Legislacao Empresarial Concluido

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema do Trabalho:

Tipos de Sociedades Comerciais

Nome e Código do Estudante

Tatiana Pedro Rocha Massamba 708191990

Curso: Administração Pública.


Disciplina: Direito Empresarial
Ano de Frequência: 3º

Docente: Dr. Ernesto Camacho

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Tete, Julho de 2021

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máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
ii
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice

I. Introdução.....................................................................................................................................1

1.2. Objectivos..............................................................................................................................1

1.2.1. Objectivo Geral..............................................................................................................1

1.2.1. Objectivos específicos....................................................................................................1

1.3. Metodologia...........................................................................................................................1

2. Quadro conceitual.........................................................................................................................2

2.1. Tipos de sociedades comerciais.............................................................................................2

2.1.1. Sociedades em nome colectivo.......................................................................................2

2.1.2. Sociedades de Capital e Industria...................................................................................2

2.1.3. Sociedades por Quotas...................................................................................................3

2.1.4. Sociedades Anónimas.....................................................................................................4

2.2. Procedimentos necessários para a constituição de uma sociedade........................................5

2.3. Representação Comercial/ Sucursal......................................................................................6

2.4. Requisitos essenciais das sociedades comerciais..................................................................6

2.5. Personalidade jurídica...........................................................................................................6

2.6. Capacidade da Sociedade......................................................................................................7

2.7. Número mínimo de sócios.....................................................................................................7

2.8. Conteúdo do contrato de sociedade.......................................................................................7

2.9. Objecto, Sede social, Formas de representação e duração....................................................8

2.10. Personalidade jurídica empresarial......................................................................................9

2.11. Responsabilidade dos sócios nas sociedades simples e nas sociedades limitadas..............9

2.11.1. Direitos e Obrigações dos Sócios.................................................................................9

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2.11.2. Responsabilidade dos Sócios na Sociedade Simples..................................................10

2.11.3. Responsabilidade dos Sócios na Sociedade Limitada................................................12

3. Conclusão...................................................................................................................................13

4. Referências Bibliográficas..........................................................................................................14

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I. Introdução
O Decreto-lei n.º 2/2005, de 27 de Dezembro que aprovou o Código Comercial Moçambicano,
faculta aos indivíduos e sociedades, nacionais e estrangeiros, a possibilidade de estabelecimento
em Moçambique, sob uma de seis formas: (i) Sociedade em Nome Colectivo; (ii) Sociedade em
Comandita; (iii) Sociedade de Capital e Indústria; (iv) Sociedade por Quotas; (v) Sociedade
Unipessoal por Quotas e (vi) Sociedade Anónima. Os investidores estrangeiros que pretendam
exercer actividades de cariz comercial em Moçambique, podem optar por constituir diversas
formas de estabelecimento, tais como as já referidas sociedades comerciais, ou outras formas de
representação comercial, nomeadamente sucursais, sob forma de agência ou de delegação. Regra
geral, os investidores tendem a recorrer ao estabelecimento através da constituição de Sociedades
por Quotas e Sociedades Anónimas, e ainda através do registo de representações comerciais
estrangeiras acima referidas.

Com o desenvolvimento, as sociedades comerciais estão muito mais disseminadas do que a forma
de organização individual conhecida por comerciantes em nome individual. Importa referir que as
sociedades comerciais dedicam-se a actividade comercial com o fim de obter lucros, Tavares
(2003).

1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo Geral


Compreender os tipos de sociedades comerciais

1.2.1. Objectivos específicos


 Caracterizar os tipos de sociedades comerciais;
 Discutir sobre a personalidade jurídica das sociedades comerciais;
 Debruçar sobre a responsabilidade das sociedades comercias.

1.3. Metodologia

A metodologia utilizada na realização do presente trabalho foi a pesquisa bibliográfica, visto que
a pesquisa bibliográfica utiliza material já publicado, constituído basicamente de livros, artigos e
informações disponibilizadas na internet (Silva, 2011).

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2. Quadro conceitual

2.1. Tipos de sociedades comerciais

De acordo com o Artigo 82º do Codigo Comercial (CC):

 São sociedades comerciais, independentemente do seu objecto, as sociedades em nome


colectivo, de capital e indústria, em comandita, por quotas e anónimas.
 As sociedades que tenham por objecto o exercício de uma empresa comercial só podem
constituir-se segundo um dos tipos societários previstos neste artigo.

2.1.1. Sociedades em nome colectivo


O Capital Social corresponde a bens colocados na empresa pelos sócios (deve ter no mínimo 2
pessoas) que a constituem, e este é representado por partes. Uma parte equivale ao valor que o
sócio tem na organização. Além dessas partes serem em montante ainda existem sócios que
possuem partes de indústria, ou seja, não entraram na organização com um determinado montante
mas sim com trabalho. No contracto de sociedade deve ser mencionado as partes com que cada
sócio entrou para a formação da empresa, contudo, as partes de indústria não necessitam de estar
subscritas. Assim, é evidente que todos os sócios que constituem uma organização têm as suas
responsabilidades. Têm a responsabilidade de entrar com o dinheiro ou com o trabalho para a sua
formação, responsabilidade perante os empréstimos que esta possa contrair, todavia os credores
apenas podem exigir o seu pagamento a qualquer um dos sócios quando a empresa já não possui
qualquer património que cobra a dívida (Silva, 2001).
Uma sociedade em nome colectivo deve possuir na sua estrutura organizatória uma Assembleia
Geral, que está constituída por todos os sócios que compõem a sociedade e a Gerência composta
também por todos os sócios, que administram e representam a sociedade com poderes iguais sem
qualquer distinção entre os sócios. Caso algum sócio pretenda abandonar a sociedade deve ter a
aprovação dos restantes sócios e a transmissão da sua parte deve ser redigida por escrito.

2.1.2. Sociedades de Capital e Industria


Sociedade de Capital e Indústria é constituída por duas ou mais pessoas, sendo um ou mais sócios
os que contribuem com dinheiro, bens e ou direitos para a formação do patrimônio, e outro ou
outros sócios, com seu trabalho ou aptidão técnica. Os sócios capitalistas equiparam-se aos sócios
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solidários, responsáveis por todas as obrigações assumidas pela empresa, enquanto que os sócios
industriais contribuem com seu trabalho especializado e experiência na atividade, e participam dos
lucros da sociedade. Os sócios industriais, por não contribuírem com uma parte do Capital Social,
não respondem pelas obrigações da empresa, nem assumem o risco de prejuízos eventuais.
desenvolvimento: O socio ostensivo da sociedade em conta de participação, na sociedade de capital
e indústria é legalmente chamado de sócio de indústria. Ou seja, por semelhança podem ser
considerados como idênticas figuras. A diferença básica é que na sociedade de capital e indústria o
sócio capitalista distribui ações ou contas de capital de forma gratuita nos demais sócios
(empregados) que resolveram participar do empreendimento, mas não tinha capital para investir.
Com essa intenção o sócio capitalista estabelece um determinado valor a forma de trabalho de cada
um dos sócios de indústria e eles, em substituição ao salário mensal com vínculo empregaticio,
recebem participações nos lucros por serem sócios, Tavares (2003).

2.1.3. Sociedades por Quotas


Segundo o CC (2005), as Sociedades por Quotas de Responsabilidade Limitada devem ser
detidas por um mínimo de dois sócios e um máximo de trinta, excepto as Sociedades Unipessoais
por Quotas que podem ser constituídas por um único sócio, que por sua vez deve ser pessoa
singular. A designação nas Sociedades por Quotas pode ser composta pelo nome ou firma de
algum ou de todos os sócios, por uma denominação particular ou por uma reunião dos dois, sendo
que, em qualquer dos casos, terá que ser seguida pelo aditamento obrigatório Limitada que
poderá estar por extenso ou abreviado Lda. Os sócios podem fixar o capital adequado para a
prossecução da sua actividade (pois a lei não estabelece o capital mínimo), o qual deve
corresponder ao somatório dos valores nominais das quotas de cada um dos sócios e deve ser
expresso em moeda nacional (o Metical). Os nomes dos titulares das quotas neste tipo societário
devem figurar expressamente nos estatutos da sociedade, na certidão comercial e em qualquer
acordo subsequente ou deliberação tomada. Neste tipo societário, a responsabilidade dos sócios
está limitada ao valor do capital social por eles subscrito, sendo o património da sociedade única
e somente responsável perante os credores da sociedade. As Sociedades por Quotas têm como
órgãos sociais a Assembleia Geral (órgão deliberativo) e o Conselho de Administração (órgão de
gestão). Os sócios podem, ainda, instituir um Conselho Fiscal ou Fiscal Único que deve obedecer
ao estatuído sobre as regras das Sociedades Anónimas. As Assembleias Gerais deverão contar

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com a participação de todos os sócios, sendo, regra geral e salvo estipulação em contrário, as
deliberações tomadas por maioria simples dos votos emitidos pelos sócios presentes na
Assembleia. A administração da sociedade cabe a um ou mais administradores, podendo estes
serem estranhos à sociedade. As funções dos administradores cessam por destituição ou renúncia
daqueles, sem prejuízo do disposto no contrato de sociedade ou no acto de nomeação.

2.1.4. Sociedades Anónimas


A Sociedade Anónima (SA), mais usualmente adoptada por grandes empresas, caracteriza-se
essencialmente por ter uma estrutura orgânica mais complexa, e por conferir um grau de
maleabilidade do capital social, na medida em que a transmissão das acções não está sujeita a
forma especial. As Sociedades Anónimas devem no mínimo ter três accionistas, sejam eles
pessoas singulares ou colectivas, nacionais ou estrangeiras, salvo nos casos em que o Estado,
directamente ou por intermédio de Empresa Pública, Estatal ou outra entidade equiparada por lei,
fique como accionista, as quais podem constituir-se com um único accionista. A responsabilidade
dos accionistas perante terceiros é limitada ao valor das acções que subscreveram. As empresas
que tencionem instalar-se em Moçambique devem ter em conta que o valor do capital social
deverá ser sempre adequado à realização do objecto social, e ser sempre expresso em moeda
nacional, embora não exista na lei comercial um capital mínimo determinado. Neste tipo
societário, o capital é representado por acções nominativas ou ao portador, podendo as
nominativas serem registadas ou escriturais, sendo que a Sociedade Anónima só será constituída
quando a totalidade do seu capital estiver subscrito, e o mesmo realizado em pelo menos vinte e
cinco por cento. Os órgãos sociais das Sociedades Anónimas compõem-se pela Assembleia
Geral, o Conselho de Administração, e um órgão fiscalizador o Conselho Fiscal ou Fiscal Único.
A administração compete a um ou mais administradores que poderão ser pessoas estranhas à
sociedade. Se o capital social da sociedade não exceder os quinhentos mil Meticais, pode
designar-se um administrador único. No caso de uma pessoa colectiva ser nomeada para o cargo
de administrador, esta nomeará uma pessoa singular para exercer o cargo em nome próprio. No
concernente à fiscalização, esta opera-se através: de um Conselho Fiscal, composto por 3 ou 5
membros ou por um Fiscal Único que deverá ser auditor de contas ou sociedade de auditores de
contas, Global (2013).

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2.2. Procedimentos necessários para a constituição de uma sociedade

Segundo a Global (2013), As sociedades comerciais, independentemente da sua tipologia,


necessitam de cumprir com um conjunto de formalidades antes de dar início à sua actividade,
nomeadamente:

a) Aprovação da denominação social e indicação do tipo societário a adoptar, aprovada pela


Conservatória do Registo das Entidades Legais (CREL), mediante solicitação da reserva de
nome;

b) Documento de Identificação ou Certidões Comerciais, consoante se trate de pessoas singulares


ou colectivas, dos sócios que irão compor a estrutura societária da sociedade. No caso de se tratar
de entidades estrangeiras, os documentos ora mencionados deverão ser legalizados pelo
Consulado de Moçambique no país de origem;

c) Actas de aprovação da constituição da sociedade passada pelos sócios pessoas colectivas;

d) Procurações onde terá de constar o nome da sociedade a constituir, caso os futuros sócios não
consigam se deslocar a Moçambique para assinatura da documentação necessária ao processo de
constituição de sociedade.

e) O pacto social no qual se estabelecem as regras que irão regulamentar o funcionamento da


sociedade, onde obrigatoriamente deverão ser indicados os membros que vão compor o primeiro
Conselho de Administração, e o Conselho Fiscal (se for o caso).

f) Outorga da escritura de constituição, registo comercial e publicação dos estatutos da sociedade;

g) Registo fiscal (obtenção do Número Único de Identificação Fiscal (NUIT);

h) Alvará da actividade específica, juntando para o efeito uma planta e memória descritiva do
imóvel onde a sociedade estará sediada, bem como o respectivo contrato de arrendamento e/ ou
cedência de espaço que titule a ocupação ou registo de propriedade;

i) Declaração de Início de Actividade que poderá ser feita a qualquer momento depois da
obtenção do alvará comercial.

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2.3. Representação Comercial/ Sucursal

As entidades estrangeiras que pretendem exercer uma actividade de natureza económica em


Moçambique através de representação comercial, devem requerer junto do Ministério da
Indústria e Comércio o licenciamento das suas sucursais, filiais, delegações, agências ou outras
formas de representação legalmente estabelecidas em Moçambique. As representações são
autorizadas a exercer actividade em Moçambique dentro de certos limites temporais, no caso da
agência, por exemplo, dura enquanto durar o respectivo contrato de agência, mas já para o caso
da delegação, esta só pode exercer actividade por um máximo de 3 anos, renováveis. Uma
sucursal é tida como estabelecimento permanente da sociedade que não tem autonomia ou
personalidade jurídica diferente da empresa mãe, quando registada na Conservatória do Registo
das Entidades Legais, Global (2013).

2.4. Requisitos essenciais das sociedades comerciais

De acordo com o artigo 83º do CC, são condições essenciais para que uma sociedade se
considere comercial:

a) que tenha por objecto praticar um ou mais actos de comércio;

b) que se constitua em harmonia com os preceitos deste Código.

2.5. Personalidade jurídica

As sociedades comerciais adquirem personalidade jurídica a partir da data do respectivo acto


constitutivo (Art. 86º, CC). Segundo o (Art. 87, CC), será desconsiderada a personalidade
jurídica da sociedade e responsabilizados os sócios, quando agirem culposa ou dolosamente, nos
seguintes casos:

a) a sociedade for utilizada como instrumento de fraude e abuso de poder económico;

b) ocorrendo violação dos direitos essenciais do consumidor e do meio ambiente;

c) em qualquer hipótese em que a personalidade jurídica for usada visando prejudicar os


interesses do sócio, do trabalhador da sociedade, de terceiro, do Estado e da comunidade onde
actue a sociedade;

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d) na hipótese de falência da sociedade do mesmo grupo de sociedades quando definido em
legislação especial.

2.6. Capacidade da Sociedade

A capacidade da sociedade compreende os direitos e obrigações necessários, úteis ou


convenientes à prossecução do seu objecto social, salvo aqueles que lhe sejam vedados por lei.
As liberalidades que possam ser consideradas usuais, segundo as circunstâncias da época e as
condições da própria sociedade, não são havidas como contrárias ao objecto social desta.
Portanto, é proibido às sociedades prestar garantias pessoais ou reais a obrigações alheias,
excepto se houver interesse próprio da sociedade justificado por escrito pela administração ou se
se tratar de sociedade controladora ou do grupo (Art. 88, CC).

2.7. Número mínimo de sócios

O número mínimo de sócios numa sociedade comercial é de dois, salvo quando a lei exija
número superior ou permita que a sociedade seja constituída por um só sócio. Contam como um
só sócio as pessoas singulares ou colectivas, cuja participação for adquirida em regime de
contitularidade (Art. 91, CC).

2.8. Conteúdo do contrato de sociedade

Segundo o (art. 92º, CC), o contrato de sociedade deve, obrigatoriamente, conter:

a) a identificação dos sócios e dos que em sua representação outorguem no acto;

b) o tipo de sociedade;

c) a firma da sociedade;

d) o objecto da sociedade;

e) a sede social;

f) a duração;

g) o capital da sociedade, com indicação do modo e do prazo da sua realização;

h) as participações do capital subscritas por cada um, a natureza da entrada de cada um, bem
como os pagamentos efectuados por cada parte;
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i) a composição da administração e da fiscalização da sociedade, nos casos em que esta última
deva existir;

j) consistindo a entrada total ou parcialmente em espécie, a descrição desses bens e a indicação


dos respectivos valores;

l) a data da celebração do contrato de sociedade.

2.9. Objecto, Sede social, Formas de representação e duração

O objecto social deve ser indicado de modo que dê a conhecer as actividades que a sociedade se
propõe exercer e que constituem aquele. Segundo o Código Comercial moçambicano, é proibida,
na menção do objecto da sociedade, a utilização de expressões que possam fazer crer a terceiros
que ela se dedica a actividades que por ela não podem ser exercidas, nomeadamente por só o
poderem ser por sociedades abrangidas por regimes especiais ou subordinadas a autorizações
administrativas (art. 93º, CC).
A sede social da sociedade deve ser estabelecida em local concretamente definido. O contrato de
sociedade pode autorizar a administração, com ou sem consentimento de outros, a deslocar a sede
social dentro do território nacional. Entretanto, a sociedade também pode estabelecer domicílio
particular para determinados negócios (art. 94º, CC).
Com relação às formas de representação, segundo o código comercial moçambicano, a sociedade
pode criar sucursais, agências, delegações ou outras formas locais de representação no território
nacional ou no estrangeiro. No silêncio do contrato de sociedade, a criação de sucursais,
agências, delegações ou outras formas locais de representação depende de deliberação dos sócios.
Portanto, a criação, alteração e o encerramento de representações permanentes de sociedades,
bem como a designação, poderes e cessação de funções dos respectivos representantes, são factos
sujeitos a registo, (art. 95º, CC).
No que concerne a duração, a sociedade dura, em princípio, por tempo indeterminado. Se a
duração tiver sido fixada no contrato de sociedade só pode ser prorrogada por deliberação a tomar
antes desse período haver terminado, depois desse facto, a prorrogação só pode ser deliberada por
unanimidade, salvo disposição legal em contrário (art. 96º, CC).

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2.10. Personalidade jurídica empresarial

Personalidade jurídica é a ideia de que uma pessoa, seja física (pessoa natural), seja jurídica
(empresa, ente público, associação sem fins lucrativos) tenha capacidade de adquirir direitos e
contrair deveres na sociedade (direito civil).

Para fins práticos, no caso de empresas, temos que a personalidade jurídica confere à sociedade
uma existência diversa em relação aos sócios, sendo então uma entidade jurídica individualizada
e autônoma.

Adquire-se a personalidade jurídica pela inscrição do ato constitutivo da sociedade no registro


próprio:
- Na Sociedade Empresária: Registro Público das Empresas Mercantis (Junta Comercial); e
- Na Sociedade Simples: Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
A extinção da personalidade jurídica ocorre com a averbação da dissolução e respectiva
liquidação da sociedade no mesmo órgão de registro de sua abertura. Os efeitos advindos da
personalidade jurídica decorrem do fato de a sociedade constituir: nome próprio, patrimônio
próprio, domicílio próprio, etc., acarretando desta forma, a separação patrimonial da sociedade
em relação aos seus sócios, para efeitos de responsabilidade quanto às obrigações assumidas pela
sociedade, Tavares (2003).

2.11. Responsabilidade dos sócios nas sociedades simples e nas sociedades limitadas

Os sócios respondem por seus actos perante terceiros, desde o primeiro momento em que se
inicia a operação negocial.

2.11.1. Direitos e Obrigações dos Sócios


A responsabilidade dos sócios em relação aos direitos e obrigações entre si e terceiros, devem ser
cumpridas durante todo tempo em que a relação jurídica foi firmada. As obrigações dos sócios
começam imediatamente com o contrato, se este não fixar outra data, e terminam quando,
liquidada a sociedade, se extinguirem as responsabilidades sociais. O sócio não pode ser
substituído no exercício das suas funções, sem o consentimento dos demais sócios, expresso em
modificação do contrato social. Entretanto, os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos,
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às contribuições estabelecidas no contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias
seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante esta pelo dano emergente da mora.

O que no caso de incorrer a mora, poderá a maioria dos demais sócios preferir, à indenização, a
exclusão do sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota ao montante já realizado, o que deverá ser
observado a situação do capital social em relação a quota do sócio remisso, Global (2013).
Visto que nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o valor da sua quota,
considerada pelo montante efetivamente realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em
contrário, com base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em
balanço especialmente levantado. O capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os
demais sócios suprirem o valor da quota.

2.11.2. Responsabilidade dos Sócios na Sociedade Simples

A Sociedade Simples constitui nova espécie societária definida como sociedade personificada.
Importante registrar que ela assume papel de destaque no Direito de Empresa, posto que as
disposições que a disciplinam funcionam, com relação aos demais tipos societários, como
legislação subsidiária.
Em sua forma típica, somente poderá ser utilizada para as atividades não empresariais,
resumindo-se o seu campo de abrangência ao exercício de atividade de natureza intelectual.
Os actos constitutivos, que terão natureza contratual, exigem instrumento escrito, que poderá
revestir a forma pública ou particular, no qual serão declaradas as condições e características
básicas da sociedade, Global (2013).
O objecto social, que será especificado no contrato, compreenderá qualquer atividade que se
enquadre no conceito de natureza intelectual.
Em relação ao capital social, elemento importante a ser considerado em face da sua possível
vinculação com futura limitação da responsabilidade, como nas demais sociedades, poderá ser
integralizado com qualquer bem suscetível de avaliação em dinheiro.
Em síntese, a responsabilidade dos sócios da sociedade simples comporta todo tipo possível. Se a
forma da sociedade for pura, a responsabilidade poderá ser subsidiária ou solidária, dependendo
do que estabelecer o contrato social; se a forma for a especial, dependerá da legislação específica

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a ser aplicada obrigatoriamente; e se a forma for a alternativa, ficará vinculada ao tipo societário
escolhido pelos sócios.

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2.11.3. Responsabilidade dos Sócios na Sociedade Limitada
Em relação a responsabilidade dos sócios nesta sociedade, a responsabilidade de cada sócio é
restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do
capital social. A obrigação fundamental e indispensável de cada sócio é a integralização da sua
quota de capital. Quando os sócios assinam o contrato social para constituição da sociedade,
naquele ato, subscrevem as quotas de capital com as quais passará a participar do negócio. Esta
subscrição é a manifestação formal na qual assumem a obrigação de integralizá-la, ou seja, entrar
com recursos na sociedade, Global (2013).
Portanto, os sócios respondem pela integralização de suas quotas de capital e estando o capital
social totalmente integralizado, o patrimônio pessoal dos sócios não responde por dívidas da
sociedade. Caso uma parte do capital não estiver devidamente integralizada os sócios respondem
solidariamente pela quantia que falta para a completa integralização, cabendo ação de regresso
contra o sócio que efetivamente não integralizou sua parte.

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3. Conclusão

No entanto, quando duas ou mais pessoas reúnem capital e trabalho para com habitualidade,
intermediar a compra e venda de mercadorias com objetivo de lucro, dizemos que há a formação
de uma sociedade comercial. Essa junção de esforços através de um contrato ou acto registrados
dá nascimento ao que chama-se de personalidade jurídica, que distingue a sociedade (empresa)
dos sócios.
O atual projeto do Código Comercial moçambicano trata as sociedades comerciais pelo nome de
sociedades empresárias e as sociedades de facto, e não comerciais em sociedades simples.
Através de um contrato ou um acto institucional firmado pelos sócios e levado a arquivamento na
Junta Comercial, temos o nascimento de uma nova pessoa jurídica, Global (2013).

Assim é que a figura jurídica do contrato, capaz de constituir, modificar ou extinguir obrigações é
usada exclusivamente na formação de determinados tipos de sociedades comerciais onde os
sócios, entre si, possuem direitos e obrigações recíprocas e também para com a própria sociedade
constituída, ao passo que em outros tipos de sociedades comerciais a formalidade usada não será
o contrato, mas sim o ato institucional ou estatuto, justamente porque todos os acionistas estarão
e serão sujeitos de direitos e obrigações diretamente com a sociedade, jamais entre si.

Para a formação de uma sociedade comercial podem concorrer sócios; pessoas físicas ou pessoas
jurídicas, ambas com capacidade. Com o arquivamento de seus actos constitutivos na Junta
Comercial, nasce, como já se disse, a pessoa jurídica e, a partir daí é essa pessoa que será objeto
de direitos e obrigações, ao passo que os sócios tornam-se distintos da sociedade. Em
determinados tipos de sociedade, o sócio assume responsabilidade solidária e subsidiária para
com a sociedade, além é claro da responsabilidade principal que é a formação do capital social,
com exceção daquele que se compromete exclusivamente com o trabalho (Silva, 2001).

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4. Referências Bibliográficas

Decreto-lei n.º 2/2005, de 27 de Dezembro que aprovou o Código Comercial Moçambicano


Silva, J. A. (2001). Curso de direito constitucional positivo. São Paulo: Malheiros
Silva, R.,K., (2011). Manual de metodologia científica do USJ. Centro Universitário Municipal
de São José.
Tavares, A. R. (2003). Direito constitucional económico. São Paulo: Método.
Global, V. (2013). Moçambique - formas de estabelecimento comercial. Recuperado em
https://www.tta-advogados.com/xms/files/
Formas_de_Estabelecimento_Comercial_em_Mocambique.pdf

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