A Lei Frederic Bastiat
A Lei Frederic Bastiat
A Lei Frederic Bastiat
A LEI
“O ESTADO É A GRANDE FICÇÃO ATRAVÉS
DA QUAL TODOS TENTAM VIVER ÀS
CUSTAS DE TODOS.”
FRÉDÉRIC BASTIAT
A LEI
Título Original
La Loi
Supervisão de Editoração/Capa
Montecristo Editora
Tradução do Francês
Lúcio Jakobsmuschel
Revisão
Renata Russo Blazek
Imagem da Capa
Montagem sobre pintura "A Defesa de Champigny" por Édouard Detaille
ISBN:
978-1-61965-247-7 – Edição Digital
FRÉDÉRIC BASTIAT
A LEI
Louvor
Introdução
Sobre o Autor
A LEI
O que é a lei?
A completa perversão da lei
A solução está em restringir a função da lei
Duas espécies de perversão
Socialismo é espoliação legal
A fraternidade forçada destrói a liberdade
Três sistemas de espoliação
A influência dos escritores socialistas
Os legisladores desejam moldar a humanidade
O que é a liberdade?
Os socialistas querem a ditadura
Napoleão queria uma humanidade passiva
O conceito socialista de liberdade
Causas da revolução na França
A legítima função da legislação
A base para um governo estável
Deixem-nos agora experimentar a liberdade
Bônus
O Que se vê e O Que não se vê
Introdução
Ao confrontarmos qualquer produção, sobretudo as mais
antigas, conhecer o contexto em que ela se insere é
fundamental para uma compreensão mais refinada de suas
ideias; entender o momento histórico, geográfico e a
personalidade do autor permite ao leitor maior proveito do
tempo despendido em sua leitura.
A Lei foi publicado no ano de 1850 na França e
posteriormente, na obra, Bastiat discute, entre outros
temas, o que seria uma lei, sua função na relação entre dois
ou mais indivíduos, suas aplicações e, por fim, como e
porque as leis podem e eventualmente são corrompidas. Em
1798 se iniciou a Revolução Francesa e dois anos antes da
publicação da obra, em 1848, a Segunda República havia
sido instaurada. Neste mesmo ano, 1948, Marx publicara
seu famoso “ Manifesto Comunista ”. Por conta da relativa
proximidade temporal entre estes dois eventos e a
publicação do livro, entende-se, naturalmente, que ideias
socialistas já haviam se disseminado por toda Europa e, por
conta disso, Bastiat pôde emitir suas considerações sobre os
efeitos dessas ideias nas sociedades que as adotassem.
O autor que mais influenciou Bastiat foi o inglês John Locke,
sobretudo com relação às suas ideias de direitos naturais do
homem. Dentre tantas contribuições feitas por Bastiat,
talvez a mais importante seja a antevisão do quão nocivo
um governo, ou estado pode se tornar quando a
individualidade é sobreposta, e as “vontades” de um
suposto coletivo são priorizadas. As leis passam a ser
corrompidas por indivíduos, tais como governantes, que
buscam um caminho “mais fácil”, não necessariamente
moral, mascarado por um discurso de falsa filantropia e
suporte aos mais fracos e necessitados da sociedade para
que assim, possam atingir o sucesso e riqueza.
Logo nos primeiros capítulos da obra, Bastiat descreve o
que seria o homem e o que seriam as características de um
homem. Segundo o autor, a existência humana está
sustentada por três principais pilares, sendo eles:
“Individualidade, Liberdade e Propriedade ”.
Um homem, por definição, é livre para fazer suas próprias
escolhas, de acordo com o que achar ético. Tem suas
próprias características mais fortes e mais fracas (as
faculdades humanas), que diferenciam os homens. E por
fim, o homem tem suas propriedades, conquistadas fazendo
uso de suas próprias faculdades, alterando a natureza para
se adequar às suas necessidades.
Em seguida, Bastiat combate a ideia de que os “direitos
naturais”, de John Locke só podem ser outorgados aos
homens por meio da elaboração de legislação. Ele
demonstra que os direitos precedem a criação de qualquer
forma de convenção ou positivação, sendo a causa e o que
possibilita a criação de normas e não um derivado delas.
Assim é possível compreender a forma como Bastiat
interpretava o mundo: através de uma perspectiva voltada
aos indivíduos, e não à “coletividade” que os comportaria e
daria razões para existir.
Muitos filósofos fizeram contribuições importantes para o
discurso sobre a liberdade, mas a maior contribuição de
Bastiat é que ele tirou o debate da academia e deixou as
ideias sobre liberdade tão claras que mesmo os pouco
estudados puderam entendê-las. A clareza é crucial para
persuadir nosso interlocutor sobre a superioridade moral da
liberdade pessoal.
Como outros, Bastiat reconheceu que a grande ameaça à
liberdade é o governo. Observe a clareza que ele emprega
para nos ajudar a identificar e compreender atos
governamentais maléficos, que chama de “espólio
legalizado ”: Bastiat diz: “Devemos examinar se a lei
realiza, em benefício de um cidadão e em detrimento de
outro, um ato que este cidadão não poderia realizar por si
mesmo sem ter cometido um crime ”. Com uma descrição
precisa do espólio pelo governo, não podemos negar a
conclusão de que a maioria das atividades governamentais
são no fundo espoliações legitimadas ou, em linguagem
atual, roubo legalizado.
Bastiat explica o apelo por leis que restringem o
intercâmbio pacífico e voluntário e punem o desejo de ser
deixado em paz, dizendo que os socialistas querem brincar
de Deus. Os socialistas consideram as pessoas como
matéria-prima a ser formada em combinações sociais. Para
ele – que considera a elite - “a relação entre a humanidade
e o legislador parece ser a mesma que a relação entre o
barro e o oleiro ”. E para as pessoas que têm esta visão,
Bastiat exibe a única raiva que encontro em A Lei quando
ele ataca os benfeitores e os aspirantes a governantes da
humanidade: “Ah, suas criaturas miseráveis! Vocês que
pensam que são tão grandes! Vocês que julgam a
humanidade como sendo tão pequena! Vocês que querem
reformar tudo! Por que vocês não se reformam? Essa tarefa
seria o suficiente ”.
Bastiat foi um otimista que achava que argumentos
eloquentes em defesa da liberdade poderiam salvar o dia;
mas a história não está do seu lado. A história da
humanidade é uma história de abuso e controle sistemático
e arbitrário por parte da elite, agindo em particular através
da igreja, mas principalmente através do governo. E o pior,
com o apoio dos oprimidos.
Com o passar dos anos e a evolução dos estados, as teses
defendidas por Bastiat ficaram mais explícitas do que
quando foram originalmente publicadas.
Que este panfleto sirva de alerta para os perigos de um
estado grande e forte. Encerro a introdução com a última
frase de Bastiat: “vamos terminar onde deveríamos ter
começado, vamos empurrar os sistemas para trás, vamos
finalmente colocar a Liberdade à prova, – Liberdade, que é
um ato de fé em Deus e em Sua obra . ”
Lúcio Jakobsmuschel,
São Paulo, verão de 2021
Sobre o Autor
O que é a liberdade?
Notas:
1 Nota da Edição francesa: Foi em junho de 1850 que o autor, durante alguns
dias passados com sua família em Mugron, escreveu este panfleto.
2 Nota da Edição francesa: Referência ao panfleto Spoliation et Loi onde
Bastiat cria o termo Espoliação Legal , que em seu pensamento é a conclusão
de que o Estado constituiu uma grande máquina que foi projetada
especificamente para roubar propriedade de algumas pessoas, sem seu
consentimento, é claro, e transferi-la para outras.
3 Nota da Edição francesa: Norma proposta no Conselho Geral das
manufaturas, da agricultura e do comércio. (Sessão do dia 6 de maio de 1850.)
4 Auguste Mimerel (1 de junho de 1786 – 16 de abril de 1871) foi um
industrial e político francês. Era proprietário de uma grande fábrica de fibras de
algodão e era ativo em associações industriais. Ele apoiava o uso de mão-de-
obra infantil e era a favor de tarifas elevadas para proteger a indústria interna.
Ele se tornou deputado na legislatura da efêmera Segunda República Francesa,
depois senador durante o Segundo Império Francês. Em 1867, ele foi nomeado
Conde do Império.
5 Charles Forbes René de Tryon , conde de Montalembert , (Londres, 15
de abril de 1810 – Paris, 13 de março de 1870) foi um escritor, político e
polemista francês pertencente à corrente neocatólica. Serviu na Câmara dos
Pares, sendo um proeminente defensor da liberalização e modernização da
Igreja Católica.
6 O Barão Pierre Charles François Dupin (6 de outubro de 1784, Varzy,
Nièvre – 18 de janeiro de 1873, Paris, França) foi um matemático, engenheiro,
economista e político católico francês, particularmente conhecido por seu
trabalho no campo da matemática, onde o cíclide Dupin e a Dupin indicatrix
receberam seu nome por seu trabalho no campo do mapeamento estatístico e
temático.
7 Quando este texto foi escrito, Bastiat sabia que estava com tuberculose.
Morreu pouco tempo depois.
8 Alphonse Marie Louis de Prat de Lamartine (Mâcon, 21 de outubro de
1790 – Paris, 28 de fevereiro de 1869) foi um escritor, poeta e político francês.
Seus primeiros livros de poemas (Primeiras Meditações Poéticas, 1820 e Novas
Meditações Poéticas, 1823) celebrizaram o autor e influenciaram o Romantismo
na França e em todo o mundo. Foi membro do governo provisório e ministro do
Exterior em 1848. Depois de sua malsucedida candidatura às eleições
presidenciais, escreveu apenas narrativas autobiográficas, terminando a vida
em difícil situação financeira.
9 Nota da Edição francesa: Se a proteção fosse concedida, na França, a
apenas uma classe, por exemplo, aos ferreiros, ela seria tão absurdamente
espoliante que não poderia ser mantida. Portanto, vemos todas as indústrias
protegidas se unindo, fazendo causa comum e até mesmo se recrutando de
forma a parecer abraçar toda a mão-de-obra nacional. Eles instintivamente
sentem que a espoliação é ocultada pela generalização.
10 Jacques-Bénigne Bossuet (Dijon, 27 de setembro de 1627 – Paris, 12 de
abril de 1704) foi um bispo e teólogo francês, um dos principais teóricos do
absolutismo por direito divino, defendendo o argumento que o governo era
divino e que os reis recebiam seu poder de Deus. Foi autor de La Politique tirée
de l’Écriture sainte, publicada postumamente em 1709, na qual defende a teoria
do Direito divino dos reis justificando que Deus delegava o poder político aos
monarcas, conferindo-lhes autoridade ilimitada e incontestável. O caso mais
exemplar de governante que adotou as ideias de Bossuet foi Luís XIV de França,
chamado “Rei Sol”.
11 Hermes Trismegisto (“Hermes, o Três-grande”; Latim clássico: Mercurius ter
Maximus ) é uma figura helenística lendária que se originou como uma
combinação sincrética do deus grego Hermes e do deus egípcio Toth. Ele é o
suposto autor da Hermética, uma série muito diversa de textos antigos e
medievais que lançam as bases de vários sistemas filosóficos conhecidos como
Hermetismo.
12 François Fénelon , pseudônimo de François de Salignac de La Mothe-
Fénelon (6 de agosto de 1651 – 7 de janeiro de 1715), também conhecido como
‘’o Cisne de Cambraia’’, foi um teólogo católico, poeta e escritor francês, cujas
ideias liberais sobre política e educação, esbarravam contra o “statu quo ” da
Igreja e do Estado dessa época. Pertenceu à Academia Francesa de Letras.
13 A última aventura da narrativa feneloniana é a reforma de um reino falido. O
personagem principal do romance, Telêmaco, está inequivocamente associado
ao Duque de Borgonha, bem como a figura de Mentor remete diretamente a
Fénelon. A partir do livro VIII, acompanhamos a chegada de Mentor e Telêmaco a
Salento, cidade em processo de construção. A hospitalidade com que são
recebidos traz consigo informações que depõem contra a aparente grandeza da
cidade, pois Idomeneu, seu rei (reconhecido como Luís XIV), envolveu-se numa
guerra injusta, conflito que será resolvido com sabedoria por Mentor no livro IX.
Fato consumado, o tutor do filho de Ulisses resolve “civilizar” Salento, tomando
medidas administrativas que promovem uma mudança global, ou seja, atingem
todas as instâncias da vida social, pública e privada, como comércio, saúde,
educação, moradia, agricultura, vestuário, lazer etc. Tais medidas destinam-se a
transformar Salento em uma cidade perfeita (livro X).
14 Segundo a Odisseia de Homero , Ítaca foi a ilha natal de seu rei Odisseu. Ilha
para a qual ele voltou depois de ter navegado pelo Egeu e pelo Mediterrâneo na
volta da Guerra de Troia. Foi em Ítaca que sua esposa Penélope o esperou,
apesar dos inúmeros pretendentes, como Antínoos, que saqueavam seu palácio
e a desrespeitavam forçando-a a escolher um deles como marido..
15 Olivier de Serres (1539 – 1619) foi um autodidata francês reconhecido por
ser um dos primeiros a estudar de maneira científica as técnicas agrícolas e o
melhoramento de plantas de maneira experimental. Foi um protestante ativo e é
considerado o pai da agronomia francesa devido ao tratado que escreveu:
Théâtre d’Agriculture et mesnage des champs , que conteve 19 reedições de
1600 a 1675.
16 Charles-Louis de Secondat , barão de La Brède e de Montesquieu,
conhecido como Montesquieu (castelo de La Brède, próximo a Bordéus, 18 de
janeiro de 1689 – Paris, 10 de fevereiro de 1755), foi um político, filósofo e
escritor francês. Ficou famoso pela sua teoria da separação dos poderes,
atualmente consagrada em muitas das modernas constituições internacionais.
Aristocrata, filho de família nobre, cedo teve formação iluminista com padres
oratorianos. Revelou-se um crítico severo e irônico da monarquia absolutista,
bem como do clero católico.
17 Jean-Jacques Rousseau , (Genebra, 28 de junho de 1712 – Ermenonville, 2
de julho de 1778), foi um importante filósofo, teórico político, escritor e
compositor autodidata. É considerado um dos principais filósofos do iluminismo
e um precursor do romantismo. Sua filosofia política de fato influenciou o
Iluminismo por toda a Europa, assim como também aspectos da Revolução
Francesa e o desenvolvimento moderno da economia, da política e do
pensamento educacional. Para ele, as instituições educativas tradicionais
corrompem o homem e tiram-lhe a liberdade. Para a criação de um novo homem
e de uma nova sociedade, seria preciso educar a criança de acordo com a
Natureza, desenvolvendo progressivamente seus sentidos e a razão com vistas
à liberdade e à capacidade de julgar.
18 Guilherme Thomas François Raynal (Aveyron, 12 de abril de 1713 – 6 de
março de 1796) foi um religioso e filósofo francês. Utilizou o nome L’Abbé
Raynal quando pertenceu à Companhia de Jesus.
19 Gabriel Bonnot de Mably , eventualmente conhecido como Abbé de Mably
(Grenoble, 14 de Março de 1709 – Paris, 2 de Abril de 1785) foi um filósofo
francês. Diferentemente de outros filósofos da época das luzes, Mably não foi
um otimista. Por suas obras, é considerado um dos mais importantes
inspiradores da legislação revolucionária de 1789. Era hostil à propriedade
privada dos meios de produção e, por isso, pode-se considerá-lo como um
precursor do socialismo. Contestando o poder real, desejava, entre outras
coisas, que o controle das finanças e do Exército fosse retirado do poder real e
entregue a uma assembleia única, mas não eleita por meio do sufrágio
universal.
20 Étienne Bonnot, abade de Condillac (Grenoble, 30 de setembro de 1714 –
Beaugency, 3 de agosto de 1780) foi um filósofo francês e o maior expoente de
uma teoria radicalmente empirista do funcionamento da mente a que se
costuma referir desde então como sensualismo. Enquanto o empirismo de John
Locke seguia a rejeição dos princípios inatos e das ideias inatas, Condillac foi
além e rejeitou também as habilidades inatas. Em sua versão do empirismo, a
experiência não apenas nos dá “ideias” ou os dados brutos para o
conhecimento, ela também nos ensina a prestar atenção, lembrar, imaginar,
abstrair, julgar e raciocinar.
21 Nota da Edição francesa: No panfleto Baccalauréat et Socialisme.
22 Nota da Edição francesa: Pensamento retirado dos manuscritos do autor:
Para que um povo seja feliz, é indispensável que os indivíduos que o compõem
tenham previdência, prudência e confiança uns nos outros que provêm da
segurança.
Agora, estas coisas dificilmente podem ser adquiridas a não ser pela
experiência. Torna-se clarividente quando se sofre por não ter previsto;
prudente, quando sua temeridade tem sido punida com frequência, etc.
Daí resulta que a liberdade começa sempre por ser acompanhada pelos males
que seguem o uso descuidado que dela se faz.
Neste espetáculo, alguns homens se levantam e exigem que a liberdade seja
banida.
“Que o Estado”, dizem eles, “seja previdente e prudente para todos”.
Em seguida, eu faço estas perguntas:
1° Isso é possível? Pode um Estado experiente emergir de uma nação
inexperiente?
2° Em qualquer caso, não se trata de asfixiar a experiência em seu início?
Se o poder impõe atos individuais, como o indivíduo aprenderá com as
consequências de seus atos? Estará ele então sob tutela perpétua?
E o Estado, tendo encomendado tudo, será responsável por tudo.
Há aí um foco de revoluções, e revoluções sem saída, pois serão feitas por um
povo ao qual, ao proibir a experiência, o progresso foi proibido.
23 Saint-Just (25 de agosto de 1767, Decize, (Nièvre) – 28 de julho de 1794,
Paris) foi um aspirante a literato, pensador e político revolucionário francês. Foi
eleito para a Convenção em 05 de setembro de 1792 e votou pela execução do
Rei. Seu discurso em favor da execução do monarca é considerado um dos mais
importantes e eloquentes do processo, e foi determinante para a condenação de
Luis XVI. Em 30 de maio de 1793 foi eleito membro do Comitê de Salvação
Pública, onde se destaca como um dos líderes. Nesta fase, desenvolve teorias
sobre o governo revolucionário e se torna um dos defensores da política do
Terror.
24 Maximilien François Marie Isidore de Robespierre (Arras, 6 de maio de
1758 – Paris, 28 de julho de 1794) foi um advogado e político francês, e uma das
personalidades mais importantes da Revolução Francesa. Os seus apoiadores
chamavam-lhe de “O Incorruptível”. Principal membro dos Montanha durante a
Convenção, ele encarnou a tendência mais radical da Revolução,
transformando-se numa das figuras mais controversas deste período. Os seus
críticos chamavam-lhe o “Candeia de Arras”, “Tirano” e “Ditador sanguinário”
durante o Período do Terror.
25 Jacques-Nicolas Billaud-Varenne (23 de abril de 1756 – 3 de junho de
1819), também conhecido como Jean Nicolas, foi uma personalidade francesa do
período revolucionário. Embora não fosse uma das figuras mais conhecidas da
Revolução Francesa, Jacques Nicolas Billaud-Varenne foi uma figura instrumental
do período conhecido como o Reinado do Terror. Billaud-Varenne subiu a
hierarquia do poder durante esse período, tornando-se um dos membros mais
militantes do Comitê de Segurança Pública.
26 Louis-Michel le Peletier, Marquês de Saint-Fargeau (às vezes soletrado
Lepeletier; 29 de maio de 1760 – 20 de janeiro de 1793) foi um político francês e
mártir da Revolução Francesa.
27 Louis Jean Joseph Charles Blanc (Madrid, 29 de outubro de 1811 –
Cannes, 6 de dezembro de 1882) foi um socialista francês. Teve importante
participação na Revolução de 1848, quando suas ideias foram colocadas em
prática devido à associação entre liberais e socialistas, na tentativa de derrubar
a monarquia. Eis elas: seriam criadas associações profissionais de trabalhadores
de um mesmo ramo de produção, as Oficinas Nacionais, financiadas pelo
Estado. O lucro seria dividido entre o Estado, os associados e para fins
assistenciais.
28 Victor Prosper Considerant foi um filósofo e economista politécnico
francês, adepto do fourierismo. Foi sem dúvida o mais influente dos discípulos
de Fourier e o principal expoente da escola fourierista.
29 Marie Joseph Louis Adolphe Thiers (Bouc-Bel-Air, 15 de abril de 1797 –
Saint-Germain-en-Laye, 3 de setembro de 1877) foi um político francês e
historiador que serviu como Presidente da França de 1870 até 1873, o primeiro
da Terceira República Francesa. Antes disso ele tinha sido duas vezes Primeiro-
Ministro em 1836 e 1840 durante o reinado do rei Luís Filipe I.
30 Alphonse Marie Louis de Prat de Lamartine (Mâcon, 21 de outubro de
1790 – Paris, 28 de fevereiro de 1869) foi um escritor, poeta e político francês.
Foi fundamental na fundação da Segunda República e na manutenção da tricolor
como bandeira da França.
31 Nota da Edição francesa: A economia política precede a política; a política
diz se os interesses humanos são naturalmente harmoniosos ou antagônicos;
este último deve sabê-lo antes de fixar os poderes de governo.
32 Pierre Laurent Barthélemy François Charles de Saint-Cricq (24 de
agosto de 1772 – 25 de fevereiro de 1854) era um administrador e político
alfandegário francês. Ele foi deputado de 1815-20 e 1824-33, Ministro do
Comércio e Indústria (1828-29) e um dos pariatos da França.
33 Jacques de Vaucanson (Grenoble, 24 de fevereiro de 1709 – 21 de
novembro de 1782) foi um inventor e artista francês que criou vários autômatos
inovadores. Sua obra mais conhecida foi um pato mecânico que parecia comer
grãos, digeri-los e defeca-los.
Original em Francês
LA LOI [1]
Notas:
1. ↑ Ce fut en juin 1850 que l’auteur, pendant quelques jours passés dans sa
famille à Mugron, écrivit ce pamphlet. (Note de l’éditeur )
2. ↑ Voy. au tome V, les deux dernières pages du pamphlet, Spoliation et Loi .
3. ↑ Conseil général des manufactures, de l’agriculture et (Note de l’éditeur )
du commerce. (Séance du 6 mai 1850.)
4. ↑ Si la protection n’était accordée, en France, qu’à une seule classe, par
exemple, aux maîtres de forges, elle serait si absurdement spoliatrice
qu’elle ne pourrait se maintenir. Aussi voyons nous toutes les industries
protégées se liguer, faire cause commune et même se recruter de manière
à paraître embrasser l’ensemble du travail national. Elles sentent
instinctivement que la Spoliation se dissimule en se généralisant.
5. ↑ Dans le pamphlet Baccalauréat et Socialisme (le 5me d’après notre
classement), l’auteur, par une série de citations analogues, montre encore
la filiation de la même erreur. (Note de l’éditeur. )
6. ↑ Pour qu’un peuple soit heureux, il est indispensable que les individus qui
le composent aient de la prévoyance, de la prudence, et de cette confiance
les uns dans les autres qui naît de la sûreté.
Or, il ne peut guère acquérir ces choses que par l’expérience. Il devient
prévoyant quand il a souffert pour n’avoir pas prévu ; prudent, quand sa
témérité a été souvent punie, etc.
Il résulte de là que la liberté commence toujours par être accompagnée
des maux qui suivent l’usage inconsidéré qu’on en fait.
À ce spectacle, des hommes se lèvent qui demandent que la liberté soit
proscrite.
« Que l’État, disent-ils, soit prévoyant et prudent pour tout le monde. »
Sur quoi, je pose ces questions :
1o Cela est-il possible ? Peut-il sortir un État expérimenté d’une nation
inexpérimentée ?
2o En tout cas, n’est-ce pas étouffer l’expérience dans son germe ?
Si le pouvoir impose les actes individuels, comment l’individu s’instruira-t-il
par les conséquences de ses actes ? Il sera donc en tutelle à perpétuité ?
Et l’État ayant tout ordonné sera responsable de tout.
Il y a là un foyer de révolutions, et de révolutions sans issue, puisqu’elles
seront faites par un peuple auquel, en interdisant l’expérience, on a
interdit le progrès. (Pensée tirée des manuscrits de l’auteur )
7. ↑ L’économie politique précède la politique ; celle-là dit si les intérêts
humains sont naturellement harmoniques ou antagoniques ; ce que celle-ci
devrait savoir avant de fixer les attributions du gouvernement.
Bônus
Espero que tenha gostado deste livro. Conheça também
outra importante obra de Bastiat. Nas páginas seguintes
estão a primeira sessão do livro O Que se vê e O Que não
se vê , aproveite.
Mantenha-se Forte. Mantenha-se Bem.
Obras Filosóficas
I. A Janela Quebrada
Notas:
1 Nota da edição francesa Guillaumin et Cie Libraires : Este panfleto,
publicado em julho de 1850, foi o último que Bastiat escreveu. Por mais de um
ano, ele havia sido prometido ao público. Eis como seu lançamento foi atrasado.
O autor perdeu o manuscrito quando mudou sua residência da rue de Choiseul
para a rue d’Alger. Após uma longa e inútil busca, ele decidiu recomeçar seu
trabalho por completo e escolheu como base principal para seus discursos de
mobilização recentemente proferidos na Assembleia Nacional. Esta tarefa foi
concluída, mas ele se censurou por ter sido muito sério, jogou o segundo
manuscrito no fogo e escreveu o que estamos reeditando. ()
2 Nota do tradutor: Em francês se usa o nome Jacques Bonhomme como em
português usaríamos “João Bomhomem” ou então “José da Silva”,
representando o homem comum do povo.
3 Le Moniteur Universel (em português, O Monitor Universal) foi um jornal
francês fundado em 24 de novembro de 1789 em Paris, França, por Charles
Joseph Panckoucke e descontinuado em 1901. Foi o principal jornal durante a
Revolução Francesa e durante muito tempo o diário oficial do governo francês.
Nos tempos de Napoleão foi um órgão de propaganda do regime napoleônico. O
diário teve uma ampla difusão tanto na França como na Europa e nos Estados
Unidos durante a Revolução Francesa. Na época representava a organização
protecionista.
4 Auguste Louis Philippe de Saint-Chamans foi um político francês nascido
em 1º de maio de 1777 em Paris e morto em 7 de dezembro de 1860. Era
protecionista e partidário da balança comercial. O fato citado por Bastiat tem
origem no conto publicado por Saint-Chamans intitulado “Novo tratado sobre a
riqueza das nações ”, de 1824