TCC HenriqueRRissato
TCC HenriqueRRissato
TCC HenriqueRRissato
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HENRIQUE RODRIGUES RISSATO
Trabalho de Graduação
apresentado ao Departamento
de Engenharia Química da
Universidade Federal de São
Carlos, para obtenção do título
de bacharel em Engenharia
Química.
2
AGRADECIMENTOS
3
RESUMO
4
ABSTRACT
5
LISTA DE FIGURAS
6
LISTA DE SIGLAS E NOMES
7
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9
2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 10
2.1 Objetivos Específicos ....................................................................................... 10
3. GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL ................................................................ 11
3.1 Princípios básicos de gestão ambiental ........................................................... 11
3.2 Tipos de práticas sustentáveis ......................................................................... 15
3.3 Sustentabilidade empresarial no Brasil ............................................................ 16
4. DIRETRIZES ESG (MEIO AMBIENTE, SOCIAL E GOVERNANÇA) .................... 17
4.1 Origem e fundamentos ..................................................................................... 17
4.2 ESG no brasil ................................................................................................... 21
5. ESTUDOS DE CASO ............................................................................................ 22
5.1 Ambev Vidros ................................................................................................... 22
5.1.1 Introdução .................................................................................................. 22
5.1.2 Análise do processo de reciclagem do vidro .............................................. 24
5.1.3 Impactos positivos ..................................................................................... 28
5.2 Raízen: Etanol de 2ª Geração.......................................................................... 30
5.2.1 Introdução .................................................................................................. 30
5.2.2 Análise do processo de fabricação de E2G ............................................... 31
5.2.3 Impactos positivos ..................................................................................... 34
6. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 36
7. BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 37
8
1. INTRODUÇÃO
9
2. OBJETIVOS
10
3. GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL
3.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS DE GESTÃO AMBIENTAL
Gestão ambiental pode ser definida de diversas formas. Para Dias, Zavaglia e
Cassar (2003), gestão ambiental é a expressão utilizada para se denominar a gestão
empresarial que se orienta para evitar, na medida do possível, problemas para o
meio ambiente.
Para Barbieri (2004), gestão ambiental é caracterizada por diferentes
atividades administrativas e operacionais realizadas pela empresa para abordar
problemas ambientais decorrentes da sua atuação ou para evitar que eles
aconteçam no futuro.
A gestão ambiental empresarial é direcionada principalmente para
organizações, como companhias, corporações, firmas, empresas ou instituições. Ela
pode ser descrita como um conjunto de políticas, programas e práticas
administrativas e operacionais que priorizam a saúde e a segurança das pessoas,
além da proteção do meio ambiente. Seu objetivo é eliminar ou minimizar impactos e
danos ambientais decorrentes de atividades empresariais, abrangendo todas as
fases do ciclo de vida de um produto.
O princípio de sustentabilidade é um dos pilares fundamentais da gestão
ambiental empresarial e refere-se à capacidade de atender às necessidades
presentes sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atenderem às
suas próprias necessidades. Essa definição foi apresentada pela primeira vez no
Relatório "Our Common Future", também conhecido como Relatório Brundtland,
publicado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU
em 1987. O relatório enfatiza a importância de adotar práticas sustentáveis para
garantir a conservação dos recursos naturais, a proteção do meio ambiente e a
promoção do bem-estar social e econômico a longo prazo.
Em 1993, criou-se um conjunto de normas internacional que estabelece
diretrizes para sistemas de gestão ambiental em empresas e organizações, a NBR
ISO 14000. Essas normas permitem a uma organização desenvolver uma estrutura
de proteção ao meio ambiente e ter respostas rápidas às mudanças de condições
ambientais. Segundo a ISO 14000, a adoção de um sistema de gestão ambiental
requer a definição clara de competências e responsabilidades referentes à gestão
ambiental empreendida na organização (JABBOUR, 2012).
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Segundo a NBR-ISO 14004, uma de suas normas, os princípios e elementos
de um sistema de gestão ambiental incluem:
O SGA seguindo as normas da NBR ISO 14001 pode ser definido como um
ciclo, se iniciando com a definição da empresa das suas políticas ambientais,
seguido de um planejamento, para implemantação, ações corretivas, análise crítica,
a fim de atingir a melhoria contínua, sendo explicado simplificadamente da seguinte
maneira, na Figura 1:
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Figura 1: Ciclo de um SGA seguindo normas NBR ISO 14001:
Análise da Melhoria
Administração Contínua
Implementação Políticas
e Operação Ambientais
Verificações e
Ações Planejamento
Corretivas
Além das normas ISO 14001 e 14004, existem outras normas que englobam
a ISO 14000, como:
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organização. Seguindo essas diretrizes, sua empresa pode determinar e
avaliar indicadores de desempenho ambiental e desenvolver estratégias para
melhorá-los.
ISO 14040 - Análise de Ciclo de Vida (ACV): Essa norma orienta a realização
da Análise de Ciclo de Vida de produtos, processos e serviços de uma
organização. Isso ajuda a compreender os aspectos e impactos ambientais
gerados em todas as etapas, desde a extração de recursos naturais até a
disposição final de resíduos e rejeitos.
Guia ISO 64 - Considerações Ambientais em Normas Técnicas: Oferece
orientações sobre questões e aspectos ambientais que devem ser
considerados por aqueles que elaboram normas técnicas para produtos. Isso
ajuda a garantir que essas normas contribuam para a redução de impactos
ambientais em seus processos produtivos.
Além dos objetivos citados das normas ISO 14000, é possível observar outros
possíveis caminhos para se seguir; Tachizawa et. al (2002) pontua alguns:
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divulgação de relatórios de sustentabilidade, que apresentam as ações da empresa
em relação ao meio ambiente e à sociedade, proporcionando maior transparência
para os stakeholders. Segundo o estudo da consultoria KPMG de 2020, 93% das
250 maiores empresas globais já relatam informações sobre sustentabilidade em
seus relatórios anuais, demonstrando um compromisso crescente com a
transparência.
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transparência com seus acionistas. A fim explicar de forma prática, cada pilar do
ESG pode ser melhor entendido através de temas, como mostrado na Tabela 1:
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Figura 2: 17 plataformas do SDG
5. ESTUDOS DE CASO
5.1 AMBEV VIDROS
5.1.1 INTRODUÇÃO
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maior empresa de bebidas do mundo.
A Ambev produz mais de 200 rótulos diferentes, incluindo cervejas,
refrigerantes, energéticos, sucos, chás e água. Os produtos da empresa estão
presentes em 19 países e são fabricados em 32 cervejarias e 2 maltarias no Brasil,
contando com 35 mil colaboradores, 100 centros de distribuição direta e 6 centros de
excelência no país. Podemos ver na Figura 3 o mapa do Brasil com as unidades
fabris da Ambev destacadas abaixo.
Fonte: Ambev
23
Para facilitar a troca do produto, a companhia investiu na instalação de mais de 900
máquinas de coleta por todo o país, e em 2017, essas máquinas coletaram mais de
100 milhões de vasilhames. Atualmente, aproximadamente 1 em cada 4 garrafas
vendidas nos mercados já é retornável.
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A coleta desses cacos de vidros partem de iniciativas realizadas pela Ambev
em colaboração com empresas que atuam no ramo de coleta seletiva. A coleta
acontece em diversas partes do país, contando com a profissionalização dessas
empresas advinda de um investimento por parte da Ambev.
Esses cacos coletados são levados para a fábrica através de malhas
logísticas próprias e parceiras. Em 2018, foram coletadass cerca de 54000 toneladas
de cacos de vidros, provindos das empresas cooperativas e de fábricas Ambev.
Em seguida, temos a separação, uma das etapas mais importantes do
processo (LEMOS, 2012). Os cacos de vidro que serão reutilizados não podem
apresentar contaminantes (metais, rótulos, materiais orgânicos, entre outros), pois
esses materiais podem prejudicar a etapa de derretimento dos cacos no forno de
fusão, e assim comprometendo o produto final.
Esses cacos de vidros são tratados de diversas formas (separadores
magnéticos, separação manual, correntes de ar comprimido), e por sequência, são
submetidos a limpeza. Além disso, esses cacos de vidros passam por uma
separação por cor, visto que uma produção de garrafa de uma determinada cor
necessita de cacos dessa mesma coloração.
Após esses processos, os cacos são submetidos a uma moagem contínua,
em um moedor, reduzindo seu tamanho a uma granulometria uniforme e ideal para
os próximos processos. A Figura 5 mostra como seria esse moedor de cacos.
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Figura 7: Feeders industriais
Fonte: Raízen
32
microrganismo presente. No entanto, ao buscar a máxima eficiência, surge o desafio
de otimizar as temperaturas ideais para as duas etapas (fermentação e hidrólise),
visto que elas diferem (OLIVEIRA, 2012).
Há diversas possibilidades de configurações para conduzir a fermentação dos
hidrolisados. Isso pode envolver diferentes sistemas, como alimentação em batelada
ou CSTR (“continuous stirred-tank reactor”), além da escolha dos microrganismos a
empregar, podendo ser leveduras, bactérias ou fungos. O mais comum é a
configuração em batelada junto da levedura Sacharomyces cerevisiae, visto que é
um processo já consolidado no Brasil vide a produção de etanol 1° geração (CARLI,
2011). Pesquisas têm sido conduzidas no sentido de identificar leveduras capazes
de realizar a fermentação das pentoses de forma natural, Isso inclui de linhagens
recombinantes da própria Sacharomyces cerevisiae (RABELO, 2010). A Figura 10
mostra como seria realizado a fermentação.
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frequentemente destilado junto com o vinho resultante do processo de primeira
geração na mesma torre. Isso gera eficiências nas operações das torres e na
aquisição de equipamentos (MARTINS, 2018).
A separação do etanol ocorre em duas fases de destilação. Na primeira torre,
o vinho é destilado, produzindo o flegma como destilado e a vinhaça como produto
de fundo. O calor da vinhaça é reaproveitado para aquecer a corrente de entrada de
vinho, e a vinhaça é direcionada para uso como fertilizante ou para a produção de
biogás. Por outro lado, o flegma, um destilado rico em etanol e água, é submetido a
uma segunda destilação para obter o etanol hidratado como destilado e a flegmaça
como produto de fundo. No caso da produção de etanol anidro, uma etapa adicional
de desidratação por ciclohexano se faz necessária (TEIXEIRA, 2016). A Figura 11
mostra torres de destilação de uma usina sucroalcooleira.
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bilhões por meio de um Certificado de Recebimento do Agronegócio (CRA) para
serem exclusivamente aplicados na expansão de suas plantas de E2G, o que mostra
o compromisso do mercado financeiro para o aumento da produção desse
biocombustível.
Além disso, é mostrado que a emissão de CO2 é 30% menor em comparação
a produção de etanol tradicional e que o potencial de produção aumentou 50% com
a mesma quantidade de área plantada de cana-de-açúcar (RAÍZEN, 2023).
Em março de 2022, a Raízen divulgou o primeiro Programa de Aprendizagem
focada em E2G no mundo, visando profissionalizar colaboradores e membros das
comunidades locais (cerca de 900 vagas) para atuarem em suas plantas, trazendo
uma conexão da empresa com a sociedade próxima.
O relatório ainda diz que, nesse ano (2023), 5 plantas focadas na produção
de E2G iniciaram sua construção, e, quando entrarem em operação, produzirão mais
de 246 milhões de litros anualmente, consolidando de vez o mercado de ESG na
companhia.
Em 2023, a Raízen foi eleita a 11° empresa com a melhor percepção de ESG
do Brasil, através do levantamento realizado pela Insight Comunicação em parceria
com a Fundação Getúlio Vargas, citado anteriormente (Insight Comunicação, 2023).
Pode-se dizer que o E2G tem um papel fundamental nessa classificação.
A Raízen traz uma outra iniciativa, que é o “Prêmio Parceiro Raíz”, que avalia
o desempenho relacionado as diretrizes ESG de empresas parceiras e reconhece as
empresas com os maiores impactos.
Atualmente, em setembro 2023, a Raízen contém 1,139% de participação na
composição do ISE, sendo a 43º com maior participação no índice (B3,2023).
Pode-se dizer que, com o levantamento realizado, o incetivo da produção do
E2G se conecta diretamente com diversas plataformas dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável que direcionam as diretrizes ESG, como “Energia
limpa” (SDG 7), visto que se trata de um biocombustível renovável, “Indústria,
Inovação e Infraestruturas” (SDG 9), sendo, atualmente, como a única empresa no
mundo que atingiu uma produção em larga escala do E2G, “Consumo e Produção
Responsáveis” (SDG 12), e “Parcerias e Meios de Implementação” (SDG 17),
trazendo uma profissionalização de colaboradores com a sociedade próxima.
No estudo de caso de caso de E2G da Raízen, também é possível ver a
35
correlação com a NBR ISO 14000, desde sua implementação, medindo e avaliando
resultados, como mostrado, e aprimorando seu sistema de gestão ambiental,
aumentando a cada ano sua produção de biocombustível e com projetos de
desenvolvimento de novas fábricas.
6. CONCLUSÕES
7. BIBLIOGRAFIA
CNN. Cervejaria AB InBev vai trocar comando global, 2020 . Disponível em:
https://www.cnnbrasil.com.br/economia/cervejaria-ab-inbev-vai-trocar-comando-
global/. Acesso em 01 ago. 2023.
38
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administração. Da competitividade a sustentabilidade. Ed. Alínea, 2003.
HART, Stuart L.; Strategies for a sustainable world, Harvard Business Review,
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MOSIER, N., WYMAN, C., DALE, B., ELANDER, R., Lee, Y.Y., HOLTZAPPLE, M.,
LADISCH, M. Features of promising technologies for pretreatment of
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PINTO, Luiz Fernando da Silva, 2002. Gestão Cidadã: ações estratégicas para a
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https://pt.scribd.com/fullscreen/16876740?access_key=key16pe23pd759qalbnx2pv.
Acesso em: 13 jul. 2023.
40
ROSA, S. E. S.; GARCIA, J. L. F. O etanol de segunda geração: limites e
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UNGARETTI, Marcella. ESG de A a Z: Tudo o que você precisa saber sobre o tema.
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https://conteudos.xpi.com.br/esg/esg-de-a-a-z-tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-
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2010 – Technology, Potential and Costs. Norwegian University of Science and
Technology, Trondheim, 2005.
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