Estudo Dirigido - Hiperssensibilidade, Tumor, Transplante
Estudo Dirigido - Hiperssensibilidade, Tumor, Transplante
Estudo Dirigido - Hiperssensibilidade, Tumor, Transplante
CURSO DE BIOMEDICINA
Imunologia
Tipos de Hipersensibilidade
Passos
2023
HIPERSENSIBILIDADE TIPO I
A Hipersensibilidade tipo I chamada imediata ou hipersensibilidade anafilática, acontece
normalmente em torno de minutos para o período de exposição ao antígeno. É mediada por
IgE e o seu componente primário é o mastócito ou basófilo, a reação pode ser amplificada
ou modificada pelas plaquetas, neutrófilos e eosinófilos. Localmente se nota um acúmulo de
mastócito e eosinófilos. Então a reação produz IgE, em resposta aos alérgenos e possui
afinidade por seu receptor em mastócitos e basófilos, em constante exposição o mesmo
alérgeno se cruza com IgE que está ligado as células e dessa forma, acontece a liberação de
substâncias farmacologicamente ativas, essa ligação entre Fc de IgE é importante para a
estimulação de mastócitos. Quando se tem um aumento do fluxo de cálcio acontece a
degranulação dos mastócitos que irá liberar agentes causadores de vários efeitos, como a
histamina, triptase e entre outros.
Asma - Mastócitos localizados nas submucosas das vias aéreas inferiores. Pólen, poeira,
substâncias químicas, antígenos virais. Há um aumento de muco, constrição brônquica e
dificuldade na respiração. Na asma tem-se uma resposta aguda, o mastócito libera as
citocinas, recrutam outras células do sistema imune, levando a uma inflamação que pode
gerar uma obstrução de vias aéreas.
Dermatite de Contato - Ocorrência do contato de um alérgeno (látex, fragrâncias, produtos
químicos) na pele que desencadeia resposta inflamatória. Quando há um contato menos
atenuado, correlaciona com a hipersensibilidade tipo 1, desencadeando a produção de IgE,
seguida da liberação de mastócitos que irá desgranular e liberar mediadores inflamatórios
para inflamação imediata. Porém, quando há uma reação intermitente, associa-se com a
hipersensibilidade tipo 4, havendo o reconhecimento do alérgeno por uma APC, seguida da
interação com linfócito T (MHC-II), liberação de citocinas e ativação da resposta
inflamatória.
Teste Alergênico/ Prink Test - Feito no braço na face anterior, esse teste é usado verificar
alergias alimentares e respiratórias, principalmente. É aplicado gotas do alérgeno na face
anterior do braço, depois é a pele será superficialmente perfurada com uma lanceta
descartável. Após 20 min verifica-se se houve pápula (semelhante a picada de mosquito) na
pele. É um procedimento indolor e rápido. As principais alergias testadas: camarão,
amendoim, ovo, leite, ácaro, poeira, picada de inseto.
HIPERSENSIBILIDADE TIPO II
Pênfigo Vulgar - O pênfigo vulgar é uma doença autoimune caracterizada pela formação de
bolhas na pele e nas membranas mucosas. É causado por autoanticorpos que atacam as
proteínas de aderência das células da pele, resultando em separação das camadas da
epiderme. A hipersensibilidade refere-se a uma resposta imunológica exagerada a um
antígeno específico. Existem quatro tipos principais de hipersensibilidade, denominadas tipo
I, tipo II, tipo III e tipo IV. O pênfigo vulgar está associado principalmente à
hipersensibilidade tipo II. Na hipersensibilidade tipo II, os autoanticorpos produzidos pelo
sistema imunológico reconhecem e se ligam a antígenos específicos presentes nas células e
tecidos do organismo. Nesse caso, os autoanticorpos presentes no pênfigo vulgar
reconhecem e se ligam às proteínas de aderência das células da pele, resultando em danos à
estrutura das células epiteliais. Isso leva à separação das camadas da epiderme e à
formação de bolhas características da doença. Portanto, a hipersensibilidade tipo II está
diretamente relacionada ao desenvolvimento do pênfigo vulgar, já que os autoanticorpos
produzidos durante essa reação imunológica anormal atacam as proteínas de aderência das
células da pele, causando lesões cutâneas características da doença.
Anemia Hemolítica Autoimune - É uma condição em que o sistema imunológico ataca e
destrói os glóbulos vermelhos do próprio organismo. Essa destruição pode ser mediada por
autoanticorpos que se ligam às células vermelhas do sangue e desencadeiam sua destruição
pelos macrófagos, principalmente no baço. A anemia hemolítica autoimune está associada à
hipersensibilidade tipo II, também conhecida como hipersensibilidade citotóxica ou mediada
por anticorpos. Nesse tipo de hipersensibilidade, os autoanticorpos (geralmente do tipo IgG
ou IgM) são produzidos pelo sistema imunológico e se ligam às células do organismo. No
caso da anemia hemolítica autoimune, os autoanticorpos se ligam às membranas dos
glóbulos vermelhos. Quando os autoanticorpos se ligam às células vermelhas do sangue,
eles podem desencadear uma resposta imune, levando à fagocitose (destruição) dos
glóbulos vermelhos pelos macrófagos do sistema reticulo endotelial, especialmente no
baço. Isso resulta em uma redução no número de glóbulos vermelhos circulantes, levando à
anemia. Os sintomas da anemia hemolítica autoimune podem incluir fadiga, fraqueza,
palidez, icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos devido à liberação de bilirrubina
dos glóbulos vermelhos destruídos) e aumento do baço (esplenomegalia). O diagnóstico da
condição envolve a detecção de autoanticorpos e a confirmação da destruição dos glóbulos
vermelhos.
Eritroblastose Fetal - A eritroblastose fetal, também conhecida como doença hemolítica do
recém-nascido, ocorre quando há incompatibilidade entre os grupos sanguíneos materno e
fetal. É uma condição em que os anticorpos maternos, geralmente do tipo IgG, atravessam a
placenta e atacam os glóbulos vermelhos do feto. A eritroblastose fetal está relacionada à
hipersensibilidade tipo II, também conhecida como hipersensibilidade citotóxica ou mediada
por anticorpos. Nesse tipo de hipersensibilidade, os autoanticorpos (no caso da
eritroblastose fetal, os anticorpos maternos) se ligam aos antígenos presentes nas células do
organismo (glóbulos vermelhos fetais). Quando a mãe tem um tipo sanguíneo Rh negativo e
o feto tem um tipo sanguíneo Rh positivo, por exemplo, pode ocorrer sensibilização
materna durante a primeira gravidez. Isso significa que a mãe desenvolve anticorpos anti-Rh
(anticorpos contra o antígeno Rh presente nos glóbulos vermelhos fetais) em resposta à
exposição aos glóbulos vermelhos fetais que foram liberados na circulação materna durante
a gravidez ou no momento do parto. Se a mãe engravidar novamente de um feto com o
mesmo tipo sanguíneo Rh positivo, os anticorpos maternos atravessam a placenta e atacam
os glóbulos vermelhos do feto. Isso pode levar à destruição dos glóbulos vermelhos fetais e
à liberação de bilirrubina, resultando em anemia grave, icterícia (coloração amarelada da
pele e dos olhos) e outros problemas de saúde no feto. O diagnóstico da eritroblastose fetal
envolve a análise dos grupos sanguíneos materno e fetal, bem como a detecção de
anticorpos específicos no sangue materno. O tratamento pode envolver transfusões de
sangue para o feto intrauterino ou após o nascimento, dependendo da gravidade da
condição. Portanto, a eritroblastose fetal está correlacionada com a hipersensibilidade tipo
II, em que os anticorpos maternos, especificamente os anticorpos anti-Rh, atacam os
glóbulos vermelhos do feto, causando danos e complicações graves.
Reação Transfusional - A reação transfusional é uma resposta adversa que ocorre quando o
sistema imunológico do receptor reconhece os componentes sanguíneos transfundidos
como estranhos e desencadeia uma resposta imunológica para combatê-los. Essa resposta
pode ser mediada por diferentes tipos de hipersensibilidade, dependendo dos mecanismos
envolvidos. A hipersensibilidade tipo I, também conhecida como hipersensibilidade imediata
ou alérgica, pode estar envolvida em algumas reações transfusionais. Nessa forma de
hipersensibilidade, a exposição a um antígeno específico (nesse caso, componentes
sanguíneos transfundidos) desencadeia uma resposta imunológica rápida e exagerada. A
resposta imune é mediada pela liberação de substâncias inflamatórias, como histamina,
pelos mastócitos e basófilos, levando a sintomas como urticária, prurido, vermelhidão da
pele, dificuldade respiratória e, em casos mais graves, anafilaxia. Além disso, a
hipersensibilidade tipo II, também conhecida como hipersensibilidade citotóxica, pode
ocorrer em reações transfusionais. Nesse tipo de hipersensibilidade, os anticorpos
presentes no receptor se ligam aos antígenos dos glóbulos vermelhos transfundidos e
desencadeiam sua destruição pelos macrófagos e células natural killer (NK). Isso pode levar
à anemia hemolítica aguda, caracterizada por icterícia, hemoglobinúria (presença de
hemoglobina na urina) e, em casos graves, insuficiência renal. Além disso, a
hipersensibilidade tipo III, também conhecida como hipersensibilidade imunocomplexa,
pode estar envolvida em reações transfusionais. Nesse tipo de hipersensibilidade, os
complexos imunes formados pela interação entre os antígenos transfundidos e os
anticorpos presentes no receptor podem se depositar nos tecidos e desencadear uma
resposta inflamatória localizada. Isso pode levar a sintomas como febre, calafrios, dor nas
articulações, erupções cutâneas e danos em órgãos específicos. É importante ressaltar que
as reações transfusionais são eventos raros, graças aos rigorosos testes de compatibilidade
e triagem realizados antes das transfusões de sangue. No entanto, em casos em que
ocorrem reações, a hipersensibilidade tipo I, tipo II ou tipo III podem estar envolvidas,
desencadeando diferentes respostas imunológicas e sintomas clínicos.
Por fim, a tipo IV ou hipersensibilidade tardia, a qual é mediada por linfócitos T, envolvendo
mecanismos efetores de células TCD4 e células TCD8, então é mediada tanto CD8 quanto
por CD4, o que pode levar a uma inflamação mediada por ativação de macrófagos e
citocinas, essa reação ocorre 24 a 48 horas após a exposição a um antígeno, alguns
exemplos são a dermatite de contato, teste cutâneo de tuberculina e a rejeição de
transplantes.