Box de Perio
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Box de Perio
@EUMOISESANTOS
ODONTOLOGIA UFPE
BOX DE
RESUMOS
PERIODONTIA
Anatomia e histofisiologia do
esse ponto na gengiva, chamado de ranhura
gengival livre), inserida (tem esse nome por conta
periodonto da inserção das fibras, no cemento, conferindo a ela
um aspecto de casca de laranja) e interdental
Entender a anatomia e os principais (preenche as ameias dentais).
componentes presentes e que compõem o OBS.: as fibras que se inserem na gengiva, não constituem o
periodonto. ligamento periodontal; as deste saem do osso alveolar e se ligam ao
cemento.
Peri- redor // odonto
➢ A gengiva inserida tem a função de
– dente, as estruturas que
proteger contra traumas (é um epitélio
compõem o periodonto
escamoso estratificado queratinizado) e
são: gengiva, ligamento
auxilia na imobilidade da margem
periodontal, osso alveolar
gengival (se o paciente não tiver gengiva
e cemento radicular. Ele se
inserida, com a movimentação da
divide em periodonto de
mucosa, a gengiva livre tente a se
proteção (composto pela
mover).
gengiva) e o de
➢ A gengiva interdental tem o seu formato
sustentação (composto pelas demais estruturas).
variado de acordo com: pontos ou
A principal função do periodonto é inserir o superfície de contato, largura da
dente no tecido ósseo da mandíbula e da maxila, e superfície proximal, altura do ponto de
manter a integridade da superfície da mucosa contato à crista óssea (5mm) e anatomia
mastigatória da cavidade oral. da JCE.
OBS.: partindo da embriologia, o folículo dentário vai dar origem ao
periodonto de sustentação. • Papila interdental
Referências:
LINDHE J. Tratado de Periodontia Clínica e
Implantologia Oral. 5ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2010.
NEWMAN MG, TAKEI HH, KLOKKEVOLD PR,
CARRANZA Jr. FA,. Periodontia clínica. 11ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
periodontais Acumulo de
biofilme
Sendo uma doença
inflamatória, a doença Resposta
periodontal é complexa e imune
• Resposta imune inata: atua no sulco, Gengivite induzida pelo biofilme dental
epitélio juncional e adjacências.
É uma condição inflamatória restrita aos
É a primeira linha de defesa, atuando com tecidos moles que circundam os dentes que
neutrófilos, macrófagos, células resistentes não se desenvolve em resposta ao acúmulo de biofilme
profissionais (PNN), sistema complemento e
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na superfície dentária. É uma doença que é capaz aumento na secreção de fluido gengival e
de, com o tratamento correto, ser regredida. neutrófilos, mas poucos macrófagos; há, ainda, um
OBS.: nem toda gengivite levará
aumento das células inflamatórias; assim o
a uma periodontite. processo inflamatório ocorre de maneira subclínica.
OBS.: o biofilme é considerado a • Lesão precoce (SEMANA2)
causa da gengivite, mas não pode
ser considerado a causa da Tem-se a maior quantidade de biofilme, o
periodontite.
infiltrado ocupa maior área, assim há um aumento
A relação do biofilme dentário e da gengivite do número de macrófagos e predominância de
é estabelecida a partir da suspenção da higiene linfócitos T, os eventos da inflamação aguda
oral; e sua regressão é feita pelo controle da placa continuam atuando. Durante esse processo é
dentária, a partir de uma higiene oral adequada. notório a lesão de colágeno e a proliferação de
cristas epiteliais.
O biofilme associado a gengivite se instala
junto a margem gengival (coronário), tendo uma Temos como sinais clínicos: sangramento à
proporção igual de bactérias GRAM+ e GRAM-, que sondagem, seguido por vermelhidão e edema.
dá origem a uma infecção polibacteriana
• Gengivite estabelecida (SEMANA3)
inespecífica.
Tem-se um aumento do infiltrado e, agora,
Periodontite
temos uma predominância de linfócitos B e
Uma doença plasmócitos com a produção de anticorpos. Com
desencadeada por um isso há um aumento na profundidade do sulco e o
biofilme dental disbiótico biofilme passa a se estender subgengivalmente.
que resulta na inflamação OBS.: a extensão do biofilme ainda não caracteriza uma bolsa
e destruição das periodontal, para isso é necessária uma perda de inserção.
estruturas de suporte do OBS.: até aqui, a inflamação pode ser revertida sem danos.
dente levando a sua perda de inserção progressiva.
Aumento da destruição de colágeno, mas
Com tratamento, é possível debelar a inflamação,
sem perda de inserção ou migração do apical do
no entanto a sequelas serão permanentes.
epitélio juncional.
Toda periodontite é precedida por uma
Os sinais clínicos da inflamação são mais
gengivite, assim é extremamente necessário tratar
exacerbados.
toda a gengivite de maneira adequada, pois não as
sabe qual irá progredir para uma periodontite. • Periodontite (6MESES?)
O biofilme associado a periodontite se instala Tem-se um infiltrado mais extenso, porem
de maneira com a composição similar ao da gengivite
subgengival/radicular, e há um estabelecida. Temos a produção intensa de
aumento significativo de anticorpos e mediadores inflamatórios.
microrganismos anaeróbicos.
A partir de então, temos perda de inserção,
Progressão da doença periodontal (DP) migração apical do epitélio juncional, destruição do
ligamento periodonto e do osso alveolar, assim,
• Lesão inicial (SEMANA1) tem-se a maior entrada de produtos bacterianos.
Clinicamente, temos a bolsa periodontal (c/s
Após a deposição do biofilme na gengiva, as
recessão) e radiograficamente, tem-se a perda
bactérias liberam substâncias capazes de passar
óssea.
pelo tecido, em resposta, o tecido libera mediadores
inflamatórios, fazendo com que haja um aumento O padrão de progressão ocorre da seguinte
da permeabilidade vascular, com isso há um forma: a pessoa adquire a periodontite, e passa por
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um período sem destruição de estruturas, após um ➢ Hipofunção salivar:
certo tempo, há uma agudização da inflamação,
Quando não há uma salivação suficiente (solução
levando a destruição dos tecidos adjacentes,
tampão), tem-se um acumulo de biofilme, sendo
depois há uma redução da atuação, e assim o ciclo
passível de instalação de inflamação, assim é
se repete. Essa agudização pode ser
importante investigar quais as causas da
desencadeada por algum desequilíbrio no sistema
xerostomia do paciente.
imune.
OBS.: clinicamente, não conseguimos dizer quando o indivíduo está
➢ Forças oclusais excessivas:
em período de destruição ativa ou não.
A força oclusal excessiva só é um fator
Fatores contribuintes para o avanço da contribuinte, quando o paciente já tem a doença
periodontal instalada. Como sinal clinico, o dente
DP
vai estar com mobilidade (mesmo sem perda óssea
Pensando na justificativa para algumas que justifique) e o paciente reclama de
pessoas ou sítios serem mais suscetíveis a sensibilidade; como sinal radiográfico, tem-se o
evolução da doença periodontal, temos: espessamento da lâmina dura e o alargamento do
espaço periodontal.
• Fatores locais:
• Fatores gerais ou sistêmicos
Favorecem o acumulo de biofilme por
dificultarem a higienização; a diminuição do fluxo Tem-se as alterações hormonais, uso de
salivar, e as forças oclusais inadequadas. Sobre os medicações, tabagismos, diabetes e doenças
que favorecem o acumulo de biofilme: sistêmicas e outros fatores.
São outros fatores capazes de fazer com que Tem-se os que provocam crescimentos
a doença periodontal evolua em alguns gengivais, que aumentam a atividade dos
lugares/pessoas diferentes de outros. Como: fibroblastos, como: fenitoína, nifedipina,
apiamentos dentários, concavidades radiculares, ciclosporina;
perolas de esmalte, inserção alta do freio labial e os Tem-se os que agravam a severidade da
sulcos palatinos de desenvolvimento. gengivite: contraceptivos orais, ansiolíticos,
➢ Fatores iatrogênicos antidepressivos, anti-hipertensivos (esses 3 últimos
estão associados a xerostomia.
São condições provocadas pelos próprios
profissionais como: restauração com margens em Atuam sobre a periodontite:
excesso, aparelharem ortodôntica, coroa com ➢ Tabagismo:
sobrecontorno e as violações do espaço biológico.
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O tabagismo é uma das maiores causas da • HIV/AIDS
periodontite; os pacientes tabagistas possuem um
Esses pacientes possuem uma imunidade
risco aumentado para periodontite, e uma
celular reduzida (contagem de linfócitos TCD4); e
suscetibilidade a destruição dos tecidos de maneira
como forma de manifestação oral temos: eritema
mais severa. Também, esses pacientes possuem
gengival linear, periodontite necrosante e
uma resposta menos favorável ao tratamento,
periodontite severa. Essas manifestações estão
mesmo que seja cirúrgico.
associadas ao grau de imunossupressão do
Quando esse paciente cessa a sua atividade paciente.
tabagista, os ricos começam a ser reduzidos.
• Síndrome de Down
OBS.: quando associado a diabetes, esses riscos são ainda mais
agravados. Desordem genética, sendo uma trissomia do
cromossomo 21; esses pacientes possuem uma
Possíveis mecanismos de ação:
função neutrofilica anormal; e, clinicamente,
A redução na resposta do hospedeiro manifestam xerostomia, IP elevado, inflamação
(baterias ficam livres para causar uma maior severa e bolsas profundas.
destruição); alteração do perfil da microflora
Além destes, existem outros fatores que
(nicotina favorecendo a proliferação das bactérias)
podem/contribuem para a instalação e
e alteração do metabolismo ósseo e colágeno
agravamento da doença periodontal, como estresse
(inibição da formação de osso e de colágeno).
crônico, tromobocitopenia, agranlocitose,
• Diabetes neutropenia, osteopenia/osteoporose,
obesidade/síndrome metabólica, hipertensão,
Em casos de pacientes não controlado, tem-
doenças, defeitos e polimorfismos genéticos,
se uma inflamação mais intensa, uma maior
condição socioeconômica e determinantes não
prevalência e severidade da gengivite e
modificáveis.
periodontite; as manifestações dependem do nível
de controle do diabetes.
OBS.: o tipo de diabetes não influencia em o paciente manifestar ou
não a periodontite.
• Leucemia Referências:
Pacientes com leucemia podem apresentar LINDHE J. Tratado de Periodontia Clínica e
dois casos: gengivite associada à leucemia, Implantologia Oral. 5ed. Rio de Janeiro:
causada por uma trombocitopenia; e um Guanabara Koogan, 2010.
crescimento gengival, que ocorre devido a
infiltração de leucócitos imaturos. NEWMAN MG, TAKEI HH, KLOKKEVOLD PR,
CARRANZA Jr. FA,. Periodontia clínica. 11ed. Rio
OBS.: essas alterações podem acontecer mesmo na ausência do
biofilme; e quando há biofilme, elas são exacerbadas.
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
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Exame clínico, diagnóstico e
que se relacionam com a saúde oral do
paciente. A exemplo: o paciente tem
plano de tratamento em diagnóstico de diabetes melitus – esse
possui uma maior perda óssea alveolar; o
periodontia hábito de fumar – esse paciente tem de 2
– 7 vezes mais chances de desenvolver
O exame clínico é fundamental para o DP (dose dependente); stress – eventos
diagnóstico e o tratamento do paciente, a partir do psicológicos estão relacionados à maior
reconhecimento das doenças; pois quanto mais perda de inserção; pacientes HIV+ - tem
informações tivemos das doenças, mais fácil se o sistema imune comprometido → maior
torna o reconhecimento das doenças e condições propensão a infecção.
do periodonto, e a construção de um tratamento OBS.: pacientes que fazem uso de medicações, como hipertensos,
bem sucedido. idoso, etc; deve-se levar em consideração essas medicações para
que o uso de anestésicos ou a prescrição de outras medicações não
O diagnóstico em periodontia, é baseada na interajam de maneira negativa. Ademais, alguns desses
medicamentos usados podem causar alguma mudança na cavidade
história médica e dental, exame clinico e oral do paciente.
radiográfico do indivíduo e achados laboratoriais.
➢ História dental: importante ter
Para isso é necessário: conhecimento sobre as condições de
a) Anamnese detalhada; doenças orais previas, tratamentos
b) Exame físico; realizados, resultados obtidos e histórico
c) Exame radiográfico; familiar – tudo isso corrobora pra o plano
d) Exames laboratoriais de tratamento.
Referências:
LINDHE J. Tratado de Periodontia Clínica e
Implantologia Oral. 5ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2010.
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de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
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Classificação das doenças
c) Estabilidade da doença periodontal: em
um periodonto reduzido (já apresentou
periodontais reabsorção óssea), observa-se inflamação
mínima, ótima resposta terapêutica e
As classificações das doenças periodontais, controle dos fatores modificadores. O
e periimplantares, foram propostas em 2017, para objetivo primordial da terapia.
um diagnóstico e um plano de tratamento assertivo d) Controle/remissão da doença
para os pacientes, e colaborar para etiologia, periodontal: em um periodonto reduzido,
patogênese, história natural e tratamento das observa-se diminuição significante da
doenças e condições. inflamação mínima, melhora dos parâmetros
clínicos e estabilização da progressão da
Doenças e condições periodontais: doença, entretanto sem controle dos fatores
modificadores.
Gengivite associada
apenas ao biofilme,
generalizada e severa
Classificação
Classificação
b) Infecções especificas;
• Desordens genéticas:
➢ Doenças associadas com desordens
imunológicas;
➢ Doenças que afetam a mucosa oral e o
tecido gengival;
➢ Doenças que afetam o tecido conjuntivo;
➢ Doenças endócrinas e metabólicas
o Diabetes mellitus e hiperglicemia
crônica;
o Obesidade
• Doenças de imunodeficiência adquiridas;
• Doenças inflamatórias;
Periodontite como manifestações de • Estresse emocional;
doenças sistêmicas • Hipertensão;
Referências:
Instrumentação periodontal
resultados. ➢ Instrumental
OBS.: reduz o sangramento transoperatório, e proporciona um tecido
mais firme para incisões mais precisas.
Se dividem em: manuais ou automatizados,
estes podem ser sônicos (sua ponta vibra até
No plano de tratamento, a terapia não 7000Hz) ou ultrassônicos (22000 – 40000 Hz).
cirúrgica é realizada em:
OBS.: os sônicos são acoplados como uma caneta de alta rotação,
• Urgências/terapia sistêmica; e os ultrassónicos são ligados à tomada.
Referências:
LINDHE J. Tratado de Periodontia Clínica e
Implantologia Oral. 5ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2010.
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•
Terapia periodontal cirúrgica
Quando o paciente é incapaz de manter um
controle de biofilme adequado;
Tem-se como objetivos gerais da terapia • Pacientes fumantes
periodontal: prevenção, eliminação ou controle da Fases cirúrgicas
doença; recuperação dos tecidos perdidos e
manutenção dos resultados obtidos. • Cuidados pré-operatórios
OBS.: a terapia não cirúrgica não tem a capacidade de fornecer ➢ Conferência de assinatura do termo de
regeneração dos tecidos perdidos, assim é necessário lançar mão da consentimento;
terapia cirúrgica.
➢ Analise dos exames: hemograma
A terapia periodontal cirúrgica consiste em (considerar possíveis infecções –
um conjunto de procedimentos executados com apresentadas na série branca; considerar
uma lâmina, bisturi elétrico ou laser, que ressecta possíveis alterações na série vermelha
tecido ou envolve o rebatimento de um retalho para que prejudicasse o processo de
alcançar os seus objetivos terapêuticos. cicatrização), coagulograma e glicemia
em jejum.
OBS.: os objetivos clínicos da terapia periodontal consistem na
eliminação da doença inflamatória pela retirada do biofilme dental e ➢ Profilaxia antibiótica (alguns pacientes
fatores etiológicos secundários e, o estabelecimento de um ambiente que possuem riscos a endocardite
local com anatomia compatível com a manutenção de saúde e
bacteriana);
estética periodontal.
➢ Prevenção de dor e edema;
A terapia cirúrgica irá ser pensada após a ➢ Controle da ansiedade
reavaliação do paciente (45dias após o termino da • Preparação do profissional
terapia não cirúrgica – podendo ser até 8 semanas), • Preparação do instrumental/equipamento
nessa reavaliação devemos considerar o aspecto • Preparação do paciente (extra e intra oral)
de normalidade da gengiva, o sangramento e/ou • Anestesia
supuração a sondagem, a profundidade de ➢ Tópica, infiltrativa, bloqueio e papilar
sondagem, a mobilidade dentária e os índices de ➢ Lido ou mepi com VC
biofilme. • Incisão:
Indicações comuns de terapia cirúrgica periodontal: ➢ Quanto a sua localização: Intrasulcular;
submarginal ou paramarginal (aquém da
• Áreas com contornos ósseos irregulares e margem da gengiva); interdental;
defeitos infraósseos extensos e/ou relaxante (corono-apical)
profundos; ➢ Quanto a inclinação da lâmina: bisel
• Bolsas residuais profundas e/ou de difícil interno (ponta da lâmina voltada para
acesso em que remoção completa do crista óssea – 45º) e bisel externo (ponta
biofilme sem cirurgia não é possível (bolsas da lâmina voltada para coroa).
a cima de 5mm); • Anatomia cirúrgica
• Correção ou prevenção de invasões do
espaço biológico; Desde que nada seja feito com exagero, não
• Áreas com lesão de furca grau II ou III; se tem maiores preocupações em lesionar
• Áreas com crescimento gengival; estruturas vitais. A preocupação maior é quando há
uma cirurgia de enxerto, que é coletada no palato,
• Áreas com problemas mucogengivais
com atenção para não lesionar a artéria e o nervo
Contraindicações: palatino.
• Portadores de doenças sistêmicas sérias • Ressecção de tecido ou rebatimento de
não controladas; retalho
• Quando não for possível acompanhar o pós- ➢ Ressecção: remoção de um tecido
operatório do paciente; cortado, e será descartado.
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➢ Rebatimento/retalho: descolar a gengiva, • Sutura
que se mantém presa ao tecido ósseo. O • Colocação do cimento cirúrgico
retalho é um segmento do tecido gengival
Usado no pós-cirúrgico, tendo ou não feito
que é cirurgicamente separado dos
sutura, sendo mais usado quando não foi feita a
tecidos de suporte coronalmente, mas,
sutura. Tem como objetivo proteger a área
que na região apical, se mantém aderido
cirúrgica. Como desvantagem, funciona como um
através de um pedículo de tecido
fator retentivo.
conjuntivo vascularizado.
o Uso de incisões relaxantes: • Cuidados pós-operatórios
quando é feita – incisões ➢ Controle da dor e edema;
relaxantes; quando não é feita – ➢ Recomendações de dieta;
tipo envelope; ➢ Higiene oral;
o Tecidos separados do osso: ➢ Controle de sangramento;
mucoperiosteo ou espessura total ➢ Atestados
– quando a gente rebate o retalho,
OBS.: a prescrição de AINEs leva a um aumento dos riscos de
o tecido ósseo fica exposto; sangramento pósop.
espessura parcial ou dividido:
OBS.: evitar a escovação na área operada – sendo recomendado o
quando deixamos uma faixa de uso de bochecho de clorexidina a 0,12%.
tecido conjuntivo e periósteo sobre
OBS.: para o controle do sangramento é recomendado fazer uma
o osso. compressa com gaze – caso não for controlado, o paciente deve ser
• Debridamento de tecido fibroso e de encaminhado para um serviço de urgência.
granulação OBS.: quanto ao atestado, um dia é a recomendação mínima, a
depender do trabalho do paciente, que exija um esforço muito
Importante para conseguir readaptar o tecido grande.
e controlar o sangramento durante a cirurgia; são
usados instrumentos comuns na raspagem. • Remoção do cimento e da sutura
• Cirurgias reconstrutivas OBS.: Vantagem: facilidade de uso (em forma de gel); Desvantagem:
➢ Preenchimento de defeitos com osso ou custo.
substitutos ósseos (pode ser de origem ➢ Cirurgias plásticas periodontais: aumento
autógena, halogênicos) de gengiva inserida;
o Utilizados isoladamente ou com o Em casos de recessão gengival
RTG (regeneração tecidual em progressão; colocação de
guiada); implantes, aparelhos ortodônticos
o Aumentos de níveis ósseos de e restaurações subgengivais em
inserção e redução PS superior a áreas com menos de 1 mm de
RWM. gengiva inserida.
➢ Tem prevalência de 8,6% a 28,6% dos Lesões que levam a necrose da polpa
molares; dentária (o dente responde negativamente ao teste
➢ Atrapalham na remoção de placa; de vitalidade pulpar); quando há uma necrose, esse
➢ Dificultam a RAR; dente deve ser submetido ao tratamento
➢ Fator local para gengivite e endodôntico antes da terapia periodontal (o
periodontite, pois funcionam como tratamento endodôntico, algumas vezes, pode levar
fator retentivo de biofilme; a restauração do tecido do periápice – avaliar 2
➢ Devem ser removidas, para fazer um meses após).
recontorno daquela região OBS.: geralmente o teste de vitalidade é feito por temperatura;
• Pérolas de esmalte tocando sob a coroa do dente materiais muito frios como o endoice.
casos são normalmente detectados clinicamente OBS.: os casos favoráveis: classe II em molares inferiores, pois eles
com a sonda. possuem 2 raízes, nos quais os defeitos ósseos são mais favoráveis
(em dentes com 3 raízes são mais desfavoráveis para tentar a
➢ Odontoplastia: remoção de esmalte regeneração); e casos que possuam osso interproximal próximo à
JCE, o chamado defeito de “buraco de fechadura”.
da porção coronária do dente;
➢ Osteoplastia: regularizar o osso para OBS.: em alguns casos pode ser utilizado a membrana + material de
enxerto. A membrana nunca pode ficar exposta na boca, para que
que ele fique mais anatômico. não haja contaminação em contato com o meio bucal. A sutura,
OBS.: é muito comum na vestibular dos molares inferiores que o então, é uma fase crítica, pois precisa manter bem o retalho no lugar.
osso alveolar seja mais espesso.
• Hemissecção radicular:
OBS.: reabsorção óssea na periodontia ocorre de forma
desregulada, deixando defeitos ósseos que vão sendo Separação do complexo radicular com
acompanhados pelo tecido gengival. Isso faz com que a anatomia manutenção de todas as raízes. Realizada com
dos tecidos periodontais ao redor do dente dificulte a higienização
pelo paciente. pontas diamantadas.
Referências:
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de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
OBS.: é uma condição menos comum que a GN, ocorre com maior • Fase aguda
frequência em indivíduos imunossuprimidos ou mal nutridos o Remoção de debris superficial com
gaze e H2O2 (remove as camadas de
Como sinais e sintomas, os mesmos da GN
células mortas, placa não aderida);
somados a perda, desnudação óssea e, as vezes,
o Raspagem superficial (limitação em
sequestro; e sintomatologia sistêmica é mais
relação a tolerância do paciente à dor,
frequente. O diagnóstico é dado por meio de
não se faz anestesia por ser uma área
sinais/sintomas + história médica (fatores
extensa de infecção);
predisponentes).
o Controlar os fatores predisponente
➢ Estomatite necrosante (EM) (NOMA) – (encaminhamentos para lidar com
comum em crianças e pacientes com esses fatores);
HIV+ o Para casa: bochechos com
clorexidina 0,12% durante 4-5 dias;
Diagnóstico diferencial:
em casos de doença periodontal
• Gengivoestomatite herpética necrosante severa (muito extensa) ou
havendo sinais de disseminação
É causada pelo vírus da herpes simples.
sistêmica fazer uso de metronidazol,
Cujo sinais e sintomas são: vesículas puntiformes
400mg, VO, 3x ao dia, por 4-5 dias;
ou ulcerações; acumulo de placa e inflamação
em caso de dor: paracetamol 500-
gengival; aumento de salivação; febre;
750mg, VO, a cada 4h.
linfoadenopatia.
OBS.: a condição aguda tem duração de 2-3 dias, o objetivo é que o
GN GEH paciente use a medicação por uns dois dias depois da fase aguda.
IDADE 15-30 anos Crianças (até 10 anos)
SITIO DA
Papila e g. marginal Sem predileção • Tratamento da condição residual
GENGIVA
o Após resolver a fase de dor e infecção
Vesículas que se
Protuberantes e extensa, continua-se com plano de
rompem formando
ULCERAS crateriformes.
Sangram facilmente
úlceras arredondadas. tratamento periodontal comum.
Não sangram facilmente.
FEBRE Ausente ou moderada Alta Abscessos do periodonto
DOR Gengiva Boca toda
DURAÇÃO 1-3d c/ tratamento +1 semana c/ tratamento
É uma infecção purulenta circunscrita, no
interior da parede gengival do sulco (quando não há
• Doenças infecciosas e condições doença periodontal prévia), bolsa periodontal ou
mucocutâneas opérculo (ou capuz pericoronário), que pode
progredir para a destruição dos tecidos do
Entre elas estão: penfigóide, pênfigo, periodonto de sustentação.
cândida e hiperplasia associada à leucemia (nesses
OBS.: o abscesso pode progredir para uma destruição; na maioria
casos é comum haver sangramento espontâneo).
das vezes ele vai se limitar aos tecidos moles, caracterizando-se um
abscesso gengival.
• Lesão gengival traumática
O seu processo de formação se dá a partir
Geralmente são causadas por trauma por
de uma agressão aos tecidos gengivais (bacteriana
escovação e lesão por agente químico (ex.:
ou traumática), dai por diante, as células
hipoclorito de sódio).
inflamatórias são atraídas para o local, em resposta
a agressão, assim os neutrófilos liberam enzimas
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que digerem células e outros componentes superfície radicular, seja anatômica, seja
teciduais, formando exsudato purulento; o infiltrado patológica.
encapsula a região afetada para tentar impedir a
Os abscessos periodontais ocorrem de duas
disseminação da infecção (é visto como uma
formas:
tumefação).
• Em pacientes com periodontite pré-
Tem uma prevalência de aproximadamente
existente: quando há uma exacerbação
5 a 15% das urgências odontológicas; os
aguda (periodontite não tratada, periodontite
abscessos do pericoronários se apresentam como
não responsiva ao tratamento e durante a
2º lugar nas urgências odontológicas e os
TPS); e após o tratamento (raspagem,
abscessos periodontais ocupam o 3º lugar.
cirurgia e/ou medicação)
➢ Gengivais; OBS.: quanto ao pós-tratamento - quando ocorre uma melhora da
condição da gengiva coronal, a bolsa acaba se fechando
Tem como fator coronalmente, isso impede que fluidos gengivais sejam secretados;
etiológico a impacção de durante a raspagem, o cálculo também pode ser empurrado para a
corpos estranhos (casca região do fundo da bolsa, funcionando como um corpo estranho;
após medicação, com antimicrobiano sistêmico, principalmente de
de pipoca, pedaço de largo espectro, sem raspagem anterior, ou com a nifedipina.
amendoim, pedaços de fio
dental, unhas e calculo • Em pacientes sem doença periodontal pré-
dentário); são características comuns: tumefação existente: impacção de corpos estranhos,
gengival, sangramento ou supuração a sondagem, hábitos danosos (roer unha, apertamento),
não há perda de inserção (distingue-se do fatores ortodônticos (forças excessivas ou
abscesso periodontal). mordida cruzada), crescimento gengival e
alteração da superfície radicular.
O tratamento é: a remoção do corpo
estranho, drenagem (preferível que seja feita via Os abscessos periodontais têm como
sulco gengival), bochecho com soro aquecido (5-6x características clinicas: tumefação interdental,
nas primeiras 24h), debridamento local (remover o profundidade de sondagem aumentada (que se dá
que sobrou) e bochecho com clorexidina a 0,12% (7 desvio a perda de inserção),
dias, pois o local pode ficar dolorido, dificultando a sangramento/supuração à sondagem, dor irradiada
higienização). moderada, paciente relata dente “crescido” e se
apresenta sensível à percussão, mobilidade
OBS.: quando a drenagem é feita com a sonda, é importante
empurrar a sonda até romper a parede inferior do sulco gengival, dentária (associada a perda óssea e forcas oclusais
permitindo a drenagem do sangue/pus. Quando não é possível fazer inadequadas), pode ter repercussão sistêmica com
essa drenagem, anestesia-se o paciente e faz uma incisão na febre e/ou linfoadenopatia e/ou astenia, e na
gengiva para fazer a drenagem (para a anestesia, devemos dar
preferência a técnica de bloqueio). radiografia, evidência de perda óssea.
OBS.: os abscessos periodontais têm características bastante
➢ Periodontais
parecidas com os abscessos periapicais ou de origem endodôntica.
Os fatores Diagnóstico diferencial:
etiológicos são a
ASPECTO PERIODONTAL PERIAPICAL
invasão de bactérias
TUMEFAÇÃO,
nos tecidos LESÃO,
Interdental,
Apical, celulite mais
raramente forma
periodontais, a RADIOGRÁFICA,
celulite
frequente
impacção de corpos DISSEMINAÇÃO
VITALIDADE +/- -
estranhos, forças Ausente ou
DOR Intensa
oclusais excessivas, a utilização de antibióticos de moderada
amplo espectro na ausência de PS Aumentada Normal
HISTÓRIA Cárie/restauração
raspagem/debridamento mecânico (muitas vezes DENTAL
DP
extensa.
prescritos para problemas médicos) e alteração da
Moisés Santos|@eumoisesantos Odontologia UFPE – Periodontia – 2021.1
OBS.: quando o teste de vitalidade é negativo, há a possibilidade de OBS.: tem alto potencial de disseminação, pois ao redor, há varias
ser uma lesão endo-perio. vias para a infecção se disseminar (quando 3º molar), chegando ao
risco de vida.
OBS.: para rastrear e identificar de qual abscesso estamos lidando,
podemos inserir um cone de guta percha na fistula (se presente) ou Sua etiologia está ligada ao acumulo de
na incisão (feita no local de maior protuberância do abscesso); ao
radiografar, deve-se observar que: se o cone permanecer na lateral,
restos alimentares e bactérias sob o opérculo (fator
trata-se de um abscesso periodontal; e quando vai para apical, trata- primário), erupção dentária parcial, higiene oral
se de um abscesso periapical. deficiente, trauma por antagonista e infecções
O tratamento se divide em: respiratórias.
• Papel do cirurgião-dentista
Moisés Santos|@eumoisesantos Odontologia UFPE – Periodontia – 2021.1
➢ Informar aos pacientes que a periodontite é o Pode estar relacionada, mas são
fator de risco para outras doenças; poucos estudos
➢ Pacientes com DCNTs precisam de
acompanhamento periodontal;
➢ Prática preventiva moderna baseada na Referências:
identificação do risco dos indivíduos;
LINDHE J. Tratado de Periodontia Clínica e
➢ Importância da avaliação nutricional;
Implantologia Oral. 5ed. Rio de Janeiro:
➢ Redução do consumo de açúcar;
Guanabara Koogan, 2010.
➢ Um bom diagnóstico;
➢ Além do tratamento em si, promover NEWMAN MG, TAKEI HH, KLOKKEVOLD PR,
motivação ao abandono do tabagismo, a CARRANZA Jr. FA,. Periodontia clínica. 11ed. Rio
praticar atividade física, assim como a de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
colaboração com as outras áreas da saúde;
➢ Toda vez que identificar fatores de riscos
modificáveis, deve-se discutir isso com o
paciente durante a consulta;
OBS.: para pacientes cardiovasculares: a terapia periodontal não
cirúrgica deve ser realizada em sessões de 30-40min para minimizar
os riscos de inflamações sistêmicas.