Tipologia de Classes

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Nota Técnica

TIPOLOGIA DE CL AS S ES E LIMITES DA
COMPATIBILIZAÇÃO DAS CODIFICAÇÕES DE
OCUPAÇÃO NAS PESQUISAS DOMICILIARES
DO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
ESTATÍSTICA (IBGE)

Diest
Diretoria de Estudos e Políticas do Estado,
das Instituições e da Democracia
N 64
o

Claudia Monteiro Fernandes


Luiz Rubens de Câmera Araújo
André Rego Viana
Kolai Zagbaï Joel Yannic

Julho de 2024
Governo Federal

Ministério do Planejamento e Orçamento


Ministra Simone Nassar Tebet

Fundação pública vinculada ao Ministério do Planeja- © Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – ipea 2024
mento e Orçamento, o Ipea fornece suporte técnico e
institucional às ações governamentais – possibilitando EQUIPE TÉCNICA
a formulação de inúmeras políticas públicas e progra-
Claudia Monteiro Fernandes
mas de desenvolvimento brasileiros – e disponibiliza, Bolsista do Subprograma de Pesquisa para o Desenvolvimento Nacional
para a sociedade, pesquisas e estudos realizados por (PNPD) na Diretoria de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e
seus técnicos. da Democracia do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Diest/Ipea).
Luiz Rubens de Câmera Araújo
Bolsista do PNPD na Diest/Ipea.
Presidenta
André Rego Viana
LUCIANA MENDES SANTOS SERVO
Técnico de planejamento e pesquisa na Diest/Ipea.
Diretor de Desenvolvimento Institucional Kolai Zagbaï Joel Yannic
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Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e o Ipea.
Diretora de Estudos e Políticas do Estado,
das Instituições e da Democracia
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Diretor de Estudos e Políticas
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Diretor de Estudos Internacionais
FÁBIO VÉRAS SOARES
Chefe de Gabinete
ALEXANDRE DOS SANTOS CUNHA
Coordenadora-Geral de Imprensa e Como citar:
Comunicação Social FERNANDES, Claudia Monteiro et al. Tipologia de classes e limites da
GISELE AMARAL compatibilização das codificações de ocupação nas pesquisas domiciliares do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Brasília, DF: Ipea, jul. 2024.
(Diest: Nota Técnica, 64).
Ouvidoria: http://www.ipea.gov.br/ouvidoria
URL: http://www.ipea.gov.br DOI: http://dx.doi.org/10.38116/ntdiest64-port.

DOI: http://dx.doi.org/10.38116/ntdiest64-port
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Reproduções para fins comerciais são proibidas.
Sumário
1 INTRODUÇÃO........................................................................................4

2 EXPERIÊNCIAS DE ESTRATIFICAÇÃO NO BRASIL.....................................4

3 OPERACIONALIZAÇÃO DA TIPOLOGIA DE CLASSES................................8

4 CONCLUSÕES.......................................................................................19

REFERÊNCIAS..........................................................................................20

ANEXO....................................................................................................23
4
1 INTRODUÇÃO
O projeto Dinâmica Econômica, Mudanças Sociais e Novas Pautas de Políticas Públicas tem como um de
seus métodos a utilização de códigos ocupacionais para a construção de tipologia de classes sociais a
partir das pesquisas amostrais domiciliares brasileiras. As codificações de ocupações dos trabalhadores
brasileiros são uma forma de padronizar e sistematizar como as pessoas se inserem no mundo do trabalho,
podendo ser comparada internacionalmente com sistemas construídos por diversos institutos de pesquisa,
como a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Isso permite a análise e a categorização de grupos,
viabilizando a caracterização das classes sociais brasileiras por meio da estratificação sócio-ocupacional.
Dessa forma, o projeto busca a construção de uma tipologia de estrutura de classes no Brasil para a
elaboração de políticas públicas em um contexto de mudança da estrutura política e econômica brasileira
e da estrutura ocupacional. Este texto tem como objetivo apresentar os resultados da aplicação de uma
tipologia de classes socioeconômicas a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD),
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em sua versão anual (PNAD Anual) e contínua
(PNAD Contínua). Nessa etapa do projeto, buscou-se a compatibilização dos códigos utilizados na PNAD
Anual e na PNAD Contínua, sendo esta a que substituiu a pesquisa anual a partir de 2012, até o momento
da elaboração deste texto (2023). Apontamos aqui os cuidados que julgamos necessários para o enca-
deamento de séries históricas entre as duas pesquisas.
Este texto não tem por objetivo apresentar uma revisão de literatura extensa, que tem ampla tradição
na sociologia brasileira (Santos, 2004; 2005; Scalon e Santos, 2010; Ribeiro, 2018; Ribeiro e Carvalhaes,
2020). Assim, a partir de uma breve apresentação da literatura na seção adiante, foi feita a revisão da
programação de tipologias de classe, até então realizada pela equipe com base na PNAD Anual, do IBGE,
referente ao período de 2002 a 2015. Em seguida, revisitamos a proposta inicial de programação para a
PNAD Contínua,1 que passou a ser feita pelo IBGE a partir de 2012, substituindo a PNAD Anual a partir
de 2016 (entre 2012 e 2015 as pesquisas foram realizadas em paralelo). Com isso, a série encadeada
corresponderia ao período de 2002 a 2023. Essas etapas, seus resultados e limites serão apresentados
neste trabalho.

2 EXPERIÊNCIAS DE ESTRATIFICAÇÃO NO BRASIL


A lógica de construção de tipologias ocupacionais teve como base exercícios clássicos de estratificação
realizados no Brasil, e é considerada tradicional nos estudos de classes sociais fundamentados em indi-
cadores. Ao divulgar resultados de muitos anos de pesquisa no projeto Estado Social da Nação: Brasil e
Rio de Janeiro, foi utilizado um “marco conceitual e um sistema de indicadores destinados a examinar a
transmissão intergeracional de desigualdades sociais ao longo do ciclo de vida” (Hasenbalg e Silva, 2003,
p. 9). A transição estrutural das classes sociais no Brasil, que ocorreu entre os anos 1950 e 1980, deu-se
por meio da transformação de uma sociedade fundamentalmente agrária para uma sociedade de classes
do tipo capitalista, com um processo de “modernização conservadora” (Hasenbalg e Silva, 2003, p. 10).
Para compreender esse processo, o estudo elaborou, em 2000, uma proposta de estratificação ocupacional
que pudesse servir de instrumento analítico e que permitisse o mapeamento dos principais segmentos do
mercado de trabalho e o acompanhamento da evolução das desigualdades.
Foram utilizadas as bases de dados da PNAD/IBGE para estabelecer estratos ou classes ocupacionais.
Cada estrato deveria ter como característica uma relativa homogeneidade nas situações de trabalho e de
mercado, ou seja, uma posição socioeconômica semelhante (Hasenbalg e Silva, p. 48). Nessa experiência

1. A proposta inicial foi elaborada em linha com o modelo de Santos (2023), modificado pelo Ipea, conforme apresentado em Araújo
et al. (2023). A PNAD Contínua foi utilizada na sua forma anualizada.
5
pioneira de estratificação, o ponto de partida estabelecido foi as categorias ocupacionais utilizadas pelo
IBGE, o que também inspirou a estratificação deste projeto.
No tocante a isso, vale tratar brevemente das classificações de ocupações do IBGE. O instituto dispõe
de bases de dados em séries históricas relativamente duradouras, mesmo que tais bases tenham sofrido
alterações metodológicas ao longo do tempo. A existência delas é, sem dúvida, uma vantagem no Brasil,
por permitir estudos detalhados e de qualidade sobre a economia e o mercado de trabalho nacionais. No
entanto, muitas vezes, essas pesquisas e suas bases públicas de dados são subestimadas como fontes
de diagnósticos que podem constituir importante fundamentação para a formulação de políticas públicas.
Isso se dá, em parte, pelo desafio de compatibilizar diferentes pesquisas, com objetivos e metodologias
diversas e diferentes codificações das ocupações; daí o esforço da presente equipe de pesquisa em esta-
belecer um padrão utilizável.
Para as pesquisas domiciliares do IBGE, são utilizados códigos para classificar as ocupações das
pessoas ocupadas, de forma a permitir a comparação entre as diferentes pesquisas nacionais e interna-
cionais. Nos censos demográficos até 2000, foi utilizada uma versão provisória de 2002 da Classificação
Brasileira de Ocupações (CBO), que foi definida a partir da codificação internacional, chamada International
Standard Classification of Occupations (ISCO), da OIT, por meio de cooperação entre a OIT e diversos institutos
nacionais de estatística. A CBO “descreve e ordena as ocupações dentro de uma estrutura hierarquizada que
permite agregar as informações referentes à força de trabalho, segundo características ocupacionais
que dizem respeito à natureza da força de trabalho (funções, tarefas e obrigações que tipificam a ocupação)
e ao conteúdo do trabalho (conjunto de conhecimentos, habilidades, atributos pessoais e outros requisitos
exigidos para o exercício da ocupação)”.2
Em 2002, A CBO passou por uma revisão que introduziu novos conceitos, como o de família de
ocupações, buscando apresentar uma estrutura mais simples, tendo como referência a versão mais
recente até então da International Standard Classification of Occupations 1988 (ISCO-88), cunhada em
espanhol como Clasificación Internacional Uniforme de Ocupaciones 1988 (CIUO-88). A então chamada CBO
Domiciliar foi implementada nas demais pesquisas domiciliares do IBGE a partir de 2002, e apresentava
pequenas diferenças em relação à CBO-2002, utilizada no Censo de 2000. De acordo com o IBGE, houve
o remanejamento de alguns subgrupos na CBO Domiciliar, ainda que a codificação tivesse permanecido
idêntica à CBO no nível mais agregado (grande grupo, representado pelo código de um dígito); a justificativa
para tal reagrupamento foram as dificuldades de captação desses subgrupos com precisão nas pesquisas
domiciliares em campo (MTE, 2002).
O Censo 2010 e a PNAD Contínua, a partir de 2012, adotaram a Classificação de Ocupações para
Pesquisas Domiciliares (COD), que trouxe mais algumas mudanças (MTE, 2010). Foram mantidos os
dez grandes grupos da CBO Domiciliar, mas houve agregação em subgrupos. Tais mudanças seguiram
os princípios adotados na CIUO, que foi revisada e aprovada em 2008, pelo grupo de especialistas em
trabalho, e referendada em 2009, pela 18a Conferencia Internacional de Estadísticos del Trabajo (CIET),
realizada a cada cinco anos pela OIT. Portanto, para facilitar a comparabilidade internacional, optou- se
por acompanhar a CIUO-08.
Assim, a dinâmica do mundo do trabalho influencia revisões periódicas nos padrões e nas orientações
das estatísticas do trabalho, e o Brasil está inserido nesse debate, participando das conferências interna-
cionais e adotando as recomendações da OIT, assim como os demais países-membros da organização.3

2. Disponível em: https://concla.ibge.gov.br/classificacoes/por-tema/ocupacao/classificacao-brasileira-de-ocupacoes.


3. Para saber mais sobre as mudanças em conceitos e codificações no tempo, consultar as resoluções das conferências, disponíveis
em: https://ilostat.ilo.org/es/about/standards/icls/.
6
Com a ascensão de políticas neoliberais nas principais economias capitalistas do mundo a partir dos
anos 1980 e sua aceleração nas décadas seguintes, a forma de emprego clássica, com relações salariais
e contratuais, entra em colapso, configurando-se novas maneiras de ganhar a vida. As novas gerações,
quando entram no mercado, não experimentam as mesmas regras trabalhistas que as gerações anteriores,
e torna-se rara a constituição de carreiras profissionais lineares e duradouras. A perda de direitos, não só
do trabalho, mas civis, culturais, sociais, econômicos e políticos é uma das características definidoras da
precarização, que implica não apenas o emprego incerto e a pobreza do trabalhador, mas, também, a falta
de uma identidade segura baseada no trabalho (Druck, 2011).
Franco e Druck (2009 apud Druck, 2011) elaboraram uma tipologia de precarização que nos permite,
com base nos indicadores disponíveis para o mercado de trabalho brasileiro, compreender melhor esse
conceito. A precarização, segundo as autoras, pode estar relacionada com: i) vulnerabilidade das formas
de inserção e desigualdades sociais (principalmente desigualdades de rendimento do trabalho); ii) intensi-
ficação do trabalho, medida em horas trabalhadas, e terceirização, ou seja, nos padrões de gestão e orga-
nização do trabalho; iii) (in)segurança e saúde no trabalho, com descumprimento, por exemplo, de normas
de segurança e prevenção a acidentes acordadas coletivamente entre representações de empregadores
e trabalhadores; iv) perda da identidade individual e coletiva, com “raízes na condição de desempregado e
na ameaça permanente da perda do emprego” (Druck, 2011, p. 50), que desvincula o trabalhador de sua
categoria coletiva e leva ao quinto tipo de precarização; e v) fragilização da organização dos trabalhadores.
As autoras chegam a um sexto tipo de precarização, que podemos considerar como uma consequência
dos anteriores: a condenação e o descarte dos direitos do trabalho.
Em países como o Brasil, que não chegaram a constituir plenamente uma sociedade salarial e um
Estado de bem-estar, e onde persistem problemas como a vulnerabilidade e a fragilidade das condições
ocupacionais e sociais da maioria da sua população, a configuração da estrutura social sempre foi marcada
pela precariedade ou informalidade. Vulnerabilidade ocupacional e desigualdades abissais se configuram
e evoluem ao longo do processo de desenvolvimento e urbanização do país (Carvalho e Fernandes, 2018).
A abertura e a reestruturação produtiva dos anos 1990, com uma inserção passiva e subordinada do país
na economia global, provocaram uma expressiva destruição de postos de trabalho, notadamente no setor
industrial. Com a constituição de uma economia de base urbano-industrial no Brasil, há décadas que tanto a
população rural como a ocupação na agropecuária têm se reduzido (Carvalho e Fernandes, 2018). De acordo
com a PNAD Contínua, 10% dos ocupados atuavam no grupo de atividade agricultura, pecuária, produção
florestal, pesca e aquicultura (o que corresponde a 9,2 milhões de ocupados) no quarto trimestre de 2014,
proporção que caiu para 7,9% no quarto trimestre de 2023 (8 milhões de ocupados), de acordo com IBGE.4
O campo de estudo sobre estratificação socioeconômica vem sendo enriquecido pelo debate sobre
status social, identidade cultural, territorial e de classe (Salata, 2015), trazendo novas perspectivas
coerentes com as transformações da sociedade para o debate teórico e metodológico. As categorias
também podem ser distintas por características pessoais, origem regional ou grau de precariedade na
ocupação, por exemplo. Tais variáveis vêm, cada vez mais, sendo consideradas na estratificação, antes
restrita à posição ocupacional, atividade econômica, rendimento e, por vezes, nível educacional.
Em seus estudos sobre mobilidade social, Ribeiro (2014, p. 179) também apresentou análises sobre
a dinâmica da estrutura de classes no Brasil, como forma de medir “a desigualdade de oportunidades ou
a fluidez social”. O autor utilizou um esquema com sete grupos de classe para analisar a estrutura social
brasileira, com dados das PNADs (Ribeiro, 2014; Scalon e Salata, 2011), mostrando mudanças na estrutura

4. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/tabela/5434#resultado.


7
de classes, medidas de acordo com o esquema Casmin,5 que contava com seis classes sociais. Ribeiro
(2014) defende uma metodologia de estratificação social multidimensional, incluindo as dimensões que não
tenham como fundamento exclusivo os estratos de rendimento do trabalho, e outras como educação, cultura
de classe, ocupação, posição na estrutura produtiva e renda, que, ainda que estejam estatisticamente
correlacionadas, não estão perfeitamente alinhadas. Em alguns de seus estudos de mobilidade social (Ribeiro,
2007; 2012; 2014), o autor utiliza o esquema Casmin com os dados da PNAD Anual. Segundo estudos clássicos de
estratificação social (Silva, 1981), a estrutura social pode ser definida como um conjunto das relações
de pessoas entre si com as coisas materiais que os cercam. Ou melhor, ‘estrutura social’ são
(...) relações interdependentes e geradas historicamente na atividade social de pro-
duzir e reproduzir as condições essenciais de sobrevivência do grupo. Desse modo,
toda estrutura social contém, no mínimo, essas três partes que lhe são inseparáveis:
por base, uma forma histórica de produção (relações homem-natureza); por corpo, um
sistema de estratificação social (relações homem-homem); por cúpula, um conjunto
de instituições e valores sociais, cujo escopo é sancionar e manter, como um todo, o
sistema estreitamente interdependente formado por essas partes (Pinto, 1970 apud
Silva, 1981).
Quanto a classes sociais, para fins de estratificação, a mesma autora o define como:
(...) grandes grupos ou camadas de indivíduos que se diferenciam, basicamente, pela
posição objetiva que ocupam na organização social da produção. Essas classes se
relacionam e se superpõem formando um sistema de classes que é parte integrante
da estrutura social e que, historicamente, se transforma com a transformação da
sociedade. A posição das diferentes classes na estrutura social é fundamentalmente
determinada por suas relações com os meios de produção e com o mercado. Elas
se identificam pelo papel que têm na organização do trabalho, e daí, pelo volume,
pelo modo de ganhar e pelo modo de empregar a porção de riqueza de que dispõem”
(Pinto, 1970 apud Silva, 1981).
Tais definições remetem aos conceitos clássicos de Marx e Engels (2007) quando aludem às diferentes
relações das várias classes com os meios de produção e à sua característica como categoria histórica
ligada ao surgimento do capitalismo. Segundo os autores, o sistema capitalista tem como característica
fundamental a propriedade privada dos meios de produção, que faz com que a subsunção do trabalho ao
capital seja parte do processo histórico de expropriação e mercantilização da força de trabalho. Por sua
vez, segundo Weber (1982), se refere à diversidade da determinação de classe na situação de mercado e
em termos de prestígio social. De acordo com Wright (2008; 2009 apud Santos, 2015),
classe social na tradição marxista diria respeito aos modos como grupos e indivíduos
exercem o controle da atividade de trabalho dos atores (dominação) e se beneficiam
dos resultados do trabalho coordenado (exploração); neste sentido, envolvem inter-
dependências assimétricas entre as categorias na organização social do trabalho e
na apropriação dos fluxos de valor acrescentados pela atividade coletiva de trabalho.

5. Conforme Ribeiro (2014), o esquema desenhado para fazer distinções em torno da propriedade, da qualificação (ligada à autoridade)
e do trabalho manual também faz distinção entre setores urbanos e rurais. “Inicialmente, tal esquema foi denominado EGP porque
foi formulado por Erickson, Goldthorpe e Portocarrero (1979) para uma pesquisa comparando Suécia, Inglaterra e França” (Ribeiro,
2014, p. 185).
8
Por sua vez, Salata (2015) analisa as mudanças na sociedade brasileira na perspectiva das classes
sociais, mais especificamente em relação às classes médias, relacionando a perspectiva sociológica, mais
estrutural, que diz respeito à forma como a sociedade se organiza hierarquicamente, de forma complexa e
dinâmica, considerando marcadores simbólicos de distinção, e a perspectiva econômica, mais focada nos
rendimentos e na categorização de grupos por meio da propriedade de bens e riquezas.
Todas as formas de estratificação aqui descritas dialogam com a proposta utilizada neste projeto,
tendo diversos dos autores citados participado com artigos para o primeiro livro desta pesquisa, publicado
em 2023 (Pompeu et al., 2023).

3 OPERACIONALIZAÇÃO DA TIPOLOGIA DE CLASSES


O processo de compatibilização de códigos ocupacionais e construção de tipologia de classes aqui apre-
sentado teve como ponto de partida a pesquisa e aconteceu em colaboração com o pesquisador José
Alcides Figueiredo Santos (Santos, 2005; 2015; 2023).
Uma primeira análise dos dados foi realizada após a atualização das bases de microdados do IBGE
para a versão disponível em 24 de fevereiro de 2022,6 e a programação foi executada nas bases de dados
anualizadas da PNAD Contínua de 2012 a 2021. Foi utilizada a codificação da PNAD Contínua, a saber,
a COD, que difere da classificação de períodos e pesquisas anteriores (PNAD Anual e censos), a fim de
compará-la com a série da antiga PNAD Anual até 2015.
É importante destacar algumas diferenças entre a PNAD Anual e a PNAD Contínua. A PNAD Anual
era realizada por meio de uma amostra de domicílios em um determinado mês do ano (setembro), com
uma semana de referência, e tinha como principal objetivo o levantamento de dados socioeconômicos,
com maior ênfase nos dados sobre trabalho e rendimento. Nos anos em que não havia censo demográfico
(decenal),7 a PNAD era a principal fonte de informações demográficas e socioeconômicas do Brasil, com
cobertura nacional para as 27 Unidades da Federação (UFs) e para nove regiões metropolitanas.
Com as mudanças de recomendações internacionais sobre as estatísticas do trabalho, a PNAD foi
revista, unida à Pesquisa Mensal de Emprego (PME), e passou a ser mensal, com acumulação de dados
pelos três meses mais recentes para divulgação, e com maior abrangência territorial, incluindo vinte regiões
metropolitanas e até mesmo os municípios das capitais para alguns indicadores, tornando-se, assim,
“contínua”, e não realizada em um só período do ano. O modelo de levantamentos amostrais mensais no
Brasil já existia em pesquisas domiciliares como a PME e a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED),
experiências que foram importantes na construção da PNAD Contínua. Passaram a existir, portanto, indi-
cadores conjunturais relativos à força de trabalho da totalidade do país e das UFs trimestralmente, o que
só existia antes para seis regiões metropolitanas pesquisadas na PME, incorporada à PNAD Contínua.
A metodologia da PNAD Contínua foi inspirada, portanto, nas duas pesquisas anteriores do IBGE, isto é, a
PNAD e a PME, reconhecendo o acumulo de conhecimento do instituto; as pesquisas anteriores foram
substituídas por ela, trazendo inovações conceituais discutidas internacionalmente e que fazem parte de
recomendações da OIT, das quais o Brasil é signatário (IBGE, 2014).
A principal vantagem da PNAD Contínua foi a implantação de um esquema de rotação de visitas
aos domicílios pesquisados, ou seja, “um domicílio é entrevistado em um mês, permanece os dois meses
seguintes fora da amostra e retorna para a próxima entrevista. O processo se repete até que ele seja

6. A base de microdados tem sido corrigida com os pesos extraídos a partir do Censo de 2022, que, por conta dos conhecidos
problemas relacionados à pandemia e ao aumento do número de recusas, teve sucessivas parciais utilizadas na calibração da PNAD.
7. Idealmente decenal, pois como sabido, devido a falhas de planejamento orçamentário e impedimentos políticos, estes deixaram
de ser realizados no ano correto em 1990 e 2020.
9
entrevistado cinco vezes. Em síntese, um domicílio é entrevistado durante cinco trimestres, uma vez a cada
trimestre” (IBGE, 2014, p. 42). O IBGE passa a divulgar resultados mensais, trimestrais e anuais, com maior
abrangência territorial. Em contrapartida, a idade considerada mínima para definir a ocupação passou a ser
de quatorze anos ou mais, o que influenciou o tamanho de algumas categorias de ocupação importantes
para jovens sem experiência profissional na comparação com a PNAD anual.
O conceito de força de trabalho é diferente da PNAD anual, englobando: i) trabalho remunerado em
dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios (moradia, alimentação, roupas, treinamento etc.) na produção
de bens ou serviços; e ii) trabalho sem remuneração direta ao trabalhador, realizado em ajuda à atividade
econômica de membro do domicílio, que recebe a remuneração pelo trabalho do conjunto do domicílio.
Tais mudanças metodológicas na coleta geraram impactos nos dados apurados que, contudo, não
inviabilizam uma comparação direta entre os resultados obtidos nas duas pesquisas, como veremos adiante.
A tipologia de classes sociais foi construída a partir da posição na ocupação dos trabalhadores
considerados “ocupados” pela PNAD Contínua, e também aqueles que se constituem como “exército
industrial de reserva”, classificados na PNAD contínua como “força de trabalho potencial”, que abrange
os subocupados e desocupados.
De acordo com IBGE (2014, p. 17), são definidas como “pessoas ocupadas”:
são classificadas como ocupadas na semana de referência as pessoas que, nesse
período, trabalharam pelo menos uma hora completa em trabalho remunerado em
dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios (moradia, alimentação, roupas, treina-
mento etc.) ou em trabalho sem remuneração direta, em ajuda à atividade econômica
de membro do domicílio ou, ainda, as pessoas que tinham trabalho remunerado do qual
estavam temporariamente afastadas nessa semana.
Por sua vez, as pessoas desocupadas têm a seguinte definição:
são classificadas como desocupadas na semana de referência as pessoas sem trabalho
(que gera rendimentos para o domicílio) nessa semana, que tomaram alguma provi-
dência efetiva para consegui-lo no período de referência de trinta dias e que estavam
disponíveis para assumi-lo na semana de referência. Consideram-se também como
desocupadas as pessoas sem trabalho na semana de referência que não tomaram
providência efetiva para conseguir trabalho no período de referência de trinta dias
porque já haviam conseguido trabalho que iriam começar após a semana de referência
(IBGE, 2014, p. 17).
O conceito de subocupação da força de trabalho foi uma das principais inovações da PNAD Contínua
e tem relação com o conceito de força de trabalho potencial, a saber:
a força de trabalho potencial é definida como o conjunto de pessoas de quatorze anos
ou mais de idade que não estavam ocupadas nem desocupadas na semana de referên-
cia, mas que possuíam um potencial de se transformarem em força de trabalho. Este
contingente é formado por dois grupos:

I. pessoas que realizaram busca efetiva por trabalho, mas não se encontravam dispo-
níveis para trabalhar na semana de referência;

II. pessoas que não realizaram busca efetiva por trabalho, mas gostariam de ter um
trabalho e estavam disponíveis para trabalhar na semana de referência.
10
a) pessoas desalentadas: pessoas fora da força de trabalho na semana de referência
que estavam disponíveis para assumir um trabalho na semana de referência, mas não
tomaram providência para conseguir trabalho no período de referência de trinta dias
por não ter conseguido trabalho adequado, não ter experiência profissional ou qualifi-
cação, não haver trabalho na localidade em que residia ou não conseguir trabalho por
ser considerado muito jovem ou muito idoso (IBGE, 2021, p. 4).
A adaptação da tipologia Ipea se propõe, portanto, a ir além da categorização dos ocupados, incluindo
os trabalhadores que tradicionalmente têm ficado invisíveis nos estudos de estratificação de classes sociais.

3.1 Adaptação da tipologia Ipea à PNAD Contínua


Uma vez feita a leitura das principais referências utilizadas no projeto supracitado e a partir da metodologia
da PNAD Contínua, foi possível compreender as diretrizes conceituais para a elaboração da tipologia de
classes sociais do projeto. Classe social é entendida aqui como um tipo de divisão social baseada em
relações de propriedade e na divisão social do trabalho. Os principais fundamentos conceituais e metodo-
lógicos estão na proposta do professor José Alcides Figueiredo Santos, que tem um conjunto de trabalhos
produzidos no campo da estratificação social e nos estudos de desigualdades socioeconômicas no Brasil.8
Conforme mencionado anteriormente, a PNAD Contínua foi implantada com nova metodologia e novo
plano amostral, experimentalmente, em outubro de 2011 e, a partir de janeiro de 2012, em caráter definitivo,
em todo o território nacional, com o intuito de substituir a PNAD Anual anterior.
Portanto, é importante destacar que a PNAD Contínua busca acompanhar as flutuações trimestrais
e a evolução, no curto, médio e longo prazos, da força de trabalho, e outras informações necessárias para
o estudo do desenvolvimento socioeconômico do país. Para atender a tais objetivos, a pesquisa foi pla-
nejada para produzir indicadores trimestrais sobre a força de trabalho e indicadores anuais sobre temas
suplementares permanentes –como trabalho e outras formas de trabalho, cuidados de pessoas e afazeres
domésticos, tecnologia da informação e da comunicação etc. Esses indicadores são investigados em um
trimestre específico ou aplicados em uma parte da amostra a cada trimestre, e acumulados para gerarem
resultados anuais, sendo produzidos, também, com periodicidade variável, indicadores sobre outros temas
suplementares. A unidade de investigação é o domicílio, e as entrevistas são realizadas de forma pessoal,
assistida por computador (técnica Capi).
As principais variáveis investigadas na parte de educação são: alfabetização; frequência à escola;
série frequentada; para os que não frequentam escola, se anteriormente frequentaram, questiona-se o curso
de grau mais elevado que frequentaram e qual a última série concluída com aprovação.
Na parte de trabalho, as variáveis são: exercício de ao menos uma hora de trabalho na semana de
referência; características do trabalho exercido: ocupação, posição na ocupação, existência de carteira
de trabalho assinada, contribuição para a previdência, horas habitualmente e efetivamente trabalhadas,
desejo de trabalhar mais horas, disponibilidade para trabalhar mais horas, rendimentos de trabalho; carac-
terísticas do empreendimento: atividade do empreendimento, número de pessoas ocupadas, registro no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); para as pessoas não ocupadas na semana de referência:
procura de trabalho, disponibilidade para iniciar um trabalho, desejo de trabalhar; para as pessoas ocupadas
ou não ocupadas: rendimentos domiciliares; e, em uma subamostra, foram utilizados como exemplo de
temas suplementares: trabalho na produção para o próprio consumo e construção para o próprio uso,
trabalho voluntário, cuidado de pessoas moradoras do domicílio, realização de afazeres domésticos
e trabalho infantil.

8. O autor trata também da metodologia aqui debatida em artigo publicado em livro do Ipea (Santos, 2023).
11
3.2 A construção da tipologia
Com base nisso, tomou-se como ponto de partida a variável posição na ocupação” dos residentes ocupados
de quatorze anos ou mais de idade (conceito usado pelo IBGE),9 que identifica a relação de trabalho exis-
tente entre a pessoa e o negócio ou empresa em que trabalhava.
Cada pessoa ocupada na semana de referência (aquela anterior à entrevista) pode ser classificada
na posição a seguir descrita.
1) Empregador: pessoa que trabalhava explorando o seu próprio empreendimento, com pelo menos
um empregado.

2) Empregado: pessoa que trabalhava para um empregador (pessoa física ou jurídica), geralmente
obrigando-se ao cumprimento de uma jornada de trabalho e recebendo em contrapartida uma
remuneração em dinheiro, mercadorias, produtos ou benefícios (moradia, alimentação, roupas
etc.). Esta categoria pode ser subdividida em trabalhador doméstico, empregados do setor
privado ou público, militar do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, da Polícia Militar ou do Corpo
de Bombeiros Militar.

3) Conta própria: pessoa que trabalhava explorando o seu próprio empreendimento, sozinha ou
com sócio, sem ter empregado, e contando, ou não, com a ajuda de trabalhador familiar auxiliar.

4) Trabalhador familiar auxiliar: pessoa que trabalhava sem receber pagamento, durante pelo menos
uma hora na semana de referência, em ajuda a membro da unidade domiciliar que era conta
própria, empregador ou empregado.
Essas foram as categorias das quais partimos para definir a tipologia de classes que será apresentada
a seguir. Tais categorias foram associadas à classificação da ocupação para especificar a maior parte
das classes da tipologia.
É importante destacar mais uma vez que o IBGE modificou a forma de classificar as ocupações
para as pesquisas domiciliares. A COD é uma agregação dos códigos da CBO, inspirada na ISCO, sob a
responsabilidade da OIT. Ainda que a maior parte dos códigos de ocupação tenha correspondência com
a codificação internacional, a COD é mais agregada para simplificar a coleta em campo. Isso trouxe como
consequência a falta de uma correspondência precisa entre a classificação de ocupações utilizada na
PNAD Anual (até 2015) e na PNAD Contínua (a partir de 2012, até o presente). Verificou-se que nenhum
código da COD ficou de fora da programação. Assim, a aderência da codificação com a antiga PNAD Anual
se manteve de forma bastante satisfatória.
Desde o início, o nosso desafio foi buscar o melhor ajuste da definição de tipologia de classes aplicada
à PNAD Anual à série da PNAD Contínua, de forma a obter a melhor aderência possível entre as séries
históricas, permitindo uma análise de classes no médio prazo, mais especificamente entre 2002 e 2015
(PNAD Anual) e entre 2012 e 2021 (PNAD Contínua). Contudo, os resultados deixam claro que mesmo em
categorias cuja variação no tamanho foi pequena, como por exemplo o grupo de capitalistas, os rendimentos
captados pela PNAD Contínua são suficientemente diferentes daqueles apontados pela PNAD Anual para
que uma análise dos coeficientes de variação deixe claro que é contraindicada qualquer comparação direta
entre essas categorias. Isso ocorre principalmente em categorias numericamente menores, com maior
variância de indivíduos na estratificação.

9. Apesar de internacionalmente a idade formal para trabalhar geralmente se inicie aos quinze anos nas pesquisas oficiais, no Brasil,
o limite mínimo utilizado foi de quatorze anos, devido à existência da legislação que proíbe formalmente qualquer trabalho abaixo
dessa idade e permite apenas a condição de aprendiz (Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei no 8.069/1990, art. 60).
12
A seguir, elencamos a forma como são estabelecidos os grupos da amostra.

3.2.1 Empregadores: capitalistas e pequenos empregadores


Essas duas categorias da tipologia de classes foram definidas sem a utilização dos códigos de ocupação,
mas partindo diretamente da variável posição na ocupação (VD4008), disponibilizada pelo IBGE nos
microdados da PNAD Contínua.
Os empregadores são qualificados pelo número de empregados de seus empreendimentos (variável
V4016), sendo:
• 11 ou mais empregados: capitalistas; e
• 1 a 10 empregados: pequenos empregadores.

3.2.2 Trabalhadores por conta própria


A partir da categoria de trabalhador por conta própria, foram geradas quatro categorias da tipologia
de classes.
1) Especialista autônomo sem empregados: são os conta própria, qualificados por setenta códigos
de ocupação da COD (anexo), caracterizados fundamentalmente por terem alguma especialização
profissional. Aqui não se considera a priori a formação de nível superior, mas há uma forte
correlação com níveis mais elevados de escolarização.
2) Autônomo agrícola: são os conta própria, qualificados por dezoito códigos de ocupação da COD.
Na PNAD Contínua, houve um crescimento dessa categoria em relação à PNAD Anual. No entanto,
a análise dos códigos utilizados nos leva a defender a qualidade dessa especificação, que parece
ter bastante aderência entre as duas pesquisas.
3) Autônomo com ativos: são os conta própria, qualificados pelo local de trabalho e por 97 códigos
de ocupação da COD. No que diz respeito ao local de trabalho, declararam trabalhar em loja, escri-
tório, galpão etc. (opção 1 da variável V4020) ou em veículo automotor (táxi, ônibus, caminhão,
automóvel, embarcação etc. – opção 6 da variável V4022). Também houve um crescimento na
participação dessa categoria na ocupação.
4) Autônomo precário: os trabalhadores por conta própria não classificados nas categorias anteriores
(por exclusão).

3.2.3 Empregados e trabalhadores domésticos


A categoria empregados é a soma de empregado no setor privado e empregado no setor público (inclusive
servidor estatutário e militar) da variável original da PNAD Contínua (VD4008). Desse total, foram definidas
as categorias da tipologia de classes a seguir descritas.
• Gerentes: são os empregados, qualificados por 35 códigos de ocupação da COD.
• Especialistas: são os empregados, qualificados por setenta códigos de ocupação da COD.
• Empregados qualificados: são os empregados, qualificados por códigos de ocupação da COD.
• Supervisores: são os empregados, qualificados por cinco códigos de ocupação da COD.
• Trabalhadores típicos: é a maior categoria da tipologia, com mais de 20% em média de participação
no total de ocupados. Foram definidos como os empregados, qualificados por 192 códigos de
13
ocupação da COD. Pelo elevado número de códigos que fazem parte da categoria, ela foi exaus-
tivamente testada para garantir que não houvesse superestimação. Inclui empregados agrícolas,
compartilhando nove códigos de ocupação com os autônomos agrícolas.
• Trabalhadores elementares: são os empregados, qualificados por 35 códigos de ocupação da
COD. Também compartilham nove códigos de ocupação com os autônomos agrícolas, que se
diferenciam pela menor qualificação que os trabalhadores típicos.
• Trabalhadores domésticos: possuem codificação própria na variável posição na ocupação
(VD4008 = 2).

3.2.4 Trabalhadores de subsistência e excedentes


Os trabalhadores de subsistência e excedentes não tiveram um bom ajuste na programação, por não ter
sido possível reproduzir a definição da PNAD Anual (até 2015). Como forma de sanar essa impossibilidade,
foram elaboradas as propostas a seguir descritas.
• Trabalhadores de subsistência: utilizar a categoria trabalhador familiar auxiliar da variável original
posição na ocupação (VD4008 = 6). Essa proposta não dá conta do conceito teórico proposto
pelo professor José Alcides, que incluía as categorias trabalhador para o próprio uso e próprio
consumo, que foram eliminadas da PNAD Contínua. O IBGE passou a medir, apenas em suple-
mentos pontuais, as chamadas outras formas de trabalho – produção para o próprio consumo,
disponíveis apenas para 2019. Portanto, a opção de utilizar o trabalhador familiar auxiliar não
dá conta da ideia de trabalho para subsistência. A proposta é renomear essa variável , criando
uma nova categoria, ou somá-la a trabalhadores elementares. Serão necessários estudos mais
detalhados sobre essas categorias para definir a melhor alternativa à limitação apresentada.
• Trabalhadores excedentes: essa categoria apresentou uma vantagem na PNAD Contínua devido
ao uso de pessoas fora da força de trabalho e na força de trabalho potencial (VD4003), que
é muito coerente com o conceito teórico de trabalho excedente. Foram somadas à força de
trabalho potencial as pessoas desocupadas (VD4002 = 2). No entanto, essa escolha pode ter
como consequência uma superestimação da categoria, sendo também necessária uma melhor
caracterização desta.
Ainda sujeito a ajustes finais, o resultado dos ajustes na construção das tipologias de classe10 está
disposto na tabela 1.

TABELA 1
Resultado preliminar da construção de tipologia de classes sociais: Brasil (2015-2021)
Tipologias PNAD Contínua 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Capitalista 608.119 613.329 571.965 580.905 649.833 623.388 569.286
Pequeno empregador 3.312.912 3.509.366 3.534.006 3.785.333 3.617.049 3.467.576 3.250.369
Especialista autônomo
1.182.423 1.259.801 1.442.276 1.565.192 1.593.070 1.534.548 1.995.181
sem empregados
Autônomo com ativos 9.675.037 9.893.920 10.051.685 9.986.660 9.945.577 9.284.203 9.037.872
Autônomo agrícola 4.164.193 3.992.448 3.671.164 3.483.792 3.566.339 3.488.745 4.040.362
Gerente 3.022.265 2.769.441 2.740.980 2.656.035 2.713.540 2.332.561 2.300.947
(Continua)

10. Construção das tipologias feita com base na PNAD Contínua, disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/
trabalho/9171-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios-continua-mensal.html?=&t=microdados.
14
(Continuação)
Tipologias PNAD Contínua 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Especialista 4.596.770 4.779.152 4.768.377 5.112.808 5.310.072 5.332.128 5.539.482
Empregado qualificado 8.046.106 7.611.739 7.190.404 7.230.302 7.331.817 7.178.238 7.436.245
Supervisor 533.268 561.984 443.149 480.817 580.140 541.356 554.743
Trabalhador típico 31.830.207 30.692.334 30.854.754 31.034.907 31.557.339 28.668.403 28.666.326
Trabalhador elementar 8.500.888 8.507.462 8.610.802 8.519.576 8.869.651 7.831.217 8.282.640
Autônomo precário 8.487.047 8.408.754 9.125.106 10.204.120 11.136.959 9.651.105 10.815.081
Empregado doméstico 6.001.056 6.025.802 6.034.169 6.058.729 6.063.278 4.873.583 5.104.467
Trabalhador de subsistência 2.439.412 2.124.508 2.165.266 2.072.183 2.021.494 1.860.966 1.901.589
Trabalhador excedente 14.058.629 18.347.504 20.653.676 21.112.425 20.993.444 25.605.558 25.098.819
Total 106.458.887 109.097.544 111.858.351 113.883.783 115.949.603 112.278.945 114.594.056
Fonte: IBGE.
Elaboração dos autores.

3.3 Comparação entre a PNAD Anual e a PNAD Contínua


Uma primeira aproximação entre as versões da PNAD indica que os dados obtidos não são perfeitamente
comparáveis devido às já apontadas mudanças na forma de coleta e codificação das ocupações. Deve-se
acrescer a isso o fato de a PNAD Contínua continuar sendo ajustada com os dados do Censo 2022 (ainda
em processo de consolidação), o que implica que nem todos os números aqui apresentados permanecerão
exatamente iguais em publicações futuras, conforme vão sendo ajustados os pesos amostrais com base
no Censo de 2022. No entanto, as distribuições percentuais das categorias tendem a convergir muito mais.
A seguir, serão apresentadas algumas comparações, começando com a tabela 2, acerca das estimativas
de população para 2015 da PNAD Contínua e do último ano de realização da PNAD Anual. Após 2015, a
PNAD Contínua passou a ser a única pesquisa conjuntural realizada, substituindo a PNAD Anual e a PME.
Na tabela 2, foram feitas comparações entre os pesos divulgados antes e depois do Censo Demográfico
de 2022.

TABELA 2
Comparação de estimativas da PNAD Contínua de 2015
Valores calculados em 2/2023 Valores calculados em 7/2023

Comparação 95% Intervalo de confiança Coeficiente


Tipologias PNAD Contínua 2015 Estimativa Erro padrão de variação
Inferior Superior (%)
Não classificado 555 555 555 -533 1.643 -
Capitalista 607.799 Dentro do intervalo 608.119 36.156 537.247 678.991 5,9
Pequeno empregador 3.289.279 Dentro do intervalo 3.312.912 76.454 3.163.049 3.462.776 2,3
Especialista autônomo
1.182.423 Dentro do intervalo 1.182.423 48.591 1.087.176 1.277.669 4,1
sem empregados
Autônomo com ativos 9.675.037 Dentro do intervalo 9.675.037 114.598 9.450.405 9.899.668 1,2
Autônomo agrícola 6.561.825 Dentro do intervalo 4.164.193 65.165 4.036.460 4.291.927 1,6
Gerente 2.388.159 Dentro do intervalo 3.022.265 79.024 2.867.364 3.177.165 2,6
Especialista 2.603.893 Dentro do intervalo 4.596.770 96.400 4.407.808 4.785.731 2,1
Empregado qualificado 5.076.450 Dentro do intervalo 8.046.106 108.230 7.833.958 8.258.255 1,3
Supervisor 530.796 Dentro do intervalo 533.268 26.638 481.054 585.483 5,0
(Continua)
15
(Continuação)
Valores calculados em 2/2023 Valores calculados em 7/2023

Comparação 95% Intervalo de confiança Coeficiente


Tipologias PNAD Contínua 2015 Estimativa Erro padrão de variação
Inferior Superior (%)
Típico 27.130.669 Dentro do intervalo 31.830.207 312.214 31.218.215 32.442.199 1,0
Trabalhador elementar 7.667.602 Dentro do intervalo 8.500.888 130.589 8.244.912 8.756.864 1,5
Autônomo precário 8.487.047 Dentro do intervalo 8.487.047 105.627 8.280.000 8.694.094 1,2
Empregado doméstico 5.983.230 Dentro do intervalo 6.001.056 94.801 5.815.229 6.186.883 1,6
Trabalhador de subsistência 1.800.905 Dentro do intervalo 2.439.412 53.893 2.333.773 2.545.052 2,2
Trabalhador excedente 14.058.629 Dentro do intervalo 14.058.629 162.738 13.739.635 14.377.623 1,2
97.044.298 106.458.887
Fonte: IBGE.
Elaboração dos autores.

Os testes estatísticos de diferenças de estimativas indicam que o modelo é robusto, com pequenas
variações dos quantitativos encontrados para os grupos em 2015, conforme a tabela 2.

TABELA 3
Distribuição do número estimado de pessoas, por ano de referência da PNAD, segundo a tipologia
de classe (2012-2015)
Ano de referência: anual Ano de referência: contínua
Classificação social proposta
2012 2013 2014 2015 2012 2013 2014 2015
Brasil 101.122.466 102.347.498 105.635.609 104.779.605 102.635.850 103.688.766 103.744.284 106.458.332
Capitalistas 506.158 587.002 610.664 524.095 509.245 508.907 519.569 608.630
Pequenos empregadores 2.880.576 2.784.912 2.864.320 2.766.973 2.993.351 3.177.756 3.214.801 3.356.493
Especialistas autônomos
1.176.774 1.152.173 1.227.601 1.256.391 948.890 1.033.780 1.153.439 1.184.552
sem empregados
Autônomos com ativos 6.507.343 6.389.472 6.975.194 7.284.555 7.621.320 7.705.812 8.158.380 8.549.460
Autônomos agrícolas 3.978.453 3.958.820 4.209.454 4.230.425 4.300.734 4.393.344 4.197.337 4.265.448
Gerentes 2.579.730 2.707.648 2.758.717 2.532.200 2.642.058 2.818.988 2.902.496 3.025.523
Setor privado 2.012.204 2.097.001 2.178.060 1.973.522 2.019.458 2.101.491 2.185.702 2.391.417
Funcionários públicos 567.526 610.647 580.657 558.678 622.601 717.498 716.793 634.106
Empregados especialistas 4.638.402 4.804.077 5.163.781 5.046.853 4.226.602 4.551.930 4.703.215 4.605.164
Setor privado 2.412.764 2.497.414 2.728.209 2.634.169 2.341.907 2.620.781 2.646.373 2.612.288
Funcionários públicos 2.225.638 2.306.663 2.435.572 2.412.684 1.884.694 1.931.149 2.056.842 1.992.877
Empregados qualificados 6.780.905 7.027.299 7.239.195 7.118.346 7.936.407 8.110.497 8.196.587 8.087.585
Setor privado 3.921.734 3.997.415 4.144.728 4.056.777 4.910.681 5.136.842 5.177.512 5.117.930
Funcionários públicos 2.859.171 3.029.884 3.094.467 3.061.569 3.025.726 2.973.655 3.019.075 2.969.656
Supervisores 1.213.910 1.211.287 1.205.349 1.146.852 555.129 513.600 527.632 530.797
Trabalhadores típicos 34.763.862 35.089.723 35.271.376 33.054.366 32.588.040 33.326.635 33.831.131 33.151.530
Setor privado 30.466.259 30.866.063 31.012.415 28.913.496 28.246.839 28.896.510 29.284.555 28.451.992
Funcionários públicos 4.297.603 4.223.660 4.258.961 4.140.870 4.341.201 4.430.125 4.546.576 4.699.538
Trabalhadores elementares 9.044.758 8.672.133 8.643.158 8.270.030 9.307.699 9.118.567 8.968.137 8.675.662
Setor privado 8.046.588 7.769.166 7.753.807 7.436.509 8.358.940 8.234.124 8.068.564 7.842.376
Funcionários públicos 998.170 902.967 889.351 833.521 948.759 884.443 899.573 833.286
(Continua)
16
(Continuação)
Ano de referência: anual Ano de referência: contínua
Classificação social proposta
2012 2013 2014 2015 2012 2013 2014 2015
Autônomos precários 8.402.891 8.674.732 9.013.085 9.311.253 7.254.665 7.433.367 7.429.340 7.879.818
Empregados domésticos 6.510.667 6.473.746 6.491.351 6.308.667 6.092.882 5.983.788 5.868.004 6.001.056
Trabalhador de subsistência 3.743.728 4.236.217 4.427.025 3.742.010 2.718.276 2.680.378 2.575.702 2.475.514
Trabalhador excedente 8.394.309 8.578.257 9.535.339 12.186.589 12.940.551 12.330.880 11.497.387 14.058.629
Fonte: IBGE.
Elaboração dos autores.

Uma vez aplicados os dados do Censo 2022 para a correção das estimativas da amostra da PNAD
Contínua em julho de 2023, as disparidades entre os grupos se tornaram mais acentuadas ao serem
comparadas com a PNAD Anual, conforme vemos nas tabelas 2 e 3. Embora o número total da força de
trabalho ocupada varie muito pouco sua classificação nos diferentes grupos ocupacionais, apresenta certa
volatilidade devido às diferenças já apontadas entre COD e CBO e na forma de captação de dados entre as
PNADs. Isso ocorre, em parte, pela grande distância que estava acumulada no plano amostral da PNAD
Contínua, que era fundado na estrutura populacional do Censo de 2010. Com os resultados do Censo de
2022, as distorções ficam evidentes, uma vez que a PNAD Anual manteve a estrutura sem atualização.
Grupos menores apresentam variações proporcionalmente maiores. O grupo de supervisores apresenta
a variação mais gritante, muito provavelmente refletindo mudanças na codificação que as refletem também
no próprio mundo do trabalho onde as ocupações de supervisão de atividades têm sido crescentemente
eliminadas por alterações na forma de organização dos sistemas produtivos desde a adoção do toyotismo
e da lean production. Lembra-se também que as variâncias nas estimativas de grupos de menor tamanho
tendem a ser maiores.
Grupos maiores como os de trabalhadores típicos, trabalhadores especialistas e mesmo empregados
domésticos apresentam variações muito menores entre as diferentes pesquisas.

TABELA 4
Variações da distribuição do número estimado de pessoas, por ano de referência da PNAD Anual
(2012-2015)
(Em %)
Ano de referência: anual
Classificação social proposta
2012 2013 2014 2015
Brasil 1,50 1,31 -1,79 1,60
Capitalistas 0,61 -13,30 -14,92 16,13
Pequenos empregadores 3,92 14,11 12,24 21,31
Especialistas autônomos sem empregados -19,37 -10,28 -6,04 -5,72
Autônomos com ativos 17,12 20,60 16,96 17,36
Autônomos agrícolas 8,10 10,98 -0,29 0,83
Gerentes 2,42 4,11 5,21 19,48
Setor privado 0,36 0,21 0,35 21,18
Funcionários públicos 9,70 17,50 23,45 13,50
Empregados especialistas -8,88 -5,25 -8,92 -8,75
Setor privado -2,94 4,94 -3,00 -0,83
Funcionários públicos -15,32 -16,28 -15,55 -17,40
(Continua)
17
(Continuação)
Ano de referência: anual
Classificação social proposta
2012 2013 2014 2015
Empregados qualificados 17,04 15,41 13,23 13,62
Setor privado 25,22 28,50 24,92 26,16
Funcionários públicos 5,83 -1,86 -2,44 -3,00
Supervisores -54,27 -57,60 -56,23 -53,72
Trabalhadores típicos -6,26 -5,02 -4,08 0,29
Setor privado -7,28 -6,38 -5,57 -1,60
Funcionários públicos 1,01 4,89 6,75 13,49
Trabalhadores elementares 2,91 5,15 3,76 4,90
Setor privado 3,88 5,98 4,06 5,46
Funcionários públicos -4,95 -2,05 1,15 -0,03
Autônomos precário -13,66 -14,31 -17,57 -15,37
Empregados domésticos -6,42 -7,57 -9,60 -4,88
Trabalhador de subsistência -27,39 -36,73 -41,82 -33,85
Trabalhador excedente 54,16 43,75 20,58 15,36
Fonte: IBGE.
Elaboração dos autores.

Chama atenção o fato de que, aparentemente, no processo de classificação ou na aplicação dos ques-
tionários, parte da população que era classificada como autônomos precários parece ter sido reclassificada
para autônomos com ativos, o que poderia explicar a variação de ambos os grupos. Essa possibilidade
tem relação com mudanças no mercado de trabalho, que passou a ter a figura de microempreendedores
individuais e pequenas empresas em número cada vez maior nos anos recentes.
O encadeamento das séries demandará um estudo dos processos que envolveram esses setores,
bem como a volatilidade de grupos de classe média como pequenos empregadores e especialistas autô-
nomo sem empregados, exigindo especial atenção às análises dessas categorias. Tal absorção não pode
ser explicada pela mudança na ponderação apenas. Embora grande parte das tendências de aumento e
redução dos grupos se conserve entre as bases, essas não são linearmente comparáveis, o que também
dificulta, mas não impede, a interpolação de dados.

TABELA 5
Distribuição do rendimento médio real1 do trabalho principal para pessoas de quatorze anos ou mais,
por ano de referência das PNADs Anual e Contínua, segundo a tipologia de classe (2012-2015)
(Em R$)
Ano de referência: anual Ano de referência: contínua
Classificação social proposta
2012 2013 2014 2015 2012 2013 2014 2015
Brasil 2.676,00 2.766,95 2.790,25 2.671,20 2.628,86 2.713,85 2.804,62 2.710,27
Capitalistas 17.502,16 15.676,35 16.276,17 14.963,35 14.328,80 15.154,01 12.852,75 12.702,67
Pequenos empregadores 6.345,18 6.982,15 6.541,15 5.929,63 6.373,66 6.353,23 6.668,57 5.959,68
Empregados especialistass autônomos
8.526,20 9.110,53 8.584,28 8.200,82 6.447,63 6.274,93 6.449,69 5.895,17
sem empregados
Autônomos com ativos 3.125,96 3.024,32 3.073,06 2.722,64 2.526,90 2.581,22 2.760,97 2.411,26
Autônomos agrícolas 1.423,03 1.487,56 1.493,02 1.333,74 1.130,01 1.238,38 1.329,42 1.227,93
(Continua)
18
(Continuação)
Ano de referência: anual Ano de referência: contínua
Classificação social proposta
2012 2013 2014 2015 2012 2013 2014 2015
Gerentes 6.393,85 6.666,11 6.739,35 6.546,14 6.335,67 6.686,98 6.565,64 6.844,68
Setor privado 5.936,07 6.330,87 6.267,95 6.219,41 5.875,70 6.285,66 6.236,00 6.606,81
Funcionários públicos 8.010,93 7.808,57 8.500,36 7.674,56 7.827,41 7.862,30 7.570,81 7.742,80
Empregados especialistas 6.754,16 7.027,84 6.773,83 6.750,99 6.842,46 6.988,18 7.260,37 7.004,17
Setor privado 6.261,73 6.658,54 6.178,62 6.163,14 6.524,49 6.673,47 6.964,86 6.470,23
Funcionários públicos 7.278,50 7.417,07 7.424,57 7.381,19 7.237,30 7.415,54 7.640,78 7.703,53
Empregados qualificados 3.143,38 3.261,53 3.314,68 3.215,84 3.280,89 3.283,83 3.444,35 3.257,62
Setor privado 3.089,54 3.164,53 3.156,84 3.028,94 3.036,18 3.047,98 3.182,51 2.991,80
Funcionários públicos 3.215,43 3.385,21 3.522,85 3.460,54 3.678,88 3.691,58 3.893,63 3.715,56
Supervisores 4.014,95 4.041,50 4.045,81 4.142,48 3.096,02 3.434,58 3.192,14 3.353,48
Trabalhadores típicos 2.014,06 2.050,70 2.059,94 2.008,30 2.109,06 2.131,71 2.169,86 2.156,27
Setor privado 1.930,85 1.973,70 1.982,23 1.917,44 1.953,56 1.969,28 2.007,59 1.968,86
Funcionários públicos 2.601,04 2.609,45 2.622,36 2.639,98 3.120,40 3.191,40 3.215,33 3.291,10
Trabalhadores elementares 1.273,37 1.335,72 1.357,37 1.317,45 1.293,39 1.307,46 1.347,52 1.320,55
Setor privado 1.259,22 1.322,83 1.345,40 1.304,30 1.271,66 1.285,57 1.315,09 1.298,17
Funcionários públicos 1.386,90 1.445,57 1.460,91 1.434,13 1.484,66 1.510,98 1.638,16 1.531,01
Autônomos precário 1.717,35 1.780,38 1.791,18 1.672,74 1.562,94 1.625,92 1.647,72 1.540,71
Empregados domésticos 1.077,54 1.119,77 1.156,16 1.137,73 999,14 1.056,80 1.117,20 1.104,97
Trabalhador de subsistência - - - - - - - -
Trabalhador excedente - - - - - - - -
Fonte: IBGE.
Elaboração dos autores.
Nota: 1 Corrigido pelo deflator implícito do IBGE.

As alterações das médias de rendimento real (em valores atualizados para a média do quarto trimestre
de 2023)11 são menos acentuadas, e quando ocorrem parecem refletir as mudanças nas composições
dos grupos e, assim, devem ser levadas em conta quando se estabelecem comparações. Se, por um lado,
é possível perceber a hierarquia entre as categorias que permanece entre as duas pesquisas (tabela 2),
por outro, as tendências horizontais (dentro de cada categoria) de variação do rendimento médio real são
diferentes entre as duas pesquisas (tabelas 5 e 6), principalmente nas categorias menos numerosas entre
os ocupados (no topo da hierarquia) e com maior variância amostral.

11. Uma das inovações recentes da PNAD Contínua é embutir um deflator automático com base trimestral.
19
TABELA 6
Variação da distribuição do rendimento médio real do trabalho principal para pessoas de quatorze
anos ou mais, por ano de referência e tipologia de classe das PNADs Anual e Contínua (2012-2015)
(Em %)
Ano de referência: contínua e anual
Classificação social proposta
2012 2013 2014 2015
Brasil -1,76 -1,92 0,52 1,46
Capitalistas -18,13 -3,33 -21,03 -15,11
Pequenos empregadores 0,45 -9,01 1,95 0,51
Especialistas autônomos sem empregados -24,38 -31,12 -24,87 -28,11
Autônomos com ativos -19,16 -14,65 -10,16 -11,44
Autônomos agrícolas -20,59 -16,75 -10,96 -7,93
Gerentes -0,91 0,31 -2,58 4,56
Setor privado -1,02 -0,71 -0,51 6,23
Funcionários públicos -2,29 0,69 -10,94 0,89
Empregados especialistas 1,31 -0,56 7,18 3,75
Setor privado 4,20 0,22 12,73 4,98
Funcionários públicos -0,57 -0,02 2,91 4,37
Empregados qualificados 4,37 0,68 3,91 1,30
Setor privado -1,73 -3,68 0,81 -1,23
Funcionários públicos 14,41 9,05 10,53 7,37
Supervisores -22,89 -15,02 -21,10 -19,05
Trabalhadores típicos 4,72 3,95 5,34 7,37
Setor privado 1,18 -0,22 1,28 2,68
Funcionários públicos 19,97 22,30 22,61 24,66
Trabalhadores elementares 1,57 -2,12 -0,73 0,23
Setor privado 0,99 -2,82 -2,25 -0,47
Funcionários públicos 7,05 4,52 12,13 6,76
Autônomos precário -8,99 -8,68 -8,01 -7,89
Empregados domésticos -7,28 -5,62 -3,37 -2,88
Trabalhador de subsistência - - - -
Trabalhador excedente - - - -
Fonte: IBGE.
Elaboração dos autores.

4 CONCLUSÕES
Levando-se em consideração as análises apresentadas, concluímos que os diversos ajustes tentados
no sentido de se estabelecer uma série histórica que encadeasse os dados da PNAD Anual com a PNAD
Contínua (anualizada) de forma direta se mostraram frutíferos, ainda que se devam observar cuidados em
seu manuseio. Devem ser especialmente consideradas a mudança do método de coleta, a reponderação
a partir do Censo 2022 e a substituição da CBO pela COD.
Por sua vez, o modelo aqui utilizado para a classificação por categorias socioeconômicas que busca
aproximar a análise por classes sociais mantém sua relevância e se beneficiou de alguns ajustes realizados
na coleta de dados da PNAD Contínua. Nesse sentido, uma estratégia a ser considerada seria a realização
20
de estudos transversais, considerando um determinado tempo de observação pontual, como um ano da
PNAD Anual comparado a um ano da PNAD Contínua, ou uma década da PNAD Anual, comparada a uma
década da PNAD Contínua. Isto, sempre levando em consideração as limitações apresentadas. O IBGE
recomenda que no período aqui analisado (2012 a 2015), quando as duas pesquisas estavam em campo
concomitantemente, seja dada precedência aos dados da PNAD Anual, devido à forma de coleta da PNAD
Contínua ainda estar em desenvolvimento naquela ocasião.
Quando da necessidade de se estabelecer um estudo longitudinal, ou seja, uma comparação de mais
longo prazo, será pertinente destacar os problemas relacionados às estimativas de rendimentos e, em se
tratando da tipologia, salientar as hipóteses de migração entre os grupos.
Quando se fizer um encadeamento de dados entre as séries históricas das PNADs, recomenda-se que
sejam feitos cortes chamando atenção para as inflexões observadas entre as pesquisas, fazendo neces-
sariamente referência às restrições apresentadas neste texto e detalhando as diferenças metodológicas
entre a PNAD Anual (2002 até 2015) e a PNAD Contínua (2012 em diante) que podem influenciar mudanças
na estrutura de classes ao serem comparadas. Estudos mais detalhados sobre uma categoria específica
também parecem viáveis, seguidas as recomendações aqui apresentadas e realizando análise exploratória
mais aprofundada. Idealmente, a realização de estudos longitudinais é um horizonte desejável para futuras
pesquisas amostrais, mantendo a possibilidade de comparação entre e intra classes ao longo do tempo.
Com tais ressalvas em mente, estudos com base na comparação das duas pesquisas poderão ser
realizados, desde que consideradas as limitações descritas neste esforço de compatibilização. O próprio
conceito de trabalho, a idade de início no trabalho (quatorze anos)12 e o conceito de força de trabalho são
diferentes, o que pode gerar, entre outras mudanças na construção da amostra, diferentes resultados de
interpretação ao se encadear a série histórica sem os devidos cuidados metodológicos. Portanto, são
necessários cuidados específicos na análise de longo prazo, ainda que se possa afirmar que os dados
apresentam boa aderência entre as duas diferentes PNADs.

REFERÊNCIAS

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12. Nas tabelas 3, 4, 5 e 6 excluímos a população entre 10 e 13 anos da amostra da PNAD.


21
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WEBER, M. Ensaios de sociologia. Rio de Janeiro: LTC, 1982.
23
ANEXO
QUADRO 1
Códigos de ocupação da Classificação de Ocupações para Pesquisas Domiciliares (COD) da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), por categoria da tipologia de classes
COD Especialista autônomo sem empregados COD Especialista autônomo sem empregados
2111 Físicos e astrônomos 2320 Professores de formação profissional
2112 Meteorologistas 2330 Professores do ensino médio
2113 Químicos 2351 Especialistas em métodos pedagógicos
2114 Geólogos e geofísicos 2411 Contadores
2120 Matemáticos, atuários e estatísticos 2412 Assessores financeiros e em investimentos
2131 Biólogos, botânicos, zoólogos e afins 2413 Analistas financeiros
2132 Agrônomos e afins 2421 Analistas de gestão e administração
2133 Profissionais da proteção do meio ambiente 2422 Especialistas em políticas de administração
2141 Engenheiros industriais e de produção 2423 Especialistas em políticas e serviços de pessoal e afins
2142 Engenheiros civis 2424 Especialistas em formação de pessoal
2143 Engenheiros de meio ambiente 2431 Profissionais da publicidade e da comercialização
2144 Engenheiros mecânicos 2432 Profissionais de relações públicas
2145 Engenheiros químicos 2511 Analistas de sistemas
2146 Engenheiros de minas, metalúrgicos e afins 2512 Desenvolvedores de programas e aplicativos (software)
2149 Engenheiros não classificados anteriormente 2513 Desenvolvedores de páginas de internet (web) e multimídia
2151 Engenheiros eletricistas 2514 Programadores de aplicações
Desenvolvedores e analistas de programas e aplicativos (software)
2152 Engenheiros eletrônicos 2519
e multimídia não classificados anteriormente
2153 Engenheiros em telecomunicações 2521 Desenhistas e administradores de bases de dados
2161 Arquitetos de edificações 2522 Administradores de sistemas
2162 Arquitetos paisagistas 2523 Profissionais em rede de computadores
Especialistas em base de dados e em redes de computadores não
2163 Desenhistas de produtos e vestuário 2529
classificados anteriormente
2164 Urbanistas e engenheiros de trânsito 2611 Advogados e juristas
2165 Cartógrafos e agrimensores 2612 Juízes
2166 Desenhistas gráficos e de multimídia 2619 Profissionais em direito não classificados anteriormente
2211 Médicos gerais 2631 Economistas
2212 Médicos especialistas 2632 Sociólogos, antropólogos e afins
2221 Profissionais de enfermagem 2633 Filósofos, historiadores e especialistas em ciência política
2230 Profissionais da medicina tradicional e alternativa 2634 Psicólogos
2250 Veterinários 2635 Assistentes sociais
2261 Dentistas 2642 Jornalistas
2262 Farmacêuticos 2643 Tradutores, intérpretes e linguistas
2264 Fisioterapeutas 2652 Músicos, cantores e compositores
2265 Dietistas e nutricionistas 2654 Diretores de cinema, de teatro e afins
2266 Fonoaudiólogos e logopedistas 2655 Atores
2310 Professores de universidades e do ensino superior 3153 Pilotos de aviação e afins
(Continua)
24
(Continuação)
COD Autônomo agrícola COD Autônomo agrícola
Agricultores e trabalhadores qualificados em atividades
6111 6221 Trabalhadores da aquicultura
da agricultura (exclusive hortas, viveiros e jardins)
Agricultores e trabalhadores qualificados no cultivo de
6112 6224 Caçadores
hortas, viveiros e jardins
Agricultores e trabalhadores qualificados de
6114 6225 Pescadores
cultivos mistos
Criadores de gado e trabalhadores qualificados da
6121 9211 Trabalhadores elementares da agricultura
criação de gado
6122 Avicultores e trabalhadores qualificados da avicultura 9212 Trabalhadores elementares da pecuária
Apicultores, sericicultores e trabalhadores qualificados
6123 9213 Trabalhadores elementares da agropecuária
da apicultura e sericicultura
Outros criadores e trabalhadores qualificados da
6129 9214 Trabalhadores elementares da jardinagem e horticultura
pecuária não classificados anteriormente
Produtores e trabalhadores qualificados de exploração
6130 9215 Trabalhadores florestais elementares
agropecuária mista
6210 Trabalhadores florestais qualificados e afins 9216 Trabalhadores elementares da pesca e aquicultura
COD Autônomo com ativos COD Autônomo com ativos
2222 Profissionais de partos 3230 Profissionais de nível médio de medicina tradicional e alternativa
2240 Paramédicos 3240 Técnicos e assistentes veterinários
2263 Profissionais da saúde e da higiene laboral e ambiental 3251 Dentistas auxiliares e ajudantes de odontologia
2267 Optometristas 3252 Técnicos em documentação sanitária
2269 Profissionais da saúde não classificados anteriormente 3254 Técnicos em optometria e ópticos
2341 Professores do ensino fundamental 3255 Técnicos e assistentes fisioterapeutas
2342 Professores do ensino pré-escolar 3257 Inspetores de saúde laboral, ambiental e afins
Profissionais de nível médio da saúde não
2352 Educadores para necessidades especiais 3259
classificados anteriormente
2353 Outros professores de idiomas 3311 Agentes e corretores de bolsa, câmbio e outros serviços financeiros
2354 Outros professores de música 3312 Agentes de empréstimos e financiamento
2355 Outros professores de artes 3313 Contabilistas e guarda-livros
Profissionais de vendas técnicas e médicas (exclusive Profissionais de nível médio de serviços estatísticos, matemáticos
2433 3314
tecnologia da informação e comunicação – tic) e afins
Profissionais de vendas de tecnologia da informação e
2434 3315 Avaliadores
comunicações
2621 Arquivologistas e curadores de museus 3321 Agentes de seguros
2622 Bibliotecários, documentaristas e afins 3322 Representantes comerciais
2636 Ministros de cultos religiosos, missionários e afins 3323 Agentes de compras
2641 Escritores 3324 Corretores de comercialização
2651 Artistas plásticos 3331 Despachantes aduaneiros
2653 Bailarinos e coreógrafos 3332 Organizadores de conferências e eventos
Locutores de rádio, televisão e outros meios
2656 3333 Agentes de emprego e agenciadores de mão de obra
de comunicação
Artistas criativos e interpretativos não classificados
2659 3334 Agentes imobiliários
anteriormente
3111 Técnicos em ciências físicas e químicas 3342 Secretários jurídicos
3112 Técnicos em engenharia civil 3343 Secretários executivos e administrativos
3113 Eletrotécnicos 3344 Secretários de medicina
(Continua)
25
(Continuação)
COD Autônomo com ativos COD Autônomo com ativos
3114 Técnicos em eletrônica 3351 Agentes aduaneiros e inspetores de fronteiras
3115 Técnicos em engenharia mecânica 3352 Agentes da administração tributária
3116 Técnicos em química industrial 3353 Agentes de serviços de seguridade social
3117 Técnicos em engenharia de minas e metalurgia 3354 Agentes de serviços de expedição de licenças e permissões
3118 Desenhistas e projetistas técnicos 3355 Inspetores de polícia e detetives
Técnicos em ciências físicas e da engenharia não Agentes da administração pública para aplicação da lei e afins não
3119 3359
classificados anteriormente classificados anteriormente
3131 Operadores de instalações de produção de energia 3421 Atletas e esportistas
Operadores de incineradores, instalações de tratamento
3132 3422 Treinadores, instrutores e árbitros de atividades esportivas
de água e afins
Controladores de instalações de processamento de
3133 3423 Instrutores de educação física e atividades recreativas
produtos químicos
Operadores de instalações de refino de petróleo e
3134 3431 Fotógrafos
gás natural
3135 Controladores de processos de produção de metais 3432 Desenhistas e decoradores de interiores
Técnicos em controle de processos não
3139 3433 Técnicos em galerias de arte, museus e bibliotecas
classificados anteriormente
Técnicos e profissionais de nível médio em ciências
3141 3434 Chefes de cozinha
biológicas (exclusive da medicina)
Técnicos em operações de tecnologia da informação e
3142 Técnicos agropecuários 3511
das comunicações
Técnicos em assistência ao usuário de tecnologia da informação e
3143 Técnicos florestais 3512
das comunicações
3151 Oficiais maquinistas em navegação 3513 Técnicos de redes e sistemas de computadores
3152 Capitães, oficiais de coberta e práticos 3514 Técnicos da web
3154 Controladores de tráfego aéreo 3521 Técnicos de radiodifusão e gravação audiovisual
3155 Técnicos em segurança aeronáutica 3522 Técnicos de engenharia de telecomunicações
Técnicos em aparelhos de diagnóstico e
3211 4211 Caixas de banco e afins
tratamento médico
3212 Técnicos de laboratórios médicos 5111 Auxiliares de serviço de bordo
3213 Técnicos e assistentes farmacêuticos 5113 Guias de turismo
3214 Técnicos de próteses médicas e dentárias 5241 Modelos de moda, arte e publicidade
3221 Profissionais de nível médio de enfermagem 7232 Mecânicos e reparadores de motores de avião
3222 Profissionais de nível médio de partos
COD Gerentes COD Gerentes
110 Oficiais das forças armadas 1321 Dirigentes de indústria de transformação
411 Oficiais de polícia militar 1322 Dirigentes de explorações de mineração
511 Oficiais de bombeiro militar 1323 Dirigentes de empresas de construção
1111 Legisladores 1324 Dirigentes de empresas de abastecimento, distribuição e afins
Dirigentes de serviços de tecnologia da informação
1112 Dirigentes superiores da administração pública 1330
e comunicações
1113 Chefes de pequenas populações 1341 Dirigentes de serviços de cuidados infantis
Dirigentes de organizações que apresentam um
1114 1342 Dirigentes de serviços de saúde
interesse especial
1120 Diretores gerais e gerentes gerais 1343 Dirigentes de serviços de cuidado a pessoas idosas
(Continua)
26
(Continuação)
COD Gerentes COD Gerentes
1211 Dirigentes financeiros 1344 Dirigentes de serviços de bem-estar social
1212 Dirigentes de recursos humanos 1345 Dirigentes de serviços de educação
Gerentes de sucursais de bancos, de serviços financeiros e
1213 Dirigentes de políticas e planejamento 1346
de seguros
Dirigentes de administração e de serviços não Dirigentes e gerentes de serviços profissionais não
1219 1349
classificados anteriormente classificados anteriormente
1221 Dirigentes de vendas e comercialização 1411 Gerentes de hotéis
1222 Dirigentes de publicidade e relações públicas 1412 Gerentes de restaurantes
1223 Dirigentes de pesquisa e desenvolvimento 1420 Gerentes de comércios atacadistas e varejistas
1311 Dirigentes de produção agropecuária e silvicultura 1431 Gerentes de centros esportivos, de diversão e culturais
1312 Dirigentes de produção da aquicultura e pesca 1439 Gerentes de serviços não classificados anteriormente
COD Especialista COD Especialista
2111 Físicos e astrônomos 2320 Professores de formação profissional
2112 Meteorologistas 2330 Professores do ensino médio
2113 Químicos 2351 Especialistas em métodos pedagógicos
2114 Geólogos e geofísicos 2411 Contadores
2120 Matemáticos, atuários e estatísticos 2412 Assessores financeiros e em investimentos
2131 Biólogos, botânicos, zoólogos e afins 2413 Analistas financeiros
2132 Agrônomos e afins 2421 Analistas de gestão e administração
2133 Profissionais da proteção do meio ambiente 2422 Especialistas em políticas de administração
2141 Engenheiros industriais e de produção 2423 Especialistas em políticas e serviços de pessoal e afins
2142 Engenheiros civis 2424 Especialistas em formação de pessoal
2143 Engenheiros de meio ambiente 2431 Profissionais da publicidade e da comercialização
2144 Engenheiros mecânicos 2432 Profissionais de relações públicas
2145 Engenheiros químicos 2511 Analistas de sistemas
2146 Engenheiros de minas, metalúrgicos e afins 2512 Desenvolvedores de programas e aplicativos (software)
2149 Engenheiros não classificados anteriormente 2513 Desenvolvedores de páginas de internet (web) e multimídia
2151 Engenheiros eletricistas 2514 Programadores de aplicações
Desenvolvedores e analistas de programas e aplicativos (software)
2152 Engenheiros eletrônicos 2519
e multimídia não classificados anteriormente
2153 Engenheiros em telecomunicações 2521 Desenhistas e administradores de bases de dados
2161 Arquitetos de edificações 2522 Administradores de sistemas
2162 Arquitetos paisagistas 2523 Profissionais em rede de computadores
Especialistas em base de dados e em redes de computadores não
2163 Desenhistas de produtos e vestuário 2529
classificados anteriormente
2164 Urbanistas e engenheiros de trânsito 2611 Advogados e juristas
2165 Cartógrafos e agrimensores 2612 Juízes
2166 Desenhistas gráficos e de multimídia 2619 Profissionais em direito não classificados anteriormente
2211 Médicos gerais 2631 Economistas
2212 Médicos especialistas 2632 Sociólogos, antropólogos e afins
2221 Profissionais de enfermagem 2633 Filósofos, historiadores e especialistas em ciência política
2230 Profissionais da medicina tradicional e alternativa 2634 Psicólogos
2250 Veterinários 2635 Assistentes sociais
(Continua)
27
(Continuação)
COD Gerentes COD Gerentes
2261 Dentistas 2642 Jornalistas
2262 Farmacêuticos 2643 Tradutores, intérpretes e linguistas
2264 Fisioterapeutas 2652 Músicos, cantores e compositores
2265 Dietistas e nutricionistas 2654 Diretores de cinema, de teatro e afins
2266 Fonoaudiólogos e logopedistas 2655 Atores
2310 Professores de universidades e do ensino superior 3153 Pilotos de aviação e afins
COD Empregado qualificado COD Empregado qualificado
2222 Profissionais de partos 3230 Profissionais de nível médio de medicina tradicional e alternativa
2240 Paramédicos 3240 Técnicos e assistentes veterinários
2263 Profissionais da saúde e da higiene laboral e ambiental 3251 Dentistas auxiliares e ajudantes de odontologia
2267 Optometristas 3252 Técnicos em documentação sanitária
2269 Profissionais da saúde não classificados anteriormente 3254 Técnicos em optometria e ópticos
2341 Professores do ensino fundamental 3255 Técnicos e assistentes fisioterapeutas
2342 Professores do ensino pré-escolar 3257 Inspetores de saúde laboral, ambiental e afins
Profissionais de nível médio da saúde não
2352 Educadores para necessidades especiais 3259
classificados anteriormente
2353 Outros professores de idiomas 3311 Agentes e corretores de bolsa, câmbio e outros serviços financeiros
2354 Outros professores de música 3312 Agentes de empréstimos e financiamento
2355 Outros professores de artes 3313 Contabilistas e guarda livros
Profissionais de nível médio de serviços estatísticos, matemáticos
2433 Profissionais de vendas técnicas e médicas (exclusive tic) 3314
e afins
Profissionais de vendas de tecnologia da informação
2434 3315 Avaliadores
e comunicações
2621 Arquivologistas e curadores de museus 3321 Agentes de seguros
2622 Bibliotecários, documentaristas e afins 3322 Representantes comerciais
2636 Ministros de cultos religiosos, missionários e afins 3323 Agentes de compras
2641 Escritores 3324 Corretores de comercialização
2651 Artistas plásticos 3331 Despachantes aduaneiros
2653 Bailarinos e coreógrafos 3332 Organizadores de conferências e eventos
Locutores de rádio, televisão e outros meios
2656 3333 Agentes de emprego e agenciadores de mão de obra
de comunicação
Artistas criativos e interpretativos não
2659 3334 Agentes imobiliários
classificados anteriormente
3111 Técnicos em ciências físicas e químicas 3341 Supervisores de secretaria
3112 Técnicos em engenharia civil 3342 Secretários jurídicos
3113 Eletrotécnicos 3343 Secretários executivos e administrativos
3114 Técnicos em eletrônica 3344 Secretários de medicina
3115 Técnicos em engenharia mecânica 3351 Agentes aduaneiros e inspetores de fronteiras
3116 Técnicos em química industrial 3352 Agentes da administração tributária
3117 Técnicos em engenharia de minas e metalurgia 3353 Agentes de serviços de seguridade social
3118 Desenhistas e projetistas técnicos 3354 Agentes de serviços de expedição de licenças e permissões
Técnicos em ciências físicas e da engenharia não
3119 3355 Inspetores de polícia e detetives
classificados anteriormente
(Continua)
28
(Continuação)
COD Empregado qualificado COD Empregado qualificado
Agentes da administração pública para aplicação da lei e afins não
3131 Operadores de instalações de produção de energia 3359
classificados anteriormente
Operadores de incineradores, instalações de tratamento
3132 3421 Atletas e esportistas
de água e afins
Controladores de instalações de processamento de
3133 3422 Treinadores, instrutores e árbitros de atividades esportivas
produtos químicos
Operadores de instalações de refino de petróleo e gás
3134 3423 Instrutores de educação física e atividades recreativas
natural
3135 Controladores de processos de produção de metais 3431 Fotógrafos
Técnicos em controle de processos não
3139 3432 Desenhistas e decoradores de interiores
classificados anteriormente
Técnicos e profissionais de nível médio em ciências
3141 3433 Técnicos em galerias de arte, museus e bibliotecas
biológicas (exclusive da medicina)
3142 Técnicos agropecuários 3434 Chefes de cozinha
Técnicos em operações de tecnologia da informação e
3143 Técnicos florestais 3511
das comunicações
Técnicos em assistência ao usuário de tecnologia da informação e
3151 Oficiais maquinistas em navegação 3512
das comunicações
3152 Capitães, oficiais de coberta e práticos 3513 Técnicos de redes e sistemas de computadores
3154 Controladores de tráfego aéreo 3514 Técnicos da web
3155 Técnicos em segurança aeronáutica 3521 Técnicos de radiodifusão e gravação audiovisual
Técnicos em aparelhos de diagnóstico e
3211 3522 Técnicos de engenharia de telecomunicações
tratamento médico
3212 Técnicos de laboratórios médicos 4211 Caixas de banco e afins
3213 Técnicos e assistentes farmacêuticos 5111 Auxiliares de serviço de bordo
3214 Técnicos de próteses médicas e dentárias 5113 Guias de turismo
3221 Profissionais de nível médio de enfermagem 5241 Modelos de moda, arte e publicidade
3222 Profissionais de nível médio de partos 7232 Mecânicos e reparadores de motores de avião
COD Supervisores
3121 Supervisores da mineração
3122 Supervisores de indústrias de transformação
3123 Supervisores da construção
5151 Supervisores de manutenção e limpeza de edifícios em escritórios, hotéis e estabelecimentos
5222 Supervisores de lojas
COD Trabalhadores típicos COD Trabalhadores típicos
210 Graduados e praças das forças armadas 7125 Vidraceiros
412 Graduados e praças da polícia militar 7126 Bombeiros e encanadores
512 Graduados e praças do corpo de bombeiros 7127 Mecânicos-instaladores de sistemas de refrigeração e climatização
2356 Instrutores em tecnologias da informação 7131 Pintores e empapeladores
2359 Profissionais de ensino não classificados anteriormente 7132 Lustradores
3253 Trabalhadores comunitários da saúde 7133 Limpadores de fachadas
3256 assistentes de medicina 7211 Moldadores de metal e macheiros
3258 Ajudantes de ambulâncias 7212 Soldadores e oxicortadores
Profissionais de nível médio da saúde não
3259 7213 Chapistas e caldeireiros
classificados anteriormente
(Continua)
29
(Continuação)
COD Trabalhadores típicos COD Trabalhadores típicos
Agentes de serviços comerciais não
3339 7214 Montadores de estruturas metálicas
classificados anteriormente
Profissionais de nível médio do direito e serviços legais
3411 7215 Aparelhadores e emendadores de cabos
e afins
3412 Trabalhadores e assistentes sociais de nível médio 7221 Ferreiros e forjadores
3413 Auxiliares leigos de religião 7222 Ferramenteiros e afins
Outros profissionais de nível médio em atividades
3435 7223 Reguladores e operadores de máquinas- ferramentas
culturais e artísticas
4110 Escriturários gerais 7224 Polidores de metais e afiadores de ferramentas
4120 Secretários (geral) 7231 Mecânicos e reparadores de veículos a motor
Operadores de máquinas de processamento de texto
4131 7233 Mecânicos e reparadores de máquinas agrícolas e industriais
e mecanógrafos
4132 Operadores de entrada de dados 7234 Reparadores de bicicletas e afins
4212 Coletores de apostas e de jogos 7311 Mecânicos e reparadores de instrumentos de precisão
4213 Trabalhadores em escritórios de empréstimos e penhor 7312 Confeccionadores e afinadores de instrumentos musicais
Joalheiros e lapidadores de gemas, artesãos de metais preciosos
4214 Cobradores e afins 7313
e semipreciosos
4221 Trabalhadores de agências de viagem 7314 Ceramistas e afins (preparação e fabricação)
4222 Trabalhadores de centrais de atendimento 7315 Cortadores, polidores, jateadores e gravadores de vidros e afins
4223 Telefonistas 7316 Redatores de cartazes, pintores decorativos e gravadores
4224 Recepcionistas de hotéis 7317 Artesãos de pedra, madeira, vime e materiais semelhantes
4225 Trabalhadores dos serviços de informações 7318 Artesãos de tecidos, couros e materiais semelhantes
4226 Recepcionistas em geral 7319 Artesãos não classificados anteriormente
4227 Entrevistadores de pesquisas de mercado 7321 Trabalhadores da pré-impressão gráfica
Trabalhadores de serviços de informação ao cliente não
4229 7322 Impressores
classificados anteriormente
4311 Trabalhadores de contabilidade e cálculo de custos 7323 Encadernadores e afins
Trabalhadores de serviços estatísticos, financeiros e
4312 7411 Eletricistas de obras e afins
de seguros
4313 Trabalhadores encarregados de folha de pagamento 7412 Mecânicos e ajustadores eletricistas
4321 Trabalhadores de controle de abastecimento e estoques 7413 Instaladores e reparadores de linhas elétricas
4322 Trabalhadores de serviços de apoio à produção 7421 Mecânicos e reparadores em eletrônica
Instaladores e reparadores em tecnologias da informação
4323 Trabalhadores de serviços de transporte 7422
e comunicações
4411 Trabalhadores de bibliotecas 7511 Magarefes e afins
4412 Trabalhadores de serviços de correios 7512 Padeiros, confeiteiros e afins
Codificadores de dados, revisores de provas de Trabalhadores da pasteurização do leite e fabricação de laticínios
4413 7513
impressão e afins e afins
4414 Outros escreventes 7514 Trabalhadores da conservação de frutas, legumes e similares
Trabalhadores da degustação e classificação de alimentos
4415 Trabalhadores de arquivos 7515
e bebidas
4416 Trabalhadores do serviço de pessoal 7516 Trabalhadores qualificados da preparação do fumo e seus produtos
Trabalhadores de apoio administrativo não
4419 7521 Trabalhadores de tratamento e preparação da madeira
classificados anteriormente
5112 Fiscais e cobradores de transportes públicos 7522 Marceneiros e afins
(Continua)
30
(Continuação)
COD Trabalhadores típicos COD Trabalhadores típicos
5120 Cozinheiros 7523 Operadores de máquinas de lavrar madeira
5131 Garçons 7531 Alfaiates, modistas, chapeleiros e peleteiros
5132 atendentes de bar 7532 Trabalhadores qualificados da preparação da de roupas
5141 Cabeleireiros 7533 Costureiros, bordadeiros e afins
5142 Especialistas em tratamento de beleza e afins 7534 Tapeceiros, colchoeiros e afins
Supervisores de manutenção e limpeza de edifícios em
5151 7535 Trabalhadores qualificados do tratamento de couros e peles
escritórios, hotéis e estabelecimentos
5152 Governantas e mordomos domésticos 7536 Sapateiros e afins
5153 Porteiros e zeladores 7541 Trabalhadores subaquáticos
5161 Astrólogos, adivinhos e afins 7542 Dinamitadores e detonadores
Classificadores e provadores de produtos (exceto de bebidas
5163 Trabalhadores de funerárias e embalsamadores 7543
e alimentos)
5164 Cuidadores de animais 7544 Fumigadores e outros controladores de pragas e ervas daninhas
Outros trabalhadores qualificados e operários da indústria e do
5165 Instrutores de autoescola 7549
artesanato não classificados anteriormente
Mineiros e operadores de máquinas e de instalações em minas
5168 Trabalhadores do sexo 8111
e pedreiras
Trabalhadores de serviços pessoais não
5169 8112 Operadores de instalações de processamento de minerais e rochas
classificados anteriormente
5211 Vendedores de quiosques e postos de mercados 8113 Perfuradores e sondadores de poços e afins
Operadores de máquinas para fabricar cimento, pedras e outros
5212 Vendedores ambulantes de serviços de alimentação 8114
produtos minerais
5223 Balconistas e vendedores de lojas 8121 Operadores de instalações de processamento de metais
Operadores de máquinas polidoras, galvanizadoras e recobridoras
5230 Caixas e expedidores de bilhetes 8122
de metais
5242 Demonstradores de lojas 8131 Operadores de instalações e máquinas de produtos químicos
5243 Vendedores a domicílio 8132 Operadores de máquinas para fabricar produtos fotográficos
5244 Vendedores por telefone 8141 Operadores de máquinas para fabricar produtos de borracha
Operadores de máquinas para fabricar produtos de
5245 Frentistas de posto de gasolina 8142
material plástico
5246 Balconistas dos serviços de alimentação 8143 Operadores de máquinas para fabricar produtos de papel
Operadores de máquinas de preparação de fibras, fiação e
5249 Vendedores não classificados anteriormente 8151
bobinamento de fios
5311 Cuidadores de crianças 8152 Operadores de teares e outras máquinas de tecelagem
5312 Ajudantes de professores 8153 Operadores de máquinas de costura
Operadores de máquinas de branqueamento, tingimento e limpeza
5321 Trabalhadores de cuidados pessoais em instituições 8154
de tecidos
5322 Trabalhadores de cuidados pessoais a domicílios 8155 Operadores de máquinas de processamento de couros e peles
Trabalhadores de cuidados pessoais nos serviços de
5329 8156 Operadores de máquinas para fabricação de calçados e afins
saúde não classificados anteriormente
5411 Bombeiros 8157 Operadores de máquinas de lavar, tingir e passar roupas
Operadores de máquinas para fabricar produtos têxteis e artigos de
5412 Policiais 8159
couro e pele não classificados anteriormente
5413 Guardiões de presídios 8160 Operadores de máquinas para elaborar alimentos e produtos afins
Operadores de instalações para a preparação de pasta de papel
5414 Guardas de segurança 8171
e papel
(Continua)
31
(Continuação)
COD Trabalhadores típicos COD Trabalhadores típicos
Trabalhadores dos serviços de proteção e segurança
5419 8172 Operadores de instalações para processamento de madeira
não classificados anteriormente
Agricultores e trabalhadores qualificados em atividades
6111 8181 Operadores de instalações de vidraria e cerâmica
da agricultura (exclusive hortas, viveiros e jardins)
Agricultores e trabalhadores qualificados no cultivo de
6112 8182 Operadores de máquinas de vapor e caldeiras
hortas, viveiros e jardins
Agricultores e trabalhadores qualificados de Operadores de máquinas de embalagem, engarrafamento
6114 8183
cultivos mistos e etiquetagem
Criadores de gado e trabalhadores qualificados da Operadores de máquinas e de instalações fixas não
6121 8189
criação de gado classificados anteriormente
6122 Avicultores e trabalhadores qualificados da avicultura 8211 Mecânicos montadores de maquinaria mecânica
Apicultores, sericicultores e trabalhadores qualificados
6123 8212 Montadores de equipamentos elétricos e eletrônicos
da apicultura e sericicultura
Outros criadores e trabalhadores qualificados da
6129 8219 Montadores não classificados anteriormente
pecuária não classificados anteriormente
Produtores e trabalhadores qualificados de exploração
6130 8311 Maquinistas de locomotivas
agropecuária mista
6210 Trabalhadores florestais qualificados e afins 8312 Guarda-freios e agentes de manobras
7111 Construtores de casas 8321 Condutores de motocicletas
7112 Pedreiros 8322 Condutores de automóveis, taxis e caminhonetes
7113 Canteiros, cortadores e gravadores de pedras 8331 Condutores de ônibus e bondes
7114 Trabalhadores em cimento e concreto armado 8332 Condutores de caminhões pesados
7115 Carpinteiros 8341 Operadores de máquinas agrícolas e florestais móveis
Outros trabalhadores qualificados e operários da
7119 8342 Operadores de máquinas de movimentação de terras e afins
construção não classificados anteriormente
7121 Telhadores 8343 Operadores de guindastes, gruas, aparatos de elevação e afins
Aplicadores de revestimentos cerâmicos, pastilhas,
7122 8344 Operadores de empilhadeiras
pedras e madeiras
7123 Gesseiros 8350 Marinheiros de coberta e afins
7124 Instaladores de material isolante térmico e acústico
COD Trabalhadores elementares COD Trabalhadores elementares
Trabalhadores elementares da indústria de transformação não
6221 Trabalhadores da aquicultura 9329
classificados anteriormente
6224 Caçadores 9331 Condutores de veículos acionados a pedal ou a braços
6225 Pescadores 9332 Condutores de veículos e máquinas de tração animal
Trabalhadores de limpeza de interior de edifícios,
9112 9333 Carregadores
escritórios, hotéis e outros estabelecimentos
9121 Lavadeiros de roupas e passadeiros manuais 9334 Repositores de prateleiras
9122 Lavadores de veículos 9411 Preparadores de comidas rápidas
9123 Limpadores de janelas 9412 Ajudantes de cozinha
9129 Outros trabalhadores de limpeza 9510 Trabalhadores ambulantes dos serviços e afins
9211 Trabalhadores elementares da agricultura 9520 Vendedores ambulantes (exclusive de serviços de alimentação)
9212 Trabalhadores elementares da pecuária 9611 Coletores de lixo e material reciclável
9213 Trabalhadores elementares da agropecuária 9612 Classificadores de resíduos
9214 Trabalhadores elementares da jardinagem e horticultura 9613 Varredores e afins
(Continua)
32
(Continuação)
COD Trabalhadores elementares COD Trabalhadores elementares
Mensageiros, carregadores de bagagens e entregadores
9215 Trabalhadores florestais elementares 9621
de encomendas
9216 Trabalhadores elementares da pesca e aquicultura 9622 Pessoas que realizam várias tarefas
Coletores de dinheiro em máquinas automáticas de venda e leitores
9311 Trabalhadores elementares de minas e pedreiras 9623
de medidores
Trabalhadores elementares de obras públicas e da
9312 9624 Carregadores de água e coletores de lenha
manutenção de estradas, represas e similares
9313 Trabalhadores elementares da construção de edifícios 9629 Outras ocupações elementares não classificadas anteriormente
9321 Empacotadores manuais
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), disponível em: https://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/metodologia/
anexos/anexo_7_ocupacao_cod.pdf.
Elaboração dos autores.
Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

EDITORIAL

Coordenação
Aeromilson Trajano de Mesquita

Assistentes da Coordenação
Rafael Augusto Ferreira Cardoso
Samuel Elias de Souza

Supervisão
Aline Cristine Torres da Silva Martins

Revisão
Bruna Oliveira Ranquine da Rocha
Carlos Eduardo Gonçalves de Melo
Crislayne Andrade de Araújo
Elaine Oliveira Couto
Luciana Bastos Dias
Rebeca Raimundo Cardoso dos Santos
Vivian Barros Volotão Santos
Deborah Baldino Marte (estagiária)

Editoração
Aline Cristine Torres da Silva Martins
Camila Guimarães Simas
Leonardo Simão Lago Alvite
Mayara Barros da Mota

Capa
Leonardo Hideki Higa

Projeto Gráfico
Leonardo Hideki Higa

The manuscripts in languages other than Portuguese


published herein have not been proofread.

Roboto condensed regular 8/10,8 (texto)


Roboto condensed bold 13 (títulos, gráficos e tabelas)
Rio de Janeiro-RJ
Missão do Ipea
Aprimorar as políticas públicas essenciais ao
desenvolvimento brasileiro por meio da produção
e disseminação de conhecimentos e da assessoria
ao Estado nas suas decisões estratégicas.

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