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UM GUIA PRÁTICO PARA INFERIR A MATRIZ INSUMO-PRODUTO BRASILEIRA


: VERSÃO SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS 2010 [A PRACTICAL GUIDE TO
INFERING THE BRAZILIAN INPUT-OUTPUT MATRIX: 2010's ....

Preprint · April 2021


DOI: 10.13140/RG.2.2.18891.95528/1

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Alexandre Ricardo de Aragão Batista


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UM GUIA PRÁTICO PARA INFERIR A MATRIZ INSUMO-PRODUTO BRASILEIRA A PARTIR DO SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS DESDE 2010 [A PRACTICAL GUIDE TO INFERING
THE BRAZILIAN INPUT-OUTPUT MATRIX FROM THE NATIONAL ACCOUNTING SYSTEM SINCE 2010] View project

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UM GUIA PRÁTICO PARA INFERIR A MATRIZ
INSUMO-PRODUTO BRASILEIRA :
VERSÃO SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS 2010

Alexandre Ricardo de Aragão Batista

São Paulo - SP
2021
Um Guia Prático Para Inferir a Matriz Insumo-Produto Brasileira:
Versão Sistema de Contas Nacionais 2010
Autor: Alexandre Ricardo de Aragão Batista
Primeira Versão/2021
São Paulo – SP
2021
Produzido no Libre Office Versão: 6.2.2.2 (x64)

Advertência!
Este guia mostra um método de inferir uma matriz de Insumo-Produto a partir das novas
metodologias constadas no Sistema de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística. O autor não se responsabiliza por eventuais consequências advindas dos usos das tabelas
confeccionadas a partir da metodologia divulgada.
AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), à Coordenação


de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), à Universidade de São Paulo (USP), à
todos da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA – USP), ao
pessoal do Núcleo de Economia Regional e Urbana da USP (NEREUS), à todos Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp), àqueles que me apoiaram na Universidade Federal de Santa
Maria (UFSM) e Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Agradeço também a todos os professores, amigos e familiares que me apoiaram.
Agradeço a você leitor, pelo interesse.
Agradecimento especial ao meu dog Salsicha.
Dedico todas minhas pesquisas à minha
mãe.
APRESENTAÇÃO

Este guia vem substituir o anterior “Um guia prático para inferir a Matriz Insumo-Produto
brasileira a partir do sistema de contas nacionais desde 2020”. Algumas mudanças em relação ao
texto prévio ficam claras quando se avalia a forma de organização. Esta versão adotou um formato
mais direcionado a um livro técnico do que um artigo. Talvez isso ajude o leitor a entender melhor
os procedimentos.
O título também foi modificado, no intuito de mostrar maior clareza da dinamicidade
metodológica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no que tange manuseios de
dados. Outras mudanças são mais importantes. Estas dizem respeito à forma com que são
calculados os fluxos de valores de variáveis, principalmente àqueles relacionados às margens de
transporte e comércio, bem como o consumo das famílias na matriz Setores x Setores. Com tais
correções, os resultados se aproximam em quase 100% às matrizes providas pelo Núcleo de
Economia Regional e Urbana da Universidade de São Paulo (Nereus). Eu chamaria este trabalho de
versão não-oficial de construção prática de tais matrizes.
Devo lembrar que este guia perde por completo sua utilidade se um guia oficial for
disponibilizado ao público, uma vez que foi elaborado justamente para suprir essa lacuna que acaba
por dificultar muitos pesquisadores brasileiros desejosos de construir tais matrizes. Com este guia,
espera-se eliminar ou, ao menos, reduzir a dependência da disponibilidade das tabelas de insumo-
produto nacionais seja por parte do IBGE ou do Nereus, ao menos até a próxima mudança
metodológica.
Para quaisquer comentários ou sugestões, o autor pode ser contatado em
[email protected] .

São Paulo, 27 de janeiro de 2021.


Alexandre Ricardo de Aragão Batista1

1Doutorando em Economia do Desenvolvimento pela FEA-USP


Mestre em Ciências Econômicas pelo IE-Unicamp
Bacharel em Ciências Econômicas pela FEA-USP
Bacharelando em Matemática Aplicada e Computacional pelo IME-USP
Complementação pedagógica em Matemática pela UNICSUL (em andamento)
SUMÁRIO
1. Introdução.........................................................................................................................................7
2. Breve Revisão de Literatura.............................................................................................................9
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto...........................................................12
3.1 Coleta, Tratamento de Dados e Layout de uma Matriz Insumo-Produto................................12
3.2 Elaboração da Matriz de Usos PxS..........................................................................................17
3.3 Matriz de Usos SxS..................................................................................................................38
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................................48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................................50
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

1. Introdução
Dos conceitos comuns definidores do que é Economia, aquele declarado como
uma alocação eficiente de recursos entre fins e meios alternativos é bastante encontrado
em manuais de introdução a esta ciência. Na prática, para que esta alocação seja
efetivada é preciso saber de onde tais recursos vêm e para onde vão entre os agentes
econômicos, sejam estes representados em formas individuais ou agregados.
Além disso, os recursos podem ser tangíveis ou intangíveis, com vários tipos de
mensurações. Ao se utilizar os valores monetários como proxy das mais variadas
métricas, pode-se elaborar diagramas formais que facilitam a previsibilidade econômica.
Uma destas formações é a Matriz Insumo-Produto (MIP) desenvolvida por Leontief
(1906-1999) cujas relações entre produtos e setores facilitam ainda hoje a vida de
pesquisadores e interessados.
A Matriz Insumo-Produto tem várias vantagens além de mostrar relações
intersetorias ou interprodutos. Esta, por exemplo, ainda detêm identidades
macroeconômicas ao se incorporarem demandas finais que incluem consumo do
governo, família, etc.. A partir dela, demais métodos podem ser desenvolvidos tais
como o índice de Rasmussen-Hirschman, o Campo de Influência e outros. Seu ponto
forte, sem dúvida, é a apresentação dos fluxos de valores.
A MIP é elaborada, no Brasil, oficialmente, pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) desde a década de 1970. Contudo, nem sempre está disponível com
dados atuais, de modo que sua divulgação, neste presente momento, ocorre a cada cinco
anos. Isto significa que é necessário ser inferida por alguma metodologia caso se deseje
usá-la com informações mais contemporâneas.
Alguns autores tentam cumprir o papel de divulgar metodologias capazes de se
inferir a MIP com certa precisão. Porém, ao se analisar a literatura mais amplamente
aceita, verificam-se lacunas que impossibilitam a elaboração da matriz em sua
completeza devido à manipulação dos dados. Apesar do esforço para simplificação,
muito dos formalismos ou alguns desarranjos dificultam a inferência. Isto quer dizer que
ao se aplicar a literatura encontrada, a MIP pode não ser elaborada de forma consistente
para a metodologia do IBGE a partir de 2010.

Alexandre R A Batista 7
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Atualmente, as matrizes inferidas mais conhecidas e utilizadas amplamente pelos


pesquisadores brasileiros com enorme quantidade de citações são as confeccionadas e
divulgadas pelo Núcleo de Economia Regional e Urbana da Universidade de São Paulo
(Nereus). Mas, conforme expresso anteriormente, ao se aplicar a literatura nacional com
o intento de se chegar aos mesmos valores destas matrizes, ocorre grande dificuldade de
construção.
Desta feita, o objetivo deste trabalho é exatamente preencher esta lacuna. Ao
mesmo tempo, tenta-se aqui romper com o excesso de formalismo, trazendo condições
para que qualquer pesquisador, ou mesmo interessado, seja este do ramo econômico ou
não, consiga inferir a matriz. Para que o objetivo seja alcançado, este guia vale-se da
utilização das Tabelas de Recursos e Usos de Bens e Serviços do Sistema de Contas
Nacionais (SCN) provido pelo IBGE. Vale notar que o IBGE também, por conta de
atualizações constantes, altera tais tabelas anualmente, o que leva, quase sempre, a
resultados díspares ano a ano.
Para a consecução do objetivo proposto, além desta Introdução, este texto é
composto por um capítulo com uma breve revisão literária em que são expostos
trabalhos cujas metodologias mais impactam na elaboração da MIP. Em seguida, é
exposta a metodologia para se estimar a matriz. No último capítulo, apresento algumas
reflexões acerca do trabalho.

Alexandre R A Batista 8
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

2. Breve Revisão de Literatura

Não se pretende aqui explicar minuciosamente as razões e os significados teóricos


para a elaboração de uma Matriz Insumo-Produto (MIP). A abordagem é meramente
superficial, de modo que o leitor interessado deve buscar mais referências acerca do
assunto. A bibliografia constada neste texto é limitada, mas pode ser um indicativo de
pesquisas mais aprofundadas. No presente capítulo, é feito apenas um breve apanhado
da questão da Matriz Insumo-Produto frente ao seu histórico de confecção e
dificuldades no Brasil.
Conforme Grijó e Bêrni (2006), a primeira versão da MIP, feita por Wassily
Leontief em 1936, mostrou grande vitória das ciências econômicas ao se aproximar da
realidade empírica. Esta mostrou inter-relacionamento entre setores produtivos da
economia americana para os anos de 1919 e 1929, aprofundando o que se chama de
“modelo fechado” iniciado com Quesnay e Walras.
Para Leontief (1966/1983), a grande vantagem da matriz era propiciar uma melhor
previsibilidade na economia. Uma matriz de insumo-produto podia funcionar com a
mesma facilidade que um horário ferroviário. Observava que não haveria dificuldade na
compreensão de uma tabela que mostrasse a quantidade de mercadorias e serviços, cuja
produção ou distribuição eram absorvidos por outros setores na economia. Lamentava,
contudo, que o detalhamento era ainda incipiente, de modo que o ideal seria a de
descrever uma demanda com 150 a 400 indústrias diferentes.
No Brasil, as MIPs oficiais passaram a ser divulgadas pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística a partir de 1970. Entre 1970 e 1990 estas eram quinquenais e a
partir de então passaram a ser anuais. Contudo, sua defasagem era de três anos,
justificada pela manipulação de extensa coleta de dados2. Assim, para obter matrizes em
períodos que as originais ainda não existem, é possível elaborá-las a partir de dados
provenientes das Contas Nacionais, mesmo em versões preliminares (GUILHOTO,
2011).
Dada esta necessidade, alguns trabalhos auxiliam ao pesquisador ou interessado
como proceder para a confecção da MIP. Carvalheiro (1998) resumiu alguns usos da

2 A partir de 2010, a divulgação das matrizes de insumo-produto voltaram a ser quinquenais.

Alexandre R A Batista 9
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

MIP na análise econômica e destacou questões práticas para sua elaboração. Utilizou
tabelas originais de 1995 do IBGE e montou uma MIP resumida com 8 setores. Dentre
outras observações, percebeu o autor que há várias restrições na elaboração da matriz.
Estas vão desde hipóteses simplificadoras sobre a natureza dos produtos e insumos
utilizados no processo produtivo até a defasagem entre a coleta e a publicação ordenada
dos dados.
No mesmo sentido, Grijó e Bêrni (2006) perceberam a importância da utilização
do Sistema de Contas Nacionais (SCN) a fim de se preceder à estimativa de uma Matriz
de Insumo-Produto. Os autores apresentaram resultados empíricos para o ano de 2002,
mas adiantaram que os procedimentos divulgados poderiam ser aplicados a qualquer
SCN de um país ou região, desde que os dados estejam atualizados e sejam
contextualizados com o Manual da ONU de 1993. Os autores encontraram coerência
entre a MIP inferida e a solução encontrada pelo método RAS, mas reconheceram que o
trabalho não se equipara às estimativas oficiais.
Guilhoto e Sesso Filho (2005) apresentaram e analisaram também uma
metodologia para elaboração de MIPs a partir de dados preliminares das Contas
Nacionais brasileiras. Testaram para os anos de 1994 e 1996 e compararam com a
versão definitiva do IBGE. Para efeitos comparativos, fizeram uso dos índices de
ligação intersetoriais de Rasmussen-Hirschman e puros normalizados. Concluíram que
os indicadores da matriz estimada e a disponibilizada pelo IBGE são semelhantes e que
a metodologia poderia ser aplicada a anos que possuem somente dados preliminares.
Ainda, Guilhoto e Sesso Filho (2005) estimaram novamente a matriz insumo-
produto para o ano de 2005, visando avaliar se a metodologia utilizada anteriormente
ainda era válida. Utilizaram novamente o índice de Rasmussen-Hirschman e concluiram
que as séries de indicadores econômicos da matriz estimada e a disponibilizada pelo
IBGE não eram diferentes, baseados em índice de correlação de análise estatística.
Por fim, outro texto bastante explicativo na intenção de explicar e promover a
inferência da matriz insumo-produto é o de Guilhoto (2011). Neste, o autor abordou as
concepções históricas e teóricas, o tratamento dos dados e como o modelo de Leontief,
desenvolvido para uma economia nacional, poderia ser ampliado para análise de
economias regionais ou várias regiões interligadas. Além disso, foi também explanado

Alexandre R A Batista 10
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

alguns métodos básicos de análise utilizados nas matrizes insumo-produto e a forma de


confeccioná-la, dentre outros.

Alexandre R A Batista 11
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Uma vez que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não


disponibiliza a Matriz Insumo-Produto (MIP) de maneira imediata e contínua,
atualmente, faz-se a construção desta por meio de Inferência. Neste estudo, a elaboração
da MIP é baseada nos dados do Sistema de Contas Nacionais (SCN) 3, a partir de 2010,
desde que utilize 68 setores e 128 produtos.
Sua elaboração tem como guia alguns dos procedimentos sugeridos por
Carvalheiro (1998), Guilhoto (2011), Guilhoto e Sesso Filho (2005;2010), Grijó e Bêrni
(2006) e Eurostat (2008). Contudo, para se confeccionar uma matriz como, por
exemplo, a disponível no site do Núcleo de Economia Regional e Urbana da
Universidade de São Paulo (Nereus-USP) 4, cuja esta tem bastante precisão em relação à
do IBGE, as informações contidas nos artigos supracitados são insuficientes, há
necessidade de certa manipulação de dados. Esta seção objetiva descrever os passos
necessários para que se obtenham resultados exatos ou extremamente próximos àquelas
matrizes inferidas pelo Nereus.

3.1 Coleta, Tratamento de Dados e Layout de uma Matriz Insumo-Produto

O primeiro passo é a obtenção da tabela de recursos e usos. Esta é obtida na


página:
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/servicos/9052-sistema-de-contas-nacionais-brasil.html?=&t=resultados

(último acesso em 02/02/2021)


Deve-se ir em “Downloads”, escolher o ano (recomenda-se o mais atual), escolher
padrão .xls ou .ods, então ir em “tabelas de recursos e usos” e baixar o arquivo
correspondente ao “Nível 68 “. Neste trabalho será utilizado o conjunto de tabelas
disponibilizados do SCN de 2019. O ano escolhido para a elaboração da matriz é o de
2017. Após o download, descompacta-se5 o arquivo e escolhem-se as tabelas 1 e 2 do
ano correspondente que se referem a preços correntes 6. A tabela 1 contém planilhas

3 Disponível no site do IBGE.


4 O Nereus detém um site de domínio USP com várias informações. Dentre estas, há uma seção com
MIPs de vários anos na página http://www.usp.br/nereus/?fontes=dados-matrizes (acesso em
21/04/2018).
5 Utilizei o aplicativo chamado por Winrar que é grátis.
6 Pode-se escolher a outros tipos de preços.

Alexandre R A Batista 12
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

referentes a “oferta”, “produção” e “importação”. A tabela 2 contém planilhas


referentes a “CI” (consumo intermediário), “demanda” e “VA” (Valor Adicionado).
O objetivo é transformar esses dados e obter uma matriz setorial 68x68. Uma
possibilidade de configuração de layout é baseada nas matrizes providas pelo Nereus,
confeccionadas de acordo com Guilhoto e Sesso Filho (2005,2010), que podem ser
baixadas em:
http://www.usp.br/nereus/?fontes=dados-matrizes
(último acesso em 02/02/2021)
Estas são suficientemente bem organizadas, conforme Guilhoto (2011), e sua
disposição pode ser vista na figura 1 a seguir.
Figura 1: Relações Fundamentais de Insumo-Produto.

Fonte: Guilhoto (2011).


Para maior simplificação, é interessante identificar a composição da MIP. Na
figura 2, divide-se esta em 5 partições. A partição 1 refere-se aos insumos
intermediários com os setores ou produtos sendo vendidos e comprados. A partição 2 se
refere à Demanda Final. A partição 4, engloba os Impostos Indiretos Líquidos e
Importações, dentre outros. A partição 2,4 nada mais é que uma notação, pois esta
pertence tanto a 2, quanto a 4. As partições 1, 2 e 4 são estimadas e a partição 3 de
Produção Total é a apenas a soma de todas as células da linha da matriz. A partição 5
que contém Valor Adicionado e outras informações não será inferida, esta deve ser

Alexandre R A Batista 13
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

preenchida por meio da Tabela 2 - Usos de bens e serviços, planilha Valor Adicionado
(VA) do SCN.
Figura 2: Composição esquemática final com a matriz dividida em 5
partições.

Fonte: Elaboração Própria


Em termos práticos, a partição 1 deve ter o formato conforme o quadro 1. Este
seria o layout final de Produtos x Setores (PxS) pós-estimação dos valores. Ele é
composto por 128 produtos e 68 setores. No caso da matriz Setores x Setores, ao invés
de 128 produtos, conforme a figura 1, as linhas variarão até 68 setores com seus
respectivos nomes. Para fins de facilitação, é melhor utilizar as sequências de colunas e
linhas que estão numeradas de 1 a 69 e, em seguida, ir adicionando ao lado das colunas
(abaixo para as linhas) os demais itens.
Quadro 1: Layout do Consumo Intermediário PxS, partição 1.
CÓDIGO DESCRIÇÃO Chave
PRODUTO PRODUTO Produto 0191 .... 9700

Consumo
Nome Seq. Serviços
Apoio... .... Intermediário
Setor Linha Domés...
total

Chave
Sequência Coluna 0 1 .... 68 69
Setor
01911 Arroz ... 1 Valor Valor Valor Valor
⁞ ⁞ ⁞ Valor Valor Valor Valor
97001 Serviços domésticos 128 Valor Valor Valor Valor
Prod Nac 129 Valor Valor Valor Valor

Fonte: Matrizes de Insumo-Produto do Nereus (Adaptado).

A partição 2, detalhada no quadro 2, é dividida em demandas direcionadas às


Exportação de Bens e Serviços, Consumo do Governo, Instituições sem fim lucrativo ao

Alexandre R A Batista 14
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

serviço das famílias (ISFLSF), Consumo das Famílias, Formação Bruta de Capital
Fixo, Variação de Estoque e a somatória dessas demandas em Demanda Final. Todas
estas serão inferidas. A sequência 70~76 após a coluna 69 deve ser observada, ou seja,
deve ser posta em paralelo. Note que não há partição abaixo da intersecção com a
partição 4. Isto significa que a região onde deveria haver intersecção com a partição 5
não possui valores, o que quer dizer que as células na planilha da MIP devem ser
preenchidas com valores iguais a zero (ou deixadas vazias).
Quadro 2: Layout da Demanda, partição 2.
Formação
Exportação Consumo Consumo
Consumo bruta Variação Demanda
de bens e das das
do governo de capital de estoque final
serviços ISFLSF famílias
fixo
70 71 72 73 74 75 76
Valor Valor Valor Valor Valor Valor Valor
⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞
Valor Valor Valor Valor Valor Valor Valor

Fonte: Matrizes de Insumo-Produto do Nereus (Adaptado).

O quadro 3 seria o que se encontra na organização de Guilhoto (2011) como


relações de Importação e Impostos Indiretos Líquidos (IIL). Com maior detalhe, esse
quadro representa a partição 4 composta por “Importado”, Imposto sobre importação,
ICMS Total, IP Total, Outros IIL Total e o Consumo Intermediário Total, cujos valores
serão inferidos. Como se pode observar, as linhas devem ser postas em paralelo com a
linha 129 e elas devem ir até a coluna numerada 69 que é o consumo intermediário total.
Quadro 3: Layout de Importação e Impostos, partição 4
Sequência
Chave Setor 1 2 .... 69
Coluna
Prod Nac 129 Valor Valor Valor Valor
Importado 130 Valor .... .... Valor
Imp Import 131 Valor .... .... Valor
ICMS Total 132 Valor .... .... Valor
Zeros 133 Valor .... .... Valor
IPI Total 134 Valor .... .... Valor
Zeros 135 Valor .... .... Valor
Outros IIL Total 136 Valor .... .... Valor
Zeros 137 Valor .... .... Valor
Consumo Intermediário 138 Valor .... .... Valor

Fonte: Matrizes de Insumo-Produto do Nereus (Adaptado).

Alexandre R A Batista 15
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

A partição 5 representada no quadro 4 não é inferida. Os valores de


Remunerações, Salários, Contribuições sociais efetivas, Previdência oficial/FGTS,
Previdência Privada, Contribuições Sociais Imputadas, Exc. operacional bruto e
rendimento, Rendimento misto bruto, Excedente Operacional Bruto (EOB),Valor
Adicionado, Outros Impostos, Outros Subsídios, Valor Adicionado Bruto (PIB), Valor
da Produção e Fator Trabalho (ocupações) são providos pela Tabela 2 do SCN de Usos
de bens e serviços, planilha de Valor Adicionado, intitulada VA. Conforme enunciado
anteriormente, a parte relativa desta partição à Demanda Final vista em Guilhoto (2011)
não tem, logo seus valores devem ser nulos, retomando apenas a última coluna que é
demanda final total ou produção total. Também como dito anteriormente, deve haver
sempre uma sequência de linhas.
Quadro 4: Layout , partição 5
Sequência
Chave Setor 0 1 .... 69
Coluna
Consumo Intermediário 138 Valor .... .... Valor
Remunerações 139 Valor .... .... Valor
Salários 140 Valor .... .... Valor
Contrib. sociais efetivas 141 Valor .... .... Valor
Previdência oficial /FGTS 142 Valor .... .... Valor
Previdência privada 143 Valor .... .... Valor
Contrib. sociais imputadas 144 Valor .... .... Valor
Exc.oper. bruto e rend. 145 Valor .... .... Valor
Rendimento misto bruto 146 Valor .... .... Valor
(EOB) 147 Valor .... .... Valor
VALOR ADICIONADO 148 Valor .... .... Valor
Outros impostos 149 Valor .... .... Valor
Outros subsídios 150 Valor .... .... Valor
Valor adic. bruto ( PIB ) 151 Valor .... .... Valor
VALOR DA PRODUÇÃO 152 Valor .... .... Valor
Fator trabalho (ocupações) 153 Valor .... .... Valor

Fonte: Matrizes de Insumo-Produto do Nereus (Adaptado).

Por fim, a partição 3 representada no quadro 5 é apenas a somatória do consumo


intermediário mais a demanda final. Neste caso, são levadas em consideração as linhas e
colunas da MIP de todas as partições. Observar que a coluna é posta em paralelo,
obedecendo a sequência.

Alexandre R A Batista 16
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Quadro 5: Layout de Demanda Total, partição 3

Seq. Demanda
Linha total

0 77
1 Valor
⁞ ⁞
⁞ ⁞
153 Valor

Fonte: Matrizes de Insumo-Produto do Nereus (Adaptado).

3.2 Elaboração da Matriz de Usos PxS


Basicamente, a partir das tabelas de recursos e usos, vão ser feitas duas
manipulações: a do lado da demanda e a do lado da oferta e, uma vez com a ideia de
como deverá ser configurado o layout final da MIP, já se podem iniciar os cálculos. A
primeira planilha a ser utilizada é a de Consumo Intermediário (CI) da Tabela 2 - Usos
de bens e serviços do SCN. Esta pode ser copiada na íntegra para outro arquivo de
trabalho com planilhas, vamos chamar aqui de “Cálculo”.
A primeira planilha de trabalho pode receber o nome de Usos2. Abaixo da
planilha copiada de CI, concatena-se a planilha de Valor Adicionado (VA). Em seguida
adicionam-se sequencialmente os dados da planilha “demanda” da Tabela 2 – Usos de
bens e serviços - na nova planilha Usos2 do arquivo “Cálculo”. Ou seja, logo após a
coluna Serviços Domésticos, tem-se as colunas de Total de produto, Exportação de
bens e serviços (1) e assim sucessivamente até Demanda total. A aparência concatenada
setorial e de demanda deve ser aproximadamente a da exposta no quadro 6.
Quadro 6: Sequência de parte do cabeçalho dos setores e da demanda

9700 Exportação
Total Demanda Demanda
Serviços de bens e ....
do produto final total
domésticos serviços (1)

VALOR VALOR VALOR ... VALOR VALOR

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do IBGE (2019).


Na verdade, tudo o que se fez até agora foi utilizar a tabela 2 de usos e recursos e
apenas organizar, como se pode ver na figura 1.

Alexandre R A Batista 17
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Figura 1: Organização da tabela 2 – Usos de bens e serviços.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).

A partir destes dados é possível elaborar uma matriz de coeficientes que permite
estimar a relação entre Produtos e Setores nas formas de Importação, Imposto de
Importação, IPI, ICMS e Outros impostos menos subsídios. Para tanto, abre-se uma
nova planilha a qual é aqui intitulada “Coeficientes1”. Em Coeficientes1 é
recomendável que abra uma coluna auxiliar de Consumo do Governo Auxiliar, pois
certos produtos são zerados. Este é um dos pontos sensíveis que não se observa
detalhadamente na literatura concernente de estimação de MIPs no Brasil.
Para vias de facilitação de manipulação dos dados, é utilizada a representação dos
produtos e setores na planilha por meio de chaves numéricas de modo que os produtos
terão índices de i=1,..., 128 e os setores j=1,...,68 + Segmentos de Demanda Final. Na
coluna de Consumo do Governo Auxiliar da planilha Coeficientes1 (conforme sugerido
anteriormente), os valores dos produtos 118, 119,120 e 122 (serviços coletivos da
administração pública, serviços de previdência e assistência social, educação pública e
saúde pública) devem ser substituídos pelo valor 0. Deve ser observado que estes
produtos são considerados como ofertados e consumidos pelo próprio setor público, daí
a razão de que sua diferença seja zero. O quadro 7 mostra o produto e os valores que
devem ser zerados na coluna de Consumo de Governo, chamada de Auxiliar no lado
esquerdo e, no lado direito, os valores originais para o Sistema de Contas Nacionais de
2013.

Alexandre R A Batista 18
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Quadro 7: Coluna de Consumo do Governo com produtos que devem ser


considerados zero (em cinza)
Produto Consumo Gov. Auxiliar Consumo do governo
1 0 0
... ... ...
118 0 749 171
119 0 13 756
120 0 321 103
121 0 0
122 0 189 202
123 43 633 43 633
124 0 0
125 0 0
126 0 0
127 0 0
128 0 0

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).
A partir daí, é possível calcular os coeficientes técnicos proporcionais à
Importação, Imposto de Importação, IPI, ICMS e Outros impostos menos subsídios. Os
coeficientes farão parte de uma matriz de i linhas e j colunas. Podemos defini-la como
Aimp, de modo que cada elemento seja dada por Aimp i x j = [aimpij]i x j. Assim, cada
coeficiente será obtido por meio da equação (1) a seguir.

Equação (1)
aimpij = Usos2ij / (Demanda Totali – Expi – Estoquei – ISFLSFi – GovAuxi)
Variável Descrição
aimpij Coeficiente do produto i para o setor j.
Demanda Totali Demanda Total do produto i.
Expi Variação de Estoque do produto i.
Estoquei Variação de Estoque do produto i.
ISFLSFi Consumo das ISFLSF do produto i.
Consumo do Governo obtido da coluna auxiliar com seus devidos zeros do
GovAuxi
produto i.

A figura 2 dá uma ideia mais ampla de como poderia ser montada as colunas
auxiliares e a matriz dos coeficientes para o SCN de 2017.

Alexandre R A Batista 19
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Figura 2: Coluna auxiliar do Consumo do Governo e matriz dos Coeficientes1.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).
O procedimento para encontrar os coeficientes técnicos para Margem de
Comércio e Margem de Transporte é similar. Para auxiliar o cálculo, abre-se uma
planilha intitulada por “Coeficientes2”. Mas, neste caso, é desnecessário zerar o valor de
algum produto no que se refere ao Consumo do Governo. Vamos, também, chamar essa
nova matriz de Amargem i x j = [amargemij]i x j.O cálculo de cada coeficiente é dado pela
equação (2):

Equação (2)
amargemij = Uso2ij /(Demanda Totali – Estoquei – ISFLSFi )
Variável Descrição
amargemij Coeficiente do produto i para o setor j.
Demanda Totali Demanda Total do produto i.
Estoquei Variação de Estoque do produto i.
ISFLSFi Consumo das ISFLSF do produto i.

A figura 3 mostra a aparência da planilha de Coeficientes2 para o SCN de 2017


com o painel congelado a fim de facilitar a visualização.

Alexandre R A Batista 20
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Figura 3: Aspecto da planilha Coeficientes2.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).
A próxima etapa faz uso da Tabela 1 - Recursos de bens e serviços. As planilhas
de interesse são as de oferta e importação. Para fins de organização, cria-se uma
planilha intitulada por Usos 1 no arquivo de trabalho que tem a planilha oferta original e
adjacente à sua última coluna, a coluna de Importação de bens e serviços que
originalmente estava na planilha importação. Esta disposição pode ser vista na figura 4.
Figura 4: Planilha Usos 1.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).
A próxima fase é inferir os valores proporcionais de Importação de bens e
serviços, Imposto de Importação, IPI, ICMS, Outros impostos menos subsídios,
Margem de Comércio e Margem de Transporte.
Para se calcular a proporção relativa, de Importação de bens e serviços, de cada
produto i=1,...,128 em relação ao setor j=1,...,68 + Segmentos de Demanda Final, basta
pegar a coluna de Importação de bens e serviços e multiplicar o valor de cada produto

Alexandre R A Batista 21
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

pelo seu respectivo coeficiente técnico relativo a cada setor e demanda final, conforme a
equação (3) a seguir.

Equação (3)
Importaçãoij = Importi . aimpij
Variável Descrição
Importaçãoij Valor de importação inferido do produto i pelo setor j.
Importi Valor de importação do produto i fornecido pela coluna de Importação de bens
e serviços.
aimpij Coeficiente técnico calculado anteriormente do produto i para o setor j.

Contudo, a inferência para Importação não está completa desta maneira. Caso
fosse somada a demanda final em sua compleza, os valores da matriz não fechariam
com os valores das importações do SCN que está na nossa matriz Usos1. Para
solucionar, devem-se zerar os valores das colunas de Exportação de bens e serviços,
Consumo do Governo, Consumo das ISFLSF e Variação de Estoque. A figura 5 traz
uma aproximação com destaque aos zeros nas colunas referidas.
Figura 5: Planilha importações com as colunas que devem ser zeradas.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).
A inferência para a matriz de Imposto de Importação é idêntica ao procedimento
anterior. Além dos passos serem os mesmos, deve-se colocar zeros nos valores nas
mesmas colunas, Exportação de bens e serviços, Consumo do Governo, Consumo das
ISFLSF e Variação de Estoque. O cálculo de seu valor é mostrado conforme a equação
(4) e a planilha recebeu o nome de “Imposto Import”.

Alexandre R A Batista 22
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Equação (4)
Imposto Importij = ImpostoImpi . aimpij
Variável Descrição
Imposto Importij Valor de imposto de importação inferido do produto i pelo setor j.
ImpostoImpi Valor do Imposto de Importação do produto i fornecido pela coluna de
Imposto de Importação.
aimpij Coeficiente técnico calculado anteriormente do produto i para o setor j.

A planilha de imposto de importação tem a forma como na figura 6.


Figura 6: Planilha de imposto de importação com as colunas que devem ser
zeradas.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).
A inferência para a matriz de ICMS não difere do procedimento anterior. Devem-
se colocar zeros nos valores das mesmas colunas, Exportação de bens e serviços,
Consumo do Governo, Consumo das ISFLSF e Variação de Estoque. Seu cálculo é
mostrado conforme a equação (5) e foi dado o nome a esta planilha de “ICMS”.
Equação (5)
ICMSij = ICMSOrigini . aimpij
Variável Descrição
ICMSij Valor do ICMS inferido do produto i pelo setor j.
ICMSOrigini Valor do ICMS do produto i fornecido pela coluna de ICMS original.
aimpij Coeficiente técnico calculado anteriormente do produto i para o setor j.

A planilha de ICMS pode ter a forma como na figura 7.

Alexandre R A Batista 23
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Figura 7: Planilha de ICMS com as colunas que devem ser zeradas.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).
Analogamente, a inferência para a matriz de IPI não difere dos procedimentos
anteriores. Colocam-se zeros nos valores das mesmas colunas, Exportação de bens e
serviços, Consumo do Governo, Consumo das ISFLSF e Variação de Estoque. Seu
cálculo é mostrado conforme a equação (6) e foi dado o nome a esta planilha de “IPI”.

Equação (6)
IPIij = IPIOrigini . aimpij
Variável Descrição
ICMSij Valor do IPI inferido do produto i pelo setor j.
IPIOrigini Valor do IPI do produto i fornecido pela coluna de IPI original.
aimpij Coeficiente técnico calculado anteriormente do produto i para o setor j.

A planilha de IPI pode ter a forma como na figura 8.


Figura 8: Planilha de IPI com as colunas que devem ser zeradas.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).

Alexandre R A Batista 24
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Por fim, a inferência para a matriz de Outros impostos menos subsídios repete os
procedimentos anteriores. Colocam-se zeros nos valores das mesmas colunas,
Exportação de bens e serviços, Consumo do Governo, Consumo das ISFLSF e
Variação de Estoque. Seu cálculo é mostrado conforme a equação (7) e foi dado
o nome a esta planilha de “OIIL”.

Equação (7)
OIILij = OIILOrigini . aimpij
Variável Descrição
OIILij Valor do OIIL inferido do produto i pelo setor j.
OIILOrigini Valor do OIIL do produto i fornecido pela coluna de OIIL original.
aimpij Coeficiente técnico calculado anteriormente do produto i para o setor j.

A planilha de Outros impostos menos subsídios pode se vê na figura 9.


Figura 9: Planilha de Outros impostos menos subsídios com as colunas que devem
ser zeradas.
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).
Para obter as Margens de Comércio proporcionais, o procedimento é análogo aos
anteriores, mas há sutilezas também pouco difundidas na literatura. O primeiro passo é
abrir uma planilha que pode ser denominada por “MG Com”. Em seguida, constrói-se
uma coluna auxiliar com os Valores de Margem de Comércio da planilha Usos1. O
ponto crucial é que as atividades 93 e 94 (Comércio e reparação de veículos e
Comércio por atacado e a varejo, exceto veículos automotores) devem ter seus valores
zerados. Como se trata das próprias margens de comércio, elas estão negativas. Então se
for somado às demais atividades, a somatória seria zero no vetor. O quadro 10 mostra
como a substituição deve ser feita.

Alexandre R A Batista 25
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Quadro 8: Produtos 93 e 94 têm seus valores substituídos por zero em uma coluna
auxiliar

Margem
Margem
de
de
comércio (coluna
comércio
auxiliar)
Produto Valor Valor
1 2052 2052
... ... ...
93 0 -88651
94 0 -935674
... ... ...
128 0 0

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).

Obtida a coluna auxiliar de Margem de Comércio, basta proceder da mesma forma


que as inferências realizadas anteriormente. Devem ser notados que nas margens de
comércio e transportes, os coeficientes técnicos a serem utilizados são os da Planilha de
“Coeficientes2”. Contudo, ao contrário dos cálculos anteriores, o único vetor que deve
ser zerado na Demanda Final é a Variação de Estoques. A equação utilizada é a (8).
Equação (8)
MGComij = MGComAuxi . amargemij
Variável Descrição
MGComij Valor da margem de comércio inferida do produto i pelo setor j.
Valor da Margem de Comércio i fornecida pela coluna auxiliar de Margem de
MGComAuxi
Comércio.
Coeficiente técnico calculado anteriormente do produto i para o setor j no que
amargemij
se refere a margens (planilha “Coeficientes2”).

Uma sugestão de montagem desta planilha pode ser vista na figura 10.

Alexandre R A Batista 26
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Figura 10: Planilha Margem de Comércio (MG Com) com a coluna auxiliar e a
coluna Variação de Estoque zerada.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).

Por fim, para obter as Margens de Transporte proporcionais, deve-se proceder de


forma análoga à Margem de Comércio. Primeiramente, abre-se uma planilha
denominada “MG Transp”. Constrói-se uma coluna auxiliar com os valores de Margem
de Transporte da planilha Usos1. Neste caso, as atividades 95 e 97 (Transporte
terrestre de carga e Transporte aquaviário) devem ter seus valores zerados. Da mesma
maneira que o ocorrido em Margens de Comércio, elas estão negativas. Então se for
somado às demais atividades, a somatória também dá zero no vetor. O quadro 9 mostra
como a substituição deve ser feita.
Quadro 9: Produtos 95 e 97 têm seus valores substituídos por zero em uma coluna
auxiliar.
Margem
Margem
de
de
transporte (coluna
transporte
auxiliar)
Produto Valor Valor
1 1241 1241
... ... ...
95 0 -79655
... ... ...
97 0 -2100
... ... ...
128 0 0

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).

Alexandre R A Batista 27
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Obtida a coluna auxiliar de Margem de Transporte, conforme exposto


anteriormente, os coeficientes técnicos a serem utilizados são os da Planilha de
“Coeficientes2”. Também, deve-se zerar o vetor Variação de Estoques encontrado na
Demanda Final. A equação utilizada é a (9).

Equação (9)
MGTranspij = MGTranspAuxi . amargemij
Variável Descrição
MGTranspij Valor da margem de transporte inferida do produto i pelo setor j.
Valor da Margem de Transporte i fornecida pela coluna auxiliar de Margem
MGTranspAuxi
de Transporte.
Coeficiente técnico calculado anteriormente do produto i para o setor j no que
amargemij
se refere a margens (planilha “Coeficientes2”).

A figura 11 fornece uma sugestão de como esta planilha pode ser montada.
Figura 11: Planilha Margem de Transporte (MG Transp) com a coluna auxiliar e a
coluna Variação de Estoque zerada.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).

Todas as tabelas encontradas até então fornecem subsídios para a primeira e muito
importante matriz, a de usos de Produto por Setor, a qual terá uma planilha
confeccionada também denominada aqui, da mesma forma que a MIP divulgada pelo
Nereus, de “Uso PxS”.
A metodologia, então, pode seguir o curso tradicional conforme exposto em
Guilhoto (2011), Guilhoto e Sesso Filho (2005;2010). Neste caso, calcula-se para cada
produto a Oferta Nacional a Preço Básico (ONPB) que é encontrada subtraindo da
Oferta Global a Preços de Consumidor (OGPC), a Oferta Internacional (OI), as

Alexandre R A Batista 28
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Margens de Comércio e Transporte e os Impostos Indiretos Líquidos (IIL). Para ficar


mais claro, veja-se a equação (10).

Equação (10)
UsoPxSij = CIij - Importaçãoij - Imposto Importij - ICMSij - IPIij - OIILij – MGComij - GTranspij
Variável Descrição
É a Oferta Nacional a Preços Básicos que seriam os fluxos de valores do
UsoPxSij
Produto i consumido pelo Setor j, que é o que se procura nesta matriz PxS.
CIij São os valores do Produto i consumidos pelo Setor j na tabela de Usos2.
Importaçãoij, Imposto
São variáveis que já foram calculadas anteriormente e seriam a OI.
Importij
ICMSij, IPIij, OIILij São variáveis que foram calculadas anteriormente e seriam os IIL.
Correspondem às Margens de Comércio e Transporte, conforme calculado
MGComij, MGTranspij
anteriormente.

Esta fórmula deve ser aplicada a todas as relações de produtos e setores, com
exceção dos produtos 93, 94, 95 e 97. Pode-se ver o formato parcial na figura 12, a
seguir.
Figura 12: Planilha Uso PxS com os cálculos parciais até então.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).

O cálculo da relação entre o Produto 93 (Comércio e reparação de veículos) e os


setores é um pouco complexo e, em vez de ter o seu consumo intermediário subtraído
das margens de comércio, são adicionadas as margens do comércio do Produto 81
(Automóveis, camionetas e utilitários), Produto 82 (Caminhões e ônibus, incl. cabines,
carrocerias e reboques), Produto 83 (Peças e acessórios para veículos automotores) e
Produto 84 (Aeronaves, embarcações e outros equipamentos de transporte). A equação
(11) detalha o cálculo.

Alexandre R A Batista 29
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Equação (11)
UsoPxS93j = CI93j – Importação93j - Imposto Import93j – ICMS93j – IPI93j – OIIL93j + MGCom81j +
MGCom82j + MGCom83j + MGCom84j – MGTransp93j
Variável Descrição
É a Oferta Nacional a Preços Básicos que seriam os fluxos de valores do
UsoPxS93j
Produto 93 consumido pelo Setor j.
CI93j São os valores do Produto 93 consumidos pelo Setor j na tabela de Usos2.
Importação93j É o fluxo de valor do Produto 93 importado pelo Setor j.
Imposto Import93j É o fluxo de valor de imposto de importação do Produto 93 pelo Setor j.
ICMS93j É o fluxo de valor de ICMS do Produto 93 pelo Setor j.
IPI93j É o fluxo de valor de IPI do Produto 93 pelo Setor j.
É o fluxo de valor de outros impostos menos subsídios do Produto 93 pelo
OIIL93j
Setor j.
Corresponde ao fluxo de valor de Margem de Transporte do Produto 93 pelo
MGTransp93j
Setor j.
É o fluxo do valor da Margem de Comércio do Produto 81 (Automóveis,
MGCom81j
camionetas e utilitários) ao Setor j.
É o fluxo do valor da Margem de Comércio do Produto 82 (Caminhões e
MGCom82j
ônibus, incl. cabines, carrocerias e reboques) ao Setor j.
É o fluxo do valor da Margem de Comércio do Produto 83 (Peças e acessórios
MGCom83j
para veículos automotores) ao Setor j.
É o fluxo do valor da Margem de Comércio do Produto 84 (Aeronaves,
MGCom84j
embarcações e outros equipamentos de transporte) ao Setor j.

A figura 13 mostra o resultado cálculo do produto 93 na Matriz PxS.


Figura 13: Produto 93 calculado na planilha Usos PxS.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).

O fluxo do Produto 94 também tem seu cálculo relizado de modo diferente.


Como, por definição, o nome de sua oferta é Comércio por atacado e a varejo, exceto
veículos automotores, exclui-se o comércio relativo aos veículos automotores. Para isso,
utiliza-se a soma Total de Margens de Comércio de um determinado setor e subtrai-se
deles as margens de comércio dos Produtos 81 (Automóveis, camionetas e utilitários),
82 (Caminhões e ônibus, incl. cabines, carrocerias e reboques), 83 (Peças e acessórios
para veículos automotores) e 84 (Aeronaves, embarcações e outros equipamentos de

Alexandre R A Batista 30
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

transporte). Exatamente o conjunto excluído expresso em sua definição. A fórmula


pode ser vista na equação (12).

Equação (12)
UsoPxS94j = CI94j – Importação94j – Imposto Import94j – ICMS94j – IPI94j – OIIL94j – MGCom81j +
128

∑ MGComij – MGCom 82j – MGCom83j – MGCom84j – MGTransp94j


i=1

Variável Descrição
É a Oferta Nacional a Preços Básicos que seriam os fluxos de valores do
UsoPxS94j
Produto 94 consumido pelo Setor j.
CI94j São os valores do Produto 94 consumidos pelo Setor j na tabela de Usos2.
Importação94j É o fluxo de valor do Produto 94 importado pelo Setor j.
Imposto Import94j É o fluxo de valor de imposto de importação do Produto 94 pelo Setor j.
ICMS94j É o fluxo de valor de ICMS do Produto 94 pelo Setor j.
IPI94j É o fluxo de valor de IPI do Produto 94 pelo Setor j.
É o fluxo de valor de outros impostos menos subsídios do Produto 94 pelo
OIIL94j
Setor j.
Corresponde ao fluxo de valor da margem de comércio do produto i ao setor j
MGComij (como se trata de uma somatória, para facilitar, soma-se a coluna inteira em
margens do comércio do setor correspondente).
Corresponde ao fluxo de valor de Margem de Transporte do Produto 94 pelo
MGTransp94j
Setor j.
É o fluxo do valor da Margem de Comércio do Produto 81 (Automóveis,
MGCom81j
camionetas e utilitários) ao Setor j.
É o fluxo do valor da Margem de Comércio do Produto 82 (Caminhões e
MGCom82j
ônibus, incl. cabines, carrocerias e reboques) ao Setor j.
É o fluxo do valor da Margem de Comércio do Produto 83 (Peças e acessórios
MGCom83j
para veículos automotores) ao Setor j.
É o fluxo do valor da Margem de Comércio do Produto 84 (Aeronaves,
MGCom84j
embarcações e outros equipamentos de transporte) ao Setor j.

A figura 14 mostra o resultado cálculo do produto 94 na Matriz PxS.


Figura 14: Produto 94 calculado na planilha Usos PxS.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).

Alexandre R A Batista 31
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

A oferta 95, Transporte terrestre de carga, também é um dos pontos mais


sensíveis para a confecção da MIP e, caso seja incorretamente calculada ao lado dos
produtos 93, 94 e 97, a inferência pode ser severamente comprometida.
Primeiro, deve-se retornar ao vetor original de Margem de Transporte, em
seguida, verificar a proporção em que estavam distribuídos os valores dos produtos 95
(relacionado a transporte terrestre) e 97 (relacionado a transporte aquaviário), ainda que
estejam com valores negativos. Tudo o que se faz é dividir a margem do produto 95
pela soma do produto 95 e 97 e encontraremos a proporção do produto 95
PropTerrestre. Analogamente, para encontrar a proporção de transporte aquaviário,
divide-se o valor da margem do produto 97 pela soma dos produtos 95 e 97, conforme
equações (13) e (14).

Equação (13)
PropTerrestre = MargemTerrestre / (MargemTerrestre + MargemAquaviário)
Equação (14)
PropAquaviario = MargemAquaviário / (MargemTerrestre + MargemAquaviário)
Variável Descrição
É a proporção da margem de transporte terrestre de carga em relação à margem
PropTerrestre
de transporte terrestre de carga mais aquaviário.
É a proporção da margem de transporte aquaviário em relação à margem de
PropAquaviario
transporte terrestre de carga mais aquaviário.
É a margem de Transporte Terrestre de Carga obtida no vetor de Margem de
MargemTerrestre
Transporte na planilha de “Usos1”
É a margem de Transporte Aquaviário obtida no vetor de Margem de
MargemAquaviário
Transporte na planilha de “Usos1”.

Recomenda-se armazenar os resultados. No caso, deixamos no final da planilha de


margens, como apresentado na figura 15.
Figura 15: Resultado do cálculo da proporção de transporte terrestre e aquaviário.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).

A proporção, então, é multiplicada à somatória de Margem de Transporte de cada


setor de modo que o resultado é a margem do transporte a ser utilizada no Produto 95
em relação ao Setor i. A equação (15) expressa isso de forma mais clara.

Alexandre R A Batista 32
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Equação (15)
128
MGTranspTerrestre95j = PropTerrestre∑ MGTransp ij
i=1

Variável Descrição
MGTranspTerrestre95j É a margem de transporte total do Produto 95.
PropTerrestre É a proporção de Transportes Terrestres de Cargas obtida anteriormente.
É a o fluxo de valores de Margem de Comércio do Produto i ao Setor j, obtido
MGTranspij na planilha “MG Transp”.

Uma sugestão de organização pode ser vista na figura 15, em que se verifica a
margem de transporte com os cálculos proporcionais ajustados para o produto 95.
Figura 16: Margem de transporte para cada setor ajustada pela proporção do
produto 95.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).

Com a posse desses resultados, pode-se inferir o Produtos 95 de acordo com a


equação (16).
Equação (16)
UsoPxS95j = CI95j - Importação95j - Imposto Import95j - ICMS95j - IPI95j - OIIL95j -
MGCom95j - MGTranspTerrestre95j
Variável Descrição
É a Oferta Nacional a Preços Básicos que seriam os fluxos de valores do
UsoPxS95j
Produto 95 consumido pelo Setor j.
São os valores do Consumo Intermediário do Produto 95 demandados pelo
CI95j
Setor j na tabela de Usos2.
Importação95j É o fluxo de valor do Produto 95 importado pelo Setor j.
Imposto Import95j É o fluxo de valor de imposto de importação do Produto 95 pelo Setor j.
ICMS95j É o fluxo de valor de ICMS do Produto 95 pelo Setor j.
IPI95j É o fluxo de valor de IPI do Produto 95 pelo Setor j.
É o fluxo de valor de outros impostos menos subsídios do Produto 95 pelo
OIIL95j
Setor j.
Corresponde ao fluxo de valor da margem de comércio do produto 95 ao setor
MGCom95j
j.
É a margem de transporte terrestre com o ajuste proporcional para o produto
MGTranspTerrestre95j
95.

Alexandre R A Batista 33
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

A inferência do produto 95 pode ser vista na figura 17, baseado no SCN de 2017.
Figura 17: Produto 95 calculado na planilha Usos PxS.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).

A oferta 97, Transporte Aquaviário segue procedimento análogo ao de


Transporte Terrestre de Carga. Retoma-se a proporção PropAquaviario obtida na
equação 14 e, em seguida, esta é multiplicada à somatória de Margem de Transporte de
cada setor, de modo que o resultado é a margem de transporte utilizada para inferir os
valores dos fluxos do Produto 97 em relação ao Setor i. A equação (17) expressa isso de
forma mais clara.
Equação (17)
128
MGTranspAquaviario97j = PropAquaviario∑ MGTransp ij
i=1

Variável Descrição
MGTranspAquaviario95j É a margem de transporte total do Produto 97.
PropAquaviario É a proporção de Transportes Aquaviário obtida anteriormente.
É a o fluxo de valores de Margem de Comércio do Produto i ao Setor j, obtido
MGTranspij
na planilha “MG Transp”.

Uma sugestão de organização pode ser vista na figura 18, em que se verifica a
margem de transporte com os cálculos proporcionais ajustados para o produto 97.
Figura 18: Margem de transporte para cada setor ajustada pela proporção do
produto 97.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).

Com a posse desses resultados, pode-se inferir o Produtos 97 de acordo com a


equação (18). Observe que na equação (17) a margem de trasnporte era subtraída, aqui
ela é somada.

Alexandre R A Batista 34
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Equação (18)
UsoPxS97j = CI95j - Importação97j - Imposto Import97j - ICMS97j - IPI97j - OIIL97j -
MGCom97j + MGTranspAquaviario97j
Variável Descrição
É a Oferta Nacional a Preços Básicos que seriam os fluxos de valores do
UsoPxS97j
Produto 97 consumido pelo Setor j.
CI97j São os valores do Produto 97 consumidos pelo Setor j na tabela de Usos2.
Importação97j É o fluxo de valor do Produto 97 importado pelo Setor j.
Imposto Import97j É o fluxo de valor de imposto de importação do Produto 97 pelo Setor j.
ICMS97j É o fluxo de valor de ICMS do Produto 97 pelo Setor j.
IPI97j É o fluxo de valor de IPI do Produto 97 pelo Setor j.
É o fluxo de valor de outros impostos menos subsídios do Produto 97 pelo
OIIL97j
Setor j.
Corresponde ao fluxo de valor da margem de comércio do produto 97 ao setor
MGCom97j
j.
É a margem de transporte aquaviário com o ajuste proporcional para o
MGTranspAquaviario97j
produto 97.

A inferência do produto 97 pode ser vista na figura 19, baseado no SCN de 2017.
Figura 19: Produto 97 calculado na planilha Usos PxS.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).
O próximo passo é ajustar um layout próximo ao da figura 1 no começo do texto.
Para tanto, utilizaremos as planilhas anteriormente estimadas e organizadas. Ou seja, as
planilhas de Importações, Imposto de Importações, ICMS, IPI, OIIL e a de Usos2.
Basicamente, deve ser atentado o seguinte: cada coluna destes itens, exceto a de Usos2,
devem ser somadas para fornecer o seu total utilizado por cada setor, inclusive a da
matriz estimada PxS, cujo resultado das somas de cada coluna fica na forma da
Produção Nacional. Feito isto, devem ser postas em paralelo uma abaixo da outra. A
soma das variáveis de impostos mais a Produção Nacional dará o valor do consumo
intermediário total de um determinado setor j. A equação (19) mostra o cálculo e a
figura 20 dá uma ideia de como fica a disposição da planilha até esta fase.

Alexandre R A Batista 35
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Equação (19)
CIj = PNj + Importaçõesj + ImpostImportj + ICMSj + IPIj + OIILj
Variável Descrição
CIj É o consumo intermediário total do setor j.
É o consumo intermediário do setor j referente aos produtos nacionais, livre
PNj
de impostos.
Importaçõesj É o total de importações do setor j calculado na planilha de Importações
É o total de imposto de importações do setor j calculado na planilha de
Imposto Importj
Imposto de Importações.
ICMSj É o total de ICMS do setor j calculado na planilha ICMS,
IPIj É o total de IPI do setor j calculado na planilha IPI,
OIILj É o total de outros impostos menos subsídios da planilha OIIL.

Figura 20: Matriz de Usos PxS com a Produção Nacional, os impostos e o valor
total do Consumo Intermediário.

FonteElaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).

A partir de então, adicionam-se as linhas relacionadas à planilha Usos2. As


variáveis são, sequencialmente, Remunerações, Salários, Contribuições sociais efetivas,
Previdência oficial /FGTS, Previdência privada, Contribuições sociais imputadas,
Excedente operacional bruto e rendimento misto bruto, Rendimento misto bruto,
Excedente operacional Bruto (EOB), Valor Adicionado a Custo dos Fatores, Outros
impostos sobre a produção, Outros subsídios à produção, Valor adicionado bruto
(PIB), Valor da produção e Fator trabalho (ocupações).
Valor Adicionado a Custo dos Fatores é a única variável que é calculada. Esta
nada mais é do que a soma de Remunerações, Excedente Operacional Bruto (EOB) e
Rendimento Misto Bruto, conforme pode ser visto na equação (20).

Alexandre R A Batista 36
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Equação (20)
VACFj = Remuneraçõesj + RMBj + EOBj
Variável Descrição
VACFj É a variável de Valor Adicionado a Custo de Fatores do setor j.
Remuneraçõesj São as remunerações pagas pelo setor j.
RMBj É Rendimento Misto Bruto do setor j.
EOBj É o Excedente Operacional Bruto do setor j.

A aparência final da planilha Usos PxS pode ser vista na figura 21. A tabela está,
assim, completada.
Figura 21: Planilha Usos PxS com os ajustes finais.

Fonte:Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).

Alexandre R A Batista 37
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

3.3 Matriz de Usos SxS


A construção da matriz de Setores por Setores (SxS) não é tão trabalhosa e nem
detém tantas sutilezas quanto a da matriz PxS. Porém, exige maior intimidade com
cálculos matriciais. A elaboração desta é baseada em Carvalheiro (1998).
A composição esquemática é a mesma da Figura 2, mostrada no início da seção. A
diferença é que ao invés de se ter na partição 1 a relação de Produtos por Setores, tem-
se Setores por Setores.
Como se trata de manipulações matriciais, convém criar outra maneira de
visualizar o problema. Para facilitar as contas, põe-se em um quadro as matrizes já
conhecidas, como se fosse um “mapa”. Para este cálculo é realizada uma adaptação de
Carvalheiro (1998). Utiliza-se a matriz de produção SxP - contida na planilha
“produção” da Tabela 1 - Recursos de bens e serviços do SCN - e a matriz já estimada
PxS. Assim, às nossas planilhas, adiciona-se mais uma planilha chamada por
“Produção”. A configuração do mapa baseado em Carvalheiro (1998) pode ser vista no
quadro 10, a seguir.
Quadro 10: Organização de fluxos de valores baseados em matrizes do SCN.

Demanda
Produto Setores Valor da Produção
Final
Produto S DF q
Setores V
Valor da
q' g'
Produção

Fonte: Carvalheiro (1998), adaptado.


Em que V é a matriz proveniente da planilha “produção” da Tabela 1 - Recursos
de bens e serviços do SCN,
S é a matriz de produção,
q é a matriz-vetor dos valores de produção dos produtos,
DF é a partição de Demanda Final (Exportação, Consumo do Governo, etc.) já
estimada e contida na matriz PxS,
g é o valor de produção dos setores,
o apóstrofo “ ‘ ” significa transposição de matriz.
Um ponto a destacar é que a matriz de produção da Tabela 1 possui alguns
valores negativos. Caso se ignore esse detalhe, a inferência da matriz SxS resultará em

Alexandre R A Batista 38
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

fluxos também negativos. A figura 22 mostra os valores negativos da tabela de


produção do ano de 2017 provido pelo IBGE para o SCN de 2017.P
Figura 22: Alguns valores negativos da planilha produção da Tabela 1 de 2017,
fornecida junta com o SCN de 2017.

Fonte:Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).
Uma forma de atenuar esse problema é transformar em zero esses fluxos
negativos em uma nova planilha que pode ser intitulada por Produção Ajustada. As
somas totais tanto das linhas quanto das colunas devem ser ajustadas também. Para
zerar, existem duas maneiras. Ou se faz uma a uma manualmente, o que poderá incorrer
em erro, ou automatiza de alguma maneira com os próprios programas de planilhas ou
alguma linguagem de programação. A figura 23 mostra a parte da planilha produção
ajustada com os zeros que substituíram os valores negativos.
Figura 23: Parte da planilha produção ajustada em que os zeros substituem os
valores negativos.

Fonte:Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).

Alexandre R A Batista 39
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

O próximo passo é confeccionar a matriz intitulada B que irá conter as tecnologias


que os setores farão uso de cada produto. Ou seja, para encontrar o coeficiente de cada
elemento de B, pega-se um produto e divide-se pela somatória de todos os outros
insumos que o setor utiliza. O cálculo de B é baseado na matriz S (que é a matriz de
produção ajustada) e origina uma nova de 128 linhas e 68 colunas. A equação (21)
mostra isso.

Equação (21)
s
b ij= 128 ij
∑ sij
i=1

Variável Descrição
É um coeficiente técnico de utilização de produto i por setor j, elemento da
bij
matriz B = [bij],.
sij É um produto por setor, elemento da matriz S = [sij].

A matriz B pode ser vista na figura 24. Os produtos são as linhas e vão de 1 a 128.
Os setores são as colunas e vão de 1 a 68.
Figura 24: Matriz B de coeficientes técnicos de produtos e setores a partir da
matriz de produção ajustada.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).

A seguir, devemos confeccionar uma matriz intitulada D. Esta irá conter alocações
de produção, a participação de cada setor para produzir um determinado bem. Para
encontrar o coeficiente de cada elemento de D, divide-se a produção pela somatória de
toda a produção que os demais setores utilizam na mesma coluna. O cálculo de D é

Alexandre R A Batista 40
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

baseado na matriz V (que é a matriz de Uso PxS) e origina uma outra com 68 linhas e
128 colunas. A equação (22) mostra como deve ser feito o cálculo.

Equação (22)
v
d ij = 128 ij
∑ v ij
i=1

Variável Descrição
É um coeficiente de participação do setor i para produzir um produto j,
dij
elemento da matriz D = [dij],.
vij É um produto por setor, elemento da matriz V = [vij].

A confecção dessa matriz exigirá muita mão de obra. Então talvez seja mais fácil
calcular primeiro a sua transposta D’128x68 e depois transpor novamente para que se
encontre a D68x128 . Assim, recomenda-se utilizar os recursos do editor de planilhas. A
figura 25 mostra o resultado final da planilha D.
Figura 25: Matriz D de coeficientes técnicos de setores e produtos a partir da
matriz de Usos PxS.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).

Com essas duas matrizes é possível elaborar uma única matriz intersetorial, basta
apenas multiplicar B’ por D’. Caso se quisesse uma matriz interproduto, bastaria
multiplicar B por D. Como o objetivo aqui é a matriz SxS, a equação (23) mostra apenas
tal multiplicação matricial.

Alexandre R A Batista 41
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Equação (23)
BD = B’D’
Variável Descrição
BD É matriz de coeficiente técnico intersetorial 68x68.
É a matriz transposta de participação de cada setor para produzir cada
D’
produto, estimada anteriormente.
É a matriz transposta de coeficiente técnico de utilização de um produto i por
B’
um setor j.

A matriz de coeficiente técnico intersetorial 68x68 pode ser vista na figura 26.
Figura 26: Matriz de coeficiente técnico intersetorial 68x68 B’D’.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).

A partir daí é possível construir a matriz SxS. Cada setor fornecerá um


determinado insumo que será demandado por cada setor, inclusive ele próprio. Para
saber o valor monetário basta multiplicar cada coeficiente da matriz BD pelo valor de
produção encontrado tanto na matriz de Usos2, quanto no valor total de produção
encontrada na matriz de produção ajustada. A equação é expressa em (24).

Equação (24)
ssij = bdij . valprodj
Variável Descrição
ssij É o elemento da matriz SxS = [ssij], em que o setor i oferta produto ao setor j.
dbij É o coeficiente técnico intersetorial entre o setor i e o j da matriz DB = [dbij].
valprodj É o valor da produção do setor j encontrado na matriz de Usos2.

Alexandre R A Batista 42
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

A matriz completa até então pode ser vista na figura 27. Esta é a matriz SxS de
consumo intermediário.
Figura 27: Matriz de usos SxS com 68 setores, de consumo intermediário.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).
O último cálculo se vale novamente da matriz B’ que é multiplicada à matriz DF
de Demanda Final. Esta, é obtida na matriz PxS e é composta pelos 128 produtos em
forma de linha e 6 colunas expressas como Exportação de Bens e Serviços, Consumo do
Governo, Consumo das ISFLSF, Consumo das famílias, Formação Bruta de Capital
Fixo e Variação de Estoque. Como B’ é matriz 68x128 e DF é 128x6, o resultado é uma
matriz de demanda 68x6, que é o que buscamos. A equação usada é a (25), a seguir.
Equação (25)
DF68x68 = B’.DF128x68
Variável Descrição
DFs68x68 É a demanda final da matriz intersetorial 68x68.
É a matriz de coeficiente técnico de utilização de produto i por setor j
B’
calculada anteriormente.
DF128x68 É a matriz demanda final da matriz PxS 128x68.

Para uma melhor organização, vamos construir uma planilha intitulada por DF e
organizá-la, conforme a figura 28 adiante.

Alexandre R A Batista 43
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Figura 28: Partição de demanda final DF68x68 calculada para a matriz SxS com 68
setores.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).
A matriz de demanda final não está completa. É necessário fazer os ajustes finais
com a utilização dos resíduos do Valor da Produção da planilha Usos 2 da Tabela 2 –
Uso de Bens e Serviços. Opcionalmente, ideal seria construir uma matriz coluna de
modo a transpor essa variável e facilitar as contas. Em seguida, construímos a matriz
coluna de Consumo das Famílias conforme a equação (26) e introduzmos os valores
corretos na matriz DF6x68.

Alexandre R A Batista 44
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Equação (26)
CFi = VPj - CIi - Expi - CGi - ISFLSFi - FBKFi - ESTi
Variável Descrição
CFi É o Consumo das Famílias do set or i.
VPj É o Valores de Produção do setor j.
CIi É o Consumo Intermediário do setor i.
Expi São as Exportações do setor i.
CGi É o Consumo do Governo do setor i.
ISFLSFi É o Consumo das ISFLSFi do setor i.
FBKFi É a Formação de Capital Fixo do setor i.
ESTi É a Variação do Estoque do setor i.

Após o término do cálculo da matriz DF68x68 ajustada, basta apenas encaixar as


partições em seus devidos lugares, conforme expresso na figura 2, no início desta
metodologia. As partições 4 e 5 são as mesmas da matriz de uso PxS, o que resta apenas
conferir os valores. A matriz de usos SxS está, portanto, inferida. Após o vetor Variação
de Estoque, pode-se colocar uma coluna intitulada Demanda Final, em que se somam
todas as variáveis da Demanda Final. Em seguida, mais uma coluna intitulada
Demanda Total em que é somada a Demanda Final mais o Consumo Intermediário total
do setor, conforme pode ser visto na figura 29.
Figura 29: Parte da matriz SxS com o consumo intermediário e a demanda final.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).

Por término, da mesma forma que na matriz PxS, são incorporadas


sequencialmente as linhas relacionadas à planilha Usos2. As variáveis são

Alexandre R A Batista 45
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Remunerações, Salários, Contribuições sociais efetivas, Previdência oficial /FGTS,


Previdência privada, Contribuições sociais imputadas, Excedente operacional bruto e
rendimento misto bruto, Rendimento misto bruto, Excedente operacional bruto (EOB),
Valor Adicionado a Custo dos Fatores, Outros impostos sobre a produção, Outros
subsídios à produção, Valor adicionado bruto (PIB), Valor da produção e Fator
trabalho (ocupações). Valor Adicionado a Custo dos Fatores é a única variável que é
calculada, e é a soma de Remunerações mais Excedente operacional bruto e rendimento
misto bruto. A aparência final da planilha pode ser vista na figura 30.
Figura 30: Planilha SxS com 68 setores completa.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).
Adicionalmente, podemos Aproveitar e elaborar a matriz inversa de Leontief. Esta
é calculada conforme a equação (27). Ela é construída com os 68 setores,
caracterizando uma matriz 68x68 e tem propriedades bastante úteis.
Equação (27)
L = (I - A)-1
Variável Descrição
L É a matriz inversa de Leontief.
I É uma matriz identidade.
A É a matriz de coeficientes técniccos DB calculada anteriormente.

A figura 31 mostra a aparência final da matriz inversa de Leontief.

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3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Figura 31: Matriz inversa de Leontief.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SCN – 2017 provido pelo IBGE (2019).

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3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme discutido no início do trabalho, a principal característica da matriz
insumo-produto é mostrar os seus encadeamentos produtivos por meio de fluxos
monetários que expressam a oferta e a demanda de produtos e serviços, além de
preservar as identidades macroeconômicas. Este tipo de abordagem facilita a vida de
pesquisadores e interessados que, dentre outros, podem realizar análises de ordem micro
e/ou macroeconômicas para objetos de estudo tangíveis ou intangíveis.
Contudo, a grande dificuldade aqui no Brasil é a divulgação oficial que ocorre
com atrasos, de modo que é necessária sua estimação se se desejar utilizar dados mais
atuais. A literatura nacional ensina que é possível inferir a matriz, a partir das Tabelas
de Recursos e Usos de Bens e Serviços do Sistema de Contas Nacionais providas pelo
IBGE. Mas ainda assim, apresenta o problema de que se for seguida estritamente como
é apresentada na maioria dos artigos científicos tal qual uma “receita de bolo”, não
levam a resultados como aqueles encontrados nas matrizes com 128 produtos e 68
setores divulgadas pelo Nereus, por exemplo.
Outro problema é que os dados providos pelo IBGE não são mantidos ao longo do
tempo. As revisões anuais fazem com que um conjunto de tabelas do SCN possa não ser
igual ao do ano seguinte. Isto é, os valores de um SCN de 2017 provido em 2019 pode
ser diferente dos valores de um SCN de 2017 provido em 2020. Por consequência, os
dados se alteram e novas matrizes de Insumo-Porduto têm de ser confeccionadas.
Este trabalho tentou amenizar tais questões, além de reduzir a dependência das
matrizes oficiais enquanto estas não são lançadas, ao utilizar o SCN. Foi proposta uma
forma de confecção por meio de aplicativos de planilhas eletrônicas, longe da
abordagem profundamente teórica e de excessiva formalização. Buscou-se priorizar o
aspecto prático e intuitivo com ferramentas mais cotidianas e reconhecidas.
Dado a proximidade dos resultados com as matrizes oficiais e de outros
pesquisadores, como a do Nereus, pode-se concluir que é possível utilizar a metodologia
aqui exposta com relativa segurança sem, contudo, deixar de levar em consideração que
as matrizes insumo-produto oficiais são as mais recomendáveis a serem utilizadas.
Este trabalho está disponível, assim como algumas matrizes estimadas, nos sites
http://usp-br.academia.edu/AlexandreRicardodeArag%C3%A3oBatista e

Alexandre R A Batista 48
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

https://www.researchgate.net/profile/Alexandre_Batista . Este guia pode ser atualizado


tanto no Researchgate quanto no https://mpra.ub.uni-muenchen.de/ .
Espera-se que ao se estimar as matrizes por meio do método aqui ensinado, o
pesquisador possa fazer bom proveito desta como, por exemplo, aplicar índices como os
de Miller e Blair (2009) e Batista (2019). Finalmente, sugere-se maior aprofundamento
no tema como, por exemplo, notas práticas e intuitivas de estimações de matrizes com
menos setores a nível nacional, mas também e principalmente, matrizes regionais. Aos
mais motivados, a criação de rotinas por meio de linguagem de programação ao invés
de apenas planilhas como foi utilizado neste trabalho.

Alexandre R A Batista 49
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BATISTA, Alexandre Ricardo de Aragão. Estrutura produtiva brasileira na era dos
serviços: uma análise baseada na matriz de insumo-produto. 1 recurso online (162 p.).
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Economia,
Campinas, SP, 2019.

CARVALHEIRO, Nelson. Observações sobre a elaboração da matriz de insumo-


produto. PESQUISA & DEBATE, SP, volume 9, número 2(14), p. 139-157, 1998.

GRIJÓ, Eduardo; BÊRNI, Duilio de Avila. METODOLOGIA COMPLETA PARA A


ESTIMATIVA DE MATRIZES DE INSUMO-PRODUTO. Teoria e Evidência Econômica,
Passo Fundo, v. 14, n. 26, maio 2006.

GUILHOTO, Joaquim José Martins; SESSO FILHO, Umberto Antonio. Input-Output


Analysis: Theory and Foundations. Munich Personal RePEc Archive Paper No. 32566,
posted 5, August, 2011. Disponível em: < https://mpra.ub.uni-muenchen.de/32566/ >.
Acesso em: 27 de maio de 2018.

GUILHOTO, Joaquim José Martins; SESSO FILHO, Umberto Antonio. Estimação da


matriz insumo-produto a partir de dados preliminares das contas nacionais. Economia
Aplicada, São Paulo, v. 9, n. 2, p. 277-299, abr./jun. 2005. Disponível em:
<http://www.usp.br/nereus/wp-content/uploads/Metodologia-guilhoto-sesso-EA-
2005.pdf>. Acesso em: 27 de maio de 2018.

___________________________________. Estimação da matriz insumo-produto


utilizando dados preliminares das contas nacionais: aplicação e análise de indicadores
econômicos para o Brasil em 2005. Economia & Tecnologia, Curitiba, v. 23, p. 53-62,
out./dez. 2010. Disponível em:
<http://www.usp.br/nereus/wp-content/uploads/Metodologia-guilhoto-sesso-EA-
2010.pdf>. Acesso em: 27 de maio de 2018.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sistema de Contas Nacionais –


SCN.< https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/economicas/servicos/9052-
sistema-de-contas-nacionais-brasil.html?=&t=o-que-e >. Acesso em: 27 de maio de
2018.

________________________________. Tabelas - 2017 Sistema de contas nacionais:


Brasil.< https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/servicos/9052-sistema-de-contas-
nacionais-brasil.html?=&t=resultados >. Acesso em: 2 de janeiro de 2020.
LEONTIEF, Wassily. Trad. Maurício Dias David. A Economia do Insumo-Produto.
Coleção os Economistas. Abril Cultural, 1983.

MILLER, Ronald E.; BLAIR, Peter D.. Input-Output Analysis. Second Edition.
Cambridge University Press: New York, 2009.

Alexandre R A Batista 50
3. Metodologia Prática para Inferir a Matriz Insumo-Produto

Núcleo de Economia Regional e Urbana da Universidade de São Paulo (Nereus). <


http://www.usp.br/nereus/?fontes=dados-matrizes >. Acesso em: 27 de maio de 2018.

Alexandre R A Batista 51

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