A Importancia Da Formação Continuada para Os Professores

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A IMPORTANCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA PARA OS PROFESSORES

Kellen Simonini Molina ([email protected])

Roseli de Souza ([email protected])

Joice Aparecida dos Santos Rocha ( [email protected])

Raquel Camargo da Silva ( [email protected])

Raquel Machado Santana([email protected])

RESUMO

A Formação Continuada considera o profissional sujeito da própria ação, valorizar


suas experiências pessoais, suas teorias, seus saberes da prática e possibilitar-lhe que, no
processo, atribuem novos significados a sua prática, compreenda e enfrenta as dificuldades
com quais se depara no dia a dia. A Formação Continuada tem como meta, transformar a
escola em espaço de troca e de reconstrução de novos conhecimentos. Assim, a Formação
Continuada é em si um espaço de interação entre as dimensões pessoais e profissionais. A
compreensão desta formação implica entender que, esta formação se realiza no contexto
educativo do tempo e local de trabalho onde os docentes constroem e reconstroem
conhecimentos com os estudantes e outros colegas. Isto é, onde acontecem de fato as relações
do cotidiano das práticas docentes e, onde realmente podem ser transformados.

Palavras-chave: Formação Continuada- professores- conhecimento


INTRODUÇÃO

A educação na contemporaneidade se inscreve em um contexto de mudanças e


rupturas nos diversos âmbitos sociais, em que a tecnologia, as lutas e conquistas das
diversidades de gênero, classes, etnias, a multiculturalização, assim como a democratização
do ensino fomentada pelas manifestações e necessidades da sociedade, entre outros fatores,
exigea necessidade de ressignificação das propostas educacionais para atender as demandas
da sociedade. Historicamente, a concepção de ensino fundamentada nos princípios da
racionalidade técnica, com visão determinista e linear da tarefa dos professores, subsidiada
pelo treinamento para a aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de habilidades,
predominou durante muito tempo nos espaços educativos. Atualmente, abre-se possibilidade
para a introdução de novas perspectivas baseadas na análise do contexto político social para
a definição da formação continuada na dimensão do desenvolvimento do trabalho
colaborativo e da promoção da construção e fortalecimento da identidade docente.
Corroborando com esse pensamento, Nóvoa (1995) assegura que ogrande desafio
da educação concerne na valorização de paradigmas de formação viabilizadoras da
preparaçãode professores reflexivos, assumidores da responsabilidade do
seuprópriodesenvolvimento profissional,que participem ativamente daimplementação das
políticas educativas voltadas ao aprimoramentodo processo educativo. Por conseguinte, “a
formação se constrói através de um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de
(re)construção permanente de uma identidade pessoal. Por isso é tão importante investir a
pessoa e dar estatuto ao saber da experiência” (NÓVOA, 1995, p.25).
Nesse sentido, a formação deve ser articulada ao contexto de trabalho, não podendo,
portanto, ser desvinculada da epistemologia em que se instaura a formação docente,
considerando aspectos intrínsecos ao contexto educacional, como a situação trabalhista, a
carreira docente, as instituições educacionais, o ensino, os alunos e suas particularidades,
enfim, o contexto socioantropológico ao qual a escola pertence.
Costa (2004) reportando-se a Nóvoa (1998) afirma que o processo formativo deve
ter como referencial o saber docente, o reconhecimento e valorização desse saber.
Desenvolver formação continuada sem considerar as etapas de desenvolvimento
profissional do docente, não seria interessante.
Nesta perspectiva, a escola deve ser entendida como um lócus de formação continuada
do educador. É o espaço em os saberes e as experiências dos professores se evidenciam. É nas
experiências diárias que o profissional da educação aprende, desaprende, constrói novos
aprendizados, realiza descobertas e sistematiza novas posturas na sua “práxis”.

A formação continuada deve estar articulada com desempenho


profissional dos professores, tomando as escolas como lugares
de referência. Trata-se de um objetivo que só adquire
credibilidade se os programas de formação se estruturarem em
torno de problemas e de projetos de ação e não em torno de
conteúdos acadêmicos. (NÓVOA, 1991 apud COSTA 2004,
p.70)
Para que a escola se se concretize como um locus de formação continuada, é
imprescindível incorporar experiências internas de formação, articulada com o cotidiano
escolar e que o educador não precise deslocar-se para outros espaços formadores. Ter clareza
desta necessidade implica a criação de espaços e tempos institucionalizados que favoreçam
processos coletivos de reflexão e intervenção na prática pedagógica por meio de reuniões
pedagógicas.
Desse modo, o projeto Formação Continuada tem por objetivo tornar-se um lócus de
formação continuada com vistas à reflexão da prática. É importante ressaltar que a chamada
prática reflexiva diz respeito à prática orientada pela pesquisa que consequentemente está
atrelada ao compromisso de emancipação, a prática reflexiva caracteriza-se por um alto grau
de consciência da práxix, mas também um elevado grau de consciência de tal inserção
(MACHADO, p.115 apud VALQUEZ 1987, p. 285).
‘A práxis reflexiva como um pilar na formação docente pauta-se em um movimento
compreendido como:

Reação contra a percepção dos professores como técnicos que


meramente realizam o que os outros, distantes das salas de aula,
querem que eles façam, e contra a aceitação de reformas
educacionais feitas de cima para baixo que só envolvem os
professores como participantes passivos (MACHADO 2009,
p.115 apud ZEICHENR, 2002, P.34)
O Projeto Formação Continuada tem o intuito de fortalecer a Formação da/na unidade
escolar, compreendendo a mesma como lócus de formação continuada. Esta proposta tem
como público alvo, os profissionais que atuam na Educação.

É NA ESCOLA E NO DIÁLOGO COM OS OUTROS PROFESSORES QUE SE APRENDE


A PROFISSÃO

Abdala (2006) lembra que é preciso que com a política de formação, formadores e
Professores compreendam melhor o que lhes faltam, o que desejam e o que querem melhorar
para orientar o olhar durante o período de planejamento, execução, acompanhamento e
avaliação da formação.
O diagnóstico da formação e as temáticas desenvolvidas no Projeto Formação
Continuada devem contribuir para se alcançar esse objetivo. Acredita-se que o
desenvolvimento profissional do Professor depende, portanto, das interpretações que ele
realiza sobre os dilemas da prática, de como a repensa e possibilita sua (re) criação, sua
avaliação e seu (re) planejamento. "É na Escola e no diálogo com os outros Professores que se
aprende a profissão" (Nóvoa, 2009, p. 30).
Os temas que serão estudados virão ao encontro com a proposta de formação
continuada que visam instrumentalizar os professores na solução das dúvidas existentes nesse
período que estamos vivendo. Esta é a necessidade de nossos professores e TDIs, que há
muito tempo procuram estudar teorias que subsidiem suas práticas pedagógicas em sala de
aula com vistas à uma educação de qualidade para os nossos alunos.
Para Imbernón (2005), a Escola considerada lócus de formação é mais que a simples
mudança de ambiente formativo. Envolve planejamento entre formadores e Professores para
organizar os programas de formação, redefinir seus conteúdos, suas estratégias, seus
protagonistas e seus propósitos. Devem estar definidas as necessidades para melhorar a
qualidade do Ensino e da aprendizagem dos Professores, na sala de aula e na Escola.
Diante do cenário que estamos vivendo, a formação continuada dos educadores se
torna ainda mais importante. A transição digital, por meio dos mais diversos dispositivos, irá
acontecer de forma mais rápida e teremos uma mudança da escola. Será preciso criar novos
ambientes de sala de aula e devemos nos reinventar enquanto educadores no pós-crise. Não há
futuro para essa sociedade sem que os professores saibam estar no momento certo nesse lugar
de coragem chamado agora. Precisamos discutir e compartilhar uns com os outros e
reconstruir nossas aprendizagens.
Portanto, o Projeto FORMAÇÃO CONTINUADA representa aos professores uma
proposta formativa que permitirá a reflexão de suas práticas pedagógicas por meio da leitura,
estudos coletivos e reflexões. Espera-se que o mesmo venha instrumentalizar o professor de
maneira que facilite sua prática pedagógica em sala de aula, contribuindo assim com a
melhoria da aprendizagem dos alunos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do que foi exposto fica evidente a necessidade de que o professor seja capaz de
refletir sobre sua prática e direcioná-la segundo a realidade em que atua, voltada aos
interesses e às necessidades dos alunos. Nesse sentido, Freire ( 1996, p. 43) afirma que é
pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem, que se pode melhorar a próxima prática.
Há algumas décadas, acreditava-se que, quando terminada a graduação, o profissional
estaria apto para atuar em sua área de formação o resto da vida. Hoje a realidade é diferente,
principalmente para o profissional docente. Este deve estar consciente de que sua formação é
permanente, e integrada no seu dia-a-dia. “O professor não deve se abster dos estudos, do
prazer pelo estudo e a leitura deve ser evidente, para conseguir passar esse gosto para os
alunos.” O professor que não aprende com prazer não ensina com prazer" Snyders. (1990).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COSTA, N. M. L. A formação contínua de professores – Novas tendências e Novos


caminhos. Holos, Ano 20, dezembro de 2004. Disponível em http://www.ifrn.edu.br. Acesso

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 20ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

GARCIA, Carlos Marcelo. Formação de professores: para uma mudança educativa.Trad.


Isabel Narciso. Portugal. Ed. Porto, 1999.

NÓVOA, Antonio. Os professores e sua formação. Lisboa-Portugal, Dom Quixote, 1997.

SCHON, Donald. Os professores e sua formação. Coord. De Nóvoa; Lisboa, Portugal, Dom
Quixote, 1997.

SNYDERS. Entrevista dada à Lourdes Stamato de Camilles, PUC/SP,1990.

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