Direito Objetivo: "Directum"

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A palavra "Direito" possui diversas acepções, especialmente no campo jurídico, onde seu

significado pode variar de acordo com o contexto em que é utilizado. O termo deriva do
latim "directum", que significa "aquilo que é reto, justo, conforme a norma". No âmbito
jurídico, o "Direito" pode ser compreendido em diferentes sentidos:

1. Direito Objetivo

O Direito objetivo se refere ao conjunto de normas impostas pelo Estado ou reconhecidas


por ele, que regulam a conduta das pessoas em sociedade. Essas normas têm por objetivo
organizar as relações sociais e garantir a ordem, estabelecendo direitos e deveres. Elas são
coercitivas, ou seja, possuem a força de obrigar o seu cumprimento, podendo, inclusive,
haver sanções em caso de descumprimento.

● Exemplo: O Código Penal brasileiro, que estabelece normas de conduta e suas


respectivas sanções em caso de violação.

O Direito objetivo pode ser dividido em diversos ramos, como:

● Direito Constitucional: Conjunto de normas que regulam a organização do Estado


e os direitos fundamentais dos cidadãos.
● Direito Civil: Regras que tratam das relações jurídicas entre particulares, como
contratos, família e propriedade.
● Direito Penal: Normas que tipificam condutas criminosas e suas respectivas penas.
● Direito Administrativo: Normas que regulam a organização e o funcionamento da
administração pública.

2. Direito Subjetivo

O Direito subjetivo refere-se à faculdade ou poder que uma pessoa tem de exigir de
outra um comportamento ou de realizar determinada conduta em seu próprio benefício.
Esse direito é protegido pelo Direito objetivo. Ou seja, trata-se da prerrogativa reconhecida
a um indivíduo para defender seus interesses, tendo respaldo na ordem jurídica.

● Exemplo: O direito de propriedade, em que o titular tem o poder de usar, gozar e


dispor de seus bens, além de poder reivindicá-los de quem injustamente os possua.

Em resumo, o Direito subjetivo representa o direito de cada pessoa dentro de uma


sociedade, garantido pelas leis (Direito objetivo).

3. Direito Positivo

O Direito positivo é o conjunto de normas vigentes em um determinado Estado e em um


dado momento histórico. São as leis escritas, os decretos, regulamentos e decisões
judiciais que estão em vigor, e que organizam a vida em sociedade. Ele é diferente do
Direito natural, que se refere à ideia de direitos inerentes à pessoa humana, anteriores e
superiores ao Estado.
● Exemplo: No Brasil, o Direito positivo inclui a Constituição Federal de 1988, os
códigos legislativos, como o Código Civil e o Código Penal, além das leis ordinárias
e complementares.

4. Direito Natural

O Direito natural é uma concepção filosófica que sugere a existência de um conjunto de


direitos que são inerentes à condição humana, independentes de qualquer sistema jurídico
estabelecido pelo Estado. Esses direitos são considerados universais e imutáveis,
baseados na justiça, na moral e na razão.

● Exemplo: O direito à vida, à liberdade e à dignidade humana são considerados


direitos naturais, que não dependem de uma legislação formal para serem
reconhecidos.

Embora o Direito natural não tenha força coercitiva como o Direito positivo, ele serve como
fonte de inspiração e fundamento para a criação das normas jurídicas, especialmente no
campo dos direitos humanos.

5. Direito como Ciência

O Direito também é entendido como uma ciência, um campo de estudo que busca
compreender as normas jurídicas, seus fundamentos, seu funcionamento e seus efeitos na
sociedade. Nesse sentido, o Direito é uma ciência normativa, que tem por objeto a análise,
a interpretação e a aplicação das leis. A ciência do Direito envolve o estudo da
jurisprudência, doutrina e legislação, com o objetivo de orientar a prática jurídica.

6. Direito Comparado

O Direito comparado é o estudo das diferentes legislações e sistemas jurídicos em vigor em


diversos países. Ele busca identificar as semelhanças e diferenças entre esses sistemas,
com o objetivo de promover o aperfeiçoamento do Direito, além de entender as influências
culturais e históricas que moldaram os ordenamentos jurídicos.

7. Direito Consuetudinário

O Direito consuetudinário é o conjunto de normas que se originam dos costumes e tradições


de um povo, em vez de serem formalmente estabelecidas pelo legislador. Esse tipo de
Direito surge da prática reiterada e aceitação geral de determinadas condutas dentro de
uma comunidade. Embora menos formal, pode ter força jurídica em certas sociedades.

● Exemplo: Algumas normas de Direito indígena no Brasil, que reconhecem os


costumes e tradições das comunidades indígenas, conforme estabelecido pela
Constituição.

8. Direito Internacional
O Direito internacional regula as relações jurídicas entre Estados e outros sujeitos de Direito
internacional, como organizações internacionais e, em alguns casos, indivíduos. Ele é
dividido em Direito Internacional Público (que trata de questões entre Estados) e Direito
Internacional Privado (que trata de conflitos de leis entre Estados e particulares).

9. Direito Público e Direito Privado

● Direito Público: Refere-se às normas que regulam as relações do Estado com os


indivíduos, priorizando o interesse público. Exemplo: Direito Constitucional, Direito
Administrativo e Direito Penal.
● Direito Privado: Regula as relações entre particulares, onde prevalece o interesse
individual. Exemplo: Direito Civil e Direito Comercial.

10. Direito Jurisprudencial

O Direito jurisprudencial baseia-se nas decisões dos tribunais. A jurisprudência é o


conjunto de decisões reiteradas dos tribunais sobre determinados temas, que podem
orientar a interpretação e aplicação das leis pelos juízes.

Conclusão

A palavra "Direito" no campo jurídico possui uma multiplicidade de significados, que vão
desde a ideia de normas que regulam a sociedade (Direito objetivo), passando pelos
direitos individuais (Direito subjetivo), até conceitos filosóficos (Direito natural) e o estudo
das normas (Direito como ciência). Essa diversidade de significados reflete a complexidade
do sistema jurídico e sua importância na organização e regulamentação das relações
sociais.

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