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O que é interesse?
É a proteção direta de indivíduos. Esta proteção é direta porque é conferida a quem pode
arrogar titularidade de direito.Noutros casos, os interesses têm conexão mais distante com
os objetivos da lei e já não merecem tutela no plano indemnizatório. O artigo 268.o no4 da
Constituição expressa mais uma contraposição entre direito e interesse
Direito objetivo: Direito como ordem jurídica (ou um sistema) composta por um conjunto de
normas jurídicas válidas num dado momento histórico e num território determinado, normas
que designadamente atribuem direitos subjetivos e reconhecem interesses. Direito
português é um direito em sentido objetivo
Direito subjetivo: Direitos e facilidades para que as pessoas sigam os seus fins próprios,
ou seja, exposições jurídicas que são atribuídas individualmente.
Metodologia jurídica
A metodologia não dá informações diretas sobre o conteúdo das normas, mas sobre o
método que deve ser seguido para apurar esse conteúdo, ou seja, quer conhecer o caminho
para atingir um fim e não conhecer diretamente esse fim.
Doutrina relativa à criação do direito, na medida em que esta possa ser configurada:
enquanto atividade deliberada e intencional, como sucede na legislação, onde estão em
causa aspetos prospetivos, criativos e estratégicos da atividade jurídica, desde a
elaboração de contratos à logística.
Direito Público: Direito que regula as relações dos órgãos do Estado e desses com os
cidadãos. Direito público: Direito que regula as relações dos órgãos do Estado e destes
como cidadãos, ou seja, pelo menos um dos sujeitos é público, rege-se pelo interesse do
Estado, que se encontra em posição de supremacia.
Direito privado: ordenamento jurídico que reage aos interesses particulares. Direito
privado: ordenamento jurídico que rege os interesses dos indivíduos, encontra-se em
posição de igualdade, pois todos os sujeitos são particulares.
Tanto o Direito público como o privado têm vários critérios que o explicam:
Critério de interesses:
Funções do direito:
Direito internacional:
Direito internacional publico: Estados com relações entre si; abrange também
organizações e, por vezes, sujeitos particulares.
Direito internacional privado: direito de conflitos. Está regulado por convenções entre
Estados e disposições do Código Civil (a partir do artigo 14.o
Princípio da dignidade humana: É uma qualidade inerente ao ser humano, que o protege
contra todo tratamento degradante e discriminação odiosa, o assegurando condições
materiais mínimas de sobrevivência. Trata-se, portanto, de um atributo que o indivíduo
possui, inerente à sua condição humana, não importando qualquer outra condição referente
à nacionalidade, opção política, orientação sexual, credo etc. Cabe ao Estado proteger a
dignidade humana, tal como o artigo 1.o da Constituição o diz.
Fórmula do objeto: a pessoa nunca pode ser tratada como mero objeto e deve ser sempre
tratada com um fim em si mesma; A dignidade surge como um valor absoluto, insuscetível
de ser comprimido por outros valores.
Há autores que defendem que a dignidade não é um princípio de direito objetivo inviolável,
mas é um princípio positivado pelo direito. É uma norma de direito subjetivo e significa que
é algo que pode ser ponderado com outros princípios e direitos. É suscetível de ponderação
por ser um direito subjetivo. A dignidade humana é um princípio sujeito a ponderação em
caso de conflito com outros valores o princípios.
Para uns o Estado de Direito é um conjunto de princípios a que se sujeita uma realidade
prévia que é o Estado como poder político;
Igualdade: Está consagrada no artigo 13.o Constituição. Há uma ideia de igualdade a nível
proporcional, porém há problemas a aplicar esta ideia. Há uma ideia mais radical que nos
diz que a igualdade não é só isto, é também fazer com que as pessoas sejam iguais em
todos os planos possíveis.
A primeira é mais digerível que a segunda ideia e esta última pode ter conotações extremas
totalitárias, em certas situações
Democracia: Como nos atuais estados é impossível concretizar a democracia direta, hoje
temos uma democracia representativa pela eleição de deputados que se reúnem em
assembleia. Muitos dizem que a perspetiva correta é a democracia exercida diretamente e a
representativa é apenas um sucedâneo. Outros dizem que a democracia direta é impossível
atualmente.
Direito objetivo: Direito como ordem jurídica (ou um sistema) composta por um conjunto de
normas jurídicas válidas num dado momento histórico e num território determinado, normas
que designadamente atribuem direitos subjetivos e reconhecem interesses. Direito
português é um direito em sentido objetivo.
Direito subjetivo: Direitos e facilidades para que as pessoas sigam os seus fins próprios,
ou seja, exposições jurídicas que são atribuídas individualmente.
Argumentos
Argumento a contrário: tipo de argumento mediante o qual se defende que a regulação de
uma determinada situação de facto por parte da lei implica uma regulação em sentido
negativo da mesma, ou seja, excluindo outras situações de facto por ela não literalmente
abrangidas.
Argumento por maioria de razão: Se uma lei prevê uma determinada regra para uma
determinada situação, então, deve prever a mesma regulação para uma situação que seja
mais grave, mais evidente a necessidade dessa regulação.
É a partir daqui que se diz que a lei que permite o mais permite o menos, a lei que proíbe o
menos proíbe o mais.
➢ Sempre que eu tenho uma lei que permite fazer uma coisa, também posso ter algo por
isso;
➢ É inverso: Se eu proíbo uma ação, não estou necessariamente a proibir algo menor que
essa ação.
Argumento pelo absurdo: serve para demonstrar que determinada norma interpretada de
uma certa forma conduz a um absurdo.
Argumento económico: não devemos interpretar uma norma num sentido que faça
coincidir com outra norma já existente no sistema, quando a interpretamos devemos sempre
encontrar um sentido específico da norma que não se limite a seguir a mesma interpretação
que outra. Implica a utilização do elemento sistemático.
Argumento com base nos princípios jurídicos: Pode ter duas formas
1a forma: A partir de várias disposições que existem numa lei, extraímos por indução um
princípio, aplicando-o a situações análogas.
2a forma: Quando interpretamos uma ordem devemos fazê-lo procurando maximizar
princípios que já estejam num direito.
Argumento da legitimação dos meios pelos fins: Não diz que os meios justificam os fins,
mas sim que se um fim é legitimo então deve de haver um meio também legitimo para
perseguir esse fim.
Analogias
Analogia da lei (Analogia legis): corresponde á aplicação de uma solução normativa
contida numa disposição isolada a uma situação de facto não regulada por ela, sempre que
no caso omisso procedam as razões justificadas subjacentes ao previsto na lei, ou seja,
perante um caso omisso, existindo outro semelhante que esteja regulado pela lei, aplicamos
a sua regulamentação no caso omisso.
Interpretações
Interpretação e aplicação
É através das regras de interpretação que aprendemos a pensar como juristas. Quando se
fala de interpretação existem dois sentidos possíveis:
→Interpretação em sentido estrito: Fixar o sentido das palavras utilizadas pelo legislador,
olhar para um texto legislativo e partir dele reconstruir a norma incita nesse texto, as
palavras do legislador são o limite para a resposta dos casos.
Tem limites previstos na constituição que não existem em sentido estrito, porque em sentido
estrito estamos a respeitar as palavras do legislador; Atualmente é sempre necessário
interpretar a lei mesmo que ela nos pareça clara, para chegar a essa conclusão temos de a
interpretar. O sentido das palavras utilizadas pelo legislador é muitas das vezes diferente do
sentido comum que atribuímos às palavras, só esse facto demonstra a importância de
interpretamos a lei
Não é inteiramente correto porque quando interpretamos normas, não interpretamos apenas
o texto, porque surgem sempre problemas concretos que não estão contidos no texto. Esse
objeto é identificado, como um diálogo entre dois aspetos que fazem o objeto da
interpretação. A norma jurídica não é o texto, mas é obtida a partir dela, para além disso, as
palavras da lei são incertas, pois as leis não são redigidas com base numa linguagem
formal.
Alusão à teoria subjetivista: quando se diz que a interpretação deve reconstruir a partir do
texto o pensamento legislativo. Não se diz pensamento do legislador ou pensamento da lei;
Alusão ao historicismo: deve ter em conta as circunstâncias em que a lei foi elabora;
Modalidades da interpretação:
Se eu posso interpretar a lei também a posso alterar, uma lei pode interpretar outra lei não
há verdadeiramente interpretação, pode dizer que está a interpretar a lei, mas está a
alterá-la 112/ 5 artigo cc.
Interpretação doutrinal: verdadeira interpretação, feita pelos juristas; interpretação cuja
força persuasiva resulta da fundamentação das rações em que se baseia;
Interpretação judicial: está a meio caminho entre a doutrinal e autêntica. O juiz não pode
alterar a lei, mas interpretação que ele faz tem uma força vinculativa às partes que estão
sujeitas à decisão pelo juiz;
Quando o elemento literal é ambíguo, mesmo que recorramos aos outros não teremos um
mesmo resultado. O elemento literal é o mais importante pois recorremos a ele é o ponto de
partida e o ponto de chegada quando a interpretação é feita em sentido restrito dos
restantes elementos interpretativos. Começamos com as palavras do legislador, recorrendo
aos outros elementos de interpretação, mas não podemos recorrer de tal forma que se
afaste do que o legislador disse (art9/2).
Elemento sistemático
É seguro porque uma solução normativa no sentido de uma lei, se temos 2 sentidos
possíveis para uma lei se um deles não é compatível com o contexto da lei temos de o
afastar. Se tivermos dúvidas temos de escolher o sentido da lei que se atoniza como as
outras leis ou disposições constituídas em torno das que estamos a formas. Se uma lei tiver
diversos sentidos e um for incompatível com a constituição, então temos de o afastar
Elemento histórico
Tem 3 dimensões:
1. Quando quero interpretar uma lei e tenho dúvidas, devo consultar os precedentes
legislativos, as leis anteriores;
2. Estudos preparatórios realizados pelos autores que são mais significativas e tem uma
estrutura mais científica
Elemento literal
Surge no artigo 9, este elemento é o limite de toda a interpretação em sentido estrito.
Compreende a aspetos puramente descritivos e normativos utiliza a língua portuguesa com
as mesmas regras gramaticais e sentido geral das palavras, ou seja, uma linguagem
corrente.Para resolver as ambiguidades, os filósofos do direito usam várias estratégias e
classificações, por exemplo:
Distinção entre:
• núcleo (realidades que sabemos que são designadas pelas palavras do legislador)
• Candidatos positivos á aplicação da lei: temos a certeza que a lei se aplica naquele
caso
• Candidatos neutros á aplicação da lei: não temos a certeza que se aplica ou não
Em suma, as palavras usadas pelo legislador são uteis como fonte de partida, tendo de usar
o elemento literal de modo a controlar o recurso ao elemento extraliterário, contudo, quando
o elemento literal é ambíguo, este perde a sua importância e temos de recorrer aos outros
elementos de modo a interpretar a norma.
Elemento teleológico:
→ Critério teológico-subjetivo: procura apurar qual o fim que o legislador histórico teve
em vista ao adotar a lei; conhecer a realidade para conseguir saber o que o legislador
entende;
Interpretação restritiva: (O sentido literal é mais amplo que o real). Os sentidos literais das
palavras têm de ser restringidos para coincidir com os elementos extra literais, ocorre no
quadro do linguisticamente admissível.
Interpretação ab-rogante lógica: não há norma no texto da lei, não é possível retirar um
enunciado normativo, uma norma jurídica, com sentido útil, pode acontecer nestas
situações.
* A lei remete para outro regime que não existe *Na mesma lei existem regimes contrários
Lacuna
Ocorre quando uma situação devia ter uma norma reguladora de acordo com a ordem
jurídica, mas esta não existe naquele caso. Temos de perceber se se trata de um espaço
livre de direito ou se é contraria ao plano da própria ordem jurídica.
Existem 2 perspetivas:
Proibições de analogia
Ordens excecionais: Essa proibição não pode ser dividida em termos literais, ou seja, não
se pode ler o artigo 11 e extrair a conclusão de que todas as normas excecionais não
admitem analogia, isso só acontece em exceções em sentido próprio, aquelas cujo as
rações de ser assentam uma unicamente nas vontades do legislador e não no
reconhecimento de um determinado princípio que justifique a analogia á regra geral nesse
caso já será possível a analogia.
Normas penais positivas: Normas que definem crimes ou medidas de segurança, essas
normas não são passíveis de analogia porque isso resulta de um princípio constitucional
está previsto no artigo 29/3 crp. Em suma, não é possível a analogia a partir de um crime.
Normas que definem os elementos essenciais do imposto: Aquela que está prevista para as
normas tributárias, as normas que determinam a incidência, a taxa, os benefícios fiscais e a
garantia dos contribuintes à luz do disposto artigo 103 da crp. Estas normas não são
suscetíveis de aplicação de analogia, resulta alias do artigo 11 da lei geral tributária. Não
pode haver aplicação de analogia por razão de segurança e objetividade é evidente, está
em causa uma lei que cria um imposto é uma lei que cria um vínculo forte para os cidadãos
e eles tem de saber contar com os impostos no planeamento da sua vida. Se o fisco
pudesse por analogia aplicar normas tributárias a situações nelas não expressamente
contempladas, poria em causa a segurança do trafico jurídico.
A lei utiliza conceitos que permitem uma grande margem de intervenção ao juiz.
Equidade: artigo 4 cc. A equidade é quando a lei remete para a equidade, então oque está
a dizer é que restringe totalmente do direito escrito e a solução é uma solução que se
basearia no caso em concreto, ou então, a equidade não prestinge do direito positivo, mas
sim de tudo o que é formal mantem tudo aquilo que é subjetivo. De acordo com o stor nem
uma nem outra é correta, porque a equidade é perante um caso omisso, nós entramos
numa posição que seja suscetível de generalização e é com base nessa solução que
resolvemos o caso concreto. Só há justiça quando pensamos numa forma de resolver o
caso que consigamos ascender para outras situações idênticas. O artigo 10/3 é a definição
de equidade, de acordo com o stor, temos de resolver um caso de forma que esta solução
pudesse ser universal.
Direito de necessidade: direito em que as normas rígidas não servem. Também aqui
temos de atender á especificidade do caso em concreto
Abuso de direito e as figuras da boa-fé: se aplicássemos rigidamente as normas não
havia qualquer ilícito, mas se considerarmos o fim elegido estabelecido pelo titular do direto,
então as normas tinham de ser interpretadas uma nova fez. O conceito de abuso de direito
introduz o conceito de boa-fé:
O reconhecimento que lei tem certas matérias nas quais reconhece ser demasiado rígida,
criando institutos que permitam combater essa rigidez.
Casos em que a lei utiliza conceitos que dão uma grande margem de intervenção ao juiz
por isso confrontam com a necessidade de exercer um ato criativo quando aplica a lei,
dentro de limites do sistema em que se integra.
Conceitos indeterminados: pode ser usado na cláusula geral e tem várias características
que impedem a sua utilização:
● Vaguidade: conceitos que admitem, para além de uma zona de certeza negativa e
positiva, ou núcleo, uma zona de incerteza ou periferia, em que se torna duvidoso se
o conceito é, ou não, aplicável;
Prognose: o intérprete faz um juízo de antecipação sobre como a situação vai evoluir.
Ao usar estes conceitos, aquilo que parecia ser uma característica essencial da aplicação
da lei pelo tribunal, é posto em causa por que o Juiz quando aplica a lei tem de fazer uma
avaliação própria dos conceitos ao caso concreto, dando por esse motivo maior margem ao
juiz na aplicação do direito.
Uma primeira fonte de atribuição de poder ao juiz, poder que não pode ser como simples
utilização da lei, resulta do empregue de conceitos indeterminados e de clausulas gerais
Realidades que atribuem maior poder ao juiz:
Natureza das coisas: conceito que visa salientar que um legislador quando regula certas
matérias não pode deixar de ter em atenção as exigências próprias e específicas dessas
matérias.
Tipologia: Utilização ou formulação da lei sem recorrer a conceitos precisos que podem ser
definidos, mas recorrer a outra forma mais aberta de designar as realidades a que a lei se
aplica;
→ Não serve dizer que os princípios envolvem conceitos vagos enquanto as regras não;
Atualmente é necessário interpretar a lei para depois a aplicar, só interpretamos quando
estamos a resolver casos em concreto, a aplicação é parte da interpretação.
Interpretar e aplicar não é uma ideia uniforme
Segundo o método substantivo, as regras aplicam-se de acordo com a ideia de silogismo
(forma de raciocínio que parte do geral para o particular) judiciário, significa a ideia de que é
possível aplicar as normas passando de premissas gerais para chegar a uma conclusão
concreta. A dificuldade é que no direito estamos a reconduzir situações a normas, e isto
obviamente que muda tudo e torna a ideia de subsunção inviável, especialmente quando
está em causa conceitos indeterminados, clausulas, conceitos gerais, tipologias (...) então
de facto a aplicação da lei segundo o esquema substantivo torna totalmente impossível. A
conclusão que temos de reconhecer é que as formas de interpretação e aplicação do direito
não são uniformes. Há muitos modelos de aplicação do direito, certas normas podem ser
aplicadas segundo este método, outras já não podem, mas sobrepõem uma ponderação
para a aplicação no caso concreto. Estes reconhecimentos poem em causa certos
princípios básicos do ordenamento jurídico e do sistema constitucional: princípio da
separação de poderes (quanto mais autonomia o juiz tiver, mais ativo será no papel de
aplicar lei);
O juiz está a contribuir para o desenvolvimento de um projeto coletivo que começou muito
antes que ele e irá terminar após este.
Perspectivas
Perspectivas se distinguem do ponto vista daqueles que as adoptam (historiador do direito
ou sociólogo na perspectiva externa e juiz ou em geral aqueles que têm de resolver casos
concretos).
Perspectiva externa: o Direito pode ser encarado como um puro facto ou,
alternativamente, como um sistema de constituído por direitos, deveres ou outras posições
jurídicas alicerçadas em normas jurídicas vigentes e válidas que pressupõe, também, que
exista alguém que encare o Direito da perspectiva interna, em que o essencial é prescrever
condutas em determinadas circunstâncias.
Perspectiva interna: as afirmações sobre o direito, neste caso afirmações internas, podem
ser inteiramente comprometidas (que implicam a adopção e aceitação das regras por parte
de todos os destinatários e por diversas razões) ou afirmações em que aqueles que as
proferem aceitam o conteúdo do direito e das normas que nele se compreendem porque
fazem parte de uma determinada prática institucional, mas não presumem a aceitação pela
generalidade dos destinatários das normas.
Tende a haver uma ideia de valor que justifique a prática reiterada. Se se pretender explicar
o surgimento do costume, deve-se ter em conta os 2 elementos.
*Contrário a lei: O costume pode afastar a lei, mas deve distinguir se o costume que afasta
de uma situação em que há desuso da norma legal, mas isto não põe termo a lei.
Norma VS Sistema
Norma
Configuram os significados desses enunciados, ou seja, constituem o conteúdo de dever
ser comportado por tais enunciados; acrescentar que inexiste, porém, uma biunivocidade
entre enunciado e norma, assim como uma explicitação da estrutura das normas.
Sistema
Todo ordenado das normas jurídicas e compreende duas dimensões.
Sistema externo: consiste na ordenação das normas jurídicas segundo pontos de vista
formais, com intuitos essencialmente expositivos. A compreensão deste é auxiliada pelo
conhecimento dos diferentes tipos de leis normalmente existentes numa determinada ordem
jurídica. // relação de contexto; intérprete só pode interpretar a lei depois de a ter
enquadrado no sistema mais vasto.
Sistema interno: princípio da consistência; consequência e postulado da unidade do
sistema jurídico, princípios que explicam e fundamentam o nosso sistema jurídico.
Proposições Normativas
As proposições normativas constituem o conteúdo de enunciados descritivos sobre o direito
(por exemplo, as normas existentes nos sistemas jurídicos), podendo por isso ser
verdadeiras ou falsas consoante correspondam aos objectos normativos descritos (deve
ainda mencionar-se os vários tipos de proposições normativas, e exemplificar).
Normas corporativas: existiam em 1967 quando eram normas aprovadas por órgãos
corporativos. São normas de associações públicas ou privadas. (artigo 1 nº2 do C.C) e é
possível fazer uma interpretação actualista das referências às normas corporativas contidas
no artigo 1.º, nelas incluindo, entre outras, (i) as que estabelecem o estatuto, a organização
e a disciplina interna de entes de base associativa, públicos ou privados; (ii) estatutos e
regulamentos internos de organizações privadas internacionais.
Normas excecionais
Se uma disposição é adotada para uma situação excecional, não pode ser aplicada
analogicamente a casos em que não se verifique a situação excecional, nem em casos que
se verifica em outras situações excecionais.
Quando o juiz decide num caso omisso aplicando por analogia uma solução prevista na lei,
o caso omisso vai continuar a existir, só deixando de existir caso o legislador elimine a
lacuna. O intérprete preenche a lacuna num caso concreto, pode eventualmente criar uma
corrente de jurisprudencial e podendo vir (ou não) a constituir fonte de direito.
Se quisermos aplicar por analogia a norma excecional a um outro caso que se imponha ao
legislador, que por razões de princípios não pode deixar de ser a mesma solução por aquela
que está contemplada na norma excecional, então esta pode ser objeto de analogia, ou
seja, sempre que o caso omisso concretize um princípio que é tambem expresso pela
norma excecional, a analogia é possível apesar do que diz o artigo 11. Este só se aplica
aquelas exceções que tem como único fundamento não o princípio jurídico, mas a vontade
política do legislador.
Se a solução consagrada na exceção se apoia no princípio, a mesma será meramente
formal. Pelo contrário, uma exceção será material quando se integre na estratégia depois de
prossecução duma determinada política.
Norma costumeira
Norma permissiva
Expressam uma liberdade de ação, logo a conduta do agente, nesse caso, não cria um
risco proibido (não têm sanção). Já a norma justificante autoriza uma ação ou reação contra
um perigo ou ataque humano para salvaguardar um dos bens jurídicos em conflito.
Fontes de Direito
Consiste em saber “de que modo se constitui e manifesta o direito positivamente vigente
numa determinada comunidade histórica?”. Dito de outro modo, estão aqui em causa os
modos de criação (constituição) e revelação (manifestação) do direito.
A noção deve ser entendida como fontes de juridicidade, não saber onde se releva o direito,
como se forma historicamente e como se justifica, mas como se produz o direito. Quais são
os factos sociais aptas a produzir direito. A noção de fontes podia ser abrangida por todos
os factos sociais que fossem aptos a produzir normas num sentido geral e abstrato. A
resposta ao problema das fontes não pode ser encontrada no Código Civil- Quando se
procuram as fontes como modos de produção de normas gerais e abstratas, faz-se porque
a Constituição pressupõe um conceito de norma geral e abstrata.
Hierarquia das fontes de Direito: Fala-se em hierarquia das fontes e não das normas pois,
a hierarquia das normas pode dar origem a um problema de hierarquia das fontes, como
acontece quando dizemos que a norma constitucional é superior à legislativa e esta á
administrativa.
O costume: Para os costumes não há distinção entre o comportamento das pessoas e o
Direito. Não há mediações institucionais. Nestes ordenamentos, a norma jurídica encontra-
se automaticamente nas ações das pessoas. Há tribunais costumeiros/consuetudinários,
mas ninguém sabe quem criou o costume. O Direita brota da sociedade. Há transmissão
oral do Direito, muitas das vezes nem se encontra escrito. A dimensão temporal é o
passado, ou seja, o Direito encontra a sua explicação no passado. A sociedade é
descentralizada. O costume na relação entre as pessoas só pode ter relevância local.
Entre a lei e o costume existe uma equiparação, no sentido em que uma pode afastar a
outra. Também não existe uma hierarquia entre lei e jurisprudência, pois jurisprudência
constrói-se sobre o sistema jurídico em conjunto e, desenvolve a lei em formas que
ultrapassam o sentido literal.
Hierarquia das normas: art 12/2 cc não há hierarquia entre normas, leis diferentes, decretos
de lei etc…
Lei: Expressão do direito; A ordem jurídica assenta na Constituição. A lei é, sem dúvida, a
principal fonte de direito. A constituição é a base do nosso ordenamento jurídico.
Constituem a experiência jurídica legislativa a Constituição, as leis, os decretos legislativos
do Governo e Regionais, Regulamentos do Governo e das Autarquias e etc.
Fontes mediatas do Direito: são aquelas que criam normas jurídicas, impondo direitos e
obrigações. São:
*leis
*normas corporativas
Fontes imediatas do direito: são aquelas que não criam normas jurídicas, mas contribuem
para a sua formação. São:
*jurisprudência
*doutrina
*costume
*A jurisprudência nunca pode ser fonte de direito, só a lei pode ser e tudo o resto são
aplicações da lei. O juiz é a boca que pronuncia as palavras da lei, e a fazer cair o caso
concreto sobre essas palavras atrás do silogismo judicial.
*Muitas vezes o juiz não pode aplicar a norma segundo o silogismo judicial, tendo em conta
que há coisas que não estão previstas na lei, mas é ela que tem de prever estes casos, não
o juiz, porque quem legisla é o legislador e não o juiz. Quando não existem normas para
resolver determinados casos, o juiz intervém em segundo plano para resolver o caso em
concreto, não como a intenção de criar uma norma, mas sim de resolver o caso em
concreto. Caso a decisão vire uma norma máxima não é problema para o juiz.
*É de rejeitar que a verdadeira fonte de direito são os tribunais porque o torna o legislador
um meio auxiliar de tribunal e não respeita a separação de poderes. O legislador cria a lei, o
tribunal aplica a lei.
Quando o juiz tem de acrescentar à normatividade jurídica algo que vai para além do
conteúdo da lei, fala-se em fonte de direito a ideia de que os tribunais são jurisprudência
(criam normas) quando a lei preveja através de determinados mecanismos chamados
assentos.
Assentos: previstos no art. 2 C.cC, eram normas criadas pelo supremo tribunal de justiça
quando dois tribunais superiores tivessem decidido um caso semelhante em sentido oposto
havia um recurso para o supremo tribunal de justiça que imitam um assento que dizia qual
era a orientação correta, criando uma norma geral abstrata que passava a ser uma norma
para o futuro.
No passado os assentos eram lei?Sim, porque tinham forma de uma norma jurídica e
tinham uma vinculação normativa geral, através dos assentos os tribunais resolviam um
caso concreto ou a dizer que perante duas conclusões opostas diziam qual devia ser e para
o futuro deviam ser de acordo com a norma emitida. Esta atitude não é própria do tribunal.
Não, os assentos não eram lei, porque apesar de criarem uma norma geral e abstrata o
tribunal constitucional também o pode fazer, o argumento não vale grande coisa porque o
tribunal elimina uma norma, não a cria.
O supremo tribunal de justiça não tem liberdade para criar assentos nem de haver uma
série de sobrepostos para dar origem a um assento. O legislador pode criar uma norma e
depois eliminá-la, o tribunal podia criar assentos, mas não os podia eliminar. Em suma,
explicar jurisprudência como fonte de direito através dos assentos não é correto. Os
assentos valem como fonte de direito através dos precedentes subsidiários, ou seja, se um
tribunal indica uma decisão sobre um caso concreto em que a lei contribui margem de
decisão do juiz, os tribunais futuros vão ter de seguir essa mesma orientação em casos
futuros, devem de o fazer por uma questão de igualdade e segurança jurídica.
Precedente: Princípio de decisões dos casos concretos segundo o qual os tribunais devem
seguir as decisões. São os tribunais posteriores que vão procurar procedentes nos
anteriores. Existem 2 tipos de casos semelhantes:
Casos Práticos
Na doutrina, duas são as possíveis soluções para o caso vertente: (i) ou se recorre
a uma «redução teleológica» (Nogueira de Brito) ou (ii) se procura apurar a
existência de outras normas do sistema jurídico que excepcionem a aplicação da
proibição aos polícias (David Duarte). No que toca à primeira possibilidade, por
estarmos perante um caso de «sobreinclusividade» (Schauer), teria de se de
recorrer ao elemento teleológico (razão de ser da norma), o que permitiria afirmar
que como a norma em causa tem como ratio evitar ferimentos nos intervenientes do
jogo, nos adeptos, evitar danos no património, etc., então, não faria sentido aplicá-la
ao caso concreto dos polícias. O problema é que a redução teleológica,
contrariamente ao que sucede com a interpretação restritiva, vai para além do que
âmbito de significação linguística permite, o que parece violar tanto o disposto no
artigo 9.o, n.o 1, do Código Civil (e, portanto, o princípio da legalidade), como ainda
o princípio da separação de poderes, na medida em que teríamos
intérpretes-aplicadores a corrigir os enunciados criados pelas autoridades
normativas, valendo o mesmo que dizer que teríamos intérpretes- aplicadores a
criar direito como se fossem autoridades normativas. Consequentemente,
inexistindo incerteza linguística no caso em concreto (não há dúvidas linguísticas de
que as pistolas e os cassetetes são objectos contundentes), a solução mais
adequada à luz das competências distribuídas pelas autoridades normativas e pelos
intérpretes oficiais (como os juízes) é a que sublinha o facto de esta norma entrar
em conflito normativo com as normas especiais que regulam a actividade policial, e
permitem os agentes, no exercício das suas funções, usarem armas e/ou
cassetetes. Ou seja, estas normas reguladoras da actividade policial
excepcionariam os polícias da norma que proíbe de entrada em estádios com
objectos contundentes.