02-01 Acordes de Sétima
02-01 Acordes de Sétima
02-01 Acordes de Sétima
ESTUDO DIRIGIDO
Acordes de sétima
1. Introdução
A noção de consonância e dissonância consolida-se no Renascimento, atendendo a pressupostos físico-
acústicos e estéticos. Para efeito dessa apostila, desde um ponto de vista harmônico, são consideradas
consonâncias os intervalos qualificados como justos – 1a, 4a e 5a justas e seus compostos –, chamadas
consonâncias perfeitas; e as 3as, e as 6as, maiores ou menores, e seus compostos, chamadas consonâncias
imperfeitas. As 2as e as 7as, maiores ou menores, e seus compostos, são consideradas dissonâncias.
Tétrades
Às terças superpostas da tríade pode-se adicionar mais uma terça, que vai formar com a fundamental um
intervalo de sétima. O acorde resultante – a saber, formado pela nota fundamental, a terça, a quinta e a
sétima – constitui uma tétrade.
Como acontece com as tríades, a cifragem dos acordes de sétima no estado fundamental e em suas
inversões considera os intervalos entre o baixo e as demais notas do acorde.
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5
As notas em negrito são obrigatórias na cifra. As demais são facultativas, devendo aparecer apenas quando
há alguma alteração na nota representada pelo número na cifra.
Exercícios
Indique o grau, a cifra alfabética e realize os seguintes baixos, visando o coro misto a quatro vozes e de
acordo às cifragens indicadas.
2. Encadeamento de tétrades
Tratamento de dissonâncias
Na perspectiva da harmonia tradicional, a sétima é, portanto, uma dissonância, e deve ser tratada
mediante procedimentos especiais, de forma que seja atingida de forma suave e “cantável”.1 Duas
importantes formas de tratamento de dissonâncias, e que serão usadas com frequência nesta apostila, são
descritas abaixo.
Nota de passagem
A nota de passagem é uma dissonância situada em posição métrica fraca, atingida e deixada por grau
conjunto.
Preparação/resolução da sétima
Onde não seja possível nenhuma das formas acima, recomenda-se atingir a sétima por grau conjunto2.Pelo
menos no começo de nosso estudo e sempre que possível, trabalhar tendo em vista um maior cuidado no
tratamento da sétima, de acordo às orientações expostas acima.
1
Muitas das normas praticadas na harmonia tradicional vêm do contraponto, que visava, em um primeiro momento,
a música vocal.
2
A partir da assim chamada common practice (períodos barroco, clássico e romântico), tais orientações cedem lugar a
uma maior liberdade de condução das dissonâncias, em um processo de evolução que culmina, no século XX, com o
advento do Impressionismo, no conceito de dissonância emancipada, que consiste na integração das dissonâncias às
estruturas acórdicas, sem a obrigatoriedade de preparação, resolução ou qualquer outro tipo de tratamento.
Exercícios
Realize os seguintes encadeamentos. Onde possível, conduza a sétima dos acordes como nota de
passagem, ou por meio de preparação/resolução, ou por grau conjunto.
Acrescido da sétima, esse acorde acentua ainda mais o seu sentido de atratividade em relação à tônica,
pela presença do trítono entre a terça e a sétima do acorde. Esse intervalo adiciona complexidade
intervalar-harmônica ao acorde e que, originalmente, já cumpre a função de preparação em relação à
tônica.
Nas tonalidades menores, para se obter a sensível – e consequentemente o trítono sobre o acorde V7 – é
necessário alterar ascendentemente o sétimo grau da escala (que é a terça do acorde V7) dando origem à
escala menor harmônica.
Na harmonia tradicional, a tensão causada pelo trítono no acorde V7 necessita ser resolvido também. Em
um encadeamento V7- I, tal resolução se consegue:
3
Fux (ano?)
• conduzindo a terça do acorde V7 (sensível da escala), à fundamental do acorde do I grau (tônica da
escala).
Tal procedimento é conhecido como a resolução do trítono, e constitui um princípio importante sobre o
quai se baseia muito do que se praticou em harmonia no sistema tonal, nos períodos barroco, clássico e
romântico.
Exercícios
1. Pratique os seguintes encadeamentos V7- I.