Artigo - Economia Solidária-Dantara
Artigo - Economia Solidária-Dantara
Artigo - Economia Solidária-Dantara
SUMÉ – PB
2018
RESUMO
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A economia solidária ressurge como um fenômeno na década de 1980 e
tomou impulso determinantes ao seu crescimento em meados da segunda
metade dos anos 1990. É uma área do conhecimento fruto dos fortes
movimentos sociais que reagem às implicações do capitalismo, gerador das
crescentes e elevadas crises de desemprego em massa, que tem seu início em
1981 e se agrava com a abertura do mercado interno às importações, isto é, a
partir de 1990 os problemas sociais e econômicos se agravaram, e resultaram
em fortes mudanças na atual contemporaneidade.
Atualmente, é possível observar que o mundo está dividido em dois
contextos sociais: primeiro, a situação a desigualdade, da extrema pobreza e o
crescimento do número de pessoas vivendo na miséria. De outro contexto, com
características sociais fortemente diferenciadas, têm-se a individualização dos
postos de trabalho e a grande exploração em massa do trabalho, geradora da
superexclusão social, conforme debate Castells (1999a).
No entanto, é possível dizer que a grande maioria dos países do mundo
carrega no neoliberalismo as suas bases de política econômica, como conceito
primordial, seguindo os critérios de competitividade e lucratividade em toda a
economia, porém, como superação dos momentos de forte crise econômica, e
contrários as bases ideológicas desse modelo tão desigual, remetem à
economia solidária, como vicissitude para elevar os níveis de desenvolvimento
econômico e social.
Segundo aponta Souza (2009),
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essenciais, porque uma das liberdades interessantes é a
de iniciativa. (SINGER, 1998, p. 113).
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permitindo que os indivíduos serem parte e tenham voz ativa na relação social
maior, que a relação de/com o trabalho, e, assim, integrarem-se com a
comunidade, numa espécie de sociedade em miniatura, representada pelos
empreendimentos solidários.
Para tanto, fica claro que o desafio da economia solidária é também de
promover a inclusão de milhares de pessoas que estão desempregadas, dos
jovens que não tiveram oportunidade de acesso à escolaridade, àquelas
mulheres excluídas do sistema produtivo, mas com grande potencial de
empreendimentos, para os negros e as demais minorias desprivilegiadas e
excluídas da produção capitalista. (CASTEL, 1998).
O crescimento da economia solidária e da autogestão nessa área do
conhecimento, e que rompe com o sistema capitalista, visa a integralização
coletiva que é construída a partir do trabalho desenvolvido nas organizações
solidárias, conforme esclarece Singer (2002),
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não existe em evidência ou trava-se uma luta constante pelo ranking de
ganhadores e perdedores.
Logo, fica claro que de fato, a sociedade está passando por
transformações que demudam as estruturas e as relações de poder, bem como
altera os processos de produção e a liberdade dos sujeitos, os quais, com o
capitalismo em evidência, ou pautados apenas nos pressupostos desse
modelo, possuíram novo enfoque, onde foram diminuídos ou até extraídos
direitos sociais e trabalhistas alcançados, o que acarretou no aumento do
número de empreendimentos solidários, que buscam preencher as lacunas
deixadas pelo capitalismo, e construir um novo retrato social, dessa vez sem
que a dominação seja a competitividade entre os indivíduos, mas, que está dê
lugar a solidariedade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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A grande diferença competitiva imposta, e até mesmo debatida por
tantos pesquisadores e teóricos, inerente entre as empresas capitalistas e as
organizações da economia solidária, é de fato um dos grandes desafios desses
dois campos econômicos, e que poderia ser eliminada, nesse sentido, pela
adesão de sentimentos que conduzissem a processos motivacionais de
trabalho.
É justamente com base no melhor aproveitamento dessas qualidades
subjetivas, potencialmente presentes nas organizações, que a economia
solidária pode se fortalecer, ganhar mercados internacionais, e se utilizar de
importantes recursos típicos da fase atual capitalismo, ou seja, os
empreendimentos solidários encontram força no trabalho coletivo e na
motivação dos trabalhadores que compartilham dessa luta, desses objetivos,
sendo essa, uma importante forma de competição reconhecida no capitalismo
contemporâneo.
REFERÊNCIAS
SOUZA, Dileno Dustan Lucas de. Movimentos sociais, ONGs & Educação:
um estudo de caso. Aparecida, SP: Ideias & Letras, 2009.
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