o nome diz, empregam espuma para aumentar a área de contato superficial do aglo-
merante. Consegue-se com isso um aumento substancial na eficiência desses equipamentos
no processo de separação dos contaminantes. A espuma é geralmente obtida mediante adi­
ção, na água, de 0,15% em peso de essência de terebintina.
Ventilação local exaustara

4.4.6 Filtros de tecidos


A o c o n t r á r i o d o s f iltr o s u s a d o s n a s i n s t a l a ç õ e s d e v e n tila ç ã o g e r a l d i l u i d o r a ( ite m 3 .2 .4 ),
q u e n a m a io r p a r t e d o s c a s o s u s a m v e lo c id a d e s d e fa c e d e a t é 2 m /s , c o m p e r d a s d e c a r g a
d a o r d e m d e 4 k g f /m 2, o s f iltr o s d a s i n s t a l a ç õ e s d e v e n t i l a ç ã o lo c a l e x a u s t o r a a d o t a m v e ­
l o c id a d e s d e f a c e q u e v a r i a m d e 0 ,1 5 a 2 ,5 m /r n in e p o d e m r e t e r p a r t í c u l a s d e 0 ,5 |x m c o m
re n d im e n to s d e a té 99% .

E s s e s f iltr o s s ã o e x e c u t a d o s c o m t e c id o s , o n d e a s p a r t í c u l a s j á d e p o s it a d a s e x e r c e m u m
p a p e l p r e p o n d e r a n t e n a e fic iê n c ia d a filtr a g e m , à p r o p o r ç ã o q u e a p e r d a d e c a r g a a u m e n t a ,
a t i n g i n d o v a lo r e s d a o r d e m d e 5 0 a 1 2 0 k g f /m 2, c o n f o r m e a e x p r e s s ã o :

^filtro ” K{C+ R.-,Wc, [4.20]


sen d o :

c a v e l o c id a d e d o a r ( r n /m in ) ;
Ki u m c o e f ic ie n te c o r r e s p o n d e n t e a o f iltr o lim p o , q u e v a r i a d e 3 5 a 6 5 ;
K2 u m c o e f ic ie n te c o r r e s p o n d e n t e a o p ó a d e r e n t e , q u e v a r i a d e 2 5 a 5 0 ; e
W a c a r g a e m p e s o d o p ó a d e r e n t e ( k g f / m 2).

C o m o a á r e a d e f a c e d e s s e s f iltr o s a s s u m e p o r v e z e s d i m e n s õ e s m u ito g r a n d e s , e m
v i r t u d e d a s b a i x a s v e lo c id a d e s a d o t a d a s p a r a o a r, e le s p o d e m s e r d i s p o s t o s n a f o r m a d e
q u a d r o s d e s e n c o n t r a d o s , d e s a c o s , d e m a n g a s o u m e s m o e m z ig u e z a g u e ( F ig . 4 .3 0 ) . P e r i o ­
d ic a m e n t e (d e 4 a 8 h o r a s ) , o s f iltr o s p r e c i s a m s e r r e c o n d ic io n a d o s , p o r r a s p a g e m o u a g i t a ­
ç ã o m e c â n i c a . O s m é to d o s m a is u s a d o s p a r a is s o sã o :

• b a t i m e n t o d a s m a n g a s , p o r m e io d e v ib r a ç ã o m e c â n i c a d e s ta s .
• c o la p s o d a s m a n g a s , e m q u e , p o r e x c e s s o d e m a t e r i a l d e p o s ita d o , e le é n a t u r a l ­
m e n t e d e s a lo ja d o ;
• r e v e r s ã o d o flu x o d o ar.
Figura 4.30 Na ventilação local exaustora, os filtros podem ser arranjados
de várias maneiras.

A fim d e r e d u z i r a s d e p o s iç õ e s e x a g e r a d a s s o b r e o s filtr o s , e le s d e v e m s e r u s a d o s e m
s é r i e c o m o u tr o tip o d e s e p a r a d o r , p a r a q u e r e t e n h a m a s p a r t í c u l a s m a io r e s , c o m o o s f iltr o s
c o m u n s u s a d o s n o r m a l m e n t e n a s i n s t a l a ç õ e s d e v e n tila ç ã o g e r a l d ilu id o r a , a s c â m a r a s g r a -
v ita c io n a is o u m e s m o a s c â m a r a s in e r c ia is , q u e s ã o d e b a i x a p e r d a d e c a r g a .

O s f iltr o s d e te c id o só s ã o u s a d o s n o s c a s o s e m q u e o a r e o s c o n t a m i n a n t e s a p r e s e n ­
t a m - s e s u f ic ie n te m e n te s e c o s , a fim d e s e e v i t a r s e u e m p a s t a m e n t o .

P o r o u tr o la d o , o m a t e r i a l u s a d o n e s s e s f iltr o s l i m i t a s u a t e m p e r a t u r a d e u tiliz a ç ã o .
P o d e m o s e s t a b e l e c e r a s s e g u i n t e s t e m p e r a t u r a s - l i m i t e p a r a o s d iv e r s o s m a t e r i a i s d e u s o
c o r r e n t e n e s s e tip o d e filtro :

a lg o d ã o , 8 0 °C ;
- lã , 9 0 °C ;
p o lip r o p ile n o , 9 0 nC;
n á ilo n , 9 0°C ;
O rlo n , 135°C ;
D a c r o n , 135°C ;
lã d e v id r o , 2 8 5 °C .

O u tr o s tip o s d e filtr o e m p r e g a d o s n a s i n s t a l a ç õ e s d e v e n t i l a ç ã o lo c a l e x a u s t o r a o u m e s ­
m o d e v e n tila ç ã o d il u i d o r a q u e e x ig e m u m n ív e l d e p u r e z a m u ito e le v a d o - c o m o o p e r a ç õ e s
i n d u s t r i a i s e s p e c i a i s n a á r e a d e s e m i c o n d u t o r e s o u n a c o le ta d e m a t e r i a i s r a d io a tiv o s - sã o
o s f iltr o s a b s o lu to s , c o n s t i t u í d o s d e m a t e r i a i s p o r o s o s , c o m e s p e s s u r a s d a o r d e m d e 4 0 m m ,
e q u e a p r e s e n t a m a l t í s s i m a e fic iê n c ia . M a s s ã o d e u t i l i z a ç ã o b a s t a n t e e s p e c íf ic a , e m v i r t u d e
d e s e u a lto c u s to , e le v a d a p e r d a d e c a r g a e d e n ã o p o s s i b i l i t a r e m r e c o n d ic io n a m e n to .

4.4.7 Filtros eletrostáticos


F i l t r o s e l e t r o s t á t i c o s - o u p r e c i p i t a d o r e s e l e t r o s t á t i c o s - s ã o c o le to r e s c u jo f u n c io n a m e n to
s e b a s e i a n a a t r a ç ã o e lé t r i c a , o c a s io n a d a s o b r e a s p a r t í c u l a s c o n t a m i n a n t e s c a r r e g a d a s d e
e l e tr ic id a d e . P a r a t a n t o , o flu x o d e a r c o m o s c o n t a m i n a n t e s p a s s a p o r u m c a m p o e lé tr ic o
d e e le v a d a d i f e r e n ç a d e p o t e n c ia l, o n d e o a r se io n iz a e t r a n s m i t e s u a c a r g a e l é t r i c a p a r a a s

■>i ■" ’ofgc3 Cp n


Ventilação local exaustora

p a r t í c u l a s . E s t a s p o d e m e n t ã o s e r a t r a í d a s p o r u m e l e tr o d o c o le to r d e p o l a r i d a d e c o n t r á ­
r ia .

0 e l e tr o d o c a r r e g a d o r é n o r m a l m e n t e c o n s t i t u í d o p o r fio s o u o b s tá c u lo s c o m p o n t a s
d e c a r g a n e g a tiv a ; e o e l e tr o d o c o le to r é c o n s t i t u í d o p e la s p a r e d e s d o p r ó p r io e q u ip a m e n to ,
l i g a d a s à t e r r a , e c a r r e g a d a s p o s i t i v a m e n t e ( F ig s . 4.31 e 4 .3 2 ). E t e n s ã o e l é t r i c a a p lic a d a é
c la s s if ic a d a c o m o :

b a ix a t e n s ã o , d e 10 a 15 kV;
a l t a t e n s ã o ; 3 0 a 100 kV.

Figura 4.31 Filtro eletrostático, com eletrodo de fios.

Figura 4.32 Filtro eletrostático, com eletrodo de obstáculos.


Coletores

A e n e r g i a c o n s u m i d a é a p e n a s a q u e la c o r r e s p o n d e n t e à c a r g a d a s p a r t í c u l a s , a q u a l é
d a o r d e m d e 0,7 a 8 W h p a r a c a d a m e t r o c ú b ic o d e a r m o v im e n ta d o . A v e lo c id a d e a d o t a d a
p a r a o a r é b a s t a n t e b a i x a ( d e 1 a 3 r o /s ) , d e m o d o q u e a p e r d a d e c a r g a n o e q u ip a m e n to ,
q u e p r a t i c a m e n t e n ã o a p r e s e n t a o b s tá c u lo s à p a s s a g e m d o a r, t a m b é m é m u ito b a i x a (3 a
10 k g f /m 2) . E o r e n d i m e n t o o b tid o , p o r o u tr o la d o , é e le v a d ís s im o , a t i n g i n d o v a lo r e s d e 9 9%
p a r a p a r t í c u l a s c o m d i m e n s õ e s e n t r e 0,1 e 2 0 0 fim .

A ú n ic a r e s tr iç ã o ao u so d o s p re c ip ita d o re s e le tro s tá tic o s e s tá n a re s is tiv id a d e d a s p a r ­


t íc u la s . A s s im , a s r e s i s t i v i d a d e s d e m e lh o r c a p t a ç ã o se s i t u a m e n t r e 1 0 1 e 2 X 1010 fl* c m .

P a r t í c u l a s d e r e s i s t i v i d a d e m u ito b a i x a p e r d e m f a c ilm e n te s u a c a r g a e lé tr ic a , p o d e n d o ,
a o a t i n g i r o e le tr o d o c a p to r , s e r r e p e lid a s , d e ix a n d o d e s e r c o le ta d a s . P a r a c o n t o r n a r e s s e
in c o n v e n ie n te , o r e c u r s o a d o ta d o - e m b o r a p o u c o p r á tic o - c o n s i s t e n o r e c o b r i m e n t o d a s
p l a c a s c a p t o r a s c o m m a t e r i a l v is c o s o .

P o r o u t r o la d o , p a r t í c u l a s c o m r e s i s t i v i d a d e s m a is a l t a s v ã o f o r m a n d o c a m a d a s n o e le ­
t r o d o c o le to r, d e 3 a 12 m m , q u e d if ic u lta m a p r e c i p i t a ç ã o d e n o v a s p a r t í c u l a s . P a r a c o n t o r ­
n a r e s s e p r o b le m a , q u e s e c a r a c t e r i z a p o r d a r o r ig e m a u m c e n t e l h a m e n t o n a s u p e r f íc ie d o
e le tr o d o c o le to r (efeito back c-orona) , a d o t a m - s e a g e n t e s c o n d ic io n a d o r e s : p a r a p a r t í c u l a s
d e r e a ç ã o á c id a , a a m ô n ia e a t r i e t i l a m i n a ; p a r a p a r t í c u l a s d e r e a ç ã o b á s ic a , o á c id o s u lf ú -
r ic o e o SO o).

O s p r e c i p i t a d o r e s e l e t r o s t á t i c o s , a p e s a r d o le v a d o c u s t o e d e s u a s g r a n d e s d i m e n s õ e s ,
p o d e m t r a t a r g a s e s a a l t a s t e m p e r a t u r a s e t ê m sid o l a r g a m e n t e e m p r e g a d o s e m u s i n a s t e r -
m o e lé tr ic a s , f á b r ic a s d e c im e n to , f á b r ic a s d e c e lu lo s e , a c i a r i a s e f u n d iç õ e s .

4.4.8 Filtros de materiais absorventes


A a b s o r ç ã o é o p r o c e s s o p e lo q u a l a m a s s a d e u m g á s o u v a p o r , a o s e r c o lo c a d o e m c o n ta to
c o m u m líq u id o n o q u a l e le é s o lú v e l, s e t r a n s f e r e p a r a o líq u id o , e m q u a n t i d a d e p r o p o r c i o ­
n a l à s u a s o lu b ilid a d e e à d i f e r e n ç a d e s u a c o n c e n t r a ç ã o n e s t e .

A r e t e n ç ã o d e g a s e s e v a p o r e s p o r a b s o r ç ã o é f e ita n o r m a l m e n t e n o s c o le to r e s ú m id o s ,
s o b r e t u d o o s d o tip o la v a d o r e s d e a r, t o r r e s d e e n c h im e n to , t o r r e s d e p r a t o s e o s la v a d o r e s
tip o v e n t ú r i . N o s c a s o s e m q u e o g á s o u v a p o r r e a g e c o m o líq u id o o u c o m u m a s u b s t â n c i a
n e le d is s o lv id a , a a b s o r ç ã o p o d e s e r g r a n d e m e n t e a u m e n t a d a . A p ó s a o p e r a ç ã o d e a b s o r ç ã o ,
t a n t o o s o lu to c o m o o s o lv e n te p o d e m s e r s e p a r a d o s e e v e n t u a l m e n t e r e a p r o v e ita d o s .

4.4.9 Filtros de materiais adsorventes


A d s o r ç ã o é a c a p a c i d a d e d e c e r t o s m a t e r i a i s d e a l t a p o r o s id a d e d e r e t e r , p o r m e io d e f o r ç a s
i n t e r m o l e c u l a r e s , d i t a s d e v a n D e r W a a ls, o u p o r a f i n id a d e q u ím ic a , o s g a s e s e v a p o r e s . O s
m a t e r i a i s a d s o r v e n t e s m a is c o n h e c id o s sã o :

c a r v ã o a tiv a d o ;
a l u m i n a a tiv a d a (A120 3) ;
s ílic a g el;
v id r o p o r o s o ; e
t e r r a s d ia to m á c e a s .

Aqfrují
cQSS Ventilação local exaustora

A capacidade de adsorção desses materiais, varia de acordo com o produto a adsorver e


o tamanho de seus poros, sendo normal valores em peso que variam de 10 a 50%.
À medida que o contaminante é adsorvido, o adsorvente vai se saturando, diminuindo
sua capacidade de separação. O material adsorvente, após a sua saturação, pode ser regene­
rado por meio de calor (100 a 150°C).
Os filtros de carvão ativado podem coletar solventes, odores etc., sendo largamente
utilizados:
na lavagem a seco;
no desengraxamento à base de solventes;
na fabricação de produtos químicos e farmacêuticos;
na fabricação de tintas, vernizes, etc.

4.4.10 Eliminadores de combustão


Nesses coletores, o ar contaminado serve de ar primário e secundário de alimentação para
uma câmara de combustão, onde é queimado um combustível líquido ou preferencialmen­
te gasoso. A elevação da temperatura permite a decomposição de gases, a eliminação de
bactérias, ou mesmo a combustão de contaminantes combustíveis como pó de madeira,
partículas orgânicas, etc.
Entretanto a eliminação de contaminantes pela combustão é bastante discutível, pois
os produtos da combustão podem apresentar elementos mais nocivos que os próprios con­
taminantes originais. Assim, uma combustão pode dar origem a monóxido de carbono caso
seja incompleta, dióxido de enxofre caso o combustível contenha enxofre, óxidos de nitro­
gênio e hidrocarbonetos não-queimados, produtos que evidentemente contribuem para a
poluição da atmosfera.
Os recursos mais usados para a incineração de gases e vapores efluentes dos processos
industriais são os f ia r e s , os pós-queimadores de chama direta e os pós-queimadores cata­
líticos.
Os f i a r e s são usados quando os efluentes dispõem de poder calorífico para manter a
combustão sem o uso de um combustível adicional.
Nos p ó s - q u e im a d o r e s d e c h a m a d ir e ta , os efluentes, a velocidades de 5 m/s, entram
em contato direto com os gases de uma combustão secundária com excesso de ar, elevando-
se a temperatura do conjunto a valores da ordem de 500 a 800°C.
Os p ó s - q u e i m a d o r e s c a t a líti c o s são constituídos por uma câmara provida de um
leito com material catalisador, por onde o contaminante combustível aeriforme é obrigado
a passar. O efeito do catalisador é completar a combustão dos efluentes que, por falta de
contato com o comburente ou temperatura inferior à de ignição, não entraram em com­
bustão.
A combustão catalítica verifica-se sem chama e a uma temperatura inferior à tempera­
tura autógena. Na realidade, o fenômeno é de adsorção, com produção de calor que mantém
a combustão dos reagentes na superfície do catalisador, onde deve se verificar uma tempe­
ratura de 350 a 550°C, sendo usado um pré-aquecedor caso necessário.
Coletores

Em geral, os catalisadores usados são os óxidos metálicos da platina, do manganês


(Mn02) do vanádio (V20 5), montados normalmente em leitos de material adsorvente. Mo­
dernamente, os pós-queimadores catalíticos são de uso comum nos veículos equipados com
motores de combustão interna.

4.4.11 Coletores de condensação


A condensação é um processo econômico e muito eficiente para separar poluentes quando
estes são vapores nocivos, na maior parte das vezes misturados com grandes quantidades
de vapor de água, como é o caso dos efluentes de autoclaves de processos industriais e lava­
dores de ar contaminado, nos quais a temperatura é muito superior à do ambiente.
Na realidade, os condensadores, apesar de poderem eliminar quantidades apreciáveis
de vapor, não conseguem reter os incondensáveis e mesmo certas partículas sólidas, ser­
vindo por vezes apenas como pré-separadores dos separadores principais de um sistema de
ventilação local exaustora, os quais têm assim seu tamanho - e portanto seu custo - redu­
zido.
O fluido empregado para retirar o calor de condensação (o calor de condensação da
água à pressão atmosférica normal é de -600 kcal/kgf) é a água à temperatura ambiente. Os
condensadores utilizados com coletores de vapor podem ser classificados como de mistura
ou de superfície.
Nos c o n d e n s a d o r e s d e m is tu r a , o efluente é colocado em contato direto com água à
temperatura ambiente, podendo sua temperatura aumentar no máximo até valores inferio­
res a 100°C, a fim de evitar a interrupção do processo de condensação - tanto do vapor de
água como de vapores diversos cujas temperaturas de saturação sejam inferiores à tem­
peratura de vaporização da mesma.
A quantidade de água utilizada depende do tipo de vapor a condensar e pode atingir,
no caso do vapor de água, até cerca de quinze vezes o peso do vapor condensado. O equipa­
mento empregado para isso pode ser um lavador de ar, uma torre de borrifadores ou mesmo
um misturador tipo ventúri. Eventualmente, a água com os condensados deverá ser tratada
depois, para separação dos elementos nocivos.
Nos c o n d e n s a d o r e s d e s u p e r f íc ie , o efluente não entra em contato com a água. Os
mais usados para separação de vapores em instalações de ventilação local exaustoras são os
condensadores tipo tubo e carcaça (s h e ll a n d tu b é ), em que a água circula pelo interior de
um feixe de tubos paralelos, e o efluente com os condensáveis circula externamente a eles.
Para assegurar uma diferença de temperatura razoável, que garanta um equipamento
de tamanho mais reduzido, a quantidade de água em circulação nesse tipo de condensador
é muito superior à adotada nos condensadores de mistura, podendo atingir, num projeto
econômico, valores da ordem de 60 vezes o peso do vapor condensado.
Felizmente, nesse tipo de equipamento, a água usada para a retirada do calor de con­
densação pode ser recuperada com facilidade numa torre de arrefecimento, onde se perde
cerca de 10% de seu peso, sendo a parte restante reaproveitada no processo.
Para maiores detalhes sobre o dimensionamento de condensadores do tipo s h e ll a n d
tu b e e de torres de arrefecimento, ver Costa (2).
jw m Ventilação local emustora

4.4.12 Seleção dos coletores


A e s c o lh a d o c o le to r m a is a d e q u a d o p a r a u m d e t e r m i n a d o s i s t e m a d e v e n tila ç ã o lo c a l e x a u s -
t o r a d e v e le v a r e m c o n t a o s e g u i n t e s f a to r e s :

a s c a r a c t e r í s t i c a s f ís ic a s e q u ím ic a s d e c a d a u m d o s c o n t a m i n a n t e s , t a i s c o m o :
• e s t a d o fís ic o (g á s , v a p o r, líq u id o o u s ó lid o ),
• d e n s id a d e ,
• c o n c e n tr a ç ã o ,
• s o lu b ilid a d e ,
• a d e s iv id a d e ,
• re s is tiv id a d e ,
• a tiv id a d e q u ím ic a ( c o r r o s iv id a d e , o x id a ç ã o , d e c o m p o s iç ã o , f o r m a ç ã o d e c o m p o s
t o s n o c iv o s , e tc .) ;
e fic iê n c ia d e s e j a d a ( p e r c e n t u a l e m p e s o d o s c o n t a m i n a n t e s a s e r e m r e tid o s ) ;
a n á l i s e g r a n u l o m é t r i c a d o s c o n t a m i n a n t e s s ó lid o s o u g r a n u l o m e t r i a m í n i m a p a r a
o p e r c e n t u a l d e r e t e n ç ã o d e s e ja d o ;
f o r m a d a s p a r t í c u l a s s ó lid a s ;
c o n d iç õ e s d o e f lu e n te ( t e m p e r a t u r a u m i d a d e e p r e s s ã o ) ;
f a c ilid a d e d e r e m o ç ã o e lim p e z a d o m a t e r i a l c o le ta d o ;
p e rd a de c a rg a n a o p e ra ç ã o de se p a ra ç ão ;
c u s t o d o i n v e s t i m e n t o e d a o p e r a ç ã o d o s is te m a .

Q u a n d o se t r a t a d e c o n t a m i n a n t e s s ó lid o s d e g r a n u l o m e t r i a c o n h e c id a , a e s c o lh a d o
tip o d e c o le to r p o d e s e r f e ita s u m a r i a m e n t e p e l a p r á t i c a T a b . 4 .1 5 , q u e n o s f o r n e c e o t a m a ­
n h o m ín im o d a s p a r t í c u l a s r e t i d a s e c o n o m i c a m e n t e p e lo s d iv e r s o s c o le to r e s e s t u d a d o s .

Ta b e l a 4.15 Se le ç ã o de c o le to re s em fu n ç ã o do ta m a n h o das p a rtíc u la s retid as

T a m a n h o m ín im o d a p a r t í c u la c o le t a d a
T ip o d e c o le t o r
(p ,m )

Câmaras de gravidade 200


Câmaras inerciais 50 a 150
Ciclones grandes 40 a 60
Ciclones pequenos 20 a 30

Rotoclones 15 a 30
Coletores úmidos 0,5 a 2
Filtros de tecidos 0,5
Filtros eletrostáticos 0,001 a 1

A o t r a t a r , n o p r i m e i r o c a p ítu lo , d o s d iv e r s o s tip o s d e c o n t a m i n a n t e s , a p r e s e n t a m o s a
T ab . 1.7, q u e c a r a c t e r i z a a p r o d u ç ã o d e s t e s p a r a d iv e r s a s o p e r a ç õ e s e s p e c íf ic a s e, a o m e s m o
t e m p o n o s in d i c a t a m b é m o ti p o d e s e p a r a d o r m a is a d e q u a d o . E n t r e t a n t o u m a e s c o lh a m a is
a c u r a d a é o f e r e c id a p e lo d i a g r a m a d e S y lv a n , a d o t a d o p e l a A m e r i c a n A ir F i l t e r ( p á g i n a
1 8 9 ), o q u a l p o s s ib ilita a e s c o lh a d o c o le to r m a is a p r o p r ia d o e m f u n ç ã o d o t a m a n h o d a s
p a r t í c u l a s , g r a n u l o m e t r i a , c o n c e n t r a ç ã o , e fic iê n c ia e m e s m o o p e r a ç ã o e s p e c íf ic a .
I

Ventiladores e ejetores
Tamanho médio das partículas (pm)
Ventilação local exaustora

4.5 V entiladores e ejetores


No item 3.2.5, foram apresentados os ventiladores usados nas instalações de ventilação ge­
ral diluidora. Ficou claro que os ventiladores mais indicados para aquele tipo de instalação
eram os centrífugos de pás'voltadas para frente (Siroco), que se caracterizam por movi­
mentar grandes quantidades de ar (relações de vazão c2m/w2 elevadas), a par de pressões
adequadas, com baixas velocidades periféricas (relações de pressão c/u2 elevadas), a üm de
garantir um baixo nível de ruído (nível I, u 2 < 20 m/s).
Esses ventiladores, entretanto, têm uma característica de potência absorvida que au­
menta muito com a abertura equivalente do circuito. Nessas condições, para evitar sobre­
cargas no motor de acionamento dos ventiladores, decorrentes do aumento da abertura
equivalente dos circuitos de ventilação local exaustora, que se caracterizam às vezes por
variar muito sua perda de carga, os ventiladores centrífugos indicados para esse tipo de
instalação são aqueles com as pás voltadas para trás (lim it load) ou eventualmente os de
pás radiais.
Tais ventiladores apresentam uma característica favorável para esse tipo de serviço,
pois, além de produzir grandes diferenças de pressão para as vazões necessárias, não so­
frem um aumento sensível da potência consumida em função da redução da perda de carga
do sistema. As principais características dimensionais e operacionais desses ventiladores
constam da Tab. 4.16 (ver também a Fig. 3.16).

Ta b e l a 4 .1 6 P rin c ip a is c a ra c te rístic a s dos v e tila d o re s lim it lo a d e ra d ia is

Ventiladores Limit load Radiais


Tamanho
L 0,8D 0,15D a0,8D
h 0,8D 0,275D a 0,8D
ttirnax 2,1 D 1,8D
^2 0,5D 0,075D a 0,5D

Rendimentos
Adiabático -rp 95% 85% a 95%
Hidráulico % 90 % 70% a 90%
Mecânico r\m 85% a 95% 85% a 95%

Relação de pressão c/u2 0,90 a 1,0 1,0a 1,2

Relação de vazão c2m/u2 0,10 a 0,15 0,25

Os ventiladores de pás radiais são escolhidos quando há transporte de partículas atra­


vés do ventilador, ou quando se deseja, para acoplamento direto às rotações normais dos
motores elétricos síncronos, pressões mais elevadas. Isso porque esses ventiladores apresen­
tam uma relação de pressão superior à do tipo lim it load. Excepcionalmente, para grandes
vazões e baixas perdas de carga, podem ser usados para esse tipo de serviço, os ventiladores
centrífugos de pás voltadas para frente (Siroco), ou mesmo os axiais. Para maiores detalhes
sobre as características gerais e as leis de funcionamento dos ventiladores centrífugos, ver
o item 3.2.5 e também Costa (3).
Ventiladores e ejetores

Quando o material a ser arrastado é corrosivo, o ventilador deverá receber um trata­


mento anticorrosão ou ser construído com material apropriado. Desse modo, são usuais
equipamentos em aço inoxidável, revestimentos com chumbo, pinturas com tinta ou resina
anticorrosiva, etc.
A potência do motor de acionamento dos ventiladores será dada por:

Vm m3/s •Apt Nm2


p = m * w [4.21a]
m ^total
Vm m3/s-Ápí kgf /m 2
P = ——------------------------ cv [4.21b]
ra 7H otel
onde a diferença de pressão total deve incluir:
a diferença de pressão criada pelo captor (item 4.2.5);
a perda de carga da canalização de exaustão mais longa;
a perda de carga do coletor ou coletores em série, se for o caso;
a perda de carga da canalização de ar puro.
Solução diversa do uso de ventiladores para a movimentação do efluente nos sistemas
de ventilação local exaustoras é a adoção de ejetores, que funcionam com injeção de ar
(primário de um ventilador ou compressor), de vapor ou mesmo de água. A vantagem dessa
solução está em que o efluente não passa pelo elemento motriz, sempre mais sujeito a dete­
rioração pela ação dos contaminantes.

Figura 4.33 Vista esquemática de um ejetor.


Ventilação local exaustora

A d is p o s iç ã o b á s i c a d e u m e j e to r p o d e s e r v i s t a n a F ig . 4 .3 3 N e s s e s e q u ip a m e n to s , e
c r i a d a u m a v e lo c id a d e e le v a d a c j n u m a s e ç ã o e s t r a n g u l a d a í l j , d e d i â m e t r o Dh p o r m e io
d o c h o q u e e n t r e a s m a s s a s d e u m flu id o s e c u n d á r i o ( in s u f la d o p e lo e le m e n to m o tr iz - v e n ­
tila d o r , c a l d e i r a a v a p o r o u b o m b a d e á g u a ) e d o flu id o p r i m á r i o ( e f lu e n te d o s i s t e m a d e
v e n tila ç ã o lo c a l e x a u s t o r a ) , p a r a a s e g u i r a m i s t u r a s o f r e r u m a r e c u p e r a ç ã o d a p r e s s ã o
e s t á t i c a n u m c o n d u to d iv e r g e n te a d e q u a d o , a t é a t i n g i r u m a v e lo c id a d e c 2, n u m a s e ç ã o íl2,
d e d i â m e t r o Z)2.

N e s s a s c o n d iç õ e s , a e q u a ç ã o d e e q u ilíb r io d a s e n e r g ia s n o c lio q u e d e m a s s a s ( o u p e ­
s o s ) p e r m i t e c a l c u l a r a v e lo c id a d e a t i n g i d a n a s e ç ã o e s t r a n g u l a d a :

(G ' + G"X\ = Gcj = G'c' + G"c". [4.22]

O re s u lta d o d e s s a o p e ra ç ã o é o a p a re c im e n to d e u m a d ife re n ç a d e p re s s ã o q u e , d e s c o n ­
t a d a s a s p e r d a s n o a u m e n t o d e s e ç ã o , v a le :

( 02] „2
C,,
Ap = (1 —J5T) — y - — y [4.23]
2 g 2g

o n d e K é a p a r c e l a d a p e r d a d e c a r g a , n o a u m e n t o d e s e ç ã o , r e la tiv a à v a r i a ç ã o d e p r e s s ã o
d i n â m i c a d e s t a , a q u a l, p a r a f i 2 < 4 í l l7 v a r i a c o m o â n g u lo a d e a b e r t u r a , d e a c o r d o c o m a
T a b . 4.17.

Ta b e l a 4 . 1 7 Parcela K da perda de ca rg a de e jetores em fu n ç ã o do â n g u lo a

a tg oi/2 K

4° 0,0350 0,150

5o 0,0437 0,175

6o 0,0524 0,200

7o 0,0612 0,220

8o 0,0700 0,240

9o 0,0788 0,260

10° 0,0875 0,280

20° 0,1763 0,450

30° 0,2679 0,590


O

0,730
O

0,3640

E s s a d i f e r e n ç a d e p r e s s ã o p o d e s e r a p r o v e ita d a , c o m o a c o n t e c e c o m o s v e n t ila d o r e s ,
t a n t o n a s u c ç ã o d o s e f lu e n te s c o m o n a d e s c a r g a d a m i s t u r a d a m a s s a i n d u t o r a c o m e le s . A
m a s s a i n d u t o r a G ' é d a o r d e m d e 2 5 a 100% d a m a s s a d o s e f lu e n te s , d e m o d o q u e o flu x o
t o t a l n a s a íd a d o s i s t e m a s e r á G = G ' + G " = (2 a 5 ) G '.
Ventiladores e ejetores

A potência mecânica necessária para um sistema de ejeção é muito maior do que aquela
correspondente a um sistema de exaustão direta, devido às perdas por choque das massas,
às perdas no aumento de seção do ejetor e ao aumento da massa fluida em movimento,
como se pode observar no Exemplo 4.3, Ainda assim, o uso dessa solução é particularmente
importante nos sistemas de ventilação local exaustora em que os contaminantes são alta­
mente corrosivos e não devem passar através do ventilador; ou quando se deseja misturar
o efluente com a água a fim de facilitar a separação dos contaminantes ou mesmo provocar
a condensação de seus vapores, caso em que a própria água é usada como fluido indutor do
ejetor.
A seguir estão apresentados vários exemplos de cálculo de instalações de ventilação
local exaustoras, os quais para mais fácil identificação com a tecnologia atualmente em uso,
foram elaborados nas unidades de sistema técnico de unidades MKfS.

r EX EM PLO 4 .3

Calcular o ejetor para um sistema de ventilação local exaustora, cujas características


básicas são:
• vazão, 1 m3/s (3.600 m3/h);
• duto de saída, diâmetro de 40 cm (íl = 0,1257 m2);
• perda de carga total do sistema, Apt = 50 kgf/m2 (para o uso de ejetores, a perda
de carga máxima viável é da ordem de 100 kgf/m2, caso contrário a pressão de in­
jeção ultrapassa os 1.000 kgf/m2 e o consumo de energia se torna muito elevado).

Solução
A orientação dos cálculos obedece à ordem que segue:
1. De acordo com a simbologia adotada no item anterior, que consta na Fig. 4.33, as
condições de saída do efluente do sistema, são:
V" = 1 m3/s;
G" = V" • y = 1 m3/s X 1,2 kgf/m3 = 1,2 kgf/s;
c" = V"lCl = 7,955 m/s = 1 m3/s/0,1257 m2 = 7,955 m/s.

2. A partir da diferença de pressão necessária para a exaustão, podemos calcular a


velocidade cx na base do ejetor, normalmente compreendida entre 20 e 50 m/s.
Para tal arbitraremos, a velocidade de saída do ejetor c2 em 10 m/s (normalmente esse
valor é fixado entre 5 e 10 m/s). O ângulo de abertura do ejetor, para uma perda de
carga reduzida (K = 0,24), fixaremos em a = 8o (Tab. 4.17).
Nestas condições, de acordo com a Eq. [4.23], podemos calcular:

2x9,806 m/s x 50 kgi/m2


Cl + (10 m/s)*
12 =34,3 m/s.
(1 -0,24)1,2 kgfòn 3

s
Ventilação local exaustora

r ^
3. Arbitra-se a seguir a parcela de fluido a ser injetada G' = A • G", a qual varia nor­
malmente de 0,25 a 1,0, tendo-se em mente que uma parcela elevada implica num
acréscimo de fluido em movimento, o que irá onerar muito o consumo de potência,
ao passo que uma parcela pequena implicaria numa velocidade de injeção muito
grande e, portanto, numa pressão de injeção que poderia ultrapassar os 1.000
kgf/m2.
Nessas condições, optaremos por uma parcelaA = 0,5; ou seja, a injeção de ar puro no
montante de 50% em peso (no caso, volume) do efluente:
G' = 0,5G" = 0,5 x 1,2 kgtfs = 0,6 kg£k

4. Com as velocidades c1e c2, podemos calcular a seção estrangulada Oj e a de saída


íl_, assim como o comprimento H do aumento de seção:

a= , 0j0437 m,(A=0i236
Cj 34,3 m /s
V' + V" 1 m3 / s + 0,5 m3 /s A ir 2 r n ni I K ,
- = 0,15 m2 (D2 = 0,437 m),
10 m /s
D2 - D 1 0,437 m /s-0 ,2 3 6 m
H: = 1,436 m.
a 2x0,0700
2 tg

5. A partir do valor de G\ com auxílio da Eq. [4.22], do equilíbrio dinâmico das mas­
sas que se chocam, podemos calcular a velocidade c’ do fluido injetado:
, (G' + G")c, - G"c" (0,6 +1,2) kgf/s x 34,3 m/s-1,2 kgffs x 7,955 m/s
c = ---------- vr--------- = 87 m/s.
0,6 kgi/s

6. A pressão de injeção, por sua vez, será dada por:

= 463 kgtfm2.

7. Desse modo, a potência envolvida no processo de injeção (ventilador secundário


de injeção ) seria dada por:

p = F,AP?injegão _ 0,5 m3/s x 463 kgl/m2 _


™injeção 75??í 75x0,5 ~ D> dCV'

E a potência absorvida num processo de exaustão direta seria dada por:


Ventiladores e ejetores

V'Aptexaustão i,0 m 3/sx50kgfón2


Pm exaustão = l,333cv.
75 nt 75 x 0,5

Essa discrepância se deve às perdas adicionais do sistema de ejeção, a seguir expli­


cadas.
• À perda de carga no aumento de seção do ejetor que representa um aumento de
potência de:

-— = 1,3158 vezes.

• Às perdas de energia na operação de choque, que representam um aumento de


potência de:

G'c'2 = 0,6 x 872 = 4,541 _ g43


(_G' + G ")(c2 - c 22) ~~ 1,8(34,32 —102) ~ 1-938 ’

• À carga adicional devido à movimentação de uma vazão de ar secundário, que


representa 50% da vazão do efluente do sistema, para se conseguir a diferença de
pressão desejada no ejetor (multiplicador 1,5).
Na realidade, essa vazão adicional obriga apenas ao aumento do ejetor, sem alteração
de suas características dinâmicas, como velocidades e perdas de carga. Daí o aumen­
to global de potência de 1,3158 X 2,343 X 1,5 = 4,63, como se verifica pelo cálculo
direto das potências, feito anteriormente para cada uma das soluções aventadas.

EXEM PLO 4 .4

Selecionar o tipo de coletor mais indicado para separação de poeiras industriais,


efluentes de um forno de calcinação, cuja concentração é de 15 g/m3, com uma gra-
nulometria média de 9 pm.

Solução
A Tab. 4.15 indica que para granulometrias inferiores a 15 pm, os únicos coletores
plausíveis para uma eficiência razoável, são os de tipo úmido, os filtros de tecido e os
precipitadores eletrostáticos. Entretanto, com o uso do diagrama de Sylvan, podemos
fazer uma seleção mais detalhada.
Assim, a partir de ponto A (15 g/m3, 9 pm) no diagrama da página 189, com a inclina­
ção da estrutura granulométrica correspondente às poeiras industriais (que aparece
na parte superior direita), podemos selecionar diversos tipos de coletores em função
de vários rendimentos:
V
Federa! do Parí
Ventilação local exaustora

r ........................... \
f 1. Para um rendimento de 50%, a concentração do efluente se reduziría para 0,5 X
15 = 7,5 g/m3, as partículas não-separadas seriam em média um pouco inferiores
a 7 (jim, e o coletor a ser usado poderia ser um ciclone de alta eficiência (pequenos
diâmetros com altas velocidades).
2. Para um rendimento de 90%, a concentração do efluente se reduziría para 0,1 X
15 = 0,15 g/m3, as partículas não-separadas seriam em média inferiores a 4 |xm, e
o coletor a ser usado poderia ser um coletor úmido.
3. Para um rendimento de 95%, a concentração do efluente se reduziría para 0,05 x
15 = 0,75 g/m3, as partículas não-separadas seriam em média um pouco superiores
a 3 jxm, e o coletor a ser usado poderia ser um filtro de tecido.
4. Para rendimentos de até 97%, a concentração do efluente baixaria para 0,03 X 15
= 0,45 g/m3, as partículas não-separadas seriam em média inferiores a 1,6 |xm e o
coletor a ser usado seria necessariamente um precipitador eletrostático.
V_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
r ........................................................................ \
EXEM PLO 4 .5

Numa esteira transportadora de cereal (arroz) estão instaladas três campânulas,


num total de aberturas de 0,1 m2 em cada uma, de acordo com o esquema da Fig.
4.34. Dimensionar o sistema de ventilação local exaustora correspondente, com se­
paração dos pós por ciclone, com uma eficiência mínima de 85%.

V /
Ventiladores e ejetores

r .................. .......................................................\
Dados:
• y m = 1.600 kgf/m3;
• Granulometria:
- 20 |xm, 85%,
- 30 g-m, 80%,
- 40 |xm, 40%.

Solução
Inicialmente selecionamos as velocidades a adotar. Assim, de acordo com a Tab. 4.4,
para o caso de transferências de transporte, adotaremos a velocidade de captura c'
máxima recomendada, que é de 2.5 m/s. Já para as canalizações de ar, de acordo com
a Tab. 4.9, adotaremos a velocidade de 15 m/s para o ar contaminado e a velocidade
mínima de 10 m/s para o ar puro (na saída do ciclone).
Depois, acompanhamos a orientação seguinte:
1. Calcula-se a vazão de cada captor de acordo com as Eqs.[ 4.1] e [4.2]:
V = Kc'Q0 = 1 x 2,5 m/s x 0,1 m2 = 0,25 m3/s.

2. Calculam-se as dimensões (diâmetros) das canalizações.


Trecho 1-2:

0,25 m3/s
= 0,017 m2 (D = 0,146 m).
15 m/s

Trecho 2-3:

0,50 m3/s
= 0,033 m2 (D - 0,206 m).
15 m/s

Trecho 3-4:

^ Fs 0,75 m3/s
Q = _ S = _L_-------- --
= 0,050 m2 (D = 0,252 m).
c 15 m/s

Trechos S-V e V-4:

0,75 m3/s
= 0,075 m2 (D = 0,309 m).
10 m/s

3. Seleciona-se o ou os ciclones, para garantir a separação de partículas de até 20


gm, ou seja, para garantir, de acordo com a granulometria apresentada, uma efici­
ência de 85%.
V
Ventilação local exaustora

f \
Assim, de acordo com a Tab. 4.13, que fornece os valores de 106DQym- yar) em função
de dm e c m/s (ou do diagrama correspondente), e com a Tab. 4.14, que estabelece a
vazão máxima dos ciclones em função de Dm e c m/s, podemos calcular os diâmetros
D e as vazões máximas para as diversas opções de velocidade. Os valores assim en­
contrados estão relacionados na planilha de cálculo que segue.

T a b e la E x . 4.5

Solução c (m/s) D (cm) Vmax (m3/s) N Jd ci.(kg f/m 2)

1 15 47,0 0,431 2 87,7

2 20 62,7 0,995 1 155,9

3 25 78,4 1,930 1 243,6

4 30 94,1 3,352 1 350,8

5 35 109,8 5,320 1 477,4

A partir das vazões máximas de cada ciclone selecionado, também está anotado na
planilha o número de ciclones necessários para atender à vazão total do sistema. Por
outro lado, constam ainda da planilha as perdas de carga dos coletores (ciclones), as
quais estão calculadas no item seguinte.
Das soluções relacionadas para seleção dos ciclones, as únicas aceitáveis são a nú­
mero 1 e a número 2. A primeira, por ser a solução de menor consumo de energia; e a
segunda, por ser a de menor investimento.
As demais soluções foram apresentadas somente para deixar bem claro que o aumen­
to no tamanho do ciclone, acima daquele necessário, exige uma velocidade cada vez
maior para atender à separação desejada, e redunda não só no aumento progressivo
do custo de instalação mas também do consumo de energia.

4. Calculam-se todas as perdas de carga que constam do circuito mais longo da ca­
nalização de movimentação dos efluentes e de ar puro do sistema. Assim, pode­
mos relacionar:
• De acordo com a Tab. 4.7:
r2 1
J,captor = X — Y = 0,25----=^—— 1,2 = 3,5 kgflnr
2 1 2x9,806

De acordo com a Eq. [3.9] ou pelo diagrama de cálculo da ASHRAE, podemos cal­
cular a perda de carga dos condutos de ar de exaustão:
.2,51
J .condutos : 0,00188 - 0,001026/- 0,61
D 5,02 V '
Ventiladores e ejetores
.................................... ..........

• Para calcular as perdas de cargas dos acessórios, adotamos também a equação


geral:

'^acessórios 9g Y■

onde os coeficientes de atrito À são os registrados nas Tabs. 4.10 e 4.11, conforme
relacionado a seguir.

T a bela E x . 4.5

Acessório N X XX

Curva de 45° 2 0,075 0,150

Reunião 45°
50% + 50% 1 0,115 0,115
66% + 33% 1 0,050 0,050

Total 0,315

Por sua vez, a perda de carga da canalização do ar puro que é constituída de uma
adaptação ao ciclone (À desprezável), uma curva de 90° (À = 0,15), descarga para
a atmosfera (À = 1) e 10 m de condutos, nos é dada por:
«2,51 2
J saida = 0,0010261—— + E— r = 3,96 + (1,15 x 6,1) = 10,98 kgfim2.
Fs -9

Finalmente, a perda de carga do separador nos é dada pela Eq. [4.19]:

r = K JÊ L .JiÍ?.í-y
ciclone kne2 VHL 2g

onde, fazendo (ver o item 4.4.4):


K = 5 (valor mínimo),
k = 0,5 (ciclones comuns),
D = L = H, e

bh 26
; 0,637,
ne2 nb2

obtemos:
5x0,637 •c2
J.ciclones y = 0,3897c2
0,5-2 g

ar*

■^Mioteca
Ventilação local exaustora

r ................................ .....................................................................\
Nessas condições, adotando para a separação a solução 2 (ciclone único com menor
perda de carga), podemos calcular as dimensões do ciclone:
D = L = H = 62,7cm;

b h x c = 2b2 x c = 2b2 x 20 m/s = 0,75 m3/s;

b = 0,137 m (13,7 cm);

h = e = 2b = 0,274 m (24,7 cm);

e a sua perda de carga:

J dcione = 0,3897c2 = 0,3897 x 20a = 155,9 kgtfm2.

Todas as perdas de cargas que fazem parte do circuito do sistema de ventilação local
exaustora em estudo constam da planilha deste exemplo, onde aparece a perda de
carga total, a qual deve ser suprida pela diferença de pressão total do ventilador.

T a b ela E x . 4.5

Elemento V (m3/s) í(m ) c (m/s) D (cm) J (kgf/m2)


Captor 0,25 - 2,5 - 3,5

Trecho 1-2 0,25 6 15 14,6 12,84

Trecho 2 -3 0,50 10 15 20,6 14,02

Trecho 3-S 0,75 1 15 25,2 1,10

Acessórios - - 15 - 13,77

Canalização
0,75 10+ 17,6 15 30,9 10,98
de saída

Ciclone 0,75 - 20 155,9

2J 212,25

Nessas condições, o ventilador a ser adotado seria centrífugo do tipo lim it load, de
simples aspiração, o qual, de acordo com a Tab. 4.16, para um rendimento elevado,
teria as seguintes características:
c = 10 m/s (duto de ar puro);
0,8D X D X c = 0,75 m3/s D_= 0,31 m;
c/u2- 1,0 c = 4,04 jApt/ria =62 m/s u 2 = 1 X c = 62 m/s N = 3.820 rpm;
c2m = Vs/rjh ttD12 = 5,52 m/s c2m/u 2 = 0,089 (menor que o normal devido à
baixa velocidade de saída);
V.
Ventiladores e ejetores

r A
potência mecânica de acionamento:

„ Vm m3/s •Apt kgí / m*12 0,75 m3/s •212,25 kgf / m2 „ n


7 5 , = 7 5 ^ S3'° " '

Observação: Caso fosse adotada a solução de ciclone duplo, o custo de investimento


seria bem maior, mas a potência de acionamento do sistema seria de apenas 2,1 cv.

EXEM PLO 4 .6

Projetar um sistema de ventilação local exaustora para quatro banhos de 1,5x1,0 m


de superfície, destinado ao tratamento de chapas metálicas, com separação de gases
e vapores por um coletor úmido tipo orifício, obedecendo às dimensões mostradas na
Pig. 4.35.

S o lu ç ã o

De acordo com a orientação anterior, podemos selecionar as velocidades a serem ado­


tadas na instalação em estudo com auxílio das Tabs. 4.4 e 4.9:
- velocidade de captura, c' = 0,25 m/s;
- velocidade do ar poluído com gases e vapores, c = 10 m/s;
- velocidade do ar puro, c = 10 m/s.
Daí temos:
1. De acordo com a Tab. 4.6 , para uma fenda de H/L<0,1, com flange de largura >H,
a vazão dos captores é:
V = K x Lc' = 2,8 x 1 m x 1,5 m x 0,25 m/s = 1,05 m3/s.

2. As dimensões da canalização:
Trecho 1-2:
„ = _A
Q K = _2_-------
1,05 má/s= 0,105
n i n _n r 2 (D
/ n = 0,37m).
n Of7 %
c 10 m/s

Trecho 2-3:

Q=^ = 0,210 m2 (D = 0,52 m).


c 10 m/s

Trecho 3-4:

Q = ^ - = 3,15 111 /S= 0,315 m2 (D = 0,63 m).


c 10 m/s
Ventilação local exaustora
Ventiladores e ejetores

3. As perdas de carga, dispostas em série, do circuito mais longo e do separador,


correspondentes a um desnível da água de lavagem de 150 mm (150 kgf/m2), estão
registradas na tabela deste exemplo, onde:
,,2,51
^ c a n a ü za ç », “ 0,001026 Z—

J„ : EA — 7,
2g 1'

Ta b e l a E x . 4.6

E le m e n to V ( m 3/ s ) /(m ) EA. c (m/s) D (m ) J ( k g f / m ?)

Captor 1,05 - 0,49 10 - 3,00

Trecho 1-2 1,05 9 - 10 0,37 2,90

Trecho 2-3 2,10 5 - 10 0,52 1,06

Trecho 3-4 3,15 5 - 10 0,63 0,83

Trecho4-S 4,20 1 - 10 0,73 0,14

TrechoV-5 4,20 4 - 10 0,73 0,55

Acessórios - - 0,61 10 - 3,73

Saída ext. 4,20 - 1 10 0,73 6,12

Separador 4,20 - - - - 150,00

Total 168.33

donde a potência mecânica provável da instalação:

_ Vgàpt _ 4,2 m3/s •168,33 kgf / m2


=13,5cv.
7577,total 75x0,7

O ventilador mais indicado para o caso, tal como no exemplo anterior, é um centrífu­
go, do tipo lim it load, de simples aspiração, cujas características para um rendimento
como o arbitrado, de 70%, devem ser aproximadamente, de acordo com a Tab. 4.16:

c - 10 m/s (duto de ar puro);


0,8 D x D x c = 4,2 m3/s D = 0,725 m;

C2n
U„
V
/{livefsiaaoei-esefaído.u,;
biblioteca
Ventilação local exaustora

'S
Outra solução seria adotar um lavador ejetor, usando água como fluido indutor, o qual
serviria como elemento motriz e ao mesmo tempo como separador. Nesse caso, a de­
pressão necessária para aspiração do ar do sistema seria apenas de 18,33 kgf/m2, de
modo que o ejetor deveria atender às condições dadas pela Eq. [4.23]:

Ap = K
2g 1 2g ‘

Desse modo, adotando uma construção de a = 8o para a qual K = 0,24 (Tab. 4.17), e
arbitrando a velocidade de saída em 10 m/s, poderiamos calcular:
ci = 36,72 m/s.
Nessas condições adotando uma quantidade de água suficiente para a condensação
com pequena elevação de temperatura (Aí < 30°) de uma quantidade de vapor de, no
mínimo, 10% do peso do efluente, deveremos ter:

Gágua > 20 x 10% peso do ar.

Assim, adotaremos:

Gágua > 20 x 0,1 x 4,2 m3/s x 1,2 kgfim3 = 10,8 kg/s,

de onde obtemos a velocidade de injeção da água (Eq. [4.22]):

, _ (G' + G "X - G"c" _ (10 + 5,04)36,72-5,04 x 10


49,2 m/s.
G' 10,8

Essa velocidade corresponde a uma pressão na água de:

c'2 49,22
^água 2g ^ 1.000 kgfim3 = 123.419 kgfim2 (12,34 kgficm2).
2g
De onde vem a potência da bomba de água a ser usada:

10,8
p V
Vç m3/s Ar>t ksf
m /s •Apt n r _ ^ q00 x 123.419
kgf / m2
- = 25,4 cv.
^%omba 75x0,7

Portanto um consumo de energia que é praticamente 0 dobro, mas com a garantia de


um melhor contato entre a água e 0 efluente, 0 que resultará numa maior eficiência
da separação.
A água servida poderá ser recolhida numa bacia de decantação e eventualmente,
após tratamento químico, reaproveitada.
Ventiladores e ejetores

" 111 1 \
EXEM PLO 4 .7

Projetar um sistema de exaustão para um fogão de 2 X 1,2 m, localizado no centro de


uma cozinha de 8 X 8 X 5 m.

V
hijn «V.UCi Cp.nfrnf
Ventilação local exaustom

Solução
As velocidades a adotar serão:
- velocidade de captura c ’ - 0,25 m/s (Tab. 4.4);
- velocidade do ar no sistema, c = 10 m/s (Tab. 4.9).
O tipo de captor para contaminantes de fogões é a coifa, que deve ultrapassar a borda
destes em 0,25H em cada face (Fig. 4.36 ). Trata-se, no caso, de uma coifa tamanho
médio, de modo que, de acordo com a Tab. 4.6, a vazão a considerar será dada por:

V = KPHc' = 1,35(2,5x2 + 1,7 x 2)1 x 0,25 = 2,835 m3/h,

que fornece uma velocidade na face da coifa de:

V 2,835
■0,667 m/s,
Q 2,5x1,7

perfeitamente de acordo com o recomendado na Tab. 4.5


O índice de renovação de ar N do recinto obtido com essa vazão seria:

3.6007, 10.206 m3/h


N =■ ■= 32,
^cozinha 8 x 8 x 5

o que justifica o tamanho escolhido para a cozinha.


A canalização de exaustão terá uma seção de:

Vs 2,835 m3/s
Q = __ S_ = 0,2832 m (D = 0,6m).
C 10 m/s

As perdas de carga em série a considerar estão registradas na planilha de cálculo


deste exemplo. Elas foram calculadas a partir das equações:

Ta b e la E x . 4.7

E le m e n to Vs (m3/s) /(m ) X c (m /s) D (m ) J (k g f/m 2)

Captor 2,835 - 0,25 10 - 1,53

Canalização 2,835 5 - 10 0,6 0,88

Curva 2,835 - 0,15 10 0,6 0,92

Saída 2,835 - 1,0 10 0,6 6,12

Total 9,45

V_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ /
Ventiladores e ejetores

.2,51
^canalizações ~ 0 , 0 0 1 0 2 6 l ^ g gJ

J , °2
:Xi r r ,
2g

de onde vem a potência mecânica da instalação:

D VsÁpt 2,835 m3/s •9,45 kgf / m2 rt „


P,„ = zrr----- = —---------—— --------= 0,72 cv.
75ntotal 75x0,7

Devido à pequena diferença de pressão e à pouca possibilidade de variação da carga,


o ventilador a ser usado pode ser um centrífugo tipo Siroco, de simples aspiração,
que apresenta menor nível de ruído e cujas características básicas, de acordo com as
Tabs. 3.16 e 3.17, seriam:
c —10 m/s;
0,8D x D x c = 2,835 m3/s (D = 0,60 m);
c
= 1,6 c = 4,04 j - ^ = 13,lkgf/m2 u 9 ~ 8,2 m/s N = 260 rpm;
u2 V%
V °2m = 0,71.
^2m ■5,6 m/s
rjh ■k D12

Observação: Caso se adote, na parede interna da coifa, além do recolhimento da


gordura depositada, um filtro lavável de tela metálica, este seria colocado no interior
da coifa, tendo-se o cuidado de posicioná-lo de modo a não se exceder a velocidade de
1,8 m/s. A perda de carga, nesse caso, seria acrescida de um valor inferior a 3 kgf/m2,
e a potência instalada excedería pouco o valor de 1 cv.

EXEM PLO 4 .8

Projetar o sistema de ventilação por exaustão para uma pequena cabine de pintura,
cujas dimensões constam das Figs. 4.37 e 4.38.

Solução
De acordo com as Tabs. 4.4 e 4.5, para cabines de pintura a pistola, a velocidade de
captura c' na porta da cabine deve ser no mínimo de 0,5 m/s. Nessas condições, a
vazão do ar do sistema em projeto será:
Ventilação locai exaustora

_60___ .
35 ^3-
Teia
35
com fTltro 35
2.000 cm 2

k~
F ig ura 4 .3 8 Vista em corte do sistema de ventilação do Exemplo 4.8.

% J
Ventiladores e ejetores

V - Qc = 2,50 m x 2,80 m x 0,5 m/s = 3,5 m3/s,

de modo que podemos calcular as perdas de carga do circuito do ar:


1. Na porta da cabine, onde c = c' = 0,5 m/s:
2 2
Aporta = = 1 .5 ^ - 1,2 = 0,023 kgfòn2.

2. Passagem pela cortina de água, onde a seção ü é 0,35 X 2,80 m = 0,98 m2:

Fs 3,5m 3/s
■= 3,57 m/s.
& 0,98 m2

E a perda de carga para um À = 8 (ver item 4.4.5) será dada por:

^ o rtna = ^ ^ 7 = 8 ^ 1 , 2 = 6,24kgPm2.

3. Passagem pelo forro, protegidas por tela, com 50% de área livre, onde a seção Í2 é
2 X 0,60 X 0,80 m = 0,96 m2:

3,5 m3/s
= 3,55 m/s.
& 0,96 m

E a perda de carga, para À = 6 (ver item 2.2.2), será dada por:

Jforro = = 4>89 kgPm2-

4. Saída para o exterior, cuja velocidade - que é a velocidade de descarga do ventila­


dor - arbitraremos em 10 m/s:
r2 102
^ saíd a= ^ 7 = — 1,2 = 6,12 kgPm2,

de onde obtemos as características de funcionamento do ventilador:


V =3,5 m'3/s (12.600 m'3/h),

Apt = 17,3 kgPm2,

o qual deverá, para uma escolha racional absorver uma potência mecânica da or­
dem de:

V Apt 35 m3/s •17,3 kgf / m2 , oc . + . 0 .


PL = — ----- = -----------— ^—2-------= 1,35 cv (motor de 2 cv).
W 75T7tota] 75x0,6
V
Ventilação local exaustora

-------------------------------------------------------------------------------------- ----------------------------
Devido à baixa diferença de pressão total necessária, a par da possibilidade de uma
flutuação de carga relativamente pequena, o ventilador mais indicado para o caso
seria um centrífugo de dupla aspiração tipo Siroco, de baixo nível de ruído, cuias
características básicas seriam, de acordo com as Tabs. 3.16 e 3.17:
velocidade de saída, c = 10 m/s;
l , 5 ü x £ ) x c = 3,5m'7s D = 0,48m;

— = 1,6 c = 4 , 0 4 p ^ = 17,7 m /s u9 = 11,1 m/s N = 440 rpm;


U2 1 %
V
C2 m ~ = 5,4 m/s -^2-= 0,49.
T)h ■k DL U2

Por outro lado, para formar uma cortina de água com um mínimo de 2 mm de espes­
sura e na altura prevista de 1,8 m, a velocidade resulta do equilíbrio dinâmico do es­
coamento em uma placa [ver Costa (8)]. Assim, no escoamento turbulento em placas
lisas, as perdas de carga, à semelhança daquelas que se verificam nos tubos, podem
ser calculadas pela equação:

JX c^
J,placa
h 2g yê*

onde:
/ é o coeficiente de atrito da placa, que, para números de Reynolds Re = da

ordem de 106, pode ser considerado 0,005;
A o comprimento da placa, que no caso pode ser considerado igual à sua altura H;
e
h a espessura da camada de água na placa.

Nessas condições, identificando a perda de carga com a disponibilidade de pressão


hidrostática, que é /7yágua, podemos escrever:

JXc2 . 0,005ífc2
7água ~~ h2g 7áfiua “ 0,002x 2g 7água’

de modo que, para a altura H de 1,8 m, a velocidade da água para formar uma película
de 2 mm (0,002 m) sobre a placa seria c = 2,80 m/s. E seria necessária uma vazão de
água correspondente a:

V = Qc = 0,002 m x 2,80 m x 2,80 m/s = 0,0157 m3/s (56,5 m3/h),

a qual, a 2 m/s, seria canalizada por um tubo de 100 mm de diâmetro e distribuída por
duzentos furos de 5 mm de diâmetro, por onde sairia com uma velocidade de 4 m/s.
^ ............. ........................... .................. ........................^
Ventiladores e ejetores

.......... \
Por outro lado, considerando as perdas de carga devido:
- à altura (1,8 m), Hyágua=l,8 m X 1.000 kgf/m3 = 1.800 kgf/m2;
- à saída nos orifícios, = 1.000 kgf/m3 x 16/20 = 815,8 kgf/m2;
2
- às canalizações, ~ TéÊIA— _ 979 kgfym2;

- num total de Apt = 3.594,8 kgf/m2,

podemos calcular a potência necessária para 0 acionamento da bomba de água:


_ VsApt 0,0157 m3/S'3.594,8 kgf / m2 , ^
___ _ — 1, U ( D CV.
m 75%omba 75x0>7
Observação: a água deve ser renovada esporadicamente, apesar de estar previsto um
filtro de 2.000 cm2 entre aquela aspirada pela bomba e a efluente da cortina.
T ransporte
pneumático
í

5.1 G eneralidades
O transporte pneumático consiste no deslocamento de materiais a gra­
nel (sólidos em grãos) por meio de uma corrente de ar com velocidade
adequada. A característica principal desse processo é que o material
transportado flutua na corrente de ar que se movimenta num conduto
fechado, geralmente de seção circular.
Existem outros processos de transporte de material sólido por
deslocamento de ar em que o material transportado serve de vedação
para a corrente de ar, que simplesmente o desloca por pressão, como no
chamado correio pneum ático, ou a corrente de ar atua em ambiente
aberto, como acontece na esteira pneum ática. Esses exemplos não se
enquadram no sistema definido acima.
De um modo geral, o consumo de energia no transporte pneumático
é muito elevado, podendo atingir até cinco vezes o consumo de energia
dos sistemas convencionais de transporte mecânico a granel, como as
correias transportadoras, os elevadores de caçambas, os parafusos sem
fim. etc.
transporte pneumático

Dependendo da distância, do desnível e do material a transportar, o consumo de ener­


gia de um sistema pneumático de material a granel pode variar de 1 a 6 cvh/t. A única
vantagem do sistema de transporte em estudo está na sua praticidade, pela facilidade de
tomada e circulação do material, que, além do mais, não requer embalagem durante o seu
deslocamento.
O transporte pneumático do material a granel pode ser efetuado por aspiraçao, por
compressão ou por aspiração e compressão simultaneamente (sistema misto).

Por aspiração
O transporte pneumático por aspiração é empregado sempre que se deseja remover material
a granel que não pode ser deslocado para o sistema por simples ação da gravidade, como
ocorre em porões de navios, silos enterrados, etc. O transporte pneumático por aspiração
normalmente é constituído dos seguintes elementos (Fig. 5.1):
bocal de aspiração, para evitar embuchamento e, ao mesmo tempo, regularizar a
admissão do material aspirado;
canalizações para arrasto do material, constituídas de mangueiras flexíveis para
facilitar o manuseio do bocal de aspiração, e tubos de aço, que servem também
para a saída do ar puro do sistema;
coletor, geralmente do tipo ciclone com válvula rotativa, que serve para separar do
ar o material transportado;
ventilador ou compressor, para a necessária movimentação do ar do sistema.

Por com pressão


O transporte pneumático por compressão é usado sempre que o material pode ser intro­
duzido no sistema por gravidade, como ocorre nos silos elevados, ou quando se dispõe de
uma tulha ou moega de alimentação com saída do material pela parte inferior. Esse tipo de
transportador pneumático é constituído dos seguintes elementos (Fig. 5.2):
Generalidades

ventilador ou compressor, para a necessária movimentação do ar do sistema;


canalizações de aço, para ligar a descarga do elemento propulsor do ar no sistema
e, ao mesmo tempo, arrastar o material ao longo do percurso e desnível deseja­
dos;
silo provido de válvula rotativa, para alimentar o sistema com o material a trans­
portar na proporção de sua capacidade.
Quando a alimentação do material resulta de uma produção contínua e definida, é mais
prático deixar que ele entre diretamente no sistema, num ponto de pressão estática efetiva
nula, criada por um ventúri, podendo-se nesse caso dispensar a válvula rotativa (Fig. 5.3).

M isto — aspiração e com pressão


O sistema de transporte pneumático misto aspiração/compressão é usado mais na forma
de equipamento portátil, de pequena capacidade, geralmente montado sobre rodas, para
efetuar transferências de material a granel, por exemplo de um caminhão para um vagão,
de um caminhão para uma tulha, para beneficiamento em engenhos, etc. Geralmente esse
sistema (Fig. 5.4) é constituído por:
ventilador, para a necessária movimentação do ar do sistema;
condutos de aço, para interligar o ciclone com a aspiração e a descarga do venti­
lador, e as mangueiras para arrasto do material a transportar, seja no circuito de
aspiração seja no circuito de compressão;
.■iuvetsioatie federai do Par
biblioteca CphM
transporte pneumático

ciclone, provido de válvula rotativa ou ventúri para o controle da alimentação no


circuito de compressão.

Figura 5.4 Sistema misto aspiração e compressão.

5.2 E lementos de cálculo ( unidades MK fS)


5.2.1 Relação em peso
A relação em peso no transporte pneumático por um fluxo de ar é aquela entre o peso do
material transportado e o peso do ar que o transporta:

. Gm kg ^ [5.1]
P G;u. kgfTh

Atendendo ao problema do consumo de energia, a relação em peso de um transporte


pneumático deve ser a maior possível. Na prática, seu valor é limitado apenas pela possibi­
lidade de embuchamento, de modo que se aconselha adotar como máxima relação em peso
o valor fornecido pela expressão empírica:

7.000
rp max [5.2]
Tm
valor que varia de 1 a 15.
Elementos de cálculo (unidades do M.K.f.S.)

O peso específico real do material (yTO), de difícil determinação em grande parte das
vezes, pode ser estabelecido, para materiais de granulometria uniforme, com boa aproxima­
ção, a partir do peso específico aparente (yaparente)> pela expressão:

y m = 16C re n te - [5-3]

Conceito semelhante à relação em peso é o de diluição ou saturação, dado pela rela­


ção entre os volumes do ar e do material transportado:

d Kr m '3 / h
[5.4]
F m rn3/h ’

que pode variar de 300 a 4.500, e mantém com a relação em peso o seguinte equacionamen-
to
Var _ Gaarr y'* m
rr
[5.5]
Vm, ~ Y• ar Gm 71arVp

5.2.2 Velocidades
A seleção das velocidades é um dos aspetos mais importantes do transporte pneumático,
pois delas vão depender o bom desempenho da operação de deslocamento e, sobretudo, o
consumo de energia do sistema.
As velocidades bem definidas que interferem nesse processo são a velocidade neces­
sária para a flutuação do material a transportar (Cf), a velocidade própria do material em
transporte (cTO) e a soma das duas, que deve ser a velocidade de deslocamento do ar (car =
Cf + cra)

Figura 5.5 A velocidade de flutuação.


transporte pneumático

A velocidade de flutuação é a mesma velocidade terminal, analisada 4.4.2, que resulta


do equilíbrio entre o peso do material e o empuxo que suas partículas sofrem no fluxo do ar
que o transporta (Fig. 5.5). Ou seja, considerando a partícula como uma esfera:

1 c2 nd2c2
i n d (r- ~ r -0 K° s i r-

onde, supondo-se o escoamento turbulento, com Re >1.000, como aquele que acontece nor­
malmente nos transportes pneumáticos, obtemos a Eq. [4.11a]:

cf = 0 ,0 0 4 9 8 ^ ( 7 ™ -7 * ) .

Normalmente, a velocidade do material é da ordem de 15 a 30 m/s, embora, para se


evitarem perdas de cargas excessivas, seja interessante fazer:

cm = 0,55 a 1 , 9 ^ . [5.6]

A velocidade do ar, é sempre superior à do material, devido à velocidade de flutuação,


já analisada, de modo que podemos calculá-la considerando um fator de multiplicação em
relação a esta; isto é:

car = cf + Cm = C1.2 a l,35)cra = 0,66 a 2 , 5 ^ . [5.7]

Mais racionais, entretanto, são as fórmulas empíricas de Hudson, que levam em conta
não só a granulometria e o peso específico do material, mas também sua natureza e as ca­
racterísticas do circuito - se horizontal ou vertical, se os dutos são de mangueiras flexíveis
ou tubulações em chapas de aço (Tab. 5.1).

Tabela 5.1 Velocidades recomendadas na técnica do transporte pneumático


(Hudson)

Car (m/s) Car (m/s)


Dutos Material cf (m/s)
mangueiras dutos de chapa

Pó 0,0030 ydpm7m 1,20 J f , 0,75 Jym


Grão 0,0038 Jd^m7m 1,52 ) 7m 0,91 / tttT
Horizontais
Irregular 0,0045 Jdumym 1,83 v?7m 1,13 f u

Pó 0,0060 •jdurnym 1,52 J 7m 0,95 v' 7m


Grão 0,0075 1,83 f ij~ 1,13 V7m
Verticais
Irregular 0,0090 )dMm7m 2,28 ) 7m 1,42 fim

Observação: os valores tabelados podem sofrer uma correção para mais ou para menos de 6%.
Elementos de cálculo (unidades do M.K.f.S.)

5.2.3 Vazão de ar
A quantidade de ar necessária para uma instalação de transporte pneumática pode ser cal­
culada a partir da quantidade de material a transportar e da relação em peso adotada:

V=-
rp y1 ar

Desse modo, considerando a relação em peso máxima dada pela Eq. [5.2], podemos di­
zer que a vazão de ar mínima a ser adotada num sistema de transporte pneumático depende
do peso específico real do material a ser transportado ( y ^ e nos será dada por:

Gm y' m ~ Gm *y m
V. [5.8]
7.000y 8.400

5.2.4 Perdas de carga


As perdas de carga usuais nas instalações de transporte pneumático se devem:
à entrada do ar no sistema;
à inércia do material;
aos desníveis a vencer com o material;
a condutos de chapa ou mangueiras que transportam o material;
a condutos de chapa, para circulação do ar puro, interligando ventilador e separa­
dor ao exterior (sistemas de aspiração), ou interligando ventilador e alimentador
(sistemas de compressão);
ao equipamento de separação do material transportado;
ao ventúri, quando eventualmente usado nas instalações de compressão, em subs­
tituição à válvula rotativa.

E n trada do a r no sistem a
Na entrada do ar, quando esta é feita em ar puro (sistemas de compressão), em que a admis­
são se dá na própria aspiração do ventilador, a qual poderá eventualmente ser protegida, a
perda de carga será dada pela equação geral:

T _ ; £ Í
''e n tra d a ~ ^ ^ g ^ ’

onde À pode assumir valores de 0,5 (entrada arredondada), 1,5 (seção abrupta) até 3 (seção
abrupta, protegida por tela, com 70% de área livre).
Quando a admissão do ar acontece juntamente com o material a transportar, é preferí­
vel incluir a perda de carga na canalização de aspiração, onde o À correspondente depende
da relação em peso adotada.

;i'í*V6rS!d3d6
D:u r - .- j ...!
transporte pneumático

In é rc ia do m a te r ia l
A inércia do material, ao passar cio repouso para a velocidade de transporte (cm), consome
energia cinética , a qual por unidade de volume corresponde a uma perda de carga, que
vale:
Mc: Gm Am G™c2 m, y _ r c2
_m_ y
Jw [5.9]
2V V 2g G 2g U *>2g

onde a velocidade do material, de acordo com a Eq. [5.7] vale:

:0,55 a 1,85J v . [5 .1 0 ]
1,2 a a-35

D esnível
O trabalho para vencer a gravidade, por unidade de volume de ar, também corresponde
a uma perda de carga, a qual, para uma diferença de altura ([H) no campo gravitacional,
vale:

^desnível = ^ = rp H Ye[. [5.11]


v ar ^ar

Condutos de transporte
A perda de carga nos condutos de chapa e mangueiras que transportam o material pode ser
calculada pela equação geral da perda de carga em condutos, já apresentada em 3.2.2:

_ ^°2
condutos — J ) 2 g ^ '

oncle À passa a ser um \ m, coeficiente de atrito do ar com o material em suspensão, o qual


pode ser avaliado como:

^ = \ ra + ^ ) , [5.12]
em que:
Àar é o coeficiente de atrito do ar puro, função cio número de Reynolds (Re) e da rugosi-
dade relativa do conduto (klD') e que pode ser determinado pelo diagrama de Stanton
(usualmente 0,02 para canalizações de chapa e 0,03 para mangueiras); e
K é um coeficiente que depende da velocidade do ar (car), e que se pode selecionar com o
auxílio da Tab. 5.2.

T a b e la 5 . 2 C o rre ç ã o K do co e fic ie nte de a trito de duto s p n e um á tic o s

Car (m /s) 5 10 15 20 25 >25

K 1,00 1,15 2,14 3,11 3,5 3,5


Elementos de cálculo (unidades do M.K.f.S.)

Observação: as mesmas correções devem ser feitas para os coeficientes de atrito dos aces­
sórios em relação àquele correspondente ao ar puro, embora a solução mais prática seja
considerar tais perdas de carga em função de um comprimento equivalente, dado como já
ficou esclarecido por:

D
/ =— -D = Ã'acessório [ 5 .1 3 ]
- Ai qm 0U 0 ,0 3 '
''conduto

Entre os acessórios - que no caso se restringe apenas a curvas deve-se incluir tam­
bém a tomada dos sistemas de transporte pneumático por aspiração, cujo coeficiente de
atrito, dependendo do tipo de bocal, pode atingir o valor de À = 2.

C analizações de ar puro
A perda de carga dos condutos de ar puro, normalmente executados em chapa metálica e
onde a velocidade de deslocamento do ar é cerca de 2/3 da dos condutos de transporte, à
semelhança dos demais, também pode ser calculada por meio da equação geral analisada no
item 3.2.2, em que o coeficiente de atrito À, para o caso, pode ser considerado 0,02.
Nas canalizações de ar puro, devem ser incluídas também as perdas de carga devidas
aos acessórios e à saída para o exterior - que eventualmente poderá incluir uma proteção
contra a chuva -, cujos coeficientes de atrito variam de 1 a 2 (Fig. 5.6). Para maior proteção
e menor perda de carga (A < 1), pode-se utilizar a saída usual de chaminés, representada
na Fig. 5.7.

Figura 5.6 A extremidade da canalizações de ar puro as vezes


incluem proteção contra chuva.

•III *VI
transporte pneumático

Figura 5.7 A saída usual de chaminés oferece maior proteção e menor perda de carga.

S ep arad or

0 separador normalmente adotado nas instalações de transporte pneumático é o tipo ci­


clone, cujo dimensionamento e perda de carga já tivemos oportunidade de analisar no item
4.4.4 (Fig. 5.8).

Figura 5.8 Separador tipo ciclone.


Elementos de cálculo (unidades do M.K.f.S.)

[4.19]
J ,ciclone

onde, para o caso, podemos fazer:


K= 5 a 10;
k= 0,5 para ciclones comuns;
= 1,0 para ciclones com entrada helicoidal;
= 2,0 para ciclones com defletor de saída.

Nas instalações de transporte pneumático por compressão, por vezes o material trans­
portado é descarregado em caixas, moegas, tulhas ou silos. Nesse caso, quando o material
transportado arrasta grandes quantidades de pó, este pode ser eventualmente retido por
meio de amplos filtros de tecido, cuja perda de carga deve ser incluída na saída do ar do
sistema.

Ventúri
Eventualmente, nos sistemas de transporte pneumático por compressão, a válvula rotativa
de alimentação é substituída por um ventúri. Nesses casos, a perda de carga do sistema fica
adicionada da perda de carga causada pela variação de seção deste, a qual, conforme vimos
na Sec. 4.5 ao analisar os ejetores, é igual a uma parcela de variação da pressão dinâmica
que se verifica no ventúri (ver Sec. 5.4)

5.2.5 Potência da instalação


A potência de uma instalação de transporte pneumático de material a granel depende es­
sencialmente:
da quantidade do material a ser transportado;
da distância de transporte;
do desnível;
do tipo de instalação (de aspiração, de compressão ou mista);
da natureza do material (dm, yTO);
da relação em peso adotada;
do traçado da rede e equipamentos acessórios adotados.

O cálculo da potência é feito a partir da soma de todas as perdas de carga analisadas


no item anterior e que constem da instalação em estudo, a qual deve ser identificada com a
diferença de pressão total (Apt~) do ventilador ou compressor a ser usado. Como, entretanto,
essa diferença de pressão é bastante elevada no caso do transporte pneumático, podendo
atingir valores da ordem de 3.000 kgf/m2, a potência do compressor deve ser calculada de
uma maneira mais exata [ver Costa (3)]:
G (kgfis) •L (m)
—................. cv, •

R>h!io*0Cô
transporte pneumático

onde:
n - 1
nRT
L (m) = kgfm/kgf
1-72
\P lJ

Ou por meio da expressão aproximada do trabalho de compressão isométrico corrigido,


isto é:
Ap.
10.332
L (m) = v Apt ________ 2_ kgfm/kgf,
10.332
V /
onde o sinal positivo corresponde a uma instalação tipo aspiração e o sinal negativo corres­
ponde a uma tipo compressão. Teríamos então:
Ap.
Kj (m / s) A:pt 10.332 + 2— ^
_ cv.
75p, 10.332

5.3 V entiladores e compressores


Os elementos mecânicos indicados para a movimentação do ar nas instalações de transpor­
te pneumático são: ventiladores centrífugos com pás voltadas para trás; com pás radiais; e
os compressores de engrenagem.

5.3.1 Ventiladores com pás voltadas para trás


Os ventiladores centrífugos com pás voltadas para trás (/^ < 90°) são do tipo lim it load,
cujo consumo de potência é limitado (Fig. 5.9). Esses equipamentos, entretanto, de acordo
com a Tab. 4.16, têm uma relação de pressão pouco favorável (c/u2= 0,9 a 1,0), além de apre­
sentarem uma velocidade periférica bastante limitada (u2 = 100 m/s), em função de sua
disposição construtiva, de modo que a sua pressão máxima é da ordem de 1.000 kgf/m2.

5.3.2 Ventiladores com pás radiais


Os ventiladores centrífugos de pás radiais (/32 = 90°), por sua vez, têm uma relação caracte­
rística de pressão bem mais favorável (clu2 = 1,0 a 1,2), podendo excepcionalmente, com a
velocidade periférica máxima compatível com a resistências dos aços (ii2= 200 m/s), atingir
com um único rotor a pressão de 3.500 kgf/m2 (Fig. 5.10).
Na realidade, esses ventiladores centrífugos já são classificados como compressores
centrífugos (Ap(>700 kgf/m2), embora essa pressão máxima normalmente se limite, nos
equipamentos disponíveis na praça, a cerca de 2.000 kgf/m2.
Ventiladores e compressores

Esses compressores, por outro lado, já têm uma característica de aumento de potência
mecânica, com a redução da perda de carga do circuito, bastante pronunciada, como mostra
a Fig. 5.10, exigindo cuidados na seleção de seu motor de acionamento para evitar eventuais
sobrecargas.

5.3.3 Compressor de engrenagens


Um compressor bastante usado para movimentação do ar nas instalações de transporte
pneumático é o de engrenagens. Entre os vários modelos, o mais adequado para essa aplica­
ção é o de fluxo tangencial, conhecido com o nome de compressor Roots. Ele é constituído
de duas engrenagens, uma que transmite o movimento para o conjunto e outra que desloca
o fluido. A particularidade está em que as engrenagens dispõem de apenas dois dentes cada
uma (Fig. 5.11).
wÊÊÊ tmmmimÊiÊÊÊmmimÊifmmmaÊiÊÊim aÊÊ^aÊnÊ«m m ^^nm m nm Êm ÊÊÊtm m Borte pneum áüm

Figura 5.11 Compressor de duas engrenagens.

A. grande vantagem desse tipo de compressor é que, além de deslocar grandes quan­
tidades de ar com dimensões relativamente reduzidas, eles não sofrem sobrecargas com a
abertura equivalente do circuito, que ocorre nas instalações de transporte pneumático ao
se diminuir a quantidade do material transportado.
Realmente, ao contrário dos compressores centrífugos que são máquinas de fluxo, nas
quais a compressão é obtida pela aceleração da massa fluida, os compressores de engrena­
gens são do tipo volumétrico, funcionando sob o princípio da redução do volume para se ob­
ter o aumento de pressão e, portanto, não estão sujeitos a aumento de carga, com a redução
da pressão de descarga.

5.4 V entúri
O uso dos ventúris nas instalações de transporte pneumático por compressão tem por obje­
tivo substituir as válvulas rotativas que controlam a alimentação do material a transportar,
criando para isso uma pressão favorável, a fim de que o material entre no sistema simples­
mente por gravidade. No estudo dos ejetores das instalações de ventilação local exausto-
ras, ficou claro que esses dispositivos criam diferenças de pressão estáticas, as quais, à
semelhança dos ventiladores, podem servir tanto para aspiração como para compressão dos
efluentes nesses sistemas.
No caso dos ventúris usados nas instalações de transporte pneumático de compressão,
eles devem criar diferenças de pressão estáticas capazes de vencer todas as perdas de car­
gas, inclusive as deles, situadas entre a seção estrangulada e a saída para o exterior, onde
a pressão é igual à atmosférica (p0)- Nestas condições, a pressão estática na seção estran­
gulada será igualmente p 0, e ela pode ser aberta e não haverá entrada nem saída de ar do
sistema, enquanto que o material a transportar poderá entrar nessa seção simplesmente por
ação da gravidade.
Ventúrí

Realmente, de acordo com a Fig. 5.12, a única pressão disponível na seção estrangulada
(1) é a pressão dinâmica ycf/2p, a qual, na forma de pressão estática, deve ser suficiente
para vencer todas as perdas de cargas existentes entre 1 e a saída para o exterior, isto é:

Figura 5.12 A pressão na seção estrangulada deve ser suficiente para vencer todas as
perdas de carga a partir do ponto 1.

°1^ y = U entre o ponto 1 e a saída do sistema.


— [5.14]
2g

As perdas de carga que se verificam desde a seção estrangulada (1) e a saída do sistema
para o exterior incluem normalmente os seguintes itens:

( o 2
C1
^ventúri ^ — y -— y
2g ' 2g r

J.inércia
. . = rp —
^g
y;

J .desnível ^p ^Y ’

j.canalizações _ K t È _ y;
D-2g
„2
j.acessórios ~^ ^g ^

Isto é:
\
Cj C0 C2
— y— -y +— y- K ^ L y - Í Í - y = U de 1 em diante -J.
ventúri5
2g ' 2g ' 2g l 2g ' 2g l
onde o valor:
(4 4 ^
^ventúri d — y —2g- yr [5.15]
2g r
m
^ b b fiis c a
transporte pneumático

representa a recuperação da pressão estática, descontadas das perdas do ventúri, a qual,


adicionada da pressão dinâmica de saída dele yc\/2g, constitui a pressão total disponível
no ponto 2 para vencer as perdas de carga existentes a partir desse ponto até a saída dos
efluentes do sistema para o exterior, onde reina a pressão atmosférica (Po), isto é:

Ap ventúri = XJ de 2 em diante até a saída para a atmosfera. [5.16]

Não raro, a descarga do sistema para o exterior é feita numa saída direta (À = 1) com
a velocidade da canalização de saída do ventúri (c2), de modo que a perda de carga corres­
pondente se identifica com yc'£/2g, e a expressão [5.16] se simplifica.
O dimensionamento do ventúri é feito a partir da vazão de ar do sistema e das perdas
de carga que caracterizam o circuito a partir do ponto 2, segundo a orientação:
a) arbitra-se a velocidade c2, de saída do ventúri, a qual normalmente é igual à da
canalização que se segue;
b) calcula-se a seção íl2 de saída do ventúri e selecionam-se suas dimensões H2 X B,
no caso de retangular;
c) arbitrando-se um ângulo a < 10° (Tab. 4.17), a partir da Eq. [5.16], podem-se cal­
cular Apveturi e a velocidade c1 da seção estrangulada;
d) calcula-se ílfi da seção estrangulada do ventúri e selecionam-se suas dimensões H1
X B, no caso de retangular;

e) calcula-se o comprimento L do ventúri para garantir o ângulo de abertura a arbi­


trado:

L= [5.17]
2 tg a

Se a seção do ventúri for circular de diâmetro D, ou retangular de ladoN, o comprimen­


to L será dado por:

D.2 Dx _ No Ai
L= [5.17a]
a a
2 tg 2 tg

Para o mesmo aumento de seção ÍWÍli e o mesmo ângulo de abertura a, o seu valor
seria muito menor. Assim, para ÍX./Oj = 4 e o mesmo ângulo de abertura a , o comprimento
seria apenas um terço daquele correspondente ao do ventúri da ilustração, cujo aumento de
seção se verifica numa única dimensão.
O uso de um ventúri dá origem a uma perda de carga adicional no sistema (/Ventúri)>
anteriormente relacionada, e deve ser incluída na apropriação da diferença de pressão total
para a seleção do compressor e no cálculo da potência mecânica necessária para seu acio­
namento.
Projeto tie instalações de transporte pneumático

5 .5 P rojeto de instalações de transporte pneumático


0 projeto de uma instalação de transporte pneumático a granel é feito normalmente a partir
da quantidade de material a transportar (Gm) e de suas características básicas, como gra-
nulometria geometria e peso específico real (ym). A orientação a seguir seria:
a) escolha do tipo de instalação e equipamentos a serem usados, como depósitos,
válvulas, ventúris e separadores;
b) lançamento da instalação, caracterizando canalizações com seus comprimentos,
desníveis e acessórios;
c) escolha da relação de peso e da vazão de ar do sistema;
d) determinação das velocidades a serem usadas;
e) dimensionamento das canalizações, depósitos e separadores;
f) cálculo das perdas de carga e dimensionamento do ventúri, se for o caso;
g) seleção do compressor e cálculo da potência mecânica de acionamento.

Para um esclarecimento mais completo de todos os aspectos relativos a esse tipo de


projeto, além da análise dos fatores que podem influenciar em seu desempenho - como re­
lação de peso, distâncias de transporte e equipamento escolhido -, desenvolvemos a seguir
um exemplo de cálculo de cada um dos tipos de transporte pneumático apresentados.

f ........... .... — — — — — N
EX EM PLO 5 .1 *•

Calcular os elementos de um sistema de transporte pneumático para a instalação de


britagem de granito esquematizada na Fig. 5.13, cujas características são:
• Gm=50.000 kgf/h;
• ym=2.750 kgf/m2;
• Composição granulométrica em peso acumulado.

Peso acumulado (%) dpm Peso acumulado (%)


10 20 60 69
15 26 70 75
20 32 80 82
30 43 90 86
40 53 100 90
50 62 200 100
A:
ííKYSF Uv
Sihiiotef.S Cpr‘c r'^
transporte pneumático
----------------------------------------------------------------------------------------------- ^

• A separação do material deve ser feita em três porções:


- material grosso (areão), de 50 a 200 p i [Gml = 19.000 kgf/h (38%)];
- areia, de 15 a 50 (am [Gm2 = 18.000 kgf/h (36%)];
- pó, abaixo de 15 pm [Gm3 = 13.000 kgf/h (26%)].

Os equipamentos a adotar são:


• separador inercial (Fig. 4.14) para separação do material grosso;
• ciclone com entrada helieoidal, para a separação das areias (Fig. 4.17):
'• filtros de tecido tipo manga para os pós (Fig. 4.30).

A disposição geométrica da instalação é a do esquema anterior, no qual foram evita­


dos deslocamentos verticais bruscos e distâncias excessivas entre os equipamentos.
O traçado da rede consta de três circuitos distintos, quais sejam:
- britadores até o separador inercial;
- do separador inercial até o ciclone;
- do ciclone até a câmara dos filtros de manga.
V.
Projeto de instalações de transporte pneumático

----------------------------------------------------------------------------------------------- \
Para evitar elevadas diferenças de pressão na casa dos filtros de manga, o que one­
raria sua construção, o ventilador foi posicionado a montante desta ultima, na saída
do ciclone.

Solução
• Relação em peso
Para uma maior economia de potência, a relação em peso foi estabelecida no valor-
limite, para evitar problemas de embuchamento. É dada pela expressão:
7.000 7.000
rv = ------ = ---------------- õ = 2,5.
p Ym 2.750 kgPm3

• Q uantidade de ar
A quantidade de ar a ser movimentada pelo sistema, nessas condições, será dada
por:
Gm 50.000 kgPh
GL 20.000 kgPh.
r
p
2,5
20.000 kgPh
V. 16.667 m3/h (4,63 m3/s).
1,2 kgf/m3

• Velocidades
As velocidades a adotar, foram selecionadas de acordo com a Tab. 5.1:

- velocidade de flutuação, Cf = = 3,34 nVS;


- velocidade do ar no trecho britadores-separador inercial, 1,13 Jym = 60 m/s);
- velocidade do ar no trecho separador inercial-ciclone, a mesma selecionada
para a entrada do ciclone (35 m/s);
- velocidade do ar no trecho eiclone-filtros, a mesma selecionada para a saída do
ciclone (22,3 m/s).
- velocidade do material, cm = car- Cj= 60 - 3,34 = 56,66 m/s (inércia inicial).
• D im ensionam ento
Canalizações no trecho britadores-separador inercial:

Q = — = 4,63 m 3/S = 0,0772 m2 (D = 0,32 m).


c 60 m/s
Canalizações no trecho separador inercial-ciclone:
O = 0,1323 m2 (D = 0,41 m).
Canalizações no trecho ciclone-filtros de manga:
Í1 = 0,2076 m2 (D = 0,52 m).
transporte pneumático

f
0 separador inercial terá uma seção de entrada, para uma perda de carga não muito
elevada (c = 30 m/s), igual a duas vezes a seção do duto de chegada (2 X 0,0772 =
0,1544 m2), com dimensões 0,64 X 0,24 m, a qual sofre estrangulamento até a seção
0,64 X 0,02 m. A saída lateral, venezianada, terá uma velocidade de face de, no máxi­
mo, 4 m/s, daí a seção de 0,64 X 2,00 m.
O ciclone deverá reter partículas de 15 |xm e ter uma capacidade para 4,63 m3/s. Te­
mos então as seguintes opções (ver Eqs. [4.17] e [4.18]):

Solução c (m/s) D(m) (m3/s) N J (kgf/m2)


1 25 0,755 1,78 3 122
II 30 0,906 3,08 2 176
III 35 1,057 4,88 1 239

Por uma questão de praticidade de montagem e também de custo, optaremos pela


solução III, de ciclone único, com entrada lrelicoidal, e com as seguintes dimensões
básicas:
D = L ~ H - 106 cm;
e = h = 2b = 52 cm.
Os filtros de manga serão dimensionados para uma velocidade de 1,66 m/min e, por­
tanto, deverão ter uma área de face de:

._ 4,63 m3 / s x 60 s/min
Q = —------------------------ = 167,4 ma,
1,66 m/min

área que se obtém com cem mangas de 2 m de comprimento e diâmetro de 0,3 m.


Para uma operação contínua, esses filtros devem ser duplicados, a fim permitir sua
limpeza e manutenção (batimento para limpeza), sem interromper a operação do
sistema.
• Perdas de carga
As perdas de carga da instalação são calculadas conforme relacionado a seguir.
A canalização inicial, cuja velocidade é 60 m/s, é constituída por 8 m de condutos de
chapa, além dos seguintes acessórios, caracterizados pelos respectivos coeficientes
de atrito ou comprimentos equivalentes em diâmetros ou mesmo perdas de carga:
- tomada de ar do sistema, arredondada, À = 0,05 J = 0,05 X 220 = 11 kgf/m2;
- duas curvas de 45°, À = 2 X 0,15/2 = 0,15 le = 7,5D;
- uma curva de 90°, À = 0,15 le = 7,5D;
- uma transformação de diâmetro 0,32 m para uma seção de 0,24 X 0,64 m, com
um comprimento de 1,5 m para garantir um ângulo de abertura inferior a 8o (Tab.
4.17):
Projeto de instalações de transporte pneumático

%
2 024X Í
J 4 ) t2Tg ' ■(602 ■= 40 kgf/m2
4 2 2g

valor que deve ser multiplicado pelo fator (1 + rvlK), em que K, para o caso, de acordo
com a Tab. 5.2, vale 3,5. Nessas condições, a transformação em estudo tem uma perda
de carga de J = 40 X 1,714 = 69 kgf/m2. A canalização, com 0,32 m de diâmetro, 8
m de condutos e 15Z) de comprimento equivalente das curvas, por sua vez, tem uma
perda de carga de:

' r '
0,02 1+ -2- Q + L X
Xm v(l + le J)c2 K
V_________ l
J.canalização r = - ■309 kgf/m2
D2g D2g

a qual, adicionada das perdas da tomada de ar (11 kgf/m2) e da transformação (69


kgf/m2), perfaz um total de 389 kgf/m2.
Além dessas perdas, que se verificam por atrito, devemos considerar:
• As perdas por inércia,

^ = ^ § 7 = 2 , 5 ^ ^ 1 , 2 = 491 kgl/m2;

• E o desnível de 4 m,

J denívei = rvHJ = 2,5 x 4 m x 1,2 kgl/m3 = 12 kgfòn2.

A canalização entre o separador inercial e o ciclone, por sua vez, inclui:


• Uma retomada de ar arredondada, com material já tendo o rp reduzido para 1,55,
numa velocidade de 35 m/s (çm = 27 m/s):
0*7'
^ = ^ 7 ^ 7 = 1,55 1,2 = 69 kgf/m2
2g 2g
f
2 °2 3Er 1,55
=0,02 1,2 1 + •2,2 kgf/m2.
J.entrada
■ V y i 2g 3,5

E um duto reto, de chapa, com 3 m de comprimento e diâmetro de 0,41 m:

1,55
0,02 1 + 3 x 352
J _ X™Ic" r . 3,5 ,
-x 1,2 = 5,3 kgf/m2.
conduto D 2g r
0,41 x 2g

V.
Rihüoteca
transporte pneumático
Projeto de instalações de transporte pneumático

r .......................... \ •
Tabela Ex.5.1
Elemento c (m/s) J (kgf/m2)
Tomada de ar puro 60 11

Transformação de 0 3 2 cm para 64 cm x 24
60-30 69
cm

Canalização ae 0 3 2 cm, com 8 m + 2C 45°


0 302
+ 1C90°

Inércia, rp = 2,5 56.66 491

Desnível, rp = 2,5H = 4 m 60 12

Retomada no separador inercial, rp = 1,55 35 2,2

Nova inércia, rp = 1,55 27 69

Canalização de 041 cm com 3 m 35 5,3

Canalização de 0 5 2 cm com 5 m + 3C 90°


22,3 23,4
(rp = 0,65)

Descarga na base dos filtros de manga 22,3 31

Separador inercial 30-4 83

Ciclone único de entrada helicoidal 35 239

Filtros de manga 100 x 2 m x 0 3 0 cm 0,0277 208

Total 1.545,9

(C = curva.)

• Ventilador
0 ventilador para a instalação considerada será montado entre o ciclone e a bateria
de filtros de manga, na canalização de 52 cm de diâmetro, onde a velocidade do ar,
com uma relação em peso de pós de cerca de 0,65, é de 22,3 m/s, deverá apresentar
as seguintes condições de funcionamento:
V= 16.667 m3/h (4,63 m3/s);
AP t = 1-545,9 kgf/m2.
O tipo de ventilador mais aconselhável no caso é o centrífugo de pás radiais, cujas
características básicas são:
D = 1.520 mm;
L = 0,225D = 325 mm;
c/w2 = 1,2; c = 167,4 m/s u 2 = 139,5 m/s N - 1.750 rpm
V f.
é / m

Sihliotecs
transporte pneumático

Além de ter velocidades compatíveis com as do circuito em que será instalado, esse
ventilador apresenta elevado rendimento - superior a 80% podendo ser acoplado
diretamente a um motor elétrico síncrono de quatro pólos, cujo consumo de potência
será:
Ap.
10.332 — — 4,63 m3/s x 1.546 kgfim2
p = YA ________2_ x 0,9252 = 110,4 cv.
m 75tj. 10.332 75x0,8

Entretanto, para atender ao fato de que o consumo de energia desses tipos de com­
pressores não é limitado, ao se modificar por segurança a carga do sistema, a potên­
cia do motor a ser adotado deverá ser no mínimo 20% superior (150 cv).
^ .... - - .
J
Projeto de instalações de transporte pneumático

f ................................... ....... ....................... ......... .......... .........................................\


O material deve entrar no sistema a partir de uma tulha de carga, por um ventúri.
A canalização de transporte é constituída de 16 m de dutos de chapa metálica, com
quatro curvas de 90° e um desnível de 10 m, até atingir uma caixa aberta para a at­
mosfera, de alimentação, de um transportador tipo caracol, que alimenta a prensa de
embalagem e pesagem do material transportado.

Solução
• Diâmetros
Como o material a transportar tem grande tamanho, a fim de evitar embuchamen-
tos, é importante que a mínima dimensão para passagem das partículas seja de 3d.
Nessas condições, lembrando a seção estrangulada do ventúri - que deve ter pra­
ticamente a terça parte da seção da canalização de transporte estabeleceremos
preliminarmente que o diâmetro mínimo desta seja de 15 cm.
Por outro lado, para deixar bem clara a influência da escolha do diâmetro (e indire­
tamente da relação em peso, rp) no consumo de energia da instalação, analisaremos
duas soluções. A primeira para o diâmetro preestabelecido como mínimo, 15 cm, e a
segunda para um diâmetro aleatório de 20 cm.

• Velocidades
De acordo com a Tab. 5.1, as velocidades básicas para elaboração do projeto em es­
tudo, valem:
- velocidade de flutuação, cf = 0,0045 \ d pmym = 21,8 m/s;
- velocidade do ar, car - 1,42/ ym = 43,5 m/s;
- velocidade do material, cm = 43,5 m/s - 21,8 m/s = 21,7 m/s.

• Vazão do ar
Para a velocidade estabelecida de 43,5 m/s, as vazões do ar para as duas soluções
serão:
Solução I
k D2
Vs = Cgi = 43,5 m/s x 0,0177 m2 = 0,7687 m3/s (2.767 m3/h).

Solução II
V = 43,5 m/s x 0,0314 = 1,3666 m3/s (4.920 m3/h).

• Relação em peso
A máxima relação em peso para evitar embuchamentos é dada, para o caso, por:
7.000 7.000
rp =■ - = 7,4.
Ym 940 kgf/nr
transporte pneumático

r N
Entretanto, com a preüxaçào dos diâmetros para as duas soluções em estudo, as res­
pectivas relações em peso, na realidade, serão:
Solução I

Gm _ G r, 8.000 kgí/h
= 2,4.
Gw VS7W 2.767 m3 / h x 1,2 kgfón3

Solução II

8.000 kgMr
p 4.920 m3 / h x 1,2 kgi/m3

• Perdas de carga
1. Aspiração do ventilador (car = 43,5 m/s)
Tela de proteção com área quatro vezes maior do que a da boca de aspiração e com
70% de área livre:

43,5 m/s . r c2 , _ 15,52 „ 9


c = ——
0,7— —= 15,5 m/s;
X 4
J _aspiraçao
DÍraRao = — y1 = 1,5—- — 1,2 = 44,3 kgfòn2.
2g

2. Ligação da descarga do ventilador com a canalização de ar puro (car = 43,5 m/s):

~2 .43,52
J ,desc.vent. ~ ^ 7 = 0 ’í 5 ^ ~ = ° ’ 15 X 115-8 = 1 7 ’4 ¥ & * 2 -

3. Duto de ar puro (car = 43,5 m/s):

Ãlc2 0,02 x 1 m x 43,52 2,32


J.duto de ar puro
D2g
r=- D2g
1,2 —1
- kgl/m2.
D

4. Inércia do material (cm = 21,7 m/s):

o 21 72
J inércia = rp 7 ^ Y = rp ~ ^ ~ l ’ 2 = 28’ 8VP '

5. Adaptação da saída do ventúri ao duto de transporte (c = 43,5 m/s):

c2 43 52
J adap. saída vent. = ^ 7 = 0,15- f - 1 , 2 = 0,15 X 115,8 = 17,4 kgi/m2.
2g 2g

V
Projeto de instalações de transporte pneumático

6. Canalização de transporte com três curvas de 90° (c = 43,5 m/s):

t _ ' mv____
d canal, transp. D 2 iQ

onde:
f r 1 f O
l + -£- = 0,03 l + -£- (Tab.5.2);

CO
LO
R
le = 3 x 7,5D = 22,5D (Tab. 3.11 - três curvas de — = 2)

De onde vem:
í r ^
0,03 1 + -Z- (16 m+ 22,5£> m)43,52
J.canal, transp.
v 3,5y -1,2,
D2g

3,474 1 + -^- (16 m + 22,5D m)


J.canal, transp. v 3’5/ kgf/m2.
D

7. Desnível (if = 10 m):

J desrfvei = rpHY = 10 m x 1,2 kgf/m2; rp = 12rp kgfòn2.

8. Descarga na caixa superior (c = 43,5 m/s):


r2 43 52
descarga = =l * = 115’8 k ^

Um aumento suave no diâmetro da canalização de descarga (a = 8o) para duas vezes


o seu valor (c = 10,9 m/s) poderia reduzir o valor dessa perda para cerca de 50%.

9. Ventúri
De acordo com a Eq. [5.16], a pressão total na saída do vetúri (pressão estática +
pressão dinâmica) deve ser igual às perdas de cargas que se verificam a jusante dele
até a descarga para o exterior, isto é (Fig. 5.12):
cf
A P + 2 ^ r = J 4 + J5 + J&+ J1 + J8>

V /
transporte pneumático

onde:

c? Cg ^
Ap = (1 - J5T) — y - t f - r
2# 2(7

E, como para o nosso caso, J 8 = - ^ y , podemos fazer:

<± _4
(1 -^ ) : ^4 + + + J 71
2 7 2 íd

em que, de acordo com a Tab. 5.1, para um ângulo a = 8o, o coeficiente de atrito K vale
0,24; podemos então calcular cq e, igualmente, a perda de carga no vetúri:

(c2 ^
^ventúri = 0,24 f - y - 115,8 kgi/m .
2g Y 2g 7 [2g

Os valores das perdas de cargas e das demais grandezas que fazem parte deste pro­
jeto estão resumidos na planilha Ex. 5.2.

Planilha Ex. 5.2

Solução 1 Solução II
Item Elemento D=15 cm rp=2,40 D=20 cm rp=1,36
c (m/s) J(kgf/m2) c (m/s) J(kgf/m2)

1 Proteção aspiração/ventilador 15,5 44,3 15,5 44,3

2 Ligação descarga/ventilador 43,5 17,4 43,5 17,4

3 Conduto de ar puro 43,5 15,5 43,5 11,6

4 Inércia do material 21,7 69,1 21,7 39,2

5 Adaptação saída/ventúri 43,5 17,4 43,5 17,4

6 Canalização de transporte 43,5 756,4 43,5 494,5

7 Desnível 10 m 43,5 28,8 43,5 16,3

8 Descarga na caixa superior (X = 1) 43,5 115,8 43,5 115,8

9 Ventúri 152,1 311,9 128,8 215,8

Total Apt - 1.376,6 - 972,3

^^SÊÊÊÊÊKÊÊÊÊÊÊKÊÊÊKÊÊKÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊIÊÊÊÊSÊÊSÊÊKÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊKÊÊÊÊÊKKÊÊÊÊÊÊÊÊKÊÊÊÊKÊÊKSKÊÊÍÊÊÊÊtllÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊHÊtÊKÊKÊÊÊÊÊÊÊÊIÊÊÊÊÊBKÊÊÊItÊÊÊKÊÊÊÊÊlí^
Projeto de instalações de transporte pneumático

r .......................... ............... .... ............................................. ........... <


A partir dos valores que constam da planilha, podemos dimensionar os ventúris. As­
sim, para a solução I, devido às pequenas dimensões, optamos pela seção quadrada,
de modo que:

Q1
vs 0,7687 m3/s = 0,0051 m2 (7,2 x 7,2 cm);
Cj 152,1 m/s
Fs 0,7687 m3/s
Q2 = 0,0177 m2 (13,3x13,3 cm).
Cj 43,5 m/s

E o comprimento, para o ângulo de abertura adotado (8o), seria:


Ag Ax 13,3-7,2 cm . .
L= —---- !------> 44 cm.
2 tg 4o

Para a solução II, optamos pelo aumento da seção mais prática, em apenas uma di­
mensão, de modo que obtemos:
1.3666 m3/s
£2j = 0,0106 m2 (6,0x17,8 cm);
128,8 m/s
1.3666 m3/s
= 0,0314 m2 (17,8x17,8 cm).
43,5 m/s

E o comprimento para o ângulo de abertura de 8o em uma única dimensão (Fig. 5.12)


seria dado por:

^ H2 - ^ 17,8-6,0 cm
> 85 cm.
tg a tg 8o

• Compressores
Os compressores a serem usados na instalação em estudo são do tipo centrífugo com
pás radiais, e têm as características que seguem.

Solução I
• V = 2.767 m3/h (0,7686 rtrVs);
• ápt = 1.376,6 kgf/m2;
• D = 500 mm;
• L = 0,225.0 = 112 mm;

c = 4,04 = 158 m/s u2 = 132 m/s N = 5.030 rpm.

V.
transporte pneumático

r \

Esses compressores apresentam velocidades de aspiração e descarga compatíveis


com as do circuito em projeto (-43,5 m/s) e seu rendimento pode ser considerado
superior a 80%. Daí vem a potência de acionamento:

10.332 + ^
= YA ________2_ 0,7686 m'7s x 1.376,6 kgfim3
x 1,0666 = 18,81 cv.
7577, 10.332 75x0,8
V /

Entretanto, para se atender ao fato de que esse tipo de compressor não tem a carac­
terística de consumo de potência limitada com 0 aumento da vazão, a fim de evitar
possíveis sobrecargas durante a operação do sistema sob baixas cargas, 0 motor de
acionamento a usar deve ser 20% superior (25 cv).

Solução II
• V = 4.920 m3/h (1,3667 m3/s);
• Ap,= 972,3 kgf/m2;
• D - 615 mm;
• L = 0,2251) = 138,4 mm;

=132,8 m/s u2 = 111,8 m/s N = 3.450 rpm.

Tal equipamento tem velocidades de aspiração e descarga, compatíveis com as adota­


das para 0 circuito em projeto (-43,5 m/s), seu rendimento é superior a 80% e a sua
rotação de funcionamento permite acoplamento direto a um motor elétrico síncrono
de 2 pólos.
A potência desse motor, entretanto, é superior à da solução I, devido à menor relação
em peso adotada nesse caso. Com efeito, para essa solução, a potência mecânica de
acionamento seria:
(
10.332 + ^ -
v .M _______ 2 _ 1,3667 m3/s x 972,3 kgfim2
P =1,0471 = 23,19 cv.
75m 10.332 75x0,8

isto é, cerca de 23,3% superior àquela calculada para a solução I.


Pela mesma razao da solução anterior, essa potência deve ser acrescida de 20%, para
atender possíveis variações de carga (30 cv).

V J
Projeto de instalações de transporte pneumático

"— .“ : ------------------------ S
EXEM PLO 5 .3

Dimensionar um equipamento móvel para transferência pneumática de cereais, com


tomada por aspiração e descarga por compressão (sistema misto). A passagem do
circuito de aspiração para o circuito de compressão será feita através de um ciclone,
com vedação da diferença de pressão por uma válvula de controle rotativa.

Figura 5.15 Equipamento móvel de transporte pneumático do Exemplo 5.3.

O esquema da instalação é o da Pig. 5.4 e a disposição de seus diversos elementos


pode ser vista na Fig. 5.15. Trata-se de equipamento destinado a descarga de navios,
transferências de material em engenhos, contêineres ou silos, onde não existam re­
cursos para a descarga natural.

/TTA CPriSiíS
),í t Vi
Rihliftteca
transporte pneumático

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------\
A máquina deverá ter capacidade para transferir o material entre depósitos situados
a 25 m um do outro e vencer um desnível de até 10 m. A canalização de transporte
será constituída de tubos retos de chapa metálica, com 5 m de comprimento cada um,
interligáveis entre si, terminando nos extremos, tanto na aspiração como na descar­
ga, por 5 metros de mangueiras, para facilitar o manuseio da operação.
Dados básicos para os cálculos preliminares:
• cereal - arroz com casca, tipo irrigado;
• lm = 16y “aparente = 1-140 kgf/m2;
• d = 2,5 mm (2.500 fjun).

Solução
• Relação em peso
Para maior economia de energia, adotaremos como relação em peso o valor máximo
recomendado pela Eq. [5.2]:
.000 7.000
yTO "1.140

• Seleção das velocidades


De acordo com a Tab. 5.1, adotaremos as seguintes velocidades básicas:
- velocidade de flutuação, Cj= 0,004òjdm ym = 7,6 m/s;
- velocidade do ar nas mangueiras, car = 1,52,/ym =J51 m/s;
- velocidade do ar nos tubos de chapa, car = 0,91) ym. = 31 m/s;
- velocidade do material nas mangueiras, cm = car - Cj = 51 - 7,6 = 43,4 m/s;
- velocidade do material nos tubos de chapa, cm = ear - Cj = 31 - 7,6 = 23,4 m/s.•

• D im ensionam ento
Começaremos por selecionar uma mangueira comercial de 5 pol de diâmetro (12,7
cm). A seção correspondente seria:
n = 0,0127 m2.
A vazão de ar nas mangueiras — e portanto de todo sistema — seria:
ps = caríl =51 m/s X 0,0127 n r = 0,6477 m3/s (2.332 m3/h).
De onde podemos calcular:
Gar = • yar = 0,6477 m3/s x 1,2 kgf/m3 = 0,7772 kgf/s (2.798 kgf/h);
Gm = rp • Gar = 6,14 X 0,7772 kgf/s = 4,772 kgf/s (17.179 kgf/h).
Esse último valor seria a capacidade de transporte de material do equipamento em
projeto (Gar = 17,2 t/h).
Projeto de instalações de transporte pneumático
transporte pneumático

onde:
- as duas curvas têm um comprimento equivalente le=2x7,5.0=15x0,2044=3 m;
P2 oi2
'^redução+curva+trarisf.+2curvas = ^ 7 ==(0,02 + 0,60) — 1,2 = 37 kgf/m2,

onde a redução de seção foi considerada com um ângulo de abertura de 30°, para a
qual À = 0,02, e a transformação de seção, À = 0,15 (Tab. 3.11);

j" inércia na compressão —r' p ^


= 0 i4 ~ 1■2 = 206
<iuo
kgi/m2-i

^desnível = rp H Y = 1 .2 x 10rp = Í 2 r p = 12 x 6 , 14 = 74 kgf/m2.

As perdas de cargas calculadas anteriormente estão resumidas na planilha de cálculo


deste exemplo.

Planilha Ex. 5.3

Elemento rp c (m/s) J (kgf/m2)


1 - Bocal de aspiração 6,14 51 656

2 - Mangueiras (10 m) 6,14 51 690,4

3 - Inércia na aspiração 6,14 43,4 708

4 - Condutos de chapa (15 m) 6,14 31 298,3

5 - Ciclone comum - 31 375

6 - Conduto de ar puro (2 m + 2 curvas) - 19,75 9,4

7 - Redução+1 curva+transformação+2 curvas - 31 37

8 - Inércia na compressão 6,14 23,4 206

9 - Desnível (10 m) 6,14 - 74

Total 3.054,1

• Compressor
O compressor a ser usado nessa instalação será centrífugo, de único estágio, tipo
radial, para atender às seguintes condições de funcionamento:
• Vs = 0,6477 m3/s (2.332 m3/h);
• Apt = 3.054,1 kgf/m2.
Para isso, de acordo com os coeficientes básicos apresentados na Tab. 4.16, esse com­
pressor deverá ter as seguintes características:
J
Projeto de instalações de transporte pneumático

r ............... .................................... ^
- D = 400 mm;
-L = 0,28D = 112 mm;
-c/w2 = 1,2 c = 4,04^Ap/% = 235 m/s m/s w2= 196 m/s iV = 9.356 rpm;
As velocidades de aspiração e descarga são compatíveis com a velocidade selecionada
para os condutos de ligação (31 m/s).
Esse compressor, quando bem construído, poderá ter um rendimento superior a 80%,
de modo que podemos calcular a potência do motor elétrico de acionamento conside­
rando a compressão como isométrica, já que a diferença de pressão total é repartida
entre a aspiração e a compressão, pela expressão aproximada:

p„ V ---
- _S AptL = _J------------------------2-----
0,6477 m3/s x 3.054 kgí/m2= 33 „„ cv.
m 75íjj 75 x 0,8

Por outro lado, levando em conta a característica de funcionamento desses compres­


sores, que não apresentam limitação da potência com o aumento da vazão do circuito,
adotaremos, a fim de evitar possíveis sobrecargas, um motor de acoplamento com
folga de 20% (40 cv).
Observação: apesar dessa folga de 20% adotada para o motor de acoplamento, não é
aconselhável ligar este equipamento sem os respectivos condutos de transporte.

É interessante analisar, por outro lado, o desempenho desse equipamento com o au­
mento da distância de transporte. Como a diferença de pressão criada pelo compres­
sor é a máxima compatível com a rotação adotada, verifica-se que:
• ao se aumentar o comprimento dos condutos de transporte, a perda de carga (item
4 da planilha) também tende a aumentar;
• na impossibilidade do aumento citado, o sistema só se equilibrará compensando-
se esse aumento devido à elevação da distância de transporte, com uma redução
da perda de carga devido à relação em peso (itens 1, 2, 3, 4, 8 e 9), de modo a
manter a diferença de pressão total inalterada.
• a redução da relação em peso, para compensar o aumento da distância de trans­
porte, portanto, resulta numa grande redução da capacidade de transporte do
sistema, como se pode notar nos dados a seguir, elaborados a partir da análise
numérica da expressão do somatório das perdas de carga:

Distância rP G m (t/h)

25 m 6,14 17,2

50 m 5.00 14,0

75 m 3,80 10,6

100 m 2,90 8,1

J
1.1 Calor liberado pelas pessoas nas condições ambiente normais....................................9
1.2 Calor liberado pelas pessoas em ambientes a 37 e a 70°C...........................................10
1.3 Quantidade de ar de ventilação para uma serralheria............................................... 30
1.4 Quantidade de ar de ventilação para uma fundição................................................... 30
1.5 Quantidade de ar de ventilação para um auditório..................................................... 32
2. 1 Aberturas de ventilação por termossifão de um pavilhão industrial,.......................46
2.2 Ventilação natural de um sanitário..............................................................................47
2.3 Ventilação natural de antecâmaras de proteção contra incêndios............................48
2.4 Aberturas para a ventilação natural de um forro........................................................61
2.5 Ventilação natural por termossifão de uma fábrica de calçados...............................70
3.1 Recuperação da pressão estática em canalizações de ventilação mecânica..........105
3.2 Perda de carga em uma canalização de ventilação mecânica..................................112
3.3 Seleção de um ventilador para uma instalação de ventilação mecânica................121
3.4 Projeto de uma instalação de ventilação mecânica para um conjunto de
escritórios..................................................................................................................... 125
3.5 Projeto de uma instalação de ventilação mecânica para um cinema......................129
3.6 Projeto da instalação de ventilação mecânica para o complexo industrial
da Josapar, em Pelotas (RS..........................................................................................135
4.1 Cálculo de uma câmara gravitacional.........................................................................163
4.2 Seleção de ciclones para reter partículas de m adeira............................................... 176
4.3 Cálculo de um ejetor.....................................................................................................193
4.4 Seleção do tipo de coletor por meio do diagrama de Sylvan....................................195
4.5 Projeto de um sistema de ventilação local exaustora para um
transportador de cerais................................................................................................196
4.6 Projeto de um sistema de ventilação local exaustora para uma série
de banhos de tratamento de chapas metálicas......................................................... 201
4.7 Projeto de um sistema de exaustão para um fogão...................................................205
4.8 Projeto de um sistema de exaustão para uma pequena cabine de pintura
a pistola........................................................................................................................ 207
5.1 Projeto de um sistema de transporte pneumático por aspiração, com
separação seletiva do material, para uma instalação de britagem de granito........229
5.2 Projeto de uma instalação de transporte pneumático por compressão
de borracha sintética em pedaços.............................................................................. 236
5.3 Dimensionamento de um equipamento móvel para a transferência de
cereais, com tomada por aspiração e descarga por compressão (sistema misto) ...243
fflissísiSâÉFsèía! dcPare
biblioteca O n M
1.1 Atmosfera padrão da Nasa..............................................................................................5
1.2 Taxas de metabolismo das pessoas segundo a ABNT..................................................7
1.3 Limites de tolerância para exposição ao calor............................................................13
1.4 Limites de tolerância para exposição ao calor em regime de trabalho
interm itente....................................................................................................................13
1 .5 Limites de tolerância para os contaminantes.............................................................16
1 .5 a Limites de tolerância para os contaminantes (valores provisórios)....................21
1.6 Limites de tolerância para as poeiras minerais.......................................................... 23
1.7 Produção de contaminantes em função do tipo de operação....................................26
1.8 Rações de ar de acordo com a ABNT...........................................................................31
1.9 índices de renovação do a r ........................................................................................... 33
2.1 Pressão dinâmica da velocidade dos ventos................................................................37
2.2 Diferenças de pressões criadas pelo termossifâo.......................................................39
2 .3 Coeficientes de transmissão de calor por condutividade interna de
diversos materiais de construção................................................................................. 50
2 .4 Coeficientes de condutividade externa do calor..........................................................51
2 .5 Coeficientes geral de transmissão de calor..................................................................53
2.6 Diferenças de temperatura devido à radiação solar................................................... 57
2.7 Calor de insolação.......................................................................................................... 60
2.8 Aberturas para a ventilação de forros por termossifâo..............................................63
2 .9 Espaços para a ventilação de coberturas planas por termossifâo.............................64
3.1 Velocidades recomendadas pela ABNT para instalações de ventilação
mecânica geral diluidora............................................................................................... 82
3 .2 Velocidades recomendadas pela Carrier para instalações de ventilação
mecânica geral diluidora............................................................................................... 82
3 .3 Velocidades recomendadas para bocas de insufiamento............................................ 83
3 .4 Velocidades recomendadas para bocas de saída......................................................... 83
3 .5 Velocidades terminais recomendadas.......................................................................... 87
3 .6 Valores de K e de ae de grades e aerofusos.................................................................88
3.7 Coeficientes de atrito das bocas de insufiamento....................................................... 89
3 .8 Bitolas das chapas para a fabricação de dutos de ventilação.....................................94
3 .9 Cotas do gabarito para a execução de veias em curvas de dutos de ventilação.......98
^ g ggammmmammmmmÊmmmmmmmmmÊÊÊKmKmmHÊmmÊmmmÊÊiÊÊHmKmmÊÊi^ índice das tabelas

3.10 Coeficiente de correção das perdas de carga de dutos retangulares.......................105


3.11 Coeficientes de atrito e comprimentos equivalentes dos acessórios de
canalizações de ventilação m ecânica........................................................................107
3.12 Diâmetro equivalente de um conduto de seção retangular......................................112
3.13 Coeficiente de atrito das bocas de saída..................................................................... 116
3.14 Coeficiente de atrito dos filtros.................................................................................... 117
3.15 Velocidades periféricas de ventiladores e classe de ruído......................................... u18
3.16 Características dimensionais de ventiladores tipo Siroco......................................... 118
3.17 Características operacionais de ventiladores tipo Siroco..........................................121
3.18 Diferenças de pressões usuais em instalações de ventilação geral diluidora
de baixa pressão.......................................................................................................... 123
4.1 Pesos específicos das partículas contaminantes mais com uns................................145
4.2 Tamanho médio das partículas contaminantes mais comuns..................................146
4.3 Granulometria das partículas contaminantes mais comuns.....................................146
4.4 Velocidades de captura em função das condições de geração..................................147
4.5 Velocidades de captura em função da operação específica....................................... 147
4.6 Vazão do ar nos captores..............................................................................................149
4.7 Coeficiente de atrito nos captores...............................................................................151
4.8 Bitola da chapa dos dutos de ventilação local exaustora em função do
diâmetro e da classe do serviço...................................................................................153
4.9 Velocidade do ar nas canalizações de ventilação local exaustora............................154
4.10 Coeficiente de atrito em curvas de canalizações de ventilação local
exaustora.......................................................................................................................157
4.11 Coeficiente de atrito em reuniões de canalizações de ventilação local
exaustora.......................................................................................................................158
4.12 Tipos de escoamento na queda das partículas...........................................................162
4.13 Seleção dos ciclones em função de car e dfmi............................................................. 174
4.14 Vazão máxima de um ciclone em função de car e D ................................................... 175
4.15 Seleção do tipo de coletor em função do tamanho da partícula...............................188
4.16 Características dimensionais e operacionais de ventiladores e compressores
tipo lim it load e tipo radial.........................................................................................190
4.17 Parcela K de perda de carga de ejetores em função do ângulo a .............................192
5.1 Velocidades recomendadas por Hudson na técnica do transporte pneumático.....218
5.2 Correção K do coeficiente de atrito dos condutos de transporte pneumático
em função da velocidade............................................................................................. 220
A insuflamento, 88
Ar atmosférico difusão ou dispersão nas bocas de
composição volumétrica, 2 insuflamento, 88
composição gravimétrica, 2 perdas de carga das bocas de
constante R, 1 insuflamento, 88
massa molecular, 1 Bocas de saída, 115
massa específica, 1
peso específico, 1
calor específico sob pressão constante, 1 d
calor específico sc b volume constante, 1 Cálculo
coeficiente de Poisson, 1 das perdas de carga em canalizações,
Ar respirável, 1 10 1
Ar ambiente, 2 de canalizações de ventilação, 152
Ambiente salubre, 2 de um ejetor, 191
Atmosfera de um ventúri, 226
pressão, 2 Calor de insolação, 57
variação da pressão com a altitude, 3 Carga térmica ambiente, 68
variação da temperatura com a altitude, Câmaras gravitacionais, 159
3 Câmaras inerciais, 165
atmosfera padrão daNasa, i Captores, 140
Atividades hiperbáricas, 5 especiais, 133
Aberturas de ventilação nos forros, 61 tipos de captores, 141
Aerofusos, 84 velocidade do ar nos captores, 145
Avaliação dos contaminantes, 14 vazão de ar nos captores, 148
Animais poikilotermos, 8 perda de carga dos captores, 149
Animais homeotermos, 8 Capelas, 142
Coifas, 143
Classificação dos sistemas de ventilação, 34
B Ciclones, 167
Bitolas de chapas, 94-153 associados a ventilador (rotoclone), 171
Bocas de insuflamento, 83 separação de um (Davies), 172
tipo aerofusos, 84 perda de carga em um (First), 176
tipo grades, 83 tipos, 168
indução das bocas de insuflamento, 86 úmidos, 179
divergência das bocas de insuflamento, Cogumelos, 115
86 Coeficiente
jato ou impulsão das bocas de de atrito, 107-151
insuflamento, 86 de transmissão de calor,
queda ou ascensão nas bocas de por condutividade interna, 49
índice remissivo

por condutividade externa, 51 c;


por convecção, 50 Grau aerotérmico, 3
de película, 51 Grades
Coletores, 158 de insuflamento, 83
de condensação, 187 de saída e tomada de ar exterior, 115
rendimento de um coletor, 158
tipos, 159
úmidos, tipo orifício, 180
Conforto térmico de um ambiente, 6 índice
Consolidação das leis do trabalho, 16 de bulbo úmido, 11
Contaminantes de C02, 24
avaliação, 15 de renovação do ar, 33
limites higiênicos admissíveis, 16 Indução das bocas de insuflamento, 86
Compressores, 224 Impulsão ou jato, 86
Compressor Roots, 225 Insolação, 54

O l_
Diagrama de Sylvan, 189 Lavadores
Diagrama de Stanton, 102 de ar, 178
Diferenças de pressão, 111 de espuma, 181
Dimensionamento de canalização, 100 Limites
Distribuição do ar, 77 higiênicos admissíveis de
Diluição do calor ambiente por termossifão, contaminantes, 16
65 de tolerância para exposição ao calor, 13
Diluição ou saturação no transporte pneu­ Leis de funcionamento dos ventiladores
mático, 217 centrífugos, 119

E ✓ A
Ejetores, 190-191 Metabolismo
Eliminadores de combustão, 186 Básico, 6
Eliminadores catalíticos, 186 humano, 6
Equilíbrio homeotérmico, 9 taxas segundo a ABNT, 7
Mist, 14
Misturadores
F mecânicos, 181
Fendas, 143 tipo ventúri, 180
Filtros
absorventes, 185
adsorventes, 185 F*
de tecidos para ventilação local exausto Partículas
ra, 182 líquidas (m ist efog), 14
eletrostáticos, 183 sólidas, 14
na ventilação mecânica geral diluidora, Perdas de carga nos captores, 149
116 em curvas de ventilação local exaustora,
Fog, 14 157
Fórmulas ASHRAE para cálculo de perdas em uniões de ventilação local exaustora,
de carga, 102 157
índice remissivo

no transporte pneumático
em condutos de transporte, 220 Temperatura
em canalizações de ar puro, 221 efetiva, 11
em separadores (ciclone), 222 equivalente em meio seco, 11
na entrada do sistema, 219 radiante média, 11
no ventúri, 226 Termossifão, 38
por desnível, 220 Tomadas de ar exterior, 115
por inércia do material, 220 Torres de enchimento, 179
Planilha de cálculo de ventilação por ter- Transmissão de calor, 49
mossifão, 73 Transporte pneumático, 218
Poeiras minerais, 23
Pressão parcial do oxigênio no ar, 4
Potência de uma instalação de transporte V
pneumático, 223 Vazão de ar
Projeto de uma instalação de transporte nos captores, 148
pneumático, 229 no transporte pneumático, 219
Proteção contra insolação, 57 Ventilação
de minas, 80
local exaustora, 139
R mecânica diluidora, 75
Ração de ar, 31 natural, 35
Recuperação de pressão estática, 88 Ventiladores
Regulação térmica, 8 tipo lim it load e radiais, 190, 224
Relação em peso, 216 tipo Siroco, 117
Rotoclones, 171 Ventúri, 226
úmidos, 180 Velocidades
de captura, 145
de flutuação, 153, 160, 218
S do ar nas canalizações de ventilação
Seleção de coletores, 188 local exaustora, 154
Sistemas periféricas dos ventiladores e classe de
de transporte pneumático, 214 ruído, 118
de ventilação, 34 recomendadas pela ABNT, 82
Superfície do corpo humano, 6 recomendadas pela Carrier, 82

biblioteca
(1) Costa, Ennio Cruz da, Arquitetura ecológica — conforto térmico natural. Blücher,
São Paulo, 1982.
(2) C osta, Ennio Cruz da, Refrigeração. Blücher, São Paulo, 1982.
(3) C osta, Ennio Cruz da, Compressores. Blücher, São Paulo, 1979.
(4) C osta, Ennio Cruz da, Física aplicada à construção - conforto térmico. Blücher,
São Paulo, 1978.
(5) Fanger, P. D., Thermal confort analysis and applications in environm ental en-
gineering, McGraw Hill, 1972.
(6) Gagge et a l i i , “An effetive temperature scale based on a simple model on human - phi-
siological regulatory res...”, Transactions ASHRAE (vol. 77, pt. 1, pp 247), 1964.
(7) T rane, A ir conditioning m anual. Trane Company, La Crosse, EUA, 1976.
(8) Costa, Ennio Cruz da, Mecânica dos fluidos. Globo, Porto Alegre, 1973.
(9) C osta, Ennio Cruz da, Termodinâmica I e II. Globo, Porto Alegre, 1973.
(10) A merican Conperence of Governamental Industrial Hygienists, Industrial ventila-
tion. Michigan, EUA, 1972.
(11) Buffalo F orge C ompany, Fan engineering. Buffalo, NY, EUA, 1970.
(12) Costa, Ennio Cruz da, Transmissão de calor. Emma, Porto Alegre, 1967.
(13) A merican S ociety of Heating Refrigerating and Air Conditioning Engineers - ASHRAE,
Guide and data book applications. New York, EUA, 1968.
(14) A merican S ociety of Heating Refrigerating and Air Conditioning Engineers - ASHRAE,
Handbook of fundam entais. New York, EUA, 1967.
(15) I delcick, I. E., Memento des perdes de charge. Eyrolles, Paris, França, 1968.
(16) Carrier A ir Conditioning Company, Handbook of air conditioning system design.
McGraw-Hill, New York, EUA, 1965.
(17) Woods, G., Woods praticai guide to fa n engineering. Colchester, GB, 1960.
(18) A lden, John L., Design of industrial exaust systems. The Industrial Press, New York,
EUA, 1948.
(19) Church, Austin H., Centrifugai pum ps and blovoers. John Wiley & Sons Inc., New
York, EUA, 1950.
(20) Dalla Valle, J. M., The industrial environem ent and its control. Pitman Publishing
Company, New York, EUA, 1948.
Com conhecimentos científicos básicos, da
Termodinâmica, da Mecânica dos Fluidos e da
Transmissão de Calor, foram analisadas neste
compêndio, de acordo com as normas vigentes,
as diversas técnicas mais indicadas, para a
solução dos problemas de ventilação tanto
natural como artificial, dos ambientes
habitacionais e industriais, assim como as
soluções para o prático transporte pneumático
de materiais a granel.

O autor, Engenheiro Mecânico Eletricista e


Civil, foi professor catedrático da Escola de
Engenharia e da Faculdade de Arquitetura da
UFRGS, onde lecionou de 1947 a 1984 várias
disciplinas da área de Termotécnica com vários
volumes publicados sobre o assunto, tendo
resolvido inúmeros problemas nesta área ao
longo dos muitos anos em que vem atuando
como consultor industrial.

ISBN 85-2 12-035

/
&
EDITORA EDGARD BLUCHER 9 7885 21 20353711

Você também pode gostar