Lukacs Mein Weg Zu Marx

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Verinotio revista on-line

de educao e cincias humanas

Meu caminho
para Marx
Espao de interlocuo em cincias
humanas
n. 12, Ano VI, out./2010 Publicao semestral ISSN 1981-061X

Meu caminho para Marx 1


Georg Lukcs
A relao com Marx a verdadeira pedra de toque para todo intelectual que leva a srio a elucidao da sua
prpria concepo de mundo, o desenvolvimento social, em particular a situao atual, o seu prprio lugar nela e
o seu prprio posicionamento em relao a ela. A seriedade, o escrpulo e a profundidade com que ele se dedica
a esta problemtica nos indica em que medida ele quer, consciente ou inconscientemente, esquivar-se de um claro
luta espiritual com o marxismo, do-nos, por vezes, um quadro que, enquanto contribuio histria da luta social
em si no tenha nenhuma pretenso de interessar ao pblico.
Foi ao terminar os meus estudos secundrios que se deu o meu primeiro encontro com Marx (com o
Manifesto comunista). A impresso foi extraordinria e, quando estudante universitrio, li ento algumas obras de
Marx e Engels (como, por exemplo, O 18 brumrio, A origem da famlia) e, em particular, estudei a fundo o primeiro
volume de O capital. Esse estudo me convenceu rapidamente da exatido de alguns pontos centrais do marxismo.
da luta de classes e com a articulao da sociedade em classes. Naquele momento, como bvio no caso de um
materialista no distinguia o materialismo dialtico do no dialtico completamente superada, enquanto teoria
do conhecimento. A tese neokantiana2
de classe na poca; no a submetia a qualquer exame crtico, mas a aceitava passivamente como ponto de partida
de toda e qualquer colocao do problema gnosiolgico.
neokantiana de Marburgo quanto o da teoria de Mach), uma vez que no conseguia compreender como era que o
Mas, embora isso no me tenha conduzido a concluses materialistas, acabou levando-me muito mais a uma
, de quem fui discpulo

Marx nesse perodo.

de Simmel e os escritos sobre o protestantismo de Max Weber foram os

presentes, mas to diludos e empalidecidos que eram quase irreconhecveis.


Histria da evoluo do drama moderno, 1909;
Metodologia da histria literria, 1910, ambas em hngaro). Os meus ensaios publicados entre 1907 e 1911 oscilavam
Era natural, com tal desenvolvimento da minha concepo de mundo, que as impresses que tivera da

nesta atividade. Ao leitor no interessam as singularidades e as diferentes fases deste desenvolvimento, atravs do

Lukcs zum Siebzigsten Gebeertstag


Argomenti, no

Internationale Literatur, n. 2, em 1933, tendo sido reproduzido em G.


Nuovi
Simpsio sobre o Pensamento Contemporneo, editado no Japo sob o ttulo
in Revista Nova Escrito/Ensaio

Marxismo e politica culturale


cipais compunham esta tendncia: a escola de Marburgo,
exponentes eram Windelband e Rickert.

escola de Heidelberg

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Georg Lukcs

Meu caminho para Marx

intelectual para compreender Marx, que o carter total e unitrio da dialtica materialista se tornou claro em termo
. Decerto, esta crise se manifestou, de incio, apenas na minha passagem do idealismo
Teoria do romance, escrita entre 1914-15) e, naturalmente, Hegel adquiriu para mim
uma importncia cada vez maior, em particular a Fenomenologia do esprito. O meu segundo estudo intenso de Marx

estudo do marxismo s est comeando agora


fenmeno mais rico
dizer: quem tiver a iluso de ter compreendido, de uma vez por todas, os fenmenos da natureza e da sociedade,

meus estudos de Hegel, no decorrer dos quais me aproximei tambm de Feuerbach, embora, naquele momento,

deslocado da dialtica viva para a rigidez mecnica, do materialismo abrangente para a unilateralidade do idealismo.
O materialismo dialtico, a doutrina de Marx, deve ser conquistada a cada dia, assimilada a cada hora, a partir da prxis
lado, a doutrina de Marx, em sua inatacvel unidade e totalidade, constitui a arma para a conduo da prtica, para o
domnio dos fenmenos e de suas leis. Se dessa totalidade for destacado (ou apenas subestimado) um s elemento
constitutivo, teremos de novo a rigidez e a unilateralidade. Basta que se perca a relao dos momentos uns com os

Crtica da economia
poltica. Desta vez, porm, no se tratava mais de um Marx visto da lente de Simmel, mas atravs da perspectiva

a postular foi uma prioridade hegeliana do contedo sobre a forma e procurei, sobre base essencialmente
Szab5
com vrios elementos positivos (como, por exemplo, o fato de ter-me posto em contato com a Crtica do Programa
de Gotha
O estado e a revoluo

somente no perodo revolucionrio de 1918-19.

a exagerarmos, se ultrapassamos os limites de sua validade, pode tornar-se um absurdo; alis, inevitvel que, em
Manifesto comunista. O
progressivo aprofundamento ainda que contraditrio e no linear das obras de Marx tornou-se a histria do meu desenvolvimento
intelectual e, portanto, tornou-se tambm a histria de toda a minha vida
deve constituir o problema central de todo pensador que leve a srio a si prprio, e que o modo e o grau com que
ele se apropria do mtodo e dos resultados de Marx determinam o seu lugar no desenvolvimento da humanidade.
Esse desenvolvimento est determinado pela situao de classe, se bem que essa determinao no rgida, mas
dialtica. A nossa posio na luta de classes determina amplamente o modo e o grau que assumimos o marxismo, mas, por outro
aprofundamento da nossa relao com a doutrina marxista (1933).

econmicos de Marx, a um estudo mais profundo da histria, da histria econmica, da histria do movimento
dominar a dialtica marxista prolongou-se por muito tempo. As experincias da revoluo hngara mostraramme claramente a fragilidade de todas as teorias sindicalistas (a funo do partido na revoluo), mas persistiu

Postscriptum (1957)
As linhas precedentes foram escritas, como todos podem perceber, num estado de extrema tenso, que

19207, sobre a ao parlamentar e a minha atitude em relao ao movimento de maro de 1921)8


Histria e conscincia de classe (1923) mostra muito claramente essa transio.

contriburam fortemente para tal estado de nimo. J falei dos primeiros anos da Revoluo, mas no dos anos
foram preservadas e adaptadas ao prprio desenvolvimento posterior. (Sobre o perodo de [19]24 a [19]30, os
anos transcorridos e as experincias correspondentes no mudaram a minha opinio em nada de essencial.)9.

Somente a ntima adeso ao movimento operrio, devida a uma prtica de muitos anos, e a possibilidade que tive de estudar
Marx. Somente agora, depois de quase uma dcada de trabalho prtico e depois de mais de um decnio de esforo

Teoria do romance.
Estudantes Socialistas Revolucionrios de Budapeste
9 A crtica lukacsiana ao stalinismo exps seu autor a toda sorte de imputaes, tanto dos antisstalinistas fervorosos, quanto dos
Kommunismus

como pde ser complexa, para geraes, toda essa questo. O autor desenvolve mais amplamente sua crtica do stalinismo, por
-

violentamente este artigo.


e violenta derrota do movimento operrio.

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tanto mais dolorosamente quanto menos as condies sociais so semelhantes s condies em que apareceu o sistema stalinista e
Temas de Cincias Humanas.

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Georg Lukcs

Meu caminho para Marx

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deu-me a esperana de que a elucidao das relaes

, associao qual
sempre me opus, abriu para mim e para muitos uma grande perspectiva: a de uma retomada, sem obstculos
burocrticos, da literatura socialista, da metodologia e da crtica literria marxista. necessrio salientar que nessa
expectativa havia dois componentes igualmente relevantes: a ausncia de limites impostos por uma burocracia e o
carter marxista-leninista. Se se acrescentar que ns mesmos, naqueles anos, conhecemos as obras fundamentais
como tambm os
apontado aqueles fatos que trouxeram grandes esperanas no incio da dcada de [19]30.
Essas esperanas foram perdendo-se pouco a pouco na medida em que, naquele momento tambm,
qualquer ideia (para sermos otimistas) que se distanciasse do modelo imposto esbarrava numa surda e agressiva
resistncia. No princpio, eu e muitos outros acreditvamos estar diante dos restos de um passado no totalmente

igualmente sabido que depois pude publicar o meu livro sobre Hegel sem mudar uma s linha.

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contrrias ao progresso do pensamento tinham slido apoio burocrtico. Entretanto, acreditamos, por algum
. Evidentemente, essa situao no podia

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enriqueciam a cultura marxista, com a opresso dogmtica de uma burocracia tirnica sobre todo o pensamento
autnomo, deveria ser buscada no prprio regime de Stalin e, portanto, tambm, na sua pessoa.
Quando, no entanto, tratava-se de tomar posio em relao a esses acontecimentos, toda pessoa consciente
tinha de partir da situao histrica do momento: a ascenso de Hitler e a preparao de sua guerra de aniquilamento
do socialismo. Sempre foi claro para mim que eu deveria subordinar tudo, de maneira incondicional, a toda deciso
que esta situao impunha, inclusive aquilo que pessoalmente me era mais caro: a prpria obra de minha vida.
Acreditava que o principal compromisso de minha vida consistia em empregar corretamente a concepo marxistaleninista nas reas de meu conhecimento, em faz-la avanar na medida em que a descoberta de novos dados assim
o exigisse. Na medida em que a questo central, do perodo histrico em que minha atividade se desenvolveu,
consistia na luta pela sobrevivncia do nico estado socialista e, portanto, do prprio socialismo, eu obviamente

de uma oposio naquele momento, mas tambm que essa oposio poderia, facilmente, tornar-se num apoio
intelectual e moral ao inimigo mortal, ao destruidor de toda a civilizao.

legalidade, desde o incio, via com ceticismo, semelhana, por exemplo, dos processos contra os girondinos, os

por que no me posicionei publicamente contra, no colocaria em primeiro plano, nem mesmo desta vez, a
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right or wrong, my party 14. Eu e muitos companheiros pensvamos que, diante de qualquer coisa que fosse
feita nessa situao pelo partido dirigido por Stalin, era necessrio permanecer incondicionalmente solidrio nessa
luta, colocando esta solidariedade acima de tudo.

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expressou claramente este estado de nimo.

de Salis e Denis de Rougemont apresentaram ideias que tendiam a excluir a Rssia da cultura europeia. Estaria
que eu, e muitos outros, espervamos que se extinguisse com a paz e o reforo do socialismo, que ocorreu com o
e
O ano de 1948 assinalou, talvez, a mais importante mudana histrica desde 1917: a vitria da revoluo

a cautela necessria, a minha opinio dissidente, tanto quanto os limites do movimento histrico aos poucos o
decidido declarar Hegel idelogo da reao feudal contra a Revoluo Francesa; naturalmente, no pude publicar
a semelhantes tolices (Dummheit

homem muito sagaz que era, levou em conta, claro, na sua atuao alguns sintomas e momentos da nova situao.
estado de perigo de uma Rssia industrialmente atrasada, mas que ele prprio tinha levado muito alm do quadro
desta exigncia estava totalmente fora de seu horizonte. Aconteceu, ento, que a nova situao mundial, que exigia
categoricamente uma nova estratgia e uma nova ttica, foi enfrentada atravs de uma ao em que, fatalmente,

Teses de
Ditadura Democrtica dos Trabalhadores. Estas teses

Blum

do seu pensamento produziu-se em


Histria e conscincia de classe.) Este salto qualitativo permitiu-lhe, ainda,

Seguiu-se necessariamente a esta ao o retorno aos mtodos da poca dos grandes processos.
a discusso que se desenvolveu na Hungria em torno do meu livro Literatura e democracia17. Aps a minha volta,

gria.
15 Encontros Internacionais

Esprito Europeu

de 1844. As palavras de Marx sobre a


Associao dos Escritores Russos, originria do Proletkult
17 O autor refere-se s sucessivas crticas que partiram dos rgos governamentais hngaros contra o seu texto Literatura e democracia
(Irodalom s demokrcia, Budapest, Szikra, 1947).

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Meu caminho para Marx

extrair consequncias da nova situao, em buscar a passagem ao socialismo de um novo modo, gradual e na base
correta. A discusso mostrou a total impossibilidade de um dilogo fecundo com os idelogos do dogmatismo.
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, proporcionaram-me a primeira
grande vantagem de poder abandonar minha complexa atividade de funcionrio e dedicar-me exclusivamente ao
trabalho intelectual. Esta circunstncia e a experincia da discusso sobre os grandes acontecimentos da poca
levaram-me ao reexame profundo dos problemas do marxismo-leninismo em relao aos mtodos de Stalin e
de seus seguidores. A convico, cada vez maior, de que Stalin no havia compreendido aquilo que havia de
decisivamente novo na situao tornava-se cada vez mais ampla e mais geral, em funo de uma conscincia mais

culto personalidade, a pesquisa marxista degenerou largamente numa exposio, numa ampliao e difuso de

seno cerca de uma dcada depois. Numa poca em que a formao de uma frente unitria dos trabalhadores, assim
como de todos os elementos democrticos, havia se tornado uma questo vital para a civilizao humana, a tese

a porta para um desenvolvimento posterior do marxismo-leninismo tivesse sido totalmente fechada. Stalin possua
o privilgio de enriquecer o tesouro das verdades eternas com novas verdades eternas e colocar fora de circulao
uma verdade at ento considerada irrefutvel.

com seu abrandamento e com o desdobramento da grande ofensiva do capitalismo monopolista mais reacionrio,

que as cincias mais importantes do ponto de vista teortico para o desenvolvimento do marxismo, a economia

a repetio histrica do erro fundamental da dcada de [19]20.


Neste artigo, onde o tema prprio e verdadeiro constitudo pelo desenvolvimento interno das minhas
ideias, impossvel at mesmo apenas indicar o sistema de pensamento que deu origem a estas concepes
errneas; note-se somente que a trgica dissenso no pensamento de Stalin era cada vez mais evidente para mim.

de
Histria do Partido, um nmero menor de

possvel de modo algum opor-lhe obstculos, ao contrrio, no campo da mera aplicao prtica, era at mesmo
metodolgicas ou nos conceitos bsicos se manifestavam mais marginalmente.
Eu no era, de modo algum, o nico que conduzia uma guerra de guerrilha contnua contra este esprito

de que seu grande talento, suas ricas experincias e a sua notvel sagacidade conduziram-no, no raras vezes, a

teoria das constantes contradies de classes, que necessariamente se aguam, coexiste com a presena tangvel do
comunismo, segunda e superior etapa do socialismo.
realiza-se em um estado policial, regulado de forma autocrtica etc. etc.
do socialismo num s pas, e assim ter salvo o socialismo num perodo de crises internas, teve quase a mesma

Repito, aqui se tratava de descrever somente o desenvolvimento das minhas ideias e, sobretudo, destas
ideias em relao aos problemas do marxismo. O que at agora foi dito sobre Stalin serviu somente para criar o
pano de fundo e a atmosfera para uma colocao correta dos problemas. Se pensarmos no entusiasmo de uma
parte considervel dos intelectuais, nos primeiros anos da revoluo socialista, necessrio reconhecer que entre
um lado, ele expurgou os preconceitos relativos aos clssicos do marxismo que se desenvolveram vigorosamente
durante dcadas. Este trabalho de depurao mostrou a riqueza das concepes que no haviam sido evidenciadas
at o momento na obra de Marx e de Engels. De outro lado, enfatizou, ao mesmo tempo, com inexorvel senso

deste, os idelogos burgueses se apressaram em utilizar a incorreo, agora evidente, de algumas teses de Stalin,
marxismo, postos no mesmo nvel de Stalin. o caso de apontar-se para um perigo muito srio, na medida em que
esta perspectiva de pensamento carrega consigo mais de um comunista, muitas vezes desarmado intelectualmente
pela educao esquemtica e dogmtica. Entretanto, enquanto os dogmticos vincularem a identidade substancial
de Stalin com os clssicos do marxismo, estaro to desarmados intelectualmente frente quelas correntes (com
extirpar o dogmatismo para combater o revisionismo.
de posio. Somente se estivermos conscientes de que o marxismo nos legou um mtodo seguro, um nmero
extraordinrio de verdades slidas, uma quantidade de pontos de partida, tanto mais seguros quanto mais forem
desenvolvidos, de que no podemos fazer nenhum progresso real no caminho da cincia sem uma assimilao e
aplicao aprofundada desses princpios; de que, no entanto, a elaborao de cincias universais sobre a base do
ter uma retomada da pesquisa marxista. Engels, antes de sua morte, indicou esta tarefa para os futuros marxistas;
dizemos: no temos ainda uma lgica, uma esttica, uma tica, uma psicologia marxistas, no dizemos com isso
Naturalmente, impossvel nestas rpidas linhas falar concretamente, mesmo apenas da possibilidade destes
dizer que o meu contato com os clssicos do marxismo me deu, pela primeira vez na vida, a possibilidade de
fenmenos da vida do esprito. A luta contra o dogmatismo foi, ainda deste ponto de vista, uma autodefesa. Estes

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Georg Lukcs

poder somente oferecer belos dogmas e fotos totalmente desvinculados da realidade. A minha guerra de guerrilha
Justamente por isso escrevo tambm estas linhas num estado de nimo cheio de tenso; sei bem que a luta
nome, no meu trabalho , estou convencido de que o esforo srio na direo de uma cincia marxista universal
neste caminho. Desde seu surgimento, o movimento operrio revolucionrio teve de superar os mais diversos
descaminhos ideolgicos; at agora conseguiu super-los e estou convencido de que o mesmo ocorrer no futuro.
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