Lei N17.618 20.08.2021

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LEI Nº17.618, 20.08.2021 (D.O. 23.08.

21)

DISPÕE SOBRE A GESTÃO


DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA
NA REDE PÚBLICA ESTADUAL DE
ENSINO.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ


Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Seção I
Dos princípios

Art. 1.º A gestão democrática nas escolas pertencentes à Rede Estadual


de Ensino, cuja finalidade é garantir o acompanhamento e a participação da
comunidade escolar na gestão das instituições de ensino, será realizada com a
observância dos seguintes princípios:
I – participação da comunidade escolar no acompanhamento, na
definição e na implementação de decisões pedagógicas, administrativas e
financeiras, por meio de órgãos colegiados;
II – respeito ao caráter laico da escola pública e aos direitos humanos
em todas as instâncias da Rede Pública Estadual de Ensino;
III – autonomia das unidades escolares, nos termos da legislação,
quanto a aspectos pedagógicos, administrativos e de gestão financeira;
IV – transparência da gestão da escola pública, nos aspectos
pedagógicos, administrativos e financeiros;
V – garantia de qualidade, traduzida pela busca constante do pleno
desenvolvimento da pessoa, do preparo para o exercício da cidadania e da elevação
permanente do nível de aprendizagem dos alunos;
VI – democratização das relações pedagógicas e de trabalho e criação
de ambiente seguro e propício ao aprendizado e à construção do conhecimento;
VII – valorização do profissional da educação;
VIII – processos meritórios e/ou democráticos de escolha dos gestores
escolares.
Parágrafo único. Haverá ações para suprimir injustiças, omissões,
sofrimentos, preconceitos, violências e bullying para com mulheres, lésbicas, gays,
bissexuais, transexuais, queer, intersexuais, assexuais, obesos, pessoas com
deficiência, negros, indígenas, religiosos, quilombolas e ciganos. A escola não terá
interferência sobre a sexualidade de seus alunos.

Seção II
Das Definições

Art. 2.º Para os efeitos desta Lei, entende-se por comunidade escolar:
I – estudantes matriculados em Unidades Escolares pertencentes à Rede
Estadual de Ensino;
II – mães, pais ou responsáveis por estudantes da Rede Estadual de
Ensino;
III – docentes em exercício na escola;
IV – demais servidores e agentes públicos em exercício na escola;
V – ocupantes de cargos ou funções na unidade escolar.
Art. 3.º Para garantir a implementação da gestão democrática e a
autonomia das unidades escolares, deverão ser observadas as disposições do
Capítulo II desta Lei, bem como o disposto na Lei Complementar n.º 137, de 23 de
maio de 2014, e seus decretos regulamentadores.

Seção III
Da Autonomia das Instituições de Ensino

Art. 4.º Cada unidade escolar terá autonomia para formular e


implementar seu projeto político-pedagógico, por meio da sua Comunidade Escolar,
que deverá ser revisto anualmente, em consonância com as políticas educacionais
vigentes e com as normas e diretrizes da Secretaria da Educação do Estado do
Ceará.
Parágrafo único. Cabe à escola, considerada sua identidade e a de sua
comunidade, articular o projeto político-pedagógico com os planos nacional e
estadual de educação, assegurando a autonomia do professor na atividade docente.
Art. 5º A autonomia administrativa das unidades escolares, observada a
legislação vigente, será garantida por:
I – formulação, aprovação e implementação do plano de gestão da
escola;
II – possibilidade de recebimento de recursos financeiros;
III – gerenciamento dos recursos disponibilizados à unidade escolar.
Art. 6.º A autonomia da gestão financeira das unidades escolares da
Rede Pública Estadual de Ensino será assegurada pela administração dos recursos
disponibilizados, nos termos de seu projeto político-pedagógico, do plano de gestão
e da disponibilidade financeira nelas alocada, conforme a legislação vigente.
Art. 7.º Também constituem recursos destinados às unidades escolares
os aportes, os repasses e as descentralizações de recursos financeiros que lhes
forem concedidos pela União e pelo Estado.
Art. 8.º A aplicação de recursos financeiros pelas unidades escolares da
rede estadual de ensino deverá ser realizada com planejamento, transparência,
responsabilização e controle, sob a supervisão da Secretaria da Educação do Estado
em articulação com as Coordenadorias Regionais de Desenvolvimento da Educação
– Crede e as Superintendências das Escolas Estaduais de Fortaleza – Sefor.
Art. 9.º Os recursos financeiros destinados às unidades escolares da
rede estadual de ensino ficarão sob a responsabilidade de seus respectivos Núcleos
Gestores, os quais se encarregarão do recebimento, da execução e da prestação de
contas dos recursos financeiros transferidos.
Parágrafo único. Os procedimentos necessários à aquisição de bens e
serviços com os recursos disponibilizados, incluindo as despesas de pequeno valor,
as licitações e os contratos, deverão ter suas informações registradas em meio
eletrônico e com a maior publicidade possível.
Art. 10. Os recursos financeiros a serem disponibilizados às unidades
escolares da rede estadual de ensino serão oriundos do orçamento ou de créditos
adicionais consignados à Secretaria da Educação do Estado do Ceará.
Art. 11. Caberá às Unidades Escolares gerenciar os recursos financeiros
a elas destinados de maneira eficiente, transparente e democrática.
Parágrafo único. As Unidades Escolares ficam obrigadas a prestar
contas dos recursos recebidos, nos prazos legalmente estabelecidos, sob pena de
responsabilidade administrativa, civil e penal.
Art. 12. Todas as despesas executadas à conta dos recursos recebidos
pelas unidades escolares da rede estadual de ensino deverão obedecer às
disposições das Leis Federais n.º 8.666, de 21 de junho de 1993, ou n.º 14.133, de
1.º de abril de 2021, e da Lei Federal n.º 11.947, de 16 de junho de 2009.
Art. 13. Sem prejuízo das responsabilidades penais e civis, poderão ser
aplicadas sanções administrativas aos gestores das unidades escolares da rede
estadual de ensino que não prestarem contas ou aplicarem irregularmente os
recursos recebidos.

CAPÍTULO II
DA GESTÃO DEMOCRÁTICA

Seção I
Dos Mecanismos de Participação

Art. 14. A Gestão Democrática das Unidades Escolares será efetivada


por intermédio dos seguintes mecanismos de participação:
I – Órgãos colegiados:
a) Conselho Escolar;
b) Grêmio Estudantil;
c) Unidade Executora.
II – Direção da unidade escolar.

Seção II
Do Conselho Escolar

Art. 15. Em cada instituição pública de ensino, funcionará um Conselho


Escolar, com a finalidade de atuar como órgão de natureza consultiva, fiscalizadora,
mobilizadora, deliberativa e representativa da comunidade, observando a
proporcionalidade.
§ 1.º O Conselho Escolar será composto por, no mínimo, 7 (sete) e, no
máximo, 11 (onze) conselheiros, sempre em número ímpar, sendo assegurada a
representação de cada segmento que compõe a comunidade.
§ 2.º A distribuição dos assentos dos segmentos que compõem o
Conselho Escolar será na forma estabelecida por ato do Poder Executivo Estadual, a
saber:
a) 2 (dois) representantes do segmento de mães, pais e/ou
responsáveis pelos estudantes regularmente matriculados na respectiva unidade
escolar;
b) 2 (dois) representantes do segmento dos estudantes;
c) 2 (dois) representantes do grupo ocupacional do magistério;
d) 1(um) representante dos demais funcionários que compõem a
unidade escolar;
e) 1(um) representante da sociedade civil;
f) Diretor da unidade escolar.
§ 3.º Os estudantes serão considerados elegíveis a partir dos 15
(quinze) anos de idade, comprovados na data da posse como membro no Conselho
Escolar.
§ 4.º Para cada segmento, serão eleitos 2 (dois) suplentes no mesmo
processo dos titulares, com indicação posterior à destes últimos.
§ 5.º Nas ausências e nos impedimentos do diretor escolar, este será
substituído pelo Coordenador Escolar ou, em último caso, pelo secretário escolar.
Art. 16. Compete ao Conselho Escolar, além de outras atribuições a
serem definidas pelo Poder Executivo Estadual:
I – elaborar seu regimento interno;
II – analisar, modificar e aprovar o plano administrativo anual,
elaborado pela direção da escola, sobre a programação e a aplicação dos recursos
necessários à manutenção e à conservação da escola;
III – garantir mecanismos de participação efetiva e democrática da
comunidade escolar na elaboração do projeto político-pedagógico da escola;
IV – divulgar, periódica e sistematicamente, informações referentes ao
uso dos recursos financeiros, à qualidade dos serviços prestados e aos resultados
obtidos;
V – estabelecer normas de funcionamento da Assembleia Geral Escolar e
convocá-la nos termos desta Lei;
VI – propor sugestões para o calendário escolar, respeitada a legislação
vigente;
VII – fiscalizar a gestão da escola;
VIII – promover, semestralmente, a avaliação da escola nos aspectos
técnicos, administrativos e pedagógicos;
IX – analisar e avaliar projetos elaborados ou em execução por
quaisquer dos segmentos que compõem a comunidade;
X – mediar conflitos de natureza administrativa ou pedagógica,
esgotadas as possibilidades de solução pela equipe escolar;
XI – propor mecanismos para a efetiva inclusão, no ensino regular, de
alunos com deficiência;
XII – debater indicadores escolares de rendimento, evasão e repetência
e propor estratégias que assegurem aprendizagem significativa para todos.
§ 1.º Em relação aos aspectos pedagógicos, serão observados os
princípios e as disposições constitucionais, os pareceres e as resoluções dos órgãos
normativos federal e estadual e a legislação do Sistema Estadual de Ensino.
§ 2.º Quando se tratar de deliberação que exija responsabilidade civil
ou criminal, os estudantes menores no exercício da função de conselheiro escolar
serão assistidos por seus pais ou responsáveis, devendo comparecer às reuniões
tanto os assistidos como os assistentes.
Art. 17. Os membros do Conselho Escolar serão eleitos por todos os
membros da comunidade escolar que estejam devidamente habilitados em voto
direto, secreto, facultativo, uninominal, observado o disposto nesta Lei e em ato
expedido pelo Secretário da Educação do Estado do Ceará.
§ 1.º As eleições para representantes dos segmentos da comunidade
escolar para integrar o Conselho Escolar realizar-se-ão em assembleia convocada
para este fim, de forma a assegurar a ampla participação popular, em calendário a
ser definido pela própria comunidade.
§ 2.º Poderão candidatar-se à função de conselheiro escolar os
membros da comunidade escolar relacionados no art. 2.º desta Lei.
Art. 18. O mandato de conselheiro escolar será de 2 (dois) anos,
permitida uma reeleição consecutiva.
Art. 19. O exercício do mandato de conselheiro escolar será
considerado serviço público relevante; não será remunerado.
Art. 20. O Conselho Escolar elegerá, dentre seus membros, presidente,
vice-presidente e secretário, os quais cumprirão tarefas específicas definidas no
regimento interno do colegiado, não podendo a escolha para nenhuma dessas
funções recair sobre membros da equipe gestora da escola.
Parágrafo único. Compete ao presidente do Conselho Escolar dirigir a
Assembleia Geral Escolar.
Art. 21. O Conselho Escolar reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por
mês e, extraordinariamente, a qualquer tempo, por convocação:
I – do presidente;
II – do diretor escolar;
III – da maioria de seus membros.
§ 1.º Para instalação das reuniões do Conselho Escolar, será exigida a
presença da maioria simples de seus membros.
§ 2.º As reuniões do Conselho Escolar serão abertas, com direito à voz,
mas não a voto, a todos os que trabalham, estudam ou têm filho matriculado na
escola, a profissionais que prestam atendimento à escola, a membros da
comunidade local, a movimentos populares organizados, a entidades sindicais e ao
grêmio estudantil.
Art. 22. A vacância da função de conselheiro dar-se-á por renúncia,
aposentadoria, falecimento, desligamento da unidade de ensino, alteração na
composição da equipe gestora ou destituição, sendo a função vacante assumida
pelo suplente no respectivo segmento.
§ 1.º O não comparecimento injustificado de qualquer conselheiro a 3
(três) reuniões ordinárias consecutivas ou a 5 (cinco) alternadas implicará vacância
da função.
§ 2.º Ocorrerá destituição de conselheiro por deliberação da Assembleia
Geral Escolar, em decisão motivada, garantindo-se a ampla defesa e o
contraditório.
§ 3.º As hipóteses previstas nos §§ 1.º e 2.º não se aplicam aos
conselheiros natos.

Seção III
Dos Grêmios Estudantis

Art. 23. É assegurada, nas unidades escolares da rede estadual de


ensino, a organização livre de Grêmios Estudantis, como entidades autônomas, nos
termos da Lei n.º 13.433, de 6 de janeiro de 2004, para representar os interesses e
expressar os pleitos dos alunos, com a finalidade de:
I – garantir, de maneira democrática, por meio do voto direto, livre e
secreto, o direito de os estudantes escolherem seus representantes neste
organismo colegiado;
II – estimular a participação dos estudantes em ações realizadas pelo
presente organismo colegiado independentemente de turno, série, idade e gênero;
III – manter a documentação do Grêmio Estudantil devidamente
organizada, com o intuito de ser transmitida para gestões posteriores.
Art. 24. É de competência exclusiva dos estudantes, por meio do
Grêmio Estudantil:
I – definir seus estatutos e demais questões referentes à organização
dos Grêmios Estudantis;
II – representar dignamente o corpo discente;
III – defender os interesses individuais e coletivos dos alunos;
IV – promover a cultura literária, artística e desportiva dos alunos;
V – promover a cooperação entre gestores, funcionários, professores e
alunos nas atividades escolares;
VI – participar da construção do plano pedagógico anual da escola;
VII – renovar, anualmente, juntamente com a comunidade escolar, o
regimento interno da escola;
VIII – realizar intercâmbio de caráter educacional e cultural com outras
instituições e entidades estudantis;
IX – lutar pela democracia permanente dentro e fora do ambiente
escolar.
Art. 25. Os grêmios estudantis serão compostos por 3 (três) instâncias
deliberativas:
I – Assembleia Geral dos Estudantes, que será formada por todos os
estudantes regularmente matriculados na escola;
II – Conselho de Representantes de Turmas, que será formado por 3
(três) representantes de cada turma da escola, líder, primeiro vice-líder e segundo
vice-líder;
III – Diretoria do Grêmio, formada por presidente, vice-presidente,
secretário e membros.
§ 1.º A Diretoria do Grêmio Estudantil é formada por presidente, vice-
presidente, secretário e membros, quando organizada de maneira hierarquizada, ou
composta por diretoria colegiada, quando não houverem cargos pré-definidos.
§ 2.º O número mínimo para composição do grêmio será estabelecido
em estatuto, variando de acordo com as necessidades de cada escola.
§ 3.º As eleições para formação do grêmio estudantil acontecerão após
a assembleia geral na qual todos os estudantes devem ser informados sobre o
início do processo.
§ 4.º Todos os estudantes devidamente matriculados na Unidade
Escolar podem pleitear as vacâncias das diretorias do grêmio estudantil.
§ 5.º Compete à comissão eleitoral do grêmio estudantil organizar as
eleições, desde a campanha, a atuação e o regimento do processo eleitoral.
Art. 26. Às Unidades Escolares caberá:
I – assegurar espaço para divulgação das atividades do grêmio
estudantil em local de grande circulação de alunos;
II – assegurar a livre circulação e expressão dos grêmios estudantis;
III – garantir a rematrícula dos membros dos grêmios estudantis nos
mesmos estabelecimentos em que estejam matriculados, salvo por livre opção do
aluno ou do responsável.
Parágrafo único. A organização, o funcionamento e as atividades dos
grêmios serão estabelecidos nos seus estatutos, aprovados em assembleia geral do
corpo discente de cada estabelecimento de ensino, convocada para este fim.

Seção IV
Das Unidades Executoras

Art. 27. As Unidades Executoras são sociedades civis com


personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, constituídas pelos
membros da comunidade escolar, responsável pela gestão dos recursos financeiros,
de origem pública ou privada, a ela disponibilizados para auxiliar as unidades
escolares.
Art. 28. A Unidade Executora tem como atribuições:
I – administrar recursos transferidos por órgãos federais e estaduais, na
forma da legislação;
II – gerir recursos advindos de doação da comunidade e de entidades
privadas;
III – controlar recursos provenientes de promoção de campanhas
escolares e de outras fontes;
IV – fomentar as atividades pedagógicas, a manutenção e conservação
física de equipamentos e a aquisição de materiais necessários ao funcionamento da
escola;
V – prestar contas dos recursos repassados, arrecadados e doados;
VI – outras que porventura lhe sejam delegadas.
Art. 29. As eleições para representantes dos segmentos da comunidade
escolar para integrar a Unidade Executora realizar-se-ão em assembleia convocada
para este fim, de forma a assegurar a ampla participação popular, em calendário a
ser definido pela própria comunidade, nos moldes estabelecidos no Manual de
Orientação para Constituição de Unidades Executoras, do Ministério da Educação –
MEC.
§ 1.º A Unidade Executora será composta de Assembleia Geral,
Diretoria, Conselho Deliberativo e Conselho Fiscal e seguirá estatuto próprio.
§ 2.º O exercício dos cargos da Unidade Executora não será
remunerado, constituindo-se como serviço voluntário de grande relevância e de
interesse público.
Art. 30. A Diretoria é o órgão executivo e coordenador da Unidade
Executora.
§ 1.º A Diretoria será composta por Presidente, Vice-Presidente,
Secretário e Tesoureiro.
§ 2.º O Presidente da Unidade Executora poderá ser o Diretor Escolar.
§3.º Em caso de vacância do cargo de Presidente, caberá à Assembleia
Geral Extraordinária (a ser marcada) eleger um substituto entre os associados.
Art. 31. A Assembleia Geral será composta pela totalidade dos
associados e é soberana em suas deliberações, respeitadas as disposições do
estatuto.
I – fundar a Unidade Executora;
II – eleger e dar posse à Diretoria, ao Conselho Deliberativo e ao
Conselho Fiscal;
III – discutir e aprovar o estatuto da entidade.
Art. 32. O Conselho Deliberativo será composto por Presidente,
Secretário e Conselheiros, com a competência de:
I – apreciar o Plano de Ação da Diretoria para o respectivo exercício;
II – aprovar o Plano de Aplicação de Recursos;
III – revisar os balancetes de receitas e despesas, apresentados nas
reuniões pela Diretoria, emitindo parecer, por escrito, com assinatura de, pelo
menos, 3 (três) conselheiros;
IV – promover sindicância para apurar ocorrência de irregularidade no
âmbito de sua competência;
V – determinar a perda de mandato dos membros da Diretoria por
violação do estatuto;
VI – emitir parecer conclusivo sobre matérias levadas à apreciação do
colegiado;
VII – reunir-se ordinariamente 1 (uma) vez por bimestre.
Parágrafo único. As decisões emanadas do Conselho Deliberativo só
terão validade se aprovadas por maioria absoluta.
Art. 33. O Conselho Fiscal será composto por Presidente e 2 (dois)
titulares e seus respectivos suplentes, com a competência de:
I – fiscalizar as ações e a movimentação financeira da Unidade
Executora Própria: entradas, saídas e aplicação de recursos, emitindo pareceres
para posterior apreciação da Assembleia Geral;
II – examinar e aprovar a programação anual, o relatório e a prestação
de contas, sugerindo alterações, se necessário, mediante emissão de pareceres;
III – solicitar à Diretoria, sempre que se fizer necessário,
esclarecimentos e documentos comprobatórios de receita e despesa;
IV – apontar à Assembleia Geral as irregularidades, sugerindo as
medidas que julgar úteis à Unidade Executora;
V – convocar a Assembleia Geral Ordinária, se o Presidente da Unidade
Executora retardar por mais de 1 (um) mês a sua convocação, e convocar a
Assembleia Geral Extraordinária sempre que ocorrerem motivos graves e urgentes.
Art. 34. O Conselho Fiscal deverá elaborar seu regimento interno, em
até 90 (noventa) dias após a posse dos primeiros conselheiros, devendo ser
submetido à aprovação do Conselho Escolar.
Art. 35. A organização e o funcionamento dos Conselhos Fiscais bem
como as atribuições específicas de seus membros serão estabelecidos nos
respectivos regimentos, obedecendo-se ao seguinte:
I – as deliberações dos Conselhos Fiscais serão tomadas pelo voto da
maioria simples de seus membros presentes, exclusivamente em reuniões formais,
ordinárias ou extraordinárias;
II – verificado o empate em votação para deliberação do Conselho
Fiscal, caberá ao respectivo Presidente a decisão final;
III – os membros do Conselho Fiscal, independentemente do segmento
que representam, atuam em iguais condições de participação no Colegiado.
Parágrafo único. O quórum mínimo para funcionamento e deliberação
do Conselho Fiscal será de maioria simples dos seus/das suas integrantes.

CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 36. O provimento dos cargos em comissão do Núcleo Gestor das
Escolas Públicas Estaduais do Ensino Básico será efetuado nos termos previstos nas
Leis n.ºs 13.513, de 19 de julho de 2004, 14.273, de 19 de dezembro de 2008,
16.379, de 16 de outubro de 2017, e 16.455, de 19 de dezembro de 2017.
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 38. Ficam revogadas as disposições em contrário.

PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 20 de


agosto de 2021.

Camilo Sobreira de Santana


GOVERNADOR DO ESTADO

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