Uma Abordagem Integrada Da Endometriose
Uma Abordagem Integrada Da Endometriose
Uma Abordagem Integrada Da Endometriose
da Endometriose
UFRB
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
REITOR
Paulo Gabriel Soledade Nacif
VICE-REITOR
Silvio Luiz Oliveira Soglia
SUPERINTENDENTE
Sérgio Augusto Soares Mattos
CONSELHO EDITORIAL
Alessandra Cristina Silva Valentim
Carlos Alfredo Lopes de Carvalho
Fábio Santos de Oliveira
Ósia Alexandrina Vasconcelos Duran Passos
Rosineide Pereira Mubarack Garcia
Sérgio Augusto Soares Mattos (presidente)
SUPLENTES
Ana Cristina Vello Loyola Dantas
Geovana Paz Monteiro
Jeane Saskya Campos Tavares
EDITORA FILIADA À
Djanilson Barbosa dos Santos
Izabel Aparecida Soares
Luiz Antonio Favero Filho
Marcilio Delan Baliza Fernandes
Neuma Maria Moresco Ritt.
Rodrigo Patera Barcelos
Samára Santos Sampaio
Suzymeire Baroni.
ISBN 978-85-61346-32-4
Campus Universitário
Rua Rui Barbosa, nº 710 – Centro
44380-000 Cruz das Almas – BA
Tel.: (75)3621-1293
[email protected]
Sumário
Apresentação......................................................................................07
1. Endometriose..................................................................................09
2. Etiopatogenia..................................................................................24
1.3 Considerações
Referências
PROWSE, A.H. et al. Allelic loss studies do not provide evidence for
the “endometriosis-as-tumor” theory. Fertility and Sterility, v. 83, n.
1, p. 1134-43, 2005.
SHARPE-TIMMS, K.L. Endometrial Anomalies in Women with
Endometriosis. Annals of the New York Academy of Sciences, v.
943, p. 131-47, 2001.
SPACZYNSKI, R.Z.; DULEBA, A.J. Diagnosis of endometriosis.
Seminars in Reproductive Medicine, v. 21, n. 2, p. 193-208, 2003.
ULUKUS, M. et al. The role of endometrium in endometriosis. J. Soc
Gynecol Invest, n. 13, p. 467-476, 2006.
VERCELLINI, P. et al. Association between endometriosis stage, lesion
type, patient characteristics and severity of pelvic pain symptoms: a
multivariate analysis of over 1000 patients. Hum Reprod., v. 22, p.
266-71, 2007.
VERCELLINI, P. et al. Peritoneal endometriosis. Morphologic
appearance in women with chronic pelvic pain. Journal. Reprod.
Med., v. 36, p. 533-536, 1991.
VERNET-TOMÁS, M.M. et al. The depolarized expression
of the alpha-6 integrin subunit in the endometria of women
with endometriosis. Journal of the Society for Gynecologic
Investigation, v. 13, n. 4, p. 292-6, 2006.
VINATIER, D. et al. Theories of endometriosis. Eur Jour. Obstet
Gynecol Reprod Biol., v. 96, p. 21-34, 2001.
WITZ, C.A. Current concepts in the pathogenesis of endometriosis.
Clin Obstet Gynecol, v. 42, n. 3, p. 566-85, Sep. 1999.
Endometriose | 23 |
WU, M.H. et al. Suppression of matrix metalloproteinase-9 by
prostaglandin E(2) in peritoneal macrophage is associated with
severity of endometriosis. The American Journal of Pathology, v.
167, n. 4, p. 1061-9, 2005.
YANG, W.C. et al. Serum and endometrial markers. Best Pract Res
Clin Obstet Gynaecol, v. 18, n. 2, p. 305-18, Apr. 2004.
Etiopatogenia | 24 |
2. Etiopatogenia
»» Escape imunológico:
A capacidade de células endometriais ectópicas de neutrali-
zar a resposta imune local, foi sugerida como sendo um mecanismo
de escape, possivelmente devido a defeitos no sistema de vigilância
imunológica e supressão de células do sistema imune (LEBOVIC et
al., 2001; SIRISTATIDES et al., 2006). Mulheres com endometriose
têm apresentado algumas alterações na modificação da expressão de
antígenos do sistema HLA (human lymphocyte antigen) de classe I,
que são relevantes no reconhecimento imune (SEMINO et al., 1995),
a diminuição da atividade NK (natural Killer) e citotoxicidade contra
células endometriais ectópicas (OOTERLYNCK et al., 1991), a secre-
ção de fatores como o TGF-β (transforming growth factor) e prosta-
glandina E2 que inibe as funções dos linfócitos (HIRATA et al., 1994).
»» Mecanismos de adesão:
Quanto aos mecanismos de adesão, moléculas como integri-
nas e caderinas são as principais mediadoras da adesão célula-célula
Etiopatogenia | 32 |
»» Mecanismos de invasão
Após a fixação, as células que formam a lesão devem ser hábeis
para invadir o tecido ao qual se ligaram. O mecanismo de invasão pelo
tecido ectópico é dependente de metaloprotease da matriz (MMPS).
As MMPs têm funções importantes no controle de mudanças cíclicas
do endométrio, na proliferação e inibição de crescimento, sendo regu-
ladas pelo estrógeno e progesterona (RODGERS et al., 1994). Logo,
o aumento da expressão de metaloproteinases, como MMP-2, e a ex-
pressão reduzida de seus inibidores, como TIMP-3, sugerem maior
atividade proteolítica e, consequentemente, maior potencial invasivo
Etiopatogenia | 33 |
de células endometriais em pacientes com endometriose (CHUNG et
al., 2002; COX et al., 2001).
»» Mecanismos de apoptose
O mecanismo de apoptose elimina as células senescentes da
camada funcional do endométrio uterino, durante a fase secretora tar-
dia do ciclo menstrual, substituindo-as por células novas durante a
fase proliferativa do ciclo. Porém, em mulheres com endometriose a
porcentagem de células que passam por apoptose é menor, eviden-
ciando que algumas células podem continuar a manifestar atividades
fisiológicas errôneas (DMOWSKI et al., 2001). A resistência a apopto-
se devido à desregulação entre moléculas pró-apoptóticas menos ex-
pressas, como a p53, e moléculas anti-apoptóticas, como Bcl-2, mais
expressas, pode explicar a persistência das lesões endometrióticas fora
da cavidade uterina (BRAUN et al., 2007; JONES et al., 1998).
»» Neovascularização
O ambiente peritoneal é altamente angiogênico e o aumento
na atividade e nas quantidades de VEGF-A (vascular endothelial gro-
wth factor), principal molécula envolvida, expressa nos implantes en-
dometrióticos, foi demonstrado no fluído peritoneal e no endométrio
de mulheres com endometriose (DONNEZ et al., 1998; VIGANO et
al., 2004).
2.2 Considerações
3. Epidemiologia da
Endometriose
Pacientes com
Indicação Cirúrgica Pacientes
Endometriose
N N %
Anastomose tubária 1860 19 1
Laqueadura tubária 3060 61 2
Histerectomia vaginal 858 69 8
Histerectomia abdominal 5511 606 11
Laparoscopia diagnóstica por esterilidade 724 116 16
Laparoscopia terapêutica 2065 619 30
Laparoscopia diagnóstica (algia pélvica) 140 74 53
Grau de Instrução N %
Nenhum 4 1,91
Primeiro grau (completo ou em curso) 94 44,98
Segundo Grau (completo ou em curso) 59 28,23
Universitário (completo ou em curso) 52 24,88
Total 209 100,00
»» Idade
A endometriose é uma doença rara antes da menarca, e tende
a diminuir após a menopausa (HEILIER et al., 2007; PARAZZINI
et al., 2004). A maioria dos estudos demonstra forte associação en-
tre endometriose e idade reprodutiva (MELIS et al., 1994), apesar de
existirem relatos de casos de endometriose em mulheres que nunca
menstruaram e, ou ainda de mulheres na menopausa. Observa-se um
declínio em sua incidência a partir dos 44 anos de idade. O risco de
doença em mulheres entre 45 e 49 anos é cerca de três vezes maior
quando comparado a mulheres entre 15 e 19 anos, provavelmente
pela ação hormonal estrogênica persistente por longo tempo (SIG-
NORELLO et al., 1997).
Bellelis et al. (2010) encontraram a média de idade de 33,2
anos, das 892 pacientes com endometriose, indo ao encontro do
Epidemiologia da Endometriose | 50 |
»» Raça
O uso de variáveis como: raça e etnicidade nos estudos epi-
demiológicos, tem tido um papel instrumental na identificação e do-
cumentação dos padrões de saúde entre determinados grupos popu-
lacionais, no controle de presumíveis fatores de risco potencialmente
confundidores e na revelação de iniquidades em saúde.
Epidemiologia da Endometriose | 51 |
Alguns estudos demonstram que a grande maioria das pacientes
com endometriose são da raça branca (HEMMINGS et al., 2004). No
entanto, ainda não foi bem estabelecido se tal fato indica suscetibilida-
de racial ou apenas um viés. As associações encontradas nos estudos
são, em geral, realizadas de acordo com a idade de acometimento e
prevalência estimada da doença. Além disso, tais comparações não são
ajustadas em relação ao estado sócioeconômico destas mulheres, contri-
buindo ainda mais para estas diferenças. Normalmente, esta associação
é realizada somente em relação à admissão destas mulheres em serviços
públicos ou privados, o que no caso da endometriose não representa
padrão fidedigno para estratificar tais mulheres (HOUSTON, 1984).
Outros estudos ainda demonstram ocorrência comum da en-
dometriose em mulheres orientais, porém todos eles apresentam fa-
lhas em sua metodologia (MIYAZAWA, 1976). Sangi-Haghpeykar e
Poindexter (1995) demonstraram OR de 8,6 entre mulheres asiáticas
comparadas a mulheres brancas, em estudo controlado.
Bellelis et al. (2010) observaram uma predominância de mu-
lheres brancas acometidas pela endometriose e uma diferença impor-
tante entre as raças negra e amarela, em que a segunda representou
somente 4,6% do total de pacientes. A literatura demonstra taxas que
podem chegar até 97% de mulheres caucasianas acometidas pela do-
ença, e outras que demonstram uma predominância de mulheres japo-
nesas (KASHIMA et al., 2004; HEMMINGS et al., 2004).
Deve ser lembrado que a maioria dos estudos encontra diferen-
ças na prevalência entre as diversas raças, porém, estas não são estatis-
Epidemiologia da Endometriose | 52 |
»» Escolaridade
O nível educacional entre mulheres com endometriose tende
a ser mais elevado, assim como o nível socioeconômico (STEFANS-
SON et al., 2002; HEMMINGS et al., 2004). Concordante com a pri-
meira informação, tem-se no grupo de interesse 51,9% de mulheres
com nível universitário (BELLELIS et al., 2010). Talvez isto ocorra
devido ao viés de maior acesso a cuidados médicos e por maior pre-
ocupação com a saúde individual, em se tratando de dor pélvica ou
infertilidade (STEFANSSON et al., 2002; PARAZZINI et al., 2004).
Matorras et al. (1996) não relataram diferenças quanto ao nível socio-
econômico, comparando mulheres férteis com ou sem endometriose.
»» Estado civil
O estado civil vem recebendo pouca atenção quando compa-
rado aos demais fatores de risco para a ocorrência da endometriose.
Houston et al. (1987) relataram prevalência de 12% entre mulheres
solteiras. Sangi-Haghpeykar e Poindexter (1995) observaram 73% em
pacientes casadas em estudo comparativo de mulheres com endo-
metriose e controles. Tal associação apresenta relevância quando se
considera a ocorrência de gestações (mais frequentes em mulheres
com uniões estáveis) ou em relação ao papel do número de parceiros
sexuais (CALHAZ-JORGE et al., 2004).
Epidemiologia da Endometriose | 53 |
»» Características do ciclo menstrual
A maioria dos estudos epidemiológicos demonstra que idade
precoce da menarca, geralmente definida como inferior a 11 anos, au-
menta o risco para a doença (PARAZZINI et al., 2004; MOEN, 1993).
Vários estudos também associam o aumento do risco à presença de
ciclos menstruais mais curtos, definidos com duração menor que 27
dias (CANDIANI et al., 1991). Sangi-Haghpeykar e Poindexter (1995)
demonstraram maior risco para endometriose em mulheres com ci-
clos mais longos (30 dias ou mais), quando comparadas a mulheres
com ciclos mais curtos (10 a 14 dias) (OR=1,7). Matorras et al. (1996)
observaram maior proporção de mulheres com endometriose com
duração do ciclo igual ou inferior a 27 dias (OR=1,8).
»» Gestação
Em relação aos antecedentes obstétricos, a nuliparidade vem
sendo constantemente retratada como tendo forte associação com a
endometriose (KUOHUNG et al., 2002). Na realidade, não é possível
a determinação da nuliparidade como fator de risco para a doença, ou
se pacientes portadoras de endometriose têm uma maior dificuldade
em engravidar (VIGANÒ et al., 2004). Abortamentos parecem não
estar relacionados à endometriose ou ao seu risco (STEFANSSON et
al., 2002; PARAZZINI et al., 2004), sendo que no estudo de Bellelis
et al. (2010), há prevalência maior de nuligestas, nulíparas e pacientes
que nunca tiveram abortamentos.
Epidemiologia da Endometriose | 54 |
»» Tendência Familiar
A base genética e hereditária da endometriose é a cada dia mais
evidenciada. A identificação do fator familiar e genético revela-se, do
mesmo modo, difícil devido ao problema do diagnóstico invasivo da
endometriose. Até a década de 1960, a ideia da tendência familiar para
o desenvolvimento de endometriose era baseada apenas em relatos de
caso. Moen e Magnus (1993) entrevistaram 533 pacientes norueguesas
com endometriose confirmada cirurgicamente, e 149 pacientes com
pelve normal documentada através de esterilização tubária laparos-
cópica. Encontraram tendência estatisticamente significativa de ma-
nifestações sugestivas de endometriose em pacientes com histórico
familiar: 3,9% de mães e 4,8% irmãs afetadas pela doença no grupo
de pacientes com endometriose e somente 0,6% de irmãs de mulheres
do grupo de controle eram portadoras de endometriose. Este estudo
também relatou a existência de seis dentre oito gêmeas monozigóticas
(75%) que apresentaram endometriose documentada cirurgicamente.
Epidemiologia da Endometriose | 55 |
Kennedy et al. (1996) analisaram 230 pacientes portadoras de
endometriose e observaram 19 casos de mãe e filha portadoras, 16
pares de irmãs e um caso de irmãs gêmeas. Bellelis et al. (2010) ana-
lisaram 892 pacientes com endometriose e encontraram aproximada-
mente 5,3% das pacientes que relatavam antecedentes familiares de
primeiro grau, com história de endometriose. Ainda sem evidência
do modo exato de transmissão, foi observado que o risco genético
deve ser mais provavelmente devido a diversos genes (e não apenas a
um gene altamente penetrante), cada um responsável por um pequeno
incremento de risco.
Estudos encontraram riscos maiores de três a nove vezes para
irmãs e mães de mulheres com endometriose (KASHIMA et al., 2004;
TRELOAR et al., 1999), além de estudos com gêmeos mostrarem que
a concordância entre gêmeas monozigóticas é duas vezes maior que
a concordância entre dizigóticas (SANGI-HAGHPEYKAR e POIN-
DEXTER, 1995). Outros estudos foram publicados com resultados
semelhantes, concluindo-se que a história familiar da endometriose,
talvez possa ser explicada pela mesma herança genética, mas também
podem ocorrer similaridades no estilo de vida das pacientes que via-
bilizem tal fato.
3.3 Considerações
Referências
4. Fisiopatologia da
Endometriose
Suzymeire Baroni
Rodrigo Patera Barcelos
4.4 Considerações
Referências
5.2 Hereditariedade
continuação
Associação com susceptibilidade
Genes (lócus, proteína e função) para endometriose
Positiva Negativa
MMP (11q22.3, Metaloproteinase, mulheres mulheres italianas,
remodelação do tecido) chinesas chinesas (norte
da China)
STAT6 (12q13, sinal de transdução e mulheres do
ativador de transcrição, genes envolvidos em sul da Índia
transformações malignas)
KRAS (12p12.1, Sarcoma de Kirsten viral, mulheres
proto-oncogene) australianas
PTEN (10q23.3, fosfato e homólogos de mulheres
tensina, Supressor de tumor) australianas
NAT2 (8p22, N-acetiltransferase 2, mulheres mulheres
detoxificação de fase II) francesas, Reino japonesas e do
Unido, russas sul da Índia
COMT (22q11.21, catecol-o-metil mulheres
transferase, biossíntese de esteróides, australianas e
metabolismo de estrogênio) taiwanesas
5.5 Considerações
Referências
6. Tratamento Farmacológico da
Endometriose
»» A pílula anticoncepcional
Por muitos anos, os COCs têm sido amplamente utilizados na
prática clínica para redução de dor pélvica e dismenorréia associada
à endometriose. Apesar de sua eficácia ser reconhecida pela maioria
dos médicos ginecologistas, apenas um número limitado de estudos
formais quantificaram os seus efeitos, ou os compararam com os de
outras drogas (VERCELLINI et al., 1993; PARAZZINI et al., 2000).
Os COCs utilizados ciclicamente são a única alternativa te-
rapêutica para a endometriose que permitem o sangramento mensal
uterino (menstruação), visto que a dismenorréia é a queixa mais fre-
quente e mais grave em mulheres com esta doença. O sintoma pode,
portanto, não desaparecer completamente durante a administração
de um COC. Estudos recentes demonstram que mulheres com pro-
blemas relacionados à menstrução, durante a utilização cíclica de um
COC, podem se beneficiar de uma mudança para administração con-
tínua (SULAK et al., 1997; SULAK et al., 2002; COFFEE et al., 2007).
Embora a eliminação do intervalo de sete dias seja recomen-
dada por vários especialistas (DULEBA et al., 1996), não existem da-
dos específicos sobre as mulheres com endometriose. Quando o uso
cíclico de COCs não resolve a dor associada à menstruação, a ad-
ministração contínua pode se constituir numa opção simples, eficaz,
segura e bem tolerada para o tratamento de longo prazo em mulheres
que não querem ter filhos. Muitos médicos consideram o tratamento
farmacológico com COCs como o de melhor custo/benefício.
Tratamento Farmacológico da Endometriose | 95 |
»» Acetato de noretisterona
O acetato de noretisterona (ou acetato de noretisterona,
NETA) é uma progestina forte derivada de 19-nortestosterona.
Sua eficácia foi estudada por Muneyyirci-Delale e Karacan (1998),
em 52 mulheres com endometriose sintomática e confirmada por
laparoscopia.O acetato de noretisterona foi utilizado no início do ci-
clo menstrual na dose diária de 5 mg,que foi aumentada em 2,5 mg até
20 mg/dia, a fim de alcançar a amenorréia.O tratamento foi continu-
ado por 6 meses a mais de um ano. A dismenorréia regrediuem 92%
dos indivíduos e a dor pélvica crônica em 89% indivíduos. No finaldo
tratamento, 94% das mulheres tinham pouco ou nenhum sintoma.
Este progestógeno oferece várias vantagens para o tratamento
de longo prazo da endometriose: permite um bom controle do san-
gramento uterino comparado com outros compostos, tem um efeito
positivo sobre o metabolismo de cálcio, produzindo aumento da den-
sidade mineral óssea maior do que o produzido pelo alendronato, e
não tem efeitos negativos sobre o perfil das lipoproteínas em baixas
dosages (RIIS et al., 2002). A administração contínua de NETA para
tratar a endometriose está aprovada nos Estados Unidos da América
pelo Food and Drug Administration (FDA). Ele é encontrado à venda
no Brasil em associação com outros hormônios.
»» Acetato de ciproterona
O acetato de ciproterona (CPA) é um derivado da 17-hidroxi-
progesterona com propriedades antiandrogénicas e anti-gonadotrópi-
cas. Foi primeiramente utilizado no tratamento de endometriose por
Tratamento Farmacológico da Endometriose | 96 |
6.3.1 Danazol
6.3.2 Gestrinona
Referências