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CAMPO GRANDE
2023
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
CAMPO GRANDE
2023
Dedicatória
Dedico este trabalho a Deus e à minha família: Meus queridos pais, minha irmã
e meu irmão.
Agradecimentos
A Deus, que foi minha fortaleza desde o princípio para eu trilhar esta jornada,
dando-me os talentos do conhecimento, professores capacitados e empenhados na
excelência para me ensinarem o ofício da Odontologia.
À minha orientadora, Profa. Dra. Daisilene Baena Castillo, pela sua
colaboração, apoio, confiança, incentivo e paciência.
À minha irmã, por sempre compartilhar palavras de fé e de esperança e com
quem sempre pude contar, incentivando-me a seguir adiante e a acreditar no meu
sonho.
Ao meu irmão, grande referência e exemplo de profissional de saúde no qual
me espelho, e que me apoiou durante minha caminhada.
Aos meus pais, que sempre se dedicaram para proporcionar a mim toda a
estrutura, suporte material e emocional, para que eu tivesse condições favoráveis para
estudar.
À minha família, que sempre esteve ao meu lado torcendo pelo meu sucesso.
E a todos que direta ou indiretamente me ajudaram para esta formação tão
desejada.
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................. 8
3 OBJETIVO ..................................................................................... 16
4 METODOLOGIA.............................................................................17
5 DISCUSSÃO .................................................................................. 18
6 CONCLUSÃO ................................................................................ 21
7 REFERÊNCIAS .............................................................................. 22
8
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
Foi demonstrado que a ligação entre o gênero feminino e a DTM pode ser
justificada pelas condições fisiológicas inerentes às mulheres, como a maior lassidão
ligamentar e as condições hormonais que as tornam mais sensíveis em momentos de
tensão física e psíquica, além de dificultar a estabilidade da ATM (LAM, 2001). A
queixa principal que leva pacientes a procurarem serviços especializados em DTM e
em dor orofacial é a dor caracterizada como pulsátil (24%), pelo cansaço muscular
(20%) e pela sensação de pontada/agulhada (12%), e por sintomas como problemas
auditivos e sons articulares, dificuldade de falar, travamento da mandíbula e problemas
de estética (DANTAS et al., 2015).
Fatores psicossociais podem desenvolver e dar continuidade à DTM e há alta
prevalência de distúrbios psicológicos em pacientes que sofrem de distúrbios
relacionados aos músculos mastigatórios (MANFREDINI et al., 2017, MANFREDINI et
al., 2009, De La TORRE CANALES, 2018). Por isso, há uma significativa relação entre
DTM dolorosa, depressão e ansiedade (De La TORRE CANALES et al., 2018,
OSIEWICZ et al., 2020, KINDLER et al., 2012).
Almeida-Leite (2020) descreve que em situações de ameaça ou emergência,
problemas psicológicos podem desencadear uma cadeia de eventos que culminam em
maiores níveis de atividade simpática. Isso gera maior liberação de hormônios
adrenocorticoides que levam à vasoconstrição muscular e ao aumento de resistência
vascular periférica (ZIEGLER, 2004). Esses eventos podem perpetuar uma situação
onde o sistema estomatognático sofre um sobrecarga funcional, o que é comum a
pacientes com DTM.
Dantas et al., (2015) também apontam em seu estudo que a literatura é
consensual quando considera o estresse como um evento sistêmico que pode
influenciar a função mastigatória, relacionando que níveis aumentados de estresse
vivenciados pelo paciente podem elevar a tonicidade muscular da cabeça e do
pescoço. Além disso, ressaltou que a maioria dos pacientes com DTM apresentava
experiência tensional e bruxismo. São pacientes que necessitam de atenção especial,
tendo em vista o comprometimento físico e mental associado a essas condições.
A descalibração do sistema nervoso autônomo pode aumentar a atividade
simpática que gera distúrbios do sono. Se mantido este estado de descalibração, pode-
se gerar um ciclo de manutenção da dor, especialmente em pacientes vulneráveis
psicologicamente (MIGLIS, 2016). Enquanto alguns sintomas específicos do espectro
12
3 OBJETIVO
4 METODOLOGIA
A busca por artigos para esta revisão foi feita nas bases de dados nacionais
Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciências da Saúde (LILACS). Foram selecionados artigos pertinentes ao tema, em
português, inglês e espanhol que apresentassem o texto completo. Foram incluídos
trabalhos do período de 2008 a 2021, totalizando 18 artigos para a confecção deste
trabalho.
18
5 DISCUSSÃO
Para Chow et. al (2019), é de se esperar que fatores psicológicos como podem
levar a um risco maior de desenvolvimento, agravamento e perpetuação do bruxismo
(principalmente o bruxismo em vigília) e da DTM. Segundo os autores, é por isso que
especialistas da dor orofacial devem estar cientes desse fato.
Outros autores ainda deram ênfase à etiologia do bruxismo ligada a tensões
emocionais, principalmente durante a pandemia de COVID-19: A descrença no
sistema de saúde para lidar com os casos, as preocupações de contágio, o medo da
morte, o aumento da higiene, os comportamentos restritivos, a falta de informação e a
desinformação que potencializaram a ansiedade e a depressão. Isso interferiu nas
atividades diárias, incluindo na qualidade de sono (QU e ZHOU, 2020; ASMUNDSON
e TAYLOR, 2020; BAO et al., 2020).
Por outro lado, Dantas et al., (2015) consideram a prevalência do bruxismo no
gênero feminino e a apresentação de tensão emocional elevada como quesitos mais
relevantes para compreender a presença de dor orofacial na DTM.
Já o estudo de Blanco Aguilera et al., (2014) afirma que na forma como o
bruxismo participa de diferentes subtipos de DTM, a desordem muscular associada ao
bruxismo em vigília exerceu mais influência na dor orofacial que os demais grupos de
DTM isoladamente (discopatia, artropatia e até mesmo a desordem muscular
isoladamente).
Segundo Calderan et al., (2014), das várias hipóteses propostas para explicar
o bruxismo do sono, a mais aceita suporta o papel do sistema nervoso central e do
sistema nervoso autônomo (SNA) na estimulação da atividade oromandibular durante
o sono. Para Lobbezoo et al., (1997); Gordis et al., (2008); Gatti et al., (2009);
Obayashi (2013), os mesmos afirmam que o SNA libera neurotransmissores no intuito
de reestabelecer a homeostasia, o que influencia na supressão ou exacerbação dos
movimentos do bruxismo. E os estudos de Vanderas et al., (1999) e de McCarley
(2007) mostraram a presença de dopamina e de catecolaminas em pacientes
bruxistas.
Essa mesma linha de pensamento ligada ao SNA é reforçada por de Siqueira
et al., (2016), o qual afirmam que o bruxismo do sono, como atividade motora da
19
mandíbula, também pode ser modulado pela influência de dor crônica no sistema
motor.
Contudo, de Siqueira et al., (2016) são mais específicos em relação à etiologia
e à distribuição do bruxismo do sono na DTM. Os autores são mais enfáticos quanto
ao papel da associação do bruxismo à dor difusa na DTM sobre a eficiência do sono,
quanto à idade do paciente (em que a média foi maior) e quando um tratamento de
DTM é conduzido de forma ineficaz.
Segundo Chen Chien et al., (2020), os clínicos são capazes de identificar as
causas primárias de sintomas do bruxismo e um prognóstico baseado na escolha de
tratamento (correção de postura do sono, redução de comportamentos orais, terapia
física, terapias aplicadas), para melhoria da condição.
Porém, Dantas et al., (2015) reforçam a necessidade de alternativas para
amenizar a sintomatologia através de um plano de tratamento adequado e efetivo, o
que contribuiria de maneira decisiva na qualidade de vida dos pacientes.
Segundo os estudos de (CARLSSON et al., 2002; MICHELOTTI et al., 2010 e
SIERWALD et al., 2015), o bruxismo constitui um fator de risco muito forte para o
desenvolvimento de disfunção temporomandibular, e o relaxamento muscular
progressivo é um método terapêutico útil e usual na terapia da dor (DIEZEMANN,
2011), particularmente em casos de tensão voltados à dor de cabeça, enxaqueca e dor
nas costas (LUKING e MARTIN, 2017), mas também em casos de dor orofacial
(AGGARWAL et al., 2011).
Já Kuhn e Turp (2017) consideram potenciais consequências negativas da
persistência do bruxismo na saúde dental e oral.
Harper (2016) propõe que terapia medicamentosa, meditação e mindfulness,
podem ajudar a lidar com a condição dolorosa de indivíduos bruxistas, reduzindo a
catastrofização e melhorando a qualidade de vida.
Emodi-Perlman e Eli (2021) consideram outra alternativa: A teleodontologia,
para oferecer vídeos demonstrativos de diferentes tipos de tratamento conservadores,
como a automassagem de áreas doloridas e tensas dos músculos mastigatórios,
dentre outras técnicas de relaxamento mandibular, exercícios coordenados,
alongamento e termoterapia.
Portanto, compreender sobre o controle dos fatores etiológicos, os tipos de
bruxismo existentes (primário, secundário, bruxismo do sono e bruxismo em vigília) e
20
6 CONCLUSÃO
7 REFERÊNCIAS
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