Gestão Democrática

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Prefeitura de Campinas.

GESTÃO DEMOCRÁTICA

LEI Nº 16.301, DE 13 DE OUTUBRO 2022


Dispõe sobre a gestão democrática no
Sistema Municipal de Ensino.

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CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei define a finalidade e os princípios


que disciplinam a gestão democrática no Sistema
Municipal de Ensino, conforme determinam o
inciso IV, § 2º, art. 9º da Lei Federal nº 13.005, de
25 de junho de 2014, e o art. 10 da Lei nº 15.029,
de 24 de junho de 2015.
(Plano Nacional e Municipal de Educação)
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Art. 2º A gestão democrática da educação pública é princípio que
estrutura organicamente e norteia o funcionamento de todos os
segmentos e órgãos que compõem o Sistema Municipal de Ensino,
com a finalidade de garantir a participação, o pluralismo, a autonomia
e dar transparência às suas ações e atos, e deverá:
I - ocorrer no interior de cada segmento e órgão e entre todos os
níveis envolvidos;
II - pautar-se pelo trabalho coletivo, compartilhado e participativo; e
III - envolver a gestão na totalidade dos processos políticos,
administrativos, financeiros, tecnológicos, culturais, artísticos e
pedagógicos.
Participação Pluralismo Autonomia Transparência

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Parágrafo único. A democratização da gestão é
condição estruturante para a qualidade social e a
efetividade da educação, na medida em que
possibilita criar vínculos entre os envolvidos nas
diferentes instâncias de gestão dos processos
educacionais, envolvendo os seus participantes em
uma proposta de corresponsabilidade pela
aprendizagem dos estudantes
e pelo desenvolvimento da
política educacional municipal.
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CAPÍTULO II
DA FINALIDADE E DOS PRINCÍPIOS DA GESTÃO
DEMOCRÁTICA
Art. 3º A gestão democrática no Sistema Municipal
de Ensino tem por finalidade assegurar:
I - a coexistência de instituições públicas e privadas
nos termos da legislação em vigor; e
II - às unidades escolares públicas, sua centralidade
no sistema e seu caráter público quanto ao
financiamento, a gestão e a destinação.
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Art. 4º A gestão democrática no Sistema Municipal de
Ensino observa os seguintes princípios:
I - participação da comunidade escolar na construção e na
implementação de decisões pedagógicas, administrativas e
financeiras por meio de órgãos colegiados;
II - respeito à pluralidade, à diversidade e aos direitos
humanos;
III - respeito ao caráter laico da escola pública;
IV - autonomia das unidades escolares públicas, nos
termos da legislação federal e municipal, nos aspectos
pedagógicos, administrativos e de gestão financeira;

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V - transparência e publicidade da gestão nas unidades
educacionais públicas e demais órgãos públicos do Sistema
Municipal de Ensino, em todos os seus níveis, nos aspectos
pedagógicos, administrativos e financeiros;
VI - garantia de qualidade social, traduzida pela busca
constante do pleno desenvolvimento da pessoa, do preparo
para o exercício da cidadania e da qualificação para o trabalho;
VII - democratização das relações pedagógicas e de trabalho;
VIII - criação de ambiente seguro e propício ao aprendizado e
à construção do conhecimento, em consonância com as
Diretrizes Curriculares Municipais; e
IX - valorização do profissional da educação.
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V - transparência e publicidade da gestão nas unidades
educacionais públicas e demais órgãos públicos do Sistema
Municipal de Ensino, em todos os seus níveis, nos aspectos
pedagógicos, administrativos e financeiros;
VI - garantia de qualidade social, traduzida pela busca
constante do pleno desenvolvimento da pessoa, do preparo
para o exercício da cidadania e da qualificação para o trabalho;
VII - democratização das relações pedagógicas e de trabalho;
VIII - criação de ambiente seguro e propício ao aprendizado e
à construção do conhecimento, em consonância com as
Diretrizes Curriculares Municipais; e
IX - valorização do profissional da educação.
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CAPÍTULO IV
DA AUTONOMIA DA ESCOLA PÚBLICA

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Seção I
Da Autonomia Pedagógica
Art. 6º Cada unidade educacional formulará e
implementará seu projeto pedagógico em conjunto
e de forma coletiva e integrada com a comunidade
escolar, em consonância com as políticas
educacionais e diretrizes curriculares vigentes.

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Seção II
Da Autonomia Administrativa
Art. 7º A autonomia administrativa das unidades educacionais, observada
a legislação vigente, será garantida:
I - pela formulação, aprovação e implementação do projeto pedagógico;
II - pelo gerenciamento dos recursos oriundos da descentralização
financeira;
III - pelo gerenciamento de demais recursos de doações ou arrecadações,
devidamente contabilizados e auditados por órgão competente da
Secretaria Municipal de Educação - SME;
IV - pela organização do seu calendário escolar e reorganização nos casos
de reposição de aulas;
V - pela gestão da informação;
VI - pela organização e gestão dos registros de vida escolar; e
VII - pela gestão de pessoas.
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Seção III
Da Autonomia Financeira
Art. 8º A autonomia da gestão financeira das unidades educacionais será
assegurada pela administração dos recursos pela respectiva unidade
executora, nos termos de seu plano de aplicação e da disponibilidade
financeira nela alocada, conforme legislação vigente.

§ 1º Os recursos de que trata o caput deste artigo destinam-se à cobertura dos


gastos e despesas que concorram para a promoção da qualidade social,
funcionamento e melhoria da infraestrutura física e pedagógica das unidades
executoras municipais.
§ 2º Entende-se por unidade executora a entidade de direito privado, sem fins
lucrativos, organizada de forma representativa no âmbito da unidade
educacional, tal como Caixa Escolar, Associação de Amigos da Escola e outras
entidades congêneres, instituídas na forma da lei, para garantia da participação
da comunidade escolar na administração escolar.

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Art. 9º A gestão democrática efetivar-se-á através dos seguintes mecanismos:
I - Conferência Municipal de Educação;
II - Conselho Municipal de Educação;
III - Conselho das Escolas;
IV - Fórum Municipal de Educação;
V - Conselho Administrativo da Fundação Municipal para Educação Comunitária -
FUMEC;
VI - Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação - FUNDEB;
VII - Conselho de Alimentação Escolar;
VIII - Conselho de Escola;
IX - Comissão Própria de Avaliação - CPA;
X - Conselho de Classe, Conselho de Ciclo, Conselho de Termo e Conselho de Módulo;
XI - Grêmio Estudantil;
XII - gestão da unidade educacional; e
XIII - demais instâncias gestoras da SME e da FUMEC.

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Art. 10. O Conselho de Classe é órgão colegiado
integrante das unidades educacionais públicas municipais
e que, dentro da organização do trabalho pedagógico,
configura-se como espaço articulador da avaliação
coletiva do trabalho escolar e como instrumento de
democratização das relações escolares.

Parágrafo único. A periodicidade, composição, atribuições


e competências do Conselho de Classe serão objeto de
regulamentação específica.

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Art. 11. O Conselho de Ciclo, o Conselho de Termo e o Conselho de
Módulo são colegiados das unidades educacionais públicas
municipais constituídos:
I - pela equipe gestora;
II - pelos docentes que atuam:
a) no ciclo do Ensino Fundamental;
b) na Educação de Jovens e Adultos - EJA - anos iniciais;
c) no Termo da EJA - anos finais;
d) na Educação Profissional;
III - pelos alunos representantes de classe.
Parágrafo único. A periodicidade, composição, atribuições e
competências dos conselhos de que trata o caput deste artigo serão
objeto de regulamentação específica.
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Seção III
Da Comissão Própria de Avaliação
Art. 12. A Comissão Própria de Avaliação - CPA das unidades educacionais
públicas municipais é um colegiado que visa à avaliação com base nos
seguintes princípios:
I - participação representativa da comunidade escolar, visando ao avanço no
processo de qualificação da educação, a partir das especificidades e
disposições locais de cada unidade educacional;
II - qualidade negociada entre os atores internos e entre estes e os atores
externos à unidade educacional, produzindo acordos para contemplar as
ações prioritárias definidas no plano de avaliação do projeto pedagógico.
Parágrafo único. A organização, composição, objetivos, finalidade,
periodicidade e demais mecanismos de funcionamento interno da CPA serão
objeto de regulamentação específica.

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Seção IV
Dos Grêmios Estudantis
Art. 13. As unidades educacionais públicas municipais de Ensino
Fundamental, EJA e Educação Profissional devem assegurar a
implementação e o fortalecimento de grêmios estudantis, como forma
de desenvolvimento da cidadania e da autonomia dos estudantes e
como espaço de participação estudantil na gestão escolar.

§ 1º O Grêmio Estudantil é um colegiado autônomo, órgão máximo de


representação dos alunos da unidade educacional, sem fins lucrativos.
§ 2º Os objetivos, a organização, o funcionamento e as atividades do
Grêmio Estudantil são estabelecidos em estatuto aprovado em
Assembleia Geral dos alunos da unidade educacional.

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CAPÍTULO VI
DA DIREÇÃO
Art. 14. A gestão das unidades educacionais públicas
municipais deverá ser composta por diretor educacional,
vice-diretor e orientador pedagógico, respeitadas as
disposições legais.
Parágrafo único. A composição da equipe gestora será
definida conforme critérios estabelecidos pela SME e pela
FUMEC.

FUMEC: Fundação Municipal para Educação Comunitária.

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CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 15. As eleições para os conselhos realizar-se-ão em dias letivos,


após ampla divulgação.

Art. 16. A SME oferecerá curso de formação aos conselheiros


escolares, conforme previsão do Programa Nacional de
Fortalecimento dos Conselhos Escolares do Ministério da Educação.

Art. 17. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Campinas/SP, 13 de outubro de 2022.


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