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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

ANDRÉ LUIZ COSTA BÓSIO

A PARTICIPAÇÃO DO BRUXISMO NA DTM: REVISÃO DE


LITERATURA

CAMPO GRANDE

2023
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

ANDRÉ LUIZ COSTA BÓSIO

A PARTICIPAÇÃO DO BRUXISMO NA DTM: REVISÃO DE


LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Odontologia da Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) como
requisito à obtenção do título de Cirurgião-
Dentista

Orientadora: Profa. Dra. Daisilene Baena


Castillo

CAMPO GRANDE

2023
Dedicatória

Dedico este trabalho a Deus e à minha família: Meus queridos pais, minha irmã
e meu irmão.
Agradecimentos

A Deus, que foi minha fortaleza desde o princípio para eu trilhar esta jornada,
dando-me os talentos do conhecimento, professores capacitados e empenhados na
excelência para me ensinarem o ofício da Odontologia.
À minha orientadora, Profa. Dra. Daisilene Baena Castillo, pela sua
colaboração, apoio, confiança, incentivo e paciência.
À minha irmã, por sempre compartilhar palavras de fé e de esperança e com
quem sempre pude contar, incentivando-me a seguir adiante e a acreditar no meu
sonho.
Ao meu irmão, grande referência e exemplo de profissional de saúde no qual
me espelho, e que me apoiou durante minha caminhada.
Aos meus pais, que sempre se dedicaram para proporcionar a mim toda a
estrutura, suporte material e emocional, para que eu tivesse condições favoráveis para
estudar.
À minha família, que sempre esteve ao meu lado torcendo pelo meu sucesso.
E a todos que direta ou indiretamente me ajudaram para esta formação tão
desejada.
RESUMO

Fatores psicossociais de estresse, hipervigilância, ansiedade, depressão e


catastrofização contribuem diretamente como fatores etiológicos causadores do
comportamento motor autônomo de bruxismo. Esses aspectos colaboram com o
aumento da incidência de bruxismo, que também geram participação e efeitos
cumulativos que podem levar ao desenvolvimento e/ou agravamento da Disfunção
Temporomandibular (DTM), culminando em prejuízos à qualidade de vida da
população acometida por tal condição. Através dessa revisão de literatura espera-se
reunir estudos para compreender o bruxismo e sua intensidade motora relacionada a
fatores etiológicos e psicossociais que ampliam sua participação sobre comorbidades
associadas à DTM (dor orofacial, sono conturbado, estalidos, hiperatividade e fadiga
dos músculos faciais). O entendimento da etiologia do bruxismo é importante para
conduzir formas de tratamento multiprofissionais entre Odontologia, Psicologia e
Fisioterapia, a fim de se estabelecer um equilíbrio entre os componentes do sistema
estomatognático e preservar a saúde.

Palavras-chave: Bruxismo. Disfunção temporomandibular. Dor orofacial.


ABSTRACT

Psychosocial factors such as stress, hypervigilance, anxiety, depression and


catastrophizing directly contribute as etiological factors causing the autonomous motor
behavior of bruxism. These aspects contribute to the increase in the incidence of
bruxism, which also generate participation and cumulative effects that can lead to the
development and/or worsening of Temporomandibular Disorder (TMD), culminating in
damage to the quality of life of the population affected by this condition. Through this
literature review, we hope to gather studies to understand bruxism and its motor
intensity related to etiological and psychosocial factors that increase its participation in
comorbidities associated with TMD (orofacial pain, troubled sleeping, clicking,
hyperactivity and fatigue of facial muscles). Understanding the etiology of bruxism is
important to conduct multidisciplinary forms of treatment between Dentistry,
Psychology and Psysiotherapy, in order to establish a balance between the
components of the stomatognathic system and preserve health.

Key words: Bruxism. Temporomandibular disorder. Orofacial pain.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................. 8

2 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................... 10

3 OBJETIVO ..................................................................................... 16

4 METODOLOGIA.............................................................................17

5 DISCUSSÃO .................................................................................. 18

6 CONCLUSÃO ................................................................................ 21

7 REFERÊNCIAS .............................................................................. 22
8

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho de revisão bibliográfica busca verificar na literatura como o


bruxismo pode participar na DTM, seja agravando um quadro já instalado, ou até
mesmo sendo um fator de risco para o desenvolvimento da DTM, através de fatores
etiológicos relacionados à tensão emocional e psicológica aos quais os pacientes
também podem estar acometidos.
O bruxismo é definido por Lobbezoo et al., (2013) como a atividade muscular
mandibular repetitiva caracterizada pelo apertamento, ranger de dentes e/ou pelo
empurrar da mandíbula. É uma parafunção que pode estar presente no portador de
Disfunção Temporomandibular (DTM) e que repercute diretamente sobre a qualidade
de vida dos mesmos e no desempenho de suas atividades rotineiras (KUHN e TURP,
2017). A Academia Americana de Dor Orofacial (AAOP) define o bruxismo como uma
atividade parafuncional diurna ou noturna que inclui apertamento inconsciente e o
ranger de dentes.
Tais atividades características do bruxismo são mecanismos que podem ser
desencadeados por fatores etiológicos, tais como o estresse emocional, consumo de
tabaco, álcool ou café, síndrome da apneia do sono e ansiedade (KUHN e TURP,
2017). Esses fatores são capazes de intensificar o bruxismo, agravando o quadro de
diferentes subtipos de DTM existentes (dor orofacial, artralgia, discopatia, artropatia,
disfunção muscular) (De SIQUEIRA, 2016).
No estudo de Chen Chien et al. (2020), o bruxismo foi correlacionado como o
maior e mais frequente fator de risco para a DTM. Os autores apresentam duas
manifestações circadianas distintas: 1 – Pode ocorrer durante o sono (indicado como
bruxismo do sono), e 2 – Pode ocorrer durante a vigília (indicado como bruxismo em
vigília). Quanto ao diagnóstico do mesmo em vigília, geralmente é diagnosticado pela
coleta de história médica e pode ser manejado através de modificações
comportamentais.
Pode ser classificado como primário ou secundário. O primário, por ser
idiopático, não está relacionado a nenhuma causa médica evidente, clínica ou
psiquiátrica. Essa forma primária parece ser um distúrbio crônico persistente, com
evolução a partir do seu aparecimento na infância ou adolescência para a idade adulta.
Já o secundário está associado a outros transtornos clínicos: Neurológico, como na
doença de Parkinson; psiquiátrico, nos casos de depressão; outros transtornos do
9

sono, como a apneia; uso de drogas, como as anfetaminas, cocaína, anfetamina e o


uso de inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRC), como a Fluoxetina, a
Sertralina), e inibidores duais para serotonina e noradrenalina (IRSN), como a
Venlafaxina (BADER e LAVIGNE, 2000).
Existem vários métodos para diagnosticar o bruxismo do sono, dentre os
principais estão a polissonografia, a eletromiografia, o uso de questionários e a
presença de desgaste dental (BLANCO AGUILERA, 2014). A polissonografia e a
eletromiografia têm sido consideradas mais efetivas e padrões-ouro para o
diagnóstico, mas há alto custo e dificuldade de acesso a esses recursos no sistema de
saúde público, o que restringe seus usos para estudos de grandes amostras. Avaliar a
presença de desgaste dental não é considerado um meio confiável para diagnóstico,
porque é influenciado por muitos fatores, tais como idade, gênero e dieta (CARLSSON
et al., 1995 e PERGAMALIAN et al., 2003). Porém, o desgaste dental é um importante
achado clínico adicional para o processo diagnóstico (KOYANO e TSUKIYAMA, 2009
e De La HOZ-AIZPURUA et al., 2011).
10

2 REVISÃO DE LITERATURA

A prevalência de bruxismo do sono na população geral abrange de 8% a 31%,


e 65% dos pacientes com DTM relatam ter tido episódios de bruxismo (CHANDWANI,
2011). Segundo estudo de Chisnouiu (2015), o uso excessivo e repetitivo da ATM
durante o bruxismo causa dano articular ao disco, e pode ainda contribuir com o
desenvolvimento de DTM.
Martins et al., (2008) descrevem que a maioria dos indivíduos com DTM
apresenta experiência tensional emocional e bruxismo. Dessa forma, o indivíduo passa
a conviver com processos dolorosos que podem prejudicar suas funções físicas e
mentais, e que resultam em tratamentos custosos, perda de tempo, redução da
produtividade e que afetam a qualidade de vida (CAMPBELL, 2003; PLESH, 2011).
Assim, o estresse psicológico também corrobora no surgimento e progressão de
condições crônicas nas quais a dor é o principal sintoma (SANDERS, 2011). Dentre
elas, podemos citar o bruxismo, um hábito parafuncional.
Dantas et al., (2015) estudaram o perfil epidemiológico de pacientes atendidos
em um serviço de dor orofacial do hospital universitário da Universidade Federal da
Paraíba (UFPB), e consideraram a influência de fatores etiológicos e a sintomatologia
dos pacientes com DTM. O motivo pelos qual houve a maior procura pelo serviço da
especialidade da DTM e dor orofacial foi a dor como queixa principal (44%). Em uma
escala visual analógica de 0 (nenhuma dor) a 10 (maior dor já sentida), 16,9%
atribuíram nota 8 à queixa de dor. Em relação à frequência de dor, 48% relataram que
a mesma aparecia diariamente.
O mesmo estudo descreve também que o perfil epidemiológico da DTM
prevalece no gênero feminino em 80% dos casos, a faixa etária de 41 a 60 anos
corresponde a 38% dos pacientes, enquanto a faixa de 21 a 40 anos a 37%. Quanto
ao estado civil, houve predominância dos solteiros, com 45%, seguidos de 41% de
casados. Quanto à profissão, 44% dos pacientes possuíam vínculo empregatício. A
maioria possuía nível de instrução em nível médio completo (22%), nível superior
completo (11%) e parte dela era analfabeta (1%). A origem do encaminhamento dos
pacientes, em sua maioria, foi de cirurgiões-dentistas (49,2%), mas também houve
encaminhamentos vindos de médicos (13%), e encaminhamentos vindos de outros
profissionais da saúde e de acadêmicos de Odontologia (6%).
11

Foi demonstrado que a ligação entre o gênero feminino e a DTM pode ser
justificada pelas condições fisiológicas inerentes às mulheres, como a maior lassidão
ligamentar e as condições hormonais que as tornam mais sensíveis em momentos de
tensão física e psíquica, além de dificultar a estabilidade da ATM (LAM, 2001). A
queixa principal que leva pacientes a procurarem serviços especializados em DTM e
em dor orofacial é a dor caracterizada como pulsátil (24%), pelo cansaço muscular
(20%) e pela sensação de pontada/agulhada (12%), e por sintomas como problemas
auditivos e sons articulares, dificuldade de falar, travamento da mandíbula e problemas
de estética (DANTAS et al., 2015).
Fatores psicossociais podem desenvolver e dar continuidade à DTM e há alta
prevalência de distúrbios psicológicos em pacientes que sofrem de distúrbios
relacionados aos músculos mastigatórios (MANFREDINI et al., 2017, MANFREDINI et
al., 2009, De La TORRE CANALES, 2018). Por isso, há uma significativa relação entre
DTM dolorosa, depressão e ansiedade (De La TORRE CANALES et al., 2018,
OSIEWICZ et al., 2020, KINDLER et al., 2012).
Almeida-Leite (2020) descreve que em situações de ameaça ou emergência,
problemas psicológicos podem desencadear uma cadeia de eventos que culminam em
maiores níveis de atividade simpática. Isso gera maior liberação de hormônios
adrenocorticoides que levam à vasoconstrição muscular e ao aumento de resistência
vascular periférica (ZIEGLER, 2004). Esses eventos podem perpetuar uma situação
onde o sistema estomatognático sofre um sobrecarga funcional, o que é comum a
pacientes com DTM.
Dantas et al., (2015) também apontam em seu estudo que a literatura é
consensual quando considera o estresse como um evento sistêmico que pode
influenciar a função mastigatória, relacionando que níveis aumentados de estresse
vivenciados pelo paciente podem elevar a tonicidade muscular da cabeça e do
pescoço. Além disso, ressaltou que a maioria dos pacientes com DTM apresentava
experiência tensional e bruxismo. São pacientes que necessitam de atenção especial,
tendo em vista o comprometimento físico e mental associado a essas condições.
A descalibração do sistema nervoso autônomo pode aumentar a atividade
simpática que gera distúrbios do sono. Se mantido este estado de descalibração, pode-
se gerar um ciclo de manutenção da dor, especialmente em pacientes vulneráveis
psicologicamente (MIGLIS, 2016). Enquanto alguns sintomas específicos do espectro
12

de ansiedade possam estar associados ao bruxismo do sono (POLMANN H et al.,


2019), no bruxismo em vigília, devido a fatores psicossociais como ansiedade e
estresse, há dificuldade de se identificar e descrever as sensações como causas
somáticas em sua ocorrência e manutenção (PRZYSTANSKA et al., 2019).
Segundo Quadri et al., (2015), pacientes com maiores níveis de estresse estão
seis vezes mais suscetíveis a relatarem bruxismo em vigília. Uma musculatura
contraída em pescoço e nuca estão relacionados a uma postura corporal de resposta
simpática de luta ou fuga. No entanto, a contração muscular exercida no bruxismo em
vigília poderia integrar um comportamento de defesa associado à ansiedade e ao
estresse (MARKER, 2017).
Tanto o bruxismo do sono como as DTMs são conhecidos por causarem danos
ao sistema mastigatório, mas pode ser estabelecido um elo entre ambos através de
sinais e sintomas. Assim, o estudo de Chen Chien et al., (2020) analisou 2 grupos de
pacientes, no primeiro os pacientes apenas com DTM, e no segundo os pacientes com
DTM associada ao bruxismo do sono. Pacientes que tiveram DTM associada com
bruxismo do sono relataram um número ou frequência significantemente maior de
comportamentos orais como apertamento, ranger de dentes e mascar durante as horas
de sono e de vigília em relação aos pacientes que tinham apenas DTM, com um nível
de significância menor que 5% (P = 0.0004).
Pacientes que possuíam DTM com bruxismo do sono exibiram
significativamente mais sinais e sintomas de dor de cabeça associadas à DTM,
comparados aos pacientes que apenas tinham DTM. Isto pôde ser comprovado com
um nível de significância menor que 5% (P = 0.045). Pacientes com bruxismo e DTM
comparados àqueles sem bruxismo apresentam hábitos orais mandibulares adicionais
que podem aumentar a atividade muscular mastigatória e levar a sinais e sintomas de
DTM. A dor de cabeça, atribuída à DTM, fica limitada a uma dor localizada nos
músculos temporais, tanto bilateralmente como unilateralmente. Este resultado mostra
que pacientes que exibem sinais e sintomas de dor de cabeça temporal são mais
predispostos a terem DTM associada ao bruxismo do sono do que apenas DTM.
Em estudo, de Costa et al., (2008) avaliaram a frequência de bruxismo em 3
pacientes diagnosticados com desarranjo interno da ATM, e foi encontrada a
frequência de três episódios de bruxismo naqueles que sofriam de dores de cabeça
comparados àqueles que não tinham dores de cabeça. Porque o sobre uso bilateral
13

do sistema mastigatório no bruxismo do sono pode ter um efeito sinérgico na DTM,


manifestada sob a forma de dor orofacial adicional.
Segundo Chen Chien et al., (2020), o bruxismo pode ser visto através de sinais
como a pressão em mandíbula e mastigar alimentos apenas de um lado, que podem
causar um esforço muscular de cabeça, pescoço e musculatura mastigatória, e
consequentemente o desalinhamento de mandíbula, ATM e estruturas associadas. E
a fim de realinhar o sistema estomatognático, os músculos masseter e pterigoideo
lateral podem, em contrapartida, ficar hiperativos e com sintomáticos com dor
miofascial, mialgia e condições musculoesqueléticas.
A prevalência de dor mandibular relacionada à DTM na população em geral é
alta (5%), e esses pacientes precisam de assistência em saúde (2%) (GOULET,
LAVIGNE e LUND, 1995). Além disso, o bruxismo do sono pode ser considerado um
fator de início e perpetuação da dor na DTM (American Academy of Sleep Medicine,
2005; FERNANDES at al., 2012). Foram demonstrados níveis significativos de dor
muscular pós-exercício, incitados por movimentos mastigatórios padronizados (ARIMA
et al., 1999).
Os pacientes com DTM reclamam mais de depressão e má qualidade de sono,
fatores esses relacionados à piora do quadro de dor facial (RILEY et al., 2001 e
YATANI et al., 2002). O sono corresponde a aproximadamente um terço de nossas
vidas, é essencial para a manutenção da saúde e é indispensável para a solidez da
mente e das emoções. Portanto, o sono desempenha um papel importante na
homeostase do corpo, além de estar relacionado ao ato de ranger (American Academy
of Sleep Medicine, 2005).
Em investigação sobre a oclusão dentária, pesquisadores examinaram
movimentos orofaciais da mastigação e apontam para o papel do sistema nervoso
central na atividade rítmica dos músculos da mastigação e do bruxismo do sono
(LAVIGNE et al., 2007). O distúrbio do sono é uma queixa clínica comum em diversos
distúrbios associados a dores crônicas (MOLDOFSKY, 2001, SMITH e BUENAVER,
2007). Alguns estudos confirmam que o sono está ligado à severidade da dor clínica
(DREWES et al., 2000 e GODER et al., 2003) ou à dor corporal generalizada como a
fibromialgia (MOLDOFSKY, 2001 e ROIZEMBLATT et al., 2001). Entre pacientes com
bruxismo do sono e dor miofascial mastigatória, houve mais queixas de distúrbios do
sono, e em poucos pacientes sinais de alteração na eficiência do sono menor que 85%
14

(CAMPARIS et al., 2006).


Dantas et al., (2015) sugerem a realização de estudos adicionais, especialmente
com amostras mais robustas, para averiguar o perfil dos pacientes e as relações de
causalidade entre DTM e fatores emocionais, uma vez que esses conhecimentos são
extremamente importantes clinicamente para compor um plano de tratamento eficaz.
Blanco Aguilera et al., (2014) suportam que há uma forte associação entre
relatos de bruxismo do sono, desordem muscular e a dor orofacial, mas apenas quando
a disfunção muscular estiver acompanhada de artralgia. Ou seja, o bruxismo do sono
desencadeia dor, desordem muscular, e está associado à artralgia. A autora e seus
colaboradores concluem que muitos pacientes interpretam a dor matinal pensando ser
bruxismo do sono (quando o ranger de dentes influencia diretamente mais sobre
deslocamentos de disco), embora na realidade estava mais relacionada com o
bruxismo em vigília (quando o apertamento influencia diretamente mais sobre a dor na
ATM, e com sintomas musculares).
De Siqueira et al., (2016) apontam que condições de dor persistente e crônica
podem estar associadas a cargas funcionais prolongadas no sistema nervoso central.
Em pacientes com dores crônicas, fatores como sensibilização central,
neuroplasticidade, disfunção do sistema descendente inibitório e anormalidades
psicológicas podem estar presentes. O estudo destaca também que é importante
considerar a idade e a presença de dor concomitante à queixa em diversas regiões do
corpo na avaliação de eficiência de sono em pacientes com dor associada à DTM, e
em pacientes com bruxismo do sono.
Chen Chien et al., (2020) mostram que a detecção do bruxismo do sono pode
prevenir a destruição dos tecidos duros e moles do aparato mastigatório e preservar a
saúde geral e oral do paciente.
No estudo de Dantas et al., 2015, é relatado que é justificável compreender a
participação do bruxismo na DTM, pois com a prevenção desse comportamento motor
através do controle de seus fatores etiológicos e de seu tratamento é possível aliviar a
dor orofacial, os sinais e os sintomas associados à DTM. Obtém-se assim, um
equilíbrio capaz de reconfigurar a relação entre as estruturas do sistema
estomatognático associadas à ATM, com fins de se obter um prognóstico favorável aos
pacientes.
Kuhn e Turp (2017) propõem que, independente da etiologia do bruxismo já
15

estabelecido, recomenda-se a terapia SMS (SMS therapy) que consiste em três


tópicos: 1 – Auto-observação, com o objetivo de chamar a atenção do paciente sobre
as atividades de apertamento e ranger durante as horas de vigília. O estudo de Emodi-
Perlaman e Eli (2021) também reforça esee método, ao indicar o monitoramento por
meio da Avaliação Ecológica Momentânea (AEM), que pode ser obtida por meio do
aplicativo BruxApp; 2 – Relaxamento muscular, através do aprendizado e performance
diária de uma técnica de relaxamento como estabilização muscular para melhorar a
percepção corporal e o manejo do estresse, segundo (DIEZEMANN, 2011); 3 – Terapia
com placa oclusal, cujo objetivo é a proteção das estruturas dentais da atrição e da
abfração, a proteção de reconstruções dentais contra danos e a proteção de estruturas
orais da sobrecarga. Assim, o paciente faz o uso de um dispositivo oral,
preferencialmente uma placa oclusal de Michigan durante o sono.
Harper (2016) reforça ainda que os dentistas e especialistas em dor orofacial
deveriam adotar pelo menos algumas das novas estratégias, tecnologias e protocolos
para tratamento remoto.
16

3 OBJETIVO

Verificar na literatura como o bruxismo pode participar na DTM, seja agravando


um quadro já instalado, ou até mesmo sendo um fator de risco para o desenvolvimento
da DTM.
17

4 METODOLOGIA

Para a construção desta revisão de literatura foi estabelecida a pergunta


norteadora: "Qual é a participação do bruxismo na DTM?" e, considerando a
relevância dessa parafunção em pacientes com DTM, buscou-se trazer o destaque
necessário para a confecção deste trabalho.

Foram definidas 3 palavras-chaves, utilizando os Descritores em Ciências da


Saúde (DeCs), sendo elas: “Bruxism” (Bruxismo), “Temporomandibular disorder”
(Disfunção temporomandibular) e “Orofacial pain” (Dor orofacial). O critério de inclusão
de busca foi o indicador booleano “AND” (E).

A busca por artigos para esta revisão foi feita nas bases de dados nacionais
Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciências da Saúde (LILACS). Foram selecionados artigos pertinentes ao tema, em
português, inglês e espanhol que apresentassem o texto completo. Foram incluídos
trabalhos do período de 2008 a 2021, totalizando 18 artigos para a confecção deste
trabalho.
18

5 DISCUSSÃO

Para Chow et. al (2019), é de se esperar que fatores psicológicos como podem
levar a um risco maior de desenvolvimento, agravamento e perpetuação do bruxismo
(principalmente o bruxismo em vigília) e da DTM. Segundo os autores, é por isso que
especialistas da dor orofacial devem estar cientes desse fato.
Outros autores ainda deram ênfase à etiologia do bruxismo ligada a tensões
emocionais, principalmente durante a pandemia de COVID-19: A descrença no
sistema de saúde para lidar com os casos, as preocupações de contágio, o medo da
morte, o aumento da higiene, os comportamentos restritivos, a falta de informação e a
desinformação que potencializaram a ansiedade e a depressão. Isso interferiu nas
atividades diárias, incluindo na qualidade de sono (QU e ZHOU, 2020; ASMUNDSON
e TAYLOR, 2020; BAO et al., 2020).
Por outro lado, Dantas et al., (2015) consideram a prevalência do bruxismo no
gênero feminino e a apresentação de tensão emocional elevada como quesitos mais
relevantes para compreender a presença de dor orofacial na DTM.
Já o estudo de Blanco Aguilera et al., (2014) afirma que na forma como o
bruxismo participa de diferentes subtipos de DTM, a desordem muscular associada ao
bruxismo em vigília exerceu mais influência na dor orofacial que os demais grupos de
DTM isoladamente (discopatia, artropatia e até mesmo a desordem muscular
isoladamente).
Segundo Calderan et al., (2014), das várias hipóteses propostas para explicar
o bruxismo do sono, a mais aceita suporta o papel do sistema nervoso central e do
sistema nervoso autônomo (SNA) na estimulação da atividade oromandibular durante
o sono. Para Lobbezoo et al., (1997); Gordis et al., (2008); Gatti et al., (2009);
Obayashi (2013), os mesmos afirmam que o SNA libera neurotransmissores no intuito
de reestabelecer a homeostasia, o que influencia na supressão ou exacerbação dos
movimentos do bruxismo. E os estudos de Vanderas et al., (1999) e de McCarley
(2007) mostraram a presença de dopamina e de catecolaminas em pacientes
bruxistas.
Essa mesma linha de pensamento ligada ao SNA é reforçada por de Siqueira
et al., (2016), o qual afirmam que o bruxismo do sono, como atividade motora da
19

mandíbula, também pode ser modulado pela influência de dor crônica no sistema
motor.
Contudo, de Siqueira et al., (2016) são mais específicos em relação à etiologia
e à distribuição do bruxismo do sono na DTM. Os autores são mais enfáticos quanto
ao papel da associação do bruxismo à dor difusa na DTM sobre a eficiência do sono,
quanto à idade do paciente (em que a média foi maior) e quando um tratamento de
DTM é conduzido de forma ineficaz.
Segundo Chen Chien et al., (2020), os clínicos são capazes de identificar as
causas primárias de sintomas do bruxismo e um prognóstico baseado na escolha de
tratamento (correção de postura do sono, redução de comportamentos orais, terapia
física, terapias aplicadas), para melhoria da condição.
Porém, Dantas et al., (2015) reforçam a necessidade de alternativas para
amenizar a sintomatologia através de um plano de tratamento adequado e efetivo, o
que contribuiria de maneira decisiva na qualidade de vida dos pacientes.
Segundo os estudos de (CARLSSON et al., 2002; MICHELOTTI et al., 2010 e
SIERWALD et al., 2015), o bruxismo constitui um fator de risco muito forte para o
desenvolvimento de disfunção temporomandibular, e o relaxamento muscular
progressivo é um método terapêutico útil e usual na terapia da dor (DIEZEMANN,
2011), particularmente em casos de tensão voltados à dor de cabeça, enxaqueca e dor
nas costas (LUKING e MARTIN, 2017), mas também em casos de dor orofacial
(AGGARWAL et al., 2011).
Já Kuhn e Turp (2017) consideram potenciais consequências negativas da
persistência do bruxismo na saúde dental e oral.
Harper (2016) propõe que terapia medicamentosa, meditação e mindfulness,
podem ajudar a lidar com a condição dolorosa de indivíduos bruxistas, reduzindo a
catastrofização e melhorando a qualidade de vida.
Emodi-Perlman e Eli (2021) consideram outra alternativa: A teleodontologia,
para oferecer vídeos demonstrativos de diferentes tipos de tratamento conservadores,
como a automassagem de áreas doloridas e tensas dos músculos mastigatórios,
dentre outras técnicas de relaxamento mandibular, exercícios coordenados,
alongamento e termoterapia.
Portanto, compreender sobre o controle dos fatores etiológicos, os tipos de
bruxismo existentes (primário, secundário, bruxismo do sono e bruxismo em vigília) e
20

seus métodos de diagnóstico, as formas de tratamento e de orientação ao paciente


influenciam diretamente na prevenção do desenvolvimento de DTM e seus subtipos,
principalmente na reversão de quadros clínicos que envolvam dor orofacial e tensão
muscular.
Desse modo, é possível através do entendimento da etiologia do bruxismo,
elaborar um plano de tratamento adequado que permita aliviar seus reflexos presentes
na DTM, proporcionar a melhoria da qualidade de vida do paciente de forma
minimamente invasiva, resgatar o equilíbrio entre os componentes do sistema
estomatognático e preservar a saúde.
21

6 CONCLUSÃO

Conferimos que a presença do bruxismo pode ser desencadeada por fatores


etiológicos relacionados à tensão emocional, ao estresse e à ansiedade, e que pode
potencializar ou predispor os sintomas da DTM.
22

7 REFERÊNCIAS

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